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O Dia de Reis, celebrado neste sábado (6), marca o fim das celebrações de Natal. No Recife, um cortejo de pastoris realizou uma caminhada para a tradicional celebração da Queima da Lapinha, saindo do Pátio do Livramento até o Pátio de São Pedro, no bairro de Santo Antônio. 

A prefeitura realizou o evento, reunindo 15 grupos de pastoril, além de blocos líricos, levando a lapinha, feita de palha e folhas secas, para ser queimada ao final da passeata. A tradição reza que pedidos e desejos para o ano que começa devem ser jogados na fogueira, para que sejam realizados.  

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Visitantes se encantam 

Por fazer parte da cultura popular, muitas pessoas já conhecem e gostam de prestigiar o cortejo. É o caso de Fabio dos Santos Cardoso, 42 anos, historiador, professor e catequista, que vai todos os anos ver a queima. “É uma coisa cultural e é uma coisa muito boa também, a gente participa, a gente vê essa junção do final do ciclo natalino pro início do ciclo carnavalesco”, comentou. 

“Todos os anos a gente vê os pastoris, as meninas de azul, vermelho, a Diana que usa as duas cores. Isso tudo é muito bom e eu acho que isso é a cultura de Pernambuco falando para o mundo”, concluiu. 

Por outro lado, a tradição ainda é novidade para outra parcela da população, como é o caso de Regina Cabral, moradora do bairro de Casa Forte, que compareceu pela primeira vez ao evento, acompanhada de duas irmãs, marido e filha. 

“Eu quero realmente conhecer, porque eu não nunca vi. Pra saber como é que é, qual é o processo, como é que é feito, eu vi que vai ter pastorinho, vai ter bloco lírico. É assim né? Para ver como é que é. Pra conhecer realmente”, disse. 

Tradição para quem participa 

O evento, por mais especial que seja para todos, traz uma animação ainda maior para quem participa do desfile, como as integrantes dos pastoris. A emoção toma conta de Juliana Andrade, de 38 anos, que participa das festividades do Pastoril Menino Jesus de Vovó Bibia desde os dois anos de idade, e atualmente dirige as coreografias para as crianças. 

“É uma que veio da minha avó. Ela juntou as netas para dançar pastoril alegrar a entrega das cestas básicas no Natal, ela teve muita neta, e eu cresci todo final de ano estando num pastoril, costurando as roupas, ensaiando, indo dançar no Hospital do Câncer, em instituição de idosos. E me emociona. É só escutar qualquer música de pastoril que para mim bate lá dentro porque tá no sangue, tá enraizado”, compartilhou. 

O cortejo saiu do Pátio do Livramento às 18h em direção ao pátio de São Pedro, e foi recebido por uma multidão que aguardava sua chegada para os desfiles dos pastoris e dos blocos líricos, além do momento aguardado da queima da lapinha.

 

As celebrações de véspera de Natal, neste sábado e domingo (23 e 24), serão realizadas por entidades cristãs no Grande Recife. A Igreja Anglicana, localizada no bairro do Espinheiro, zona norte do Recife, oferece na programação um Auto de Natal, que vai retratar o nascimento de Jesus. Já Arquidiocese de Recife e Olinda organiza a Missa de Natal no Quartel do Derby, na área central da capital. 

O Auto de Natal será apresentado em duas sessões, neste sábado (23), às 18 e às 20h30. A peça conta com cerca de 60 pessoas, sendo 20 crianças, além de outras 30, responsáveis pela logística das apresentações. A expectativa é que a igreja receba cerca de 250 pessoas por sessão. As celebrações de Natal da Diocese Anglicana se encerram no domingo (24), com o culto das 17h. 

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Crianças do coro ensaiam a apresentação deste sábado (23). Foto: Duda Dias 

A Missa de Natal no Quartel do Derby, organizada pela Arquidiocese de Recife e Olinda, será realizada este ano às 19h. A antecipação do horário foi decidida pelo capelão da Polícia Militar, padre Augusto César Figueiroa, com o intuito de dar mais comodidade e segurança às famílias que se dirigem ao local. A celebração começa às 18h, com apresentação do Coral do Movimento Pró-Criança, e da banda da Polícia Militar, às 18h30. A missa começa às 19h, sendo celebrada pelo arcebispo de Olinda e Recife, dom Paulo Jackson. 

Quartel do Derby, no Recife. Foto: Divulgação/Ascom/PM

 

O período de fim de ano é um momento especial para celebrar entre amigos e familiares, e uma das tradições que marca a maioria das confraternizações é a troca de presentes, coroada pela tradicional brincadeira do amigo secreto. Apesar de ser um jogo divertido, com surpresas e mistérios, as pessoas sempre buscam formas diferentes de fazer, para sair da rotina e animar ainda mais a festa. Confira aqui algumas dicas de amigo secreto que são destaque nas redes sociais. 

Amigo doce com dinheiro 

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O último sorteado leva o último presente e o dinheiro acumulado. Foto: Reprodução/redes sociais 

Uma das ideias virais deste ano foi um amigo secreto realizado por uma família, onde cada participante leva um chocolate e R$ 10. Os presentes e o dinheiro são colocados em um único lugar, à vista de todos, e em um pequeno recipiente são colocados os nomes das pessoas. À medida que os participantes são sorteados, podem escolher um presente disponível, e a sorte estará com a última pessoa, que leva o que restar e o dinheiro. 

Corte a corda para puxar seu presente 

Crianças e adultos podem participar da brincadeira. Foto: Reprodução/redes sociais 

Outra forma de dinamizar o amigo secreto é pendurar todos os presentes, tendo acordado entre os participantes de levarem itens de pequeno porte, em barbantes, passando todos eles por um copo descartável ou um funil, de modo que não seja possível saber a correspondência das cordas penduradas. Cada participante escolhe um barbante para cortar e receber o presente que cair. Dessa forma o mistério continua por toda a brincadeira. 

Amigo secreto em lugares inusitados 

Amigas fizeram a brincadeira no lugar onde se conheceram, o ônibus. Foto: Reprodução/redes sociais 

Uma forma diferente de fazer a troca de presentes é escolher um local específico, que pode tornar a brincadeira inusitada. Um grupo de amigas, que se conheceram pegando o mesmo ônibus todos os dias a caminho do trabalho, resolveu fazer o amigo secreto no lugar onde se deu início a amizade. A ideia pode parecer uma surpresa até para os demais passageiros. 

Festa das cores 

Os presentes devem conter a cor que cada participante estiver usando. Foto: Reprodução/redes sociais 

Outro tipo de amigo secreto, também bastante comum, é fazer com o tema da festa das cores. Cada participante, ao saber quem tirou no sorteio, deverá levar o presente com uma única cor predominante, e também deverá ir vestido com a mesma cor do presente. A ideia é fazer uma troca de presentes animada e também bastante colorida. 

Presentes temáticos 

Amigas fãs de dramas coreanos trocaram presentes com fotos de seus ídolos. Foto: Reprodução/redes sociais 

Ainda dentro de dicas de amigos secretos com temas, outra sugestão que dá certo é encontrar algo em comum entre todas as pessoas participando, e dar presentes que tenham a ver com esse universo. Um grupo de amigas fãs de drama coreano, conhecido como dorama, resolveu fazer a troca de presentes com essa temática, que divertiu e alegrou a todas. 

Amigo secreto no shopping 

O desafio é comprar o presente em 30 minutos gastando apenas 30 reais. Foto: Reprodução/redes sociais 

Para quem não tem tempo a perder, outra ideia é de juntar os amigos em um shopping e fazer todas as etapas do amigo secreto durante o passeio: sorteio, compra e troca dos presentes. O desafio aparece, no entanto, por haver um limite de tempo e de preço, por exemplo, 30 minutos para comprar algo de até 30 reais. A correria deixa a brincadeira divertida e ainda mais dinâmica. 

Amigo secreto de família 

A ideia é dar um presente que toda a família possa usar. Foto: Reprodução/redes sociais 

Por fim, também é possível fazer uma brincadeira para unir ainda mais as famílias, tendo como regra principal que seja dado apenas um presente por grupo familiar, sendo algo que todos utilizem. Dessa forma, o presente será lembrado por todos os integrantes. 

 

A Escola Técnica Estadual (ETE) Deputado Afonso Ferraz, em Floresta, no Sertão pernambucano, promove  I Missa do/a Vaqueiro/a nesta sexta-feira (22). A celebração terá como homenageada Soneide Vaqueira,  importante representante feminina da cultura vaqueira florestana, e será no  jardim externo da unidade de ensino. A iniciativa faz parte da culminância da disciplina eletiva “Sertão dos/as Encourados/as: memória, história e cultura da vaqueirama florestana”.

 “São 65 edições, essa missa é celebrada desde 1958, mas nunca se flexionou o gênero. A Soneide Vaqueira tem fama regional e nacional. Ela estampa livros, reportagens, documentários e matérias de TV. Porém, é a primeira vez que uma mulher vaqueira é a homenageada principal de um evento dessa magnitude”, explica o docente Paulo Henrique Novaes, que ministrou a disciplina.

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De acordo com a ETE, a culminância do projeto seguirá todos os ritos do evento original: desfile tradicional dos vaqueiros e vaqueiras pelas principais ruas da cidade, missa campal, que será celebrada pelo padre Luciano Aguiar, e atração local de forró de vaquejada, representada pelo cantor Dilsinho Vaqueiro. “Foi um trabalho integrado para entender que a pessoa é atravessada por vários marcadores sociais, como raça, etnia e gênero. Como uma forma de combinar esse trabalho com essas teóricas do feminismo, nós fizemos cartografias imagéticas de Soneide Vaqueira e a biografia dela”, aponta o professor. 

Serviço

I Missa do/a Vaqueiro/a da ETE Deputado Afonso Ferraz

Jardim externo da escola - Avenida Deputado Audomar Ferraz, 99, Floresta 

Sexta-feira (22), às 16h

gratuito

Após antecipar em mais de três meses a divulgação de parte das principais atrações do Carnaval, o Recife dá mais um passo importante com o objetivo de fortalecer a sua estratégia de atração e promoção turística para grandes eventos. Agora, a Prefeitura, através da Secretaria de Turismo e Lazer, avança em um modelo inovador de celebração do Réveillon, com uma parceria inédita com a iniciativa privada para a realização de três dias de festividades na orla, no Polo Pina, sem custos para os cofres municipais e com acesso gratuito para a população. As comemorações começam no dia 29, passando pelo dia 30 e têm a sua apoteose na noite do dia 31 de dezembro.

“O mundo realiza grandes festas de réveillon, atraindo milhares de turistas nesse período. O Recife não pode ficar de fora desse importante circuito. Estamos inaugurando na capital pernambucana um novo formato, com um novo modelo  de concessão, que vai contribuir para baratear e abrilhantar essa bonita festa global, que é pública”, destaca o secretário Antonio Coelho. O gestor pontua, ainda, a forte repercussão de um evento desse porte para a economia recifense. O aumento na atração de turistas e o fortalecimento do segmento turístico do Recife são dois dos principais pontos elencados pelo gestor.

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O Réveillon  promove impacto direto na rede hoteleira, na movimentação aérea, no fluxo de bares e restaurantes, no comércio, no transporte, para o ambulante e vários outros setores da cadeia produtiva da capital. A administração municipal estima que cerca de 350 mil pessoas devam participar da festa. 

Para tirar do papel esse novo formato, a Prefeitura do Recife vai contar com a ação de um parceiro privado; um permissionário selecionado pela gestão municipal por meio de um processo licitatório, cujo contrato terá duração de dois réveillons. A empresa vencedora será responsável pela realização de todo o evento, desde a montagem da estrutura até a contratação de shows. Há, como contrapartida, previsão da exploração comercial de uma área próxima ao palco. 

O investimento privado, neste primeiro ano, está orçado em cerca de R$ 7 milhões. Um modelo que irá gerar economia de recursos ao erário municipal ao mesmo tempo em que garantirá a munícipes e turistas o acesso a uma estrutura ainda mais robusta e a uma festa à altura da cidade. Na próxima semana, serão divulgadas todas as atrações do Réveillon 2024.

POLOS DESCENTRALIZADOS - O fim de ano recifense ainda segue com mais novidades, como a criação de novos polos e a ampliação dos pontos da tradicional queima de fogos. Além da celebração que ocorrerá no Polo Pina, a Prefeitura do Recife promoverá festividades em três polos descentralizados, possibilitando que mais recifenses possam acompanhar a chegada de 2024 com muita música e boas energias, na Lagoa do Araçá, Ibura e no Morro da Conceição.

*Via assessoria de imprensa.

O manguebeat, movimento artístico-cultural surgido  na década de 1990 no Recife, acaba de ganhar um dia no calendário comemorativo de Pernambuco: 13 de março.  A data foi instituída, através de projeto de lei de autoria da deputada Dani Portela (PSOL), e a decisão publicada no Diário Oficial do último sábado (2). 

Em 2009, o movimento artístico-cultural Manguebeat foi considerado Patrimônio Cultural Imaterial do Estado de Pernambuco, através da Lei nº 13.853, de 19 de agosto de 2009. O objetivo de instituir do Dia Estadual do Manguebeat é reconhecer  e valorizar as culturas regionais e periféricas,

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A cantora Maria Gadú, uma das grandes vozes contemporâneas do MPB, voltará ao Recife para celebrar seus 20 anos de carreira com o show “Quem sabe isso quer dizer amor”, em apresentação única no próximo sábado (26 de agosto), às 21h, no Teatro Guararapes.

Trata-se do show do novo projeto da artista, seu quarto álbum de estúdio, onde Gadú reverencia e celebra a Música Popular Brasileira, além de se revelar multi-instrumentista. 

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O espetáculo traz interpretações singulares de Maria para uma seleção especialíssima de canções de grandes nomes da música popular brasileira que marcaram a sua vida e músicas autorais memoráveis. Acompanhada de sua banda, a cantora e compositora vai apresentar regravações de grandes nomes da MPB, como Caetano Veloso, Gonzaguinha, Marisa Monte, Rita Lee e Renato Russo, além de três faixas internacionais – em inglês, espanhol e italiano.

Segundo Maria, o projeto exalta a arte, a solidão, as novas experiências, o novo, o velho e o eterno. “Reverencio, me arriscando em novas falanges da musicalidade, artistas que acompanham minha alma há muitos anos”, diz.

Depois de passar por capitais como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, chegou a vez do público e fãs do Recife se emocionarem com o novo trabalho, mais íntimo da cantora.  “Quem sabe isso quer dizer amor” faz uma imersão no universo particular da artista, onde é possível vê-la mais completa “O processo desse projeto foi intenso, demorado e amoroso. Solitário e povoado, arrumado e bagunçado, feito nosso dia a dia. Todas as canções foram escolhidas ao logo de anos, em idades diferentes, com alegrias e dores. O cotidiano com música, é muito mais belo”, conta a artista.Quem assina a produção local do show é a Luni Produções, e os ingressos estão à venda na bilheteria do teatro e no site Sympla, com valores de R$70 a R$200.

“Quem sabe isso quer dizer amor” 

Lançado na véspera do seu aniversário,  o disco, co-produzido por Big Rabello e Felipe Roseno, traz a artista multi-instrumental, comprovando sua versatilidade e pluralidade tanto como intérprete quanto como musicista. O projeto conta ainda com versão audiovisual, veiculada no canal do Youtube da artista. 

Carreira – A música na vida da artista começou ainda quando criança, quando brincava de ser cantora, fazia gravações em fitas e tocava violão. 

Aos 13 anos, começou a fazer shows em bares e festas da família, mas foi aos 22 anos que ficou conhecida nacionalmente com o hit “Shimbalaliê”. Do seu primeiro álbum, a música fez parte da trilha sonora da novela “Viver a Vida” (2009) e foi composta por ela quando tinha apenas 10 anos. Ainda do disco de estreia, uma regravação de “A história de Lilly Braun” entrou na trilha da minissérie global “Cinquentinha”. 

Em 2010, participou do show do cantor sueco-americano Eagle-Eye Cerry, em São Paulo, além de ter participado do CD e DVD de Ana Carolina. Lançado em 2011, o segundo álbum “Mais Uma Página” contou com a participação de Lenine e do cantor português Marco Rodrigues. No mesmo ano, o canal Multishow lançou o CD e DVD ao vivo “Maria Gadú e Caetano Veloso”, resultado da turnê nacional feita pelos dois artistas. 

Em 2016, aconteceu o lançamento do seu terceiro álbum “Guelã”, quando ela intensificou seu ativismo pelas causas indígenas, LGBTQIA+, feminista, antirracista, se tornando uma voz importante para esses movimentos no País. Em 2019, levou sua turnê para Europa e fez parte da turnê “Clube da Esquina” de Milton Nascimento. Em toda sua carreira, Gadú acumula cinco indicações ao Grammy Latino e os prêmios Multishow, em 2010, e da Música Brasileira (2017), além de contar com mais de 20 canções que viraram trilha sonora de novelas e séries. 

SERVIÇO:


Show Maria Gadú - “Quem sabe isso quer dizer amor”
Quando: 26 de agosto (sábado), às 21h
Onde: Teatro Guararapes – Centro de Convenções de Pernambuco (Av. Prof. Andrade Bezerra, S/N, Salgadinho, Olinda-PE)
Informações: 81 99601-5786 (whatsapp)
Ingressos: Sympla - MariaGadú

 

*Via assessoria de imprensa. 

O Exército Brasileiro retomou neste ano a prática de não divulgar a Ordem do Dia com nota alusiva ao 31 de março, data marcada pelo golpe de 1964, que deu início à ditadura militar no Brasil. A definição havia sido dada pelo novo comandante da Força, o general Tomás Paiva, que teria alegado que "o normal" seria não existir esse documento.

Em nota enviada ao Estadão, o Exército confirmou que não houve "comemoração ou ato oficial relativo ao 31 de março de 1964". A prática tinha sido inicialmente interrompida durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), mas foi retomada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

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Em 2019, o então presidente determinou ao Ministério da Defesa que fizesse as "comemorações devidas" do golpe de 1964. Por quatro anos, então, o Exército Brasileiro passou a divulgar uma Ordem do Dia na data em questão, relembrando a ditadura a partir de dois vieses: de que o evento só pode ser compreendidos a partir do contexto da época e de que a função das Forças Armadas foi assumir a responsabilidade de pacificar o País com apoio da sociedade, dos empresários e da imprensa.

CONFIRA O HISTÓRICO:

2019

Assinada pelo então Ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, e pelos três comandantes das Forças Armadas, a primeira Ordem do Dia do Exército no governo de Bolsonaro não classificava o regime militar como uma ditadura que se originou de um golpe de Estado. "As Forças Armadas participam da história da nossa gente, sempre alinhadas com as suas legítimas aspirações. O 31 de Março de 1964 foi um episódio simbólico dessa identificação", disse.

O texto ainda insere o golpe de 64 em um ambiente mundial de "avanço de ideologias totalitárias", cita o comunismo e o nazifascismo como "faces de uma mesma moeda" e defende que "contra esses radicalismos, o povo brasileiro teve que defender a democracia com seus cidadãos fardados". Em outro trecho, eles afirmam que o apoio popular incentivou a atitude dos militares. "As Forças Armadas, atendendo ao clamor da ampla maioria da população e da imprensa brasileira, assumiram o papel de estabilização daquele processo."

Por fim, a Ordem do Dia afirma que "as lições aprendidas com a história foram transformadas em ensinamentos para as novas gerações."

2020

No ano seguinte, a Ordem do Dia alusiva ao dia 31 emitida pelo Ministério da Defesa definiu o golpe militar como um "marco para a democracia" e justificou o episódio como uma reação do Brasil "às ameaças que se formavam àquela época". O documento repetiu a ideia já comentada em 2019 sobre avanço ideologias totalitárias. Em um outro trecho, como justificativa do golpe, a Ordem do Dia repete que ação dos militares teve apoio da sociedade brasileira, dos empresários e da imprensa.

A carta ainda diz que uma das consequências do golpe foi o Brasil ter alcançado a posição de oitava economia do mundo. "O Brasil evoluiu, tornou-se mais complexo, mais diversificado e com outros desafios. As instituições foram regeneradas e fortalecidas e assim estabeleceram limites apropriados à prática da democracia", disse.

O texto finaliza afirmando que o golpe de 1964 foi um marco para a democracia brasileira por ter evitado avanços de "sonhos utópicos com promessas de igualdades fáceis". "Os países que cederam às promessas de sonhos utópicos, ainda lutam para recuperar a liberdade, a prosperidade, as desigualdades e a civilidade que rege as nações livres."

2021

No terceiro ano do governo Bolsonaro, a Ordem do Dia alusiva ao dia 31 defendeu que a "liberdades democráticas que hoje desfrutamos" foram conquistadas a partir do momento em que as Forças Armadas assumiram "a responsabilidade de pacificar o País" por meio do golpe de 1964.

Assinado pelo general Braga Netto, o documento define a ditadura como uma "transição sólida, enriquecida com a maturidade do aprendizado coletivo" que fez o País multiplicar suas capacidades e mudar de estatura.

A diferença dos documentos anteriores foi que, em 2021, o Ministério da Defesa adicionou lideranças políticas e igrejas como apoiadores do golpe junto com a imprensa, o segmento empresarial e outros setores da sociedade.

2022

Em ano eleitoral, a Ordem do Dia alusiva ao dia 31 de março classificou a ditadura como um "marco histórico da evolução política brasileira, pois refletiu os anseios e as aspirações da população da época" e defendeu a necessidade de ter "isenção e honestidade de propósito" para analisar e compreender o episódio.

Em comparação com o texto do ano anterior, o novo documento ainda adiciona mais apoiadores do golpe: as famílias, políticos e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). "Aliaram-se, reagiram e mobilizaram-se nas ruas, para restabelecer a ordem e para impedir que um regime totalitário fosse implantado no Brasil, por grupos que propagavam promessas falaciosas, que, depois, fracassou em várias partes do mundo", disse. Para se justificar, a Ordem diz que os fatos podem ser comprovados com a cobertura jornalística da época.

Em outro trecho, o ministério defende que os resultados desse episódio foram um "legado de paz, de liberdade e de democracia’ que devem ser reconhecido.

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Uma Tarde de Poesia, com o intuito de exaltar a literatura paraense, marcou a comemoração do Dia Mundial da Poesia, em 21 março, na UNAMA – Universidade da Amazônia, em Belém. O evento foi organizado pela estudante de Jornalismo Rosângela Machado, de 52 anos, e ocorreu na última terça-feira (21), às 16 horas, no auditório B-100, campus da Alcindo Cacela.

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“A poesia é uma forma de aproximação, intercultural, uma forma de promover a palavra e as diferentes línguas em que ela se manifesta”, diz Rosângela Machado. A estudante de Jornalismo, que também tem licenciatura em Letras e pós-graduação em Língua Portuguesa e Literatura, diz que sempre teve uma ligação muito forte com a palavra. "Eu sinto que é algo profundamente enraizado em mim", destaca.

Rosângela diz que começou a exercitar a prática da escrita com textos em prosa para os dias das mães. Isso a inspirou a continuar escrevendo. Ela também ressalta que a ideia do evento sempre existiu, mas só pensou em realmente organizar após um diálogo com os amigos.

A estudante de Direito Maria Luiza Pinheiro, de 17 anos, teve uma rápida participação durante o evento, apresentando o poema autoral "Pátria Odiada, Brasil". Ela também diz que achou o evento muito acolhedor e que foi algo muito dinâmico.

Para Maria Luiza, a poesia trabalha com a essência do ser humano e com a alma. Vai, afirma, muito além de questões românticas. "A poesia é a beleza da nossa realidade, da essência, que podemos presenciar hoje em dia", explica.

"A poesia também é muito importante para entendermos nossa existência e a nossa razão para estarmos aqui", ressalta Maria Luiza.

Elaine Oliveira, professora dos cursos de Letras, Pedagogia e Artes Visuais da UNAMA, mestra em Estudos Literários e técnica em Gestão Cultural da Fundação Cultural do Pará/Casa da Linguagem, diz que ficou muito entusiasmada com o evento. ”É um tipo de ação necessária acontecer independente do dia. Todo dia é dia de arte e literatura," explica.  

A professora também explica que quanto mais jovens estiverem ligados à arte, melhor eles vão entender a importância e a diferença que ela pode fazer na vida afetiva, emotiva e criativa. “Quanto mais jovens estiverem engajados e envolvidos com a literatura, mais fácil será a compreensão da arte e a transformação que fará na vida dos estudantes. O acesso à literatura é um direito do ser”, afirma.

"Magnífico", exaltou Ermelinda Báez, professora de Letras e Relações Internacionais da UNAMA, sobre o evento. Ela também destaca que foi uma das iniciativas mais felizes e que deveriam fomentar projetos semelhantes. "A palavra poética, a que nos permite sonhar, é um direito de todos. O evento teve um dos melhores impactos no sentido de disseminar a poesia e, principalmente, a literatura. Vamos fomentar para que todos tenham acesso a essa palavra poética aqui no âmbito universitário", diz.

O Dia Mundial da Poesia foi criado na 30ª conferência da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), em 21 de março de 1999. Desde então a instituição divulga e exalta a poesia.

Por Kátia Almeida e Enzo Brito (sob a supervisão do editor prof. Antonio Carlos Pimentel).

 

Neste domingo (12) são celebrados os aniversários de fundação das cidades irmãs, Olinda e Recife. Elas celebram, respectivamente, 488 e 486 anos de existência, colocando elas na lista das cidades mais antigas do Brasil.

Fundada em 1535, Olinda foi a primeira capital de Pernambuco, quando a exploração e comércio de cana de açúcar era forte na região. A primeira área da cidade foi construída no Sítio Histórico, na parte mais alta, de onde, diz-se, Duarte Coelho olhou a vista e exclamou “Ó linda situação para construir um vilarejo”. Olinda foi a primeira capital do estado, até 1827, quando uma resolução da coroa portuguesa alterou o título de capital para Recife.

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Por outro lado, Recife passou a ser uma vila a partir de 1537, dois anos depois, mas sua existência já havia sido notada pelas expedições. Seu nome tem origem no antigo árabe "ar-racif", que significa calçada, caminho de pavimento, palavra que foi designada para se tratar das barreiras naturais presentes em toda a costa da cidade. Do termo surgiu a palavra “arrecife”, e foi pensando nessa característica que chegou-se ao nome Recife.

As chamadas “cidades irmãs” possuem belezas naturais e cultura que encantam. Recife possui o título de berço do frevo, enquanto que Olinda conta com um dos maiores carnavais de rua do país. Além de terem sido protagonistas na história do Brasil em diversos episódios, os municípios levam em suas ruas as memórias do passado. O sítio histórico de Olinda e a região do Recife Antigo são tombados e protegidos pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). 

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Celebrações

Neste domingo (12) as cidades aniversariantes têm uma programação especial para a população. No Recife acontece às 18h o retorno da festa do Boi Voador, na praça do Marco Zero. Já em Olinda, a partir das 16h, haverá encontro de blocos carnavalescos, com concentração na sede da Pitombeira dos Quatro Cantos, além da participação do Galo da Madrugada e do bloco John Travolta.

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A Festa do Morro da Conceição, uma das principais celebrações religiosas de Pernambuco, finaliza sua programação nesta quinta-feira (8). A carreata de encerramento com a imagem da Santa vai se concentrar às 15h, com saída às 16h da Prefeitura do Recife, no Cais do Apolo, área central da capital pernambucana.

A procissão termina na Praça do Morro da Conceição, local onde será realizada a Solene Celebração de Encerramento da 117ª edição da festa. O arcebispo de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido presidirá a cerimônia, com previsão para começar as 19h30.

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Além da carreata, a programação de hoje também conta com as tradicionais Santas Missas de hora em hora. No palco montado na praça em frente à torre da igreja, as celebrações têm início à 0h, seguindo às 2h, 4h, 6h, 10h, 12h e 14h.

Dentro do Santuário, a primeira Santa Missa vai ser celebrada à 1h, e as demais às 3h, 5h, 7h, 9h, 11h, 13h e 15h. A presença física dos fiéis vai ocorrer em torno de 800 pessoas por celebração, sendo estas dispostas em 480 lugares nos bancos da Igreja e 320 lugares nas cadeiras distribuídas em torno do Santuário.

A Festa do Morro da Conceição agora é Patrimônio Cultural Imaterial do Estado. O título foi aprovado em sessão do Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio Cultural (CEPPC) no dia 1º de dezembro. A festividade ocorre há 118 anos, levando milhares de fiéis aos pés da imagem de 3,5 metros e quase duas toneladas, que foi trazida de navio da França.

Dia 8 de dezembro (Dia da Imaculada Conceição)

Santa Missa fora do Santuário (Praça do Morro)

0h / 2h / 4h / 6h / 8h / 10h / 12h /14h



Santa Missa dentro do Santuário

1h/ 3h/ 5h/ 7h/ 9h/ 11h/ 13h/ 15h



Carreata de Encerramento – Imagem da Santa

Concentração – 15h – estacionamento da Prefeitura do Recife

Saída – 16h – estacionamento da Prefeitura do Recife / Ponte do Limoeiro/ Av. Norte/Largo Dom Luiz/ Apenas o carro andor sobe o Morro através da Rua Itacoatiara.

Chegada – 19h30 – Solene Celebração de Encerramento da 117ª Festa de N. Sra. da Conceição do Morro.

Com informações da assessoria

O Armazém do Campo, no Centro do Recife, virou palco de celebração para os eleitores de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Lula foi eleito presidente do Brasil neste domingo (30) com 60.057.523 votos. A comemoração na capital pernambucana é simbólica, uma vez que o Estado é a terra natal do ex-presidente. O líder-mor petista nasceu em Garanhuns.

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Vestidos de vermelho, os eleitores expõem gritos de vitória e confraternizam. Pelas ruas do Recife também é possível ver cidadãos se abraçando, gritando e festejando. No momento em que foi declarada matematicamente a vitória, foi possível ouvir um panelaço.

Veja fotos do momento:

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Em Pernambuco, a votação rendeu para Lula uma vitória de 66,93% dos votos válidos, o que representa 3.640.589 votos, ante a 33,07% do presidente Jair Bolsonaro (PL) - total de 1.798.660 votos. O número, segundo dados do site do Tribunal Superior Eleitoral, é resultado de 99,99% das urnas totalizadas.

 

O Centro das Mulheres do Cabo (CMC), celebra os 16 anos da Lei Maria da Penha, através de um encontro comemorativo, nesta quinta-feira (25), no auditório da instituição, que é referência no campo do feminismo e na luta pelo enfrentamento à violência de gênero, e em defesa dos direitos das meninas, adolescentes, jovens e mulheres.

A ação tem por finalidade ressaltar a importância dos equipamentos públicos que são preconizados pela Lei e a efetivação das políticas de enfrentamento à violência contra a mulher nos municípios de Pernambuco.

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O encontro acontece, no auditório do CMC, às 14h, reunindo a secretária da Mulher do Cabo, Walkiria Alves, o subinspetor da Patrulha Maria da Penha Ronaldo Francisco de Assis, a coordenadora do Comitê de Monitoramento da Violência e do Feminicídio no Território Estratégico de Suape (COMFEM), Izabel Santos, além da deputada estadual Gleide Ângelo. 

Este ano, o Cabo de Santo Agostinho, registrou 8 assassinatos de mulheres, sendo 2 considerados crimes de feminicídios pela Secretaria de Defesa Social (SDS/PE), tendo registrado 479 casos de violência doméstica e familiar, e 24 estupros nos últimos seis meses na cidade localizada na Região Metropolitano do Recife (RMR).

O projeto de lei de nº 38.2022, que institui o Dia de Luta e Resistência dos Povos Indígenas em Olinda é aprovado. De autoria do vereador Vinicius Castello (PT), o PL, que prevê a celebração digna dos povos originários, altera o que antes era chamado de “Dia do Índio”. Para o parlamentar, a nomeação anterior é incompatível com a realidade e carrega heranças da colonização.  

“Apesar da expressão ter sido criada como uma forma de homenagem, fica evidente que o termo é compatível com as heranças coloniais e uma tradição epistemológica que coloca esses povos numa situação onde não há destaque a sua pluralidade étnica”, crava o parlamentar. 

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O petista destacou, ainda, a pluralidade étnica, o contexto histórico e a luta destes povos. “Que historicamente tiveram seus direitos vilipendiados e seguem esquecidos e constantemente violados dentro e fora de seus territórios. Assim, o mínimo que pode ser feito, diante dos questionamentos desses povos aos termos que vêm sendo utilizados para homenagens, é escutá-los e buscar fazer a homenagem de forma que não agregue mais discriminação ou passe a ideia de inferiorização da sua cultura", enfatizou.

A PL é fruto de uma construção conjunta com a Associação Indígena em Contexto Urbano Karaxuwanassau (Assicuka) - primeira associação de indígenas em contexto urbano, sediada no Recife, que atua constantemente no reconhecimento e luta pelos direitos dos povos indígenas.

*Da assessoria

Nesta terça-feira (07) é celebrado no país o Dia Nacional da Liberdade de Imprensa. No dia 07 de junho de 1977, há 45 anos, cerca de três mil jornalistas assinaram um manifesto exigindo o fim da censura e a instauração imediata de uma imprensa livre no Brasil. O Dia Internacional da Liberdade de Imprensa, por sua vez, é celebrado no dia 03 de maio.

Cerca de um ano e meio após o ato do manifesto, em outubro de 1975, Vladimir Herzog, diretor de jornalismo da TV Cultura na época, foi torturado e assassinado por agentes do Destacamento de Operações de Informação - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI), órgão utilizado para cercear a liberdade de expressão e de imprensa durante a Ditadura Militar (1964-1985).

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Herzog formou-se em Filosofia pela Universidade de São Paulo (USP) em 1959. Após passar por diversos veículos de imprensa, como “O Estado de S. Paulo” e “BBC”, Vladimir assumiu o comando do departamento de telejornalismo da TV Cultura nos anos 1970. O prédio do departamento de jornalismo leva o nome do ex-diretor até os dias de hoje.

Em 1975, durante o governo de Ernesto Geisel, Herzog foi convocado para prestar depoimento sobre sua ligação com o PCB (Partido Comunista Brasileiro). Após comparecer à sede do DOI-CODI, o jornalista ficou preso, assim como diversos outros profissionais da área na época. Dias depois, o comando militar divulgou que Vladimir teria se suicidado dentro de sua cela, além de uma foto de Herzog com um cinto amarrado no pescoço, como se ele tivesse se enforcado.

Esta foto tornou-se um dos principais símbolos na luta pela liberdade de imprensa e contra a censura no país, sendo utilizada para mostrar como o regime militar lidava com as críticas e à oposição. Diversos anos depois, o Governo Federal foi finalmente responsabilizado pela morte de Herzog.

O registro de óbito de Vladimir só viria a ser ratificado em 2012. Segundo a Justiça, a morte do jornalista decorreu de “lesões e maus-tratos sofridos em dependência do II Exército - SP (DOI-CODI)”. O jornalista tornou-se um marco e símbolo no combate à repressão e também na luta por uma imprensa livre.

Por Matheus de Maio 

Eleito uma das sete maravilhas do mundo moderno, o Cristo Redentor completa 90 anos como a imagem mais famosa do Brasil. Em 1926, começou a construção do monumento de 38 metros de altura no alto do Morro do Corcovado, a 710 metros do nível do mar. Demorou cinco anos para ficar pronto e foi inaugurado em 12 de outubro daquele ano.

O dia do aniversário de um dos principais cartões postais do país começou às 7h15, com o Ato Cívico Religioso e a Santa Missa em Ação de Graças pelos 90 Anos do Cristo Redentor e em honra a Nossa Senhora Aparecida. No evento, está sendo realizado o lançamento da Medalha Comemorativa dos 90 Anos do Cristo Redentor e do Bloco Postal Especial em Homenagem ao Monumento do Cristo Redentor.

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A Esquadrilha da Fumaça, da Força Aérea Brasileira, fará uma apresentação sobrevoando o monumento. A Banda do Corpo de Fuzileiros Navais participará musicalmente do evento. 

O reitor do Santuário Cristo Redentor, padre Omar Raposo, destaca que o monumento é o “garoto propaganda” do país.” É impossível pensar o Brasil no exterior sem que a gente reporte o nosso olhar e a nossa lembrança para esse precioso monumento no alto do Corcovado”, diz. “O Cristo Redentor nos passa a sensação de que parece que foi esculpido na colina da montanha do Corcovado. Isso é tão maravilhoso. Imaginem o que seria do Rio de Janeiro se não fosse o Cristo Redentor?”

Ele lembra que a estátua interage perfeitamente com a natureza ao redor, o Parque Nacional da Tijuca, e traz uma experiência a partir dos braços abertos. “Esses braços comunicam acolhimento e identificam ainda mais o coração do povo brasileiro, que é um coração acolhedor, que também possui braços fortes para trabalho, cheio de energia pra gente poder desenvolver essa nação tão querida”.

Restauração

A qualidade da obra impressiona a arquiteta e escultora Cristina Ventura, coordenadora da mais recente restauração do Cristo. “É uma qualidade que chama a atenção nos dias de hoje. Isso que é o mais espantoso. Você hoje não encontra estruturas muito mais recentes com a qualidade que foi feita nessa obra”, diz Cristina.

“Não tem nenhuma construção nesses moldes, nesse período, com essa audácia que foi o Cristo. Um outro marco é que o Cristo é a maior escultura art déco do mundo”, acrescenta.

A arquiteta lembra que não só engenheiros e arquitetos envolvidos no projeto foram audaciosos mas também os operários sem equipamento de proteção individual pendurados em andaimes sobre um precipício de mais de 700 metros de altura. “Eu fico imaginando isso quando nós, da equipe, fazemos as coisas com tanto amor, imagina para eles que estava construindo o Cristo Redentor. Que tipo de compromisso que essa galera não tinha aqui, sabe?”, pondera Cristina.

Para o aniversário de 90 anos, foram feitos reparos emergenciais em partes que haviam sido danificadas pelas intempéries: trechos do manto, dedo direito e parte frontal da cabeça. Além disso, como parte da manutenção preventiva, o Cristo ganhou um equipamento para medir os ventos que atingem a estátua e também um para-raios reforçado.

Cristo da Bola

Esse projeto audacioso feito de concreto armado e pedra sabão foi financiado por doações da população brasileira. Em 1921, nos preparativos para as comemorações do centenário da Independência do Brasil, um grupo católico promoveu concurso para uma estátua em homenagem a Jesus Cristo. O vencedor foi o arquiteto e engenheiro Heitor da Silva Costa, que liderou o projeto, da concepção até a inauguração da obra, em 12 de outubro de 1931.

O projeto inicial, que tinha a imagem de Cristo segurando uma cruz na mão esquerda e o globo, na mão direita, foi apelidado de Cristo da Bola pelos cariocas.

O teólogo Alexandre Pinheiro, coordenador do Núcleo de Acervo e Memória do Santuário Cristo Redentor, conta que não foi fácil na época conseguir a autorização do governo republicano para a obra. Um abaixo-assinado de 20 mil mulheres, lideradas pela escritora Laurita Lacerda, ajudou a vencer a resistência do então presidente Epitácio Pessoa.

A documentarista Bel Noronha, que é bisneta de Heitor da Silva Costa, conta que muita gente chegou a acreditar num mito de que o Cristo teria sido um presente da França para o Brasil pelo fato de a Estátua da Liberdade, em Nova York, ser um presente do governo francês para os norte-americanos. E também porque franceses trabalharam no projeto do Cristo.

Mas foi a arquidiocese do Rio de Janeiro que organizou campanhas de arrecadação de fundos que mobilizou não só o Rio de Janeiro, mas todo o Brasil. Toda a construção do Cristo foi financiada com o dinheiro das doações dos brasileiros.

Os desenhos do projeto de Heitor da Silva Costa foram feitos pelo pintor Carlos Oswald. E Heitor buscou parcerias na França para a obra. Para fazer os cálculos estruturais, contratou o engenheiro Alberto Caquot e para fazer a estátua, o escultor franco-polonês Paul Landowski, grande expoente do movimento art déco. Landowski fez uma maquete e a escultura em tamanho real da cabeça e das mãos do monumento, cujos moldes em gesso foram enviados ao Brasil em partes numeradas.

A escultura foi reproduzida em concreto armado e revestida em pedra-sabão. Grupos de mulheres se reuniam na casa paroquial para fazer os mosaicos que eram posteriormente aplicados na estátua. Muitas escreveram os nomes dos entes queridos no verso dos triângulos de pedra-sabão.

Além de ser retratado na arte brasileira, como na música Samba do Avião de Tom Jobim, visitas ilustres como o papa João Paulo II, o líder espiritual Dalai Lama, a princesa Diana e príncipe Charles e o ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, com sua família, já estiveram no alto do Corcovado.

A contratação de Marcon Mion pela Globo deixou muita gente surpresa. O anúncio foi oficializado pela emissora, nas redes sociais, nessa sexta-feira (6). Quem ficou feliz com a novidade foi o diretor Boninho, que publicou um vídeo para falar do assunto. No conteúdo divulgado, o marido de Ana Furtado festejou o retorno de Mion à emissora carioca.

"E aí, tá sabendo? Mionzera, você tá de volta na Globo! Finalmente a gente conseguiu. E olha só, estamos preparando uma caldeirada genial para sábado, começa dia 4. Meu amigo, boa sorte para você! Galera, fica ligada que tem muita coisa bacana", declarou Boninho.

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A partir de setembro, Marcos Mion vai comandar no canal uma nova versão do Caldeirão, até o fim do ano, substituindo Luciano Huck. Com a saída de Fausto Silva, Huck vai assumir um projeto aos domingos. Além de apresentar o programa na Globo, Mion também irá comandar um reality no Multishow. Em um comunicado, ele falou da felicidade de conquistar mais uma meta na carreira.

"Entrar para o time da Globo não é apenas um reconhecimento dos meus 22 anos de carreira como comunicador, mas sim, o maior sonho da minha vida profissional realizado. [...] Agradeço com todo coração a todos que torceram tanto para que isso acontecesse", afirmou Mion.

Nesta sexta-feira (16), celebra-se o dia de Nossa Senhora do Carmo, padroeira do Recife. Vivendo em um momento de pandemia da Covid-19, boa parte dos devotos foram aos pés da santa agradecer a cura da doença, que já matou mais de 18 mil pernambucanos.

Viviane de Lima, 27 anos, revela que toda a sua família foi contaminada pela Covid-19. No entanto, a jovem acredita que a fé e devoção em Nossa Senhora do Carmo fez com que nenhum familiar enfrentasse uma situação mais grave provocada pela doença, conseguindo todos saírem curado dessa “batalha”. 

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“Todos tiveram a Covid-19, mas graças a Deus e a nossa senhora pegamos os sintomas mais leves e a gente saiu dessa. Acredito que a fé da gente ajuda a passar por isso - sem a fé a gente não estaria nem aqui hoje”, assegura.

Sua mãe, Ana Cristina, de 53 anos, é mais uma devota que, mesmo com receio da multidão, foi até a praça do Carmo agradecer, não só pela sua vida, mas principalmente pela saúde do meu esposo, que teve os sintomas mais graves da Covid-19, chegando a ser socorrido e entubado duas vezes neste ano.

“Eu fui assintomática, mas meu marido foi quem teve bem forte mesmo. Na época, eu pedi intercessão de Nossa Senhora do Carmo para curar e hoje eu estou aqui agradecendo. É muito importante agradecer porque hoje meu marido está bem e já voltou até a trabalhar”, revela. 

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Pernambuco ultrapassou, nesta sexta-feira (16), 577 mil casos da Covid-19 e dona Arleide Alexandre de Carvalho, 61 anos, foi aos pés da santa agradecer por ter passado todo esse período pandêmico sem ter se infectado, o que considera mais importante: está curada do câncer de mama que enfrentou durante algum tempo.

“Foi Nossa Senhora quem me proporcionou essa graça de estar em pé. Sou devota desde que nasci e tudo o que eu peço ela intercede ao filho dela e ele me dá e por isso eu só vim agradecer hoje”, pontua. 

Mudanças provocadas pela Covid-19

Por conta da Covid-19, algumas mudanças foram feitas para celebrar o 324º aniversário de Nossa Senhora do Carmo. Para a realização do evento, a arquidiocese de Recife e Olinda diminuiu o número das celebrações religiosas, passando de 100 para 55 celebrações. O acesso ao templo também foi reduzido para 30% da capacidade da igreja, o que corresponde a 120 devotos participando de cada cerimônia. 

No dia dedicado à santa foram realizadas cinco missas ao longo do dia. No horário da manhã ás 5h, 8h, e às 10h, Santa Missa Solene de Encerramento, com a presidência do arcebispo metropolitano de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido. No período da tarde foram realizadas outras duas celebrações, às 13h e 16h.

O Dia Mundial do Rock, celebrado nesta terça-feira (13), visa homenagear esse gênero musical, também considerado por seus amantes como um estilo de vida. A data também comemora o evento 'Live Aid', que ocorreu em 1985, nos Estados Unidos, Londres, Inglaterra e Finlândia, ao qual visava conscientizar a população sobre algumas questões sociais, como a pobreza e fome.

Na ocasião, grandes nomes do rock participaram, entre eles, Queen, Led Zeppelin, Rolling Stones, Elton John, U2, Scorpions, Black Sabbath e Paul McCartney. Embora o rock tenha conseguido um nível de popularidade expressivo no Brasil, devido a bandas como Legião Urbana, Charlie Brown Jr e Raimundos, para o vocalista da banda Detonautas, Tico Santa Cruz, o estilo musical está dentro de uma perspectiva de nicho. “Acredito que para fazer com que o rock retome algum protagonismo, será necessário reoxigenar o cenário. De alguma maneira, o estilo precisa voltar a dialogar com a juventude”, afirma o músico.

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Durante a pandemia do Covid-19, o Detonautas gravou um disco que aborda as questões sociais e políticas do Brasil. “Não é a primeira vez que tratamos desse assunto, desde os primeiros discos temos músicas que falam sobre esse tema. Criamos uma playlist no Spotify só com músicas de protestos, que mostram que nunca nos omitimos em relação a essas abordagens”, comenta Tico Santa Cruz.

Além do rock, o vocalista do Detonautas acredita que todos os estilos podem contribuir com a atual crise sanitária e política do Brasil. O músico acredita que obteve bons resultados quando tratou do assunto em suas composições. “Conversamos com a juventude, conquistamos o quarto lugar no Spotify e entramos no Tiktok, que é uma plataforma voltada para os adolescentes. Ao usar a linguagem adequada, é possível realizar uma comunicação do que acontece no mundo por meio da música”, destaca.

Tico Santa Cruz acompanha a cena do rock desde os anos 1980; entre seus ídolos ele destaca Raul Seixas (1945-1989), Cazuza (1958-1990) e Renato Russo (1960-1996). Já nos anos 1990, o músico ia em todos os shows dos artistas da época, como Raimundos, Charlie Brown Jr e O Rappa. “Acompanhava tudo dessa geração, até chegar nos anos 2000, momento em que o Detonautas começa a fazer sucesso, junto com o CPM 22 e a Pitty”, recorda o músico. “Se não fosse o rock, com certeza a minha vida não teria o mesmo sentido”, complementa.

Para o vocalista da banda Fresno, Lucas Silveira, o rock não pode se prender em um formato estético, pois dessa maneira, ele se transformaria em um “som de tiozão”. “Ele se tornaria conservador, careta, sem novidades ou coragem. O que procuramos no estilo é exatamente o oposto desses elementos”, explica.

O músico conta que, por muito tempo, o rock abrigou machismos e outros preconceitos, que fizeram com que artistas de outras orientações sexuais se sentissem intimidados em expressar seus sentimentos. “O rock nunca teve essas amarras, basta pegar exemplos como David Bowie (1947-2016) e Freddie Mercury (1946-1991). Mas eu percebo que o rock oscila entre o conservadorismo e o liberalismo. Acredito que o momento pede por uma quebra desses paradigmas, que vão contra o rock”, analisa Silveira.

Na contra mão desses conceitos, o vocalista da Fresno observa que bandas atuais não possuem as influências radiofônicas ou televisivas de algumas gerações passadas, o que as tornam muito mais livres e criativas. O rock sempre foi um estilo presente na vida de Silveira, entre eles, o artista destaca o punk rock e o hardcore. Mas, ele percebeu o que realmente queria, no momento em que conheceu bandas como No Effects, Dance of Days, Sugar Kane e Dead Fish. “Eu vi algo muito próximo, do tipo ‘faça você mesmo’. Também percebi uma contra-cultura, já que aquilo não estava na grande mídia. A partir daquele ponto, o meu sonho de ter algum sucesso musical se aproximou de mim, já que o hardcore é basicamente 'junte seus amigos e vá tocar'”, recorda.

Em tempos pandêmicos, o músico percebe as composições do rock e de outros estilos como uma companheira dos humanos, uma vez que as pessoas colocaram sentimentos nas letras e sonoridades. “É possível deixar alguém chapado, triste, raivoso ou excitado por meio da música”, define Silveira. O vocalista também destaca a importância do ao vivo, algo que se tornou impraticável durante a crise sanitária. “Eu acredito que isso está com os dias contados, mesmo com uma perspectiva pessimista de Brasil, eu acho que em breve nos veremos em shows. Eu tenho muitas saudades, pois é ali que nossa música faz mais sentido”, ressalta.

O vocalista da banda Ego Kill Talent, Jonathan Dörr, entende que os grupos de rock ainda existem, mas nada comparado com os anos 1980, 1990 e 2000. “No Brasil, o rock perdeu muito espaço na mídia, não existe espaço nem mesmo em premiações de música, que no nosso país, já são pouquíssimas. Me parece que não há interesse no gênero por parte da grande mídia. O rock sempre resistiu e a gente segue resistindo como marginais”, enfatiza.

Apesar de perder espaço para outros estilos, Corrêa acredita que o rock pode contribuir de maneira expressiva, durante o período de pandemia. “Para mim, ouvir rock em tempos difíceis como esse, é uma forma de expurgar os meus demônios e encontrar alento para minha alma”, afirma. “O rock salva vidas. Salvou a minha”, complementa.

Na última sexta-feira (9), o Ego Kill Talent lançou a primeira parte do projeto “EGO KILL TALENT ACOUSTIC”, que será dividida em 3 EPs.

Rock em formato de orquestra

Para homenagear o Dia Mundial do Rock, a Orquestra Sinfônica Juvenil Carioca unirá o gênero com o modelo orquestral. A ideia surgiu em 2019, quando o grupo tocou ao lado do cantor e guitarrista do Legião Urbana, Dado Villa-lobos. “O evento foi contagiante, agregador para os alunos e também para nós professores. Desde então passamos a homenagear este gênero tão reconhecido mundialmente”, declara o regente da orquestra, Vinícius Louzada.

De acordo com Louzada, o rock é um estilo musical presente no gosto popular e, todo movimento cultural tem o poder de contribuir de maneira positiva com a sociedade. “A união da orquestra com o rock nos dá ferramentas para potencializar a educação brasileira. Viva à arte, viva à música, viva o rock”, destaca.

O regente possui muitas expectativas para a apresentação, pois acredita que todos os integrantes farão a orquestra brilhar. “Esperamos que o concerto chegue ao maior número de pessoas, vamos inundar os corações de cada um com esperança, boas energias e muita música”, deseja. A apresentação poderá ser acompanhada no YouTube.

O Dia dos Namorados, celebrado neste sábado (12), abre uma janela de discussão sobre o poder transformador do amor. Embora possa parecer ingênuo falar sobre afeto em um contexto atravessado por inseguranças sanitárias e acontecimentos embrutecedores, a data faz um lembrete sobre o verdadeiro significado do sentimento, que, como classifica a poetisa norte-americana Bell Hooks, “anuncia a possibilidade de rompermos com o ciclo de perpetuação de dores e violências para caminharmos rumo a uma sociedade amorosa”.

Dito isso, é certo que o afeto não tem relação com fraqueza e irracionalidade, tampouco perfeição, como costumam exibir as lógicas idealizadas inseridas nos filmes Hollywoodianos. Ao contrário, significa encontrar potência na realidade: se o desamor é a ordem do dia no mundo contemporâneo, falar sobre amor pode ser revolucionário, e também, disseminador de esperança(s).

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Ao LeiaJá, casais dividiram suas histórias de amor e resistências coletivas. Confira, a seguir:

Natália Brown e Felipe Pires: pretas e pretos estão se amando

Foi em um aplicativo de relacionamentos famoso entre os solteiros, que a maquiadora profissional e influenciadora digital Natália Brown, 25 anos, conheceu o designer pernambucano Felipe Pires, de 30 anos. O “match” virtual, que mudaria para sempre a vida de ambos, aconteceu em 2019, semanas antes da época mais celebrada pelos solteiros: o carnaval.

Com um sorriso no rosto, Natália relembra da determinação de Felipe, que perseverou para que a aproximação ocorresse: “Eu não tinha muita paciência para usar o tal aplicativo, mas tinha colocado meu endereço do Instagram por lá. Felipe viu o nosso ‘match’ e me mandou uma mensagem na rede social vizinha”, conta, entre risadas. “A gente começou a se falar e ele perguntou o que iríamos fazer no carnaval, se a gente ia fugir para uma praia ou ia curtir juntos”, revela.

A intensa “afinidade de ideias” e de “gosto musical”, como conta Brown, começou naquele ano, depois de Felipe convidá-la para tomar um vinho, e dura até hoje. O casal, que está à espera do primeiro filho, faz parte do que o rapper Rincon Sapiência chamou de “pretas e pretos se amando”. Em outras palavras, uma relação afrocentrada.

“Antes eu era casado com uma mulher branca e tive um relacionamento atravessado por todas as questões que isso implica. Depois do divórcio, passei a entender que o amor não era uma coisa mágica, e sim, uma escolha. Quando eu saí da relação antiga, eu estava decidido, principalmente depois de um processo de criação de uma consciência racial, a me relacionar com uma mulher negra e construir uma relação afrocentrada”, conta Felipe Pires.

O designer diz ainda que viu a própria negritude ser potencializada pelo amor por Natália: “Hoje eu sou alguém que consome uma maior quantidade de referências negras, até por estar com ela, que é essa pessoa que trabalha muito focada na beleza do nosso povo”. “Depois de me relacionar com Nati eu me cerquei muito mais de negritude, e quando você se cerca, naturalmente, você se sente mais representado e confortável a adotar estéticas de maneira geral. Adotar desde a cultura negra, quanto à moda, música e arte”, continua, reforçando a importância do relacionamento para o fortalecimento da própria autoestima.

Já a maquiadora profissional, que, entre outras coisas, promove cursos de maquiagem para a pele negra, visando a construção de redes de apoio e fortalecimento para o público feminino do Recife, classifica o relacionamento como um “resgate”. “Eu nem sempre tive uma boa relação com a minha autoestima, fui muito perseguida na infância e sofri muito bullying por conta do meu cabelo e da minha boca”, desabafa. “O fato de me ver linda, usando vários cabelos, e perceber que Felipe também me acha linda de diferentes maneiras, fazendo elogios até quando eu fico triste, faz muita diferença” diz Brown. “Eu enxergo isso como um resgate, da gente se reconhecer e reconhecer nossas dores também”, complementa.

Apesar de gozarem de estabilidade financeira e já terem, inclusive, viajado o mundo juntos, o casal relata que também enfrenta olhares racistas. Nesse sentido, ambos transparecem preocupação, sobretudo, com relação à gestação do primeiro filho. Sobre o tema, Felipe, em um tom mais sério, diz que ”vê todo dia nos noticiários pessoas morrendo, e elas são sempre muito parecidas com a gente. É claro que temos medo, porque o nosso filho vai herdar as mesmas características que nós temos e toda a nossa comunidade tem”.

Para ele, “ter uma família negra é um projeto de resistência”, planejado e sonhado por ele e por Natália. “Eu acho que a gente já começou a pensar como pai e mãe. Sobretudo com relação ao entendimento de que temos um compromisso de romper com os ciclos de pobreza, desde a deseducação que foi imposta ao negro, por exemplo”, acrescenta, se referindo ao racismo epistêmico e a falta de valorização cultural e histórica da trajetória afrobrasileira.

A compreensão do casal sobre o funcionamento do racismo estrutural, aliado ao olhar amoroso de reconhecimento, é um forte exemplo de como a força transformadora do afeto é capaz de alterar as estruturas sociais vigentes. Quando perguntado sobre o significado do amor, Felipe Pires garante ser tão realista quanto apaixonado. “Amor é uma escolha diária, todo dia você acorda e, mesmo com todas as diferenças, você escolhe amar aquela pessoa”.

Natália Brown, que carrega em sua barriga a “promessa de futuro ancestral”, finaliza: “A força do amor é a mais poderosa que existe. O amor incondicional de mãe, que eu começo a sentir agora, prova que esse relacionamento afrocentrado foi, e está sendo, uma das melhores coisas que poderiam ter acontecido na minha vida”.

Maria Cireno e Maria Eduarda: mainhas de Otto

As vozes das pernambucanas Maria Cireno, engenheira e empresária de 32 anos, e Maria Eduarda, estudante e também empresária de 25, quase se confundem durante a gravação de um áudio. Em 2016, na primeira vez em que viu Eduarda, ambas estavam emocionalmente indisponíveis, e Maria não podia imaginar que meses depois, aquela seria sua primeira namorada. Do relacionamento, que a fez declarar a orientação sexual para familiares, também surgiu Otto, filho das duas, hoje casadas.

As apaixonadas dividiram o Réveillon logo após os primeiros beijos, e passaram a morar juntas em maio do ano que se iniciava, um processo que, de acordo com ambas, “não foi planejado”. O casamento no civil veio em 2018, logo após o atual presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ser eleito. De acordo com Maria Cireno, a decisão foi motivada, também, pela incerteza que surgiu após o político conservador conquistar o pleito. “Houve aquele medo de que, de alguma forma, ele fosse deslegitimar o casamento homossexual”, desabafou.

Além da vida, do amor e da maternidade, as Marias dividem também a paixão por festas e carnaval. O que resultou, inevitavelmente, em uma celebração de casamento inesquecível. “A gente já queria dar uma festa, porque a gente gosta muito de festa. Corremos com tudo e foi uma coisa bem espontânea, bem a cara da gente mesmo. Não é porque foi meu casamento não, mas foi a melhor festa que eu fui”, diz Cireno, em concordância com Duda.

O casal conta que, além de serem as primeiras da turma a firmarem um casamento, também inauguraram a maternidade no grupo de amigos. O pequeno Otto, de 9 meses, foi fruto de uma inseminação caseira e, claro, do sonho de ambas serem mães. “A relação da gente com Otto, e a forma com que a família da gente vem se desenvolvendo, inspira outras pessoas e também normaliza o conceito de família”, pontuam.

Percebendo a janela de representatividade que foi aberta por meio de sua família, Maria Eduarda confessa também, que entre os parentes mais próximos, o nascimento do filho atenuou preconceitos já há muito tempo cristalizados. Ela, que viu o próprio pai mudar de comportamento após o nascimento do primeiro filho do casal, comenta sobre as dificuldades que as duas estão enfrentando para registrar a criança.

“Otto ainda não está registrado no meu nome, e aí as pessoas viam isso, em especial minha família, e pensavam que essa situação era impossível de acontecer nos dias de hoje, se perguntavam como o preconceito pode ser algo tão latente. Porque as pessoas pensam que a lei está assegurada para todos, e não é assim”, explica Eduarda.

Maria Cireno gerou Otto através de um doador escolhido pelas duas, e acrescenta que embora o preconceito já existisse por parte de uma sociedade que demonstra lesbofobia de maneira latente, o nascimento de Otto escancarou, para a família de ambas, as nuances da discriminação. “A gente sofria preconceito, mas era entre a gente, quando a gente saia, coisas assim. Mas quando você fala de uma criança e de todos os processos normais que giram em torno do recém nascido, as pessoas começam a entender que é uma coisa diferente”.

O território seguro semeado no relacionamento, segundo elas, é uma dos mais potentes espaços para o fortalecimento das subjetividades das duas: seja para enfrentarem o machismo e a lesbofobia juntas, ou para desarticular comportamentos individuais que se esforçam para combater. Preocupadas com a construção de um mundo mais justo, Maria e Duda também demonstram o cuidado em pensar uma criação que promova a igualdade de gênero.

“Óbvio que não somos mães perfeitas e não seremos totalmente livres de machismos, mas a gente tá preocupada com isso, então eu acho que já faz uma diferença enorme”, afirma Cireno. Quando questionadas sobre o significado de amor, cada uma responde à sua maneira: Maria diz “doação”, sem titubear. Já Eduarda pondera, e declara a “paciência” como fio condutor do sentimento que as une há quase cinco anos, e que agora abriga Otto também.

Bruna de Oliveira e Paulo Melo: amor que atravessa o tempo

Em uma postagem nas redes sociais, a jornalista Bruna de Oliveira, de 24 anos, celebra mais um aniversário de namoro com o contador Paulo Melo, 25. Entre as fotos escolhidas para comemorar a data, consta o registro de um pequeno quadro pintado à mão, que estampa a frase “our love will be forever”, em português: “nosso amor será para sempre”. A modéstia obra surgiu quando o casal cursava a oitava série do ensino fundamental, há mais de uma década atrás.

Embora a história de amor tenha iniciado oficialmente quando Bruna tinha 14 anos e Paulo 15, a jornalista conta que o interesse, embora juvenil, surgiu muito antes. “Dei meu primeiro beijo da vida com ele, quando estávamos na quarta série, e foi aí, basicamente, que tudo começou. Eu super me apaixonei, mas ele não estava nem aí”, narra Bruna, entre uma risada e outra.

A trajetória dos dois, que envolve amadurecimento e autoconhecimento através do tempo, começou ainda durante a adolescência, quando Paulo, finalmente, propôs o namoro. Embora pareça ter saído de um conto de fadas, a história tem suas próprias contradições, comuns à realidade. “Eu acho que o momento mais difícil de toda a relação foi há dois anos, quando nós nos separamos”, conta a jornalista.

Durante o rompimento, que durou 3 meses, experiências individuais foram valorizadas por ambos. A força do afeto, da empatia e do respeito, como destaca o casal, fez com que o reencontro acontecesse, e que o caminho voltasse a ser vivenciado em conjunto.

Bruna de Oliveira destaca ainda, que a rede de mulheres que tem ao redor, é essencial para o fortalecimento da própria autoestima, o que também reflete nos processos de desconstrução do sexismo imbuídos em um relacionamento heterossexual. “O consumo de conteúdos que discutem a misoginia e desigualdade de gênero é algo comum entre a gente. A disposição para aprender vem sendo essencial no nosso namoro, acho que, inclusive, é a parte mais importante”, explica.

Em um dos pontos mais sensíveis da conversa, o casal comenta sobre a necessidade de  serem maleáveis e sensíveis ao que o outro está vivenciando. E embora pertençam a nichos diferentes no mercado de trabalho, por exemplo, a capacidade de demonstrar apoio frente aos desafios da carreira individual de cada um, é algo que prevalece e faz com que o amor atinja níveis ainda maiores de cumplicidade.

Para Paulo, que não acredita em amor à primeira vista, e sim em uma construção complexa, que exige tempo e disposição para a troca, a vontade de estar ao lado de quem se ama é algo que faz a diferença. “A insistência, respeitando o limite subjetivo de cada um, acompanhada de disponibilidade para o aprendizado e amadurecimento, fará com que dê certo”, afirma, de maneira realista. Bruna finaliza: “O amor é o que move montanhas e faz o impossível ser possível. É o desejo e o todo”.

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