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Novos combates foram registrados neste domingo (21) em Cartum, a capital do Sudão, horas depois do anúncio de uma trégua de uma semana que deve começar na segunda-feira e foi aceita pelo Exército e os paramilitares, que estão engalfinhados em uma luta pelo poder.

Os mediadores americanos e sauditas anunciaram que, após duas semanas de negociações em Jidá, na Arábia Saudita, as partes adversárias chegaram a um acordo de cessar-fogo de sete dias, "que entrará em vigor às 21h45 de Cartum [16h45 em Brasília] de 22 de maio".

Entretanto, dezenas de tréguas já foram violadas desde que o conflito começou há cinco semanas.

"Não confiamos neles: toda vez que anunciam uma trégua, retomam os combates imediatamente", explicou Adam Issa, comerciante de Darfur, região do leste do país e a mais afetada pelos enfrentamentos junto com a capital Cartum.

Desde que os confrontos começaram em 15 de abril entre o Exército, comandado pelo general Abdel Fattah al Burhan, e os paramilitares das Forças de Apoio Rápido (FAR), do general Mohamed Hamdan Daglo, cerca de mil pessoas morreram e mais de um milhão tiveram que abandonar suas casas.

A infraestrutura deste país da África Oriental, um dos mais pobres do mundo, também pagou um alto preço.

Quase todos os hospitais de Cartum e Darfur já não podem funcionar, e os médicos denunciam que há bombardeios aéreos e de artilharia contra os centros de saúde.

A maior parte dos cinco milhões de habitantes da capital está trancada em suas casas, sem água ou eletricidade, e os grupos humanitários pedem o estabelecimento de corredores para levar mantimentos, medicamentos e combustível.

Em Cartum, muitos moradores relataram que suas casas foram saqueadas e ocupadas por paramilitares.

- 'Levar minha mãe ao médico' -

"Ao contrário de tréguas anteriores, o acordo alcançado em Jidá foi firmado pelas partes e apoiado por um mecanismo internacional de monitoramento americano-saudita", asseguraram Riade e Washington.

Hussein Mohamed, morador de Cartum, espera que a trégua seja respeitada. "Assim poderei levar minha mãe ao médico: ela precisa vê-lo toda semana, mas não conseguimos ir desde o dia 13 de abril", contou ele à AFP.

Burhan e Daglo deram um golpe de Estado em 2021 para expulsar os civis do poder, mas a luta recente entre ambos pelo controle do país afundou o Sudão no caos.

Na sexta-feira, o general Burhan destituiu o general Daglo de seu posto de adjunto no Conselho de Soberania, e o substituiu por Malik Agar, um antigo rebelde. Também nomeou três de seus apoiadores mais leais no alto comando do Exército.

Ontem, Agar anunciou em uma nota que deseja "parar a guerra e sentar-se à mesa de negociações", mas exige a integração das FAR ao Exército regular, o ponto de discórdia que desembocou na guerra.

"A estabilidade do Sudão só poderá ser restabelecida por um exército profissional unificado", assinalou.

No Sudão, mais da metade da população necessita de ajuda humanitária, um número jamais visto nesse país de 45 milhões de habitantes.

A ONU calcula que, se a guerra continuar, mais um milhão de sudaneses podem buscar refúgio nos países vizinhos, que temem um efeito de contágio.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou nesta terça-feira, 4, da cerimônia de apresentação dos oficiais-generais que foram promovidos no dia 31. A cerimônia ocorre três vezes por ano, e essa é a primeira do novo mandato de Lula. Foram 56 oficiais promovidos do Exército, Marinha e Aeronáutica.

A ala militar foi forte aliada da gestão anterior, sob a presidência de Jair Bolsonaro. Em meio a uma eleição polarizada, a relação entre Lula e as Forças Armadas sofreu ainda maior abalo após a invasão aos Três Poderes, em 8 de janeiro, em Brasília. Diante da participação na manifestação ou omissão de policiais, o governo e o Judiciário passaram a investigar a participação dos militares na tentativa de golpe.

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Apesar da relação estremecida, o movimento de aproximação entre Lula e as Três Forças se concretizou em compromissos oficiais no mês passado. Em março, o presidente almoçou com os oficiais da Marinha. No encontro, o presidente tratou com os almirantes a situação orçamentária da Força.

Dias depois, em entrevista à TV 247, Lula disse ter a palavra do Exército, Marinha e Aeronáutica de que haverá um esforço de despolitização das Forças Armadas no País e declarou que só quer que as Forças cumpram aquilo que está na Constituição. "Tenho hoje a palavra das 3 Forças de que vai ter um esforço muito grande para despolitizar as Forças Armadas. Inclusive, vamos discutir com o Congresso Nacional, temos interesse em mandar um Projeto de Lei dizendo que quem quiser ser candidato a alguma coisa, vá para a reserva. O que não pode fazer é ficar utilizando as Forças Armadas para fazer política", sugeriu à época.

A cerimônia de hoje durou menos de 1h e não presenciou qualquer fala de Lula. O evento contou com a presença da primeira-dama, Janja da Silva, e do ministro da Defesa, José Múcio.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) iniciou nas últimas semanas uma série de agendas dedicadas às Forças Armadas numa tentativa de se reaproximar dos oficiais e das tropas por eles comandadas. Nesta terça-feira (4), Lula receberá no Salão Nobre do Palácio do Planalto 56 militares promovidos ao posto de general por seu governo.

A cerimônia de apresentação dos oficiais generais acontece três vezes por ano, mas esta será a primeira no governo Lula. O presidente promoveu os militares no último dia 31 de março e agora deve recebê-los ao lado de suas respectivas famílias num gesto de prestígio à carreira. O evento nesta terça-feira ainda contará com a presença do ministro da Defesa, José Múcio, e dos comandantes de Exército, Marinha e Aeronáutica. O encontro está marcado para as 16h.

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O périplo de Lula pelas Três Forças para prestigiar os militares começou no dia 15 de março, quando o presidente visitou o comando da Marinha e almoçou com os oficiais da Força marítima depois de ter passado as tropas em revista. No encontro, o presidente tratou com os almirantes a situação orçamentária da Força.

Oito dias após a reunião com os oficiais da Marinha, Lula visitou o complexo naval em Itaguaí (RJ), onde são feitas as pesquisas do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (ProSub). Ao lado da primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja, ele posou para fotos com marinheiros e disse que investimentos em defesa fortalecem a economia, no que foi considerado mais um gesto de valorização às três Forças.

Crise

A relação do governo Lula com os militares começou fragilizada pela atuação do ex-comandante do Exército Júlio César de Arruda após a crise dos acampamentos golpistas em frentes aos quartéis em todo o País. O general se recusou a ordenar a desmontagem do acampamento em frente ao Quartel General do Exército, em Brasília. As instalações acabaram funcionando como ponto de concentração dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro que participaram da tentativa de golpe em 8 de janeiro ao invadir as sedes dos Três Poderes.

Lula, então, decidiu substituí-lo pelo general Tomás Miguel Ribeiro Paiva. Até aquele momento, o presidente havia adotado o critério de antiguidade no serviço militar para fazer as nomeações dos comandantes das Forças Armadas em seu governo. Tomás Paiva se credenciou ao posto de comando pelas falas legalistas em defesa da democracia, mas teve sua relação com o Palácio do Planalto estremecida após vazar áudios em que descreveu como "indesejada" a vitória de Lula nas eleições do ano passado.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) participou de uma cerimônia de promoção de cinco oficiais-generais do Exército, nesta quinta-feira (1º), em Brasília, mas não discursou e nem falou com a imprensa. Esta é a segunda aparição pública do chefe do Executivo em agenda oficial após a derrota para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno, em 30 de outubro. No último sábado (26), Bolsonaro participou de um evento na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), no Rio de Janeiro, quando também ficou em silêncio.

Desde a debacle nas urnas, o presidente entrou em processo de reclusão. Esteve poucas vezes no Palácio do Planalto, uma delas em 3 de novembro, quando se encontrou rapidamente com o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB).

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Bolsonaro se pronunciou apenas em duas ocasiões: em 1º de novembro, quando fez uma fala à imprensa na qual não reconheceu a derrota para Lula, e no dia seguinte, em um vídeo no qual pediu que apoiadores desbloqueassem estradas federais.

O presidente também diminuiu a ostensiva presença nas redes sociais, onde vem se limitando a publicar fotos em agendas oficiais anteriores e divulgar realizações da gestão. Bolsonaro abandonou até as tradicionais "lives" feitas às quintas-feiras.

O silêncio de Bolsonaro ocorre a contragosto de aliados, que insistem para que o presidente se dirija a apoiadores contrariados com a vitória de Lula que permanecem nas ruas em protestos golpistas por intervenção militar e o fechamento do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O vice-presidente Hamilton Mourão revelou ter pedido a Bolsonaro que conversasse com apoiadores no sábado passado, na Aman. Ele teria se recusado por estar "meio triste", nas palavras de Mourão. A cerimônia desta quinta teve também a presença de Mourão, do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Luiz Eduardo Ramos, do ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno e do candidato a vice de Bolsonaro nas eleições deste ano, Walter Braga Netto.

Em discurso de menos de dois minutos, o presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira que o Brasil seguirá sendo um país cristão, democrático e livre. A declaração foi feita no Palácio do Planalto, em cerimônia de cumprimento a oficiais-generais promovidos. Foram vinte e três promoções "pelo critério de merecimento", segundo disse o chefe do Executivo.

"Somos uma das maiores nações do mundo, cristã, democrática e livre, e assim continuaremos a ser", declarou o presidente. "Com as Forças Armadas, é a certeza de que nossos 8 milhões e meio de quilômetros de fronteiras estão guarnecidos", acrescentou, em novo afago aos militares.

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O tenente-brigadeiro-do-ar e comandante da Força Aérea Brasileira (FAB), Carlos de Almeida Baptista Júnior, afirmou para o jornal Folha de S.Paulo, em edição publicada nesse domingo (30), que os militares irão prestar continência a qualquer presidente eleito em 2022.

A declaração veio em resposta sobre a postura de militares com uma possível vitória de Lula, que lidera as pesquisas para presidência.

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“Nós somos poder do Estado brasileiro. A continência é um símbolo. Quando a gente entra nas Forças Armadas, a gente aprende que ela visa a autoridade. Nós prestaremos continência a qualquer comandante supremo das Forças Armadas, sempre”, disse.

Ainda na mesma entrevista, Carlos foi questionado sobre sua fama de “maior bolsonarista” entre os militares e alegou não entender o motivo disso.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) afirmou que não vê riscos à democracia no Brasil nem com Jair Bolsonaro (sem partido) na Presidência nem com um eventual retorno do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Planalto. Ele disse esperar, ainda, que o País tenha uma "eleição normal" em 2022. FHC participou, nesse domingo (22), de live do grupo Parlatório, com curadoria do ex-presidente Michel Temer (MDB).

Segundo FHC, Lula tem compromisso com a democracia. Quanto a Bolsonaro, disse que não gosta do estilo por vezes agressivo, apesar de não conhecê-lo, e que o Brasil precisa de alguém que "una, não que separe". Mas ponderou que, mesmo que o presidente venha a ter impulsos autoritários, não estão postas as condições no País para seguir com um movimento que coloque as instituições em perigo.

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"Pintar Lula como perigo vermelho é um erro. Primeiro porque ele não é. Lula não é risco para a democracia. Eu não vou votar no Lula por várias razões. A primeira é porque tenho partido. E tem que ser uma pessoa que tenha compromisso com a democracia. Ele tem, mas não o suficiente, porque têm setores no partido mais radicalizados."

FHC destacou que a expressão "terceira via" é ruim, mas reforçou que o País precisa de alguém que simbolize a pluralidade. "Lula não simboliza a pluralidade, mas nunca vai contra o conjunto. É um coração mais brasileiro. Tem a marca do sindicalismo. Gostaria que não tivesse. Mas cada um tem a sua marca."

Em relação à preocupação de possível insubordinação na Polícia Militar em um apoio a eventuais arroubos antidemocráticos, FHC respondeu que não acha que é o caso atual, mas, se ocorrer algum indício, os governadores têm de agir, com a Garantia da Lei e da Ordem (GLO). "Não acho que é o caso atual, mas não significa que devemos fechar os olhos."

Nesse domingo, manchete do Estadão mostrou que ex-presidentes, dentre eles FHC e Temer, estão conversando com contatos militares e todos afastaram a hipótese de Bolsonaro contar com a insubordinação das Forças Armadas.

Generais do Exército Brasileiro tiveram dados como nome, número de telefone, endereço de e-mail, nome de esposa e nome de auxiliares expostos na internet durante este mês de maio em um livreto confidencial publicado pelas Forças Armadas do Brasil, informou na sexta-feira, 14, a agência Núcleo Jornalismo, projeto editorial do Volt Data Lab. O material estava publicado na íntegra no Calaméo, plataforma para expor livros de forma digital.

O arquivo digital consultado pelo Núcleo Jornalismo, que foi recebido por meio de uma fonte anônima, diz que o documento foi gerado em 3 de maio de 2021 e que se trata de informações sigilosas. Além disso, o arquivo pede que a versão impressa do livro seja destruída e a digital, apagada permanentemente.

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As informações foram retiradas do Camaléo logo após o contato do Núcleo Jornalismo com a comunicação oficial do Exército, que afirmou se tratar de material anterior à pandemia de covid-19.

A íntegra da nota do Exército, enviada à agência, foi a seguinte: "Atendendo à sua solicitação formulada por meio de mensagem eletrônica, de 12 de maio de 2021, o Centro de Comunicação Social do Exército informa que o referido material, na versão digital, é anterior à pandemia. Informamos, ainda, que a Força possui normas e realiza orientações para segurança de tecnologia da informação e comunicação."

O caso vem à tona após o mega vazamento de dados em que foram expostas informações de mais de 220 milhões de CPFs, 40 milhões de CNPJs e 100 milhões de licenças de veículos.

A principal consequência de quaisquer vazamento de dados é o risco de fraude de informações financeiras ou mesmo de sequestro de dados a partir de e-mails com senhas desprotegidas. A recomendação de especialistas é ter autenticação em dois fatores para todas as contas na internet, senhas longas e evitar clicar em links desconhecidos, dentre outras etapas.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O discurso de distanciamento das Forças Armadas da política é prejudicado pela presença de militares da ativa na gestão Bolsonaro. Os ministros da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, e da Saúde, Eduardo Pazuello, por exemplo, são generais da ativa. O entendimento geral nas três forças é de que o escolhido, ao assumir o posto de natureza civil, deveria pedir transferência para a reserva. Ramos disse, recentemente, que pretende aposentar a farda para se dedicar à articulação política do governo.

O Estadão revelou que 2,9 mil militares da ativa ocupam cargos no Executivo. São 1.595 integrantes do Exército, 680 da Marinha e 622 da Força Aérea. A reportagem levou o Tribunal de Contas da União (TCU) a decidir contar quantos militares ocupam cargos na administração Bolsonaro, além de fazer uma tabela comparativa da atual gestão com as de Michel Temer e Dilma Rousseff.

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Ramos

"Respeito a decisão da maioria do Tribunal. Mas também não seria importante saber quantos médicos e engenheiros tem no governo? Quantos homens e mulheres? Quantos indígenas, negros, pardos e brancos? Digo com propriedade que militares são cidadãos fardados que mesmo na reserva continuam servindo ao País. Diante disso questiono: há algum problema com os militares?", perguntou Ramos, em postagem nas redes sociais, no dia 18.

De qualquer forma, há também incômodo, na Marinha e na Aeronáutica, com a nomeação do pessoal da ativa para trabalhar no Planalto e na Esplanada, e com a tentativa de Bolsonaro de colar sua imagem à das Forças Armadas.

Em fevereiro, o presidente convocou o almirante Flávio Rocha para assumir uma assessoria especial no seu gabinete. Atualmente, o oficial executa várias tarefas para ajudar Bolsonaro a solucionar problemas, principalmente os políticos.

A presença de Rocha no gabinete presidencial preocupa a Marinha. Das três forças, a Aeronáutica é a que tem menos pessoal da ativa no governo. A maior apreensão, atualmente, é com uma onda de manifestos de militares da reserva a favor de Bolsonaro e contra o Judiciário e o Congresso. Embora afastados do dia a dia da força, os oficiais aposentados da Força Aérea Brasileira (FAB) acabam sendo vistos como representantes da instituição.

Na última quinta-feira, saiu o último deles. O texto 504 Guardiões da Nação, que circulou nas redes, contava com 243 militares da reserva, a maioria da FAB, aí incluídos seis tenentes-brigadeiros, ex-integrantes do Alto Comando da Aeronáutica.

Hoje, os militares mais conhecidos e barulhentos do País, que fazem postagens com ameaças veladas às instituições, estão na reserva ou não têm tropas. A lista dos oficiais da caserna com real poder de mando, por outro lado, inclui nomes desconhecidos, distanciados do debate político. São os comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica e os comandantes do Exército em oito regiões militares, todos eles generais de quatro estrelas - à exceção do chefe do Comando do Planalto, um general três estrelas. Esses sete oficiais integram o seleto grupo dos 16 que formam o Alto Comando do Exército, subordinados a Pujol.

Na Aeronáutica e na Marinha, forças com outros modelos de divisão operacional, os comandantes de áreas também têm patentes de três estrelas.

'Defender a democracia'

O presidente Jair Bolsonaro afirmou neste domingo, no velório de um paraquedista que morreu em treinamento, que a missão das Forças Armadas é defender a democracia. "A nossa missão, a missão das Forças Armadas, é defender a pátria, é defender a democracia. E como dizia (aquele) que se tornou um grande amigo, o ex-ministro Leônidas Pires Gonçalves (ministro do Exército no governo de José Sarney), nós estamos a serviço da vontade da população brasileira." Leônidas submeteu o então capitão Bolsonaro a Conselho de Justificação, que o condenou, veredicto depois revertido. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Apontado como uma espécie de ‘guru’ do presidente Jair Bolsonaro (PSL), o professor Olavo de Carvalho tem recebido uma enxurrada de críticas por parte de membros do governo, principalmente dos militares. Nesta terça-feira (26), Olavo usou as redes sociais para se defender e disparar alfinetadas contra os generais que integram a gestão Bolsonaro.

Na ótica de Olavo, “todos os corruptos e seus porta-vozes estão ansiosos para afastar o Bolsonaro de seus amigos mais fiéis: seus filhos e eu”.

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O professor ainda questionou a hierarquia de generais, sem citar nomes, diante do presidente. “Quem, neste país, ainda não notou que certos generais vêem o Bolsonaro como um capitão que lhes deve reverência, em vez de um presidente a quem devem obediência e respeito?”, indagou. E acrescentou: “Bolsonaro é uma alma boa e sincera no meio de vampiros, demônios e lobisomens”.

Entre os generais do governo Bolsonaro que expôs críticas contra Olavo está o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Alberto dos Santos Cruz, que chamou ele de “desequilibrado”.

Ainda sobre as alfinetadas que vêm recebendo, Olavo de Carvalho ironizou: “Dos anti-olavistas dos anos 90, a única recordação ainda viva são as piadas que fiz sobre eles. O mesmo destino aguarda os de agora. Que cada um dê logo sua gozadinha diante do espelho, pois o fim da festa está próximo”.

Vinte e sete generais de Exército da reserva assinaram um manifesto com críticas ao ministro da Defesa, Celso Amorim. No documento obtido pelo Estado, os generais, que atingiram o mais alto posto da hierarquia militar, afirmam abominar "peremptoriamente" a declaração dada pelo ministro, na semana passada, à Comissão Nacional da Verdade (CNV), de que as Forças Armadas aprovaram e praticaram atos que violaram direitos humanos no período militar.

Depois de ressaltar que, "sempre que pode", a Comissão "açula" as Forças Armadas, provocando-as, e exigindo que elas peçam desculpas, o grupo, do qual fazem parte três ex-ministros do Exército, declaram que "se houver pedido de desculpas será por parte do ministro". E avisam: "Do Exército de Caxias não virão (desculpas)! Nós sempre externaremos a nossa convicção de que salvamos o Brasil!".

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Os generais, ex-integrantes do Alto Comando do Exército e antigos comandantes de importantes unidades militares de todo o Brasil, justificam a necessidade do manifesto, lembrando que militares da ativa não podem dar declarações políticas, mas que os da reserva, que podem falar, "têm justos motivos para replicarem com denodada firmeza" para que não pareça estar em vigor o famoso ditado "Quem cala consente!".

O manifesto reforça e endossa declaração já dada, no início da semana, pelo ex-comandante Militar da Amazônia, o também general quatro estrelas da reserva Augusto Heleno, que reiterou que, em nenhum momento, as Forças Armadas reconhecem a tortura ou pediram desculpas e que este gesto veio do ministro Celso Amorim.

No manifesto, assinado pelos ex-ministros Leonidas Pires Gonçalves (do Exército, no governo Sarney), Zenildo Zoroastro de Lucena (do Exército, no governo Itamar e Fernando Henrique) e Rubens Bayma Denys (da Casa Militar, no governo Sarney), quatro ministros do Superior Tribunal Militar e outros 20 quatro-estrelas da reserva, os militares ressaltam que existe uma lei da Anistia em vigor que a Comissão da Verdade insiste em desconsiderá-la.

Os generais lembram ainda que viveram "uma época de conflitos fratricidas, na qual erros foram cometidos pelos dois lados". E prosseguem: "nós, que vivemos integralmente este período, jamais aprovamos qualquer ofensa à dignidade humana, bem como quaisquer casos pontuais que, eventualmente surgiram". Citam também que "os embates não foram iniciados" por eles "pois não os desejávamos" e que não se pode esquecer do "atentado no aeroporto de Guararapes". Eles se referem à explosão de uma mala que matou 16 pessoas no local onde o avião do ex-presidente Costa e Silva iria pousar e não o fez por uma pane no aparelho.

Os generais criticam a Comissão da Verdade, afirmando que "a credibilidade" dela vai "gradativamente se esgotando pelos inúmeros casos que não consegue solucionar, tornando-se não somente um verdadeiro órgão depreciativo das Forças Armadas, em particular do Exército, como um portal aberto para milhares de indenizações e "bolsas ditadura", que continuarão a ser pagas pelo erário público, ou seja, pelo povo brasileiro". Afirmam ainda que "falsidades, meias verdades, ações coercitivas e pressões de toda ordem são observadas a miúdo, e agora, de modo surpreendente, acusam as Forças Armadas de não colaborarem nas investigações que, em sua maioria, surgem de testemunhas inidôneas e de alguns grupos, cuja ideologia é declaradamente contrária aos princípios que norteiam as nossas instituições militares".

Ainda no manifesto, os generais lembram que "o lado dos defensores do Estado brasileiro foi totalmente apagado", sugerindo que ali "só existem criminosos e torturadores". Mas destacam que, "por outro lado, a comissão criou uma grei constituída de guerrilheiros, assaltantes, sequestradores e assassinos, como se fossem heroicos defensores de uma "democracia" que, comprovadamente, não constava dos ideais da luta armada, e que, até o presente, eles mesmos não conseguiram bem definir". E ironizam: "seria uma democracia cubana, albanesa ou maoísta? Ou, talvez, uma mais moderna como as bolivarianas?"

Quatro dos seis agentes da ditadura militar acusados de participação no atentado do Riocentro, em 30 de abril de 1981, serão submetidos a júri popular, se a Justiça Federal do Rio de Janeiro entender que há elementos para acusá-los de tentativa de homicídio.

A juíza da 6ª Vara Federal Criminal, Ana Paula Vieira de Carvalho, que abriu a ação penal na última terça-feira, informou, por meio da assessoria de imprensa, que, nesta primeira fase da ação penal, os réus apresentarão suas defesas e, em seguida, a Justiça decidirá se eles devem responder pelos crimes apontados pelo Ministério Público Federal.

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Os réus terão dez dias para se defenderem a partir do recebimento das intimações, que ainda não foram expedidas.

Depois de dois anos de investigação, os procuradores do Grupo de Trabalho Justiça de Transição acusaram de tentativa de homicídio qualificado (motivo torpe e uso de explosivo) os generais reformados Newton Cruz e Nilton Cerqueira, o coronel reformado Wilson Machado e o delegado da Polícia Civil aposentado Cláudio Guerra. Se a Justiça entender que a acusação é procedente, os réus são julgados por júri popular, por se tratar de crime contra a vida.

Os quatro ex-agentes do regime militar foram acusados também de associação criminosa armada e transporte de explosivo. Os procuradores pedem pena de no mínimo 36 anos. O general reformado Edson Sá Rocha foi denunciado por associação criminosa armada e o major reformado Divany Carvalhos Barros, por fraude processual.

Pela primeira vez os envolvidos no atentado do Riocentro prestarão contas à Justiça comum. Nestes 33 anos, a Justiça Militar arquivou dois inquéritos, em 1981 e 1999. O atentado foi tramado para incriminar supostos grupos radicais de esquerda e, com isso, frear o processo de abertura. Mas o plano falhou quando uma das bombas que deveriam explodir no Riocentro, durante show em homenagem ao Dia do Trabalho, foi detonada acidentalmente e matou o sargento Guilheme do Rosário. O então capitão Wilson Machado, companheiro de Rosário na missão, foi ferido gravemente.

Newton Cruz, chefe do Serviço Nacional de Informações (SNI) na época do atentado, é acusado de ter tido conhecimento prévio do plano e não ter agido para evitá-lo. O advogado do general, Yuri Sahione, sustenta que seu cliente não teve qualquer relação com o atentado, servia em Brasília e sequer estava no Rio de Janeiro na ocasião. O advogado diz que, embora respeite a decisão da juíza, não concorda com a tese de que os fatos não estão prescritos e que se enquadram na norma internacional de crimes contra a humanidade.

Nilton Cerqueira, então comandante da Polícia Militar, determinou, segundo o Ministério Público, a retirada de policiais das ruas próximas ao centro de convenções. Cláudio Guerra teria a missão de prender falsos suspeitos do atentado. Divany, agente do Destacamento de Operações de Informações (DOI), confessou aos procuradores que foi ao local da explosão para recolher provas que pudessem incriminar Rosário e Machado. A reportagem não conseguiu contato com os demais acusados.

Além de aceitar a denúncia do Ministério Público, a juíza deferiu pedido do dos procuradores para que o Exército encaminhe as folhas de alterações (histórico da carreira) dos oficiais acusados do atentado. O Ministério Público reclama de falta de colaboração do Exército nas investigações. O Centro de Comunicação Social disse que o Exército não se pronunciaria.

Ao encerrar seu discurso durante almoço com mais de 170 oficiais generais, no Clube Naval, a presidente Dilma Rousseff disse que instruiu o ministro da Defesa, Celso Amorim, a anunciar nesta quarta-feira (18), a compra de aviões de caça que vão substituir os atuais Mirage, que deixam de voar no final deste ano.

Os militares da Força Aérea aguardavam este anúncio, mas não tinham sinalização de que isso poderia acontecer. O anuncio será feito às 17h, pelo ministro Celso Amorim, no Ministério da Defesa. "Gostaria de dar uma informação inaugural e informar que instruí o Ministro da Defesa, Celso Amorim, a anunciar hoje a decisão quanto à compra do FX e quanto a parceria que nós iremos fazer para o FX2", declarou a presidente, frente a uma plateia surpresa.

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O processo se arrasta desde o final do governo Fernando Henrique Cardoso. Os três concorrentes são os caças da França, Mirage, dos Estados Unidos, F-18 e da Suécia, o Gripen.

Provavelmente, esta foi a primeira vez na história que ursos de pelúcia derrotaram generais. O presidente da Bielo-Rússia, Alexander Lukashenko, demitiu o chefe de defesa aérea e o responsável pela segurança de fronteira depois de um pequeno avião sueco ter invadido o espaço aéreo do país e jogado centenas de ursos de pelúcia com paraquedas e folhetos de apoio aos direitos humanos.

Autoridades do ex-Estado soviético negaram o incidente de 4 de julho até que Lukashenko convocou uma reunião de governo na semana passada para repreender as autoridades por permitirem a "provocação". "Por que a cúpula não interrompeu aquele voo? De quem tiveram pena?", questionou o presidente.

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Na terça-feira (31), o governante bielo-russo demitiu os dois generais e repreendeu vários outros, informou seu escritório.

Autoridades bielo-russas também detiveram um estudante de jornalismo que colocou fotografias dos ursos em seu site pessoal e um corretor de imóveis que ofereceu um apartamento aos suecos. Os dois homens foram acusados de colaborar com o grupo que violou as fronteiras do país e podem pegar até sete anos de prisão, caso condenados.

Thomas Mazetti e Hannah Frey, os dois suecos por trás da façanha, disseram que queriam mostrar apoio a ativistas bielo-russos pelos direitos humanos e causar embaraços aos militares do país, que são o pilar do poder de Lukashenko.

"Esperamos que tenhamos deixado as pessoas mais conscientes e que mais pessoas apoiem o povo bielo-russo", declarou Frey.

Os dois disseram que se inspiraram num protesto semelhante realizado por ativistas bielo-russos, que dispuseram brinquedos de uma forma que parecia que estavam protestando contra o regime. "Nossa campanha foi uma campanha de apoio a isso. Uma viagem aérea em apoio aos ursos de pelúcia, dos ursos de pelúcia de todo o mundo", disse Mazetti.

Lukashenko tem governado a Bielo-Rússia, país de dez milhões de habitantes, desde 1994. Ele sufocou a imprensa livre e os dissidentes, ganhando o apelido de "o último ditador da Europa".

As informações são da Associated Press.

Os principais generais do Egito estão realizando uma reunião de emergência para discutir a decisão do novo presidente do país, Mohamed Morsi, de anular a dissolução do parlamento, de maioria islâmica, informou a agência de notícias estatal MENA.

No mês passado, os militares do governo provisório do Egito ordenaram a dissolução do parlamento, depois que a Suprema Corte do país determinou que um terço dos parlamentares foi eleito ilegalmente.

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A decisão de Morsi tem grandes chances de levar a um confronto com os poderosos generais do Egito, que lhe entregaram o poder formalmente em 30 de junho, depois de passarem quase um ano e meio no comando do país após a renúncia de Hosni Mubarak.

A decisão também evidencia a confusão sobre os papéis e poderes das instituições governantes no Egito. A constituição que estava em vigor durante o regime de Mubarak foi suspensa após os protestos populares, sem que uma nova fosse adotada desde então.

O confronto aberto entre os dois lados levará o país a mais um período de instabilidade política. Desde a queda de Mubarak, o país já vem sofrendo com o aumento da criminalidade, uma economia enfraquecida e uma série de greves e protestos.

Segundo a agência de notícias, o Conselho Supremo das Forças Armadas está reunido para "analisar e discutir as consequências" da decisão de Morsi, anunciada mais cedo neste domingo. Morsi é o primeiro presidente eleito democraticamente no Egito.

O decreto de Morsi, um antigo membro da Irmandade Muçulmana, também prevê a realização de eleições parlamentares dentro de dois meses após a adoção de uma nova constituição para o país, o que não deve ocorrer antes do final deste ano.

Em 16 de junho, os generais anunciaram uma "declaração constitucional" que lhes garante poderes legislativos na ausência do parlamento e retira boa parte da autoridade presidencial de Morsi. A declaração também deu aos generais o controle sobre o processo de elaboração de uma nova constituição e imunidade contra qualquer tipo de supervisão civil. Além disso, os generais se declararam responsáveis pelo orçamento nacional.

Morsi chegou ao poder depois de derrotar por uma pequena margem o ex-primeiro ministro de Mubarak Ahmed Shafiq, no segundo turno das eleições presidenciais, em 16 e 17 de junho.

Um islâmico conservador, Morsi pode ter tomado a decisão motivado em grande parte por um desejo de afirmar sua autoridade diante dos militares, que vêm governando o país desde o golpe que derrubou a monarquia, em 1952. A anulação de uma determinação da principal corte do país, no entanto, pode levar a acusações de que ele não demonstra respeito pelo Judiciário. As informações são da Associated Press.

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