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O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu que a mudança na data das eleições devido à pandemia de Covid-19 beneficia candidatos que estariam impedidos de disputar o pleito com base na Lei da Ficha Limpa. Por maioria de votos, os ministros entenderam que os candidatos não estão mais inelegíveis com a alteração. 

O caso foi decidido por meio de uma consulta feita pelo deputado federal Célio Studart (PV-CE), questionando se um candidato cuja inelegibilidade vencia em outubro, quando se realizaria a eleição, pode ser considerado elegível para disputar o pleito em 15 novembro, nova data da eleição estabelecida pelo Congresso.

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O parlamentar argumentou que, na nova data, já estaria vencido o prazo de oito anos de inelegibilidade para os condenados por abuso de poder político e econômico nas eleições de 2012, por exemplo. Isso porque, nesses casos, conforme deliberado pela própria Justiça Eleitoral, a contagem teve como marco inicial o dia 7 de outubro, data do primeiro turno da eleição daquele ano.

Devido à pandemia da Covid-19, o Congresso promulgou emenda constitucional que adiou o primeiro turno das eleições deste ano de 4 de outubro para 15 de novembro. O segundo turno, que seria em 25 de outubro, foi marcado para 29 de novembro.

O adiamento das eleições municipais em função da pandemia de Covid-19 poderá beneficiar candidatos hoje enquadrados na Lei da Ficha Limpa. Isso porque a prorrogação abre caminho para que políticos condenados por práticas ilegais até outubro de 2012 participem do pleito de novembro, quando a punição de oito anos já estiver extinta. O assunto ainda será analisado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas, em tese, tem potencial para aumentar o número de postulantes aptos a disputar um cargo de prefeito ou vereador.

Parecer elaborado pela assessoria técnica do tribunal, ao qual o Estadão/Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, teve acesso, aponta que a prorrogação das eleições não pode barrar a candidatura de políticos classificados como ficha-suja apenas até outubro. O entendimento tem o apoio de ao menos três dos sete ministros que compõem o TSE. Segundo um integrante do tribunal, normas restritivas de direito não merecem interpretações elásticas.

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Condenados em órgãos colegiados por abuso de poder econômico e político - a partir de práticas como compra de voto e uso indevido da máquina pública - não podem se candidatar a cargos públicos por um período de oito anos. Desta forma, caso o primeiro turno de 2020 ocorresse em 4 de outubro, conforme previsto, esses políticos ainda estariam inelegíveis.

Segundo o parecer, os prazos de inelegibilidade devem observar o critério da data, e qualquer mudança nesse sentido exigiria aprovação do Congresso Nacional, que já se negou a alterar regras da Lei da Ficha Limpa em função da pandemia.

"Por todo o exposto, consideram-se aplicáveis às eleições 2020 as disposições das súmulas 19 e 69 deste tribunal superior (que trazem regras sobre a aplicação da lei), de modo que a contagem dos prazos de inelegibilidade deve observância ao critério dia a dia", ressalta o documento, que é só consultivo.

Falha

Provocado pelo deputado federal Célio Studart (PV-CE), o TSE deve julgar nos próximos meses uma consulta feita com base em questionamentos do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) a respeito da aplicação da lei nestas eleições.

O parlamentar sustenta que tanto o Senado quanto a Câmara Federal falharam em não pormenorizar a questão, apesar dos esforços durante a votação da Proposta de Emenda à Constituição que adiou as eleições.

No Senado, os parlamentares foram cobrados, mas decidiram não mudar os prazos da Ficha Limpa. Em sessão com o presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, o diretor do MCCE, Melillo Dinis, solicitou a mudança, mas não obteve sucesso.

No parecer, a assessoria técnica do TSE considera ter havido uma escolha por parte do Congresso "pela manutenção das disposições legais e jurisprudenciais aplicáveis ao caso".

O diretor de Assuntos Técnicos e Jurídicos da Presidência do Senado, Carlos Eduardo Frazão, pontuou que mudanças na aplicação da lei não poderiam ter sido determinadas pelos parlamentares durante a PEC. "Seria um jabuti às avessas", afirmou. "Ninguém está postergando porque quer que determinados candidatos concorram, mas porque estamos em pandemia."

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luiz Fux, disse nesta quinta-feira (26) que o tribunal será inflexível com candidatos ficha-suja que pretendem disputar as eleições de outubro. Segundo o ministro, quem estiver inelegível pela Lei da Ficha Limpa “está fora do jogo democrático”.

“Com relação à Lei da Ficha Limpa, o tribunal demonstrou e demonstrará ser inflexível com aqueles que são considerados fichas-sujas, ou seja, aqueles que já incidiram nas hipóteses de inelegibilidade. O Tribunal Superior Eleitoral sintetiza sua atuação em um binômio: não à mentira e ficha suja está fora do jogo democrático", afirmou.

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As declarações foram feitas durante evento no qual o TSE recebeu uma lista, do Tribunal de Contas da União (TCU), com nomes de 7,4 mil gestores públicos que tiveram as contas rejeitadas por tribunais de contas por irregularidades insanáveis. Com base nas informações, a Justiça Eleitoral poderá rejeitar os registros de candidatura dos citados.

Luiz Fux deixará o comando da Corte eleitoral no dia 14 de agosto, quando será substituído pela ministra Rosa Weber. A ministra será responsável por comandar a Justiça Eleitoral durante as eleições de outubro.

O candidato ao Governo do Estado, Paulo Câmara (PSB), disparou contra o deputado federal José Augusto Maia (PROS). O pessebista lembrou que o parlamentar é um ficha-suja, com dezenas de processos na Justiça. O deputado disse que recusou proposta de “vantagem financeira” para apoiar o postulante da Frente Popular. 

"O deputado José Augusto Maia pratica o jogo sujo da política. Sou uma pessoa com 22 anos de contribuição às instituições públicas e que possui a ficha e a vida limpas. Ao contrário dele, que não vai poder disputar a eleição porque é um ficha suja. Tem mais de 50 processos na Justiça e no TCE. Isso mostra bem que tipo de pessoas acompanham o nosso adversário, já que o José Augusto Maia é seu braço direito", disparou Câmara, em entrevista à uma rádio do município de Caruaru.

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De acordo com Câmara, o time do candidato ao Governo, senador Armando Monteiro (PTB), “é repleto de figuras que deveriam ser excluídas da política”. "É com esse tipo de pessoas que ele pretende governar Pernambuco? Com pessoas que são processadas por práticas nefastas e que comprometem a administração pública?", questionou. 

Câmara recordou que o seu adversário, além de ser muito mal acompanhado, não possui experiência na gestão pública e acumula desastres como gestor privado. "Nós já mostramos que sabemos governar promovendo a melhoria das pessoas. Em todas as áreas que atuei, mostrei resultados positivos. Temos isso no nosso currículo. O nosso adversário, não. Não tem experiência na administração pública e colecionou sucessivos fracassos no setor privado", destacou.

Na sequência, o pessebista pontuou que a atuação de Armando Neto no Congresso Nacional cristaliza as suas intenções de governar para apenas um setor. "Ele não possui votos ou projetos no Senado ou da época que era deputado federal que beneficiem o trabalhador", recordou Paulo Câmara.

O presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), subiu nesta quinta-feira, 7, à tribuna do Senado para defender a nomeação de funcionários apadrinhados em relação aos contratados por concurso público. Renan passou ao largo de comentar o fato de ter abrigado no gabinete um funcionário ficha-suja, preferindo exaltar o que considera ser o maior corte de despesas da Casa. De acordo com Renan, a gestão economizou de fevereiro até agora R$ 169,4 milhões dos cofres públicos.

Sob a gestão do presidente do Congresso, o Senado tem mais funcionários admitidos por apadrinhamento do que por mérito. O Ministério Público Federal (MPF) em Brasília abriu inquérito civil em outubro para investigar o loteamento partidário nas nomeações de comissionados na Casa. A investigação parte da suspeita de possível abuso na contratação de um "número exacerbado" de indicados, em "prejuízo aos cofres públicos".

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"Felizmente e de maneira insólita, estamos sendo criticados por uma iniciativa positiva que foi promover o enxugamento de gastos sem precedentes no Senado Federal", disse. Segundo Renan, as ações que têm tomado não são "propaganda e marketing político-administrativo" e sim "medidas reais" verificáveis por quem quer que seja.

O presidente do Senado se valeu de dados para justificar a contratação dos apadrinhados. No pronunciamento, Renan disse que, de todo o orçamento do Senado, 82% são consumidos com despesa de pessoal, 14% com custeio, e apenas 2% com investimentos. Conforme o presidente da Casa, o gasto com os 2.991 efetivos entre janeiro e setembro foi de R$ 1,8 bilhão, o que representa 88% das despesas. Com os comissionados, a despesa foi de R$ 258 milhões. "A despeito do que pretendem fazer crer, (os comissionados) trabalham tanto quanto os demais servidores", destacou.

Renan não mencionou o fato de ter no gabinete 12 funcionários que são ou já foram filiados ao PMDB, um dos alvos da investigação do MPF. Tampouco falou do assistente parlamentar júnior Nerigleikson Paiva de Melo, que foi nomeado para o escritório político dele em junho, mesmo tendo perdido a vaga para a Câmara de Maceió sob acusação de trocar dinheiro e combustível por votos nas eleições de 2008. A demissão de Melo foi publicada nesta quinta-feira no Diário Oficial da União (DOU).

O presidente do Legislativo preferiu repetir todas as medidas administrativas que tem tomado para cortar R$ 300 milhões até o fim de 2014. Entre outros anúncios, Renan reafirmou ter ordenado o corte dos salários acima do teto do funcionalismo público, atualmente em cerca de R$ 28 mil, após decisão do Tribunal de Contas da União (TCU).

Mas destacou que, embora respeite "o direito sagrado à crítica", não se pode separar situações desiguais ou recorrer a "análises seletivas". No discurso, que durou 45 minutos para um plenário que não teve mais do que cinco senadores, Renan foi aparteado por parlamentares da base e da oposição. Somente recebeu elogios e defesa das ações. A senadora Ana Amélia (PP-RS) disse que todos os lotados no gabinete dela são comissionados e estão lá por "competência". O chefe de Gabinete, afirmou, tem filiação partidária. "É um detalhe, ele está ali por ser extremamente competente." O líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (SP), disse que Renan tem "inteira razão" ao dizer que não se pode comparar "situações desiguais".

Ao fim do discurso, quando se dirigia para o gabinete, Renan foi questionado pela reportagem do Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, se cortaria cargos comissionados. Ele respondeu que já havia feito isso quando reduziu de 75 para 55 o número máximo de cargos de apadrinhados que podem ter em um gabinete. Contudo, quando a decisão foi tomada, no início do ano, nenhum gabinete de senador ultrapassava tal marca.

O Senado determinou a demissão do assistente parlamentar júnior Nerigleikson Paiva de Melo do gabinete do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado. Em junho, ele havia sido admitido no escritório político de Renan em Alagoas. Nery, como é conhecido, perdeu a vaga na Câmara de Maceió em 2009 sob acusação de trocar dinheiro e combustível por votos nas eleições de 2008. À época, ele era do PV. A exoneração do auxiliar de Renan foi assinada pela diretora-geral adjunta do Senado, Ilana Trombka, e publicada nesta quinta-feira, 7, no Diário Oficial da União.

O jornal O Estado de S. Paulo revelou nesta quinta, que, sob a gestão Renan, o Senado tem mais funcionários admitidos por apadrinhamento do que por mérito. A Casa tem 3.241 funcionários comissionados, nomeados por indicação, e 2.991 servidores efetivos, que em geral entraram por concurso público. A reportagem apontou que Renan emprega em seu gabinete 12 filiados e ex-filiados ao seu partido em Alagoas, entre eles Nerigleikson.

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O Ministério Público Federal em Brasília abriu inquérito civil no mês passado para investigar o loteamento partidário nas nomeações de comissionados no Senado. A investigação parte da suspeita de possível abuso na contratação de um "número exacerbado" de indicados, em "prejuízo aos cofres públicos".

Após os protestos de junho, a Casa aprovou resolução que proíbe a nomeação, para cargos em comissão, de condenados, em decisão transitada em julgado ou de órgão colegiado, por delitos previstos na Lei da Ficha Limpa. Além de ter de apresentar certidões negativas de órgãos, como a Justiça, o pretendente tem de declarar que não tem vínculo de parentesco com senador ou servidor.

A cassação do mandato do ex-vereador e agora ex-auxiliar de Renan, que recebia salário de cerca de R$ 4,3 mil por mês, foi por decisão unânime do Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas (TRE-AL). Nerigleikson recorreu, sem sucesso, ao Tribunal Superior Eleitoral. Segundo a resolução do Senado, é vedada a contratação de condenados por "corrupção eleitoral ou captação ilícita de sufrágio".

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