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Os juros futuros abriram em forte queda nesta terça-feira (18), mostrando que o mercado reage positivamente à comunicação da cúpula de Brasília sobre a permanência do ministro da Economia, Paulo Guedes. Os rumores de uma saída iminente do economista e o consequente abandono da agenda liberal foram o principal motivo para a alta forte das taxas e da maior inclinação da curva ontem.

Ao que tudo indica, os agentes encontraram espaço para um ajuste de baixa maior do que o que já havia sido observado na sessão estendida, quando os longos, por exemplo, devolveram oito pontos-base ou mais. O avanço das taxas com a tensão sobre a saída ou não de Guedes ficou evidente nos preços desde a s semana passada.

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A queda menor hoje nos curtos deve-se ao fato de os longos terem refletido mais essa preocupação, além de embutirem a alta do dólar, e também por conta da inflação.

Segundo Silvio Campos Neto, da Tendências Consultoria, a segunda prévia de agosto do IGP-M (+2,34%) divulgada hoje cedo pela FGV limita a queda dos curtos porque reforça "a percepção de fim de ciclo de queda da Selic". DI para janeiro de 2022 abriu a 2,73% ante 2,83% no ajuste de ontem. DI para janeiro de 2023 abriu a 3,92% ante 4,06% no ajuste de ontem e 4,03% na estendida. DI para janeiro de 2025 abriu a 5,76% ante 5,95% no ajuste de ontem e 5,89% na estendida. DI para janeiro de 2027 abriu a 7,38% ante 6,99% no ajuste de ontem e 6,91% na estendida.

A depreciação do dólar ante o real também contribui para o ajuste para baixo nas taxas. No mercado cambial, os investidores devolvem boa parte dos ganhos da véspera da moeda americana. Na mínima, o dólar à vista caiu a R$ 5,4268 (-1,28%), enquanto o dólar futuro de setembro cedeu até R$ 5,4280 (-1,52%).

O Tesouro Nacional divulgou hoje as condições do leilão de venda de Notas do Tesouro Nacional - Série B (NTN-B), papéis que são indexados ao IPCA. Segundo portaria nº444, no Grupo 1, que contempla os vencimentos de 15/5/2025 e 15/8/2030, o lote é de até 1,5 milhão. No Grupo 2, a oferta é de até 150 mil títulos, a serem distribuídos nos vencimentos e 15/8/2040 e 15/5/2055.

A agenda doméstica é fraca nesta terça-feira, sendo que um destaque é o segundo dia de reunião de analistas com o Banco Central.

Mais cedo a Fipe divulgou que o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação na cidade de São Paulo, subiu 0,33% na segunda quadrissemana de agosto, acelerando frente ao aumento de 0,28% observado na primeira quadrissemana deste mês.

Já a FGV divulgou que o IGP-M subiu 2,34% na segunda prévia de agosto, após ter aumentado 2,02% na segunda prévia de julho. Com o resultado, o índice acumulou elevação de 9,22% no ano de 2020 e alta de 12,58% em 12 meses.

Sob 'fogo amigo' disparado por auxiliares do presidente Jair Bolsonaro, o ministro da Economia, Paulo Guedes, tem o seu destino no governo atrelado à resposta que a equipe econômica dará ao Renda Brasil, o programa social do governo que substituirá o auxílio emergencial de R$ 600 e que tem garantido a popularidade do presidente Jair Bolsonaro - mesmo com o aumento das mortes no Brasil pelo coronavírus.

A percepção de fontes que acompanham as negociações, ouvidas sob condição de anonimato, é de que, se for bem e conseguir abrir espaço no teto de gastos (regra que limita o avanço das despesas à inflação) para garantir recursos ao programa, Guedes pode ganhar fôlego e ultrapassar esse momento mais difícil para a equipe econômica desde o início do governo - marcado por pressão para furar o teto de gastos.

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Em declaração dada à CNN, Bolsonaro disse que a saída de Guedes "nunca foi cogitada". Já Guedes, em entrevista a jornalistas na frente do ministério, disse que não teve nenhum ato que sugerisse que ele não devesse confiar em Bolsonaro.

"Existe muita confiança do presidente em mim e minha no presidente", afirmou o ministro. Mas admitiu: "É difícil alguém se sentir à vontade neste cargo".

A estratégia do ministro discutida ontem com o presidente é vincular a discussão do Renda Brasil à proposta para antecipar medidas de ajuste das contas públicas, como forma de cumprir o teto de gasto.

Por isso, o mais provável é que os recursos para o Renda Brasil não estejam definidos no projeto de lei orçamentária que será enviado no fim de agosto. Serão definidos na negociação no Congresso pacote de propostas para desvincular (retirar os "carimbos"), desindexar (remover a necessidade de conceder automaticamente reajustes) e desobrigar o pagamento de parte de despesas no Orçamento - proposta apelidada de "DDD".

Para acelerar a aprovação dessas medidas, que poderiam abrir espaço no teto e aumentar recursos para o Renda Brasil, Guedes se reuniu também com o senador Marcio Bittar (MDB-AC) para discutir a unificação em um único texto das medidas de controle de despesas e acionamento de "gatilhos" do teto de gastos. Bittar é o relator designado da proposta de Orçamento de 2021 e deverá ser indicado pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AC), para a relatoria dessa nova PEC, o que facilitaria a negociação.

Crédito extra

Depois do bombardeio do fim de semana, com rumores até de saída de Guedes, auxiliares do ministro atribuíram a pressão recente à ansiedade provocada pela definição do final da execução orçamentária deste ano, que estaria colocando todos os assuntos no mesmo "balaio de gatos". Os assessores minimizam os atritos e dizem que está tudo bem entre Guedes e Bolsonaro.

Para reforçar o discurso, destacam mensagem do presidente no Twitter afirmando que o governo vai trabalhar com o Congresso para controlar as despesas. Nos bastidores, o presidente cobra, no entanto, mais espaço para as obras e tem estimulado seus ministros "obreiros" a defender mais gastos.

Para diminuir a tensão, o governo desistiu de editar uma medida provisória liberando R$ 5 bilhões para obras. Em vez da MP, será enviado um projeto ao Congresso no mesmo valor: R$ 1,7 bilhão para atender o ministro do Desenvolvimento Social, Rogério Marinho; R$ 2 bilhões para atender a emendas dos parlamentares e R$ 1,3 bilhão para o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas.

O governo queria fazer uma consulta ao STF sobre a inconstitucionalidade da MP, mas viu que não iria conseguir bom resultado. A solução foi se virar para tentar encontrar os valores com remanejamentos de despesas de outros ministérios. 

Após a debandada ocorrida na terça-feira (11) no Ministério da Economia, o presidente Jair Bolsonaro publicou uma mensagem no Facebook, na manhã desta quarta-feira (12), para reforçar o compromisso com "a responsabilidade fiscal e o teto de gastos". Ele justificou a agenda desenvolvimentista dizendo que, em um orçamento cada vez mais curto, "é normal os ministros buscarem recursos para obras essenciais". Bolsonaro também escreveu que "o presidente e os ministros continuam unidos".

"Num orçamento cada vez mais curto é normal os ministros buscarem recursos para obras essenciais. Contudo, nosso norte continua sendo a responsabilidade fiscal e o teto de gastos", disse ele na rede social.

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Bolsonaro também defendeu a privatização de estatais, mas alegou que "os desafios burocráticos do estado brasileiro são enormes" para concretizar a medida. "O tempo corre ao lado dos sindicatos e do corporativismo e partidos de esquerda. O Estado está inchado e deve se desfazer de suas empresas deficitárias, bem como daquelas que podem ser melhor administradas pela iniciativa privada", escreveu.

"Privatizar está longe de ser, simplesmente, pegar uma estatal e colocá-la numa prateleira para aquele que der mais levá-la para casa'. Para agravar o STF decidiu, em 2019, que as privatizações das empresas 'mães' devem passar pelo crivo do Congresso", emendou o presidente da República.

Bolsonaro minimizou a série de pedidos de demissões na equipe econômica e afirmou que "em todo governo, pelo elevado nível de competência em seus quadros, é normal a saída de alguns para que melhor atenda suas justas ambições pessoais".

Na terça-feira, os secretários especiais de Desestatização e Privatização, Salim Mattar, e o de Desburocratização, Gestão e Governo Digital, Paulo Uebel pediram exoneração.

"Em tempo recorde fizemos a reforma previdenciária, as taxas de juros se encontram nos inacreditáveis 2% e os gastos com o funcionalismo está contido até o final de 2021. O Presidente e seus Ministros continuam unidos e cônscios da responsabilidade de conduzir a economia e os destinos do Brasil com responsabilidade", concluiu Bolsonaro na mensagem.

Vice-líder da oposição na Câmara, o deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) afirmou em sua conta no Twitter que o ministro da Economia, Paulo Guedes, vê a sua equipe "desintegrar". O ministro anunciou, nessa terça-feira (11), que os secretários especiais de Desestatização e Privatização, Salim Mattar, e de Desburocratização, Gestão e Governo Digital, Paulo Uebel, pediram demissão do governo federal.

"Paulo Guedes, antigo Posto Ipiranga, hoje não é nem um Texaco no governo Bolsonaro", provocou o parlamentar em sua conta no Twitter. "Mais dois abandonaram o navio. O último a sair que apague a luz", completou Silva.

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Com Salim e Uebel, chegam a cinco as baixas na equipe econômica na última semana. Mansueto Almeida e Caio Megale já haviam deixado o Tesouro Nacional e a diretoria de programas da Secretaria Especial da Fazenda, respectivamente, e o presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, também anunciou a própria saída.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, perdeu ontem os dois integrantes da sua equipe que mais tinham a marca da agenda liberal que prometeu implementar na economia brasileira no início do governo.

O empresário e um dos fundadores da Localiza, Salim Mattar, e o economista Paulo Uebel pediram demissão depois de um ano e meio de dificuldades para implementar no governo as medidas para quais foram convidados a integrar o governo Bolsonaro: as privatizações e a reforma administrativa, duas das quatro principais agendas de Guedes, além das reformas da Previdência e tributária.

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Auxiliares de Guedes reconhecem que esse é um dos momentos mais difíceis para ele desde o início do governo e temem que ele também possa pedir demissão.

"Se me perguntarem se houve uma debandada hoje (ontem), houve", disse Guedes a jornalistas, depois de se reunir com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Segundo o ministro, apesar das demissões, o governo vai "avançar com as reformas". "Nossa reação à debandada que ocorreu vai ser avançar com as reformas", afirmou.

Segundo Guedes, Mattar saiu porque está insatisfeito com o ritmo das privatizações no governo. "O establishment não deixa. Não avançamos nas privatizações com a mesma velocidade do que na Previdência", disse Guedes.

Já Uebel pediu demissão por discordar da estratégia do governo federal de deixar parada a reforma administrativa, que faz uma reformulação do RH do Estado. Guedes disse que o "timing" da reforma, engavetada pelo presidente Jair Bolsonaro por mexer com o funcionalismo público, é "político".

Com as duas saídas de ontem, a equipe econômica soma agora cinco baixas. Nas últimas semanas, Mansueto Almeida já havia deixado o Tesouro Nacional, Caio Megale deixou a diretoria de programas da Secretaria Especial da Fazenda e Rubem Novaes anunciou que deixará a presidência do Banco do Brasil.

A queda de Mattar e Uebel, considerados liberais "puro sangue" do governo, foi interpretada com uma derrota da agenda liberal de Guedes em troca da reeleição do presidente Bolsonaro, que se aproximou de lideranças políticas contrárias à reforma administrativa e à venda das estatais.

Conflito

Durante a campanha eleitoral, o conflito do presidente, um político com viés desenvolvimentista, e a agenda liberal do seu superministro Paulo Guedes, o seu "posto Ipiranga", foi previsto por economistas e cientistas políticos. A crise da pandemia de covid-19 acirrou os conflitos entre os dois grupos e antecipou a disputa por conta dos planos da retomada econômica, segundo admitem fontes do governo.

Mattar, um dos grandes financiadores do desenvolvimento do movimento liberal no País, nos últimos anos, vinha manifestando desconforto nos bastidores com as resistências em avançar nas privatizações, entre elas, dos Correios e estatais ligados à área de infraestrutura. Há duas semanas, diante de notícias de que deixaria o governo, chegou a disparar mensagens pelo celular e nas redes sociais que continuava animado com o trabalho em Brasília. Ele chegou ao governo com um dos nomes mais festejados da equipe de Guedes.

Com Mattar, nenhuma estatal federal de controle direto que foi privatizada ou liquidada. Pelo contrário. O governo Bolsonaro criou uma nova estatal, a NAV, responsável pela navegação aérea. O Ministério da Economia cita como realizações na área a venda de subsidiárias por estatais-mãe, como a Petrobrás, o que é tecnicamente considerado um desinvestimento, cuja decisão e todo o processo não passa pelo governo.

Já o economista Paulo Uebel não resistiu ao fracasso da reforma administrativa, que foi engavetada pelo presidente. A gota d’água foi a notícia de que o presidente deixaria a sua discussão para 2021, no mesmo dia que o Instituto Millenium, do qual foi um dos dirigentes, iniciou a campanha "Destrava" para que ela voltasse à agenda ainda neste segundo semestre.

"Trocaram a agenda liberal pela eleitoral", avaliou o deputado Pedro Paulo (DEM-RJ). Segundo ele, a saída dos dois secretários é um sinal de que a agenda liberal perdeu força.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a dizer que a economia brasileira estava "decolando" quando foi atingida pela pandemia de Covid-19. Após os gastos extraordinários deste ano, o ministro prometeu uma redução drástica de despesas em 2021.

"Gastamos 10% do PIB em 2020 em programas de assistência na pandemia. O déficit fiscal seria de 1% do PIB neste ano, mas vai chegar a 11% do PIB. Em 2021, voltamos à trajetória fiscal e reduziremos drasticamente o gasto", afirmou, em evento promovido pela Fundação Internacional para a Liberdade (FIL).

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A instituição é presidida pelo prêmio Nobel de literatura, Mario Vargas Llosa.

Mais uma vez, Guedes destacou que o governo brasileiro gastou mais que o dobro da média dos países emergentes em medidas de enfrentamento à pandemia. "Apenas os Estados Unidos gastaram mais que o Brasil", repetiu.

O ministro citou o liberalismo defendido por Vargas Llosa para dizer que a agenda liberal do governo de Jair Bolsonaro não foi alterada pela crise. "Não quero entrar profundamente na guerra cultural, prefiro falar de economia", disse. 

"O presidente Bolsonaro nos dá o suporte para seguirmos com as privatizações e o programa de reformas. Perdemos um ano fiscal, mas preservamos vidas e o Brasil irá surpreender o mundo novamente", completou.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, confirmou nesta quarta-feira, 5, que o governo avalia a reformulação do auxílio emergencial de R$ 600 pagos mensalmente a trabalhadores desempregados e informais, além de beneficiários do Bolsa Família, durante a pandemia de Covid-19.

"Vamos estudar junto com o Congresso a reformulação do auxílio emergencial junto com a criação do Renda Brasil. Ainda temos pelo menos um, dois meses pela frente de dificuldades", afirmou Guedes, em audiência pública na Comissão Mista Temporária da Reforma Tributária.

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Como mostrou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), o governo estuda estender o auxílio emergencial até o fim de 2020.

A ideia é que o benefício seja prorrogado até dezembro, mas o valor das próximas prestações (setembro, outubro, novembro e dezembro) deve ser menor do que os R$ 600. Ainda não foi batido o martelo, mas uma das opções é pagar R$ 200 nesses meses.

O presidente da República, Jair Bolsonaro, reúne-se com o ministro da Economia, Paulo Guedes, nesta segunda-feira (3), a partir das 10h30. De acordo com a agenda oficial, também participarão do encontro os ministros Braga Netto, da Casa Civil, e Jorge Oliveira, da Secretaria-Geral da Presidência.

À tarde, o chefe do Executivo tem previstas outras reuniões individuais com Guedes e com Jorge Oliveira.

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As reuniões com Guedes ocorrem em meio à expectativa de anúncio do novo presidente do Banco do Brasil, após a saída de Rubem Novaes, de 74 anos, do cargo.

No domingo (2), Bolsonaro afirmou a jornalistas que "a princípio" a escolha seria André Brandão, do HSBC. "Vou falar com Guedes amanhã. Tenho total confiança no Guedes. A escolha é dele", disse o presidente na ocasião.

A escolha de Brandão foi antecipada na sexta-feira (31), pela colunista Sonia Racy, do jornal O Estado de S. Paulo.

Bolsonaro chegou por volta das 8h30 ao Palácio do Planalto, onde despacha diariamente.

Na saída da residência oficial, o presidente parou para falar com apoiadores e tirar foros rapidamente.

Do Planalto, Bolsonaro seguiu para o Ministério da Defesa para um compromisso que não estava previsto na agenda oficial.

O presidente Jair Bolsonaro disse neste domingo que o novo presidente do Banco do Brasil deverá ser mesmo o ex-presidente do HSBC Brasil André Brandão e, para bater o martelo na decisão, vai conversar nesta segunda-feira com o ministro da Economia, Paulo Guedes.

"A princípio é ele", disse Bolsonaro ao ser perguntado se André Brandão seria o nome para o posto. "Vou falar com Guedes amanhã. Tenho total confiança no Guedes. A escolha é dele", completou.

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A declaração de Bolsonaro foi dada a jornalistas quando ele estava em uma padaria no Lago Norte, bairro nobre de Brasília. Ele parou no estabelecimento durante passeio de moto que fez pela cidade nesta manhã. Ele saiu do Palácio da Alvorada por volta das 9h, mas já voltou à residência oficial.

Conforme o Broadcast informou, a indicação de André Brandão para comandar o BB representa uma vitória para a ala "pragmática" do governo. Se confirmado, ele vai substituir Rubem Novaes, de 74 anos, que anunciou sua saída do cargo no início da semana passada. A escolha de Brandão foi antecipada na sexta-feira (31) pela colunista Sonia Racy, do Estadão.

Novaes pediu demissão em meio a um desgaste e também por causa da pressão de dirigir o banco. Apesar de ser um nome com o aval do ministro Guedes, o executivo era também ligado ao "guru" Olavo de Carvalho, que tem criado polêmicas e atrapalhado a pauta do governo no Congresso. Além disso, o desempenho do BB na área de crédito também seria insatisfatória. Em meio à pressão, ele avisou Bolsonaro e Guedes que estava de saída no dia 24.

O governo vive neste momento uma "limpa" da área ideológica, justamente para agradar o mercado financeiro e principalmente o Legislativo e os partidos do chamado Centrão, que agora formam a base de apoio do governo Bolsonaro. Ao escolher um nome de mercado - Brandão tem 17 anos de HSBC e mais de uma década de Citibank -, o consenso é de que o nome reforça o cacife de Guedes no governo.

A confirmação de Brandão no cargo depende ainda de ritos internos do BB e do governo, mas a expectativa é de que a indicação oficial se seu nome seja feita nesta segunda-feira.

Prestes a enviar ao Congresso proposta para a criação de um novo imposto com base ainda mais ampla do que a extinta CPMF, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse ontem que não haverá aumento da carga tributária com a aprovação da reforma. Ele acenou com o aumento da faixa de isenção do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF), hoje prevista para quem ganha até R$ 1,9 mil por mês, para ter apoio ao novo tributo.

Segundo o Estadão apurou, a mudança do IRPF é uma condição colocada pelo presidente Jair Bolsonaro, que sempre foi contrário à volta da nova CPMF. Para melhorar o ambiente político de negociação, o ministro também acertou com o relator da reforma tributária, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), a negociação de uma reforma ampla, que inclua ainda os tributos cobrados por Estados e municípios.

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Segundo Guedes, com a arrecadação do novo tributo, o governo poderá mudar o IRPF e reduzir "5, 6, 7, 8, 10" impostos por meio de uma redistribuição da carga tributária.

A carga tributária do Brasil alcançou 35% do PIB em 2018 (número mais atual). Em média, cada brasileiro recolhe o equivalente a R$ 11,5 mil em impostos ao ano, segundo estudo dos economistas José Roberto Afonso e Kleber de Castro divulgado no ano passado. Em um ano, é preciso trabalhar cerca de 128 dias apenas para quitar o pagamento de tributos.

Como mostrou o Estadão/Broadcast, o governo vai enviar já em agosto ao Congresso a proposta de criação de um tributo digital. Os cálculos iniciais apontam um potencial de arrecadação de R$ 120 bilhões por ano, com uma alíquota de 0,2%. A ideia do governo é que o novo imposto incida sobre pagamentos ou comércio em meio eletrônico, o que pode incluir transferências e pagamentos feitos por meio de aplicativos de bancos, por exemplo.

O tema ganhou relevância porque o ministro e sua equipe já anteciparam que querem um novo imposto de base mais ampla do que a extinta CPMF para financiar a desoneração da folha de salários (reduzir os tributos cobrados sobre os salários dos funcionários), o programa social Renda Brasil e o aumento da faixa de isenção do IRPF. A CPMF existiu até 2007 para cobrir gastos do governo federal com projetos de saúde - a alíquota máxima foi de 0,38% sobre cada operação.

"Não queremos aumentar os impostos. Não vão (aumentar). É redistribuição de carga", afirmou o ministro. "Nos últimos 40 anos no Brasil, os gastos do governo saem na frente, aprova segundo gasto, e depois aumenta os impostos, aprova mais gastos, aumenta os impostos. Nós estamos dizendo 'não, nós não vamos aumentar impostos'", afirmou ele.

"Se tiver uma base ampla onde você crie ali, sim, uma nova incidência para pessoas que não pagam, sejam pagamentos digitais. Tem uma enorme economia em crescimento, uma economia digital nova surgindo", acrescentou ele.

Segundo Guedes, há segmentos novos em uma economia digital em crescimento e essas empresas "às vezes nem pagam imposto nenhum". "Se a gente conseguir essa base ampla de gente que não paga imposto, que está em uma economia paralela, informal, de gente que está em uma economia criativa nova, mas que também não paga, porque é tudo digital, se nós conseguirmos essa base ampla. nós conseguimos simplificar."

'Justiça tributária'

O relator da comissão da reforma tributária também garantiu que a reforma não terá aumento de carga, mas fará "justiça tributária" com a sua redistribuição. Ribeiro não falou, no entanto, no novo imposto digital.

Guedes disse que o governo vai trabalhar junto com o Congresso, Estados e municípios na reforma. "Entramos com o IVA federal, estamos conversando com Estados e municípios, tanto a equipe do relator quanto a nossa equipe já tivemos várias reuniões com Estados e municípios para fazer esse alinhamento."

O ministro disse que a proposta de unificar apenas os tributos federais sobre o consumo - PIS e Cofins, que se fundem na Contribuição Social sobre Operações com Bens e Serviços (CBS) - é apenas o primeiro passo. Em seguida, o governo deve enviar a proposta de criação de um imposto seletivo e os itens a serem taxados nesta hipótese junto com a desoneração da folha das empresas. Para ele, o "desaparecimento" do PIS/Cofins acaba com a oneração das exportações e simplifica o contencioso entre Estados, municípios e as empresas exportadoras.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

"E nós vamos na direção da liberal democracia, nós vamos abrir a economia, nós vamos simplificar impostos. Nós vamos privatizar, nós vamos descentralizar os recursos para Estados e municípios." As promessas feitas pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, em seu discurso de posse no dia 2 de janeiro de 2019 arrancaram palmas da plateia. Um ano e meio depois, porém, o "choque liberal" prometido ficou apenas no papel.

Apesar de ter usado o termo "liberal" oito vezes naquele dia, houve poucos avanços nesse sentido. Dos três pilares anunciados para a liberalização da economia - reforma da Previdência, tributária e privatizações -, apenas a mudança nas aposentadorias foi para frente, ainda assim sem a capitalização (espécie de poupança que o próprio trabalhador faz para assegurar a aposentadoria no futuro) defendida pelo ministro.

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Nesta semana, depois de muito atraso, Guedes enviou ao Congresso apenas a primeira parte de sua reforma tributária. Se no discurso chegou a falar de unificar "sete, oito impostos ", o projeto apresentado juntou apenas o PIS e a Cofins (uma ideia há muito estudada na Receita Federal) e criou a Contribuição Social sobre Operação com Bens e Serviços (CBS)

"Guedes segue o padrão Bolsonaro. Não faz muita coisa. Tem muita espuma, mas não tem muito resultado", disse o economista Simão Davi Silber, professor da Universidade de São Paulo (USP).

Especialistas ouvidos pelo Estadão citaram, entre as razões para a falta de avanço das propostas mencionadas por Guedes, demora na formulação de medidas, falta de articulação política e criação de expectativas sem lastro na realidade provocada por promessas do ministro.

Além disso, a dificuldade de emplacar a agenda expõe um conflito que é marca do governo. Os planos liberais vão de encontro às ideias da ala militar, que defende o aumento do investimento público, a manutenção das estatais e medidas protecionistas para a indústria nacional. Some-se a isso a dificuldade em aprovar projetos no Congresso por falta de uma base forte e fiel - o que impediu a aprovação do modelo de capitalização da Previdência, por exemplo. Por fim, embora o presidente Jair Bolsonaro diga que Guedes tem carta branca na economia, na prática, o próprio presidente veta o avanço de alguns temas, entre eles a privatização do Banco do Brasil.

Para o diretor executivo do Instituto Livres, Paulo Gontijo, falta respaldo político para Guedes tocar a agenda liberal. "Esse governo tem um problema de formulação, de articulação e de execução. A formulação da reforma tributária foi ruim. Na votação do Fundeb, a articulação foi ruim. Quanto tem proposta bem formulada, como a reforma administrativa, não anda porque enfrenta corporações", analisa.

'Custo Brasil'

A prometida abertura econômica, que seria concomitante à redução do chamado "custo Brasil", também ainda não teve avanço. Foram feitas reduções pontuais em taxas de importação, que não precisam de aval do Mercosul. Mas os planos de reduzir a Tarifa Externa Comum (TEC) do bloco não foram para frente e ficou ainda mais difícil levá-los a cabo com a pandemia, que teve grande impacto na indústria brasileira.

Especialista em Economia Internacional, Silber lembrou que mesmo o maior feito na área externa, o acordo entre Mercosul e União Europeia, fechado em meados de 2019, corre risco de naufragar em função da imagem negativa do País na área de meio ambiente. "Além disso, dada a influência militar dentro do governo Bolsonaro, há uma visão nacional desenvolvimentista que é contra esse discurso de abertura", afirma Silber. "Existe um conflito latente, dentro do próprio governo, e o Guedes têm sido muito tímido."

Além da Previdência, um dos pontos em que houve avanços na liberalização da economia foi a chamada lei da liberdade econômica, que reduziu burocracias, como a necessidade de alvarás para funcionamento de lojas. Os economistas ouvidos pela reportagem, porém, consideram esse um ponto lateral na agenda liberal.

Procurado, o Ministério da Economia disse que a pasta, "sob condução de Paulo Guedes, vem concebendo e colocando em prática, desde o início do governo do presidente Jair Bolsonaro, iniciativas voltadas a assegurar o conjunto de reformas essenciais para a retomada do crescimento da economia".

Segundo o ministério, ações e programas "robustos" foram implementados em diversas frentes. A pasta listou medidas como a reforma da Previdência, o acordo Mercosul/EU, a medida provisória da liberdade econômica, acordo para a abertura do refino e o prometido choque da energia barata. A Economia também destacou o lançamento da Carteira de Trabalho Digital e a digitalização de serviços públicos entre as ações feitas pelo ministério. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta quinta-feira (16) que só sai do governo "abatido à bala, removido à força". "Tenho missão a cumprir", afirmou durante live promovida pela XP Investimentos. Ele havia sido questionado se ficaria no cargo até o fim da gestão Jair Bolsonaro.

O ministro ressaltou que tem uma agenda a ser cumprida e que, enquanto essa agenda permanecer como foco do governo, estará na equipe. "Se o presidente desistir da agenda, ou se o Congresso interditar o debate, aí não tenho o que fazer, tenho que ir embora para casa", afirmou.

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Uma dessas agendas, segundo Guedes, é a reforma tributária e a reversão de benefícios setoriais. O ministro disse querer fazer uma desoneração ampla de tributos sobre a folha. Para compensar o impacto sobre os cofres públicos, ele é defensor de um imposto sobre transações eletrônicas.

"Queremos que mais gente pague, mas pague menos", afirmou. Guedes ressaltou que a agenda de centro-direita é "liberal-democrata" e "não quer aumentar impostos", mas sim controlar gastos. E alfinetou economistas mais identificados com outras correntes ideológicas. "Se houvesse coronavírus em governo social democrata, ele iria triplicar impostos. Não vamos fazer isso", disse.

Ao concluir sua participação, Guedes recomendou aos participantes que "cuidem da saúde, se preservem" e demonstrou otimismo com a recuperação da economia. Hoje mais cedo, o Ministério da Economia informou que o ministro testou negativo para a covid-19, após ter tido contato com o presidente Jair Bolsonaro quando ele já apresentava sintomas da doença. O presidente ainda está em isolamento no Palácio da Alvorada.

O Ministério da Economia informou nesta quinta-feira (16) que o último exame feito pelo ministro Paulo Guedes para detectar o novo coronavírus teve resultado negativo.

A pasta acrescentou que este foi o segundo teste de Covid-19 realizado pelo ministro em menos de duas semanas, depois que ele se reuniu com pessoas que testaram positivo para a doença, incluindo o presidente da República, Jair Bolsonaro.

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Atingido por declarações reiteradas do ministro da Economia, Paulo Guedes, o PSDB divulgou, nesta quarta-feira (8), uma carta aberta assinada pelo presidente do partido, Bruno Araújo, com uma dura resposta ao chefe da equipe econômica.

Recentemente, em entrevista à CNN Brasil veiculada no último domingo (5), Guedes afirmou que, "se o Plano Real fosse tão extraordinário", o PSDB não teria perdido diversas eleições presidenciais consecutivas nas últimas duas décadas.

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"Parece coisa de gente que até agora não conseguiu ser parte relevante de um único momento memorável sequer da história do nosso país. Só isso, ou alguma absoluta amnésia, explica a tentativa do atual ocupante do Ministério da Economia de tentar diminuir a relevância do Plano Real ou de outras conquistas econômicas e sociais promovidas pelo PSDB em seus governos", respondeu Araújo, na carta.

O presidente do PSDB lembra que antes do Real o Brasil lidava com a hiperinflação, que corroía o poder de compra, sobretudo, da população mais pobre. "Paulo Guedes talvez não se importe com coisas desta natureza", continuou.

Araújo ainda recomenda que o ministro se ocupe com uma agenda que busque melhorar a vida das pessoas, citando a atual crise decorrente da pandemia de covid-19. Ele critica também as promessas da equipe econômica sobre o envio das reformas tributária e administrativa ao Congresso - sempre adiadas -, além da demora na privatização de estatais.

"Até agora, passados 18 meses, o ministro da Economia continua no vermelho, continua devendo. Até agora, Paulo Guedes foi apenas o ministro do 'semana que vem nós vamos', ministro de uma semana que nunca chega", completou.

O presidente do PSDB ataca ainda o fraco resultado do crescimento econômico em 2019, com alta de apenas 1,1% do Produto Interno Bruto (PIB). "Mesmo antes da pandemia, o tão esperado crescimento econômico - aquele que Paulo Guedes vivia dizendo que 'estava decolando' - nunca ocorreu. Agora não passa de miragem, sabe-se lá para quando", acrescentou.

A carta do PSDB segue citando medidas adotadas nos governos chefiados pelo partido, como as privatizações de telefonia, a Lei de Responsabilidade Fiscal, a criação de programas de transferência de renda, a universalização da Educação e a criação dos medicamentos genéricos.

"No período em que o PSDB fazia tudo isso, Jair Bolsonaro, o chefe do atual ministro, mantinha-se gostosamente abraçado ao Partido dos Trabalhadores na trincheira contra a modernização do País. Votava contra todas as reformas, contra o Plano Real, contra as privatizações e sempre pela manutenção e pela ampliação de privilégios e interesses corporativos. Talvez seja isso que explique a raiva que Paulo Guedes sente pelo PSDB", concluiu Araújo.

Após o presidente Jair Bolsonaro afirmar ter sido diagnosticado com a Covid-19, o ministro da Economia, Paulo Guedes, de 70 anos, vai se submeter ao exame para saber se contraiu ou não o novo coronavírus, segundo apurou o Estadão/Broadcast.

Guedes esteve com Bolsonaro ao menos sete vezes nos últimos 14 dias, período máximo de incubação do novo coronavírus até que o paciente comece a apresentar os sintomas. A mais recente foi na segunda-feira, numa reunião no Palácio do Planalto, quando o presidente já apresentava sinais da doença.

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Outro compromisso foi a cerimônia de prorrogação do auxílio emergencial, em 30 de junho, em que ambos estavam de máscara, mas trocaram um aperto de mãos. Na fase pré-sintomática, uma pessoa contaminada já pode transmitir o vírus mesmo sem apresentar sinais da doença. Diante da inexistência de uma vacina, autoridades sanitárias recomendam que as pessoas evitem o contato e mantenham distanciamento social.

Bolsonaro começou a apresentar sintomas de covid-19 no domingo e confirmou nesta terça que contraiu a doença. Segundo especialistas, o período de incubação (intervalo entre a contaminação e o início dos sintomas) pode variar de 2 a 14 dias, com média de 5 dias.

De acordo com informações da agenda pública de Guedes, além da cerimônia do auxílio emergencial, o ministro teve quatro reuniões com Bolsonaro no Palácio do Planalto, em 23, 24 e 25 de junho e 6 de julho. Guedes também acompanhou o presidente, no Planalto, numa videoconferência da Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul na última quinta-feira, 2 de julho. Na ocasião, o ministro sentou ao lado de Bolsonaro.

Na última sexta, 3, Guedes esteve novamente com Bolsonaro para uma reunião com o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf. O encontro mais recente entre o ministro e o presidente da República foi ontem, no Palácio do Planalto. Bolsonaro, com 65 anos, e Guedes, de 70 anos, fazem parte do chamado grupo de risco para o coronavírus. A população acima de 60 anos é considerada mais vulnerável à doença.

Desde o início da pandemia, Guedes tem evitado compromissos presenciais e dá preferência a reuniões por videoconferência, inclusive com seus secretários e assessores. As exceções são os compromissos com o presidente e, mais recentemente, reuniões com parlamentares, ocasiões em que Guedes costuma ser visto usando máscara.

Bolsonaro, porém, não é usuário tão assíduo da proteção, apesar de o uso ser obrigatório em locais públicos no Distrito Federal. No mês passado, a Justiça chegou a conceder uma liminar obrigando o presidente a usar a máscara, mas essa decisão foi derrubada posteriormente pela desembargadora Daniele Maranhão Costa, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1).

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o governo criará um novo programa social, Renda Brasil, que, além do público atual do Bolsa Família, também incluirá trabalhadores que hoje exercem atividades informais.

Em evento virtual promovido pela Associação Brasileira de Indústria de Base (Abdib), o ministro disse querer "dignificar" essas atividades e que é preciso dar ferramentas para os trabalhadores saírem da assistência social.

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"Qualquer brasileiro que cair, em qualquer momento, ele cai no Renda Brasil. Mas se ele não tiver mutilações físicas, defeitos que o impeçam... Às vezes é um idoso, mutilado, que vende bala no sinal, aí talvez não consiga ser empregado e merece ser amparado no Renda Brasil. Mas o outro, mais jovem, pode ter caído emergencialmente. Temos que ter as ferramentas para ele sair da assistência social", disse.

O ministro afirmou que o Renda Brasil reunirá programas sociais existentes e terá valor mais alto do que o Bolsa Família.

O Ministro da Economia, Paulo Guedes, vai montar uma espécie de fábrica de ideias e estudos (Think Tank) da equipe econômica. Para isso, uma nova secretaria especial de estudos deverá integrar, no mesmo local, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, o IBGE, a Secretaria de Política Econômica e a áreas de estudo de assuntos internacionais e de produtividade da pasta.

Segundo o Estadão apurou, o economista Aluísio Araújo, da FGV, é dos cotados para comandar a área. Guedes também quer trazer o economista do mercado financeira Aurélio Bicalho, da Vinland Capital, para fazer uma dobradinha com Araújo. A ideia é juntar academia e mercado para a nova secretaria.

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O foco da nova área é conectar essas áreas de estudos e ampliar as investigações, sobretudo, as análises de políticas públicas e reforçar as informações sobre a queda do Produto Interno Bruto (PIB) e como será a recuperação econômica no pós-covid-19.

Por isso, a SPE, que hoje está vinculada à Secretaria Especial de Fazenda, onde também está o Tesouro Nacional, será transferida para nova secretaria.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, foi mais um integrante do governo a sair em defesa da política ambiental brasileira, após grupos de investidores estrangeiros ameaçarem deixar o País por críticas à conduta das autoridades em relação ao desmatamento na Amazônia.

Na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmaram que esses investidores estariam "desinformados" sobre o Brasil.

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Nesta terça-feira, 30, Guedes avaliou que existiria uma campanha de difamação sobre o País na área ambiental derivada do protecionismo de economias avançadas.

"Nossa imagem está muito ruim lá fora, até mesmo uma parte de nós falamos muito mal do País. Lá fora há muito oportunista protecionista, como a França, que é uma parceira, investe aqui, mas não quer que exportemos produtos agrícolas para lá. Os Estados Unidos querem entrar com etanol no Brasil e não aceitam açúcar brasileiro lá", afirmou Guedes. "Esses países jogam uma 'pecha' (de destruição do meio ambiente) no Brasil, independentemente de dados embasados. Vamos proteger meio ambiente sem cair na armadilha de outros países em falar mal do Brasil", acrescentou.

O governo tem tentado uma contraofensiva de informação na área. No começo de junho, o presidente Bolsonaro assinou decreto criando as debêntures verdes incentivadas.

Na segunda-feira, o vice-presidente Hamilton Mourão se reuniu com diversos ministros - incluindo o presidente do BC - para discutir uma estratégia de reação às cobranças internacionais. Uma reunião com esses investidores foi marcada para a próxima semana.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse, nesta terça-feira (30), que a prorrogação do auxílio emergencial que será anunciada nesta data pelo presidente Jair Bolsonaro será feita por decreto. Segundo ele, a extensão do programa será feita por meio de três pagamentos, concentrados em dois meses.

"Temos aquele dilema. Ou você dá um valor alto por pouco tempo ou dá valor mais baixo e estica um pouco. Vamos por essa solução", afirmou, em audiência pública por videoconferência na Comissão Mista do Congresso Nacional que monitora a execução orçamentária e financeira das medidas relacionadas à Covid-19.

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A lei que criou o auxílio emergencial determina que, em caso de prorrogação do auxílio, o governo precisa manter o pagamento mensal de R$ 600.

Segundo Guedes, o governo irá manter esse valor de desembolso mensal, mas dividirá o pagamento em duas parcelas no último mês, para que a cobertura dure mais tempo. "A lei obriga o pagamento de R$ 600 em um mês e R$ 600 no outro. Então vamos fazer três meses de cobertura, com dois pagamentos em um mês", detalhou.

Na segunda-feira, o secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, informou que a extensão do auxílio emergencial custará R$ 100 bilhões ao governo.

Emissão de moeda

Guedes, na videoconferência, voltou a dizer que, em teoria, o Banco Central poderia ter que emitir moeda caso a atual recessão decorrente da pandemia de covid-19 se transforme em uma depressão econômica que perdure pelos próximos anos.

"Se caíssemos em depressão de três anos, caberia ao BC recomprar dívidas diversas e emitir moeda sem risco de inflação. Mas acredito em uma recuperação mais rápida, estamos muito distantes desse caso limite", afirmou o ministro da Economia.

Capital estrangeiro

Na videoconferência, Guedes, disse ainda que o governo não tem "obsessão" pelo capital estrangeiro. "Não existe essa obsessão por capital estrangeiro. Capital estrangeiro não é salvação, a salvação é investimento", afirmou.

Ele voltou a criticar o sistema de partilha na exploração de petróleo, que segundo ele foi criado por empresas francesas para negociar com ditaduras africanas. "O sistema de partilha no petróleo é desastroso. As maiores petroleiras do mundo recusam esse modelo que significa um sistema de corrupção", completou.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que a prioridade do governo para a recuperação econômica é a geração de emprego e manutenção da renda. "O Brasil vai surpreender o mundo. É um povo valente. Vamos furar as duas ondas e sair do lado de lá", disse Guedes durante transmissão semanal ao vivo do presidente Jair Bolsonaro.

Entre as medidas que a pasta estuda, o ministro elencou destravar investimentos - especialmente em gás natural, para tornar a energia barata -, o encaminhamento da Reforma Tributária, redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e maior acessibilidade à cesta básica.

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"Precisamos justamente abrir novos horizontes de investimento. Então vem investimento em gás natural: o choque da energia barata. Isso vai chegar no botijão de gás daqui a pouco, que vai ficar barato. Vamos fazer depois a reforma tributária e reduzir os IPIs. Vamos também tornar a cesta básica mais acessível. Tudo isso mais acessivel pra população. Comprar fogão e geladeira, se a gente tirar os IPIs, isso desaba, o preço desaba. Nós vamos retomar nossa agenda de reformas estruturantes", afirmou.

O ministro também indicou que estuda implantar um bônus a pequenos empresários que cumprirem com os pagamentos de empréstimos tomados durante a crise. "Para o sujeito pequenininho que foi lá, pegou empréstimo, trabalhou bem, conseguiu se recuperar e pagou o empréstimo, a gente dá o bônus de adimplência e perdoa o crédito. Estamos estudando isso", afirmou Guedes.

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