Desemprego, dívidas e preços elevados foram citados pelos pernambucanos como aspectos motivadoress para não comemorarem as festas de fim de ano, de acordo com a pesquisa do Instituto Fecomércio-PE, feita em parceria com o Sebrae em Pernambuco e Ceplan. Em relação a 2015, houve queda de 4,5% de pessoas interessadas em realizar essas festividades.
Em 2016, o número de cidadãos estimulados a celebrarem Natal e Réveillon chegou a 57,9%, contra 62,4% do ano anterior. Essa realidade é ainda é mais percebida quando o panorama é o Recife. Na cidade, apenas 49,9% irão festejar. A pesquisa abordou 1.400 consumidores em locais da Região Metropolitana do Recife, Agreste e Sertão.
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Ao todo, 18,4% dos entrevistados alegaram não festejar e apresentaram motivos diversos para a impossibilidade. Destes, 33,7% apontaram o desemprego; 28,7% por dívidas. Além desses aspectos, a falta de dinheiro foi alegado por 22,9% e os preços elevados por 18,6%.
Formas de comemorar
A escolha dos locais onde as festividades serão comemoradas reflete a tendência para essas datas em 2016. Ao todo, 64% pretende confraternizar em família, número 13,6% menor do que no ano anterior. Já 8,1% quer celebrar em restaurantes, bares e clubes.
Mesmo diante da mudança de hábito, a tradição da troca de presentes continua presente com adesão de 60,5%. Além desse tipo de compras, as de artigo pessoais apresenta uma porcentagem de 31 % dos entrevistados, com aumento em relação ao ano passado (10,6%). Outros 15,6% desejam viajar durante o período das festas de final do ano.
Gasto
Os entrevistados têm expectativa de gasto correspondente a R$ 232, o que equivale a um valor quase 9% menor em relação ao ano passado. Na compra de presentes a quantia estimada é de R$ 252, ainda inferior a 2015 (R$ 310). Já nas comemorações em restaurantes e bares o gasto pretendido é de pouco mais de R$ 170. Número bem inferior em relação a ano passado que girava em torno de R$ 768.
Opção de compra
As roupas e acessórios estão no topo dos artigos preferidos pelos consumidores, com 48,7% da adesão dos entrevistados. Cosméticos e perfumes ocupam a segunda posição, seguido de calçados e acessórios em couro e, por último, joias, bijuterias, relógios e óculos. Uma surpresa foi a redução da intenção de compra por brinquedos e artigos de cama, mesa e banho. No entanto, smartphones e tablets permanecem entre os itens na lista de opções de compras.
Pagamento
Apesar de muitos consumirem com cartões de crédito, para as datas de fim de ano, 54,5% dos consumidores pretende pagar em dinheiro. Em seguida está a efetivação em cartão de débito e, por fim, cartões de crédito. A pesquisa ainda revela a preferência pelos comércios tradicionais e não em centros comerciais fechados. A resistência em adquirir produtos pela internet também permanece. Apenas 2,6% das pessoas escolhem as compras online.
O lado dos empresários
Pouco confiantes, os empresários estão pessimistas diante das vendas do final de ano, assim como em 2015. Segundo a pesquisa, 41,3% dos gestores entrevistados estão com expectativa de menor volume de vendas, contra 36,7% que acreditam em negócios mais favoráveis. Apenas 22% acreditam que comércio irá se equiparar ao ano anterior.
De acordo com a Fecomércio-PE, a análise dos dados aponta, no geral, para uma retração de -2,7% no volume das vendas, com a queda mais acentuada na atividade dos serviços de alimentação (-6,4%).
A pesquisa ainda demonstra, em 33,2% dos entrevistas, a intenção de contratar ou que já contrataram mão de obra temporária para este período. Por outro lado, apenas 53,6% confirmaram o desejo de contratar efetivamente essas pessoas.