Tópicos | Eugênio Aragão

O advogado da campanha política do PT, ex-ministro de Justiça no governo Dilma Rousseff Eugênio Aragão, disse nesta quarta-feira (5) que não houve má-fé na divulgação de programas e inserções de rádio e TV veiculados nos últimos dias em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda aparece como candidato à Presidência da República.

“Não foi afronta! Foi um problema técnico. Não conseguimos trocar todas as mídias em tempo”, disse o advogado.

##RECOMENDA##

Segundo Aragão a equipe de produção publicitária conseguiu refazer os conteúdos rapidamente, mas a troca das gravações com as que já haviam sido entregues às emissoras não foi concluída em tempo. O advogado garantiu que, apesar de o partido ter recebido notificações sobre esses programas, não houve aplicação de multas até o momento. “Só se repetir a mídia, e não temos pretensão de repetir”, disse.

Na madrugada do último dia 1º, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) rejeitou, por 6 votos a 1, o registro de candidatura de Lula à Presidência da República nas eleições de outubro, proibindo, também, que o ex-presidente apareça no programa eleitoral como cabeça de chapa. Pela decisão, o partido têm dez dias para substituir o nome do candidato ao Planalto. A expectativa era a da confirmação do nome do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad que, até então, figurava como candidato a vice-presidente.

Ao classificar a situação como delicada e complexa, Aragão disse que o PT vai seguir as determinações da Justiça, mas que vai manter Lula em 25% do tempo de propaganda que são reservados aos apoios à coligação. Segundo ele, em conversas que vem sendo mantidas com a Justiça, ficou claro que essa aparição está permitida. “Temos tido o cuidado para não extrapolar esse tempo”, disse.

Ontem (4), a defesa do ex-presidente entrou com um recurso no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo que a Corte afaste qualquer impedimento à candidatura do petista. Há dois dias, a direção do PT também havia anunciado que recorreria novamente ao Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) para reverter a situação.

Aragão definiu o momento como um limbo eleitoral e disse que vai esperar até o último momento para a definição da chapa. Com isso, a confirmação sobre o novo formato da chapa só será anunciada no dia 11.

O órgão internacional, provocado pelo jurídico do partido, emitiu no último dia 17 de agosto um comunicado ao governo brasileiro recomendando o reconhecimento dos direitos políticos do ex-presidente. O Itamaraty ressaltou, na data, o caráter único de recomendação do documento, sem que produza efeitos jurídicos.

No TSE, o PT acumula cinco derrotas diante de tentativas de manter direta ou indiretamente Lula na disputa. A última decisão do tribunal foi proferida ontem (4), quando o ministro Luís Felipe Salomão pediu a suspensão da divulgação de mais uma propaganda do partido na TV com a presença do ex-presidente.

Advogado de campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ex-ministro da Justiça no governo do PT, Eugênio Aragão criticou, nesta quinta-feira (16), a atuação do Judiciário no país e disse que o poder contribuiu para uma "nova qualidade do processo do golpe", como os petistas denominam o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, com a condenação de Lula e a manutenção da prisão dele. 

Ao iniciar a palestra de encerramento da disciplina "Golpe de 2016 e o Futuro da Democracia no Brasil", na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), na tarde de hoje, Eugênio afirmou que o imbróglio envolvendo o habeas corpus concedido ao ex-presidente em julho foi o que revelou a participação de setores da Justiça no processo. 

##RECOMENDA##

"O que aconteceu no 8 de julho foi um desserviço à esta mídia que se contenta com as formas, porque querendo ou não aqueles três parlamentares quando impetraram o habeas corpus arrancaram a máscara daqueles que estavam bem disfarçados de Justiça e mostraram com cores vivas todo este processo aberrante onde um juiz, de férias, liga para o chefe da polícia para ordenar a não cumprir a ordem de um desembargador. E mais, um desembargador, na folga do fim de semana, ir às pressas ao tribunal desautorizar seu colega plantonista e um presidente, que apesar da competência do plantonista, não acata a decisão dele", elucidou Eugênio.

Para o advogado, "a máscara caiu e isso tem vantagens e custos". "Aí a gente começa a entender o processo com mais facilidade. O malcaratismo se torna claro", observou o jurista. "É uma nova qualidade do processo do golpe e é neste momento que se coloca a candidatura de Lula para desafiar este processo. É muito delicado", acrescentou. 

Antes de usar esses argumentos fazendo ligação do impeachment com o processo de Lula, Eugênio Aragão também questionou a atuação das instituições chamando juízes de "protagonistas judiciais do golpe". 

"É difícil para quem não vive em Brasília compreender como é possível um Poder que a constituinte outorgou para se tornar ativo e imparcial ser parte de um complô político que afetou a legitimidade da constituinte. O Tribunal de Contas e o Ministério Público era, até tempos atrás, uma esperança para o Brasil. Aquela instituição tão adulada se transformou em um monstro", declarou, para uma plateia de alunos e professores da UFRPE. 

Advogado da campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Eugênio Aragão afirmou, nesta quinta-feira (16), que o petista precisa, mesmo estando preso, ter a garantia da visibilidade de um candidato à Presidência da República. Para isso, o ex-ministro da Justiça no governo do PT entrou com uma ação no Tribunal Regional Federal da 4 região (TRF4) pedindo autorização para que Lula participe do próximo debate televisivo entre os presidenciáveis na Rede TV. 

"Ele tem que ter visibilidade sim, ele é candidato. Já entramos com pedido para garantir a participação dele no debate da Rede TV e vamos entrar com outros nesta semana", informou Aragão, em passagem pelo Recife. 

##RECOMENDA##

Lula está preso desde 7 de abril deste ano, na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba para cumprir a pena de 12 anos e um mês de prisão pela qual foi condenado na Lava Jato, pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. A defesa tentou fazer com que Lula participasse do primeiro debate, que aconteceu na semana passada, mas a solicitação foi indeferida pelo tribunal.

Além disso, o advogado também já pediu a permissão de que sejam gravados vídeos de Lula para a campanha. "Lula é candidato do PT, agora é uma situação susgenere como insistem em mantê-lo afastado da disputa vamos ter que fazer a sua participação de acordo com o que a logística permite", argumentou Eugênio, mencionando também o fato de o ex-prefeito de São Paulo e vice na chapa ser o porta-voz oficial do candidato na campanha como estratégia. 

A candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), está sendo alvo de diversos pedidos de impugnação sob a justificativa de inelegibilidade, por enquadramento dele na Lei da Ficha Limpa, a partir da condenação na Lava Jato. De outro lado, a expectativa dos aliados do líder petista agora é quanto ao veredito da Justiça, se ele poderá ou não concorrer ao pleito.

 De passagem pelo Recife, nesta quinta-feira (16), o advogado da campanha de Lula e ex-ministro da Justiça, Eugênio Aragão, disse ao LeiaJá que era necessário "não alimentar muito a expectativa" diante das pendências judiciais eleitorais e, apesar disso, ponderou que luta pela candidatura de Lula "vale a pena".

##RECOMENDA##

 "Temos que ser conservadores nesta expectativa. Sabemos que há uma forte tendência hoje a se querer obstaculizar a participação dele nas eleições. O TSE é, de certa forma, composto por ministros com posições bastante conservadores em relação a assuntos como garantias fundamentais e presunção de inocência, a gente não pode alimentar muito [dando ênfase na última vogal] a expectativa, mas é uma luta que vale a pena" argumentou, antes de palestrar no encerramento da disciplina "Golpe de 2016", na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE).

 Apesar da ponderação comedida, Eugênio alegou que Lula tem precedentes no TSE a benefício dele. "Estamos no lado do direito e pelos precedentes Lula tem direito de se registrar e de concorrer. A causa contra ele foi política lá no Paraná e há possibilidade enorme de reversão disso", destacou o ex-ministro. "Sabemos que as provas são extremamente frágeis para não dizer fúteis. Em função disso, o Tribunal quando há essa possibilidade de reversibilidade então se dê o efeito suspensivo [da Lei da Ficha Limpa] e ele concorra", acrescentou.

 De acordo com Eugênio Aragão, Lula teria até a diplomação para reverter a condenação pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro na Lava Jato. "Ele tem que mostrar a sua elegibilidade até o momento da diplomação. É com isso que estamos contando, que ele pode reverter o processo legal e demonstrar a aptidão do Lula para concorrer", salientou o advogado.

 O TSE recebeu o registro da candidatura de Lula nessa quinta (15) e vários pedidos de impugnações já foram apresentados. A Justiça Eleitoral tem, segundo o calendário, até o dia 17 de setembro para se posicionar sobre as solicitações que barram a participação do ex-presidente no pleito.

Advogado do PT, o ex-ministro da Justiça Eugênio Aragão defendeu a tese de que a prisão domiciliar para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seria uma saída estratégica para a participação do líder petista nas eleições deste ano. A tese foi adotada pelo advogado do ex-presidente Sepúlveda Pertence e dividiu a equipe que defende Lula, uma vez que o outro advogado do petista, Cristiano Zanin, não concordou. 

"Na medida que Lula ficasse numa prisão domiciliar, ele teria condições de dar entrevista, condições de articular, de encontrar amigos, ele teria mais liberdade do que estando lá naquele espaço", declarou, após um debate promovido pela Ordem dos Advogados do Brasil em São Paulo, nessa segunda-feira (16). 

##RECOMENDA##

"A estratégia de Sepúlveda Pertence foi de comer pelas bordas e aos poucos ir liberando o regime dele. Acho perfeitamente legítimo. O advogado deve pensar nisso. É o interesse do cliente dele", acrescentou Aragão. 

Para o ex-ministro da Justiça, Lula em casa é melhor "em todos os sentidos". "Até para mim. É mais perto ir de Brasília para São Paulo do que para Curitiba. E eu acho São Paulo mais interessante como cidade", brincou. 

As divergências de estratégias entre Cristiano Zanin e Sepúlveda Pertence vieram à tona depois que Zanin desautorizou publicamente Sepúlveda por ter incluído o pedido para prisão domiciliar no memorial da defesa. Zanin disse que esse não era um desejo de Lula.

A crise no sistema penitenciário tem rendido críticas ao Governo Federal. A mais recente delas foi emitida pelo ex-ministro da Justiça durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), Eugênio Aragão. Para ele, a condução da pasta é “muita areia para a caçambinha” do atual ministro Alexandre de Moraes. 

Segundo Aragão, Moraes tem “histórico de arbitrariedades” e “conchavos com setores que são de alto risco para a sociedade, como a facção criminosa Primeiro Comando da Capital, o PCC”, quando esteve à frente da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo. 

##RECOMENDA##

“Isso já demonstra claramente qual o tipo de ator que esse governo do Michel Temer buscou para tratar de assuntos estratégicos do Estado, como são as penitenciárias. O Ministério da Justiça é muita areia pra caçambinha dele”, alfinetou. 

O ex-auxiliar de Dilma também lamentou a postura do ministro diante das mortes ocorridas em penitenciárias nos primeiros dias de 2017. Na ocasião, Moraes negou ter recebido o pedido de ajuda do Governo de Roraima. “É vergonhoso que um ministro da Justiça tenha que mentir para dizer que ele nunca recebeu qualquer tipo de pedido de ajuda para área penitenciária e depois a governadora ter que vir a público com o ofício que mandou para ele, bem como com a resposta dele”, criticou.

O ministro da Justiça, Eugênio Aragão, disse ter estranhado a forma como o presidente em exercício da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA), revogou a decisão de anular a sessão da Câmara que autorizou o Senado a deliberar sobre o impeachment da presidenta Dilma Rousseff. De acordo com o ministro, está evidente que, por trás disso, há o que, em suas palavras, é avaliado como “fenômeno das pressões políticas ilegítimas”.

Segundo Aragão, o problema é a forma como a revogação foi feita na noite de ontem (9). “Claro que a administração pode revogar os seus próprios atos. Não teria problema nenhum o presidente da Câmara revogar a sua decisão. Mas o modo como foi feito é estranho, porque não teve motivação nenhuma”, disse o ministro.

##RECOMENDA##

“Já que o ato [a anulação da sessão do impeachment] foi tão motivado e levou a tanta celeuma, por que o desfazimento daquele ato não teve motivação? Acredito que por trás disso temos, mais uma vez, o fenômeno das pressões políticas ilegítimas. Isso parece muito evidente”, disse o ministro.

Eugênio Aragão disse que Maranhão teria respondido a uma consulta feita pelo presidente da comissão especial do senado, Raimundo Lira (PMDB-PB), a respeito de pendências na Câmara dos Deputados. Consulta esta que, segundo Aragão, não tinha sido respondida por Eduardo Cunha. Foi para respondê-la que Maranhão verificou a pendência de questões que não tinham sido tratadas a tempo.

“Claro que as duas teses podem ser tratadas. Uma é a tese da preclusão [perda do direito de agir nos autos]; sobre se essas questões estavam preclusas no momento em que abriu a discussão do impeachment no Senado. A outra é quanto à extensão das supostas nulidades alegadas na Câmara, sobre a continuidade no Senado. São duas questões jurídicas antagônicas e duas teses que me parecem bastante sólidas, e que podem ser confrontadas”, disse o ministro.

“O fato é que, retirando, sem motivação nenhuma, a sua decisão anterior, continuamos tendo uma zona cinzenta de dúvidas sobre haver ou não a nulidade. Haveria a possibilidade de os partidos fecharem questão sobre o impeachment ou não havia essa possibilidade? Infelizmente, o despacho feito agora pelo presidente em exercício da Câmara não foi esclarecedor. Portanto, deixa pairar uma dúvida no ar”, acrescentou.

A dúvida, segundo ele, poderá ser arguida pela Advocacia-Geral da União no Supremo Tribunal Federal ou mesmo no próprio Senado. “É de se estranhar, neste momento, a avidez com que certos atores políticos buscam criar uma situação definitiva, quando, ainda, os argumentos da defesa estão longe de estar exauridos e conhecidos pelas instâncias que deverão julgar”, argumentou o ministro.

O ministro da Justiça, Eugênio Aragão, confirmou que o governo vai liberar, de uma só vez, o restante do orçamento da Polícia Federal (PF) previsto para este ano. Serão R$ 160 milhões, que se somam a outros R$ 840 milhões que a PF já recebeu.

O ministro disse que o dinheiro servirá para que a PF execute plenamente seu trabalho e, paralelamente, não faça "um circo" em suas operações. "Para fazer as operações, a PF precisa de dinheiro. Nós nunca embarreiramos essas operações. O que não queremos é que elas sejam um circo", afirmou Aragão.

##RECOMENDA##

Em tom de despedida do governo, o ministro disse que corre com as ações do ministério para que elas sejam executadas até o dia 11 de maio, quando está prevista a votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff no plenário do Senado.

Com menos de dois meses no cargo, Aragão afirmou que, em sua gestão, os delegados da PF têm adotado uma postura mais discreta do que na gestão do ex-ministro José Eduardo Cardozo. Ele elogiou a condução dos trabalhos pelo diretor-geral da PF, Leandro Daiello Coimbra.

"Os delegados têm sido mais discretos no meu período, mais profissionais, para que não haja nenhum desvio de conduta", afirmou.

A Advocacia-Geral da União (AGU) enviou nesta terça-feira (19) ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma manifestação em defesa da nomeação do ministro da Justiça, Eugênio Aragão, em que afirma não haver nenhum impedimento para que ele integre o governo da presidente Dilma Rousseff.

Uma ação do PPS questiona no Supremo o decreto da presidente que nomeou Aragão como ministro e pede para que ele seja afastado do cargo. Aragão é membro do Ministério Público e não poderia, portanto, ocupar cargos no Executivo. O governo alega, no entanto, que, por ter entrado na carreira em 1987, antes da promulgação da Constituição de 1998, ele estaria liberado para o cargo. A relatoria do caso é da ministra Cármen Lúcia.

##RECOMENDA##

No documento, assinado pela advogada da União Raquel Barbosa e subscrito pelo ministro-chefe José Eduardo Cardozo, a AGU sustenta que não há decisão do Supremo que proíba a nomeação de membros do Ministério Público que tenham ingressado na carreira antes edição da norma. "Não se pode falar em cabimento de uma ação que reclame a autoridade da Corte para uma decisão que nunca existiu, que sequer foi proferida", argumenta.

O documento ressalta também que é competência exclusiva do presidente da República nomear e exonerar ministros de Estado, e que o ato de Dilma "goza de presunção de legitimidade, veracidade e legalidade".

Além disso, afirma o documento, uma decisão pelo afastamento do ministro geraria "estrondoso impacto na ordem pública", deixando sem comando uma pasta de importante atuação para o País.

Aragão foi nomeado ministro da Justiça no mês passado, após o STF decidir que o então ocupante da vaga, Wellington César Lima e Silva, não poderia acumular o cargo com a carreira no Ministério Público. No entendimento dos ministros, a Constituição de 1988 estabeleceu restrição aos integrantes do MP, que não podem ocupar cargos públicos fora da instituição, exceto postos acadêmicos.

A vedação prevista na Constituição é uma forma de manter a independência entre os órgãos, sem relação de subordinação entre Ministério Público e Executivo. O argumento foi usado para que uma juíza da 7ª Vara do Distrito Federal deferisse uma ação e suspendesse a nomeação do ministro na semana passada. A decisão foi derrubada, e agora cabe ao STF decidir o caso.

Ao pedir manifestações das partes envolvidas, a ministra Cármen afirmou que a "alteração continuada" de agentes políticos causa uma situação de "incerteza" para as instituições ligadas à pasta. Ela vê uma "excessiva judicialização" de decisões a respeito da nomeação de ministros e cita, além do afastamento do chefe anterior da Justiça, as ações que questionam a posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na chefia da Casa Civil.

A segunda instância da Justiça Federal derrubou nesta quarta-feira (13) decisão que suspendeu a nomeação do ministro da Justiça, Eugênio Aragão. A suspensão, em caráter liminar, foi proferida pelo presidente do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), desembargador Cândido Ribeiro, e atendeu a pedido da Advocacia-Geral da União (AGU).

Na decisão, o magistrado entendeu que o ministro deve continuar no cargo até decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal (STF).

##RECOMENDA##

“A decisão questionada, tomada em juízo de cognição sumária, em momento de sensível clamor social, tem o condão de acarretar grave lesão aos bens tutelados pela medida excepcional de contratutela, visto que agrava, ainda mais, a crise de governabilidade e de credibilidade, com inegável impacto no panorama político e econômico do país”, decidiu Ribeiro.

Ontem (12), a juíza federal Luciana Raquel Tolentino de Moura, da 7ª Vara Federal no Distrito Federal, atendeu a pedido de um advogado que entrou com ação popular para barrar a nomeação de Aragão, que é subprocurador da República licenciado.

Na ação popular, o autor alegou que o ministro não tem direito adquirido para acumulação de cargos, por ter entrado no Ministério Público Federal (MPF) antes da promulgação da Constituição de 1988.

Para a juíza, a vedação também se aplica aos membros do MP que tomaram posse antes da atual Constituição, caso de Aragão. O entendimento da magistrada não ainda foi julgado pelo STF.

Recentemente, a Corte de manifestou no caso ex-ministro da Justiça, Wellington César Lima e Silva, também membro do Ministério Público. O STF decidiu que Lima e Silva não poderia continuar no cargo por ter ingressado no MP da Bahia após a Constituição de 1988 e não ter deixado o cargo vitalício. Após a decisão, a presidenta Dilma Rousseff decidiu nomear Aragão para a pasta.

A juíza federal substituta da 7ª Vara do Tribunal Regional Federal da Primeira Região Distrito Federal Luciana Raquel Tolentino de Moura suspendeu nesta terça-feira (12) o decreto que nomeou o ministro da Justiça, Eugênio Aragão. A decisão liminar (provisória) vale até o julgamento final da ação popular em que foi pedida a suspensão.

Na decisão, a juíza lembra que a Constituição Federal proíbe que membros do Ministério Público, do qual Aragão fez parte antes de assumir a pasta da Justiça, ocupem outros cargos ou funções.

##RECOMENDA##

Em março, o Conselho Superior do Ministério Público Federal aprovou, por maioria de votos, o afastamento do subprocurador-geral da República Eugênio Aragão, que tinha sido nomeado  ministro da Justiça.

Ele foi designado para a pasta em substituição a Wellington César Lima e Silva, depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) entendeu que este teria de pedir exoneração do cargo de promotor de Justiça do Ministério Público (MP) da Bahia se quisesse permanecer no cargo de ministro. A decisão foi tomada após a corte ser questionada sobre a impossibilidade de membros do Ministério Público assumirem cargos do Executivo.

A Advocacia-Geral da União (AGU)  informou que ainda não foi notificada, mas vai recorrer da decisão.

A ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Assusete Magalhães negou um pedido de liminar feito pelo PPS na ação em que questiona declarações do ministro da Justiça, Eugênio Aragão, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo.

Na entrevista, o ministro disse que não ia tolerar vazamentos de informações de operações da Polícia Federal. Segundo o ministro, a substituição na equipe poderá ocorrer caso seja identificado “cheiro de vazamento”, mesmo sem a necessidade de provas, uma vez que a PF está sob sua supervisão.

##RECOMENDA##

Segundo informações do STJ, a ministra disse que o afastamento preventivo de servidores públicos deve ser feito no âmbito de processo disciplinar. Para a ministra, mesmo em casos de vazamento de informação é preciso dar o direito do contraditório e de defesa.

“Conquanto eventual conduta ilegal de vazamento de investigação sigilosa não possa ser tolerada, porque configuradora de infrações administrativa e criminal, certo é que – como é sabido – vigora entre nós o princípio constitucional que impõe a observância do contraditório e da ampla defesa”, disse.

Assusete Magalhães explicou o respeito aos direitos dos agentes impossibilitaria o afastamento sumário de policiais federais encarregados de atividades de investigação em que estejam envolvidos – notadamente no momento em que vivemos, de investigações policiais tão relevantes e que têm atraído a atenção de toda a nação brasileira –, sem a existência de prova e a obediência ao contraditório”, diz a decisão.

A ministra entendeu que, nas declarações dadas pelo ministro da Justiça, não ficou demonstrada a existência de ato que afete direitos. O conteúdo da ação será analisado pelos ministros da Primeira Seção do STJ.

O ministro da Justiça, Eugênio Aragão, pediu nesta sexta-feira (1º) que as pessoas tenham calma durante os debates políticos. Ele disse se preocupar com o sentimento de raiva e ódio que aflora por causa das divergências políticas e da intolerância a respeito de opções de vida de cada pessoa. “Precisamos baixar a bola, precisamos desacelerar para que tenhamos serenidade nesse momento, de modo a enfrentar as dificuldades do país. Está na hora”, afirmou.

Aragão participou hoje, na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), da assinatura de uma nota conjunta conclamando o povo brasileiro a buscar uma solução pacífica para a crise política e repudiar qualquer forma de violência. Além do Ministério da Justiça e da CNBB, o Ministério Público Federal e o Instituto dos Advogados Brasileiros também pediram equilíbrio e racionalidade diante do atual cenário do país.

##RECOMENDA##

“Parece que há grupos de pessoas interessados no 'quanto pior, melhor'. Com isso, deixam o país com dificuldades de manter a qualidade de sua governança e a economia em suspenso e na insegurança”, acrescentou o ministro, esclarecendo que é preciso garantir que os três poderes funcionem regularmente.

Segundo Eugênio Aragão, como a votação das eleições presidenciais de 2014 terminou com uma diferença pequena entre os candidatos, “isso levou muita gente a achar que estava legitimado em trabalhar contra o resultado das eleições. Isso não é bom e pode nos infestar.” “É importante sim, na democracia, que haja revezamento no poder, mas esse revezamento só é possível de forma tranquila se todos nós enxergarmos o outro alguém tão legitimado quanto nós”, argumentou.

De acordo com o ministro, a Polícia Federal investigará os casos de criminalidade, como ataques a pessoas e a sedes de partidos e instituições. Ele adiantou o reforço da segurança para autoridades que estão passando por constrangimentos por causa de sua posição.

O secretário-geral da CNBB, dom Leonardo Ulrich Steiner, disse que a nota das entidades é apartidária e que a CNBB não se posiciona contra ou a favor de um possível impeachment da presidenta Dilma Rousseff. “A Constituição prevê o impedimento. O que é preciso verificar é se o motivo que se está dando tem fundamento ou não”, alertou dom Leonardo.

Para o procurador federal dos Direitos do Cidadão, Aurélio Veiga Rios, o documento das entidades é um alerta sobre os perigos da intolerância e das agressões físicas e morais, especialmente aquelas feitas pelas redes sociais.

“Têm nos preocupado as mensagens de ódio e ressentimento que passam pelas redes e que não chegam somente às divergências políticas, mas atingem às diversas categorias de pessoas, como negros, judeus, mulheres e gays.”

Conforme o ministro da Justiça, nas redes sociais as pessoas dizem coisas que não diriam se os interlocutores estivessem frente a frente. “Ele não olha nos olhos. Ele olha para um monitor e ali, me parece, afloram aqueles instintos mais primitivos das pessoas. Muitas vezes se escondem no anonimato. É a mesma fonte de perversidade que anima, por exemplo, a pornografia infantil na rede. É o anonimato.”

Eugênio Aragão destacou que os conflitos dentro das famílias e dos grupos de amigos devem ser evitados. “É uma coisa que nos afeta na nossa profunda intimidade e isso cria uma cultura da insatisfação, de violência e até de uma psicose coletiva. Temos de ultrapassar isso para podermos resolver os problemas do país”, concluiu o ministro.

A oposição apresentou ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), nesta segunda-feira, 21, um mandado de segurança para tentar impedir que o ministro da Justiça, Eugênio Aragão, promova alterações na Polícia Federal por causa de eventuais vazamentos de informações.

No mandado de segurança, apresentado pelo PPS, pede-se que o ministro se abstenha de "dar quaisquer ordens verbais aos delegados e agentes da Polícia Federal, senão mediante expediente administrativo escrito ou, sendo verbal, que seja registrada a conversa por meio eletrônico". Como medida alternativa, o partido requer ao STJ que determine a Aragão que se abstenha de afastar sumariamente qualquer delegado ou agente da Polícia Federal das atividades de investigação em que esteja envolvido, mesmo em caso de suspeita de vazamento de informações. Isso poderia acontecer somente após a instauração de processo administrativo disciplinar.

##RECOMENDA##

"Trocar o diretor-geral ou mexer na cúpula ou equipes da PF, neste momento, atenta contra sua autonomia e é uma clara tentativa de sufocar a Lava Jato", disse o deputado Raul Jungmann (PPS-PE), proponente do mandado de segurança.

A ação foi apresentada depois que Eugênio Aragão disse, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, que trocaria toda a equipe de investigação em caso de "cheiro de vazamento". "Cheirou vazamento de investigação por um agente nosso, a equipe será trocada, toda. Não preciso ter prova. A Polícia Federal está sob nossa supervisão", afirmou o ministro, segundo o jornal.

No mandado de segurança, o PPS argumenta que a declaração de Aragão revela "uma indevida interferência na autonomia de investigação da Polícia Federal, como também viola o devido processo legal, na medida em que já se prenuncia o afastamento sumário de servidores públicos de suas atribuições ordinárias, sem a possibilidade de exercício do contraditório e da ampla defesa".

"Trata-se de uma evidente tentativa de constrangimento de policiais federais perpetrada pela autoridade coatora, indicando a real possibilidade de interferência nas atividades investigativas, caso haja vazamento de informações", diz o texto do mandado de segurança.

Em nota divulgada nesta segunda-feira, 21, o Ministério da Justiça informou não haver intenção de substituir o diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello. "O Ministério da Justiça informa que o diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello, continua gozando de plena confiança por parte do ministro da Justiça e não há nenhuma decisão sobre a sua substituição", diz o comunicado.

O novo ministro da Justiça, Eugênio Aragão, sugeriu nesta quinta-feira, 17, após assumir o cargo, que o juiz Sérgio Moro, que conduz a Operação Lava Jato na Justiça Federal em Curitiba, pode ter cometido crime ao tornar públicos os áudios entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente Dilma Rousseff. De acordo com o ele, que é subprocurador-geral da República, Moro deveria ter "fechado os autos e encaminhado ao Supremo Tribunal Federal" ao encontrar o áudio da presidente, que possui foro privilegiado em razão da sua função.

Na visão do ministro, existem "várias circunstâncias" que sugerem que a interceptação telefônica foi ilegal e prometeu "ir atrás" dessa apuração e "tirar as consequências disso, doa a quem doer".

##RECOMENDA##

"Se houve conversa da presidente que merecesse atenção jurisdicional não caberia ao juiz de primeira instância nem sequer aquilatar o valor daquela prova e muito menos dar-lhe publicidade. Como se trata de uma eventual prova obtida em encontro fortuito, sua excelência, o meritíssimo juiz, deveria ter fechado os autos e encaminhado ao STF. Não o fez. E mais, ainda declarou de público que achava importante que a população soubesse", disse Aragão a jornalistas.

Ontem, Moro levantou o sigilo sobre os autos da investigação sobre o ex-presidente Lula e tornou públicos áudios interceptados por investigadores. Em uma das conversas, a presidente Dilma conversa com Lula sobre o termo de posse como ministro da Casa Civil. No diálogo, de ontem, a presidente afirma que iria enviar para Lula o termo de posse para ser usado em "caso de necessidade". Para investigadores, a conversa demonstra tentativa de evitar a prisão do ex-presidente conferindo ao petista foro privilegiado.

O novo ministro da Justiça disse que a publicação do áudio envolvendo a presidente "cheira muitas vezes ao artigo 10 da lei de interceptações, que qualifica como crime quando se torna público uma gravação que diz respeito a investigações autorizadas dentro do marco legal e constitucional".

Ele saiu em defesa, no entanto, da legalidade do diálogo entre Dilma e Lula. Segundo ele, em razão do estado de saúde da esposa do ex-presidente Lula, Marisa Letícia, a presidente Dilma encaminhou o termo de posse para assinatura do petista. Assim, segundo ele, o Planalto poderia realizar a cerimônia de posse ainda que Lula estivesse ausente. "Não podemos neste momento de crise ter o cargo de chefe da Casa Civil vago. Então foi estabelecido: assine o termo que, chegando, a gente faz a posse com a presidente assinando o termo na cerimônia e o presidente Lula faz a transferência de cargo na terça-feira. Então está tudo muito claro que não houve ali nenhuma intenção de absolutamente nada", disse Aragão.

Segundo ele, a presença de Lula é "fundamental" no governo neste momento para "construir pontes e chegar a algum tipo de consenso nacional". "O presidente Lula é uma pessoa chave nisso", disse Aragão. Citado nas escutas por Lula como "nosso amigo", Aragão disse que as menções a seu nome não o afetam e que o ex-presidente fez observações na esfera privada. "Isso pra mim é uma prova cabal de que minha atuação foi sempre pautada pelo absoluto republicanismo", completou o novo ministro.

Vazamentos

Responsável agora também pela Polícia Federal, subordinada ao Ministério da Justiça, Aragão afirmou que irá investigar vazamentos seletivos das investigações. "Quero tomar pé e saber em que medida essa seletividade está sendo operada. Não vamos admitir de jeito nenhum falta de profissionalismo. Investigações devem ser feitas com maior respeito à presunção de inocência", disse o ministro.

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seccional de São Paulo, divulgou nota nesta quarta-feira, 16, na qual manifesta "repúdio" à nomeação do subprocurador-geral da República Eugênio Aragão para o cargo de ministro da Justiça. Aragão vai ocupar o lugar do procurador de Justiça da Bahia Wellington César Lima e Silva, que teve a nomeação barrada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

A Corte máxima entendeu que a Constituição proibiu o deslocamento para cargos no Executivo de promotores e procuradores que ingressaram no Ministério Público após 1988. Aragão ingressou antes.

##RECOMENDA##

O presidente da seccional paulista da Ordem, Marcos da Costa, aponta para duas situações que, em sua avaliação, justificam sua manifestação. O novo ministro foi o responsável por falar em nome do Ministério Público Eleitoral junto ao Tribunal Superior Eleitoral, "sendo de sua competência a análise das contas de campanha da presidente da República".

O presidente da OAB-SP citou ainda o maior empreiteiro do País, Marcelo Odebrecht, preso desde junho de 2015 na Operação Lava Jato. "Não bastasse isso, (Aragão) oficiou também em nome do Ministério Público Federal, perante o Supremo Tribunal Federal em pelo menos uma situação ligada à operação que está abalando os alicerces da República brasileira, chamada Lava Jato, no caso de Marcelo Odebrecht, conhecendo, assim, detalhes que talvez nem mesmo o público em geral conheça", afirmou Costa.

"Para dizer o mínimo, não seria aconselhável que passasse ele, de protagonista de acusação em processos em que se atribui fatos ilícitos, crimes, a agentes da alta administração do atual governo federal, para a de servidor desse mesmo governo", afirma Costa, na nota divulgada pela OAB/SP.

O Conselho Superior do Ministério Público Federal autorizou nesta quarta-feira, 16, o afastamento do cargo do subprocurador-geral da República Eugênio Aragão para assumir o Ministério da Justiça, após convite feito pela presidente Dilma Rousseff.

Para a maioria dos conselheiros, a situação de Aragão é diferente da do procurador Wellington César Lima e Silva, cuja nomeação foi barrada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na semana passada. Os ministros da Corte entenderam que a Constituição, a partir de 1988, proibiu o ingresso de integrantes do Ministério Público no Executivo.

##RECOMENDA##

Para os integrantes do Conselho, Aragão pode ocupar o posto de ministro porque ingressou na carreira em 1987, antes, portanto, da promulgação da Constituição de 1988.

A decisão, porém, não foi tomada sem discussão. Único dos nove conselheiros a votar contra a liberação de Aragão para assumir o posto, Carlos Frederico questionou o fato de o subprocurador-geral não ter optado pelo regime anterior de 1988, o que automaticamente o colocaria sob as regras do regime posterior.

O Conselho fez, então, uma pausa para procurar uma certidão onde Aragão teria feito essa declaração, mas não encontrou o documento. Mesmo assim, os integrantes do colegiado votaram por conceder ao colega o direito de assumir o ministério.

Carlos Frederico também afirmou ver com ressalvas o fato de Aragão ocupar hoje o cargo de vice-procurador eleitoral e aceitar assumir um ministério, que é um cargo político. "A minha visão é preservar o que foi decidido pelo Supremo. E preservar também a imagem da procuradoria", disse.

Aragão é um dos nomes mais próximos do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e foi convidado por Dilma para assumir o cargo na última segunda-feira (14) no lugar de Lima e Silva, que decidiu deixar o ministério.

Desde 2013, Aragão ocupa o cargo de vice-procurador eleitoral. Ele foi responsável pelo parecer que pediu a aprovação com ressalvas das contas de campanha da presidente Dilma Rousseff em 2014, contrariando indicação da área técnica da corte que solicitava a reprovação do balanço eleitoral.

Na época, Aragão entendeu que as irregularidades "não comprometeram a regularidade das contas". Atualmente, a prestação de contas da petista é alvo de questionamentos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

No momento em que a Operação Lava Jato aumenta o cerco sobre o PT e o governo, a presidente Dilma Rousseff escolheu nesta segunda-feira (14) para o posto de ministro da Justiça Eugênio Aragão, um subprocurador-geral da República que tem ótima relação com o procurador-geral, Rodrigo Janot. Ele vai ocupar o lugar do procurador Wellington César Lima e Silva, cuja nomeação foi barrada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por entender que a Constituição, a partir de 1988, proibiu o ingresso de integrantes do Ministério Público no Executivo.

Com 56 anos, Aragão sempre contou com a confiança de Janot, principal responsável pela condução das investigações da Lava Jato nos processos que tramitam no STF. Ao contrário de Lima e Silva, Aragão pode ocupar o posto de ministro porque ingressou no Ministério Público antes da promulgação da Constituição de 1988. Na semana passada, o Supremo entendeu que procuradores só podem exercer cargo no Executivo se abandonarem carreira inicial.

##RECOMENDA##

Antes do anúncio oficial do nome de Aração, Lima e Silva contou que o objetivo do governo era escolher um representante do Ministério Público para o Ministério da Justiça. "O governo sempre quis investir em soluções institucionais. E não partidária", afirmou Lima e Silva, que ficou apenas 11 dias no cargo.

Padrinho

Aragão também é próximo do advogado e ex-deputado Sigmaringa Seixas, considerado um consultor jurídico do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do próprio Palácio do Planalto. Com a ajuda de Seixas, teve seu nome cotado para assumir a vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal, aberta ainda em 2014, e atualmente preenchida por Edson Fachin.

Naquela oportunidade, os ministros Aloizio Mercadante (ainda na Casa Civil) e José Eduardo Cardozo (ainda na Justiça) também defenderam o nome de Aragão como opção para o STF. Contudo, na sequência, o governo avaliou que Aragão havia se exposto demais ao tentar retirar do ministro Gilmar Mendes a relatoria das contas de Dilma, o que lhe rendeu um desafeto, e pensou que ele pudesse ter problemas na sabatina do Senado.

Em 2013, ao assumir o comando da Procuradoria-Geral da República, Janot nomeou Aragão como vice-procurador eleitoral. No posto, ele deu parecer contrário à primeira tentativa de criação da Rede Sustentabilidade, partido de Marina Silva.

Polêmica

Aragão também foi responsável pelo parecer que pediu a aprovação com ressalvas das contas de campanha da presidente Dilma em 2014, contrariando indicação da área técnica da corte que solicitava a reprovação do balanço eleitoral. O procurador eleitoral entendeu que as irregularidades "não comprometeram a regularidade das contas".

Após entrevero, Gilmar sugeriu que Aragão advogava para a candidata petista. "Estava a defender a ordem jurídica ou estava a defender interesses específicos? E se estiver a defender interesses específicos, está impedido de fazer. Não poderá ter assento aqui. Assuma a postura de advogado. De advogado o candidato não precisa, tem toda essa gama de advogados", criticou o ministro.

A ida de Aragão ao ministério, entretanto, ainda deve passar pelo Conselho Superior do Ministério Público Federal, presidido por Janot, que é responsável por avaliar a compatibilidade do cargo a ser ocupado pelo integrante do Ministério Público. Colaborou Vera Rosa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Aguardando o julgamento Tribunal Superior Eleitoral (TSE) referente à criação formal do partido, a Rede Sustentabilidade recebeu um parecer favorável da Procuradoria Geral Eleitoral (PGE). O texto do vice-procurador-geral eleitoral, Eugênio Aragão, foi encaminhado ao ministro João Otavio Noronha, relator do pedido de registro da agremiação. No documento ele alega que o grupo conquistou a quantia de apoios necessários para a legalização e, por isso, o pedido de registro deve ser aceito pela Corte. 

A análise da Procuradoria foi emitida na última segunda-feira (24) após uma solicitação do TSE e servirá para embasar o parecer de Noronha. Com essa decisão, o próximo passo é o julgamento. A expectativa da Comissão Executiva da Rede é de que o processo sobre a criação passe pelo crivo dos ministros no início de setembro, mas ainda não há uma data estabelecida pelo TSE.

##RECOMENDA##

O partido idealizado pela ex-senadora Marina Silva teve o pedido de criação rejeitado em setembro de 2013, por não ter, segundo o TSE, o número de assinaturas necessárias para a legalização. A nova solicitação foi impetrada na Corte Eleitoral no dia 28 de maio, juntamente com mais de 56.128 assinaturas. Caso seja aprovada até o início de outubro, a legenda poderá disputar os pleitos municipais em 2016.

O vice-procurador-geral eleitoral, Eugênio Aragão, admitiu nesta quinta-feira, 10, que nos programas partidários as legendas estão aproveitando para apresentar seus pré-candidatos à Presidência da República - apesar de a legislação vedar essa prática. De acordo com Aragão, como todos estão fazendo, "há um equilíbrio" e o Ministério Público não deverá travar o debate. No Brasil, a campanha eleitoral é permitida a partir de julho.

"Eduardo Campos (PSB) tem aparecido, Aécio Neves (PSDB) tem aparecido. Dilma (PT) tem aparecido. Ainda não apareceu o Randolfe (Rodrigues) porque me parece que ainda não houve a inserção do PSOL. Mas eles todos têm aparecido", observou o vice-procurador. Para Aragão, há um equilíbrio entre os candidatos. Mesmo assim, o vice-procurador disse que o Ministério Público Eleitoral "fica de olho". Mas, segundo ele, ao analisar representações sobre supostas propagandas antecipadas de candidatos, a conclusão foi de que "não tinha abuso que fizesse com que um estivesse em vantagem diante do outro".

##RECOMENDA##

"Se a gente age nessa hora, corre o perigo de a gente estar travando o debate político", disse. Para ele, as pessoas querem saber quem são os candidatos. "Candidatos não se fazem da noite para o dia", afirmou. "Candidatos nascem a partir de um debate nacional. É normal que as pessoas se apresentem." Aragão disse que os integrantes do Ministério Público estão atentos às propagandas institucionais feitas pelos governos. Segundo ele, como no Brasil é possível a reeleição sem desincompatibilização do cargo, é necessário "ter cuidado" para verificar se não há vantagem para quem está no poder. No entanto, conforme o vice-procurador, não foi encontrado até agora nenhum abuso no âmbito da campanha presidencial.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, reclamou de resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que limitou as possibilidades de investigação de crimes eleitorais pelo Ministério Público. Pela resolução aprovada no final de 2013 pelo TSE, promotores e procuradores terão de pedir autorização à Justiça para abrir investigações sobre delitos eleitores, como caixa dois, compra de votos e abuso de poder. "Preocupa e preocupa muito. Porque essa decisão limita de forma expressiva a atuação do MP. Tolhe um instrumento que temos para apurar eventuais ilícitos. O Ministério Público nunca foi refratário a controle. O juiz tem que participar desse processo, como juiz de garantia, controlando o MP e garantindo ao cidadão a licitude da investigação. Agora, não pode o MP ficar submetido à vontade do juiz, se pode ou não pode investigar", disse Janot.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando