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A presidente da Petrobras, Graça Foster, será substituída no cargo. De acordo com informações divulgadas nesta terça-feira (3), pela Folha de São Paulo, o Palácio do Planalto já teria informado a Foster sobre a destituição dela no comando da estatal. 

Apesar da presidente Dilma Rousseff (PT) ser resistente a saída da amiga na chefia da petroleira, o que teria pesado, segundo o jornal, foi a divulgação de que a Petrobras deveria baixar seus ativos em R$ 88 bilhões como consequência dos escândalos de corrupção e ineficiência no planejamento de projetos internos. 

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O nome do substituto de Graça Foster está em estudo pelo governo. O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, estaria sondando algumas indicações.

A presidente da Petrobrás, Graça Foster, sofreu mais um grande desgaste nesta semana ao divulgar avaliação de que ativos da estatal estariam inflados em R$ 88,6 bilhões. E sua imagem no Palácio do Planalto piorou ainda mais com as declarações de que a exploração de petróleo cairá "ao mínimo necessário" e de que haverá corte de investimentos e desaceleração de projetos.

Mesmo assim, a presidente Dilma Rousseff e os ministros que a cercam entendem que, apesar dos problemas e da sustentação política da executiva ter descido mais um degrau, é importante a permanência de Graça no cargo para continuar na função de colchão, uma barreira para evitar que a crise da empresa atinja o Palácio do Planalto e a presidente Dilma diretamente.

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"Foi mais um desgaste", disse um interlocutor direto da presidente Dilma, ao revelar que, apesar disso, "não há nenhum sinal" de que o comando da empresa será alterado. O núcleo palaciano sabe, no entanto, que vão aumentar as pressões pela substituição de Graça e a diretoria da empresa.

Dilma, no entanto, continua a resistir às pressões porque acredita na capacidade e na honestidade de Graça Foster, além do que a eventual saída levaria a crise para dentro do Palácio.

Perdas e danos. Por essa avaliação, Graça Foster teria agido de forma ingênua ao revelar a estimativa de R$ 88,6 bilhões de perdas potenciais com ativos superavaliados.

Além disso, lembra-se nos bastidores que os números contabilizados como ligados à corrupção na empresa eram da ordem de R$ 4 bilhões. Da forma como Graça apresentou, ficou parecendo que todos os R$ 88,6 bilhões se referiam a desvios.

Nessa conta, está embutida também a variação em dólar do preço do petróleo e de projetos mal planejados. A justificativa de Graça era de que o mercado cobrava este dado e que, ao apresentar o número, liquidaria esta questão de uma só vez. Tudo isso, no entanto, acabou causando um dano à imagem da Petrobrás.

Ao anunciar que os investimentos serão reduzidos e a exploração de petróleo cairá "ao mínimo", Graça Foster foi na contramão do últimos discursos da presidente Dilma, seja na sua diplomação, na posse ou mesmo na última terça-feira, durante a primeira reunião ministerial.

Em todas estas oportunidades, além da presidente ter falado na melhoria da governança da empresa, Dilma reiterou que a Petrobrás "é a mais estratégica para o Brasil e a que mais contrata e investe no País".

Fragilidade. A declaração de Graça Foster foi entendida como mais um sinal de fragilidade, já que demonstraria a desaceleração da atividade primordial de buscar novas áreas de produção.

Mas, apesar de todos os problemas, os interlocutores da presidente Dilma insistem que, no momento não há nenhuma intenção de mudar a direção da empresa, até porque haveria muito dificuldade em encontrar um nome para substituir Graça Foster. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Polícia Federal solicitou à presidente da Petrobras, Graça Foster, informações sobre dois contratos da estatal com Construtora Norberto Odebrecht, alvo da Operação Lava Jato, por meio de um consórcio formado para executar obras na Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.

O consórcio Conest foi formado pelas empreiteiras Odebrecht e OAS e venceu dois contratos já apontados pelo Tribunal de Contas da União (TCU), em 2013, por sobrepreço de quase R$ 150 milhões.

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O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa afirmou em sua delação premiada que recebeu US$ 23 milhões da Odebrecht. O executivo Rogério Santos do Araújo foi apontado por ele como responsável por indicar o banco na Suíça onde foi depositado o dinheiro, entre 2008 e 2009.

A Polícia Federal abriu inquérito em outubro do ano passado tendo a Odebrecht como alvo. Quatro contratos com a Petrobras são alvo dos investigadores da Lava Jato. Os dois que foram alvo de pedido de informação envolvem as obras da Abreu e Lima.

Esses contratos podem levar à Lava Jato a ligação do doleiro Alberto Youssef - alvo central das investigações - com o consórcio formado pela Odebrecht. Em depoimento prestado à Justiça Federal, o sócio-gerente das empresas Sanko Sider e Sanko Serviços, Márcio Bonilho, confessou ter pago "comissões" à Youssef por intermediação na venda dos produtos da empresa para empreiteiras.

"Eu fechei negócios com o (consórcio) CNCC, fechei negócios com o Conest, fechei negócios com a UTC, fechei negócios com Engevix, com o Estaleiro, fechei… Não recordo todos, mas fechei meia dúzia de negócios, assim, com 10 empresas distintas", respondeu Bonilho ao ser perguntado pelo juiz federal Sérgio Moro, sobre qual negócio ele conseguiu por intermédio de Youssef.

Acusado numa das ações penais da Lava Jato por ser associar a Youssef, o sócio do grupo Sanko admitiu que assinou contratos com uma empresa fantasma do doleiro e que "os contratos e notas fiscais foram produzidos fraudulentamente para justificar pagamento de 'comissões'".

Os dois contratos são das Unidades de Destilação Atmosférica - UDA (U-11 e U-12) e das Unidades de Hidrotratamento de Diesel (U-31e U-32), de Hidrotratamento de Nafta (U-33 e U-34), e de Geração de Hidrogênio - UGH (U-35 e U-36). Só um dos contratos, assinado em 2009, rendeu ao consórcio R$ 3,1 bilhões.

A Odebrecht, em nota, repudiou categoricamente as declarações do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa. A empresa afirma que não fez pagamentos ou depósitos para Costa e nem para qualquer outro executivo ou ex-diretor da estatal.

O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, afirmou hoje (16) que não tem conhecimento de qualquer indício ou prova que justifique o afastamento da presidenta da Petrobras, Graça Foster, ou de qualquer membro da atual diretoria. Braga disse, ainda, que, nas reuniões com a presidenta, ela não pediu para deixar o cargo.

"Para formalizar afastamento, é preciso que haja suspeita, indício. Até onde tenho conhecimento, não vejo nenhuma razão para afastar Graça Foster ou qualquer outro membro da diretoria. Isto pode mudar amanhã, se amanhã alguém apresentar provas ou indícios claros de que há envolvimento", afirmou o ministro. Eduardo Braga disse conhecer Graça há 16 anos e tem dela a melhor percepção de competência e conduta ética e profissional.

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"Os homens e mulheres que trabalham na Petrobras estão lá colocando suas famílias, seus CPFs e histórias de vida em defesa de um projeto. Se tiverem algum indício de prova, que se afastem, mas não vamos fazer um linchamento de algo que não existe".

Eduardo Braga assinalou que a atual diretoria da companhia está conduzindo um processo de crescimento da produção da estatal "que não pode deixar de ser avaliado". 

"A Petrobras é uma instituição estratégica e importantíssima para o Brasil. Se ficar provada culpa, que paguem pelos seus erros, mas a empresa precisa continuar a ser respeitada e olhada pela importância que tem para o Brasil e os brasileiros".

Além disso, o ministro informou que, por meio da Petrobras, o Brasil pode se tornar exportador de petróleo. "Isto significará para a estratégia do desenvolvimento nacional algo extremamente importante".

O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, defendeu nesta quinta-feira, 15, a presidente da Petrobras, Graça Foster, e membros da atual diretoria, isentou-os de envolvimento com os escândalos de corrupção envolvendo a estatal e disse estar "otimista" com os rumos da empresa. Para o ministro, a companhia enfrenta uma "convergência de fatores negativos" e seu maior problema é que as empresas contratadas para fazer parte de seus investimentos estão "enroladas" na Operação Lava Jato.

"Até hoje, não há uma prova sequer contra Graça Foster. Até hoje, não há uma prova sequer contra esses diretores que aí estão. Não seria justo, vendo o esforço que a Petrobras está fazendo com seus técnicos e sua diretoria, de recuperação de gestão e eficiência, puni-los sem dar a chance para que apresentem os resultados que a Petrobras aponta que apresentará", afirmou Braga, em entrevista exclusiva ao Broadcast, ressaltando que mudanças no conselho de administração já estão em estudo pelo governo.

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A fala do ministro é uma resposta indireta às manifestações do advogado de Nestor Cerveró, Edson Ribeiro, que considerou arbitrária a prisão do executivo nessa quarta e chegou a dizer que, se ele foi preso, Graça Foster também deveria ser. Cerveró foi detido a pedido do Ministério Público Federal, que o acusou de ter realizado transações financeiras para ocultar seus bens.

Braga justificou seu "otimismo" com os rumos da estatal alegando que há "duas Petrobras", uma que está "sob investigação" e outra que é uma "instituição brasileira", responsável por parte do planejamento do setor energético.

O posicionamento do ministro ocorre em meio às manifestações do Ministério Público Federal do Paraná, que afirmou que não há indicativos de que o esquema criminoso na Petrobras foi estancado. "Pelo contrário, há notícias de pagamentos de 'propinas' efetuados por empresas para diretores da Petrobras mesmo em 2014", assinala a Procuradoria da República no pedido de prisão preventiva do ex-diretor da área Internacional da estatal Nestor Cerveró, preso na madrugada de quarta-feira.

Preço do barril

A convergência de fatores negativos, afirmou Braga, "atropelou" a Petrobras. "Teve a Lava Jato e veio a queda do preço do barril de petróleo", disse.

"A queda do preço do barril, se por um lado ajuda a Petrobras porque facilita o fluxo de caixa, por outro lado faz com que os desafios para os estudos econômicos dos investimentos no pré-sal sejam cada vez mais desafiadores", completou Braga, lembrando que, há seis meses, ninguém imaginava que a cotação do barril de petróleo poderia estar abaixo de US$ 60,00.

Investimentos. Apesar disso e embora a Petrobras já tenha anunciado, após o adiamento da publicação de seu balanço do terceiro trimestre do ano passado, que tomará medidas para preservar o caixa, Braga refutou queda nos investimentos da estatal neste ano.

"Os investimentos deste ano estão em curso. O que tem problema nos investimentos é que as empresas que estavam contratadas estão enroladas na Lava Jato. E isso precisa ter uma saída jurídica. Isso traria um prejuízo para o País incalculável", disse.

O ministro ponderou que a contratação de companhias substitutas depende de licitação e que há outros caminhos, como as prestadoras de serviços envolvidas nos escândalos de corrupção firmarem acordos de leniência ou termos de ajustamento de conduta com o Ministério Público.

"Talvez o melhor caminho não seja anular os contratos e trazer empresas estrangeiras. Elas virão por que preço? Como vai ser a licitação? Isso que atrasaria os investimentos. O problema da Petrobras é a captação de recursos para a contratação de futuros investimentos", completou o ministro.

Braga cumpriu agenda no Rio na manhã desta quinta-feira, onde gravou entrevista para o canal por assinatura GloboNews e, em seguida, reuniu-se com a equipe da Empresa de Planejamento Energético (EPE).

A presidente da Petrobras, Graça Foster, rebateu nesta quarta-feira, 14, a defesa do ex-diretor da estatal, Nestor Cerveró, que afirmou nesta manhã que a executiva também deveria ser presa por movimentações ilegais de patrimônio. Em nota encaminhada pela assessoria de imprensa da estatal, a Petrobras informou que "refuta veementemente" as alegações de que as transações patrimoniais de Graça Foster tenham sido "indevidas".

"A Petrobras reafirma que já prestou, em 21/08/2014, todas as informações ao Tribunal de Contas da União sobre as movimentações patrimoniais da Presidente Graça Foster e que elas foram realizadas em obediência à Legislação", informou a estatal, em nota.

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A estatal também informou que a prisão preventiva de Nestor Cerveró foi feita "em razão da sua prática continuada de ocultação e dissimulação de bens e direitos (valores e imóveis para familiares), visando frustrar a aplicação da lei penal na ação judicial em que é réu, relacionada aos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro".

Cerveró foi preso na madrugada desta quarta-feira ao desembarcar no aeroporto do Galeão, no Rio. Seu advogado classificou a prisão de "arbitrária e ilegal". A prisão foi requerida pelo Ministério Público Federal após ter identificado "fortes indícios" de que o ex-diretor tenha feito transações financeiras irregulares para familiares, além de movimentação patrimonial "em valores nitidamente subfaturados".

Em junho, o ex-diretor teria doado a parentes três imóveis em Ipanema, na zona sul do Rio de Janeiro. As transferências ocorreram no curso das investigações do TCU sobre os prejuízos causados com a compra da refinaria de Pasadena. Pouco mais de um mês após a movimentação, o Tribunal decretou o bloqueio de bens do ex-diretor.

"Se é crime para Nestor, é para Graça. Se o Ministério Público Federal pediu prisão para o Nestor por esse fato, deveria pedir para a Graça. Se não o fez, então está prevaricando", afirmou Edson Ribeiro, advogado de defesa do ex-diretor.

Graça Foster também realizou doações de imóveis a familiares, em março, um dia após o jornal O Estado de S. Paulo publicar o posicionamento da presidente Dilma Rousseff sobre a compra da refinaria de Pasadena, no Texas. No posicionamento, a presidente confirmava ter dado aval à compra da refinaria, que causou prejuízo de cerca de US$ 1 bilhão à estatal, segundo o TCU. Dilma justificou o voto argumentando que se baseou em relatório "falho e incompleto", elaborado por Cerveró.

A ex-gerente-executiva da Diretoria de Abastecimento da Petrobras Venina Velosa da Fonseca afirmou na noite desse domingo (21) que informou sobre irregularidades verificadas por ela "a todas as pessoas que podiam fazer algo" e que, além de ter registrado suspeitas por e-mail, chegou a discutir o assunto pessoalmente com a atual presidente da estatal, Graça Foster, quando a executiva máxima da companhia era diretora de Gás e Energia. "Naquele momento, discutimos o assunto. Foi passada uma documentação para ela, sobre as denúncias na área de comunicação (da Diretoria de Abastecimento, em 2008). Depois disso, ela teve acesso a essas irregularidades nas reuniões da Diretoria Executiva", disse Venina.

Em entrevista exclusiva ao programa "Fantástico", da TV Globo, Venina afirmou que irá até o fim nas denúncias e conclamou outros funcionários da Petrobras a fazerem o mesmo. A ex-funcionária da estatal, afastada, mês passado, de seu cargo de diretora-geral da operação da Petrobras em Cingapura, também confirmou as denúncias veiculadas em reportagem do jornal "Valor Econômico".

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O jornal revelou os alertas feitos por Venina, citando "centenas de documentos" internos da Petrobras. Segundo o "Valor Econômico", as denúncias de Venina às instâncias superiores da estatal envolviam irregularidades nos gastos de comunicação na Diretoria de Abastecimento; nas obras da Refinaria de Abreu e Lima (Rnest), em construção em Pernambuco e cujo orçamento explodiu de US$ 2 bilhões para US$ 18,8 bilhões, após inúmeros atrasos; e nas negociações de óleo combustível na Ásia.

Entre as pessoas informadas das irregularidades citadas por Venina na entrevista ao "Fantástico", além de Graça Foster, estão o ex-diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, que assinou termo de delação premiada no âmbito da operação Lava-a-Jato; o atual diretor de Abastecimento, José Carlos Cosenza; o ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli e gerentes-executivos que trabalhavam com ela à época.

Venina rebateu a alegação de Graça de que fora vaga nos alertas feitos antes deste ano. "Se falar em irregularidades na área de comunicação e problemas nas licitações não está suficientemente claro, eu, como gestora, buscaria uma explicação. Principalmente com uma pessoa com a qual eu tinha muito acesso, porque nós sempre tivemos acesso. Conheci a Graça numa época em que ela era gerente de Tecnologia na área de Gás (e Energia)", afirmou.

A funcionária afastada também negou que tenha sido cúmplice de qualquer irregularidade. "Eu trabalhei com o Paulo Roberto, isso não posso negar", disse Venina, referindo-se ao ex-diretor e hoje delator. "Se eu tivesse participado de algum esquema, não estaria aqui hoje, não teria feito a denúncia que fiz, não teria ido ao Ministério Público entregar o meu computador com todos os documentos que eu tenho, desde 2002", completou a executiva.

No fim da entrevista, em tom emocionado em falar sobre a família e a mudança para Cingapura, Venina afirmou que irá até o fim nas denúncias e conclamou outros funcionários da Petrobras a também denunciarem.

"Espero que os empregados da Petrobras, porque tenho certeza que não fui só eu que presenciei, criem coragem e comecem a reagir. Temos que fazer isso para poder realmente fazer a nossa empresa ser o que era. A gente tem que sentir orgulho, os brasileiro têm que sentir orgulho dessa empresa. Eu vou até o fim e estou convidando vocês para virem também", afirmou.

Em nota lida no "Fantástico", a Petrobras voltou a negar que Graça e Cosenza tivessem sido alertados de irregularidades antes de novembro passado, reafirmou que as denúncias feitas por Venina foram apuradas por comissões internas e alegou que "possivelmente, a funcionária trouxe a público as denúncias porque foi responsabilizada por uma comissão interna".

O Palácio do Planalto fez na tarde desta quarta-feira, 17, mais um gesto para tentar assegurar a permanência de Graça Foster na presidência da Petrobras, além de sua diretoria. Convocou o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Ricardo Berzoini, para declarar à imprensa, em nome do governo, a "total confiança" em Graça Foster e na sua diretoria. Mesmo sob fogo cruzado, com seguidas denúncias publicadas na imprensa, Berzoini afirmou que, em todo o processo, Graça Foster está tendo "um comportamento extremamente profissional".

Depois de o vice-presidente da República, Michel Temer, e do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, terem saído em defesa de Graça ontem, hoje foi a vez de Berzoini. "Quero manifestar, em nome do governo, a total confiança na gestão da presidente Graça Foster e da sua diretoria", disse o ministro, que deu a entrevista também para "esclarecer" a posição do relator da CPI Mista da Petrobras, o deputado petista Marco Maia, que defendeu, em sua fala, na Câmara, a exoneração dela e da diretoria da empresa, além de referendar os prejuízos causados pela compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos.

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Para Berzoini, a declaração de Marco Maia foi "política". "Em relação à declaração do relator da CPI, ele fez uma análise política e não deu um juízo em relação ao seu relatório, que podem, evidentemente gerar apreciações equivocadas", afirmou o ministro. Ele reiterou ainda que a "apreciação" do governo e de todos que conhecem "o desempenho" de Graça Foster é por ressaltar a sua competência e o seu "compromisso com a Petrobras".

Questionado se tantas defesas de Graça, diuturnamente, pelo primeiro escalão do governo, não mostrava que, ao contrário, ela está fraca e sua situação é insustentável, o ministro Berzoini respondeu: "ao contrário. É para deixar claro a posição nossa em relação ao comportamento extremamente profissional que a Graça Foster vem mantendo à frente da empresa. Ou seja, quando há qualquer tipo de manifestação em relação a isso, o governo sente a necessidade de deixar clara sua posição para evitar especulações em relação à maior empresa brasileira e que tem uma importância estratégica fundamental para o futuro do País".

Berzoini fez questão de elogiar, mais uma vez, a conduta de Graça à frente da empresa: "Quero dizer que nós entendemos que o enfrentamento dos assuntos da Petrobras estão sendo conduzidos com zelo, com firmeza e com determinação pela presidenta (Graça) e pela diretoria e que este é o caminho para enfrentar as dificuldades e enfrentar a necessidade de encontrar um caminho correto para a Petrobras ter total eficiência, para manter a confiança do povo brasileiro e principalmente para que possamos ter nessa empresa, que é patrimônio do povo brasileiro, uma gestão correta, eficiente, que tenha transparência em relação aos seus negócios".

Sobre a fala de Graça, hoje cedo, de que esperava definição do governo sobre as empresas envolvidas nas denúncias de pagamento de propinas para o fechamento de contratos junto à Petrobras, se tornarem ou não inidôneas, Berzoini afirmou que este tema "não compete" à sua área. "Não tenho qualquer informação nova sobre isso", encerrou.

A presidenta da Petrobras, Graça Foster, confirmou hoje (17) que conversou com a presidenta Dilma Rousseff sobre a sua própria demissão e sobre a saída dos outros diretores da empresa. Segundo ela, o assunto foi tratado algumas vezes com a presidenta, devido às investigações da Operação Lava Jato e ao atraso que isso vem causando ao fechamento do balanço financeiro do terceiro trimestre da empresa.

“A coisa mais importante para esta diretoria é a Petrobras. É muito mais importante que o meu emprego. Não vou dizer o que a presidenta me respondeu [sobre ter colocado o cargo à disposição]. Isso é ela que tem que dizer. Mas hoje estou aqui, presidenta da Petrobras, e vou continuar enquanto contar com a confiança da presidenta [Dilma] e ela entender que eu deva ficar”, disse Graça Foster.

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A presidenta da Petrobras também disse que “não conseguiria trabalhar” sem a atual diretoria. “Temos um time. Temos uma forma de trabalhar muito próxima. Compartilhamos as dificuldades e nossas preocupações. Os diretores têm liberdade para tomar a decisão que quiserem, mas estamos juntos enfrentando essa situação”, afirmou.

Graça disse ainda que se sente motivada para recuperar a credibilidade da empresa, abalada pela Operação Lava Jato, e para aumentar os instrumentos de controle. Segundo ela, a Operação Lava Jato servirá como um aprendizado para a empresa, inclusive para os próximos projetos de refinarias da estatal.

Ela informou que a Petrobras contratou dois escritórios de advocacia, um brasileiro e outro americano, para investigar, de forma independente, a presidenta da empresa, a atual diretoria e os gerentes executivos.

“Esses contratados entram na sua sala, abrem seu armário, entram no seu computador, no seu iPad. É uma investigação apolítica, que vai à raiz da sua vida profissional. É algo que a gente espera com muita ansiedade”, disse Graça Foster.

De acordo com a executiva, a divulgação do balanço do terceiro trimestre da empresa foi adiada, inicialmente para o final de janeiro de 2015, devido às informações que estão surgindo nos depoimentos dados na Polícia Federal e nas delações premiadas. Um dos depoimentos mais aguardados pela empresa é o do ex-gerente de Serviços da Petrobras Pedro Barusco, que, segundo Graça Foster, fará uma “colaboração premiada” à Justiça.

A ideia de adiar o balanço é esperar para ver se será necessário reestimar o patrimônio da empresa. Caso o balanço seja divulgado antes dessas informações, talvez seja necessário corrigi-lo posteriormente. Graça Foster disse que essa é a primeira vez que um balanço da empresa não é auditado.

A presidenta da estatal também informou que a criação da Diretoria de Governança foi aprovada na reunião do Conselho de Administração e que uma empresa de recursos humanos já foi contratada para buscar candidatos. Em até 30 dias, a empresa deverá encaminhar uma lista com três nomes para que a empresa escolha.

O novo diretor terá entre as prerrogativas procurar irregularidades e não conformidades em projetos, antes que eles sejam avaliados pela reunião da diretoria da empresa.

Em entrevista coletiva na sede da empresa na manhã de hoje, Graça Foster também reafirmou que os e-mails encaminhados pela funcionária Venina da Fonseca antes de 2014 não explicitavam denúncias sobre irregularidades. Segundo ela, ninguém da diretoria atual sabia da corrupção dentro da empresa – eles só tiveram conhecimento dessas irregularidades quando a Petrobras foi citada na Operação Lava Jato.

Para Graça Foster, o valor de mercado da Petrobras não caiu apenas por causa da Lava Jato, mas por conta de fatores externos, como a desvalorização do real ante o dólar e a queda do preço internacional do barril de petróleo.

Em nota divulgada nesta terça-feira, 16, a Petrobras afirma que a presidente da estatal, Graça Foster, não foi informada sobre irregularidades pela empregada Venina da Fonseca em 2009 e 2012, mas somente em novembro deste ano.

Na semana passada, de acordo com reportagem do jornal Valor Econômico, Venina, que foi gerente executiva da Diretoria de Abastecimento, notificou Graça por meio de e-mails sobre pagamentos indevidos feitos pela estatal já em 2009, quando a atual número 1 da Petrobras ocupava a Diretoria de Gás e Energia. Venina voltou a enviar mensagem a Graça após ela ter assumido o comando da empresa, em fevereiro de 2012.

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Segundo a estatal, os e-mails encaminhados em 2 de abril de 2009, 26 de agosto de 2011 e 07 de outubro de 2011 à então diretora de Gás e Energia, e em 14 de fevereiro de 2012, à já presidente, não explicitaram irregularidades relacionadas à refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco, à área de Comunicação do Abastecimento e à área de comercialização de combustível de navio (bunker). "Dois meses após a posse da presidente, em 27 de abril de 2012, o ex-Diretor Paulo Roberto Costa entregou sua carta de demissão", afirma a Petrobras.

Conforme a empresa, os temas foram apenas levados ao conhecimento da presidente através de e-mail recente, de 20 de novembro de 2014, quando a empregada já havia sido destituída de sua função gerencial. "Nesta data, as irregularidades na Comunicação do Abastecimento e na RNEST [refinaria de Abreu e Lima] já haviam sido objeto de averiguação em Comissões Internas de Apuração, bem como as irregularidades da área de comercialização de combustível de navio (bunker) em Grupos de Trabalho", afirma. Segundo a companhia, a presidente respondeu à empregada Venina da Fonseca, no dia 21 de novembro de 2014, informando que estava encaminhando o assunto ao diretor José Carlos Cosenza e ao Jurídico da Petrobras para averiguação e adoção das medidas cabíveis.

Em comunicados anteriores enviados após a publicação da reportagem do Valor Econômico, a Petrobras afirmou que apurou todas as informações enviadas pela funcionária e que foram instauradas comissões internas em 2008 e 2009 "para averiguar indícios de irregularidades em contratos e pagamentos efetuados pela gerência de Comunicação do Abastecimento".

Nesta terça, 16, a estatal afirmou que o diretor José Carlos Cosenza, então gerente-executivo de Refino e que depois substituiu Paulo Roberto Costa, recebeu de Venina em 27 de maio de 2009, sem comentários adicionais, reencaminhamento de e-mail datado de 26 de maio do mesmo ano enviado por ela ao então diretor Paulo Roberto Costa, que relatava riscos das atividades de terraplenagem da RNEST que poderiam acarretar incremento de custos e prazos do projeto, sem alertar para indícios de desvios de recursos. "Nesta data, a responsabilidade pelo acompanhamento do projeto RNEST na diretoria de Abastecimento era da Gerência Executiva Corporativa do Abastecimento, conduzida pela própria Venina", afirma a estatal.

A Petrobras afirma ainda em relação às irregularidades na área da Comunicação do Abastecimento, o diretor José Carlos Cosenza nada recebeu, e, sobre a comercialização de bunker, ao receber notícias de irregularidades, através de e-mail enviado por Venina em 9 de abril de 2014, as medidas de tratamento adotadas pela Petrobrás já estavam implementadas e os procedimentos já estavam absolutamente ajustados e em atendimento aos padrões corporativos que conferiram maior segurança e rastreabilidade às operações comerciais relacionadas.

Quanto às irregularidades na área de Comunicação do Abastecimento, a Petrobras reitera que instaurou comissões internas em 2008 e 2009 para averiguar indícios de irregularidades em contratos e pagamentos efetuados pela gerência de Comunicação do Abastecimento. "O ex-gerente desta área foi demitido por justa causa em 3 de abril de 2009, por desrespeito aos procedimentos de contratação da companhia", afirma a estatal.

A empresa volta a afirmar que a demissão de Costa não foi efetivada naquela ocasião porque seu contrato de trabalho estava suspenso, em virtude de afastamento por licença médica e que sua demissão foi efetivada em 2013. "O resultado das análises de tais comissões foi encaminhado para a CGU e MP/RJ e há uma ação judicial em andamento visando ao ressarcimento dos prejuízos causados à companhia pelo ex-empregado", informa.

A estatal reafirmou ainda que instaurou Comissão Interna de Apuração para analisar os procedimentos de contratação nas obras da refinaria Abreu e Lima e que os resultados foram enviados às autoridades competentes.

A presidente Dilma Rousseff evitou nesta terça-feira, 16, falar sobre a possibilidade de a presidente da Petrobras, Graça Foster, sair do cargo. Ao final da cerimônia de cumprimentos aos oficiais-generais das três Forças, Exército, Aeronáutica e Marinha, em Brasília, Dilma foi questionada sobre o assunto pelos jornalistas e disse que não iria falar com a imprensa hoje.

A permanência da executiva no cargo começou a ser mais discutida depois de a ex-gerente da estatal Venina Velosa da Fonseca ter revelado em entrevista ao jornal Valor Econômico na semana passada que alertou Graça sobre as irregularidades nos contratos de marketing da estatal, acusando pagamentos de serviços não prestados e excessos de gastos. A revelação ocorreu em meio a crise pela qual passa a Petrobras desde o início da Operação Lava Jato, que investiga um esquema de corrupção envolvendo políticos e empreiteiras que causaram prejuízos milionários à empresa.

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Discursando em almoço com oficiais do Exército, Marinha e Aeronáutica em Brasília, a presidente disse que o País vive, com a colaboração das Forças Armadas, o fortalecimento de um "círculo virtuoso de defesa, desenvolvimento e democracia". "No Brasil de hoje, defesa e democracia andam juntas".

A declaração da presidente vem na semana seguinte à divulgação do relatório da Comissão Nacional da Verdade, que causou tensão com alguns setores das Forças Armadas. A presidente disse ainda que "um país pacífico não quer dizer um país indefeso". (Colaboraram José Roberto Castro e Carla Araujo)

O vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), afirmou na manhã desta terça-feira, 16, que não há "acusação formal" contra a presidente da Petrobrás, Graça Foster, mas sim "pessoal". Em relação à permanência de Graça à frente da estatal, o peemedebista disse que a presidente Dilma Rousseff decidirá "o que for melhor". "Mas, seja qual for a medida a ser tomada, não será nada envolvendo os critérios pessoais de conduta, da lisura da presidenta Graça Foster", afirmou o vice-presidente, que participou de debate promovido pelo PMDB no Rio sobre a reforma política.

"Não vejo nenhuma acusação formal em relação à presidenta Graça Foster. Uma coisa, portanto, é a questão da pessoalidade dessa acusação, outra é a questão administrativa", disse Temer sobre a denúncia de que a presidente da Petrobrás teria sido alertada das irregularidades na estatal antes de a Operação Lava Jato ser deflagrada pela Polícia Federal, em março deste ano.

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O peemedebista minimizou o fato de a CPI mista da Petrobrás ter finalizado seu relatório sem indiciamentos. "A conclusão da CPI é remetida ao Ministério Público, que vai verificar se toma providências penais ou não. O Ministério Público está tomando todas as providências que deveria tomar. A Polícia Federal já está fazendo todas as investigações que deve fazer. De modo que o fato da CPI ter concluído (seu relatório) desta ou daquela maneira não influencia o juízo seja do Ministério Público, do Poder Executivo, por meio da Polícia Federal, ou depois pelo Judiciário."

Para o vice-presidente, o momento atual da Petrobrás, com ações novamente em queda, é "transitório". "É natural que neste momento, em face de todo o noticiário e de todas as questões envolvidas, haja essas eventuais perturbações econômicas na Petrobrás, mas eu tenho absoluta convicção de que, superado este momento inicial, vamos ter a Petrobrás do tamanho que ela é", afirmou.

Disputa na Câmara

Temer comentou as declarações do deputado federal Arlindo Chinaglia (PT-SP), que tenta formar uma maioria contra a candidatura do líder do PMDB, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), à presidência da Câmara, e que afirmou nessa segunda-feira, 15, não ter sido procurado pelo vice-presidente. Temer, também presidente nacional do PMDB, afirmou que "tem conversado com todos" sobre a eleição na Casa. Ele disse ainda que está "propondo" que seja realizado rodízio entre os partidos na presidência da Câmara, o que seria "útil para o País".

Após o seminário sobre reforma política, Temer disse ser pessoalmente favorável ao fim da reeleição, com mandatos de "seis ou cinco anos".

Galvão Engenharia

A Justiça Federal aceitou nesta segunda feira, 15, denúncia contra quatro executivos da empreiteira Galvão Engenharia por envolvimento no esquema de formação de cartel e corrupção na Petrobras. Jean Alberto Luscher, diretor-presidente da Galvão, Erton Medeiros Fonseca, diretor-presidente da Divisão de Engenharia Industrial, Eduardo de Queiroz Galvão, que preside o Conselho de Administração do Grupo Galvão, e Dario de Queiroz Galvão filho, presidente do Grupo Galvão, vão responder por corrupção ativa e formação de quadrilha.

Segundo Moro, há indícios de que os executivos pagaram propina de 1% sobre o valor de contratos e aditivos de obras a Paulo Roberto, prática que teria continuado mesmo após a saída dele do cargo, em abril de 2012. Parte do valor pago como suborno, pontuou Moro, teria sido lavado por meio de depósitos em contas controladas por Youssef ou por meio da simulação de contratos fictícios de prestação de serviços.

Nesta sexta-feira (12), a liderança dos Democratas na Câmara dos Deputados protocolou um ofício, direcionado ao presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves, solicitando imediatamente à Polícia Federal proteção a gerente da Petrobras, Venina Velosa da Fonseca. Além disso, o líder do partido, Medonça Filho (PE) pediu a demissão da presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, devido à comissão diante das denúncias que chegaram ao seu conhecimento.

"Os integrantes da diretoria não têm a menor condição de permanecer, a começar pela presidente Graça Foster. Diante dessas graves denúncias com provas publicadas no Valor (jornal) o mínimo a fazer é substituir toda a cúpula da empresa em nome da preservação da empresa destroçada pelo governo do PT. Graça Foster se omitiu, o que é inadmissível", afirmou o líder Mendonça Filho, segundo informações da assessoria de imprensa. O líder do partido disse ainda que a nova CPMI que deve ser instalada no início da próxima legislatura terá como um das primeiras providências o depoimento de Venina da Fonseca.

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De acordo com os Democratas, Venina se tornou testemunha chave da Operação Lava Jato após revelar em reportagem do Valor Econômico que ela mesmo vem denunciando internamente o esquema de corrupção para a atual presidente Graça Foster. 

Já o líder da oposição do Congresso Nacional, Ronaldo Caiado (Democratas-GO), acredita que as novas revelações são a prova cabal do envolvimento de Graça Foster. "É inconcebível que Graça Foster e as outras diretorias permaneçam na Petrobras para ocultar esse esqueleto e a Justiça não tenha decretado a prisão dos envolvidos. É um caso claro de ocultação de provas e a jurisprudência para mandar prender todos os citados", disse o parlamentar que desde novembro, quando foi deflagrada a sétima fase da Operação Lava Jato, vem defendendo a substituição da diretoria.

Com informações da assessoria de imprensa

O deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) vai pedir o indiciamento da presidente da Petrobras, Graça Foster, no relatório paralelo que a oposição apresentará na CPI Mista da estatal na próxima semana. O tucano - incumbido pelo PSDB, DEM, PSB, PPS e Solidariedade de produzir um parecer alternativo ao do deputado Marco Maia (PT-RS) - informou que a denúncia de que toda a diretoria foi alertada sobre o esquema de corrupção agrava a situação de Graça Foster.

Nessa quinta-feira, 11, Sampaio avisou que pretende pedir o indiciamento daqueles que considera envolvidos de forma comprovada no esquema, como o ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa, o doleiro Alberto Youssef, o ex-deputado André Vargas (cassado na quarta-feira, 10), o deputado Luiz Argôlo (SD-BA), além de empresários que fizeram a delação premiada. Por falta de provas, ele não pretende incluir na lista de indiciamentos a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O relatório do petista apresentado nesta semana poupa empreiteiros e políticos.

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Segundo o jornal Valor Econômico, Graça Foster e toda a diretoria da Petrobras foram alertados desde 2008 sobre as irregularidades. A ex-gerente da Diretoria de Abastecimento, Venina Velosa da Fonseca, teria enviado e-mails à atual presidente da empresa denunciando o esquema.

A oposição considera que a nova informação compromete ainda mais a situação de Graça. Para os parlamentares, a presidente da Petrobras já havia mentido quando disse que não sabia sobre as denúncias de pagamento de propina a funcionários da Petrobras pela companhia holandesa SBM Offshore.

Segunda-feira, 16/11/14, em entrevista coletiva, a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, declarou o seguinte: Temos contratos com a SBM de operação de oito FSOPS (navios-plataformas) com performance acima da média. Não vamos interromper contratos com ela nem com outras empreiteiras que estão trabalhando conosco atéque tenhamos informações que sejam tão avassaladoras assim que justifiquem que nós encerremos os contratos.

 

A declaração merece detida análise.

 

Vamos a ela: (a) a Sra. Graça Foster fez esta declaração ao admitir que sabia do caso de suborno, embora, em junho, quando prestou depoimento na CPI Mista da Petrobras, mencionou, apenas, possíveis erros de um trabalho técnico; (b) a SBM Offshore, empresa holandesa, informou, em maio, que houve pagamento de propinas a funcionários da Petrobras; (c) a referida empresa celebrou um acordo com o Ministério Público holandês e comprometeu-se a pagar 240 milhões de dólares para encerrar as investigações; (d) no entanto, segundo a presidente da empresa, a SBM não participaráde nenhuma licitaçãoe, quanto aos contratos em curso, eles serão mantidos a não ser que informações tão avassaladoras assim que justifiquem que nós encerremos os contratos.

 

Inacreditável, mas real. Avassaladoré, convenhamos, um adjetivo assustador.  Os adjetivos passam, e os substantivos ficamensinava o gênio da raça, Machado de Assis. Particularmente, entre dois adjetivos escolho um substantivo. No caso, o substantivo ésuborno, corrupção, escândalo que valem por si sós, independente dos qualificativos.

 

Neste sentido, a Sra. Foster, ao adjetivar, quis revelar as proporções gigantescas da pilhagem que sofreu a Petrobras. Mais que uma grande empresa, a Petrobras éum verdadeiro símbolo do nosso progresso e da nossa capacidade de explorar, ainda hoje, a mais cobiçada das fontes energéticas, o petróleo; uma obra que mobilizou forças nacionalistas bem intencionadas; obra construída com o suor de milhares de trabalhadores decentes, dedicados, competentes, afirmando, perante o mundo, um valioso patrimônio de saberes tecnológicos e de possibilidades econômicas. Hoje, anda olhando pro chão, triste, envergonhada, enfraquecida.

 

Com efeito, testei o sentimento das pessoas, indagando o que entendiam por avassalador e houve uma coincidência na associação de ideias: um tsunami. Ou seja, a percepção desviou do sentido etimológico de avassalador, que avassala, que torna vassalo; desviou, inclusive, do sentido figurado segundo o qual avassalar é dominar, submeter, cativar, seduzir; vai, além da construção poética de Lenine, na música, Aquilo que dáno coração/E nos joga nessa sinuca/que faz perder o ar e a razão/E arrepia o pelo da nuca/Aquilo reage em cadeia/Incendeia o corpo todo/Faísca, risca, trisca, arrodeia/Dispara o tiro certeiro/Avassalador/Chega sem avisar/Toma de assalto, atropela.."

 

A rigor, a palavra conota destruição. E, de fato,o que estáem jogo éum conflito entre as forças destruidoras da corrupção e a resistência das nossas instituições, por consequência, o êxito ou o fracasso de um projeto de nação.

 

Infelizmente, o projeto de poder, colocado em prática pelo conjunto de forças políticas hegemônicas, tem como estratégia o aparelhamento do Estado, o discurso e a ação populista de sedução das massas, a cooptação dos movimentos sociais e da base parlamentar mediante o argumento infalível do dinheiro.

 

Em paralelo, a dialética dos donos do poder obedece a uma fórmula simples e eficaz: eu faço, mas quem não faz?, patifaria com patifaria se anulam, e mais, abre-se a vala comum, com a ajuda o sentimento de desencanto com os políticos, e... é tudo igual. As mídias disponíveis e subservientes se encarregamde bombardear a consciência dos cidadãos.

 

Tudo éfeito em nome de uma grande causa. Os fins justificam e legitimam os meios: roubaréexpropriar; matar éjustiçar; mentir? legal, desde que os resultados apareçam. Afinal de contas, a pureza dos propósitos estácontida no determinismo da marcha da história, na superioridade ética do novo homeme na utopia do novo mundoonde jorraráleite e mel.

 

Se vai jorrar leite e mel, duvido. Émais provável que, ao se enfiar o dedo em qualquer pontodo amplo espectro dos malfeitos (detestável eufemismo para a grossa bandalheira), vai jorrar um líquido escuro e viscoso.

Não épetróleo. Élama mesmo. Avassaladora.

 

O líder do PSDB na Câmara dos Deputados, Antônio Imbassahy (BA), apresentou, há pouco, duas representações contra a presidenta da Petrobras, Graça Foster.

Em uma delas, dirigida ao Ministério Público junto ao Tribunal da Contas da União (TCU), Imbassahy solicita o afastamento imediato de Graça Foster, alegando que ela mentiu quando prestou depoimento na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras. “Ela perdeu a autoridade moral e mentiu durante depoimento nesta CPMI.”

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Na outra representação, protocolada na Procuradoria da República do Distrito Federal, o deputado baiano pede que seja analisada a possibilidade de instauração de inquérito criminal para investigar a prática dos crimes de falso testemunho e prevaricação por Graça Foster. Segundo Imbassahy, os crimes seriam por Graça ter mentido à CPMI e não ter dado o encaminhamento exigido às denúncias, que depois confirmou ter recebido.

De acordo com Imbassahy, a presidenta da Petrobras caiu em contradição recentemente, desmentindo seu próprio depoimento ao admitir, em entrevista nesta semana, que teve conhecimento da denúncia de que a SBM Offshore subornou servidores e ex-empregados da estatal e que, por isso, a empresa holandesa estava proibida de firmar novos contratos. O parlamentar tucano disse que a declaração de Graça Foster vai de encontro à resposta que ela deu na CPMI da Petrobras, em junho.

Nas representações, o líder do PSDB diz que a executiva pode ter deixado de apurar os fatos para atender a sentimento pessoal e, “portanto, prevaricou”. Para ele, fica claro que Graça Foster mentiu ou ocultou informações à CPMI; usou seu cargo para dificultar a investigação e transferiu imóveis a parentes após saber das denúncias. Por isso, Imbassahy pede o afastamento imediato dela do cargo e a instauração de inquérito criminal por falso testemunho e prevaricação.

A presidente da Petrobras, Graça Foster, afirmou nesta segunda-feira (17) que a estatal adotará as medidas jurídicas cabíveis para reaver eventuais valores perdidos pela companhia em casos de corrupção. A executiva, contudo, não deu detalhes de quais medidas pretende adotar, já que a divulgação de tais informações poderia dar origem a ações contrárias ao trabalho de apuração da estatal.

"Temos medidas jurídicas em curso para situações de ressarcimento de supostos recursos, sobrepreço e eventuais valores desviados", revelou a executiva. Graça classificou como um "amadurecimento da companhia" as medidas de governança adotadas após as denúncias de corrupção na empresa. Ela citou cerca de 60 ações que estão sendo implementadas pela gestão, além do estudo para criação de uma nova diretoria especifica sobre o tema. Segundo a executiva, a "grande meta da companhia é a prevenção".

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"Grande parte das ações são aprimoramento de atos de gestão de padrões que já existiam e vieram à luz nos últimos anos. Alguns já estão implantados desde 2012. Até para implantar, e medir a eficácia disso leva tempo", disse Graça Foster em coletiva de imprensa. "É o amadurecimento de uma companhia que foi necessário resgatar isso para que a gente tenha muito mais que o dever de punir, evitar que aconteça de novo. A prevenção é a grande meta que nos temos", completou.

Graça afirmou ainda que algumas auditorias abertas tiveram seus relatórios finais entregues aos diretores e ao setor jurídico "para adotar as punições que sejam adequadas". "Existe um elenco enorme de participação e responsabilidade diferenciada para uma mesma ação", afirmou.

Graça se recusou a esclarecer a decisão do Conselho de Administração da Petrobras de instaurar ação civil contra 15 funcionários da empresa, entre eles, o ex-presidente José Sérgio Gabrielli. A decisão foi tomada na última sexta-feira, 14, durante a reunião do conselho de administração. "Não vou comentar qualquer decisão do Conselho de Administração", limitou-se a dizer a executiva, durante a coletiva de imprensa.

A decisão do Conselho incluiria, ainda, o ex-diretor da área Internacional Nestor Cerveró e diretores estrangeiros. A decisão foi tomada em função da compra da refinaria de Pasadena, no Texas, em 2006.

SBM

O diretor de Exploração e Produção da Petrobras, José Formigli, repetiu declaração de Graça Foster de que a empresa holandesa SBM Offshore encaminhou carta e ligou diretamente para ela para comunicar o pagamento de propina aos executivos. O caso foi citado como um exemplo de "informações avassaladoras" que Graça disse serem necessárias para que a companhia tome medidas imediatas de punição.

"Esse é um exemplo de provas incontestáveis que as empresas A, B ou C não podem ser contratadas, de uma condição avassaladora para ficarem excluídas, ainda que não tenham sido concluídas todas as investigações", completou Formigli.

"A própria empresa mandou uma carta dizendo que fez, e imediatamente ela não participou de outras duas licitações que foram abertas", afirmou a presidente da estatal em coletiva de imprensa. Mais cedo, a executiva havia dito que uma condição para aplicar sanções às empresas envolvidas nos esquemas de corrupção era o acesso a "informações avassaladoras" sobre as denúncias.

Ao todo, a companhia abriu sete auditorias internas para apurar as denúncias. Sobre a SBM Offshore, a apuração foi iniciada em fevereiro e encerrada pouco mais de um mês depois. Segundo a estatal, não foram identificados indícios de propina na obtenção dos contratos.

A presidente da Petrobras, Graça Foster, evitou nesta terça-feira (4), anunciar se o conselho de administração da empresa aprovou o reajuste no preços dos combustíveis na reunião realizada hoje, que durou cerca de 9 horas. A presidente, no entanto, não negou que possa ter havido aprovação do reajuste. "Reajuste de combustível não se anuncia, pratica-se", afirmou a executiva ao deixar o prédio.

Caso haja realmente um aumento dos combustíveis, a decisão deve ser comunicada ao mercado após as 19h desta terça. O último aumento dos combustíveis foi anunciado em 29 de novembro do ano passado, quando a Petrobras elevou o preço da gasolina nas refinarias em 4% e do diesel em 8%.

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A presidente da Petrobras, Graças Foster, será convidada, mais uma vez, a prestar esclarecimentos sobre a estatal no Senado. O convite, desta vez, é da Comissão de Relações Exteriores (CRE) e foi aprovado nesta quinta-feira (30) durante uma reunião do colegiado. Foster vai ser questionada sobre um pagamento extra no valor de US$ 434 milhões feito pela estatal brasileira à Bolívia pelo envio de um excedente de gás natural do país vizinho.

Autor do requerimento de convite, o presidente da CRE, senador Ricardo Ferraço (PMDB), quer que a presidente participe, até o final do ano, de uma audiência pública conjuntamente realizada com a Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) para tratar do assunto. Por se tratar de convite, de acordo com o regimento interno da Casa, Graça Foster não é obrigada a comparecer.

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O pedido tem como base reportagem do jornal Folha de S.Paulo do dia 19 de agosto que relata a celebração do acordo entre a Petrobras e o governo boliviano. Segundo a matéria, a negociação foi iniciada há mais de sete anos, ainda no governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante visita ao presidente da Bolívia, Evo Morales, ao Brasil.

Em linha com o discurso do governo federal, a presidente da Petrobras, Graça Foster, defendeu nesta quinta-feira (18) que não é viável estabelecer um calendário de realização de leilões de áreas para exploração e produção de petróleo e gás. Em sua opinião, as licitações devem ocorrer de acordo com as oportunidades de oferta de áreas e a demanda por petroleiras. Além disso, devem ser anunciadas com antecedência, para possibilitar o planejamento por parte dos investidores.

A posição da executiva é similar à do secretário de Petróleo e Gás do Ministério de Minas e Energia, Marco Antônio Almeida. Também durante a Rio Oil & Gas, ele contrariou a reivindicação da indústria e antecipou que não é intenção do governo estabelecer um ritmo rígido de ofertas de áreas. Em compensação, anunciou a realização da 13ª Rodada de Licitações no ano que vem, o que foi elogiado pelo presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, João Carlos de Luca, na palestra de encerramento da feira Rio Oil & Gas.

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Em meio a uma série de notícias negativas envolvendo a Petrobras, Graça se recusou a falar com a imprensa na saída do Riocentro, onde esteve acompanhada de toda a diretoria da empresa, com exceção do diretor Financeiro, Almir Barbassa. Mas fez uma palestra extensa, de 40 minutos, na qual, em um discurso enfático, ressaltou os feitos da companhia desde a realização do último Rio Oil & Gas, em 2012.

Além de anunciar ganhos de produtividade da empresa e de fornecedores, Graça destacou a entrada em operação de plataformas que garantirão à companhia alcançar o aumento do volume de petróleo extraído neste ano de 7,5%. No campo de Libra, será perfurado o segundo poço. E, neste mês, irá contratar a plataforma para realizar os testes de produção na área.

Em breve será produzido o primeiro óleo pela plataforma Cidade Ilhabela, no campo Sapinhoá Norte. A plataforma Cidade de Mangaratiba está em processo de ancoragem no campo Iracema Sul e produzirá o primeiro óleo em outubro ou novembro. E, no campo de Papa-Terra, a plataforma P-61 já está instalada, enquanto a P-63 está em processo de instalação.

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