Tópicos | fertilizantes

O memorando de entendimento assinado nesta terça-feira (30) entre Brasil e Bolívia para cooperação em fertilizantes favorece a produção dos insumos em ambos países, avaliou o Ministério da Agricultura, em nota. Conforme antecipado pelo Estadão/Broadcast, os países firmaram acordo para cooperação sobretudo em fertilizantes potássicos, nitrogenados e fosfatados, além de calcário e insumos agrícolas de forma geral.

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, que participou da assinatura do documento no Palácio do Itamaraty, destacou que a cooperação prevê estudos para aumentar a produção de fertilizantes nos dois países por meio de construção de fábricas de fertilizantes nitrogenados, fosfatados e potássicos. "As alternativas precisam ser criadas, uma delas é o suprimento de gás natural com preços mais competitivos. Para que a gente possa restabelecer a construção e finalizar, por exemplo, a planta de Três Lagoas (MS) e em Cuiabá (MT), o suprimento de gás natural da Bolívia é fundamental", disse Fávaro, citando o compromisso do governo para a redução da dependência brasileira de fertilizantes importados - hoje de 85%.

##RECOMENDA##

A Bolívia possui grandes reservas de gás natural, matéria-prima base para a produção de adubos nitrogenados. "Mas carece de capacitação e de recursos para desenvolver suas cadeias - carência que o memorando tenta reduzir ao prever ações de cooperação técnica, plano de desenvolvimento industrial e programa de atração de investimento, entre outras medidas", observou o Ministério, em nota.

O acordo prevê articulação e implementação de projetos estratégicos para indústria e comércio de insumos agropecuários, colaboração para políticas públicas voltadas às cadeias produtivas de fertilizantes, calcário e insumos para nutrição de plantas em ambos os países. O documento cita ainda cooperação bilateral em metodologias para determinar preços de fertilizantes, facilitação de comércio e investimentos entre os países e publicação conjunta de materiais técnicos na área.

Pelo governo brasileiro, o memorando é assinado pelo Ministério da Agricultura, pelo Ministério do Desenvolvimento da Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e pelo Ministério de Minas e Energia (MME). Já pela Bolívia assinam o documento o Ministério de Hidrocarbonetos e Energia e o Ministério de Desenvolvimento Rural e Terras.

Também foi firmado um acordo de cooperação tecnológica entre instituições de pesquisa dos dois países, sendo o Brasil representado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). "Com esse acordo firmado, a Embrapa poderá colaborar com a agropecuária boliviana", ressaltou Favaro. Os memorandos terão vigência de cinco anos, podendo ser renovados.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) atribuiu ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e ao ex-presidente Michel Temer a culpa por eventual desabastecimento de fertilizantes no País após o corte de importações por causa do conflito na Ucrânia. Lula lembrou que ambos os mandatários fecharam fábricas do produto durante seus governos.

Em sua rede social, o líder petista reagiu a uma publicação que noticiava uma fala da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, lamentando o fato de o Brasil ter encerrado as atividades de três fábricas de fertilizantes.

##RECOMENDA##

"Foram os governos de Temer e Bolsonaro que erraram, não o Brasil, fechando fábricas de fertilizantes na Bahia, em Sergipe e no Paraná", afirmou o ex-presidente.

A Petrobras aprovou, em janeiro de 2020, o encerramento das atividades de uma fábrica de fertilizantes localizada em Araucária, no Paraná, argumentando que resultados negativos mostravam inviabilidade do negócio. Em 2018, a petroleira fechou a fábrica de fertilizantes nitrogenados da Bahia (Fafen-BA) e de Sergipe (Fafen-SE).

O presidente Bolsonaro tem pregado o "equilíbrio" do Brasil no conflito, evitando condenar a ação militar da Rússia de Vladimir Putin sob a alegação de que a produção agrícola brasileira depende de fertilizantes, em especial o potássio, fornecidos pelos russos.

Nesta quarta-feira, 2, Tereza Cristina disse que o Brasil tem "forte estoque de passagem" do adubo NPK (nitrogênio, fósforo e potássio), mas que, mesmo assim, o insumo é a principal preocupação do governo brasileiro.

"O nosso maior gargalo no Brasil é o potássio. Importamos mais de 90% do que consumimos. Este é o produto com o qual temos mais preocupação e por isso é que, já prevendo isso, estávamos articulando com outros países produtores, como o Canadá", disse ela.

Bolsonaro também citou a dependência do potássio russo como argumento para aprovar o PL 191/2020 na Câmara dos Deputados, que autoriza a mineração em terras indígenas.

O mandatário argumenta que é urgente o acesso a reservas de potássio em terras indígenas, mas, como já mostrou o Estadão, a alegação não se sustenta: há centenas de pedidos de exploração de potássio fora de terras indígenas à espera de liberação das autoridades.

Procurado, o Ministério da Agricultura ainda não se manifestou.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quinta-feira, 3, em transmissão ao vivo nas redes sociais que o advogado-geral da União, ministro Bruno Bianco, negocia liberação na Justiça para exploração potássio na região de Autazes, no Amazonas.

O objetivo é tentar reagir à interrupção do fornecimento de fertilizantes da Rússia desde a emergência da guerra com a Ucrânia, já que o potássio é matéria-prima para o insumo essencial para as lavouras. Como mostrou o Estadão, o governo também pressiona o Congresso a aprovar um projeto de lei que prevê a exploração mineral em terras indígenas.

##RECOMENDA##

De acordo com Bolsonaro, a exploração de potássio em Autazes, onde há reservas indígenas, está proibida pela Justiça. "Há minoria de magistrados pelo Brasil que faz trabalho que inviabiliza nosso trabalho", disparou na live o presidente, que costuma ter atritos com juízes, em especial do Supremo Tribunal Federal (STF).

"Bruno Bianco está conversando para chegar a um denominador comum. Agora há fato novo, a crise mundial de fertilizantes", acrescentou Bolsonaro, sobre a possibilidade de se liberar retirada de minerais na região. "Se não fosse problema jurídico, já poderíamos estar produzindo aqui o nosso potássio".

O aperto na oferta de fertilizantes é acompanhado pelo governo desde antes da guerra entre Rússia e Ucrânia, em razão da própria crise energética.

Ao lado de Bolsonaro na live, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, afirmou que o plano nacional dos fertilizantes, que pode apontar um caminho de longo prazo para a autossuficência nesses insumos, deve ser lançado na última semana de março. "Precisamos prospectar mais nosso subsolo para saber onde temos mais potássio", declarou a ministra.

Bolsonaro ainda disse na transmissão ao vivo que, se os impasses para a exploração forem resolvidos, o Brasil poderá se tornar um exportador de fertilizante. "País que é dependente de outro pode sofrer consequências. Aumentou fertilizante, aumentará na ponta da linha o que a gente produz no campo".

Contato: eduardo.gayer@estadao.com

O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quinta-feira que o agronegócio brasileiro "não é dez", mas "nove", em razão da dependência do País da importação de fertilizantes essenciais para as lavouras.

A fala foi feita em transmissão ao vivo nas redes sociais e ao lado da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, nome favorito do Centrão para ser a candidata a vice de Bolsonaro.

##RECOMENDA##

O agronegócio é uma importante base eleitoral do presidente, mas tem recebido acenos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), principal adversário do chefe do Executivo nas eleições deste ano.

"Nosso agronegócio não é dez, é nove, porque depende de outros fatores para ser dez", afirmou o presidente na live. Tereza Cristina complementou a declaração. "O Brasil, no passado, não fez um programa nacional para produção própria de fertilizantes. Fizemos opção errada lá atrás", disse a ministra, que deve lançar até o fim do mês um programa nacional para fomentar a produção local do insumo.

Após uma reunião de cerca de duas horas seguida de almoço, o presidente da República, Jair Bolsonaro, agradeceu ao presidente da Rússia, Vladimir Putin, pela parceria na área de fertilizantes. Em pronunciamento no Kremlin, o brasileiro citou o lado conservador do contraparte, ex-funcionário da KGB nos tempos da União Soviética.

"O Brasil é uma potência, em especial, no agronegócio. Existe muito interesse de nossa parte no comércio de fertilizantes, pelo que sou grato ao prezado amigo", declarou Bolsonaro, que citou interesse russo em plantas brasileiras habilitadas na venda de produtos de origem animal, como carnes. "Compartilhamos de valores comuns, como crença em Deus e defesa da família", acrescentou.

##RECOMENDA##

De acordo com o presidente brasileiro, a reunião com Putin foi sobre uma agenda "bastante profícua" e "de amplo interesse dos nossos países". "É sinal de que duas grandes potências têm muito a avançar, a interagir para benefício dos nossos povos e repito: muito obrigada presidente Putin pela acolhida pelos temas tratados conosco e pela confiança deposita em nosso país."

Sem citar diretamente o conflito com a Ucrânia, Bolsonaro diz ser "solidário" a todos os países que se empenham pela paz. Mais cedo, ele afirmou ser solidário à Rússia. "Mundo é nossa casa e Deus está acima de todos nós. Pregamos a paz e respeitamos todos aqueles que agem dessa maneira, afinal de contas, esse é o interesse de todos nós: paz para o mundo", seguiu o presidente.

Bolsonaro ainda destacou a colaboração entre os países no Brics, no G20 e na ONU e agradeceu Putin por seus votos de solidariedade com a população de Petrópolis, atingida por fortes chuvas.

De volta ao Brasil após uma viagem oficial de 12 dias por Egito, Emirados Árabes Unidos e Grécia, o vice-presidente Hamilton Mourão sugeriu, nesta sexta-feira (8), a exploração de potássio na Amazônia como forma de conter eventual falta de fertilizantes no Brasil, questão apontada pelo presidente Jair Bolsonaro.

Nesta quinta-feira, em cerimônia para revisão de normas trabalhistas, o chefe do Executivo previu desabastecimento no País no próximo ano por falta de fertilizantes. "Vou avisar um ano antes. Por questão de crise energética, a China começa a produzir menos fertilizantes. Já aumentou de preço, vai aumentar mais e vai faltar. A cada cinco pratos de comida no mundo, um sai do Brasil. Vamos ter problemas de abastecimento no ano que vem", declarou Bolsonaro, que prometeu um plano emergencial para conter o impasse.

##RECOMENDA##

Questionado sobre o tema na sua chegada ao Planalto nesta sexta, Mourão respondeu que solucionar o problema "não é simples". De acordo com o vice-presidente, existe uma grande mina de potássio a ser explorada na Amazônia, mas que estaria aguardando licenciamento por conta de comunidades indígenas dos arredores. "Seria uma renda de R$ 10 bilhões por ano para o Estado do Amazonas, além de nos tornar autossuficientes no potássio, fonte de vários fertilizantes", afirmou. Mas ele não quis tecer mais comentários sobre o tema. "Presidente deve estar recebendo dados que eu não possuo ainda".

Viagem.

Mourão disse ainda que todos os objetivos do governo foram cumpridos durante sua viagem ao exterior, marcada por encontros bilaterais com autoridades e investidores. "Fizemos palestra para a comunidade internacional sobre a Amazônia", declarou. O vice-presidente também destacou o apoio da Grécia à entrada do Brasil na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), hoje travada. "Essa questão (ingresso do País no grupo) avançou muito", garantiu Mourão, sem oferecer mais detalhes.

A Petrobras informa que iniciou o processo de hibernação da fábrica de fertilizantes em Sergipe (Fafen-SE) e que segue com o processo licitatório para arrendamento desta unidade, assim como da unidade na Bahia (Fafen-BA), aguardando propostas dos potenciais interessados.

A estatal lembra que em 2017, "coerente com sua estratégia de gestão de portfólio", decidiu pela saída do negócio de fertilizantes em função da persistência de significativos prejuízos e consequente destruição de valor decorrente da operação desses ativos. Nesse contexto, cancelou um projeto, paralisou a construção de outro e está negociando sua venda, iniciou o processo de desinvestimento da Araucária Nitrogenados S.A. (ANSA) e optou pela hibernação das fábricas Fafen-BA e Fafen-SE, para as quais não houve manifestação de interesse por parte de potenciais compradores, e alinhado ao Plano de Negócios e Gestão 2019-2023 e ao objetivo de maximização de valor para seus acionistas, o que inclui sua controladora, a sociedade brasileira.

##RECOMENDA##

A companhia informa que ofereceu aos empregados lotados na Fafen-SE oportunidades de movimentação interna que conciliem perfis e perspectivas pessoais com as necessidades da empresa. "Um efetivo mínimo permanecerá em rotina operacional com o objetivo de garantir a integridade e a segurança das instalações", afirma. Desde março de 2018, a Petrobras lembra que vem tratando da hibernação com autoridades e entidades representativas, de forma que potenciais efeitos negativos sobre as economias da Bahia e Sergipe sejam minimizados.

"Assim, atualmente, mais de 80% do mercado de ureia, principal produto do segmento de nitrogenados, já é atendido por importações. Com respeito ao mercado de amônia, em que a Petrobras responde por cerca de 30% da oferta, a companhia está investindo em infraestrutura de logística no porto de Aratu (BA) para viabilizar o atendimento de clientes localizados no Polo de Camaçari e no curto prazo continuará a satisfazer a demanda através venda de seus estoques remanescentes", diz a empresa.

O tabelamento do frete está atrasando a entrega de fertilizantes para produtores rurais e o setor já prevê menor rentabilidade com a alta nos preços do produto. Como menos caminhões estão indo até os portos, o insumo importado que seria a carga na viagem de volta está parado nos navios. Segundo levantamento da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), dos 60 navios parados nos portos brasileiros, 35 estão com fertilizantes.

O diretor executivo da Associação dos Misturadores de Adubo do Brasil (AMA Brasil), Carlos Eduardo Florence, calcula que 60% das entregas previstas para este período do ano estão represadas - a maior parte do fertilizante consumido no País é importada. "Não há mais capacidade de armazenagem de fertilizantes nos portos. O volume que sai é insignificante. Com isso, vários navios estão parados e carregados de adubos", afirmou. "E ainda tem muito navio com fertilizante vindo para o Brasil."

##RECOMENDA##

De acordo com a agência marítima Williams Brazil, de 1.º de junho até o dia 18, a quantidade de adubo prevista para ser descarregada nos portos brasileiros chegava a 5,143 milhões de toneladas - 36% para Paranaguá (PR), 22%, para Santos (SP) e 12,3% para Rio Grande (RS).

Segundo Florence, além de não estarem faturando com o insumo que deveria ser entregue, as empresas de defensivos estão arcando com prejuízos decorrentes da multa diária paga quando o embarque demora mais que o combinado.

Custo

No norte do Paraná, a demora na entrega de fertilizantes preocupa os produtores, já que o plantio da soja da safra 2018/2019 começa em outubro. Além desse atraso, a perspectiva é de que, mantido o atual patamar de valores do transporte, o preço dos insumos suba mais.

O gerente de logística da cooperativa Integrada, Celso Otani, diz que o frete para fertilizantes, que era de R$ 75 a tonelada antes do tabelamento, está entre R$ 100 e R$ 105 a tonelada. Ele explica que, em geral, o custo para transporte do insumo leva em consideração o fato de que ele é levado por caminhões que descarregaram grãos no porto e, para não voltar vazios, são carregados com adubo. A nova tabela de frete retirou essa vantagem, diz Otani.

O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, confirmou essa situação. "Os fertilizantes eram frete de retorno, mas agora viraram frete principal e tabelado", afirmou o ministro.

A cooperativa do norte do Paraná recebeu até agora 40% do volume que precisará de fertilizante para atender os cooperados de setembro e outubro, quando o ideal seria já contar com 50% do total. Segundo Otani, novos pedidos de adubo, que custam, em média, R$ 1.400 por tonelada, já estão sendo feitos com preços reajustados. Os custos da cooperativa com o transporte de grãos até o porto já aumentaram 20%. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Distribuidoras de insumos de diferentes regiões do Brasil vêm observando atraso e queda no uso de fertilizantes nas lavouras, em função, em boa medida, do aumento dos custos em reais após a escalada da dólar nos últimos meses. Em entrevista ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, o vice-presidente da Agro Amazônia (distribuidora adquirida em abril pela japonesa Sumitomo, com forte presença no Centro-Oeste do País), Roberto Motta, afirmou que produtores da região vêm utilizando, em média, de 400 a 450 quilos de fertilizante por hectare neste ano. Nas últimas sete temporadas, a média foi de 500 quilos por hectare, segundo o executivo. "Os fertilizantes (as vendas) foram os insumos mais afetados pela alta do dólar. Como ao longo das safras o solo vai fazendo uma 'poupança' de adubo, o produtor reduz a dose porque sabe que a produtividade não vai cair se fizer isso só em um ano", afirmou Motta.

Fertilizantes têm grande peso nos gastos dos produtores com insumos, respondendo por aproximadamente metade deste montante, segundo o executivo. Ele diz que, não bastasse este fator, o custo dos adubos em reais aumentou entre 25% e 30%, acompanhando a valorização do dólar sobre o real nos últimos meses. Em função desse cenário, a estimativa do executivo da Agro Amazônia é de que o volume de vendas destes produtos caia de 5% a 7% na temporada 2015/16.

##RECOMENDA##

Outra mudança percebida na hora de negociar insumos no Centro-Oeste foi a preferência dada pelos produtores ao pagamento em reais. Como eles comercializam os grãos no mercado internacional em dólar, o câmbio vêm rendendo boa remuneração em real. "Nos últimos 20 anos, sempre negociamos em dólar. Mas em 2015, os produtores estão fixando a soja em reais e querem comprar insumos também em reais, mesmo pagando um pouco mais", explicou Motta. O barter (negociação em que o produtor adquire defensivos, sementes e fertilizantes e trava o pagamento em sacas de soja) também vem sendo bastante utilizado na região e já responde por 30% das vendas de insumos, de acordo com o executivo.

A Agro Amazônia tem 25 filiais no Centro-Oeste, das quais 23 estão em Mato Grosso, uma em Goiás e uma no Pará. Apesar da queda esperada na comercialização de fertilizantes, a expectativa é manter as vendas de defensivos e sementes no mesmo patamar verificado no ciclo 2014/15. Com isso, o faturamento da Agro Amazônia deve crescer cerca de 10% em 2015, nos cálculos do executivo (a empresa não divulga valores absolutos). "O mercado deu uma boa melhorada a partir de julho e as vendas estão ocorrendo dentro da normalidade", afirmou.

No Paraná, também é prevista queda na aplicação de fertilizantes no ciclo 2015/16. Na região de Maringá, onde as lavouras têm alta produtividade, produtores contarão com a fertilidade do solo para reduzir o uso de adubos, disse o presidente da distribuidora Ferrari & Zagatto, Ferreirinha da Costa. Ele acredita que as vendas destes produtos devem cair de 5% a 10%. "Mas em função da alta do dólar pode haver investimentos de última hora", complementou. Ferreirinha não divulgou o faturamento da companhia, mas disse esperar aumento na receita em 2015. Contudo, o custo Brasil, que inclui altas nos preços da energia, mão-de-obra, combustível, entre outros fatores, pode comprometer a rentabilidade da empresa. "Se eu fechar com o mesmo lucro do ano passado, será excelente, afirmou o presidente da Ferrari & Zagatto.

Em Minas Gerais, a distribuidora Terrena também verifica atrasos na entrega de insumos. Até o momento, as vendas de produtos estão 30% abaixo do registrado na mesma época no ano passado, segundo o diretor da empresa, Marco Nasser. Um fator que agrava a situação é o fato de a região de Patos de Minas, onde a Terrena tem seis filiais, ser tradicionalmente a última do País a fazer o plantio da safra. Além disso, se por um lado a alta do dólar melhora a remuneração em reais dos exportadores de grãos, por outro está levando os produtores a aguardarem uma desvalorização do dólar ante o real e uma consequente queda nos preços dos insumos, inclusive fertilizantes, em reais. "O produtor que não comprou até agora está esperando o dólar cair para tomar sua decisão", explicou Nasser.

Segundo o executivo, as vendas de insumos na região são feitas predominantemente em reais, o que obrigou a empresa a elevar os valores dos fertilizantes em aproximadamente 15%. O barter, ainda que venha ganhando espaço nos últimos anos, não responde por mais de 10% das vendas de insumos. Mesmo com o atraso nas entregas, no acumulado do ano a Terrena deve contabilizar o mesmo volume de vendas de adubos, na estimativa de Nasser. Já a receita deve crescer, puxada pelas altas dos preços em reais.

Um tanque usado no transporte de lodo explodiu e causou a morte de um funcionário, na indústria de fertilizantes agrícolas Fersol, na manhã desta segunda-feira (6), em Mairinque, região de Sorocaba, no interior de São Paulo. O operário de 40 anos fazia reparos com solda em um vazamento sobre o tanque quando aconteceu a explosão. Com o deslocamento de ar, ele foi arremessado a vários metros de distância.

Socorrido ainda com vida e levado ao pronto-socorro da Santa Casa de São Roque, o homem não resistiu. Seu corpo foi levado para o Instituto Médico Legal (IML).

##RECOMENDA##

De acordo com a empresa, o tanque estava instalado sobre uma carreta e era usado para o transporte de lodo e resíduos orgânicos. A suspeita é de que a explosão tenha sido causada por gases que se formaram no interior do recipiente. A Polícia Civil de Mairinque vai abrir inquérito para apurar as causas do acidente.

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, sem restrições, a aquisição de diversas empresas do grupo Abonos Colombianos, que atua na indústria de fertilizantes, pela norueguesa Yara International. A decisão está publicada no Diário Oficial da União desta segunda-feira, 20. A operação, conforme explica o Cade, será implementada por meio da compra, pela Yara, de todas as ações da OFD Holding, que controla diversas companhias do grupo Abonos Colombianos.

O negócio, anunciado em novembro do ano passado, foi fechado por US$ 425 milhões e compreende instalações da OFD em Cartagena, na Colômbia, e empresas de distribuição em toda a América Latina. As principais companhias envolvidas na transação são a Abocol (Colômbia), Misti (Peru), Omagro (México), Fertitec (Panamá e Costa Rica), Cafesa (Costa Rica) e Norsa (Bolívia).

##RECOMENDA##

A Yara é a controladora do Grupo Yara, que oferece, no Brasil e mundialmente, produtos e serviços relacionados à produção de fertilizantes, incluindo extração mineral e produção de fertilizantes básicos, além de soluções industriais.

O Cade explica que a operação não resulta em integração vertical. "Há apenas uma sobreposição horizontal mínima que afeta o mercado brasileiro, considerando que tanto a Yara quanto o Grupo Abocol exportam fertilizantes básicos à base de nitrogênio para o Brasil".

"Do ponto de vista da Yara, a operação se justifica por garantir uma sólida posição downstream e uma plataforma em crescimento na América do Sul e na América Latina, complementando a aquisição do negócio de fertilizantes downstream da Bunge no Brasil", diz documento do Cade. "Do ponto de vista da Abocol, o grupo entende que o seu negócio de fertilizantes chegou em um nível de maturidade que o tornou atrativo para empresas globais interessadas na América Latina, especialmente nos países em que o Grupo Abocol tem focado suas atividades (Colômbia, Peru, Bolívia, México, Costa Rico e Panamá). Assim, tornou-se interessante para os vendedores desinvestirem o Grupo Abocol para um grupo capaz de melhorar sua performance - no caso a Yara", acrescenta.

A senadora e presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Kátia Abreu (PSD-TO), defendeu, neste sábado (21), a produção nacional de insumos, principalmente fertilizantes. "Fomentar o mercado de insumos é questão de segurança nacional. Somos uns dos principais importadores de fertilizantes. Acho que o Brasil precisa produzir pelo menos 50% do que se consome em insumos e fertilizantes", disse, após sua participação no Fórum Nacional de Agronegócios, promovido pelo LIDE - Grupo de Líderes Empresariais. Ela também cobrou agilidade no registro de defensivos agrícolas.

Quanto à safra, a senadora discordou que os recursos do Plano Safra 2013 e 2014 não estariam sendo disponibilizados ao produtor. "Desconheço. Mas temos um problema burocrático no País. É muito diferente o que é anunciado do que chega operacionalmente ao produtor. Até chegar no produtor parece uma eternidade e está difícil superar isso".

##RECOMENDA##

A nota enviada anteriormente contém uma incorreção. A Petrobras corrigiu a capacidade de produção anual das unidades citadas. Segue o texto corrigido:

A Petrobras anunciou nesta sexta-feira que oficializará a compra da fábrica de fertilizantes Araucária Nitrogenados, da Vale. O contrato será assinado neste sábado, 1, no Rio. Estarão presentes diretores da Petrobras e da Vale Fertilizantes. De acordo com o comunicado, a compra foi feita no valor de R$ 234 milhões e o pagamento será feito com a receita proveniente do arrendamento dos direitos minerários de titularidade da Petrobras à Vale no Sergipe.

##RECOMENDA##

Localizada em Araucária (PR), a fábrica é vizinha da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), que lhe fornece matéria-prima. "Com a aquisição da Fafen/Paraná, a empresa reforça a área de negócio em fertilizantes, em alinhamento com o seu Plano de Negócios e Gestão 2013-2017", diz a empresa, na nota.

A unidade tem capacidade de produção anual de 700 mil toneladas de ureia e 475 mil toneladas de amônia, além de produzir o Agente Redutor Líquido Automotivo (Arla 32). Ainda segundo o comunicado, a Fafen/Paraná passa a integrar o portfólio de produção de fertilizantes da Petrobras, que possui em atividade a Fafen/Sergipe com capacidade de produção de 657 mil toneladas/ano de ureia e 456 mil toneladas/ano de amônia e Fafen/Bahia com 474 mil toneladas/ano de ureia e 474 mil toneladas/ano de amônia. No dia 16, a Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou o negócio, que foi fechado em dezembro de 2012.

A Petrobras anunciou nesta sexta-feira que oficializará a compra da fábrica de fertilizantes Araucária Nitrogenados, da Vale. O contrato será assinado neste sábado, 1, no Rio. Estarão presentes diretores da Petrobras e da Vale Fertilizantes. De acordo com o comunicado, a compra foi feita no valor de R$ 234 milhões e o pagamento será feito com a receita proveniente do arrendamento dos direitos minerários de titularidade da Petrobras à Vale no Sergipe.

Localizada em Araucária (PR), a fábrica é vizinha da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), que lhe fornece matéria-prima. "Com a aquisição da Fafen/Paraná, a empresa reforça a área de negócio em fertilizantes, em alinhamento com o seu Plano de Negócios e Gestão 2013-2017", diz a empresa, na nota.

##RECOMENDA##

A unidade tem capacidade de produção anual de 700 mil toneladas de ureia e 475 toneladas de amônia, além de produzir o Agente Redutor Líquido Automotivo (Arla 32). Ainda segundo a nota, a Fafen/Paraná passa a integrar o portfólio de produção de fertilizantes da Petrobras, que possui em atividade a Fafen/Sergipe com capacidade de produção de 657 toneladas/ano de ureia e 456 toneladas/ano de amônia e Fafen/Bahia com 474 toneladas/ano de ureia e 474 toneladas/ano de amônia. No dia 16, a Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou o negócio, que foi fechado em dezembro de 2012.

[@#video#@]

A explosão em uma usina de fertilizantes na cidade de West, no Texas, Estados Unidos, pode ter deixado um saldo cerca de 70 mortos, de acordo com os jornais norte-americanos. Já foram contabilizadas 160 vítimas que ficaram feridas e atendidas nos três hospitais da região. Autoridades, no entanto, acreditam em um número bem menor de vítimas, entre cinco e 15 mortos.

##RECOMENDA##

A explosão aconteceu na noite desta quarta-feira, mas – segundo a polícia – o fogo já foi controlado. O porta-voz da polícia, William Patrick Swanton, relatou que ainda não há indício de que a explosão tenha sido provocada. "Vamos investigar isso e descobrir, em primeiro lugar, o que de fato aconteceu. Se não for o caso de ação criminal, vamos abrir uma averiguação de acidente industrial", detalhou Swanton.

Um explosão ocorreu em uma usina de fertilizantes nesta quarta-feira no estado do Texas, segundo informações da KWTX. De acordo com a reportagem, o incidente aconteceu por volta das 19h50 (horário local, 21h50 em Brasília) na West Fertilizer Plant localizada ao norte da cidade de Waco.

De acordo com a rede CNN, a explosão possivelmente deixou 100 pessoas feridas. Vários edifícios teriam sido destruídos, disse a KWTX, acrescentando que houve relatos de que pessoas ficaram presas em uma casa de repousos de idosos e em prédios nas proximidades. As informações são da Dow Jones.

##RECOMENDA##

As vendas de fertilizantes e defensivos agrícolas devem bater recordes históricos neste ano. As projeções otimistas foram apresentadas ontem por representantes do setor na reunião da câmara temática de insumos agrícolas, do Ministério da Agricultura. Os dados da Associação Nacional para a Difusão de Adubos (Anda) mostram que as entregas ao consumidor final de janeiro a outubro deste ano somaram 23,896 milhões de toneladas, volume 19,1% superior ao observado em igual período do ano passado. As entregas neste ano devem atingir volume recorde, superando as 24,516 milhões de toneladas do ano passado e as 24,608 milhões registradas em 2007.

As indústrias de defensivos agrícolas também preveem faturamento recorde neste ano, na casa dos R$ 15 bilhões. Os dados preliminares até outubro mostram que o setor obteve uma receita de R$ 10,199 bilhões, valor 10% acima do observado em igual período do ano passado.

##RECOMENDA##

O destaque é o aumento de 21% nas vendas de inseticidas, que atingiram R$ 3,512 bilhões, desbancando o segmento de herbicidas, tradicional carro-chefe do setor. As vendas de herbicidas cresceram 8% e atingiram R$ 3,455 bilhões no acumulado dos dez primeiros meses deste ano.

As vendas de fungicidas cresceram 3% e somaram R$ 2,750 bilhões. Eduardo Daher, diretor executivo da Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef), observa que em função da continuidade das chuvas, que aumenta o risco de incidência da ferrugem, as vendas de fungicidas devem aumentar.

Os dados relativos a outubro deste ano mostram que houve aumento de 20% nas vendas em relação ao ano passado. As vendas totais de defensivos em outubro somaram R$ 1,919 bilhão, valor 15% acima do mesmo mês do ano passado,

O economista Luiz Antônio Pinazza, presidente da câmara, diz que os números sobre as vendas de insumos refletem o bom momento da agricultura, mas alerta para o fato de o Brasil não ter uma política de seguro anticíclica neste momento de incerteza em relação ao clima. Ele diz que o risco existe, pois desde 2004 a safra brasileira não sofre com uma adversidade climática séria.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando