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Um coquetel de anticorpos contra a Covid-19 desenvolvido pelo laboratório anglo-sueco AstraZeneca apresentou resultados considerados positivos em testes clínicos da fase 3 - anunciou a empresa farmacêutica, em nota divulgada nesta segunda-feira (11).

Os testes do medicamento AZD7442, que consiste em uma combinação de anticorpos, "resultaram em uma redução estatisticamente satisfatória" dos "casos graves de Covid-19, ou das mortes pela doença, em comparação com um placebo em pacientes não hospitalizados com sintomas leves ou moderados", relatou a AstraZeneca.

De acordo com o laboratório, 90% dos participantes pertenciam a categorias de pacientes considerados com alto risco de desenvolver formas graves da Covid-19, incluindo aqueles com comorbidades.

Os 903 participantes destes ensaios clínicos receberam o tratamento nos cinco dias que se seguiram ao surgimento dos primeiros sintomas.

A análise preliminar dos resultados mostra que "o AZD7442 reduziu o risco de desenvolver Covid-19 grave, ou mortal, em 67% dos casos, em comparação com o placebo", detalha o comunicado.

"Dado que os casos graves de Covid-19 continuam em todo mundo, existe uma necessidade importante de novas terapias, como o AZD7442, para proteger as populações vulneráveis", afirmou Hugh Montgomery, professor de medicina de cuidados intensivos da University College London e um dos principais pesquisadores deste ensaio clínico.

A AstraZeneca apresentará os dados às autoridades de saúde e solicitou à FDA, agência americana que regula o setor de medicamentos e alimentos, que aprove o fármaco para tratar a Covid-19.

Em março, o grupo anunciou um acordo com os Estados Unidos para fornecer ao país até 700 mil doses desse tratamento com anticorpos, ainda este ano, no total de US$ 726 milhões.

A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), ligada ao Ministério da Saúde, passou a contraindicar o uso da cloroquina, hidroxicloroquina, azitromicina e outros medicamentos, defendidos pelo presidente Jair Bolsonaro, contra a Covid-19.

Essa contraindicação é para pacientes que estejam internados com o novo coronavírus. O texto ficará disponível durante 10 dias para a consulta pública no site da Conitec e, se aprovado, passará a ter efetividade no atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS).

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No relatório de 101 páginas, a Comissão aponta que "alguns medicamentos foram testados e não mostraram benefícios clínicos na população de pacientes hospitalizados, não devendo ser utilizados, sendo eles: hidroxicloroquina ou cloroquina, azitromicina, lopinavir/ritonavir, colchicina e plasma convalescente".

Além disso, a Conitec indica que a " ivermectina e a associação de casirivimabe + imdevimabe não possuem evidência que justifiquem seu uso em pacientes hospitalizados, não devendo ser utilizados nessa população". 

A Tailândia decidiu adiar o início da campanha de vacinação com o fármaco da AstraZeneca, anunciaram as autoridades de saúde, em meio aos temores de que a vacina poderia provocar trombose.

A campanha de vacinação com as doses da vacina Oxford/AstraZeneca deveria começar nesta sexta-feira (12) e o primeiro-ministro Prayut Chan-O-Cha seria o primeiro a receber o imunizante.

Mas o evento foi cancelado e substituído por uma entrevista coletiva das autoridades de saúde.

"A administração das vacinas aos tailandeses deve ser segura, não temos que ter pressa", disse Piyasakol Sakolsatayadorn, assessor do comitê nacional que coordena a campanha de vacinação contra a Covid-19 no país.

"Embora a qualidade do AstraZeneca seja boa, alguns países pediram um adiamento de seu uso e nós também vamos adiar", acrescentou.

Na quinta-feira, Dinamarca, Islândia e Noruega anunciaram a suspensão do uso da vacina da AstraZeneca contra a Covid-19, alegando o princípio da "precaução".

A Áustria parou de administrar um lote destas vacinas após a morte de uma enfermeira de 49 anos por "graves problemas de coagulação" dias após ser vacinada.

O laboratório anglo-sueco e o governo britânico reagiram e defenderam a vacina como "segura" e "eficaz".

"Esperamos até que Dinamarca e Áustria informem suas conclusões", afirmou o virologista Yong Poovarawan.

"Adiamos para que seja estabelecido se (os efeitos colaterais) são causados pela vacina ou se é apenas em um lote específico", disse o virologista, acrescentando que o lote recebido pela Tailândia foi fabricado na Ásia.

O país iniciou a campanha de vacinação há um mês com o fármaco do laboratório chinês Sinovac.

A Tailândia conseguiu frear a pandemia com medidas severas. O país registrou 26.000 casos e 85 mortes por Covid-19.

Um estudo feito por pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP), com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), mostra que um fármaco usado no tratamento contra hepatite C crônica é capaz de eliminar o vírus da chikungunya e da febre amarela. Todos os testes para uso humano do Sofosbuvir já foram realizados e com isso é possível que a substância seja empregada em uma eventual epidemia de Chikungunya.

Segundo a pesquisa, as células humanas infectadas in vitro com Chikungunya foram tratadas com o fármaco, que eliminou o vírus sem danificar as células e se mostrou 11 vezes mais efetivo contra o vírus do que contra as células.

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Para um dos pesquisadores, o professor Lúcio Freitas-Junior, a utilização do Sofosbuvir para o tratamento da chikungunya é interessante porque o processo para a obtenção de um novo fármaco é demorado, levando em torno de 12 anos, e caro, podendo chegar a R$ 1,5 bilhão.

"O Sofosbuvir é uma droga que passou por todo o processo de aprovação para uso humano. Isso possibilita que ela venha a ser utilizada contra a chikungunya em um ou três anos. O custo seria muito menor, estimado em cerca de US$ 500 mil”, disse.

Explicou que a chikungunya é grave não só por ser uma doença aguda, apresentando quadro semelhante ao da dengue, mas porque pode provocar sequela, dores articulares altamente debilitantes, que se estendem por meses ou anos.

Essas sequelas podem também incapacitar a pessoa a exercer sua atividade profissional e até mesmo a sair da cama.

“Não há vacina desenvolvida e as ferramentas para diagnóstico ainda precisam ser otimizadas. O Sofosbuvir é algo concreto que pode se tornar uma ferramenta poderosa para lutar contra esse vírus. Os resultados de nossa pesquisa possibilitam que as instituições eventualmente interessadas deem início aos ensaios clínicos”, disse Freitas-Junior.

Afirmou que a estratégia de utilizar um medicamento já conhecido para uma outra doença é chamada de reposicionamento de fármacos. Foram testados vários remédios conhecidos, prescritos não só antivirais, mas para outras doenças e condições e o considerado melhor foi o Sofosbuvir.

"Com essa informação, médicos em hospitais podem organizar pequenos protocolos para testar isso em humanos", disse.

Campanha

A prefeitura de São Paulo anunciou que antecipará para a próxima semana o lançamento do plano de combate ao mosquito Aedes aegypti e reforçará o efetivo de agentes de saúde envolvidos na ação.

Normalmente as campanhas são lançadas em janeiro. Segundo a prefeitura, este ano o combate ao mosquito terá um plano que abrange várias secretarias. Haverá ainda uma sala de situação, comandada pelo infectologista David Uip, que vai monitorar as doenças transmitidas pelo mosquito.

Segundo dados da prefeitura, até outubro deste ano foram registrados 505 casos de dengue no município. No ano passado, foram confirmados 866 casos. Já com relação à febre amarela, este ano foram 13 casos autóctones (adquiridos no próprio município), 107 casos importados e seis mortes. Em 2017 não houve nenhum caso autóctone e foram 28 casos importados.

Foram confirmados ainda 24 casos de chikungunya autóctones e 30 importados este ano. Em 2017, foram três autóctones e um importado. Em 2018, não foram registrados casos autóctones de zika e houve apenas um importado. No ano anterior foram 3 autóctones e um importado.

A prefeitura informou também que, além dos postos de saúde, a vacina contra a febre amarela também será aplicada em estações de trem, Metrô e terminais de ônibus. A meta é imunizar 95% da população em 2019. De setembro do ano passado, quando começou a imunização, até outubro de 2018, foram vacinadas 6,8 milhões de pessoas, o que representa 58,5% da cobertura vacinal.

Um medicamento experimental para combater a doença de Alzheimer chamado solanezumab falhou em um grande ensaio clínico, disse a gigante farmacêutica americana Eli Lilly nesta quarta-feira, enquanto especialistas consideraram os resultados "decepcionantes".

"O solanezumab não cumpriu o objetivo primário no ensaio clínico EXPEDITION 3, um estudo de fase 3 em pessoas com demência leve devido à doença de Alzheimer", disse uma declaração. As pessoas tratadas com o fármaco "não experimentaram uma desaceleração estatisticamente significativa do declínio cognitivo em comparação com os doentes tratados com placebo".

A Eli Lilly disse que vai abandonar as tentativas de obter aprovação regulatória para o solanezumab, um anticorpo injetável, como um tratamento para a demência leve. "Os resultados do ensaio com o solanezumab EXPEDITION 3 não foram o que esperávamos e estamos desapontados pelas milhões de pessoas à espera de um tratamento potencialmente modificador da doença de Alzheimer", disse John Lechleiter, diretor-executivo da empresa.

Em julho, a Eli Lilly disse que os resultados intermediários dos testes com o fármaco eram "promissores". "Depois de notícias positivas no último verão, tínhamos grandes esperanças de que esta droga se tornasse a primeira a retardar a doença de Alzheimer", disse Jeremy Hughes, diretor-executivo da Sociedade de Alzheimer.

"É extremamente decepcionante saber que este fármaco não ofereceu uma mudança significativa para as pessoas que vivem com demência, quando a necessidade é claramente tão grande". David Reynolds, do Instituto de pesquisa britânico Alzheimer's Research, disse que já se passaram quase 15 anos desde que uma droga para a doença de Alzheimer chegou ao mercado.

"Infelizmente, mais de 99% dos ensaios clínicos para novas drogas de Alzheimer falharam desde então", escreveu Reynolds em um post de blog. "Para terem sucesso em ensaios clínicos, novas drogas contra o Alzheimer precisam mostrar benefícios para a memória e o pensamento que superem qualquer efeito de um placebo", acrescentou.

"Infelizmente, até agora nenhuma droga superou este obstáculo, e a solanezumab também ficou aquém". Nenhum dos tratamentos disponíveis no mercado é capaz de estacionar a demência. A Organização Mundial da Saúde diz que 36 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de demência. O número de casos deve chegar a mais de 65 milhões em 2030, e triplicar para 115 milhões em 2050.

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