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Durante o Encontro Estratégico Inovações Sustentáveis, nesta terça-feira (28), os governadores do Nordeste relataram as dificuldades para aumentar a produção de energia limpa na região, e citaram, com unanimidade, a falta de financiamento. A iniciativa reuniu, através da plataforma Zoom, além de governadores do Nordeste, especialistas em Meio Ambiente, sustentabilidade e energia renovável. O objetivo do webinar, promovido pelo programa HidroSinergia, foi discutir o potencial de geração de energia limpa da região, com foco nas formas de energia eólica e solar, e possibilidades da redução da emissão de carbono através dessas produções, com a geração do hidrogênio verde.  

A coordenadora do Programa de Hidrogênio Verde (H2) da GIZ, Kristina Kramer, integrou o debate pontuando características do H2, do Nordeste brasileiro e como o governo alemão pretende trabalhar conjuntamente ao Brasil e outros países interessados na iniciativa sustentável. A Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit, conhecida como GIZ, é uma empresa é especializada em projetos de cooperação técnicos e de desenvolvimento sustentável em escala mundial e tem hoje como principal acionista o governo federal alemão. 

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Participaram do encontro, também, o senador Jacques Wagner (PT-BA), presidente da Comissão de Meio Ambiente do Senado; o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB); o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), de forma assíncrona; o governador da Bahia, Rui Costa (PT); o Embaixador da União Europeia, Ignacio Ybáñez; o coordenador de Energia do Instituto Clima e Sociedade, Roberto Kishinami; o diretor executivo do Centro Brasil no Clima (CBC), Guilherme Syrkis; e dos secretários de Meio Ambiente de Pernambuco, José Bertotti, da Bahia, Marcia Telles, do Ceará, Artur Bruno e do Espírito Santo, Fabricio Machado. 

O aspecto econômico foi amplamente reproduzido pelos representantes, que concordaram sobre a falta de coordenação nos projetos existentes no Nordeste. A conversa evidenciou interesses conjuntos à empresa alemã, que admitiu limitações na produção do hidrogênio verde no país europeu que, por outro lado, tem mais iniciativas de investimento do que o Brasil. 

“O hidrogênio verde entra como um portador de energia extremamente versátil. O hidrogênio em si não é novo, é um gás produzido principalmente a partir de combustíveis fósseis, o que chamamos de carbono cinza. Para descarbonizar a economia, precisamos do hidrogênio verde, que é o mesmo gás produzido de forma limpa. Ele está sendo produzido com água e eletricidade obtida por energias renováveis, como a eólica e a solar”, explica Kramer. 

A representante da Giz também destacou que um dos desafios é igualar e diminuir os custos da produção do hidrogênio verde em comparação à produção do hidrogênio cinza, com alta emissão de carbono, mais utilizado até hoje. Segundo a coordenadora, o potencial de produção próximo aos 100% facilitaria a redução de custos, e essa capacidade pode ser encontrada no Nordeste. 

“O fator de capacidade do Nordeste ajuda a baixar os custos de produção. A região tem capacidade de deixar os eletrolisadores trabalhando 24 horas por dia. Do ponto da exportação, o Nordeste tem uma infraestrutura portuária e os portos são próximos dos portos europeus. A distância geográfica é importante para diminuir os custos do transporte do hidrogênio caso a região queira exportar. O Brasil também tem uma excelente estrutura empresarial, 95% das empresas-membro já estão no Brasil”, continuou a alemã. 

O Ministério de Economia e Energia da Alemanha pretende imputar dois bilhões de euros para parcerias internacionais com foco no hidrogênio verde, informou a coordenadora. O país europeu tem em vista dois instrumentos de fortalecimento desse mercado, com destaque à linha de financiamento de projetos internacionais, o que inclui o Brasil, com edital para ser lançado em outubro, ideal para empresas dispostas a fazer um consórcio internacional e que tenham condições de sediar também na Alemanha. 

O segundo instrumento seria o “H2 Global”, ainda em fase elaboração, e que visa incentivar o mercado de produção e importação do hidrogênio verde, através de leilões dupla face. A diferença entre o preço ofertado e o da demanda seria compensada pelo governo alemão. 

O HidroSinergia, que é projeto do ICS e do CBC, também destacou seus eixos de trabalho e o interesse de projetos sustentáveis que estejam alinhados ao Acordo de Paris. Os eixos são a regeneração hidroambiental do Rio São Francisco; a produção de hidrogênio verde para substituir combustíveis fósseis; a expansão das energias renováveis (eólica e solar) em áreas secas e pobres do semiárido; e a capacitação profissional com geração de empregos verdes para reduzir desigualdade. 

“Aumenta a segurança hídrica, com mais energia solar e eólica. As hidrelétricas ficam em reserva, acumulando água na bacia e esse acúmulo não só garante mais segurança para os usos múltiplos, mas também permite a regeneração ambiental da bacia. A Lei do Saneamento permite colocar nas metas dos objetivos das licitações o reflorestamento de bacias, isso interessa às empresas de água”, explica Sergio Xavier, coordenador e articulador do CBC. 

De acordo com Roberto Kishinami, coordenador do portfólio de energia do iCS, “o Nordeste brasileiro tem potencial de assumir um papel central no processo de descarbonização mundial e, como consequência, prover mais oportunidades de autonomia e mais qualidade de vida para sua população. A região já possui a geração eólica mais barata do mundo e tem tudo para se tornar um polo global de produção de hidrogênio verde, permitindo que esse insumo se torne competitivo mais rapidamente”. 

O representante do iCS também pontuou que falta “um esforço da região para harmonizar a regulação local em torno desses empreendimentos”. “Temos percebido que em algumas situações, a implantação do parque atrapalha ou impede melhor aproveitamento de recursos que estão lá, como terra e solo, que dinamizam a economia existente. Isso não ocorre por uma falta de regulação que possa orientar e disciplinar a implantação desses parques eólicos e solares. Houve um estudo, financiado pela GIZ, sobre a integração de fontes variáveis ao sistema elétrico, e ali está bem clara a possibilidade de aumentar bastante ou dobrar a participação das fontes variáveis na matriz desde que haja uma mudança na maneira como se aproveita o parque existente de hidroeletricidade”, prosseguiu. 

O HidroSinergia soma-se à iniciativa “Governadores Pelo Clima”, coalizão que conta com a união de 25 governadores brasileiros comprometidos com o enfrentamento à crise climática e o desenvolvimento de um pacto para a construção de uma nova economia focada na descarbonização do planeta. Fazem parte as principais instituições ambientais do Brasil e dos estados que compõem o Semiárido brasileiro e/ou se relacionam com a Bacia do São Francisco - Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe. Presente na reunião, o governador Rui Costa mencionou diretamente a maior dificuldade da Bahia na expansão dos parques de energia limpa. 

“O desafio é transformar as tecnologias disponíveis, as boas intenções e ideias em materialidade. A primeira dificuldade é o financiamento. Nós (Bahia) temos transporte movido a energia elétrica, o metrô vlt monotrilho e estamos buscando implantar os ônibus elétricos na região metropolitana. O gargalo hoje é financiamento. O ônibus elétrico é mais caro que o ônibus de combustão a diesel. Não temos fontes de financiamento que compensem essa diferença de custo. O custo maior implica no preço da passagem e isso afeta pessoas de baixa renda. Há um ano o projeto do VLT espera o financiamento do Banco do Nordeste. temos um problema de redes de transmissão que conectam locais com potencial à rede que integre o país, principalmente para o Sudeste. O Governo Federal peca na ausência de leilões para projetos que viabilizem a transmissão e conectividade a esses projetos de energia. É assim com outros estados do Nordeste”, declarou o governador. 

 

Na última semana, o estado australiano da Tasmânia anunciou que o território em que vivem 500 mil pessoas será abastecido 100% por energia renovável. De acordo com o governo local, a geração será possível devido ao investimento voltado à infra-estrutura nos campos eólicos da ilha da Oceania. As autoridades ainda anunciaram a injeção de USD 50 milhões (cerca de R$ 259 milhões) para atingir 200% de energia oriunda dos ventos nos próximos 20 anos.

De acordo com o engenheiro Claudio Rossi Machado, especialista no segmento energético renovável, o sistema da Tasmânia pode estar conectado ao resto do potencial da Austrália, o que pode ter sido fundamental para atingir a autossuficiência. Segundo Machado, é necessário esclarecer que a geração de energia oriunda dos ventos não pode ser considerada ideal para nutrir um território na totalidade. "Quando se diz que abastece 100% de uma região, significa que durante o ano a energia gerada seria igual ou superior à demanda, mas existem instantes que haverá necessidade de alimentação por outra fonte", realça. De acordo com ele, o cenário perfeito é composto de eólica com hidráulica e reservatório. "Com bons estudos se consegue um sistema híbrido sustentável independente", complementa.

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Mas, e o Brasil? Há quantas anda quando o assunto é energia eólica?

Embora seja a segunda fonte da matriz energética do país, com injeção de R$ 13,6 bilhões no ano de 2019, o desenvolvimento da energia eólica no Brasil encontra barreiras econômicas e burocráticas. De acordo com Machado, a instabilidade do dólar e as licenças ambientais se tornam empecilhos para o setor em todo o território nacional. “Os maiores problemas são a flutuação do dólar, pois o preço dos aerogeradores depende dele, e os licenciamentos ambientais que são bastante complexos e custosos. Muitas vezes os investidores perdem tudo que investiram com uma negação de licenciamento, mesmo em áreas indicadas pelos órgãos ambientais como aptas", explica o especialista.

Segundo o engenheiro, responsável pela empresa ProWind, do estado do Rio Grande do Sul, entraves técnicos também acabam por atrapalhar o progresso do segmento. "Outro problema são as redes de transmissão e distribuição que, em muitos locais de grande potencial eólico, não permitem a injeção de energia por falta da capacidade física de conexão", aponta Machado.

O especialista está confiante com a expansão deste modelo de geração de energia em todo o Brasil. Segundo ele, o potencial brasileiro é quase o dobro da Europa em instalações onshore (em terra firme). "O setor tende a se expandir, pois ainda existem muitas regiões a prospectar. Um projeto no Brasil tem fator de capacidade P50 acima de 40%, enquanto na maioria dos projetos europeus, têm P50 em torno de 22%, ou seja, produzimos quase o dobro de energia", ressalta o empresário.

Para o especialista, a geração de energia limpa é uma possibilidade de reduzir o impacto causado pelo homem na natureza. Machado explica que até mesmo para a produção de equipamentos que vão beneficiar o meio ambiente são espalhados gases causadores do efeito estufa na atmosfera. "A produção de uma aerogerador que, em operação, gera zero de Gases do Efeito Estufa (GEE), durante sua produção nas fábricas emite. Um gerador leva cerca de oito meses para zerar as emissões que foram necessárias para produzi-lo e, só a partir daí, ele opera com balanço sempre positivo", reitera o engenheiro.

De acordo com a Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), são 660 usinas instaladas no país. O número é suficiente para gerar energia para cerca de 25,5 milhões de casas por mês. O país é o quinto no ranking com mais capacidade nos campos eólicos em todo o planeta. Apenas China, Estados Unidos, Alemanha e Índia superam o Brasil.

Perto de completar 120 anos, a siderúrgica Gerdau terá, pela primeira vez, uma mulher à frente de uma de suas operações industriais, dentro de um setor ainda predominantemente masculino. Engenheira de 43 anos, Michele Robert acaba de assumir o cargo de presidente da Gerdau Summit, que nasceu com foco no fornecimento de peças para a geração de energia eólica e cujo controle é dividido com as japonesas Sumitomo Corporation e Japan Steel Works (JSW). A unidade fica em Pindamonhangaba, no Vale do Paraíba, interior de São Paulo.

Com presença forte no exterior, a Gerdau é hoje uma das poucas empresas brasileiras a abrir seus dados relacionados à agenda ambiental, social e de governança (ESG, pela sigla em inglês), antes mesmo de o assunto ganhar os holofotes no País, com o aumento de pressão por parte de investidores. Além de dar mais transparência, a companhia tem trabalhado em paralelo em programas internos para ajudar na formação de profissionais em busca de diversidade, incluindo a de gênero. Para a posição de chefia da Summit, contudo, a decisão foi atrair Michele, que estava há 18 anos na General Electric (GE), já ocupando um cargo de liderança. "Finalmente a Gerdau terá uma mulher à frente de uma de suas operações industriais, o que é coerente com a transformação da empresa, que está a todo vapor. As empresas precisam ter mais exemplos dentro de casa (em relação à diversidade). É necessário ter referência", comenta a executiva.

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Mãe de duas filhas, uma de 13 e outra de 15, Michele foi morar aos 18 anos em Buenos Aires, capital da Argentina, quando seu pai, que trabalhava na Ford, foi transferido. Lá entrou na universidade no curso de engenharia mecânica, no Instituto Tecnológico, em sala com apenas quatro mulheres em um mar de rapazes. Os estudos acabaram sendo finalizados nos Estados Unidos.

Michele irá encarar, 25 anos depois, uma situação semelhante na planta que comandará. Na equipe de 700 pessoas, cerca de 90% são homens. A ideia é, aos poucos, começar a mudar essa proporção.

Michele chega à Gerdau Summit já com algumas metas. Além, é claro, de ajudar a dar um impulso na diversidade, o plano é "dobrar ou triplicar" a operação, que busca diversificar sua atuação - algo que a pandemia mostrou ser necessário. Hoje com o foco em cilindros para energia eólica, a unidade já está em processo de homologação de produtos para atender outros setores, como mineração e açúcar e álcool.

Pirâmide

A Gerdau tem apostado em programas em suas bases para alavancar a diversidade na companhia, que possui atualmente 30 mil funcionários. De janeiro para cá, o número de mulheres diretoras que reportam diretamente ao presidente Gustavo Werneck - que desde que assumiu o posto, há quase três anos, tem colocado o assunto na mesa ESG tanto dentro quanto fora da Gerdau - passou de zero para três. Do ano passado até agora, o porcentual feminino nos cargos de liderança passou de 18% para 20,4%.

Além de iniciativas que buscam trazer mais diversidade, como um programa de trainee no qual 50% das contratações foram mulheres e um programa de estágio destinado a negros, a Gerdau vai atrelar metas relacionadas ao tema ESG ao bônus de longo prazo dos executivos da companhia.

A diretora global de Pessoas e Responsabilidade Social, Caroline Carpenedo, que iniciou sua carreira na Gerdau há 15 anos como trainee, conta que, nessa trajetória de se buscar mais diversidade na companhia, alguns dos processos de recursos humanos foram alterados. Para a seleção de grande parte dos cargos, por exemplo, foram retiradas informações como nome e endereço dos candidatos. Outra medida foi deixar de exigir inglês para postos em que seu uso não é necessário no dia a dia, e oferecer o curso nos casos em que a língua seja necessária em movimentos na carreira. "Temos trabalhado em dar as ferramentas", diz.

Caroline comenta que, nessa busca por uma empresa mais diversa, é preciso planejamento. Para esse tipo de progresso, além de começar a preparar a base de profissionais, a Gerdau estabeleceu à liderança da empresa uma meta bastante clara: na hora de se preparar o mapa de sucessão é preciso ter a indicação de ao menos uma mulher. Se a leitura for de que nenhuma executiva está pronta é preciso colocar a mão na massa para preparar as candidatas. Aos poucos os números do setor podem começar a mudar. No Brasil, a indústria siderúrgica emprega 112 mil pessoas, sendo 66,7 mil de efetivos, conforme dados do Instituto Aço Brasil (IABr). Do total, apenas 9% são mulheres.

"Em um momento em que as questões ESG ganham cada vez mais relevância, um avanço nessa agenda por parte das empresas, além de fazer-se necessário, tem sido monitorado de perto pelos investidores", comenta a analista de Research especializada em ESG da XP, Marcella Ungaretti.

A professora da FGV, Claudia Yoshinaga, aponta que é um marco importante ver mulheres assumindo posições de liderança em setores historicamente tido como masculinos. "São inúmeras pesquisas que confirmam o benefício da diversidade, não só de gênero, para as empresas, trazendo diferentes perspectivas, mais produtividade e inovação."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os ventos sopram forte para se transformarem na segunda maior fonte geradora de energia do Brasil já a partir do próximo ano, somente atrás da eletricidade que é retirada das turbinas de hidrelétricas. As usinas eólicas, que até meados de 2010 eram vistas como "experimentos" do setor elétrico, entraram de vez para a base de sustentação de abastecimento do País, e menos de uma década depois respondem por 8,5% da potência instalada em território nacional.

Nestes meses de agosto e setembro, período que já passou a ser conhecido como a "safra dos ventos", as usinas eólicas têm batido recordes. É quando a ventania ganha ainda mais força nas Regiões Nordeste e Sul do País, onde hoje giram 6,6 mil cataventos espalhados por 534 parques eólicos.

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"Com a expansão de projetos já contratada, as eólicas devem ultrapassar a geração térmica e a biomassa em 2019 ou, no máximo, em 2020", diz Elbia Gannoum, presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica).

Hoje, 64% do potencial elétrico nacional vem de turbinas de hidrelétricas. As usinas a biomassa representam fatia de 9,2%, mas as eólicas já são 8,5% da matriz e crescem a um ritmo superior a 20% ao ano, muito acima das demais fontes.

No dia a dia do consumo, porém, a presença dos ventos tem sido superior. É justamente no período seco - de abril a novembro, quando a maior parte dos reservatórios precisa ser preservada - que a ventania ganha mais força. Nas últimas semanas, uma média de 14% da energia que abastece todo o País tem sido retirada de torres eólicas. Uma semana atrás, os cataventos suportaram nada menos que 72% da energia consumida por toda a Região Nordeste.

Pressão

Para o governo, que há quatro anos não consegue licitar mais nenhuma grande hidrelétrica por causa do forte impacto ambiental desses empreendimentos - principalmente aqueles previstos para serem erguidos na Região Amazônica -, as fontes eólicas passaram a aliviar a pressão sobre o abastecimento e tornaram a geração menos dependente dos barramentos de rios.

"É importante entender, porém, que as fontes de energia não competem entre si, elas são complementares. As eólicas estão aí para provar isso. É uma oportunidade da qual o País não pode abrir mão", diz Eduardo Azevedo, secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia (MME).

A energia gerada pela força dos ventos faz parte da matriz energética desde 1992, com o início da operação da primeira turbina eólica, em Fernando de Noronha (PE).O crescimento da fonte eólica, no entanto, pode enfrentar alguns problemas, alerta Ricardo Baitelo, coordenador de Clima e Energia do Greenpeace e conselheiro da organização Uma Gota no Oceano.

"Já há pressão no governo para que as fontes de geração eólica e solar tenham reduzidos seus incentivos ligados ao custo de transmissão de energia", comenta Baitelo. "Se isso ocorrer, pode comprometer o desempenho dessas fontes." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Inédita no Brasil, a geração de energia eólica no mar começa a dar seus primeiros passos no País pelas mãos da Petrobrás. O negócio promete ser tão bem sucedido quanto a geração eólica em terra, disse o diretor de Estratégia, Organização e Sistema de Gestão da estatal, Nelson Silva. A licitação para a instalação de uma planta-piloto da empresa no Rio Grande do Norte será feita ainda este ano, revelou o executivo, que aguarda o licenciamento do projeto no Ibama para iniciar o processo.

A ideia é instalar torres de geração eólica, ou aerogeradores no jargão do setor, ao lado de plataformas em campos rasos do Nordeste, região brasileira com maior potencial para gerar energia a partir do vento. "A vantagem no offshore (no mar) é que se espera um fator de capacidade maior do que em terra", explicou Silva. A previsão é que a planta-piloto comece a funcionar em 2022.

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O fator de capacidade do Brasil, índice que mede o grau de aproveitamento dos aerogeradores para produzir energia eólica, é um dos maiores do mundo. Em janeiro, complexo eólico no Ceará, de propriedade da Echoenergia teve média do fator de capacidade superior a 60% ante 25% da média mundial. A vantagem da geração no mar, dizem especialistas, é que os aerogeradores, ou turbinas eólicas, podem ter capacidade maior do que os instalados em terra.

O Brasil começou a gerar energia eólica em 2005 - pouco menos do que 30 megawatts (MW). Em 2009, quando ocorreu o primeiro leilão do governo incluindo a oferta de empreendimentos eólicos, o Brasil gerava 600 MW. Hoje, essa geração ultrapassa os 13 mil MW e, somente com os leilões já realizados, deve atingir 17,8 mil MW em 2023. Atualmente, a geração eólica abastece 10% da população brasileira, ou 22 milhões de pessoas, segundo dados da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica).

"A média da capacidade dos aerogeradores do Brasil em terra gira em torno de 2 megawatts, mas no mar já tem máquina operando com 8 megawatts", informa o presidente do Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia (Cerne), Jean-Paul Prates, um dos primeiros defensores da inclusão da energia eólica como fonte de geração de energia no Brasil. Esta semana, ele promove no Rio Grande do Norte o 10.º Fórum Nacional Eólico, onde o tema será discutido, precedendo a maior feira do setor, a Brazil Windpower, que terá pela primeira vez um painel dedicado apenas à geração eólica offshore, com participação da Petrobrás.

Segundo o Ibama, a Petrobrás entrou com o pedido de licença ambiental para a planta-piloto de geração eólica offshore em maio e o órgão já emitiu o Termo de Referência para que a empresa elabore o Relatório Ambiental Simplificado (RAS) para obter autorização. Pelo fato de já ter um equipamento no campo (plataforma), o Ibama já possui estudo ambiental do local, informou o órgão.

Se o projeto se mostrar economicamente viável, a expectativa do diretor da Petrobrás é de que seja a primeira de uma série de unidades que irão comercializar energia elétrica no mercado brasileiro a partir da geração eólica no mar. Para acelerar os investimentos, a estatal busca a parceria de empresas com experiência no segmento, como a francesa Total e a norueguesa Equinor (ex-Statoil).

"Vamos utilizar a experiência dessas empresas e os próprios dados que temos das medições das plataformas no Nordeste e da geologia do local, da medição de ventos e das marés", explicou Silva. Segundo ele, a Petrobrás já está mais forte financeiramente e pode começar a olhar projetos de mais longo prazo e a investir em energia renovável. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A empresa Tecsis, principal fabricante de pás para usinas de geração eólica no País, demitiu 400 trabalhadores e desativou uma das seis unidades de produção na região de Sorocaba, interior de São Paulo. De acordo com o Sindicato dos Químicos de Sorocaba e Região, a mudança de jornada na unidade principal da empresa reduziu o número de colaboradores em todas as linhas de produção. A fábrica operava 24 horas de segunda a domingo e passou a trabalhar 19 horas por dia de segunda a sábado. A empresa informou que a medida foi tomada para adequar a estrutura de produção aos contratos vigentes.

De acordo com o presidente do sindicato, Carlos Alberto dos Santos, o número de dispensados pode ser ainda maior. A Tecsis, diz ele, vem reduzindo gradativamente o número de trabalhadores desde 2014, quando tinha 7,8 mil empregados em seu quadro funcional na região, que inclui uma unidade em Itu. "O ano terminou com a Tecsis empregando 6,5 mil trabalhadores, mas as demissões prosseguiram em 2015 e o ano fechou com 5,9 mil empregados", informou Santos.

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Conforme o relato, neste ano, as demissões não pararam. Em junho e julho foram dispensados 350 funcionários, sendo a maior parte da área administrativa, incluindo executivos e diretores da empresa.

Entre agosto e setembro, segundo o sindicato, foram dispensados mais 400 funcionários, o que reduz o quadro atual para cerca de 5 mil trabalhadores. "Diante de tudo isso, o Sindicato entrou em contato com a empresa e esta informou que as dispensas têm ocorrido em razão da redução dos pedidos, gerando queda na produção e, consequentemente, ociosidade dos trabalhadores", diz a nota da entidade. O sindicato informou ter iniciado negociação com a Tecsis para evitar novas demissões neste ano.

De acordo com Santos, o que se ouve é que a empresa está reduzindo as atividades nas plantas de Sorocaba e Itu para concentrar a produção na fábrica de Camaçari, na Bahia.

Indagada a respeito dessas mudanças, a empresa não se pronunciou. Sobre as demissões, a Tecsis informou em nota que as dispensas são decorrentes de mudança na jornada de trabalho na principal unidade da empresa em Sorocaba, mas não confirmou, nem desmentiu os números apresentados pelo sindicato. "A alteração foi implementada para adequar a estrutura de produção aos contratos vigentes. Esta mudança implicou na redução do número de colaboradores e na realocação de funcionários nas demais plantas industriais", informa a nota. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

É na crise que surgem as grandes oportunidades.

Muito tem se falado da crise econômica que assola o país deixando milhares de desempregados e causando recessão em vários setores da economia. Entretanto, apesar do atual quadro econômico, a frase com a qual abri esse texto é uma realidade para o setor de energia limpa, como as de geração de energia eólica e solar, que continuam mostrando dinamismo e projetando crescimento para os próximos anos, registrando bons níveis de desenvolvimento e atraindo investidores.

O Brasil é o sétimo país do mundo que mais investe em energia limpa e o sexto mais atrativo devido às condições naturais. Atualmente, somos o quarto maior produtor de energia eólica no mundo, ficando atrás apenas da China, Alemanha e Estados Unidos, respectivamente. Entretanto, essa não é a principal fonte energética do nosso país.

A liderança energética no Brasil ainda é da energia hídrica, que responde por 66,7% da produção, seguidos por combustíveis fósseis (17,5%), biomassa (8,8%) e energia nuclear (1,3%), segundo dados da Aneel. Vale ressaltar que a energia eólica é a segunda fonte mais barata, sendo superada apenas pela hídrica, e apesar disto, hoje, representa apenas 5,81% da produção.

Além de garantir a segurança do sistema elétrico, os baixos custos fazem a energia eólica ser altamente competitiva. Tal informação tem respaldo nos resultados de crescimento global do setor, que, mesmo em tempos de crise, colocou o Brasil na 10ª posição no ranking mundial de capacidade instalada em 2015. Foram R$ 20 bilhões em investimentos e 41 mil empregos gerados.

É impressionante o nível de crescimento dos segmentos eólico e solar, que crescem a taxas de dois dígitos por ano e, com alto potencial de expansão. Juntos, ambos devem criar 828 mil empregos até 2020. Além dos estímulos públicos e de compromissos ambientais internacionais, o fator que está gerando esse grande crescimento é a redução no custo de implantação, graças ao ganho de escala e inovações tecnológicas. 

A iminência de uma crise climática coloca desafios sem precedentes a todas as nações. Há um forte movimento mundial para se reduzir a dependência dos combustíveis fósseis, como o carvão mineral, gás natural e o petróleo, e aumentar a participação das energias renováveis.

De acordo com o Greenpeace, o Brasil pode ter sua matriz energética majoritariamente limpa até 2050. Segundo o relatório [R]evolução Energética, daqui a aproximadamente 30 anos, a matriz pode contar com 66,5% de fontes como vento, sol e biomassa para alimentar os setores elétrico, industrial e de transportes.

O alto índice de crescimento do setor de energia limpa é justificado por uma série de fatores, não apenas a crise econômica e o baixo custo de produção. O segmento tem unido todas as características que propiciam o desenvolvimento em qualquer setor: baixo custo, oportunidade, tecnologia e projeção de longevidade do negócio.

O Brasil tem recursos naturais de sobra para se tornar uma potência energética limpa. Ao contrário do que acontecia no passado, as energias renováveis – em especial a solar e eólica – são mais competitivas que o carvão e ainda utilizam recursos locais e criam mais empregos. Utilizar a energia renovável agora é mais uma vantagem econômica e capaz de reduzir a dependência de combustíveis importados.

O Brasil aumentou em 46% sua capacidade instalada de energia eólica em 2015, acrescentou 2,754 GW de novas instalações. Com isso, o País passou a somar 8,72 GW de capacidade instalada e conquistou a décima colocação entre os maiores produtores de energia eólica, com 2% da capacidade global, passando a constar no ranking TOP 10 eólico, elaborado pelo Global Wind Energy Council (GWEC).

A entidade ponderou que o montante corresponde aos projetos totalmente comissionados, mas salientou que parte desse volume ainda depende de conexões com rede de transmissão.

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A nova capacidade adicionada pelo Brasil correspondeu a 4,4% do total de novas instalações de geração de energia a partir dos ventos em todo o mundo. Segundo a entidade, em todo o mundo foram instalados 63,01 GW, o que correspondeu a um crescimento da ordem de 17%, atingindo 432,419 GW no final de 2015.

A China, que já é o país com maior capacidade instalada, respondendo por 33,6% do total, foi responsável pelo maior volume de novas instalações, 35,5 GW, ou 48,4% da capacidade adicionada no ano passado. EUA, com 8,6 GW de novas instalações, e Alemanha, com 6,01 GW, também se destacaram com aumento da capacidade.

Segundo a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), os 8,72 GW instalados no Brasil representaram um investimento total acumulado superior a R$ 52 bilhões, com a geração de 130 mil empregos por toda a cadeia produtiva, e cerca 16 milhões de toneladas de CO2 evitadas.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamento para três complexos de energia eólica no País, com volume total de recursos de R$ 1,07 bilhão. Os recursos contemplam dois financiamentos de longo prazo, para projetos no Ceará e no Rio Grande do Norte, além de empréstimo-ponte para um complexo com 12 usinas eólicas e linhas de transmissão no Rio Grande do Sul. A previsão é que os projetos tenham potencial de geração de até 480,19 MW.

O Complexo de Itarema (CE) receberá R$ 652,5 milhões, com potencial instalado de 207 MW. Ao todo, ele terá nove parques eólicos que serão construídos em duas fases, com previsão de inauguração completa até setembro do próximo ano. A primeira fase deverá entrar em operação em fevereiro com quatro usinas, segundo o banco de fomento. A expectativa é que o projeto gere 2,4 mil empregos diretos e 2,5 mil indiretos. Do total de recursos liberados, R$ 3,5 milhões serão aplicados em projetos sociais no entorno do complexo eólico, ainda não definidos.

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Cada um dos parques eólicos do projeto constitui uma Sociedade de Propósito Específico (SPE), ligadas à Itarema Geração de Energia S.A., do fundo de investimentos Rio Energy, ligado à gestora de private equity americana Denham Capital. De acordo com o BNDES, cada SPE foi beneficiada por financiamento da linha project finance. "Para cada uma foi feita uma operação nessa modalidade, em que o pagamento é calculado com base no fluxo de caixa das empresas", diz o banco, em nota.

O BNDES também liberou R$ 273 milhões para o projeto do Complexo Vamcruz, localizado na Serra do Mel (RN). O empreendimento é capitaneado pela holding de mesmo nome formada pela Centrais Hidroelétricas do São Francisco (Chesf), com 49%, em associação com o francês Grupo Voltalia (25,6%) e o cearense Encalso Construções LTDA (25,4%). Ao todo serão quatro parques eólicos com potencial de geração de 93 MW. Também está prevista a destinação de R$ 3 milhões para projetos sociais, como a expansão do abastecimento de água na região.

O terceiro projeto contemplado pelo BNDES é o Complexo de Hermenegildo, nos municípios de Santa Vitória do Palmar e Chuí, no Rio Grande do Sul. Foram aprovados R$ 144,9 milhões em empréstimo-ponte para implantação de 12 usinas eólicas e seu sistema de transmissão. "O empréstimo-ponte visa agilizar a realização de investimentos por meio da concessão de recursos no período de estruturação da operação de longo prazo. Os pedidos de empréstimos-ponte foram apresentados pelas quatro SPEs constituídas pela Eletrosul em sociedade com a Renobrax para construir e operar as usinas", informou o banco.

As sociedades referentes ao empreendimento foram vencedoras do Leilão de Energia Nova, de novembro de 2013. O objetivo é a venda de energia por meio de Contratos de Comercialização de Energia no Ambiente Regulado (CCEAR), pelo período de 20 anos com contratos reajustados pelo IPCA. Ao todo, o potencial de geração é de 180,79 MW.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou a abertura de consulta pública sobre o edital para o 2º Leilão de Reserva de 2015, previsto para ocorrer no dia 13 de novembro. O certame contratará novos empreendimentos eólicos e fotovoltaicos por 20 anos, cujo início de fornecimento de energia está previsto para 1º de novembro de 2018.

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) cadastrou 1.379 projetos, que totalizam 38.917 megawatts de potência, sendo 730 empreendimentos eólicos e 649 parques solares. A audiência pública ficará aberta de 26 de agosto a 26 de setembro.

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A produção de energia eólica aumentou 44,4% no último ano, segundo a edição do Boletim de Operações de Usinas da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). A comparação é entre os meses de maio de 2013 e 2014.

No mesmo período, a geração de energia termelétrica aumentou 20,7%. Apesar de apresentar uma redução de 5,1%, a energia produzida por hidrelétricas mantém-se predominante, sendo responsável por 66,5% da produção brasileira.

De acordo com a CCEE, em maio, fontes eólicas produziram 747 megawatts (MW) médios e térmicas, 17.307 MW médios. O boletim informa que o salto na entrega das térmicas foi impulsionado pelas usinas nucleares: foram produzidos 1.763 MW médios – número 154,1% acima do registrado em maio de 2013. As usinas térmicas a carvão geraram 1.823 MW médios (aumento de 37,3%) e as de biomassa 3.038 MW médios, produção 21,6% superior à registrada em maio de 2013.

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A capacidade instalada somou 127.026 MW provenientes de 1.118 usinas que estão operando comercialmente no período. Ainda segundo o boletim divulgado nesta terça-feira (15), a geração total de energia pelas usinas do Sistema Integrado Nacional foi 60.978 MW médios. Apesar de a geração ter sido 2,8% inferior à registrada em abrile, é 1,8% maior do que o resultado obtido em maio de 2013.

O pré-candidato ao Senado pela Frente Popular de Pernambuco, Fernando Bezerra Coelho (PSB), acredita que a implantação do polo de energia eólica pode ser uma alternativa econômica para o Sertão do Araripe. O pessebista defendeu a ideia durante a agenda que está realizando pela região, ao lado dos pré-candidatos a governador e vice, Paulo Câmara (PSB) e Raul Henry (PMDB).

“O projeto já existe e está sendo desenvolvido pelo Governo Federal. Precisamos realizar os estudos necessários para conhecer a viabilidade econômica, mas os indicadores mostram que temos um grande potencial para gerar energia limpa aqui no Araripe”, declarou FBC, durante reunião no município de Ouricuri, com os integrantes do Consórcio Intermunicipal do Araripe (Cisape).

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O ex-ministro fez questão de ressaltar que os arranjos produtivos locais devem ser reforçados, como a produção de gesso e queijos. “Investimos R$ 5 milhões para a produção de queijos numa experiência que está servindo de modelo para todo o país. A produtividade aumentou, mas agora temos que trabalhar para adquirir novos equipamentos, que permitam aos empresários disputar mercados fora do estado e gerar mais empregos e renda”, afirmou durante a passagem por Bodocó. 

 

O Ministério de Minas e Energia (MME) aprovou a classificação como "prioritários" de mais dois projetos de centrais geradoras de energia eólica no País. As portarias estão publicadas no Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira, 26.

Os dois projetos referem-se a centrais do grupo CPFL Energias Renováveis. O primeiro é da Central Geradora Eólica EOL Pedra Preta, de titularidade da Central Geradora Eólica Denominada EOL Pedra Preta, localizada no município de João Câmara (RN), com potência instalada de 20.700 kW.

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O segundo, também da CPFL Energias Renováveis, refere-se ao projeto da Central Geradora Eólica EOL Macacos, de titularidade da empresa SPE Macacos Energia S.A. Também localizada no município de João Câmara (RN), a central tem potência instalada de 20.700 kW.

Segundo o artigo 2º da Lei 12.431/2011, ao serem considerados prioritários, os projetos de investimento na área de infraestrutura ou de produção econômica intensiva de pesquisa, desenvolvimento e inovação são beneficiados por incentivos fiscais quando da emissão de debêntures. Nesses casos, os rendimentos auferidos com a operação estão sujeitos ao imposto de renda exclusivamente na fonte, à alíquota de 15% para investidores pessoas jurídicas, e de zero para pessoas físicas.

O 5º Leilão de Energia de Reserva, exclusivo para contratação de energia eólica, o primeiro do gênero realizado desde 2011, foi concluído em apenas 40 minutos nesta setxa-feira, 23. De acordo com informações disponibilizadas na página eletrônica da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), o preço médio da energia contratada no leilão ficou em R$ 110,51 por MWh, o que representa um deságio de 5,55% em relação ao preço-teto imposto inicialmente, de R$ 117,00 MWh. O valor máximo dentre as propostas aprovadas no leilão foi de R$ 116,29 por MWh, deságio de 0,61%. O mínimo, de R$ 98,50 por MWh, com deságio de 15,81%.

O volume transacionado no leilão totalizou R$ 13,087 bilhões em contratos, para um total de 118,4 milhões de MWh. Os projetos demandarão investimentos de R$ 5,457 bilhões. A potência contratada foi de 1.505 MW, o equivalente a 16,72% da capacidade total habilitada pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Foram contratados no leilão 66 projetos, de um total de 377 empreendimentos habilitados.

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O presidente da EPE, Mauricio Tolmasquim, classificou o preço médio de R$ 110,51 por Mwh como "surpreendentemente baixo". A análise feita por Tolmasquim é baseada no momento particular da economia brasileira. "Temos um momento de desvalorização do câmbio e, apesar de o financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) estar vinculado a uma taxa de 60% de conteúdo nacional, há o efeito do câmbio", ponderou Tolmasquim.

Além da questão cambial, as exigências impostas aos participantes do certame também pressionam o cálculo do preço ofertado pelas empresas energéticas. O leilão de hoje exigia garantia de 90% de probabilidade de que o parque contratado produzirá toda a energia vendida no leilão. Além disso, a contratação dos projetos estava condicionada à garantia de conexão junto à rede de transmissão.

Esses fatores tornam a comparação de preços entre os projetos eólicos vencedores deste leilão de energia de reserva e os ganhadores do último leilão A-5 mais difícil. Questionado sobre a razão de os preços do atual leilão terem ficado na casa de R$ 110/MWh, contra níveis inferiores a R$ 100/MWh no A-5, Tolmasquim destacou que o certame para a oferta dentro de cinco anos envolvia valores pequenos. "Não podemos dizer que aquele é o preço da (energia) eólica. Agora sim estamos contratando uma quantidade grande", destacou Tolmasquim, sugerindo que o patamar de R$ 110/MWh está mais adequado ao real cenário dos projetos eólicos no Brasil.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) divulgou as condições de financiamento para os projetos vencedores do leilão de energia de reserva para a contratação de usinas eólicas. O certame está marcado para sexta-feira, 23, e a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) habilitou 377 empreendimentos, totalizando 8.999 megawatts (MW) de capacidade instalada.

Segundo nota do banco de fomento distribuída na noite desta quarta-feira, 21, as novas políticas de crédito incluem a redução do índice de cobertura da dívida de 1,3 para 1,2 e a possibilidade de o empreendedor converter o instrumento de amortização da dívida do Sistema de Amortização Constante (SAC) para o sistema Price. Isso poderá ser feito nos casos em que a tomadora do crédito do BNDES emitir debêntures de infraestrutura como forma de cofinanciar o investimento.

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Ainda de acordo com o comunicado, o objetivo é "possibilitar um melhor aproveitamento da geração de caixa da empresa no pagamento das debêntures, contribuir para desenvolver o mercado de capitais de longo prazo, complementarmente ao crédito do BNDES, e aumentar a atratividade dos projetos para os investidores".

Outras condições de financiamento são: prazo de amortização da dívida em 16 anos; custo financeiro de TJLP, mais remuneração básica do BNDES de 0,9% ao ano; e taxa de risco de crédito de até 2,87% ao ano, conforme o rating do cliente. "Destaca-se que a taxa de risco de crédito média praticada pelo BNDES para projetos de geração de energia nos últimos cinco anos foi de 1,22% ao ano", diz o BNDES.

De olho no crescimento da indústria de energia eólica no Brasil nos próximos anos, a GE planeja uma série de novos investimentos para consolidar sua posição como uma das principais fornecedoras de equipamentos eólicos do País. O entusiasmo da multinacional e as declarações sobre novos projetos para o mercado brasileiro coincidem com um período em que o setor vive momentos de incerteza.

Segundo o gerente geral de Energias Renováveis da GE Power & Water, Jean-Claude Robert, a companhia investirá em torno de US$ 5 milhões na construção de uma fábrica de aero geradores, cujas obras devem ter início ainda no segundo semestre deste ano.

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O executivo não revela detalhes sobre a capacidade produtiva e a localização da nova unidade, mas diz que a intenção da companhia é que a instalação esteja concluída até o dia 1º de janeiro de 2015. Esse é o prazo determinado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para que os fabricantes passassem a produzir os componentes de alta complexidade de um projeto eólico no Brasil para que sejam credenciados ao Finame, uma linha especial de crédito do BNDES para a produção e a aquisição de máquinas e equipamentos novos.

No fim do ano passado, o banco estabeleceu novas regras para o Finame com o objetivo de estimular um maior nível de nacionalização dos equipamentos eólicos. Robert explicou que a companhia já produzia as torres, o ‘hub’ e as pás dos parques eólicos no Brasil. "Hoje, a GE já atende as regras atuais do Finame", assegurou. O executivo citou como exemplo do aproveitamento de conteúdo nacional a parceria com a empresa brasileira Tecsis, de quem a GE adquire as pás eólicas para a instalação dos empreendimentos.

Considerando que a participação da energia eólica na matriz elétrica saltará do atual 1,69% para 5,5% em 2017, de 2,09 mil MW de capacidade instalada para 8,8 mil MW, segundo os dados da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeolica), Robert afirmou que a nova fábrica de aerogeradores atenderá, inicialmente, a demanda do mercado brasileiro.

Porém, o executivo não descarta a possibilidade de a instalação servir, no futuro, para suprir a demanda de outros países da região. "A fábrica terá capacidade de expansão. Só que tudo dependerá de quanto o Brasil vai querer contratar de energia eólica nos leilões", argumentou. Até o fim do ano, a GE terá mais de 1 mil MW de turbinas eólicas instaladas no Brasil em operação comercial.

Competitividade

Caso o Brasil se torne uma plataforma de exportação de equipamentos eólicos para os outros países, o executivo explicou que essa produção terá de ser competitiva. Isso porque, além de competir com os produtos de outras marcas, a unidade brasileira terá que concorrer também com as fábricas da própria GE em países como EUA e China.

Além da fábrica, a GE inaugurou na sexta-feira, 28, na Bahia, seu primeiro centro de serviços de energia eólica no País, com investimento de US$ 1,5 milhão. O suporte à indústria eólica no País também virá do novo Centro de Pesquisas Global, em fase de construção no Rio de Janeiro, a quinta instalação do tipo da GE no mundo. Segundo o executivo, a companhia vem trabalhando no sentido de adaptar as suas turbinas às características dos ventos brasileiros.

Todos esses investimentos da GE em energia eólica acontecem em um momento de grande incerteza da fonte no País. Excluídos do leilão de energia nova A-5 deste ano, os investidores eólicos viram o governo também adotar regras mais restritivas para a fonte nos leilões A-3 e de energia de reserva. Para participar dos certames, o governo só habilitará projetos que possuem garantia de conexão com a malha de transmissão.

Apesar do ambiente mais volátil, Robert reforçou a aposta da GE no mercado brasileiro de eólica e afirmou que a indústria se beneficiaria muito se a demanda anual pela fonte variasse entre 1,5 mil MW e 2,5 mil MW. "Vemos o mercado de energia eólica muito quente e todo mundo está se preparando para o leilão", disse o executivo, em referência ao leilão de energia de reserva, marcado para agosto deste ano e que será exclusivo para eólicas.

No início deste mês, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) informou que 16 mil MW de projetos eólicos foram cadastrados para o certame, mas o número deve cair de forma substancial por causa da regra de garantia de conexão ao sistema de transmissão. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Apontado como o maior complexo de produção de energia eólica da América Latina, com 14 parques distribuídos pelos municípios de Caetité, Igaporã e Guanambi, no sudoeste da Bahia, o Alto Sertão I, da Renova Energia, foi inaugurado na manhã desta segunda-feira, com um evento em Caetité, a 757 quilômetros de Salvador.

Com 184 aerogeradores, capazes de produzir 294,4 MW - segundo a empresa, volume suficiente para abastecer uma cidade com 540 mil residências -, o complexo consumiu R$ 1,2 bilhão, mas ainda não vai distribuir a energia gerada ao Sistema Integrado Nacional (SIN).

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O problema está na instalação de 115 quilômetros da rede de transmissão no trecho entre os municípios de Igaporã e Bom Jesus da Lapa, a cargo da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), que não foi concluída. De acordo com informações da estatal, os trâmites para o licenciamento ambiental para a instalação da rede atrasaram a execução das obras, que foram liberadas no fim de abril. A expectativa é que a rede esteja funcionando apenas no ano que vem.

O atraso deve refletir em prejuízo para o governo federal, que se comprometeu, no contrato assinado no Leilão de Energias Renováveis de 2009, a pagar por uma parcela da energia gerada dentro do cronograma estabelecido - que está sendo cumprido pela Renova. A conta aos cofres públicos deve ultrapassar R$ 15 milhões mensais.

Apesar do contratempo, o governo baiano está confiante na consolidação do Estado como pólo de produção de energia eólica no País. Segundo dados da Secretaria da Indústria, Comércio e Mineração , a Bahia tem previsão de instalação de 57 projetos de energia eólica, com investimento total de R$ 6,5 bilhões, que vão acrescentar 1.418 MW à rede elétrica. Em janeiro, o Estado licenciou outros 133 projetos para implantação de complexos eólicos, que somam mais cerca de 3.200 MW de potência à rede.

A Eletrobras tem em carteira projetos de geração de energia eólica que totalizam uma capacidade de 5 mil MW, disse nesta quinta-feira o presidente da estatal, José da Costa Carvalho Neto. Segundo ele, esse portfólio é composto de empreendimentos em construção e de projetos que ainda serão implementados e em estudo. O executivo esteve em evento realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) para apresentação de relatório sobre sustentabilidade.

Apesar dos investimentos previstos nessa fonte, Costa Neto ressaltou que a prioridade da Eletrobras continua sendo as hidrelétricas. De acordo com ele, os custos da implantação de projetos de geração eólica estão hoje entre R$ 3,5 mil a R$ 4 mil reais por KW. "Na nossa matriz, o carro chefe é a hidrelétrica. Temos um vasto potencial (nesse segmento). A eólica é um complemento importante", declarou, acrescentando que alguns desses projetos eólicos podem não ser executados.

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O executivo disse, ainda, que o potencial eólico do Brasil (medido a 100 metros de altura) é hoje de 340 GW.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) informou nesta terça-feira (13), que a diretoria da instituição aprovou o crédito de R$ 1,8 bilhão para a instalação de 26 parques eólicos no Rio Grande do Norte. Os recursos serão aplicados em quatro projetos distintos, que juntos somarão 628,8 megawatts em potência instalada, segundo o BNDES.

O crédito do banco corresponde a cerca de 70% do investimento total estimado para os projetos, que é de R$ 2,6 bilhões, mas o BNDES terá participações diferentes no custo total de cada um dos quatro empreendimentos.

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Para os dez parques eólicos do empreendimento União dos Ventos, nos municípios de Pedra Grande e São Miguel (com potência instalada de 169,6 megawatts e sistema de transmissão associado), o BNDES financiará 73,8% do investimento total de R$ 754,6 milhões, divididos pelas dez sociedades de propósito específico criadas para cada um dos parques.

No projeto de São Bento do Norte, o Grupo Galvão receberá financiamento do BNDES equivalente a 70,27% do investimento total de R$ 401 milhões, previstos para quatro parques eólicos que integram o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), com previsão de 94 megawatts de potência instalada.

O Complexo Eólico Asa Branca, da Contour Global do Brasil, terá 75% do investimento de R$ 600 milhões financiados pelo banco para a instalação de cinco parques que somam 160 megawatts em potência instalada.

Já o grupo Desa Eólicas vai receber financiamento de 67% do total de R$ 818 milhões que serão investidos em sete parques eólicos no projeto instalado nos municípios de João Câmara e Parazinho. Os parques somarão 205,2 megawatts em potência instalada.

Com a aprovação desse pacote de financiamentos para energia eólica, o BNDES fechará o ano com um salto de 275% nas aprovações de sua carteira para o setor, somando R$ 3,3 bilhões este ano. Em 2010, esse montante foi de R$ 1,2 bilhão.

A Companhia francesa Eolice investirá cerca de R$ 100 milhões na construção de uma fábrica no Complexo Industrial de Suape, onde produzirá pás para turbinas eólicas de geração de energia elétrica.

A construção da fábrica será em parceria com o LM Wind Power, grupo dinamarquês líder no seguimento de produção de pás eólicas em fibra de vidro, tendo produzido mais de 130 mil unidades desde 1978.

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O governador Eduardo Campos vai oficializar o empreendimento — com potencial de gerar 1500 empregos diretos em Suape — na manhã desta terça-feira (06), no Palácio do Campo das Princesas, ao assinar o protocolo de intenções.

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