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A Copa do Mundo alterará até mesmo a rotina nas igrejas católicas da capital federal. A Arquidiocese de Brasília informa que serão realizadas missas em língua estrangeira para os turistas, dentro do projeto "Copa da Paz". Essas missas especiais ocorrerão entre os dias 15 de junho a 13 de julho, em diversos horários.

A Arquidiocese explica que a programação conta com eventos de oração e adoração, além de proporcionar aos turistas estrangeiros a celebração de missas em inglês, espanhol, italiano e francês. As celebrações serão realizadas em paróquias de fácil acesso, incluindo pontos turísticos da cidade, como a Catedral Metropolitana de Brasília e o Santuário Dom Bosco.

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Após uma análise com câmeras infravermelhas e scanners tridimensionais, especialistas anunciaram ter identificado, nesta segunda-feira (9), cinco áreas no subsolo de uma pequena igreja do convento das Trinitárias onde pode estar sepultado o corpo do escritor Miguel de Cervantes.

"É como um paciente que passa por um centro cirúrgico, primeiro faz uma radiografia, passa por um scanner", explicou em coletiva de imprensa o antropólogo Francisco Etxeberria que chefia a equipe de cientistas.

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"Não se deve gerar falsas expectativas, não sei o que vamos encontrar", alertou este especialista internacional, que participou da necropsia que estabeleceu como suicídio a causa da morte do ex-presidente chileno Salvador Allende, durante o golpe de Estado de Augusto Pinochet em setembro de 1973.

Graças às imagens obtidas com um geo-radar e câmeras infravermelhas, os cientistas depositam suas esperanças em uma dessas cinco áreas, situadas na cripta da pequena igreja, um prédio de tijolos vermelhos no centro da capital espanhola.

Na cripta, foram localizados 30 nichos onde poderiam estar os restos mortais do autor de "Dom Quixote de La Mancha". Um dos maiores escritores do Século de Ouro espanhol, Cervantes morreu na pobreza em 22 abril de 1616 e, segundo textos da época, foi sepultado um dia depois nesta igreja, anexa a um convento cuja arquitetura foi modificada várias vezes desde então.

Quatro séculos depois da sua morte, o local exato continua sendo uma incógnita. As religiosas ainda vivem no convento, incluído no patrimônio cultural de Madri desde 1921, o que dificulta fazer escavações sem ter uma localização precisa.

Os investigadores querem evitar qualquer precipitação: "Estamos falando de um personagem universal, queremos fazer as coisas sem pressa alguma, com seriedade", disse Etxeberria. A prefeita de Madri, Ana Botella, anunciou que a cidade assumirá os riscos dos gastos ligados à nova etapa de buscas, sem informar o montante.

No momento da apresentação da operação, no final de abril, o historiador Fernando de Pardo, membro da equipe de especialistas, tinha calculado o custo de todo o programa em 100 mil euros. Nascido em 1547, na velha cidade universitária de Alcalá de Henares, perto de Madri, Miguel de Cervantes é considerado o pai do romance moderno com o "Dom Quixote", publicado em 1605, e o sucesso do livro o levou a publicar uma segunda parte em 1615.

O papa Francisco pediu neste domingo (8) em sua homilia de Pentecostes na Praça de São Pedro uma Igreja que surpreenda e que não hesite em "se encontrar com o povo".

"A Igreja está convocada a surpreender anunciando a todos que Jesus Cristo venceu a morte, que os braços de Deus estão sempre abertos", declarou o Papa poucas horas antes de receber no Vaticano o presidente israelense, Shimon Peres, e o líder palestino, Mahmud Abbas, para uma oração inédita pela paz.

"A Igreja de Pentecostes é uma Igreja que não se resigna em ser inócua, um elemento decorativo. É uma Igreja que não hesita em sair, se encontrar com o povo", declarou o Papa, que desde sua chegada ao Vaticano tenta dar ares novos à instituição.

A celebração do Pentecostes comemora o momento em que, segundo a tradição, depois da Páscoa os apóstolos receberam dons do Espírito Santo que lhes permitiram evangelizar. Também celebra o nascimento da Igreja católica.

O Papa Francisco prestou uma homenagem às pessoas que combateram a 'barbárie nazista', em uma mensagem por ocasião do 70º aniversário do Desembarque aliado na Normadia.

O Papa também pediu que as nações europeias encontrem as raízes cristãs de sua história.

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Segundo carta divulgada nesta quinta, o Papa "presta homenagem aos soldados que abandonaram seu país para desembarcar nas praias da Normandia com o objetivo de combater a barbárie nazista".

O pontífice também diz "não esquecer dos soldados alemães envolvidos neste drama, como todas as vítimas desta guerra".

"É oportuno que as atuais gerações expressem seu completo reconhecimento de todos aqueles que aceitaram um sacrifício tão grande".

"Esta comemoração nos recorda que a exclusão de Deus da vida das pessoas e das sociedades só traz morte e sofrimento", acrescenta a mensagem, em referência à ideologia nacional socialista.

O Papa conclui sua carta com uma aparente mensagem à Europa atual, em plena crise de credibilidade depois da ascensão dos partidos de extrema-direita nas eleições europeias de maio.

"As nações europeias podem encontrar no Evangelho de Cristo, príncipe da Paz, as raízes de sua história e a fonte de inspiração para restabelecer relações mais fraternais e solidárias".

Uma pichação em hebraico insultando Jesus foi descoberta nesta sexta-feira nos muros de uma igreja em Beersheba, sul de Israel, a três dias da visita do Papa Francisco, anunciou o porta-voz da polícia israelense, Micky Rosenfeld.

A pichação, contra a mãe de Jesus, foi fotografada para a polícia que distribuiu as imagens.

Além disso, segundo Rosenfeld, dois israelenses judeus foram detidos nesta sexta-feira em Jerusalém por terem colado cartazes "condenando o cristianismo e o Papa", e libertados sob a condição de não se aproximar do pontífice.

A polícia anunciou ter iniciado medidas de segurança contra 15 ativistas de extrema direita suspeitos de querer "causar problemas" durante a visita do Papa e fortaleceu a proteção de certos locais sagrados cristãos.

As autoridades israelenses lutam há meses contra um ressurgimento de atos de vandalismo racista e de intolerância atribuídos a extremistas judeus, que se intensificaram com a aproximação da chegada do Papa, esperado em Jerusalém domingo à noite depois de sua visita a Amã e Belém domingo de manhã.

"Não temos nenhuma informação sobre planos contra o próprio Papa, mas há planos para constranger o Estado de Israel ou perturbar a ordem pública durante esta visita sensível", disse na quinta-feira o chefe da polícia de Jerusalém, Yossi Pariente.

A ONU admite que a Santa Sé não infringe a Convenção das Nações Unidas contra a Tortura (CAT), mas critica o Vaticano por não ter tornado obrigatória as denúncias à polícia de crimes de pedofilia, além de pedir que o país se esforce mais para a sua prevenção.

Em um relatório publicado nesta sexta-feira, o Comitê da ONU contra a Tortura pede para que as acusações contra religiosos devem ser transmitidas às autoridades civis para que sejam investigadas e, eventualmente, julgadas.

Em uma primeira reação em Roma, o Vaticano declarou ter tomado nota dessas observações e assegurou que elas "serão consideradas com seriedade".

Pouco antes, em um comunicado, a Santa Sé comemorou o fato de o Comitê "ter apreciado o diálogo aberto e construtivo" e "a boa fé de seus esforços".

"O Comitê não considera que a Santa Sé infringe a Convenção contra a Tortura" nos casos de crimes de pedofilia cometidos pelo clero, ressaltou o Vaticano.

"O Comitê também reconheceu que a Santa Sé, as dioceses e as ordens religiosas assumiram grandes esforços para prevenir os abusos sexuais contra menores de idade" e elogiou o "engajamento do Papa" Francisco, acrescentou, citando também o pagamento de indenizações às vítimas por "muitas dioceses católicas e ordens religiosas".

Contudo, segundo as observações finais do relatório do Comitê, fica claro as divergências com o Vaticano, que afirma que sua competência está limitada unicamente ao território do Estado do Vaticano e não inclui os religiosos de outros países.

"O Comitê lembra que a obrigação do Estado-membro no quadro da Convenção inclui todos os oficiais deste Estado ou toda pessoa que trabalha a título oficial. Essas obrigações também dizem respeito às ações e falhas dessas pessoas em todos os locais e ao efetivo exercício de um controle sobre as pessoas e territórios", ressalta o Comitê, que destaca que essas obrigações também envolvem "as pessoas em operações no exterior".

Para o Vaticano, "as observações do Comitê procuram dar a impressão de que todos os padres em atividade no mundo estão, indiretamente, legalmente ligados ao Vaticano como a um soberano".

Ao apresentar seu primeiro relatório ao Comitê da ONU contra a Tortura, o Vaticano cumpriu uma das obrigações dos signatárias da Convenção contra a tortura de 1984. A Santa Sé assinou esta convenção em 2002.

Mas o Comitê solicita ainda que o Vaticano suspenda de suas funções todo o religioso alvo de acusações enquanto a Congregação para a Doutrina da Fé realiza uma investigação, e não transfira essas pessoas para evitar uma investigação ou punição.

O Comitê também pede uma investigação rápida e imparcial sobre o arcebispo Josef Wesolowski, de nacionalidade polonesa, ex-núncio apostólico na República Dominicana, para que se necessário ele seja julgado ou extraditado para ser julgado pelas autoridades civis de um outro Estado-membro.

Ele é alvo de acusações de abuso sexual contra menores e uma investigação está em curso, segundo a Santa Sé.

Por fim, o Comitê reconhece a criação em dezembro pelo Papa Francisco da Pontifícia Comissão para a Proteção dos Menores, para aconselhar e analisar os compromissos do Papa sobre esta questão.

A busca por Miguel de Cervantes está em marcha. As primeiras equipes de investigação entraram nesta segunda-feira na pequena igreja onde acredita-se que tenha sido enterrado o autor espanhol em 1616 para iniciar o rastreamento de seus restos mortais. A capela do convento das Trinitárias Descalças, no coração histórico de Madri, reuniu um enxame de jornalistas que acompanharam os primeiros passos da operação. Na fase inicial, especialistas no gerenciamento do georradar, uma ferramenta comum para a exploração não destrutiva do subsolo, começaram a varredura de cerca de 200 metros quadrados para localizar ossos em cavidades e criptas.

Cervantes, autor de "Dom Quixote" e considerado o mais universal dos escritores espanhóis, foi sepultado na igreja das Trinitárias. Mas seus ossos foram perdidos em uma ampliação do templo no final do século XVII. Segundo Fernando Prado, historiador que lidera a investigação, apenas cinco pessoas, incluindo Cervantes, foram sepultadas nessa igreja.

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A expectativa é de que o relatório do georradar esteja pronto em um mês. A partir daí, começarão as escavações para exumar os ossos. O antropólogo espanhol Francisco Etxeberria, que participou da autópsia que confirmou o suicídio do ex-presidente chileno Salvador Allende, ficará encarregado da análise forense.

Etxeberria não poderá executar testes de DNA por não haver descendentes vivos de Cervantes. Ele tomará como referência os retratos do autor e suas próprias histórias, nas quais reconheceu, por exemplo, que tinha apenas seis dentes pouco antes de sua morte. Mas as marcas mais evidentes serão os seus ferimentos de guerra. Em 1571, ele foi ferido na batalha de Lepanto, que opôs os turcos otomanos e a chamada Liga Santa, liderada pela Espanha. A bordo do navio La Marquesa, Cervantes recebeu três tiros de fuzil mosquete, dois no peito e um na mão esquerda, que ficou inutilizada. "Algum tipo de sinal é fornecido. As feridas do peito e essa mão seca, paralisada e atrofiada durante tanto tempo", disse Etxeberria. "Se encontrarmos um osso, aí poderemos começar a sonhar que é ele."

Se o projeto avançar no caminho esperado, os resultados da investigação são esperados para o fim do ano. Fonte: Associated Press.

O Vaticano respondeu a recentes questionamentos das Organizações das Nações Unidas (ONU) sugerindo que é responsável por implementar a Convenção das Nações Unidas contra a Tortura somente dentro do território da Cidade do Vaticano. A Santa Sé assinou o tratado em 2002.

O comunicado foi emitido antes de uma audiência marcada para os dias 5 e 6 de maio, que irá investigar as falhas no combate aos recorrentes casos de estupro cometidos por membros do clero. Em janeiro, oficiais do Vaticano foram acusados pelo Comitê de Direitos Humanos da ONU de priorizar interesses próprios acima dos das vítimas de abuso sexual.

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No comunicado, a Santa Sé afirmou que assinou a convenção exclusivamente em nome do Estado da Cidade do Vaticano, habitado por menos de mil pessoas, e que só assumirá responsabilidade por problemas ocorridos dentro de seus limites territoriais. Fonte: Associated Press.

O Papa Francisco pediu perdão nesta sexta-feira, em nome da Igreja, pela primeira vez desde a sua eleição, ano passado, pelos abusos cometidos por padres pedófilos.

"Sinto-me na obrigação de assumir todo o mal cometido por alguns padres, um pequeno número em relação a todos os padres, e de pedir pessoalmente perdão pelo dano que causaram ao abusar sexualmente de crianças", declarou o pontífice ao receber representantes do Escritório Internacional Católico para a Infância (BICE) no Vaticano.

Seu antecessor, Bento XVI, havia pedido pessoalmente perdão pelos abusos, mas esta é a primeira vez que Francisco faz o pedido, apesar de ter denunciado o crime em diversas oportunidades. "A Igreja é consciente deste mal. Não queremos recuar no que diz respeito a este problema e às sanções que devem ser adotadas". "Penso que devem ser muito fortes! Não se brinca com as crianças", completou o papa.

Francisco se comprometeu desde sua chegada ao Vaticano a lutar contra a pedofilia e formou uma comissão para a proteção da infância, da qual faz parte uma vítima desse crime, Mary Collins.

Bento XVI também pediu perdão em junho de 2013 em nome da Igreja pelo escândalo dos abusos que abalou a Igreja e marcou seu pontificado.

Em janeiro, o Vaticano foi duramente criticado pelo Comitê dos Direitos da Infância das Nações Unidas por ter protegido alguns sacerdotes culpados e por não obrigar os episcopados a denunciar sistematicamente os abusos.

Várias associações de vítimas acusam, além disso, o papa Francisco por não fazer o suficiente para lutar contra a pedofilia, em particular sua defesa da Igreja na gestão do problema.

Em um contexto de intenso debate na Europa sobre a chamada "teoria do gênero" e a educação sexual dos menores, o Papa também denunciou nesta sexta-feira em seu discurso a "manipulação educativa".

"Quero manifestar minha rejeição a qualquer tipo de experimentação educativa com as crianças", afirmou o Papa aos membros do BICE. "Não se pode experimentar com crianças e jovens", afirmou.

"Os horrores da manipulação educativa que vivemos nas grandes ditaduras genocidas do século XX não desapareceram. Ainda existem na atualidade, com nomes e propostas distintas que, sob o pretexto da modernidade, obrigam as crianças e os jovens a ir pelo caminho do 'pensamento único'", denunciou Francisco.

O Papa argentino pediu a todas as pessoas envolvidas na defesa dos direitos humanos que lutem contra o desafio "das culturas contemporâneas e a mentalidade difundida pela mídia".

Aborto, crime abominável

O papa Francisco também citou o Vaticano II para enfatizar que este Concílio (1962-1965) classificou o "aborto e o infanticídio de crimes abomináveis".

Ele disse ainda que "todo o direito civil deve apoiar-se no reconhecimento do direito à vida". "É importante reiterar a máxima oposição a qualquer ataque direto à vida, especialmente inocente e sem defesa: o bebê no ventre materno é inocente por excelência", afirmou Francisco, desta vez ao receber outra delegação, a do Movimento Católico para a Vida, um grupo italiano.

"Recordemos as palavras do Concílio: a vida, uma vez concebida, deve ser protegida (...). O aborto e o infanticídio são crimes abomináveis", declarou Jorge Mario Bergoglio, citando a constituição adotada pelo Concílio, a "Gaudium and spes" ("Prazer e esperança").

A suposta tolerância do papa Francisco sobre temas como o aborto e o casamento gay parece cada vez mais uma interpretação equivocada de alguns setores católicos.

A ambiguidade resultou em tensões e pedidos de esclarecimento na Igreja, provavelmente levando Francisco a se pronunciar com palavras mais claras.

O escultor e pintor catalão Josep Maria Subirachs, que esculpiu a fachada da Paixão da basílica da Sagrada Família de Barcelona, morreu na noite desta segunda-feira, na capital catalã,subi aos 87 anos. Subirachs faleceu após uma longa doença neurodegenerativa, segundo a família.

Subirachs, nascido em 1927, foi um dos escultores catalães de maior prestígio na segunda metade do século XX. Autor de grandes intervenções públicas, criou em 1957 a "Forma 212", a primeira obra abstrata colocada em um espaço público em Barcelona.

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Mas sua grande obra foi o desenho e escultura da fachada da Paixão da Sagrada Família de Barcelona. Ele recebeu a encomenda em 1986 e só considerou o trabalho finalizado em 2005, depois de ter esculpido mais de 100 figuras em pedra e realizado quatro portas de bronze, que recriam os últimos dias de Jesus.

O trabalho no templo recebeu críticas de alguns colegas de profissão, que preferiam manter a basílica da maneira como foi deixada por Gaudí, seu autor.

Foto: Reprodução/SiteOficial

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Visto como um período negro, covarde e de torturas, o golpe civil-militar de 1964 não poupou religiosos, líderes ou mesmo representantes da Igreja. O período completa 50 anos de surgimento neste 1° de abril, mas apesar de já ter passado a metade de um século, ainda permanece vivo nas lembranças de vítimas e familiares como um momento de coação.

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Segundo o cientista político Túlio Velho Barreto, a repressão envolveu sequestro, tortura e morte de militantes da esquerda, de democratas e de pessoas muitas vezes sem ligação direta com as organizações políticas. Além disso, muita gente simplesmente desapareceu e até hoje muitas famílias esperam respostas.

“A repressão foi mais violenta nos primeiros dois ou três anos da ditadura e nos anos que se seguiram à edição do AI-5, em dezembro de 1968 até 1977. A repressão atingiu igualmente aqueles que tiveram que fugir ou que foram deportados para o exílio e os que, permanecendo no país, tiveram os seus direitos políticos cassados ou proibidos de trabalhar”, esclareceu o especialista, desmistificando, na sua visão, o período de duração do golpe. “Afirmo que a repressão política perpetrada pelo regime militar, apoiada por importantes setores civis, existiu de 1964 até, pelo menos, o início dos anos 1980, após, portanto, à instituição da Lei da Anistia, que é de 1979”, contou.

Em todo o país homens e mulheres foram vítimas de atos violentos, de agressões físicas e psicológicas e muitos foram levados a morte, sem ao menos terem o direito de ser enterrados. Nessa fase dura da história, não era poupado ninguém que na visão dos repressores ameaçassem a ideologia imposta por eles ou que buscassem erguer uma democracia no Estado, por isso até líderes religiosos, como padres, foram deportados e mortos.

De acordo com Velho Barreto, a maioria dos integrantes das igrejas, de modo geral, mas, sobretudo, da Igreja Católica, em particular, não viam com bons olhos o governo Jango e, de certa forma, apoiaram inicialmente os militares. “Mas, é importante frisar, alguns setores, que se mostrariam mais progressistas, romperam já nos primeiros meses com os militares em função da truculência logo demonstrada. Isso foi se ampliando e, em especial no final do regime civil-militar, as igrejas cumpririam importante papel na resistência democrática para a saída dos militares do poder. De toda forma, os setores mais ligados à Teologia da Libertação, que privilegiava a ação juntos aos setores mais necessitados da população, tiveram logo uma participação importante e, por isso, foram perseguidos”, analisou.

O cientista político também citou a participação favorável de religiosos nos atos militares, no entanto, de forma mais tímida. “Já religiosos mais conservadores chegaram mesmo até a colaborar, direta ou indiretamente, com o regime civil-militar. As opções ideológicas também existiam no interior das igrejas, daí uns terem sido perseguidos e outros, não”, acrescentou.

Uma das vítimas do golpe militar foi o padre italiano Vito Miracapillo, 66 anos. Expulso do Brasil em setembro de 1980 pelos militares da ditadura, ele celebra atualmente missas na Itália - onde mora.  Em entrevista ao Portal LeiaJá, o sacerdote avaliou o regime militar com uma afronta à vida. “Qualquer que seja a motivação para um golpe de Estado, toda ditadura é falta de respeito à própria dignidade humana, aos direitos fundamentais da cidadania, ao bem comum e ao futuro do povo”, descreveu.

Para o sacerdote a perseguição sofrida por ele se deu pelo fato de lutar pelos direitos humanos. “Porque eu era contrário aos interesses dela (da ditadura) e trabalhava pelos direitos humanos, trabalhistas e civis do povo”, justificou relembrando ter sido ameaçado “em muitas ocasiões por parte de pessoas e capangas ligados ao poder econômico da Mata Sul”, acrescentou.

Apesar de ser expulso do Brasil, o religioso não demonstrou remorso com os praticantes das injustiças do golpe militar, mas fez um pedido. “Que se convertam antes de enfrentar a justiça de Deus e que colaborem com as autoridades, hoje, para que o povo brasileiro fique a par do que se passou e dos responsáveis morais dos crimes”, ressaltou o padre, desejando paz às famílias das vítimas. “Honra a todas as vitimas da ditadura que lutaram e sonharam com um futuro de paz e de vida digna para o povo e solidariedade fraterna com os familiares delas, certos de que seus queridos estão nas mãos de Deus e um dia poderão reencontrá-los”, almejou.

Apoio da Igreja – Segundo o colaborador da Comissão Nacional da Verdade, Anivaldo Padilha, tanto a Igreja Católica como a Protestante tiveram papéis importantes na época da ditadura, porém incongruentes. “É importante identificar que o papel delas foi muito ambíguo, até mesmo contraditório, mas grande parte das lideranças das igrejas, bispos, cardeais, a própria CNBB e também líderes importantes das igrejas protestantes apoiaram o golpe do Estado e tiveram participação ativa na preparação dos crimes políticos. (...) As igrejas protestantes representavam menos de 5%, mas também conseguiu fazer um pouco de barulho e muitos de seus líderes participaram das campanhas anticomunistas”, pontuou.

Apesar do relato do padre Miracapillo e do caso de padre Henrique (veja mais detalhes abaixo), Padilha explicou que as igrejas só foram contra o golpe em um segundo período. “A partir do momento que a ditadura começou a mostrar a verdade com uma estrutura de repressão e tortura, é que muitas pessoas da Igreja começaram a ser atingidas e começou a ter certa inversão”, acrescentou.

Já o representante da Igreja Católica, o arcebispo de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido, relembrou (no vídeo abaixo) as perseguições religiosas no Estado, pontuou a visão da instituição, contou relatos que marcaram a vida dos líderes democráticos como padre Antônio Henrique Pereira e emitiu uma mensagem a todas as vítimas do golpe militar.

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Padre Henrique – Entre todos os casos de torturas e agressões ocorridas durante o golpe militar, um dos que mais chocou o Estado foi a morte do padre Antônio Henrique. Ligado ao arcebispo de Olinda e Recife, Dom Hélder Câmara, o jovem foi sequestrado, torturado e jogado próximo à Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), no bairro da Cidade Universitária, no Recife, em 1969. O crime, visto como uma barbárie, tinha como objetivo atacar o arcebispo, religioso desbravador dos direitos humanos e da paz.

De acordo a irmã do sacerdote, Isaíras Pereira, a saudade ainda “bate na porta” e a sensação de todo o sofrimento vivido com a perda do familiar ainda dói. “É lastimável. É realmente um período negro na vida dos brasileiros, mas que eu espero que sirva de lição. Só que as pessoas esquecem tão rápido, porque só quem guarda aquilo é quem foi prejudicado, mas os que foram beneficiados não guardam nada de ruim. Tem gente que teve vantagens financeiras”, desabafa.

Para Pereira, a morte do religioso, à princípio, foi uma grande surpresa. “Quando surgiu mesmo, não acreditávamos, porque se tem uma pessoa da família que tínhamos certeza que não aconteceria nada era ele, porque eu tinha dois irmãos mais velhos que gostavam de namorar muito e fazer uma farrinhas. Mas depois do crime ficamos sabendo de como a igreja tava sendo perseguida (...). Depois soubermos como era a vida dele e de Dom Hélder”, relembrou.

Ela relatou ainda toda a dificuldade da família em busca de provas sobre a morte do religioso, inclusive, a força de vontade da mãe de Antônio Henrique que fez faculdade em direito e se formou com mais de 50 anos de idade com o intuito de desvendar os mistérios do assassinato do filho. Outros relatos contados por Isaíras foram as perseguições sofridas porfamiliares do sacerdote, principalmente os irmãos. É esta perseguição que ainda incomoda a familiar. “Eu acho que a ditadura passou, mas ainda existem pessoas em pontos de comando que ainda estão atrapalhando a vida de pessoas que eles consideram ainda subversivas. Eu tenho uma irmã aqui na universidade que ainda sente esse problema”, disse.

Como o fato tomou ampla proporção, os familiares do padre elaboraram um livro sobre o crime. A obra, que é intitulada de ‘Dissimulações do Regime Militar de 64’ e relata detalhes do assassinato, das perseguições e da luta da família, contou com alguns colaboradores como o arcebispo de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido, e o cientista político, Túlio Velho Barreto. “Todo o episódio envolvendo o sequestro, a tortura e o assassinato do padre Henrique é chocante. A violência utilizada contra alguém absolutamente vulnerável, que andava sozinho e desarmado, apesar das constantes ameaças que sofria em função de seu trabalho social com jovens da periferia e das classes médias, foi covarde e dá bem a noção do que ocorria naqueles anos com quem não se alinhava aos militares e civis no poder”, contextualizou Barreto.

Decepcionada com a morte do irmão, Isaíras Pereira, afirmou não imaginar que o sacerdote fosse assassinato. “Nós não pensávamos nunca que pessoas, brasileiros, fossem capazes de fazer tantas maldades, de mentir (...). O meu irmão ainda estava fazendo o serviço pastoral e eles achavam que era comunista. (...). Quantos jovens estão aí desaparecidos em que os pais não sabem onde estão seus filhos. Viraram bicho a troco de dinheiro e, no final, tudo gira em torno do dinheiro. Existem uns que lutam por ideais, mas esses lutam pelo dinheiro”, cravou Isaíras Pereira.

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Quem foi ao Centro de Convenções de Olinda, nesse sábado (22), encontrou uma multidão de gente enfrentando fila no Teatro Guararapes para ver o novo espetáculo do humorista Eduardo Sterblitch, Poderoso Castiga e Banda. A comédia faz tanto sucesso que até ganhou mais uma sessão no Recife, que ocorreu às 18h desse mesmo dia. O show teve sua última apresentação às 21h30.

Sterblitch encarna o pastor Poderoso Castiga, que com sermões escrachados “liberta” o público do mau humor. O show começou com um suspense. Com todas as luzes do teatro apagadas, a banda que acompanha o humorista surgiu em diversas dimensões do palco. As backing vocals entoaram o primeiro “hino” do “culto” e a partir daí o público se rendeu às gargalhadas, principalmente nas participações do personagem Pedrinho.

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Dirigo por Rafael Queiroga, filho do músico pernambucano Lula Queiroga, o espetáculo é bem dinâmico e não falta interação entre Sterblitch e o público. O início do show é uma verdadeira sátira à igreja. O humorista cita três mandamentos totalmente no sense. Além disso, ele faz uma simulação de rituais cristãos cuja encenação arrancou aplausos do público. A banda também é um fator que merece ser destacado. O grupo é formado por um baixista, um guitarrista, um bateirista e duas cantoras. 

Não faltaram piadas durante todo o show. Pelo contrário, de uma brincadeira surgia outra, e o espetáculo acabou tendo mais de duas horas de duração. O tempo oficial é aproximadamente uma hora e meia. Até mesmo as cantoras Sandy e Anitta foram alvos de Sterblitch. A primeira foi mencionada durante uma piada sobre sexo anal devido à sua declaração acerca do assunto divulgada no twitter há alguns anos. Já a funkeira foi lembrada por ter tido um affair com o humorista Eduardo Sterblitch.

Um dos pontos altos do espetáculo foi quando Sterblitch chamou ao palco um casal que planeja se casar. Isso aconteceu porque o humorista queria provar que o casamento não é necessário. No entanto, o casal Carlisson e Débora provaram que o matrimônio é possível. Até o Facebook do rapaz de 27 anos foi aberto para todo mundo e a própria namorada visualizarem as conversas.  

As amigas Nayara Villas-Bôas e Ana Alice Santana são fãs de Eduardo Sterblitch desde o surgimento de seus quadros no programa Pânico. As duas ganharam os ingressos num sorteio e foram assistir ao novo show dele. Para Nayara, a melhor parte do show foi quando o casal subiu ao palco. “A parte do Facebook foi sensacional, além de ser uma sacada inteligente de Eduardo”, opina Nayara. 

Antes de encerrar o show, Sterblitch citou mais três mandamentos do Poderoso Castiga, totalizando seis, e terminou ao som do Lepo Lepo, hit do Carnaval 2014. Já os sermões do espetáculo possuem uma linguagem mais pesada, com palavrões em excesso e até gestos obscenos. A classificação indicativa é 18 anos.

Poderoso Castiga e Banda foi o segundo espetáculo de nível nacional que estreou no Teatro Guararapes após sua reforma. O primeiro foi no último final de semana, a peça Maria do Caritó, estrelada por Lília Cabral.

Em sua primeira entrevista desde a renúncia em 11 de fevereiro de 2013, o papa emérito Bento XVI classificou a Teologia da Libertação como seu primeiro grande "desafio" depois de ter sido nomeado prefeito das Congregação para a Doutrina da Fé em 1981 pelo então papa João Paulo II. Foi o então cardeal Joseph Ratzinger, futuro Bento XVI, que puniu entre outros o teólogo brasileiro Leonardo Boff um dos formuladores da teoria. A crítica à Teologia da Libertação aparece na entrevista publicada nesta sexta-feira (7), pelo jornal Corriere della Sera, e faz parte do livro que o vaticanista polonês Wlodzimierz Redzioch prepara sobre o papa João Paulo II - em 27 de abril, papa Wojtyla e o papa João XXIII serão canonizados pelo papa Francisco.

Nascido na argentina, Francisco conviveu com os teólogos da libertação em seu País e incentivou a ação dos padres que viviam em favelas de Buenos Aires. "Tanto na Europa quanto na América do Norte era difundida a opinião de que se tratava de um apoio aos pobres e, portanto de uma causa que sem dúvida se devia aprovar. Mas era um erro. A pobreza e os pobres eram sem dúvida colocados em evidência pela Teologia da Libertação mas, no entanto, em uma perspectiva muito específica. Não era questão de ajuda ou de reforma, mas da grande mudança que devia fazer nascer um mundo novo. A fé cristã era usada como motor por esse movimento revolucionário, transformando-se assim em uma força política. Naturalmente, essas ideias se apresentavam com diversas variantes e nem sempre se mostravam com absoluta clareza, mas, no todo, essa era a direção. A uma símile falsificação da fé cristã era necessário se opor até mesmo por amor aos pobres e em prol do serviço que deve ser feito para eles", disse Ratzinger.

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João Paulo II - O papa emérito afirma que o serviço em sua terra natal, a Polônia, fez João Paulo II decidir-se pelo enfrentamento da Teologia da Libertação. Desde 1945, a Polônia era governada pelos comunistas. Wojtyla, segundo Bento XVI, considerava que a libertação não devia ocorrer por meio da política, mas da fé, despertando os homens de forma autêntica. Ratzinger foi um dos mais estreitos colaboradores de Wojtyla a quem sucedeu no papado. "Que João Paulo II fosse um santo, percebi nos anos de colaboração com ele passo a passo de forma sempre mais clara", disse.

A Polícia Federal divulgou o resultado da perícia feita na Igreja Matriz dos Santos Cosme e Damião, em Igarassu, na Região Metropolitana do Recife, arrombada na tarde da terça-feira (4). Na ação, que envolveu três suspeitos e durou cerca de duas horas, foram levados dois objetos de prata tombados Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), uma naveta e uma colher. 

Os suspeitos entraram pela igreja pulando um muro pela parte da frente da Igreja e em seguida cortaram a energia elétrica, arrombaram duas portas e reviraram a sala da sacristia e o baú onde os objetos estavam guardados, e fugiram. Uma hipótese considerada é a possibilidade de os suspeitos já terem conhecimento prévio da rotina da igreja e do local onde as peças eram guardadas.

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Através da perícia feite, conseguiu-se levantar fragmentos de impressões digitais colhidas num ventilador, que serão lançadas no banco de dados criminal da Polícia Federal, e os integrantes da igreja darão esclarecimentos sobre os fatos na investigação. Quem tiver qualquer informação que ajude a Polícia Federal a identificar a localização dos suspeitos pode fazer uma denúncia através do número 3421-9595.

Roubar e comercializar peças são crimes contra o patrimônio nacional previstos em lei. A pessoa pode ser multada e corre risco de detenção de até três anos. A Igreja Matriz de Igarassu é uma das mais antigas do Brasil, sendo construída em 1535.

O cardeal-arcebispo de São Paulo, d. Odilo Scherer, está só aguardando a definição da data de canonização do Beato Padre José de Anchieta para acertar uma série de comemorações, na arquidiocese, em homenagem ao missionário jesuíta que, ao lado do Padre Manoel da Nóbrega, foi um fundadores da cidade, no Pátio do Colégio.

"O papa Francisco assinará o decreto de canonização no início de abril, portanto daqui a um mês, mas ainda não sabemos em que dia isso será feito", disse d. Odilo, neta quarta-feira, 5, em entrevista convocada para a abertura da Campanha da Fraternidade. O cardeal se reunirá nesta quinta-feira, 6, com o clero para planejar a celebração. "Vou mandar tocar os sinos de todas as igrejas na mesma hora para manifestar a nossa alegria", adiantou.

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A festa pela canonização de Anchieta, que foi declarado beato por João Paulo II em 1980 e agora será proclamado santo, envolverá a sociedade civil e instituições que, como a Fundação Padre Anchieta (Rádio e TV Cultura), estão ligadas a seu nome. Haverá um ato público com a presença de autoridades civis e religiosas. As comemorações se realizarão em diversas etapas e em várias cidades.

"Estamos envolvidos na canonização há bastante tempo, eu e todos os bispos brasileiros", observou o cardeal de São Paulo, lembrando que no ano passado os participantes da assembleia geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) enviaram uma petição a Francisco, com um apelo para que Anchieta fosse declarado santo logo. A opção por um decreto, em vez de uma solenidade na Praça de São Pedro, no Vaticano, foi do papa.

Sobre o lançamento da Campanha da Fraternidade, cujo tema na quaresma de 2014 é Fraternidade e Tráfico Humano, d. Odilo afirmou que a exploração da pessoa é uma realidade aviltante que não está tendo suficiente atuação das autoridades. "Temos no Brasil delitos perversos que só se pode combater, se tivermos grande consciência social", advertiu.

O texto-base da Campanha da Fraternidade enumera quatro tipos de exploração da pessoa: exploração no trabalho, tráfico de órgãos, exploração sexual e exploração do trabalho de crianças e adolescentes. Entre as medidas que já vêm sendo tomadas pela Igreja para eliminar esses males, o arcebispo de São Paulo cita a conscientização dos fiéis, o apoio às vítimas e a ação pastoral.

Nesta quarta-feira (5), o arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido, presidiu a Missa de Cinzas, celebração que marcou o início da Quaresma e da Campanha da Fraternidade (CF) 2014. Fieis lotaram a Igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem, na Zonal Sul do Recife, ao ponto de não ter espaço dentro da capela e muitos terem que acompanhar a atividade do lado de fora.

Dom Fernando Saburido ressaltou a importância do tema “Fraternidade e Tráfico Humano”, neste ano de importantes eventos. “É ano de Copa do Mundo, o que pode favorecer as ações de aliciadores e exploradores. Também é ano de eleições; precisamos estar alertas às falsas promessas, já que os candidatos quase sempre esquecem do compromisso com a população”, disse o arcebispo.

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O sacerdote lembrou da necessidade de maior vigilância em locais vulneráveis, como no próprio bairro de Boa Viagem, onde o turismo sexual é muitas vezes visível na orla. “No Cabo de Santo Agostinho, com o desenvolvimento de Suape, também em Igarassu, Olinda, todas são regiões propensas a explorações de vários tipos”, enfatizou dom Fernando. Durante a Missa, os padres abençoaram os fieis com simbólicas cruzes de cinzas na testa, que representam as mudanças e a superação dos pecados.

“Em nossas orações, esperamos a diminuição do tráfico de pessoas e começamos a nos preparar para a Páscoa. A cinza recebida por todos deve ser um símbolo de redenção”, afirmou a aposentada Silvia Alencar.

Do lado de fora, o fervor dos católicos não era menor. Sempre presente nas Missas de Cinzas, a fiel Maria Conceição Soledade foi para pedir pela família e por todo o mundo. “Peço tanta coisa, para os meus filhos, a família toda, mas também pelo mundo. Há tanto mal que preisamos pedir proteção para as pessoas que praticam tais atos”. 

Campanha da Fraternidade - Projeto anual realizado pela Igreja Católica Apostólica Romana no Brasil, desde 1962. Sempre são definidos um tema (realidade concreta a ser transformada) e um lema (guia para se buscar a transformação),  apresentado no período da Quaresma e trabalhado durante todo o ano.

Quarta-feira de Cinzas – Este é o primeiro dia da Quaresma no calendário cristão ocidental. As cinzas que os cristãos católicos recebem neste dia é símbolo de reflexão sobre o dever da conversão, da mudança de vida, recordando a efemeridade da vida humana, sujeita à morte. Ela ocorre quarenta dias antes da Páscoa sem contar os domingos. Seu posicionamento varia a cada ano, dependendo da data da Páscoa.

Quaresma – Chama-se Quaresma os 40 dias de jejum e penitência que precedem à festa da Páscoa. Essa preparação existe desde o tempo dos Apóstolos em memória ao jejum de Jesus Cristo no deserto, antes de voltar a Jerusalém para ser condenado e morto. Durante esse tempo, a Igreja veste seus ministros com paramentos de cor roxa e suprime os cânticos de alegria: O “Glória”, o “Aleluia” e o “Te Deum”.

A Quaresma começa na Quarta-feira de Cinzas e termina na quarta-feira da Semana Santa. O período é reservado para a reflexão e à conversão espiritual. Nesse tempo a Igreja Católica propõe três grandes linhas de ação: a oração, a penitência e a caridade.

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A Matriz dos Santos Cosme e Damião, considerada a igreja mais antiga do Brasil ainda de pé, em Igarassu, na Região Metropolitana do Recife (RMR), foi arrombada durante o feriado do Carnaval. De acordo com o Padre Rosivaldo, os responsáveis pela paróquia perceberam que algo estava errado por volta das 19h da terça-feira (4), quando as luzes da Igreja estavam apagadas.

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“Não tenho suspeitas e nem cabe a mim julgar alguém, mas acreditamos que a ação tenha acontecido pela tarde”, revelou o padre, que acredita que as pessoas que tenham feito isso estavam atrás de dinheiro. “Entraram pela sacristia e de lá tiveram acesso aos outros cômodos”.

O representante da igreja informou que várias gavetas foram reviradas e bagunçadas, mas que somente deu falta da naveta, instrumento de prata que guarda o incenso utilizado durante as celebrações de missa.

“Graças a Deus não levaram nenhuma imagem sacra”, acrescentou aliviado. O padre já fez um boletim de ocorrência na Delegacia de Polícia de Igarassu e ainda nesta quarta-feira (5) uma equipe irá ao local para fazer a perícia.

Movimentos de sem-terra reunidos na Frente Nacional de Lutas (FLN), articulada por José Rainha Júnior, invadiram até uma fazenda doada para a Igreja Católica, neste sábado (1°) durante o "Carnaval vermelho". A fazenda Vista Alegre, em Marabá Paulista, com cerca de 400 hectares pertencia à família de duas freiras que a doaram à Diocese de Presidente Prudente.

A igreja arrendou as terras para criação de gado e plantio de melancia. De acordo com um dos líderes da Frente, Rubens Germano, a intenção é obter a gleba para assentar famílias. "Terra de Deus é terra do povo", disse. É a primeira vez que uma área da Igreja Católica é invadida na região com a maior concentração de conflitos fundiários no Estado.

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Através da Comissão Pastoral da Terra (CPT), a Igreja tem dado franco apoio aos movimentos de luta pela terra e protagonizado diretamente ações contra o latifúndio. No Pontal, em ocasiões anteriores, a diocese manifestou apoio à liderança de José Rainha, mesmo nas ocasiões em que ele foi preso por crimes ligados à questão agrária. Procurado pela reportagem, o bispo de Presidente Prudente, d. Benedito Gonçalves dos Santos não foi encontrado.

Na tarde deste sábado, a Frente anunciava ter ocupado vinte propriedades rurais nas regiões do Pontal do Paranapanema, Alta Paulista e Noroeste do Estado, mas a Polícia Militar só tinha informação sobre onze invasões. Entre as áreas tomadas pelos sem-terra estão as fazendas São Luiz e Urupê, do grupo sucroalcooleiro Decasa, em Marabá Paulista.

De acordo com Rainha Júnior, o objetivo é chamar a atenção dos governos estadual e federal para o descaso com a reforma agrária. Um documento com reivindicações foi encaminhado à presidente Dilma Rousseff. A Frente é composta por grupos dissidentes do Movimento dos Sem-Terra (MST), como o MST da Base, e sindicatos rurais ligados à Confederação de Agricultores Familiares e Empreendedores Rurais (Conafer).

O Papa Francisco, que prometeu aproximar a Igreja Católica da vida moderna, disse nesta sexta-feira que os casais que fracassaram em manter o matrimônio não devem ser condenados. A declaração acontece num momento em que a Igreja católica está em pleno debate sobre os divorciados que voltaram a se casar.

"Quando o amor fracassa, e fracassa muitas vezes, devemos sentir a dor desse fracasso, acompanhar a pessoa que tenha sentido o fracasso de seu amor", afirmou o Papa durante a missa diária que realiza no Vaticano. "Não devemos condená-los! É preciso caminhar com eles!", afirmou Francisco.

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"Devemos ficar perto dos irmãos e irmãs que sofreram o fracasso do amor em suas vidas", insistiu o chefe da Igreja católica. Francisco insistiu, ao mesmo tempo, na beleza do matrimônio cristão, da união de um homem com uma mulher, "a obra-prima da criação".

O tema dos divorciados que voltam a se casar é fonte de atritos dentro do Vaticano. A questão principal se remete ao direito dos divorciados que voltam a contrair matrimônio de participar na parte mais sagrada da missa católica, a comunhão. Em conformidade com as regras atuais, isso é proibido, mas na prática essa exclusão não é aplicada.

O cardeal Philipe Barbarin, arcebispo de Lyon, na França, afirmou à rádio Vaticano que uma reunião de cardeais de todo o mundo que aconteceu este mês na Santa Sé dedicou "de 80 a 90%" do tempo a discutir esta questão.

Inúmeros casais em países ocidentais, assim como teólogos e bispos, pedem que a regra atual seja modificada. Em compensação, o cardeal alemão Ludwig Mueller, Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, afirmou que é impossível mudar as regras e que as pessoas devem deixar de pensar no casamento como "uma festa em uma igreja".

O cardeal hondurenho Oscar Andrés Rodríguez Maradiaga, membro do conselho de oito cardeais formado pelo sumo pontífice para assessorá-lo, adotou uma postura mais branda e pediu a Mueller que fosse "mais flexível".

Um estudo da cadeia de língua espanhola Univisión em 12 países de maioria católica estabeleceu que 75% dos europeus, 67% dos latinos e 59% dos americanos não estão de acordo com a Igreja católica neste tema, enquanto que na África apenas 19% dos entrevistados são contra.

Trata-se de uma questão que provoca uma grande angústia em muitos casais católicos, que dizem ser tratados como fieis de segunda categoria. A questão de permitir que os divorciados que contraíram matrimônio pela segunda vez recebam a sagrada comunhão afetaria milhões de católicos em todo o mundo. Apenas nos Estados Unidos, 25% dos casais católicos acabam pedindo divórcio.

Alguns teólogos e clérigos pediram mudanças para facilitar a anulação dos casamentos quando for possível alegar que o matrimônio aconteceu por pressão social ou que não foi plenamente compreendido. Um novo casamento seria então autorizado, em conformidade com as regras da Igreja católica, e se permitiria que o casal recebesse a sagrada comunhão.

Outra possibilidade seria o modelo ortodoxo, que permite que alguns divorciados se casem novamente na Igreja e recebam a sagrada comunhão, mas no segundo casamento só seria uma bênção, e não considerada um sacramento.

O beato Padre José de Anchieta será declarado santo, por decreto do papa Francisco, no início do mês de abril, anunciou nesta quinta-feira (27) o arcebispo de Aparecida (SP), cardeal D. Raymundo Damasceno Assis, em entrevista ao repórter Silvonei José, na Rádio Vaticano. A notícia é surpreendente, porque não se esperava que a cerimônia de canonização fugisse às regras da Congregação para as Causas dos Santos, que vinha trabalhando para acelerar o processo de Anchieta.

Segundo D. Damasceno, a canonização por decreto, em vez de uma celebração solene na Praça de São Pedro, foi decisão pessoal do papa, que na mesma data, a ser ainda fixada, vai declarar santos dois missionários canadenses. A assinatura do decreto ocorrerá antes da canonização dos papas João XXIII e João Paulo II, marcada para o dia 27 de abril, que deverá atrair mais de 2 milhões de pessoas.

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"Vamos comemorar de uma maneira simples a canonização do Padre Anchieta a partir da assinatura do decreto, que corresponde a uma forma equivalente à proclamação solene de um santo", anunciou d. Damasceno. Em seguida, haverá outras comemorações, a começar por uma missa celebrada em conjunto com os canadenses numa paróquia romana e por outra missa, a ser presidida por Francisco no Colégio Pio Brasileiro, em Roma. A data depende da agenda do papa.

No País. D. Damasceno, que é também presidente da CNBB, adiantou que haverá grandes celebrações pela canonização de Anchieta, durante a assembleia-geral do episcopado em Aparecida, na primeira quinzena de maio, e nas cidades em que ele atuou como missionário: São Paulo, Rio, Vitória e Salvador. O cardeal prevê ainda que haja comemorações também nas Ilhas Canárias, onde José de Anchieta nasceu em 1534, e em Portugal, onde ele se tornou jesuíta e estudou.

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