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Felipe Massa demonstrou nesta quinta-feira preocupação com o futuro do Autódromo de Interlagos, cujo projeto de privatização foi aprovado em primeira votação pelos vereadores de São Paulo na Câmara de Vereadores, na quarta. O prefeito João Doria espera levar o autódromo a leilão até abril de 2018.

Em Interlagos, para a disputa do GP do Brasil de Fórmula 1 neste fim de semana, Massa foi cauteloso ao comentar sobre a possibilidade de privatização. Mas indicou preocupação com o futuro do local.

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"Quem vai comprar? Como vai ser? Quais são as ideias? Acho que, se for privatizar Interlagos para melhorar, para a nova empresa tomar conta do local, da pista, e fazer mais eventos e corridas, por que não? Mas é importante saber o que vai acontecer com Interlagos, quem vai entrar e como vai fazer", declarou o piloto da Williams.

No mundo do automobilismo brasileiro, há preocupação com a possibilidade de se perder o circuito nos próximos anos, embora o projeto que tramita na Câmara exija a manutenção do autódromo - a mesma exigência não vale para o Kartódromo Ayrton Senna, no mesmo terreno. Recentemente, o país perdeu outro importante traçado, em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro. O local deu lugar ao Parque Olímpico, uma das sedes dos Jogos do Rio-2016.

"Infelizmente, essas coisas acontecem. Acho que, se a gente perder outro circuito importante, como era Jacarepaguá e como é Interlagos hoje, teremos mais um motivo de tristeza para o automobilismo mundial e brasileiro", afirmou Massa.

O prefeito João Doria espera arrecadar pelo menos R$ 2 bilhões com a privatização do complexo. Segundo a atual gestão municipal, o autódromo tem custo de manutenção estimado em R$ 55 milhões por ano. Pelo projeto que está na Câmara, o futuro comprador de Interlagos terá de assumir os contratos já assinados pela Prefeitura envolvendo o uso do autódromo, caso do GP do Brasil de F-1, com vínculo até 2020.

Já as regras de uso e ocupação do solo que definirão o que poderá ser construído nas demais áreas do terreno e quais os limites de verticalização serão definidas por meio de um Projeto de Intervenção Urbana (PIU), que será feito pela Prefeitura e aprovado por Doria por meio de decreto.

Depois das manifestações calorosas da torcida no Autódromo de Interlagos em 2016, Felipe Massa espera uma despedida mais discreta neste ano no GP do Brasil de Fórmula 1. No domingo (12), ele fará sua última corrida em São Paulo como piloto da principal categoria do automobilismo mundial.

"Nem preciso mais de festa neste ano, vou apenas tentar fazer uma corrida boa, buscar um bom resultado. A festa foi suficiente no ano passado, com toda aquela emoção", disse Massa, nesta quarta-feira (8).

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Em sua primeira despedida da F-1 no Brasil, Massa deixou a corrida mais cedo, a 23 voltas do fim, por conta de uma batida pouco antes da reta dos boxes no encharcado asfalto de Interlagos. O brasileiro, então, desceu do carro e recebeu o carinho da torcida. No alambrado, recebeu uma bandeira do Brasil, a qual abraçou em seu trajeto a pé até os boxes, onde foi recebido com aplausos pelas equipes.

"A despedida do ano passado foi um momento de lado humano na F-1. Foi um momento incrível que vivi. Nunca imaginei estar sentindo aquilo. As pessoas estavam me aplaudindo de pé, em toda a caminhada que eu tive até os boxes. Fui aplaudido até por pessoas com quem não trabalhei. Foi um calor humano, uma sensação de respeito, algo que talvez nunca tenha acontecido na Fórmula 1", relembrou o piloto da Williams.

Massa fará sua segunda despedida do GP do Brasil porque havia anunciado sua aposentadoria meses antes da corrida do ano passado em Interlagos. No entanto, ele voltou atrás após o fim do campeonato quando foi convidado pela Williams para permanecer mais um ano na equipe para ocupar o lugar do finlandês Valtteri Bottas. O piloto da Finlândia havia sido contratado pela Mercedes para substituir o alemão Nico Rosberg.

Neste seu ano extra na F-1, o brasileiro não teve maior sucesso nas pistas. Ele atribuiu o fraco rendimento às limitações do carro da Williams e à falta de sorte. "Infelizmente neste ano tive um pouco de falta de sorte nas corridas para marcar pontos. Com nosso carro, não foi nada fácil", afirmou.

"Nas corridas em que as equipes grandes tiveram problemas e surgiu a chance de marcar pontos, eu estava lá na posição ideal para conseguir brigar por pontos e chegar ao pódio. Mas tive problemas, geralmente nos pneus. Em Baku [GP do Azerbaijão], poderia ter vencido. Na Rússia, cheguei a estar em sexto, mas o pneu furou de novo. No final das contas, tive poucas chances de marcar grande pontos", argumentou.

Apesar disso, Massa se diz satisfeito com o rendimento apresentado ao longo da temporada. "Consegui tirar o máximo do carro na maior parte das corridas. Estou satisfeito com o meu campeonato, embora a posição final não seja a real", afirmou, referindo-se ao 11º lugar, com 36 pontos. Está atrás do novato Lance Stroll, seu companheiro de Williams, que tem 40 e ocupa o 10º posto.

Na avaliação do brasileiro, a Williams novamente neste ano perdeu força ao longo da temporada por não exibir maior evolução no desenvolvimento do carro. "Foi algo bem parecido com o que aconteceu no ano passado e em 2015. Começamos bem o ano, mas o desenvolvimento e a evolução do carro não foram como deveriam ter sido", analisou.

Para uma Fórmula 1 mais veloz, um autódromo mais reforçado contra acidentes. Interlagos seguirá essa lógica para, nos próximos meses, estar preparado para o Grande Prêmio do Brasil, em novembro. Até lá, a pista em São Paulo vai ganhar reforço nas barreiras de pneus, novas proteções para impacto em uma das curvas e ranhuras para prevenir o asfalto contra o acúmulo de água da chuva.

O novo regulamento da competição para 2017 alterou os carros e, por consequência, as pistas. As novas dimensões das asas, os pneus mais largos e mudanças aerodinâmicas possibilitam um ganho de velocidade estimado em até 50 km/h a cada curva, tempos de volta mais baixos e recordes de velocidade.

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"Em função do aumento de velocidade, teremos em algumas áreas o aumento da estrutura de pneus, das barreiras e alguns 'groovings' (ranhuras) para melhorar a drenagem da pista em pontos que a FIA (Federação Internacional do Automobilismo) nos pediu", explicou ao Estado o presidente da SPObras, Vitor Aly.

As intervenções de segurança feitas pela Prefeitura vão custar cerca de R$ 7 milhões. Segundo Vitor Aly, as obras começam nos próximos dias. "O combinado entre a organização e a Prefeitura é estar com tudo entregue um mês antes da corrida. Tudo está dentro do prazo", afirmou. A prova deste ano, marcada para o dia 12 de novembro, será a penúltima do calendário.

A atualização da pista em parâmetros de segurança está confirmada pela organização da prova para pelo menos quatro curvas. Em três delas, no miolo do circuito, as áreas de escape vão ganhar fileiras extras de pneus para absorver possíveis batidas. Uma outra freada também pode ter a área de escape alterada pelo mesmo motivo.

Já na subida para a reta dos boxes, pouco depois da Junção, a mudança será o reforço de uma barreira de "soft wall". Na impossibilidade de recuar o muro, que está bem próximo ao asfalto, o local vai ganhar essa forma diferente de segurança, criada nos circuitos ovais dos Estados Unidos.

A barreira consiste em um sistema de tubos de aços ocos fixados à parede de concreto por espumas flexíveis e propicia, em caso de batida, amortecer a energia da colisão e evitar que o carro retorne à pista e possa ser atingido por outro piloto.

"Toda vez que se mexe no carro e a velocidade muda, altera a projeção de impacto e é preciso atualizar a estrutura. Nossa preocupação é dissipar o impacto da batida e evitar que o piloto sofra", afirmou o engenheiro chefe do GP do Brasil, Luis Ernesto Morales.

Próxima à colocação do soft wall estará outra novidade na pista para o próximo GP. No local, assim como na freada da reta oposta, o asfalto ganhará ranhuras para escoar a água da chuva e evitar a aquaplanagem dos carros. Esse sistema, conhecido como "grooving", teve de ser reforçado, também a pedido da FIA, após a forte chuva na corrida do ano passado ter causado acidentes durante o GP.

O "grooving" já havia sido realizado no autódromo em anos anteriores. A medida precisou ser refeita, pois, como em 2014 houve o recapeamento completo do asfalto, as marcas para escoamento da água não ficaram mais tão profundas no piso.

RECORDES - A velocidade maior dos carros da Fórmula 1 neste ano já propiciou quebras de recordes. Em todas as 11 etapas realizadas no campeonato até agora, os tempos de pole position foram inferiores aos da temporada passada.

Na China a diferença foi a maior de todas. O inglês Lewis Hamilton, da Mercedes, reduziu em quatro segundos o tempo da pole position do ano passado. Em três GPs (Rússia, Azerbaijão e Áustria) foi registrada a volta mais rápida da história da pista durante as corridas.

A expectativa dos organizadores é de que Interlagos consiga quebrar no próximo GP o recorde tanto de tempo do treino como de melhor volta na corrida. As duas marcas pertencem ao colombiano Juan Pablo Montoya e foram conseguidas ainda em 2004, pela Williams. "Esperamos ter novas marcas, mas isso vai depender das condições do tempo. Chuva ou mesmo dias muito quentes não favorecem os pilotos", afirmou Luis Ernesto Morales.

A Ferrari elegeu um vilão para o GP do Brasil do último domingo: a chuva. Enquanto Sebastian Vettel acabou na quinta colocação, após ter perdido o controle do carro logo no começo da prova, Kimi Raikkonen acabou girando, batendo e se retirando da corrida. Ambos os pilotos reclamaram muito da aquaplanagem que tirou qualquer chance da Ferrari brigar pelas primeiras colocações.

"Não foi um dia ideal. Na primeira parte da corrida eu perdi o controle, eu tive um pouco de aquaplanagem, mas não fui o único. Eu acho que foi uma boa recuperação no final, foi muito difícil voltar e eu lutei para ultrapassar Sainz", disse Vettel.

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Na mesma linha seguiu Raikkonen, um dos seis pilotos que ficaram pelo caminho na alagada Interlagos. "A pista estava traiçoeira e quando você faz várias voltas atrás do Safety Car, se torna ainda mais complicado. Não estava uma chuva pesada, mas havia muita água represada. O maior problema foi a aquaplanagem e eu acabei pego em um lugar que eu não esperava. Eu acabei perdendo o controle na reta", explicou o finlandês.

Além da chuva, Vettel voltou a ter problemas com o jovem Max Verstappen. O jovem ultrapassou o alemão com uma manobra pouco convencional e tirou o piloto da Ferrari da pista. "Eu estava correndo lado a lado e ele me viu. Eu ainda tinha um pouco de vantagem e ele estava mais rápido, então eu fiz a curva e ele passou. Não foi uma ultrapassagem difícil mas não acho que ele foi totalmente correto. Mas eu não vou reclamar de nada hoje. Não fui o único pego pela aquaplanagem, mas com sorte eu não bati", resumiu Vettel.

A Ferrari é a terceira no Mundial de Construtores, com 375 pontos. Já no Mundial de Pilotos, Vettel é o 4º colocado e Raikkonen está na 6ª colocação.

O promotor do GP do Brasil, Tamas Rohonyi, diz não haver risco de a prova de Interlagos sair do calendário da Fórmula 1. Assegura que o contrato com validade até 2020 será honrado. No entanto, há um desafio e tanto que precisará ser superado: a viabilização financeira da corrida. Este ano, foi registrado prejuízo de US$ 30 milhões (cerca de R$ 101 milhões) como revelou o jornal O Estado de S.Paulo na edição de sábado. Há contas a pagar para 2017, mas não se sabe ainda de onde virá o dinheiro.

O GP do Brasil aparece no calendário divulgado pela FIA para 2017 como não confirmado. Isso significa que há pendências, atuais e relacionadas ao evento futuro. São questões financeiras. E a crise dificulta o fechamento das contas. Este ano, por exemplo, uma das áreas em que tradicionalmente vários apoiadores do GP instalavam seus "hospitality centers" estava praticamente vazio.

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O custo para realizar a Fórmula 1 é salgado. Só a taxa do promotor, paga anualmente à FOM (Fórmula One Management, administradora da F-1) é de US$ 24 milhões (cerca de R$ 81,3 milhões). A operacionalização do GP - gastos com equipamentos, tecnologia, treinamento de pessoal, contratação de serviços na área de limpeza e segurança, entre muitas outras demandas - consome por baixo mais R$ 40 milhões. Os custos da Prefeitura com itens como grades de segurança, pintura e manutenção do autódromo são estimados em US$ 7 milhões por ano (R$ 23,8 milhões) - esse gasto não entra na conta da reforma iniciada em 2014.

Há fatores a favor de Interlagos. Várias empresas multinacionais que investem na Fórmula 1 têm interesse mercadológico no País. Bernie Ecclestone, o todo-poderoso chefão da FOM, é um defensor do GP. E a renovação do contrato da prova até 2020 foi condicionada às reformas no autódromo, com custo estimado de R$ 160 milhões, para melhorar sobretudo a infraestrutura. São Paulo tem cumprido a sua parte neste acordo.

O paddock foi quase totalmente modificado e este ano, entre outras obras, foram melhorados o edifício de apoio e o centro operacional (a antiga torre foi demolida). Para 2017, está programada a cobertura total do paddock, na terceira e última fase da reforma.

Ecclestone está mesmo preocupado com o futuro de Interlagos. Na última quarta-feira foi a Brasília para um encontro de 30 minutos com o presidente Michel Temer. Boa parte da conversa foi sobre a continuidade do GP. Bernie falou da necessidade das garantias financeiras. O presidente ressaltou que o País tem grande interesse na corrida.

OTIMISMO - Rohonyi aposta no interesse das empresas estrangeiras e na tradição, uma vez que a prova ocorre há 45 anos, como trunfos. "Eu acho que é uma das corridas-chave por vários motivos. Todos os grandes patrocinadores das equipes têm grandes interesses comerciais no Brasil e para essas companhias hoje a presença da Fórmula 1 é de vital importância", disse. Ele também invoca o fato de o GP ser uma das "provas clássicas" da categoria.

O problema é que há um outro fator a ser considerado. "Bernie gosta muito de fazer a Fórmula 1 no Brasil. Mas não abre mão do lado financeiro. Costuma ser intransigente nesse aspecto", afirmou à reportagem uma pessoa próxima a Ecclestone e que acompanha a categoria há duas décadas. "Não se esqueça de que a França e a Alemanha também são tradicionais e já saíram do calendário".

Entre as incertezas está a mudança no comando municipal. O prefeito eleito de São Paulo, João Dória (PSDB), revelou ter intenção de privatizar o autódromo. Ou seja, a Prefeitura não pretende mais colocar dinheiro público em Interlagos.

Fernando Haddad (PT), o prefeito que renovou o contrato com a Fórmula 1, voltou a dizer ontem que o GP é importante para a economia da cidade, mas que a reforma também visa tornar o autódromo em um equipamento multiuso. "Só para a F-1 não valeria a pena, já gastamos mais de R$ 100 milhões". De acordo com estudo de 2014 do Observatório de Turismo e Eventos, da SPturis, a corrida movimenta R$ 260 milhões para São Paulo.

Ele se reunirá nesta quarta-feira com Dória para tratar de Interlagos e falará sobre o término da reforma. "Dependendo do que ele pretende, talvez não valha a pena concluir".

Mas também neste domingo em Interlagos, o ministro do Turismo, Marx Beltrão, confirmou a liberação de R$ 54 milhões recursos federais para a conclusão das obras. "Vamos trabalhar junto com o governo municipal e junto à FIA para que possamos manter o GP", acrescentou o ministro do Esporte, Leonardo Picciani.

Tricampeão mundial de Fórmula 1, Lewis Hamilton ainda não havia conseguido vencer um GP do Brasil. O piloto britânico conquistou a sua 52.ª vitória na história da categoria neste domingo, em Interlagos, superando o francês Alain Prost (ele está agora em segundo, atrás apenas do alemão Michael Schumacher) e adiou a definição do título desta temporada para a última prova, em Abu Dabi.

"É uma sensação espetacular, uma corrida que eu sonhava ganhar desde muito pequeno. Essas experiências são únicas", comemorou Hamilton. "A vitória veio um pouco tarde, tentava ganhar há anos. É muito difícil essa corrida. Essa foi uma vitória muito difícil por causa da chuva, mas o bom trabalho com a Mercedes ajudou", explicou o piloto. "A corrida foi complicada para todos, muito risco de aquaplanar", afirmou.

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O resultado deixa Hamilton 12 pontos atrás do líder da temporada, Nico Rosberg, seu colega de Mercedes. Com isso, Lewis vai para a próxima corrida, que acontece no próximo dia 27, ainda com chances de conquistar o tetracampeonato da Fórmula 1.

Disputando o GP do Brasil desde 2007, até este domingo ele tinha conquistado um terceiro lugar, em 2009, e por duas vezes a segunda colocação: em 2014 e 2015. "É uma temporada incrível para nosso time, por tudo o que obtivemos de resultado", falou Hamilton. "Agora só tenho que agradecer aos torcedores que vieram aqui e esperaram até o final da corrida", completou.

Após 19 etapas de problemas e dificuldades na Sauber, Felipe Nasr teve a sua redenção no GP do Brasil, neste domingo. Diante da torcida, o piloto brasileiro conquistou os primeiros pontos da equipe suíça no Mundial de Construtores ao terminar a corrida no autódromo de Interlagos, em São Paulo, na 9.ª colocação. O resultado pode ajudar Nasr a garantir a sua permanência na Fórmula 1 em 2017.

"Esses dois pontos valeram pelo ano inteiro", afirmou Nasr, que alcançou a meta estabelecida para a corrida: terminar entre os 10 primeiros lugares para somar pontos para a Sauber. "Mantive meu foco, meu objetivo e acreditei até o final. Sabia que as coisas poderiam acontecer aqui".

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Para tanto, Nasr precisou mostrar o seu potencial na encharcada pista de Interlagos, em uma corrida caótica, marcada por cinco entradas do safety car na prova e duas paralisações por conta da chuva.

"Estou muito feliz. Eu fiz tudo que podia hoje (domingo). Soube aproveitar a oportunidade, interpretar as condições difíceis, era difícil manter o carro na pista. Mas eu consegui, minimizei os erros. A equipe fez um trabalho fantástico", comentou o brasileiro, surpreso com o bom rendimento do carro. "O ritmo foi bom. Isso contou muito para a minha prova".

Com o nono lugar obtido neste domingo, Nasr fez a Sauber ganhar uma posição no Mundial de Construtores. O time suíço tem agora dois pontos, subindo para o 10.º lugar e empurrando a Manor para a última colocação, que não recebe premiação da Fórmula 1 ao fim do campeonato. Já o 10.º colocado deve embolsar cerca de US$ 40 milhões (cerca de R$ 135 milhões).

Estes pontos preciosos no campeonato podem ajudar Nasr a renovar seu contrato com a Sauber ou até a ganhar uma chance na Manor no próximo ano - somente estas duas equipes ainda têm vagas disponíveis para 2017. "Eu trabalhei duro para entrar na Fórmula 1. E hoje (domingo) mostrei para todo mundo por que eu vim aqui. Meu objetivo é seguir na F-1 e hoje eu pude mostrar o meu trabalho", afirmou o piloto, que tem contrato com a Sauber somente até o fim do ano.

A expectativa era de uma briga intensa entre Lewis Hamilton e Nico Rosberg, que poderia ser campeão, no GP do Brasil. Mas um piloto que sequer terminou a corrida foi, de certa forma, o maior vencedor deste domingo em Interlagos. Felipe Massa encerrou a sua história na pista que conhece desde menino ao bater a sua Williams na entrada dos boxes, na volta 48. Desceu do carro, acenou para a torcida e foi saudado como se tivesse conquistado uma vitória. Foi aplaudido pela torcida, pelos integrantes de várias equipes, que se perfilaram na frente dos boxes para bater palmas, abraçado por amigos e familiares. Agradecido, chorou comovido com o reconhecimento.

A corrida, atribulada pela chuva forte, com duas interrupções, cinco bandeiras amarelas que colocaram o safety car por cerca de três dezenas de voltas, teve a vitória de Hamilton, que adiou a definição do título, um segundo lugar discretíssimo de Rosberg e um destaque maior: Max Verstappen, responsável pelos melhores momentos da prova com várias belas ultrapassagens e que fechou o pódio com o terceiro lugar.

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Outro destaque foi Felipe Nasr, que superou as limitações da Sauber e com uma estratégia eficiente de corrida fez seus primeiros pontos na temporada ao receber a bandeirada em nono lugar.

A briga pelo título fica para a última etapa, em Abu Dabi, daqui a duas semanas. Um terceiro lugar dará o título a Rosberg, que soma 367 pontos. Hamilton, que venceu pela primeira vez em Interlagos, tem 355, ou seja, 12 atrás.

Com a pista encharcada, o GP do Brasil começou sob bandeira amarela, com o safety car comandando o pelotão. O spray era forte e, nas duas primeiras voltas, com o aumento da chuva, muitos pilotos reclamaram da falta de visibilidade. Lewis Hamilton foi um deles. Max Verstappen, o outro. Mas com o passar do tempo, o holandês começou a demonstrar irritação, por entender que a direção de prova estava demorando a liberar a pista. A bandeira verde finalmente apareceu na sétima volta e Verstappen foi logo roubando o terceiro lugar de Kimi Raikkonen no S do Senna.

Como a chuva diminuiu, vários pilotos, entre eles Felipe Massa, trocaram pneus, colocando compostos intermediário. Como os tempos não melhoraram em relação aos pneus de chuva, pareceu que fizeram aposta em nova entrada no safety car, por algum acidente por exemplo, visando ganhar algumas posições.

O safety car foi novamente acionado, quando o sueco Marcus Ericsson, da Sauber, bateu na subida da reta dos boxes após perder o controle por "pisar" na linha branca e ficou parado no acesso ao pit lane. Com isso, os boxes foram fechados e apenas Verstappen e o australiano Daniel Ricciardo, ambos da Red Bull, conseguiram trocar os pneus. Enquanto isso, a dupla da Mercedes, o líder Lewis Hamilton e o segundo colocado Nico Rosberg, preferiam continuar com os pneus para chuva intensa.

A nova paralisação durou até o fim da 19.ª volta, mas a bandeira verde durou poucos segundos. Na relargada, Raikkonen bateu forte a sua Ferrari na reta dos boxes, rodou e por pouco não teve o carro atingido pelo de outros pilotos. O finlandês não conseguiu sequer iniciar a 20.ª volta.

A direção de prova, então, decidiu dar bandeira vermelha, paralisando a corrida, atendendo aos protestos dos pilotos. "Honestamente, está impossível de guiar. Eu quase bati no Kimi. Quantos acidentes precisarão ter?", chiou Sebastian Vettel pelo rádio.

Durante a interrupção, Massa e Ricciardo receberam más notícias: ambos foram punidos em cinco segundos. O brasileiro por ter ultrapassado o mexicano Esteban Gutierrez antes da linha do safety car e Ricciardo por ter entrado no boxe quando o acesso estava fechado por causa do acidente com Ericsson.

A corrida foi retomada depois de 34 minutos, com o safety car novamente à frente do pelotão e todos os pilotos com pneus para chuva intensa, por determinação do diretor de prova. Mesmo porque, a chuva continua forte em alguns trechos da pista.

Como a bandeira verde não vinha, a torcida começou a vaiar. A resposta da organização foi determinar nova bandeira vermelha, interrompendo novamente a prova. Com os polegares para baixo, sinalizando desaprovação, e vaias mais fortes, os protestos da torcida aumentaram. Este ano, o ingresso mais barato para o GP do Brasil custou R$ 570,00.

A decisão também irritou os pilotos. Hamilton, que vinha pedindo a saída do carro de segurança, era dos mais inconformados. Outros pilotos também demonstraram não entender a decisão. "A pista está boa", disse. "Por que pararam?", questionou Valtteri Bottas, da Williams. A segunda paralisação da prova levou dezenas de torcedores a deixar o autódromo.

O novo recomeço aconteceu com a pista bastante molhada, mas então foi possível enfim assistir à primeira manobra que justificou o GP. Verstappen partiu para cima de Rosberg, colocou o carro por fora e fez uma bela ultrapassagem na reta oposta, assumindo o segundo lugar. O talentoso holandês de 18 anos não parecia se importar com a chuva. Logo depois fez a então volta mais rápida da prova e de certa forma obrigou o líder Hamilton a acelerar para dar o troco e manter uma vantagem segura na ponta.

Na prática, enfim o GP do Brasil começara. Várias outras ultrapassaram ocorreram.... E Verstappen continuou dando um show. Demonstrou uma habilidade incrível na 38.ª volta, quando, depois de pisar na linha branca na entrada da reta dos boxes e ficar de lado, conseguiu controlar o carro, evitando bater no guardrail, e, na sequência, ainda segurou Rosberg, que tentou se aproveitar para roubar a posição.

O público remanescente em Interlagos trocou a vaia pela vibração, até porque os pegas se sucediam. Em um deles, envolvendo os campeões mundiais Fernando Alonso e Sebastian Vettel, o espanhol da McLaren reclamou que o alemão da Ferrari o jogou para fora da pista.

Mas, na volta 48, a alegria de boa parte da torcida transformou-se em emoção. Felipe Massa terminou a sua história no GP do Brasil ao bater na entrada dos boxes - foi mais uma vítima da faixa branca - e ser obrigado a deixar a corrida. O brasileiro deixou o carro, saudou a torcida, foi aplaudido e, erguendo uma bandeira do Brasil sobre as costas, com expressão desapontada, foi caminhando lentamente para o boxe.

Emocionado, Massa não conseguiu conter o choro. Ao chegar na área de boxe, foi aplaudido por integrantes de todas as equipes, abraçado por mecânicos da Ferrari e da Williams, depois de soluçar nos ombros da mulher, Rafaella, que foi recepcioná-lo junto com o filho Felipinho.

Naquele momento, não havia barulho de motores na pista. A corrida foi novamente paralisada, com bandeira amarela. Mas a torcida, que pouco antes vaiara a corrida sob safety car, não ligou para essa interrupção.

"Não esperava (a reação carinhosa da torcida), é uma emoção difícil explicar", disse Massa, ainda chorando. "Peço desculpas, gostaria de ter acabado a corrida. Só tenho a agradecer por esse dia inesquecível".

A parte final do GP foi de um só piloto: Max Verstappen. Depois de trocar os pneus - a equipe optou pelos de chuva intensa em vez dos intermediários -, ele caiu para 12.º lugar, mas saiu ultrapassando um adversário atrás do outro, com garra e ousadia, e ainda chegou ao pódio.

Assim, uma corrida que teria tudo para ser sem graça, acabou valendo pela festa para Massa, pela manutenção da briga pelo título. E, sobretudo, por Verstappen. Ele só não fez chover, mas pilotou com maestria numa pista encharcada.

Confira a classificação final do GP do Brasil:

1.º - Lewis Hamilton (Mercedes/Grã-Bretanha) - em 3h01min01s335, após 71 voltas

2.º - Nico Rosberg (Mercedes/Alemanha) - a 11s455

3.º - Max Verstappen (Rad/Bull/Holanda) - a 21s481

4.º - Sergio Perez (Force India/México) - a 25s346

5.º - Sebastian Vettel (Ferrari/Alemanha) - a 26s334

6.º - Carlos Sainz Jr. (Toro Rosso/Espanha) - a 29s160

7.º - Nico Hulkenberg (Force India/Alemanha) - a 29s827

8.º - Daniel Ricciardo (Red Bull/Austrália) - a 30s486

9.º - Felipe Nasr (Sauber/Brasil) - a 42s620

10.º - Fernando Alonso (McLaren/Espanha) - a 44s432

11.º - Valtteri Bottas (Williams/Finlândia) - a 45s292

12.º - Esteban Ocon (Manor/França) - a 45s809

13.º - Daniil Kvyat (Toro Rosso/Rússia) - a 51s192

14.º - Kevin Magnussen (Renault/Dinamarca) - a 51s555

15.º - Pascal Wehrlein (Manor/Alemanha) - a 1min00s498

16.º - Jenson Button (McLaren/Grã-Bretanha) - a 1min21s994

Não completaram a corrida:

Esteban Gutierrez (Haas/Mexico)

Felipe Massa (Williams/Brasil)

Jolyon Palmer (Renault/Grã-Bretanha)

Kimi Raikkonen (Ferrari/Finlândia)

Marcus Ericsson (Sauber/Suécia)

Romain Grosjean (Haas/França)

Não foi a despedida que Felipe Massa esperava fazer no GP do Brasil. O piloto brasileiro cometeu um erro na encharcada pista do Autódromo de Interlagos, neste domingo, em São Paulo, e acabou abreviando a sua última corrida como piloto de Fórmula 1 no País. Ele abandonou na 48.ª das 71 voltas previstas da prova.

Massa, contudo, não se abalou com o fim precoce do seu GP final em Interlagos. Após deixar o carro, parou na beira da pista para agradecer à torcida. Levantou uma bandeira do Brasil e não escondeu as lágrimas. Foi apenas o começo da emoção, que tomou conta assim que adentrou o pit lane.

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Caminhando devagar, foi recepcionado com aplausos por mecânicos de diversas equipes nos boxes. Contou também com o carinho da esposa, Raffaela, do filho e dos pais à sua espera na entrada do pit lane. Ao chegar ao espaço reservado à Williams, passou por um "corredor" formado pelos integrantes da equipe entre abraços, apertos de mão, beijos e aplausos.

"Saio de cabeça erguida, saio com o coração apertado, sem dúvida", declarou diante dos primeiros jornalistas. "É uma emoção difícil de explicar. Hoje (domingo), independente do resultado, vai ser um dia inesquecível na minha vida".

Sem conseguir completar a prova, Massa pediu desculpas à torcida, mesmo ciente de que não teria condições de brilhar em Interlagos, em razão do fraco rendimento da Williams neste fim de semana. "Peço desculpas à torcida pelo resultado, não era o que eu gostaria. Mas só tenho a agradecer por todo o carinho, por toda a emoção que senti, pelo lado humano da torcida. Vocês nunca vão sair de dentro do meu coração", disse, dirigindo-se ao público.

"É um momento final de uma carreira da qual sou muito orgulhoso, por tudo que passei, vivi, por tudo o que consegui. Acho que a última corrida no Brasil pela Fórmula 1 é algo especial. Mas espero estar correndo em outra categoria no Brasil", declarou o piloto, que já venceu no Brasil em 2006 e 2008, quando foi vice-campeão mundial.

Em 2000, dois adolescentes companheiros de equipe no kart jantavam juntos durante um fim de semana de prova. Quase em um delírio juvenil, a dupla brincou que futuramente se encontraria na Fórmula 1 para novamente serem colegas e, quem sabe, disputar um título mundial. A previsão foi certeira.

Pela terceira temporada seguida, o alemão Nico Rosberg e o inglês Lewis Hamilton, ambos da Mercedes, disputam o título mundial da categoria mais importante do automobilismo mundial. A vantagem é do piloto alemão, vice-campeão em 2014 e 2015, e autor do relato do início do texto com exclusividade ao jornal O Estado de S.Paulo.

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"Conheço o Lewis desde os 13 anos. É tanto tempo que parece que sempre fomos companheiros de equipe", disse Rosberg, que pode repetir o feito do pai, o finlandês Keke Rosberg, vencedor da temporada de 1982. Se concretizar a conquista neste domingo, em Interlagos, será o segundo caso de pai e filho campeões na Fórmula 1. O primeiro foi dos britânicos Graham e Damon Hill.

As coincidências nas biografias dos rivais começaram no ano do nascimento de ambos, 1985, e se estendem ao endereço onde moram. Os pilotos da Mercedes vivem no mesmo prédio em Mônaco. Entre o kart e a chegada à Fórmula 1, os dois tiveram trajetórias parecidas. O alemão ganhou o campeonato local de Fórmula BMW em 2002. O inglês alcançou façanha similar no ano seguinte, ao conquistar a Fórmula 3 Britânica. Em 2005, Rosberg festejou a última categoria de acesso à F-1, a GP2, vencida na sequência pelo inglês.

O caminho natural das carreiras os levou para a principal categoria do automobilismo quase juntos. O atual líder do Mundial estreou em 2006, pela Williams. Hamilton veio no ano posterior, ao ganhar espaço na McLaren, escuderia na qual integrou o programa de formação de pilotos desde 1998.

A dupla se encontrou na Mercedes na temporada de 2013 e, como os dois têm contrato com a equipe até 2018, eles vão continuar com as respectivas biografias atreladas às disputas nas pistas um contra o outro.

O convívio entre os pilotos não é mais tão inocente como na época do kart. Os concorrentes tiveram momentos complicados e de rivalidade acirrada nas corridas, como em duas ocasiões neste ano. Na Espanha, colidiram entre si na primeira volta e abandonaram a prova. Na Áustria, o toque foi na volta final, com o alemão prejudicado, pois perdeu a liderança para Lewis e chegou em quarto. A chefia da Mercedes chegou a recomendar aos dois mais cuidado para que não prejudicassem o campeonato de construtores.

Para evitar o título de Rosberg em São Paulo, Lewis não descarta novos conflitos em Interlagos. "Estamos aqui para competir firme. Quero ganhar pela primeira vez em Interlagos e não tenho nada a perder na corrida", avisou o inglês.

Felipe Massa vai encerrar neste domingo um longo ciclo no autódromo de Interlagos. Trata-se de uma trajetória que não se resume aos seus 15 anos de Fórmula 1. Afinal, sua ligação com a categoria começou ainda na infância, quando se acomodava nas arquibancadas do circuito paulistano para torcer por Nelson Piquet e Ayrton Senna.

"Interlagos é o lugar onde eu cresci, onde ficava na arquibancada para apoiar o Nelson e o Ayrton, sempre sonhando em estar lá. E, então, eu consegui chegar aqui", disse o piloto de 35 anos, já saudoso da sua história na Fórmula 1. Não por acaso. Faltam apenas duas corridas para Massa se aposentar da categoria, daqui a duas semanas, em Abu Dabi, nos Emirados Árabes Unidos.

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Enquanto a corrida final não chega, o brasileiro saboreia homenagens no paddock. Na maior delas, que dá ideia do seu prestígio na Williams, ele terá o privilégio de correr neste domingo com seu nome escrito em letras garrafais na carenagem do carro. Vai substituir a referência à marca Martini, empresa de bebida alcoólica que é o principal patrocinador do time.

"Trocar o nome do patrocinador pelo do piloto? É uma surpresa incrível, acho que isso nunca aconteceu", disse o brasileiro. "É uma emoção e, sem dúvida, uma demonstração de carinho muito grande". A Williams ainda estampou a palavra "obrigado" no aerofólio traseiro do carro de Massa.

A homenagem se somou às palavras de amizade dos rivais no grid. "Foi uma ótima experiência pilotar ao lado e contra Felipe nestes anos. Tivemos grandes momentos", disse o inglês Lewis Hamilton, um dos principais rivais do brasileiro. "Antes mesmo da F-1, ainda na GP2, nos tornamos amigos e já tivemos boas experiências", lembrou o tricampeão.

"Nem precisamos falar sobre o seu talento. Acho que não há dúvidas quanto a isso", afirmou o alemão Sebastian Vettel, da Ferrari. "Além disso, ele é uma grande pessoa. É o tipo que você olha e parece que está sorrindo porque está sorrindo por dentro. Todos sentirão sua falta aqui", comentou o tetracampeão.

Melhor amigo de Massa no circuito, o australiano Daniel Ricciardo prevê uma corrida de muitas emoções em Interlagos. "Ele receberá ainda mais amor neste fim de semana. Os fãs estarão gritando das arquibancadas. A atmosfera é ótima, acho que teremos um público incrível", disse o piloto da Red Bull, que mora no mesmo prédio de Massa em Mônaco.

FUTURO - Vice-campeão da Fórmula 1 em 2008, Massa ainda não definiu o seu futuro. Negocia com três categorias bem diferentes: a Fórmula E, de carros elétricos; o Mundial de Endurance; e o DTM, campeonato de carros de turismo da Alemanha.

A decisão, porém, não tem prazo. "Não estou com muita pressa para decidir. Já tive muita pressa na minha carreira e agora vou decidir com tranquilidade", avisou o piloto. "Talvez até o final do ano ou começo do ano que vem eu encontre o caminho certo", afirmou.

Ele também estuda a possibilidade de ser comentarista de uma emissora de TV estrangeira, mas não durante toda a temporada.

Nico Rosberg tem a chance neste domingo, em Interlagos, de compensar o gosto amargo que sentiu do vice-campeonato da Fórmula 1 nos dois últimos anos. Após ver o companheiro de Mercedes, Lewis Hamilton, levar a melhor em 2014 e 2015, é o alemão o líder e único que pode sair como campeão do GP do Brasil, a penúltima etapa da temporada. Apesar da reviravolta no Mundial, que lhe permite comemorar antecipadamente a conquista inédita com uma vitória no Brasil, garante que não se trata de revanche.

O piloto recebeu o jornal O Estado de S.Paulo para uma entrevista exclusiva no hotel onde está hospedado, na zona sul da capital paulista. A cidade e o País são familiares ao alemão, vencedor das duas últimas provas em Interlagos e de longa relação com o País de Senna, Fittipaldi e Piquet.

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Nico buscou na internet vídeos do tricampeão Ayrton Senna para apreciar no tempo livre, mas diz que o momento decisivo não traz pressão para que consiga repetir o feito do pai. O finlandês Keke Rosberg, campeão em 1982, é figura distante na atual vida do piloto, que preferiu não se aprofundar no assunto. "O único conselho dele para mim é para eu acelerar", disse.

Você já se sente pressionado para repetir o título que o seu pai conquistou em 1982?

Não tanto. Eu tenho muito orgulho do que o meu pai conseguiu na Fórmula 1, mas não é comparável à minha situação. Falamos de outra época, bem diferente.

Já sofreu com comparações?

Sofri um pouco quando era mais novo porque havia muito interesse sobre mim. Quanto mais interesse tem, mais complicado se torna porque eu era conhecido como "o filho do Rosberg". Todo mundo queria saber o que eu estava fazendo, então isso foi um pouco complicado às vezes. Mas pude me adaptar a isso rapidamente. Talvez isso tenha até me preparado para a Fórmula 1, onde se tem muito mais interesse por tudo o que envolve os pilotos da categoria.

Para ser campeão no Brasil, você só precisa repetir o resultado dos dois últimos anos, quando dominou o fim de semana e foi o vencedor. Isso facilita?

Eu não fico pensando na matemática para ser campeão. Eu quero somente manter as coisas simples. É assim que funciono melhor, para que possa ter uma performance melhor também. É isso. Melhor não ficar pensando. Interlagos é uma pista incrível, apesar de não ser fácil. É uma pista onde o piloto faz a diferença, com boas chances de ultrapassagem, com longas retas. E nós sempre podemos ver corridas empolgantes, o que é legal.

Você considera essa chance de título uma oportunidade de revanche contra o Lewis Hamilton depois de ter sido dois anos vice?

Eu não considero uma revanche. Sequer penso nisso ou nas últimas temporadas da Fórmula 1. Pensar em revanche não me fará ir mais rápido na pista de Interlagos neste fim de semana. Não planejo comemorações também. Não vale a pena gastar energia em algo incerto. A única coisa em que penso é em ganhar esta corrida.

Como está a sua relação com o companheiro Lewis Hamilton?

A nossa relação é natural. Algumas vezes está melhor, em outras, está pior. Tudo depende do momento. A relação é sempre intensa porque estamos competindo por vitórias nas corridas. Então, sempre será difícil. Mas nós nos respeitamos, temos uma convivência boa.

Ter se tornado pai no ano passado te ajudou de que forma na pista? Você tem sido muito eficiente neste ano.

Eu estou feliz na minha vida pessoal. Na minha opinião, a vida privada sempre tem uma conexão com o seu trabalho. Quando você chega ao seu trabalho feliz, sorrindo, isso te ajuda e tudo vai ser melhor. Isso me ajudou muito nas pistas.

Quem foi sua grande inspiração como piloto na Fórmula 1?

Minha inspiração foi o finlandês Mika Hakkinen (campeão mundial em 1998 e 1999). Eu torcia por ele quando era novo, seguia as batalhas dele contra Michael Schumacher. Era fantástico. Meu pai era o empresário dele, então tínhamos uma certa conexão.

Este ano é a última corrida do Felipe Massa em Interlagos. Fora isso, ainda não há brasileiros confirmados na Fórmula 1 para a próxima temporada. O que acha dessa situação?

Tenho uma ótima relação com o Felipe (Massa). Ele é um cara ótimo. É uma perda para o nosso esporte a saída dele (ao fim desta temporada) porque teve muito sucesso, fez grandes coisas, tendo o apoio dos brasileiros. Mas tudo tem o seu final em alguma hora. Felipe pode ter orgulho da carreira que construiu na categoria, com certeza. Eu espero que os brasileiros tenham um compatriota, de novo, em um bom carro lutando por pódios em breve na categoria.

O Brasil está vinculado à sua história desde muito cedo. O seu pai correu em uma equipe brasileira...

Sim! Ele passou no começo da carreira pela Copersucar (em 1980 e 1981). Wilson Fittipaldi (chefe da equipe) fez muito para a carreira dele na Fórmula 1. Eu me lembro das histórias que meu pai contava quando estava fazendo testes aqui no Brasil, sempre no Rio de Janeiro, durante o inverno. Eles se divertiam muito. Depois disso, é claro, lembro do Ayrton Senna e de outras lendas brasileiras como Nelson Piquet, Emerson Fittipaldi, esses caras todos.

Depois da Alemanha, o Brasil é o país onde você tem mais seguidores no Twitter. Como explica esse carinho?

Isso é surpreendente. O meu Twitter tem muitos usuários (seguidores) no Brasil porque eu ganhei os dois últimos GPs do País. Certeza que isso ajudou. Mas estou muito agradecido por esse carinho. É incrível ter todo esse apoio. Aqui é uma corrida com muita carga emocional. Sempre torcem muito pelos pilotos da casa. A cantoria que tem na hora no pódio é legal também.

Já veio ao Brasil outras vezes sem ser pela Fórmula 1?

Sim, já vim aqui uma vez de férias. Visitei "Floripa" em 2007. É um lugar maluco! Quem sabe retorne no futuro para trazer minha filha. Mas ainda sem planos no momento.

O público em Interlagos sempre canta o nome do Ayrton Senna. Você chegou a ver corridas dele?

Dias atrás fui ver na internet corridas antigas dele e do Alain Prost. Lembro que vi algumas disputas no México e em Suzuka, no Japão. Não me lembro exatamente do ano. Gostei de ver algumas provas em Mônaco também. As batalhas entre eles eram bem interessantes. Quis ver também aquela corrida em Donington Park (na Inglaterra, no GP da Europa de 1993) sob chuva forte. O começo dela foi incrível. (Ayrton Senna ultrapassou quatro adversários na primeira volta para assumir a liderança em seguida).

Após ser superado pelo inglês Lewis Hamilton nos dois primeiros treinos livres do GP do Brasil, o alemão Nico Rosberg deu o troco na terceira sessão, na manhã deste sábado, tirando vantagem do tempo chuvoso em São Paulo. Em busca da vitória no Autódromo de Interlagos para selar o título da temporada, Rosberg cravou o melhor tempo do fim de semana até agora, com 1min11s740. Na sexta-feira, seu companheiro de Mercedes anotara 1min11s895 como melhor marca do dia.

Hamilton, que tenta impedir o título antecipado do rival no Brasil, foi melhor do que na sexta, ao registrar 1min11s833. Porém, não se mostrou tão bem adaptado à pista molhada de Interlagos quanto Rosberg. O piloto inglês chegou a rodar na pista, ainda no começo da sessão. Ele escapou do traçado na saída da reta oposta.

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O terceiro treino livre exigiu mais das equipes e dos pilotos por causa das condições opostas em comparação às duas sessões de sexta, realizadas sob tempo seco e forte calor. Assim, os times precisaram começar do zero no ajuste dos seus carros. Se o segundo treino, na tarde de sexta, teve início com 53 graus na pista, neste sábado, a temperatura era de 22 graus no começo da terceira sessão.

Com o mau tempo, os carros foram para a pista com pneus de chuva. Hamilton foi uma das exceções ao optar pelos compostos macios. Não por acaso rodou logo no começo. Mas, na sequência, abriu as voltas rápidas, tentando mostrar força. Acabou sendo superado na parte final da atividade por Rosberg quando a pista já secava, com pneus macios.

Depois da Mercedes veio a Ferrari, nesta manhã. Superada pela Williams na segunda sessão, a equipe italiana reagiu e dominou o terceiro e o quarto lugar, com o alemão Sebastian Vettel (1min11s959) e o finlandês Kimi Raikkonen (1min12s027). A Red Bull veio logo atrás, com o holandês Max Verstappen em quinto e o australiano Daniel Ricciardo em sexto, com 1min12s287. Verstappen, que fora o segundo melhor no primeiro treino livre, anotou 1min12s077.

Companheiro de Felipe Massa na Williams, o finlandês Valtteri Bottas foi o sétimo mais veloz desta sessão, com 1min12s614. O brasileiro foi o nono colocado, com 1min12s990. Entre eles, estava o britânico Jolyon Palmer (1min12s968), que definiu sua permanência na Renault para 2017 neste fim de semana. O espanhol Fernando Alonso, da McLaren, completou o Top 10 neste terceiro treino livre, com 1min13s002.

Felipe Nasr teve dificuldades na pista molhada. Foi apenas o 20º e antepenúltimo colocado, com o tempo de 1min13s992. Só foi mais rápido que o francês Esteban Ocon, da Manor, com 1min14s222, e que o sueco Marcus Ericsson, seu companheiro na Sauber. Ele completou apenas uma volta, em razão de problemas no motor, e não chegou a registrar tempo.

O treino foi marcado ainda por uma escapa do francês Romain Grosjean, da Haas, e por um susto que Felipe Massa levou na primeira metade do treino. Um guarda-chuva quase atingiu o carro do brasileiro na entrada do "S do Senna". O objeto caiu a poucos metros de onde o brasileiro passou durante uma volta rápida, sem atingi-lo.

Os pilotos voltam à pista às 14 horas para a definição do grid de largada do GP do Brasil, no treino classificatório. O tempo segue instável em Interlagos e a tendência é que a sessão decisiva seja realizada em pista úmida, com chances de novas pancadas de chuva.

Na luta para alcançar seu companheiro de Mercedes, Nico Rosberg, e impedir que o Mundial de Fórmula 1 termine no GP do Brasil, Lewis Hamilton começou bem a sexta-feira (11) ao liderar a primeira sessão de treinos livres da prova que será realizada neste domingo no Autódromo de Interlagos, em São Paulo.

Com pneus macios, o piloto inglês cravou o tempo de 1min11s895 para ficar com a primeira posição, sendo que o jovem holandês Max Verstappen, da Red Bull, surpreendeu ao superar Rosberg e terminar a manhã em segundo lugar ao cronometrar 1min11s991 em sua melhor volta.

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Líder do Mundial, com 19 pontos de vantagem para Hamilton, Rosberg fechou este primeiro treino em terceiro ao marcar 1min12s125 e ficou logo à frente do australiano Daniel Ricciardo, que garantiu o quarto melhor tempo ao percorrer a melhor das 27 voltas que deu em 1min12s371.

Outro destaque deste primeiro treino livre em Interlagos foi o finlandês Valtteri Bottas, da Williams, que obteve o quinto lugar ao cravar 1min13s129. O seu tempo, porém, foi muito mais lento do que o de Ricciardo.

Já Felipe Massa, que conhece muito bem a pista brasileira, assegurou a oitava colocação com o tempo de 1min13s318 com sua Williams. Os dois pilotos do time inglês ficaram entre a dupla da Force India, com o mexicano Sergio Pérez e o alemão Nico Hülkenberg conquistando respectivamente a sexta e a sétima posições. O primeiro cravou 1min13s289 e superou por muito pouco o companheiro de equipe, que cronometrou 1min13s293.

Massa, por sua vez, já começou a receber homenagens nesta que será a sua última participação no GP do Brasil, pois ao final desta temporada ele irá se aposentar da F-1. A Williams estampou o sobrenome do piloto no lugar do principal patrocinador da equipe, que cedeu espaço para a reverência ao brasileiro que já venceu por duas vezes em Interlagos, em 2006 e 2008.

NASR - Já Felipe Nasr foi para a pista com a sua Sauber exibindo um capacete com pintura especialmente feita para o GP do Brasil, trazendo a bandeira nacional para contrastar com o vermelho predominante do equipamento de segurança.

Ainda sem saber se poderá seguir no grid da F1 em 2017, pois não terá eu contrato renovado pela Sauber, Nasr fechou esse primeiro treino na 16ª posição, que pode ser considerada boa pelas limitações de seu carro nesta temporada. Entretanto, este treino contou com a participação de uma série de pilotos reservas, entre eles o russo Sergey Sirtokin ocupando o lugar do titular Kevin Magnussen na Renault e o monegasco Charles Leclerc substituindo o mexicano Esteban Gutiérrez na Haas.

FERRARI FECHA TOP 10 - A Ferrari esteve longe de andar entre os primeiros colocados neste treino inicial de sexta-feira e viu o alemão Sebastian Vettel (1min13s567) e o finlandês Kimi Raikkonen (1min13s569) fecharem o Top 10 com a conquista das respectivas nona e décima posições.

E as quatro colocações seguintes também vieram com dobradinhas de pilotos da mesma equipe, com o espanhol Carlos Sainz Jr (11º) e o russo Daniil Kvyat (12º) pela Toro Rosso seguidos pelo inglês Jenson Button (13º) e o espanhol Fernando Alonso (14º), da McLaren.

A primeira atividade de pista do GP do Brasil foi realizada sob tempo quente e sol no circuito de Interlagos, onde a temperatura do asfalto chegou a 43ºC e vários pilotos, entre eles o francês Romain Grosjean, da Haas, testaram o halo, novo equipamento de segurança que serve para proteger o cockpit.

Pilotos mostraram certa dificuldade diante das novas "lavadeiras" do circuito. Mais altas, elas deram trabalho na curva 2, no S do Senna, no Pinheirinho e no Bico do Pato.

A segunda sessão de treinos livres do GP do Brasil começa às 14 horas desta sexta-feira, enquanto o último será às 11h deste sábado, quando o treino qualificatório para o grid será às 14h, mesmo horário da largada da corrida de domingo, quando ocorrerá a disputa da penúltima etapa deste Mundial de Fórmula 1.

O mexicano Esteban Gutiérrez anunciou nesta sexta-feira (11) pela manhã, antes do início da primeira sessão de treinos livres do GP do Brasil, que irá deixar a Haas ao final desta temporada da Fórmula 1. O piloto confirmou a saída por meio de um comunicado divulgado nas suas redes sociais, no qual revelou que pretende definir logo os seus planos para o futuro.

Gutiérrez foi contratado pela Haas para esta temporada de estreia da escuderia norte-americana na categoria máxima do automobilismo, depois de ter pilotado para a Sauber. Entretanto, ele não conseguiu somar nenhum ponto até aqui no campeonato deste ano, enquanto o francês Romain Grosjean, seu companheiro de equipe, já contabilizou 29.

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O dinamarquês Kevin Magnussen, da Renault, vem sendo altamente cogitado para assumir o posto do piloto que será deixado pelo piloto mexicano para 2017, mas a Haas ainda não fez nenhum anúncio oficial de confirmação de sua dupla titular para a próxima temporada.

Gutiérrez, de 25 anos, irá completar 59 corridas na F-1 ao final desta temporada, sendo que o seu melhor resultado até aqui na elite do automobilismo foi um sétimo lugar no GP do Japão de 2013.

Agora de saída, o mexicano agradeceu pela oportunidade que ganhou de pilotar pela Haas e desejou sucesso à equipe em sua continuidade na categoria, assim como enfatizou: "Faltam duas corridas, nas quais desfrutarei de cada momento e seguirei lutando ao máximo. Agradeço profundamente a todos que me seguem, todos vocês sempre estarão em meu coração. Espero muito em breve poder dividir meu planos para o futuro. Um forte abraço".

O chefão da Fórmula 1, Bernie Ecclestone, teve um encontro com o presidente Michel Temer, em Brasília, às vésperas do GP do Brasil. De acordo com a assessoria de imprensa da prova brasileira, que será disputada neste fim de semana, no Autódromo de Interlagos, em São Paulo, Ecclestone fez uma "visita de cortesia" a Temer.

A assessoria informou que o encontro durou mais de meia hora, porém não revelou o conteúdo da conversa. Figura constante nos GPs do Brasil - esteve em todas as edições da corrida -, Ecclestone tem forte ligação com o Brasil. Além de ser casado com a brasileira Fabiana Ecclestone, desde 2012, ele tem uma fazenda onde planta café na cidade de Amparo, no interior de São Paulo.

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Presidente da FOM (Formula One Management), que administra a F-1, Ecclestone afirmou recentemente que queria participar das negociações de Felipe Nasr para permanecer na categoria no próximo ano. O brasileiro conta com o patrocínio do Banco do Brasil desde o início da carreira. Os valores desembolsados pelo banco foram importantes para a chegada do piloto à F-1.

Ecclestone tem interesse em manter o piloto na disputa porque, caso Nasr fique de fora, o Brasil não terá um representante no grid de 2017, algo que não acontece desde 1969. O chefão da F-1 quer evitar esta ausência na competição por considerar o mercado brasileiro importante para a F-1, dada a tradição do país na categoria, com três campeões mundiais e uma etapa no calendário desde 1972. O GP do Brasil é um dos mais longevos da competição.

Mas a permanência da prova em solo brasileiro virou motivo de preocupação dos dirigentes brasileiros e dos fãs quando a organização da F-1 apresentou o calendário de 2017 com um asterisco ao lado da prova brasileira, como se ainda não estivesse confirmada na temporada. Apesar disso, o GP do Brasil tem contrato até 2020 com a competição.

Ciente das limitações da Sauber na atual temporada, Felipe Nasr não se ilude quanto as suas chances de brilhar no GP do Brasil de Fórmula 1, neste domingo (13). O piloto brasileiro admite que somente a chuva no autódromo de Interlagos, em São Paulo, deixaria a Sauber com a possibilidade de chegar entre os 10 primeiros lugares, alcançando o sonhado primeiro ponto no campeonato.

"Eu prefiro o tempo instável. Pessoalmente, acho que, mesmo quando o carro vem dando certo em tudo, não temos condições de entrar entre os 10 primeiros em condições normais", reconheceu o piloto da Sauber. "Só uma condição adversa, uma corrida maluca, com clima mudando, imprevisível, para ter nessa sorte uma oportunidade de ficar entre os 10 primeiros".

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Se isso acontecer, a Sauber somará o seu primeiro ponto no Mundial de Construtores. Faltando duas etapas para o fim do campeonato, a equipe suíça é a única a estar zerada na tabela até agora. Nem Nasr e nem o sueco Marcus Ericsson conseguiram apresentar boa performance nas 19 corridas já disputadas neste ano.

No caso do brasileiro, o desempenho contrasta com seu rendimento em 2015, seu ano de estreia. Sozinho ele somou 27 pontos e levou a equipe à oitava posição - Ericsson faturou apenas nove pontos. Já neste ano a Sauber é a 11.ª e última colocada no Mundial de Construtores.

Nesta busca pelo primeiro ponto da equipe na temporada, Nasr ainda está sob pressão para confirmar seu lugar no grid do próximo ano. Seu contrato com a Sauber termina em dezembro. E pelo menos dois times que podiam acertar com ele chegaram a acordos com outros pilotos e fecharam as portas para o brasileiro, que agora pode renovar com a Sauber ou negociar com a Manor.

Sem se abalar com os obstáculos, Nasr prega concentração total para a prova de domingo. "Quero focar na corrida. É um final de semana importante para mim, vamos correr em casa, e quero deixar isso [discussão sobre o futuro] um pouco de lado. Na segunda-feira voltaremos a tocar nesse assunto", afirmou o brasileiro, nesta quinta, em Interlagos.

Felipe Massa correrá pela última vez no Autódromo de Interlagos como piloto de Fórmula 1 no domingo (13). Em clima de despedida, o piloto brasileiro já se mostra saudoso da competição e diz que sentirá falta do alto nível da categoria mais prestigiada do automobilismo mundial após deixar a disputa, no fim do ano.

"Estamos entre os melhores pilotos do mundo. Todo mundo está aqui pelo talento. A competição é de alto nível. Aprendi muito aqui. Foi uma experiência incrível de vida que tive", afirmou o brasileiro, que ainda competirá no Brasil e em Abu Dabi, daqui a duas semanas, antes de deixar a elite da velocidade.

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A prova em São Paulo será sua primeira grande despedida na F1, por acontecer em sua cidade. "Será um fim de semana muito especial por ser minha última corrida em casa, lugar onde cresci, onde lembro que estive na arquibancada torcendo pelo Senna e pelo Piquet. Sempre sonhei em estar aqui. Então, chegar aqui, ganhar duas corridas, subir ao pódio, foi algo definitivamente fantástico", declarou.

Massa já prevê a saudade que baterá em 2017, quando voltará a Interlagos apenas como convidado. "Este é um lugar incrível. Vou sentir falta de estar aqui, principalmente quando ver esses pilotos correndo aqui ano que vem. Passei 15 anos na Fórmula 1, então passei longo tempo em competição, muito disputadas. Vou sentir falta das corridas, das boas disputas pelo mundo", disse o brasileiro, nesta quinta-feira.

Apesar do clima emotivo, o piloto da Williams prometeu concentração para ajudar seu time na corrida de domingo. "Quando alinha o carro, você não pensa em mais nada. Só quer fazer tudo da melhor maneira. Durante toda a corrida estarei concentrado no meu trabalho, para fazer o melhor possível. Estamos em um momento importante, lutando contra a Force India no Mundial de Construtores. Mas, após a bandeira quadriculada, será um sentimento especial. Será diferente", projetou.

A Williams disputa com a Force India a quarta colocação do campeonato. O time de Massa tem no momento 136 pontos, contra 145 da rival, que é a quarta colocada, faltando duas etapas para acabar a temporada.

Felipe Nasr minimizou a confirmação do piloto francês Esteban Ocon na Force India, o que fechou uma das vagas que almejava no grid de 2017 da Fórmula 1. Na manhã desta quinta-feira (10), o piloto brasileiro tratou a notícia com naturalidade e mostrou confiança em sua permanência na categoria no próximo ano.

"Não me sinto atingido pela notícia. Claro que, como piloto, você sempre quer o que for melhor para você. Por causa de outros fatores, as coisas não se encaixaram na negociação [com a Force India]", disse Nasr. "Tinha gente tomando conta disso e infelizmente a negociação não deu certo."

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O brasileiro demonstrou certa decepção com o anúncio da Force India, mas preferiu destacar suas chances de seguir na Sauber em 2017. "Claro que eu gostaria de estar em condições de estar brigando por resultados mais a frente, mas é o que a gente tem no momento. Continua tendo algumas outras opções", declarou.

"Sempre mantive a porta aberta aqui na Sauber, continua uma opção atrativa para o ano que vem. Neste sentido, não mudou nada. O mercado da F1 se movimenta e é normal que essas coisas aconteçam. Continuo focado no meu trabalho no fim de semana. E, na segunda-feira, eu volto a pensar nisso", afirmou.

Questionado sobre se teme ficar fora da F1, Nasr exibiu confiança. "Não, de maneira alguma. Não posso dizer que tenho 100% de certeza porque nada é 100% nesta vida. Mas não tenho medo nenhum de ficar de fora", disse o brasileiro que, se confirmado, será o único representante do País no grid. Caso contrário, será a primeira vez desde 1969 que o Brasil não terá pilotos na F1.

Para que isso não aconteça, Nasr aparenta concentrar suas fichas na Sauber. Ele destacou a entrada de novos investidores no time e contratações para o corpo técnico, projetando uma temporada melhor em 2017.

"Vem tendo uma reestruturação da equipe, que impactam muito em toda a estrutura do time. Acho que a grande mudança só terá impacto forte no ano que vem. Diferentemente deste ano, os investimentos estão em lugares mais promissores. A equipe está muito mais adiantada no projeto 2017 em comparação ao que começamos neste ano. Tem tudo para ser um ano melhor do que 2016", afirmou.

O inglês Lewis Hamilton chegou ao Autódromo de Interlagos, nesta quinta-feira (10), em situação bem menos confortável do que o habitual. Depois de ganhar os dois últimos campeonatos e vir ao GP do Brasil ou como líder, ou como já campeão, o piloto da Mercedes ressaltou na entrevista coletiva a necessidade de vencer pela primeira vez na pista paulistana para se manter com chances de título na disputa com o companheiro de equipe, o alemão Nico Rosberg.

São 19 pontos de desvantagem para o adversário direto. Depois do Brasil, como haverá somente o GP de Abu Dabi, a temporada terá o título definido caso o alemão repita o que fez nos dois últimos anos e vença novamente. "Estamos aqui para tentar ganhar pela primeira vez. Este é o meu objetivo no fim de semana. Espero ter um bom resultado, já que Nico foi muito rápido aqui nos últimos anos", disse o inglês.

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Hamilton conquistou o primeiro título da carreira em Interlagos, em 2008, com um quinto lugar, mas jamais venceu no País do ídolo de infância, Ayrton Senna. Em nove ocasiões, os melhores resultados dele foram em 2014 e 2015, quando foi segundo colocado. O piloto ganhou os dois últimos GPs, nos Estados Unidos e no México, e por isso aposta que a sequência pode lhe favorecer ao menos em reduzir a desvantagem.

Assim como o inglês, o atual líder do campeonato esteve presente na entrevista coletiva promovida pela FIA, no Autódromo de Interlagos. Sentado ao lado do concorrente, Rosberg fugiu do favoritismo. "Começamos do zero. As vitórias dos últimos anos não valem mais. Vou tentar ganhar, é claro. Eu adoro a pista, é muito boa e tenho ótimas memórias daqui", explicou.

Os carros vão para a pista pela primeira vez na sexta-feira pela manhã, para os primeiros treinos livres. Para ser campeão no domingo, Rosberg precisa de apenas uma vitória para garantir o primeiro título da carreira sem depender do resultado de Hamilton. Caso o alemão termine em segundo, vai ser necessário terminar a prova com duas posições de vantagem. Já se for terceiro, essa diferença precisará ser de três colocações. O líder também pode ser campeão se for quarto, quinto ou sexto, desde que o inglês fique quatro posições atrás.

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