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Após pedido das Forças Armadas e protestos no país, Evo Morales anunciou neste domingo a renúncia à Presidência da Bolívia.

"Estou renunciando, apenas para que meus irmãos, líderes, autoridades do MAS não sejam perseguidos, perseguidos e ameaçados", disse Morales em uma transmissão de vídeo no canal estadual.

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A renúncia vem em meio a uma crise política e revolta social após o relatório preliminar da OEA que apontou possíveis irregularidades e fraudes nas Eleições Gerais de 20 de outubro.

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O comandante das Forças Armadas da Bolívia, Williams Kaliman, pediu ao presidente Evo Morales que renuncie ao cargo para que se recupere a paz no país, depois que a questionada eleição de 20 de outubro resultou em semanas de protestos violentos.

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Antes, o Alto Comando Militar da Bolívia ordenou operações militares aéreas e terrestres para neutralizar grupos armados irregulares, supostamente alinhados ao governo, que estão atacando manifestantes opositores que se deslocam a La Paz para aumentar a pressão social contra o governo.

Pela manhã, Morales anunciou a convocação de um novo pleito eleitoral, depois que a Organização dos Estados Americanos (OEA) afirmou em um relatório preliminar ter observado sérias irregularidades nos resultados da eleição de outubro.

Além disso, a Procuradoria-Geral da Bolívia anunciou hoje o início de ações legais contra juízes do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) do país por supostos "atos eleitorais ilícitos" e dois ministros de Morales renunciaram dizendo que suas decisões buscam ajudar na pacificação do país. Fonte: Associated Press

Em um vídeo reproduzido hoje no 2º Encontro do Grupo de Puebla, em Buenos Aires, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que a elite da América Latina é "muito conservadora" e "não aceita" a ideia de o povo pobre subir um degrau na escada das conquistas sociais.

"Kirchner, Cristina, Lula, Evo, Mujica, Tabaré, Chávez já provamos que (a ascensão social dos pobres) é possível", disse, referindo-se aos ex-presidentes da Argentina Néstor Kirchner e Cristina Kirchner - recém-eleita vice-presidente -, aos presidentes da Bolívia, Evo Morales, do Uruguai, Tabaré Vázquez e José "Pepe" Mujica, e ao ex-presidente da Venezuela Hugo Chávez.

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O petista também parabenizou o presidente eleito da Argentina, Alberto Fernández, que no último dia 27 de outubro venceu no primeiro turno a disputa contra Maurício Macri, que buscava a reeleição. Segundo Lula, o peronista pode implementar políticas para os mais pobres gerando emprego e distribuição de renda no país vizinho e, assim, "servir de exemplo" para outras nações da América Latina.

"Agradeço ao Fernández por ter ganho a eleição. É como se eu tivesse ganho aqui no Brasil, querido, tal é a alegria que eu fiquei", disse.

O Grupo de Puebla - que recebeu este nome em razão da primeira edição do evento, realizada em Puebla, no México - é formado por dezenas de líderes latino-americanos e realiza, desde ontem e até domingo, 10, o encontro na capital argentina sob o lema de um "Novo impulso progressista".

Estão presentes a ex-presidente Dilma Rousseff, o ex-ministro das Relações Exteriores Celso Amorim e o ex-ministro da Educação Aloizio Mercadante - todos cumprimentados por Lula em seu vídeo -, além de ex-presidentes latino-americanos como Mujica, do Uruguai, e Fernando Lugo, do Paraguai.

"Tenho o objetivo de constituir uma integração latino-americana muito forte", ressaltou o ex-presidente, que deixou ontem a prisão em Curitiba após ficar detido por 580 dias. "Ainda continuo com o sonho de construir uma Grande América Latina."

A exemplo do que havia dito ontem, logo após ser solto, em palanque montado em frente à sede da Polícia Federal em Curitiba, Lula celebrou estar "finalmente livre" e "com muita vontade de lutar". E voltou ao ataque: "Estou com muita disposição de andar o Brasil, de viajar a América Latina, e muita disposição de combater o lado podre do Poder Judiciário, o lado podre da Polícia Federal, o lado podre da Receita Federal, o ladro podre do Ministério Público, o lado podre da imprensa brasileira".

A Bolívia vive dias de confrontos constantes entre opositores e aliados do presidente Evo Morales. O último episódio, registrado nesta quinta-feira (7), foi contra a prefeita da cidade de Vinto, Patricia Arce, do partido governista Movimento ao Socialismo (MAS). 

Aliada de Morales, ela foi retirada à força da sede da prefeitura local e humilhada por opositores, por ter transportado camponeses pró-Morales para confrontar os manifestantes.

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De acordo com informações da AFP, ela teve o cabelo cortado, foi suja de tinta e obrigada a andar descalça pela cidade enquanto ouvia gritos de “assassina”. Horas depois, Patricia Arce foi resgatada pela polícia.

Em entrevista à imprensa, depois do episódio, ela disse que não se calaria. “Sou livre e não vou me calar. E se quiserem me matar, que me matem. E como disse um dia: por esse processo de mudança vou dar minha vida”, disse. 

Os grupos opositores protestam contra a vitória de Evo Morales na eleição que aconteceu no último dia 20 de outubro. Morales parte para o quarto mandato consecutivo. Os protestos já resultaram em dois mortos e 170 feridos.

O líder opositor regional boliviano Luis Fernando Camacho pretende desafiar novamente o presidente Evo Morales e chegar a La Paz nesta quarta-feira (6) para entregar uma carta de renúncia para que ele a assine.

La Paz estava com bloqueios nas ruas da zona sul, onde vive a classe média alta e alta, assim como em vias do centro, como a Avenida Camacho, a poucas quadras da sede de governo, na terceira semana de protestos contra a questionada reeleição de Morales nas eleições de 20 de outubro.

Manifestantes opositores ocuparam também nesta quarta-feira prédios públicos no sul de La Paz, enquanto que na cidade central de Cochabamba houve violentos choques entre leais e rivais de Morales, segundo a imprensa local.

O presidente liderou nesta quarta-feira no Lago Titicaca o ato de 193 aniversário da Armada boliviana, onde declarou que os militares devem "prestar serviço ao povo boliviano".

"As Forças Armadas sempre têm que garantir a soberania do povo boliviano, à margem do papel constitucional de garantir o território nacional", declarou Morales, em uma aparente resposta a Camacho, que no sábado pediu aos militares que fiquem do lado da oposição nessa crise política.

Os militares se mantiveram à margem da controvérsia eleitoral.

Em La Paz cresce a tensão pela iminente chegada de Camacho de seu reduto de Santa Cruz (900 km a leste), a cidade mais rica da Bolívia. O líder cívico disse que chegará a La Paz "todos os dias" até que Morales assine sua carta de renúncia.

"A história se repete", afirmou Morales na terça-feira, lembrando que há quatro décadas o general golpista Luis García Meza levou uma carta de renúncia à presidente Lidia Gueiler (1979-1980), instaurando uma ditadura.

Em Santa Cruz os opositores mantêm ocupadas as sedes de entidades e empresas públicas, e também há bloqueios de ruas e greves parciais em outras cidades da Bolívia.

Morales, primeiro governante indígena da Bolívia, convocou seus apoiadores para defender a democracia e o resultado eleitoral, que está sob auditoria de uma missão da Organização de Estados Americanos (OEA).

- Tentativa frustrada -

Camacho, um advogado de 40 anos, se tornou o rosto mais visível da oposição depois das eleições, embora não tenha sido candidato à presidência, ofuscando o ex-presidente centrista Carlos Mesa (2003-2005), segundo na votação.

O líder cívico tentou na terça-feira chegar a La Paz para ir ao palácio de governo, mas não conseguiu sequer sair do aeroporto, cercado por manifestantes pró-governo.

Camacho voltou para Santa Cruz em um pequeno avião militar e culpou as autoridades e funcionários do aeroporto por não ter podido sair do terminal.

A frustrada visita foi a ação mais desafiadora da oposição contra Morales, que acusam de cometer uma "fraude" eleitoral.

O governo da Bolívia disse nessa segunda-feira (4) ter "absoluta confiança" nas Forças Armadas, dois dias após um líder opositor convocar os militares a intervir na crise política causada pela questionada reeleição do presidente Evo Morales.

"Confiamos absolutamente nas Forças Armadas. Aquele que bater às portas das Forças Armadas está em busca de sangue", disse o ministro do Interior, Carlos Romero. A declaração coincide com a feita por Evo no fim de semana, quando disse que seus rivais "buscam mortos".

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No sábado (2), o líder do poderoso Comitê Cívico de Santa Cruz, Luis Fernando Camacho, deu um ultimato a Evo, exigindo sua renúncia até as 19 horas de ontem (20 horas em Brasília) e pedindo aos militares que ficassem "ao lado do povo" nesta crise. As Forças Armadas, que permanecem à margem do conflito político, não emitiram nenhum comunicado.

Durante uma sessão extraordinária da Organização dos Estados Americanos, o chanceler boliviano, Diego Pary, denunciou ontem um golpe de Estado em curso em seu país impulsionado pela oposição, que pediu o levante das Forças Armadas.

O principal rival de Evo, o ex-presidente Carlos Mesa, acusou ontem o presidente de levar a Bolívia a uma situação drástica por não querer renunciar em meio às denúncias de fraude eleitoral. "Evo Morales tem em suas mãos a pacificação do país e a saída democrática para a crise. Ele não tem valor para fazer isso e está provocando o pedido de sua renúncia, levando o país a uma situação limite", advertiu.

A Bolívia entrou ontem na terceira semana consecutiva de protestos após o contestado resultado da eleição presidencial dar uma apertada vitória a Evo no primeiro turno. O dia de ontem foi marcado pelo bloqueio de ruas, estradas e pontes nos arredores de La Paz, enquanto a região de Santa Cruz, a mais rica do país e reduto da oposição, se manteve em greve geral pela renúncia de Evo. As aulas permaneceram suspensas de La Paz, enquanto o centro da cidade teve atividade normalizada. As Forças Armadas usaram bombas de gás lacrimogêneo e spray de pimenta para conter focos de distúrbios.

Evo é acusado pela oposição de fraude eleitoral, após ter sido reeleito para um quarto mandato consecutivo no dia 20. A OEA realiza uma auditoria para investigar se houve fraude eleitoral. Mesa, porém, pede a realização de novas eleições, com um novo tribunal eleitoral.

Pouso forçado

Ainda ontem, o helicóptero em que Evo viajava teve de fazer um pouso de emergência, minutos depois de decolar da região de Oruro, onde ele havia se reunido com líderes sindicais e participado da inauguração de uma estrada. A Força Aérea Boliviana disse que houve uma falha mecânica no rotor da cauda e divulgará mais detalhes após uma investigação. Ninguém ficou ferido. (Com agências internacionais)

Ministério de Relações Exteriores do Brasil afirmou nesta sexta-feira (24) que defende uma auditoria completa do primeiro turno, proposta pela Organização dos Estados Americanos (OEA).

O Itamaraty anunciou o posicionamento do governo brasileiro em uma nota oficial publicada no Twitter.

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Evo Morales conseguiu se reeleger no primeiro turno ao conseguir 47,07% dos votos, uma diferença superior aos dez pontos percentuais exigidos no país em relação ao segundo colocado, Carlos Mesa, que obteve 36,1% dos votos com 99,99% das urnas apuradas.

A apuração do processo eleitoral boliviano ficou sob suspeita de fraude principalmente depois de uma interrupção no sistema de transmissão dos resultados.

A OEA se colocou à disposição para fazer a auditoria do primeiro turno das eleições.

O órgão sugeriu que, mesmo com o resultado apontado pela apuração, a Bolívia passasse por um segundo turno.

Da Sputnik Brasil

O presidente Evo Morales derrotou o opositor Carlos Mesa no primeiro turno das eleições realizadas no domingo na Bolívia, segundo resultados do Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) divulgados nesta quinta-feira (24), após a apuração de 99,81% dos votos.

De acordo com o site do TSE, Morales obteve 47,06% dos votos, contra 36,52% para Mesa, o que garante sua reeleição. Os números incluem os votos válidos dos eleitores na Bolívia e dos bolivianos disseminados em 33 países do mundo.

Morales já tinha se declarado vencedor das eleições em entrevista coletiva, mas admitiu a possibilidade de disputar um segundo turno, caso o resultado final do TSE assim o determinasse, o que finalmente não ocorreu.

O resultado confirmado pelo TSE já era seriamente questionado por diversos setores bolivianos, que paralisaram várias cidades do país. Uma aliança opositora formada em torno de Carlos Mesa exige a convocação "imediata" de um segundo turno eleitoral.

A chamada Coordenação de Defesa da Democracia também convocou os cidadãos e outras lideranças "a se somar" à causa e manter a mobilização pacífica "até se conseguir o respeito à vontade popular".

O grupo é integrado pelo governador de Santa Cruz, Rubén Costas, o candidato de direita Óscar Ortiz, o empresário Samuel Doria Medina, líder de Unidade Nacional (UN, centro-direita), Fernando Camacho, executivo do Comitê Cívico Pró-Santa Cruz, da direita radical, o ex-presidentes Jorge Quiroga (direita) e Waldo Albarracín, líder da plataforma civil Conade (centro esquerda).

As denúncias de fraude surgiram após um primeiro resultado do sistema de apuração rápida (TREP), sobre 84% dos votos, que indicava um segundo turno entre Morales e Mesa. Após a divulgação destes números, o sistema foi paralisado durante várias horas e retornou indicando uma vitória direta do presidente.

Na quarta, os observadores eleitorais da OEA defenderam a realização de um segundo turno diante das diversas irregularidades no processo.

"Devido ao contexto e às problemáticas evidenciadas neste processo eleitoral, continuaria sendo uma opção melhor convocar um segundo turno", disse o diretor do Departamento para a Cooperação e Observação Eleitoral da OEA, Gerardo Icaza.

- Pressão internacional -

Também nesta quinta, Brasil, Estados Unidos, Argentina e Colômbia defenderam a realização de um segundo turno caso a OEA não consiga ratificar os resultados da votação de domingo passado.

No caso da Missão de Observação Eleitoral da OEA "não estar em condições de verificar os resultados do primeiro turno, apelamos ao governo da Bolívia a restaurar a credibilidade de seu sistema eleitoral através da convocação de um segundo turno eleitoral", destaca um comunicado conjunto.

Os quatro países declararam que estão "profundamente preocupados com as anomalias" nas eleições de 20 de outubro, e destacaram que o segundo turno deve ser "livre, justo e transparente".

"Argentina, Brasil, Colômbia e Estados Unidos, junto à comunidade democrática internacional, só reconhecerão resultados que reflitam realmente a vontade do povo boliviano".

O secretário-geral da OEA, Luis Almagro, disse que a Bolívia deve aguardar a conclusão de uma auditoria do bloco para declarar os resultados, e destacou que foi o próprio Morales que solicitou - por telefone - a verificação do processo.

Almagro acrescentou que a secretaria-geral da OEA concordou com o pedido na terça-feira, depois que o chanceler boliviano, Diego Pary, emitiu uma solicitação para "verificar a transparência e legitimidade" do processo.

"A secretaria-geral entende que, se o Supremo Tribunal Eleitoral (TSE) convida essa organização a realizar trabalhos para verificar a legitimidade desses resultados, esses resultados não deverão ser considerados legítimos até que o processo de auditoria solicitado seja concluído", afirmou Almagro.

União Europeia (UE) e OEA defendem um segundo turno para restabelecer a confiança no processo eleitoral.

"A União Europeia compartilha plenamente da avaliação da OEA no sentido de que as autoridades bolivianas deveriam concluir o processo de contagem em curso e que a melhor opção seria realizar um segundo turno para restabelecer a confiança e assegurar o respeito pleno à escolha democrática do povo boliviano", declarou em um comunicado a porta-voz da diplomacia europeia, Maja Kocijancic, distribuído em La Paz.

Bruxelas lembrou que o informe preliminar da missão eleitoral da OEA identificou "falhas importantes no processo".

O presidente Evo Morales se proclamou nesta quinta-feira (24) vencedor no primeiro turno das disputadas eleições presidenciais na Bolívia, depois de alcançar uma diferença de 10 pontos sobre seu adversário Carlos Mesa, apesar de abrir a porta para a realização de um segundo turno caso a apuração final assim determine.

"Boas notícias ... Nós já vencemos no primeiro turno", disse Morales em entrevista coletiva, baseando-se no cômputo oficial da apuração de 98,42% das urnas que concede a ele 46,83% dos votos frente aos 36,7% de Mesa.

Esse resultado permite a ele evitar a segunda votação, já que a lei estabelece que, para vencer no primeiro turno, o candidato deve obter 40% dos votos e uma vantagem de 10 pontos sobre o segundo competidor.

Ainda é preciso examinar mais de 1% dos votos, de acordo com o portal do Supremo Tribunal Eleitoral (TSE), e, logo após reivindicar sua vitória, Morales disse estar disposto a disputar um segundo turno. Evo está no poder desde 2006.

"Se o resultado final disser que vamos para o segundo turno, iremos, (mas) se o cálculo oficial disser que não há segundo turno, respeitaremos e vamos defendê-lo", afirmou o presidente, lembrando que é necessário concluir em 100% da contagem de votos e que os números podem variar.

Enquanto a apuração prossegue, a tensão continua a crescer no país após as eleições de domingo. Setores da oposição estão em greve parcial desde quarta-feira, e Mesa reivindicou o segundo turno, denunciando fraude eleitoral.

Nesta quinta, Morales também questionou o papel da Missão de observação da Organização dos Estados Americanos (OEA), que considerou como "melhor opção" para resolver a crise a realização de uma nova votação.

O presidente reclamou que tenham feito essa proposta antes que a apuração oficial terminasse.

"Não quero acreditar que a missão da OEA esteja do lado do golpe de estado", alfinetou, insistindo na tese que a greve e os protestos são um levante contra ele.

A respeito das denúncias de irregularidades, Morales pediu que "a fraude seja provada".

- "Evo nunca mais" -

Na véspera, Mesa anunciou a formação de uma "Coordenação de Defesa da Democracia" para pressionar pela realização de um segundo turno.

O objetivo da aliança com os partidos da direita e com líderes centristas é "conseguir que se cumpra a vontade popular de definir a eleição presidencial no segundo turno", destacou uma nota publicada no Twitter.

A aliança articulada por Mesa é formada pelo governador de Santa Cruz, Rubén Costas, o candidato de direita Óscar Ortiz, o empresário Samuel Doria Medina, líder da Unidade Nacional (UN, centro direita), e Fernando Camacho, executivo do Comitê Cívico Pró-Santa Cruz, da direita radical, entre outros.

A Conferência Episcopal Boliviana (CEB) também defendeu a realização de "um segundo turno, com uma supervisão imparcial, como a melhor saída democrática para o momento que o país vive".

Os confrontos explodiram em La Paz entre a polícia e centenas de manifestantes em uma vigília cívica perto do hotel onde se encontram os membros do TSE.

"Evo munca mais!" era o slogan mais utilizado pelos manifestantes.

Em Santa Cruz (leste), reduto da oposição e onde a greve nacional começou, os manifestantes bloquearam as principais ruas da cidade, a mais populosa da Bolívia.

"Essa greve vai durar até confirmarmos o segundo turno", disse o líder do influente Comitê Pró-Santa Cruz, Luis Fernando Camacho.

Esta organização conservadora da sociedade civil reúne representantes de bairro, comércio, transporte e líderes empresariais.

Denunciando uma "autocracia", os setores bolivianos rejeitaram a decisão de Morales de buscar um quarto mandato, uma opção à qual os cidadãos se opuseram em um referendo em 2016, não reconhecido por Morales.

O presidente boliviano Evo Morales disse nesta quarta-feira que seus oponentes estão tentando encenar um golpe contra ele, à medida que crescem os protestos sobre o resultado da eleição presidencial que ele afirma ter vencido.

As suspeitas de fraude eleitoral começaram quando autoridades pararam abruptamente de divulgar os resultados da contagem rápida dos votos, horas depois que as pesquisas mostravam Morales à frente dos outros oito candidatos, mas vários pontos percentuais aquém do necessário para evitar um segundo turno, que seria inédito em seus quase 14 anos no poder.

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O presidente, no entanto, reivindicou uma vitória definitiva na noite de domingo, dizendo aos apoiadores que os votos a serem contados - principalmente das áreas rurais, onde ele é mais popular - seriam suficientes para dar a vitória direta a ele.

O adversário de Morales, Carlos Mesa, alegou fraude e os observadores internacionais da eleição expressaram preocupação com a inexplicável diferença de um dia no relatório de resultados.

Autoridades bolivianas disseram, nesta quarta-feira, que a contagem foi interrompida novamente porque houve ataques a centros de contagem de votos em três regiões, impedindo a tabulação final dos resultados.

"Quero denunciar diante do povo boliviano e do mundo inteiro: um golpe de Estado está em andamento, mas quero dizer que já sabíamos anteriormente. "A direita preparou um golpe de Estado com apoio internacional", disse Morales em entrevista coletiva, em La Paz. Ele não especificou de onde vem o suposto apoio internacional ao golpe, mas costuma se opor ao imperialismo dos Estados Unidos na América Latina.

Os observadores da Organização dos Estados Americanos (OEA) pediram explicações. A União Europeia e a Organização das Nações Unidas expressaram preocupação e pediram calma. Os Estados Unidos e o Brasil, entre outros, também mostraram preocupação.

Em Caracas, o presidente da Venezuela, Nicolas Maduro, demonstrou apoio ao seu aliado boliviano. "É um golpe de Estado predito, cantado e, pode-se dizer, derrotado", afirmou Maduro. Fonte: Associated Press.

O presidente boliviano Evo Morales denunciou nesta quarta-feira que um "golpe de Estado" promovido pelos setores de direita está em andamento e disse que executará medidas para defender a democracia, no momento em que os resultados das eleições confirmarem sua vitória.

"Um golpe de Estado está em andamento. Quero que o povo boliviano saiba que até agora humildemente sofremos para evitar a violência e não entramos em confronto", disse o presidente em comunicado à imprensa.

Além disso, Morales declarou ter certeza de que vencerá o pleito no primeiro turno. "Estou quase certo de que, com os votos nas áreas rurais, venceremos no primeiro turno", disse o atual presidente que busca seu quarto mandato consecutivo.

Morales apareceu diante da mídia pela primeira vez desde as eleições de domingo e fez declarações no momento em que se inicia uma greve nacional que pede um segundo turno com o adversário Carlos Mesa.

Na terça-feira, centenas de opositores enfrentaram a polícia no centro de La Paz, perto da sede do OEP, aos gritos de "fraude".

Morales registrava na quarta-feira 46,4% dos votos, contra 37,07% de Mesa, após a apuração de 95% dos votos válidos, uma leve queda na vantagem do chefe de Estado.

De acordo com os resultados das eleições presidenciais de domingo, publicados pelo site do Órgão Eleitoral Plurinacional (OEP) da Bolívia, Morales, que tenta o quarto mandato, foi o candidato mais votado.

A Constituição boliviana estipula que um candidato a presidente consegue a eleição no primeiro turno se conquistar 50% mais um dos votos ou se superar a barreira de 40% e registrar 10 pontos de vantagem para o segundo colocado.

No momento, a vantagem de Morales para Mesa é inferior a 10%, o que significa que deve ser realizado um segundo turno.

O presidente Evo Morales ficou muito perto de conquistar a reeleição no primeiro turno na Bolívia, mas seu rival Carlos Mesa denunciou uma fraude, em meio a protestos violentos após a divulgação de uma surpreendente mudança de tendência na apuração dos votos em favor do atual governante.

A missão de observadores da Organização dos Estados Americanos (OEA) manifestou "preocupação e surpresa" com a mudança "drástica" na contagem dos votos - que permaneceu suspensa por 20 horas após o fim da votação no domingo -, depois a tendência inicial antecipava o segundo turno.

Após a guinada inesperada e a denúncia da oposição, milhares de pessoas protestaram em cinco das nove regiões da Bolívia. Os incidentes mais graves foram os incêndios em centros eleitorais de Sucre (sudeste) e Potosí (sudoeste).

Uma multidão enfurecida incendiou a fachada da sede do Tribunal Eleitoral de Sucre, a capital administrativa boliviana, aos gritos de "fraude".

Um protesto similar foi registrado na sede eleitoral de Potosí.

A oposição também protestou e entrou em conflito com a polícia em Oruro (sul), Cochabamba (centro) e La Paz, enquanto simpatizantes do governo reivindicavam a reeleição do presidente, de 59 anos, no primeiro turno.

Alguns sectores da oposição defenderam uma "rebelião" em caso de vitória de Morales no primeiro turno, em um clima de grande suspeita.

A A apuração rápida de atas (TREP), retomada no fim da tarde de segunda-feira, mostrou de modo surpreendente Morales com 46,87% dos votos e Mesa com 36,73%, após a apuração de 95,30% das urnas, o que significa que o presidente está muito próximo de evitar o segundo turno com o principal rival.

Um clima de suspeita domina a Bolívia desde que o Órgão Eleitoral Plurinacional (OEP) suspendeu a apuração na noite de domingo.

"Não vamos reconhecer estes resultados, que são parte de uma fraude consumada de maneira vergonhosa e que está colocando a sociedade boliviana em uma situação de tensão desnecessária", declarou Mesa a meios de comunicação de Santa Cruz, no leste do país.

Em um comunicado, a missão de observadores da OEA expressou sua "profunda preocupação e surpresa pela mudança drástica e difícil de justificar na tendência dos resultados preliminares conhecidos após o fechamento das urnas".

Mesa, que presidiu o país entre 2003 e 2005, denunciou algumas horas antes aos observadores da OEA que o organismo eleitoral "interrompeu arbitrariamente" a contagem dos votos e repetiu que acredita no segundo turno.

O OEP suspendeu a divulgação da apuração no domingo, após um único boletim da contagem rápida de 84% das atas que mostrava 45,28% para Morales e 38,16% para Mesa, resultado que antecipava o segundo turno em 15 de dezembro.

Segundo a Constituição boliviana, para vencer no primeiro turno o candidato deve obter mais de 50% dos votos votos válidos ou aos menos 40% com uma vantagem de 10 pontos sobre o segundo colocado.

Diversos países, incluindo Estados Unidos, Argentina, Brasil e Colômbia, também manifestaração preocupação com a situação na Bolívia.

Uma crescente suspeita de fraude nos resultados eleitorais a favor do presidente Evo Morales tomou conta de muitos bolivianos nesta segunda-feira (21), que participaram de vigílias em torno de algumas sedes regionais dos tribunais eleitorais, que ainda não confirmaram se haverá um segundo turno.

Sem os dados dos votos das áreas rurais e do exterior, com os quais Morales conta para vencer no primeiro turno, o Órgão Eleitoral Plurinacional (OEP) não havia atualizado até o início da tarde os resultados preliminares, produto de uma apuração rápida.

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Até o momento da interrupção da apresentação dos dados, no domingo à noite, Morales, que busca o quarto mandato consecutivo, tinha 45,28% contra 38,16% de Carlos Mesa, com 84% dos votos apurados, indicando assim tendência de um segundo turno em 15 de dezembro.

Candidato presidencial da oposição, Mesa denunciou nesta segunda a suposta intenção de Morales de "manipular", através do Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) o resultado das eleições e evitar o segundo turno.

"Quero, através dos meios de comunicação, denunciar sem nenhum tipo de matiz que o governo está tentando, através do Tribunal Supremo Eleitoral, eliminar o caminho para o segundo turno", afirmou Carlos Mesa em coletiva de imprensa.

Waldo Albarracín, líder do Conade, uma organização civil, alertou que o governo está gerando um clima de instabilidade e disse que "se uma guerra civil ocorrer neste país, é de responsabilidade do governo".

"Nenhum de nós está interessado em inflamar o ambiente", declarou o ministro da Comunicação, Manuel Canelas.

Preocupada com a interrupção na divulgação dos dados, a missão de observadores da Organização dos Estados Americanos (OEA) pediu no Twitter ao TSE que explique por que motivo interrompeu a transmissão dos resultados preliminares e que o processo de publicação dos dados da apuração aconteça de maneira fluida.

Logo após o pedido, o chanceler boliviano, Diego Pary, e os observadores da OEA "acordaram estabelecer uma equipe de acompanhamento permanente do processo de contagem oficial de votos" das eleições, respondeu o ministério boliviano das Relações Exteriores na mesma rede social.

Diante do cenário de dúvidas, o governo dos Estados Unidos se somou nesta segunda aos pedidos para que a Bolívia restabeleça a "credibilidade e a transparência" do processo eleitoral.

"Os Estados Unidos observam de perto o primeiro turno das eleições na Bolívia, especialmente a repentina interrupção da contagem eletrônica dos votos. Autoridades eleitorais devem restaurar a credibilidade e transparência do processo já, para que seja respeitada a vontade do povo", escreveu no Twitter o subsecretário interino de Estado para Assuntos do Hemisfério Ocidental, Michael Kozak.

Para impedir uma escalada no clima de desconfiança, o chanceler fez um convite público aos embaixadores da Argentina e do Brasil e ao gerente de negócios dos Estados Unidos, além de organizações internacionais, "para continuar o acompanhamento da contagem de votos".

Os primeiros movimentos de protesto contra o tribunal eleitoral ocorreram na cidade de Potosí (sudoeste), onde organizações não governamentais questionam a transparência do pleito. Manifestações ocorreram também em La Paz (oeste) e Santa Cruz (leste).

- Possibilidade de segundo turno -

Morales, de 59 anos, que conta com os votos das zonas rurais e do exterior para vencer e tomar posse para mais um mandato em 22 de janeiro de 2020, cantou vitória na noite de domingo, sem fazer referência a um eventual segundo turno.

"O povo boliviano decidiu continuar com o processo de mudança (política oficial) ", afirmou num pronunciamento na sede do governo em La Paz

Mas para ganhar no primeiro turno, Morales precisa de 40% dos votos válidos e ter uma vantagem de pelo menos 10 pontos sobre Mesa.

O analista Iván Arias considerou garantido o segundo turno, o que seria algo inédito na Bolívia.

O analista político Carlos Borth seguiu a mesma linha e disse que com 84% da urnas "abriria o segundo turno, mas recordou que será importante contar os votos nas províncias mais remotas e no exterior, "onde vai ter um peso muito grande os resultados da Argentina".

- Um referendo -

Em um cenário de polarização, o segundo turno se transformaria em uma espécie de referendo para Morales sobre seus quase 14 anos de governo, afirmou Mesa, durante a coletiva de imprensa onde classificou de "triunfo inquestionável" sua participação no segundo turno.

"Se houver um segundo turno, isso se transforma em referendo", disse à AFP Gaspard Estrada, especialista em América Latina da universidade de Ciências Políticas de Paris.

Nesse caso, "a Bolívia terá que escolher entre duas opções" e "o país sabe perfeitamente qual é o caminho da construção democrática", afirmou Mesa.

"Essa será uma eleição na qual está em jogo o destino da Bolivia", disse o ex-presidente, de 66 anos, que esteve À frente do país de 2003 a 2005.

- A sombra da rebelião -

Caso ocorra uma vitória de Morales em primeiro turno, em meio a um clima de suspeita de fraude eleitoral, alguns setores da oposição, como o Conade, pretendem convocar uma "rebelião".

A decisão de Morales de disputar um novo mandato é mal vista por um segmento da população e muito criticada pela oposição, que considera que uma vitória do presidente colocaria a Bolívia no caminho da autocracia.

Morales foi beneficiado por uma decisão do Tribunal Constitucional de 2017 que o habilitou a disputar a reeleição de modo indefinido, alegando que este é um direito humano, apenas um ano depois da derrota do presidente em um referendo que consultou a população sobre o tema.

O líder mais longevo da América do Sul busca um inédito quarto mandato nas eleições da Bolívia neste domingo. No entanto, pesquisas sugerem que o presidente Evo Morales enfrenta a eleição mais apertada de sua carreira. As urnas já foram abertas.

O líder esquerdista de 59 anos é favorito para ser o mais votado no primeiro turno, mas deve ter de enfrentar um segundo turno em dezembro no qual pode ficar vulnerável a uma oposição unida.

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Morales assumiu o poder em 2006 como o primeiro presidente indígena do país. Ele se aliou a um bloco de líderes de esquerda na América Latina e usou receitas do gás natural e dos minerais do país para redistribuir riqueza e retirar milhões da pobreza no país mais pobre da região. A economia cresceu em média cerca de 4,5% ano, mais do que a média regional.

Mas o presidente também enfrenta crescente insatisfação, até mesmo entre seus apoiadores indígenas. Alguns se frustraram por escândalos de corrupção ligados ao seu governo - embora não ao próprio Morales - e outros, por sua recusa a aceitar um referendo sobre a limitação de mandatos presidenciais. Bolivianos votaram por manter o limite de mandatos em 2016, mas a principal corte do país - vista por críticos como próxima ao presidente - decidiu que os limites violariam os direitos políticos de Morales como cidadão.

O principal rival de Morales é o ex-presidente Carlos Mesa, um jornalista e historiador de 66 anos que, como vice-presidente, chegou ao cargo mais alto da nação quando seu antecessor renunciou em 2003 após protestos. Ele deixou a presidência em 2005 em meio a novas manifestações lideradas por Morales, que era líder dos produtores de cacau do país.

Pesquisa realizada entre 4 e 6 de outubro pela Universidade Mayor de San Andrés e outras instituições mostrou Morales aparentemente em vantagem sobre Mesa, 32% a 27%, antes do primeiro turno, com o restante dos votos dividido entre outros candidatos.

Bolivianos também elegerão todos os 166 assentos do Congresso. Pesquisas projetam que nenhum partido terá maioria no Congresso, o que pode levar a um impasse para o próximo governo.

Com música nativa e ritos ancestrais em homenagem à 'Pachamama', a mãe-Terra andina, o presidente da Bolívia, Evo Morales, trocou nesta quinta-feira (9) o colonial Palácio Quemado, que foi sede do Executivo por quase dois séculos, por uma casa de governo moderna de 29 andares.

O edifício colossal, que levou quatro anos para ser construído, tem sete elevadores, heliporto e um andar presidencial de 1.000 metros quadrados. A obra custou 34,4 milhões de dólares, segundo a ministra da Comunicação, Gisela López.

Uma cerimônia em idioma aimara, presidida por um 'amauta' (sábio indígena), em meio ao soar de 'pututus' (um tipo de berrante) e defumação de mirra e nopal, encerrou as atividades do histórico Palácio Quemado, que deve seu nome por ter sido incendiado em uma revolta contra o presidente liberal Tomás Frías, em 1875.

A nova sede do governo, construída nos fundos da anterior, abrigará, ainda, cinco ministérios, que representarão ao erário uma economia em aluguéis de 20 milhões de dólares ao ano, segundo o vice-ministro da Presidência, Alfredo Rada.

A festa de movimentos sociais vinculados a Morales - encabeçados pela unitária Central Operária Boliviana (COB) - percorreu o centro de La Paz, da praça San Francisco até a praça Murillo, sede dos poderes Executivo e Legislativo.

Os próprios 'amautas' ergueram no novo edifício de governo uma 'huajta', oferenda que consiste em queimar um preparado de doces de diversas formas para pedir a proteção da Pachamama. No meio, também queimava um 'sullu', feto de lhama, como sacrifício à mãe-Terra andina.

"Inauguramos a #CasaGrandedoPovo, de onde se governará em democracia, junto com os bolivianos e as bolivianas. Deixamos para trás o Palácio colonialista, do qual tantos governos deram as costas ao povo. A nova #Bolívia avança livre, digna e soberana", escreveu Morales em sua conta no Twitter.

- Um edifício que gera polêmica -

O novo prédio seria equipado com sauna, jacuzzi, sala de massagem, sala de leitura e academia, o que provocou longas críticas da oposição. Quando um grupo de jornalistas pediu à ministra López para ver a hidromassagem, ela respondeu: "Seria absurdo que eu abrisse a porta do banheiro para fazê-los visitar".

"Presidente, não somos bobos, isto não é uma casa, é um Palácio, e não é do povo, é do senhor. São as coisas como são", protestou o líder opositor Samuel Doria Medina pelas redes sociais.

A Casa Grande do Povo dispõe de sete elevadores de última geração, um dos quais será de uso exclusivo do presidente. O 13º andar será destinado a reuniões de gabinete. Dois andares são de uso exclusivo do chefe de Estado. No 23º andar fica a área de trabalho do presidente com gabinete, além de dois escritórios e três salas de reunião.

No 24º andar encontra-se a suíte presidencial de 1.068 metros quadrados e no terraço fica o heliporto.

A luxuosa obra também gerou críticas do ex-presidente Carlos Mesa, pois o edifício afeta a concepção urbanística do centro de La Paz, caracterizado por construções coloniais.

As críticas também se dirigiram ao pagamento de 130 mil dólares a artistas bolivianos que pintaram os 16 murais que adornam as paredes da nova sede do governo.

Morales, que está no centro da polêmica porque, segundo a oposição, forçou a lei para se candidatar a um quarto mandato nas eleições de 2019, comandará nesta sexta-feira sua primeira reunião de gabinete na nova casa.

Depois de dois adiamentos por complicações de saúde, o presidente Michel Temer recebeu na manhã desta terça-feira, 5, o presidente da Bolívia, Evo Morales, no Palácio do Planalto e oferecerá à comitiva boliviana um almoço no Itamaraty. Temer e Evo possuem uma agenda bilateral de negócios entre os dois países e estavam reunidos por volta das 12h em uma sala do Planalto discutindo os termos.

Durante o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, Morales acusou Temer de promover um golpe "judicial e parlamentar" e retirou o embaixador do País, um gesto diplomático de repúdio. A Bolívia foi um dos países latino-americanos que não reconheceu o afastamento de Dilma.

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Agora, Evo, que comanda a Bolívia desde 2006, se prepara para tentar concorrer ao quarto mandato consecutivo, o que não era permitido pela constituição, mas foi autorizado pelo Tribunal Constitucional boliviano, sob protestos da oposição. Ele poderá ficar quase duas décadas no poder.

Morales foi recebido pelo presidente e por uma delegação de ministros, entre eles os tucanos Aloysio Nunes (Relações Exteriores) e Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo). Integraram a comitiva brasileira, entre outros, os ministros: Eliseu Padilha (Casa Civil), Torquato Jardim (Justiça), Sergio Etchegoyen (Gabinete de Segurança Institucional), Mauricio Quintella Lessa (Transportes), Fernando Bezerra Coelho (Minas e Energia).

Antes do encontro com Temer, Evo se reuniu com quatro governadores de Estados da região próxima à fronteira com a Bolívia: Acre (Tião Viana), Rondônia (Confúcio Moura), Mato Grosso (Pedro Taques) e Mato Grosso do Sul (Reinaldo Azambuja). Na reunião, eles discutiram integração energética (venda de gás e energia e construção de hidrelétricas e termoelétricas) e a instalação de um porto fronteiriço na cidade boliviana de Puerto Ustares, onde o grupo se encontrará novamente no dia 30 de janeiro de 2018. Também foram acertadas propostas comerciais e de transporte.

O Tribunal Constitucional da Bolívia abriu caminho para que o presidente Evo Morales concorra a um quarto mandato em 2019, apesar da rejeição de tal medida em plebiscito anterior. A corte determinou que o direito de concorrer se sobrepõe aos limites impostos à reeleição na Constituição, que garante o direito dos cidadãos a disputar cargos públicos, afirmou o presidente do tribunal, Macario Lahor Cortez, em entrevista coletiva.

Membros do partido do presidente, o Movimento ao Socialismo (MAS), e sindicatos favoráveis ao governo aplaudiram a decisão. Já a oposição qualificou-a como inconstitucional. "É um dia triste para a democracia", afirmou o ex-vice-presidente Victor Hugo Cárdenas. "O Tribunal Constitucional do regime acaba de impor um revés à Constituição e ao povo", afirmou no Twitter Samuel Doria Medina, presidente do oposicionista Partido Unidade Nacional.

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O primeiro presidente indígena da Bolívia, Morales foi eleito pela primeira vez em 2005 e reeleito em 2009 e 2014. A Constituição permite apenas duas eleições consecutivas. A próxima eleição pode resultar no quarto mandato, mas o Tribunal Constitucional havia decidido anteriormente que o primeiro mandato não valia para essa conta, porque Morales não havia completado o mandato de cinco anos antes de uma nova Constituição entrar em vigor, em 2009.

Em fevereiro, Morales perdeu por pouco um plebiscito sobre se a Constituição poderia ser revista para que ele concorresse de novo em 2019. Apesar disso, o MAS pressionou por meios de permitir que o presidente dispute novamente e apelou em setembro ao Tribunal Constitucional. Na terça-feira, Morales disse que poderia concorrer de novo porque as convenções pelos direitos humanos se sobrepunham à Constituição.

Morales liderou um boom econômico sem precedentes para a Bolívia, beneficiado pela alta nas matérias-primas em seu primeiro mandato, e conseguiu retirar milhões de pobreza, apoiado pela receita com gás natural. O impulso da economia, porém, perdeu força e junto com ele a popularidade de Morales, em meio a alegações de corrupção no governo e de manipulação do Judiciário.

Uma pesquisa de outubro do instituto Ipsos mostrou que 68% dos bolivianos consultados eram contrários à reeleição do presidente em 2019. Fonte: Associated Press.

O presidente da Bolívia, Evo Morales, cancelou a visita que faria o Brasil em função dos problemas de saúde e da internação do presidente da República, Michel Temer.

Morales e Temer tinham uma reunião agendada para segunda-feira, 30, em Brasília. O presidente brasileiro, no entanto, foi submetido na sexta, 27, a uma cirurgia de raspagem da próstata para desobstrução da uretra no hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, e por recomendação médica só voltará ao trabalho na quarta-feira.

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O Itamaraty e o governo boliviano estudam uma nova data para a visita.

O presidente do Estado Plurinacional da Bolívia, Evo Morales, realizará visita oficial ao Brasil na segunda-feira, dia 30, ocasião em que será recebido pelo presidente Michel Temer. Esta será a primeira passagem dele por Brasília no governo Temer.

Apoiador de governos petistas, Morales foi um dos presidentes sul-americanos que acusaram o Congresso Nacional de promover um "golpe" e rechaçou o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, o que levou Temer ao poder. Evo Morales apontou em redes sociais um "golpe congressista e judicial" no Brasil e logo retirou seu embaixador do Brasil, após a destituição de Dilma, num gesto de protesto. O Brasil fez o mesmo, mas não houve rompimento de relações diplomáticas. A vinda do boliviano pode indicar uma flexibilização da resistência ao peemedebista por parte de governos de linha bolivariana - outros são Venezuela, Cuba, Nicarágua e Equador.

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Temer deve receber Morales no Palácio do Planalto. Os preparativos estavam sendo realizados por assessores nesta sexta-feira, 27. Depois, o boliviano participará de um coquetel seguido de almoço com ministros e deputados no Palácio do Itamaraty, em Brasília.

Segundo o Ministério das Relações Exteriores, o objetivo da visita é aumentar a cooperação e a coordenação bilateral em temas como a "luta contra o crime transnacional, energia, defesa, desenvolvimento fronteiriço, integração da infraestrutura física, temas migratórios e consulares, comércio e investimentos".

Segundo dados oficiais do governo, o Brasil é o maior parceiro comercial da Bolívia e principal destino de exportações do país andino, respondendo por 19%, à frente dos Estados Unidos, que têm 14%. O intercâmbio comercial entre os países foi de US$ 2,8 bilhões no ano passado.

A visita foi precedida de reunião entre o ministro das Relações Exteriores da Bolívia, Fernando Huanacuni, e o chanceler Aloysio Nunes Ferreira. Uma das principais pautas deve ser a cooperação na área de inteligência e segurança. A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) planeja enviar um adido para La Paz. Também há cooperação na área de saúde, com foco na região de fronteira.

O presidente da Bolívia, Evo Morales, deverá descansar sua voz durante uma semana, após uma cirurgia na garganta bem sucedida em Cuba. A informação foi dada pelo ministro presidencial Rene Martinez ao serviço de notícias Telesur, no último sábado.

Segundo Martinez, ainda não se sabe quando Morales voltará à Bolívia. O presidente viajou a Cuba na quinta-feira (30), ao adiantar uma cirurgia para remover um nódulo das cordas vocais, que estava prevista, anteriormente, para 8 de abril. Fonte: Associated Press.

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