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Oito corpos dos jovens jogadores do Flamengo já foram liberados pelo Instituto Médico-Legal (IML) do Rio e poderão ser sepultados. Segundo a instituição, dois corpos ainda não foram identificados.

O IML também informou que os corpos identificados já foram retirados pelas famílias. O enterro do goleiro Christian Esmerio está previsto para as 12h deste domingo (10), no Cemitério de Irajá, na zona norte do Rio.

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Na página oficial do Flamengo na internet, o clube listou os nomes dos jogadores já identificados pelo IML: Arthur Vinicius de Barros Silva, Pablo Henrique da Silva Matos, Vitor Isaias Coelho da Silva, Bernardo Augusto Manzke Pisetta, Gedson Corgosinho Beltrão dos Santos, Athila de Souza Paixão, Christian Esmerio Candido e Rykelmo de Souza Viana.

O IML (Instituto Médico Legal) identificou neste sábado a sexta vítima do incêndio ocorrido no Centro de Treinamento do Flamengo, na madrugada de sexta-feira (8). O atacante Áthila Paixão, de 14 anos, foi identificado pela arcada dentária. Um pouco antes, o órgão havia identificado Gedson Souza, também de 14 anos, com a análise de impressão digital e exame de arcada dentária.

O incêndio deixou dez mortos e três feridos, sendo um em estado grave. Outras quatro vítimas já foram identificadas e liberadas do IML por parentes. Os zagueiros Arthur Vinicius (14 anos) e o goleiro Bernardo Pisetta (14) não tinham mais digitais e foram reconhecidos pela arcada dentária.

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Victor Isaías (15) foi o único identificado apenas com digitais. No caso de Pablo Henrique (14) foram necessários exames de arcada dentária e digitais.

Segundo a assessoria da Polícia Civil, os legistas tentam identificar os outros corpos também com exames de arcadas dentárias. Caso a técnica não funcione, a identificação terá que ser feita por exame de DNA, o que leva mais tempo. O órgão montou uma força tarefa para tentar acelerar esse trabalho e reduzir a angústia das famílias.

O incêndio ocorrido na madrugada de sexta no CT George Helal, mais conhecido como Ninho do Urubu, em Vargem Grande, na zona oeste do Rio, causou a morte de dez pessoas, todos jogadores da base do clube e deixou três feridos, um deles ainda em estado grave.

Um balde com ossadas humanas foi encontrado por um homem na calçada da Avenida Mario Álvares Pereira de Lira, próximo ao Canal do Cavouco, no bairro do Cordeiro, Zona Oeste do Recife, no domingo (3). A Polícia Civil investiga o caso.

Uma equipe do Instituto de Criminalística (IC) esteve no local para iniciar as perícias. Foi constatado se tratar de ossadas humanas incompletas de duas pessoas, com os respectivos crânios.

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A perícia inicial não identificou vestígios de disparo de arma de fogo nos ossos. Não há câmeras nas redondezas. Um laudo do Instituto de Medicina Legal (IML) deverá ficar pronto em um prazo de dez dias. O caso está sendo investigado pelo delegado João Gustavo Godoy, da Delegacia do Cordeiro.

A Polícia Civil de Minas Gerais atualizou, no início da tarde de hoje (3), a relação de vítimas do desastre de Brumadinho já identificadas. Segundo o Instituto Médico Legal (IML), 107 foram confirmados, até o momento. 

De acordo com balanço mais recente divulgado pela Defesa Civil de Minas Gerais, no total, 121 pessoas morreram com o rompimento da barragem 1 da Mina Córrego do Feijão, ocorrido no dia 25 de janeiro. Outras 226 continuam desaparecidas e 395 pessoas foram localizadas pelas equipes de salvamento.

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Segundo informações da corporação, a maioria dos corpos das vítimas já foi liberada pelo IML para sepultamento ou cremação. Somente 11 corpos de vítimas ainda permanecem no local, aguardando retirada por parte de parentes: Alexis Cesar Jesus Costa, Claudio Marcio dos Santos, Dennis Augusto da Silva, Izabela Barroso Camara, Lenilda Cavalcante Andrade, Leonardo Pires de Souza, Letícia Mara Anizio de Almeida, Lourival Dias da Rocha, Lucio Rodrigues Mendanha, Rodney Sander Paulino Oliveira e Sebastião Divino Santana. 

As vítimas Letícia Rosa Ferreira Arrudas e Rangel do Carmo Januário deverão ser retiradas pelas funerárias designadas para seus enterros, de acordo com nota da assessoria da instituição. 

Força-tarefa

O Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG) informou, na manhã deste domingo, que 454 pessoas compõem, atualmente, a força-tarefa que atua nas buscas feitas na região da ocorrência. Ao todo, 332 são bombeiros - 228 deles de Minas Gerais, 64 são agentes da Força Nacional e 58 participam de forma voluntária. Quatorze cães farejadores auxiliam nos trabalhos, além de nove máquinas de retroescavadeira e anfíbio (equipamento que transita tanto na água quanto na terra), estas muito utilizadas em áreas onde a lama se encontra fluida e torna o deslocamento das equipes mais difícil. 

Para facilitar as inspeções, a região afetada foi dividida em quadrantes de 50 mil metros quadrados, cada qual sendo coberto por uma parcela do efetivo. O Batalhão de Emergências Ambientais de Resposta a Desastres do CBMMG, por exemplo, tem se dedicado a vistoriar estruturas desmoronadas à procura de vestígios humanos, com a ajuda de bombeiros militares de São Paulo.

Recém-chegados ao município mineiro, os militares da Força Nacional, por sua vez, fazem buscas perto da base do Posto de Comando do CBMMG, no Córrego do Feijão. 

Um feto foi encontrado nas proximidades do lixão de Aguazinha, em Olinda, Região Metropolitana do Recife (RMR), na manhã desta segunda-feira (14). O feto estava enrolado em um lençol.

Após a descoberta, populares acionaram a polícia. As polícias Militar e Civil estiveram no local.

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O caso será investigado pela Delegacia de Peixinhos. O feto passará por exames no Instituto de Medicina Legal (IML). O responsável pelo ocorrido poderá responder por abandono e homicídio.

Mulheres, crianças, adolescentes, idosos ou pessoas com deficiência, vítimas de violência doméstica e familiar, terão prioridade na realização do exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML). A nova prioridade foi autorizada com a sanção da Lei nº 13.721/2018, publicada no Diário Oficial da União desta última quarta-feira (3).

O texto altera o Código de Processo Penal (Decreto-Lei 3.689/1941). Segundo o CPP, quando o crime deixar vestígios, é indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto. A necessidade do exame independe da confissão do acusado.

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O exame pode ser feito em qualquer dia e a qualquer hora e é realizado por um perito oficial. Os peritos elaboram o laudo pericial no prazo máximo de 10 dias, com possibilidade de prorrogação.

Com informações do Governo do Brasil

Um laudo do Instituto Médico Legal (IML) divulgado nesta quinta-feira (20) confirmou que a advogada Tatiane Spitzner, 29 anos, foi morta por asfixia mecânica, e não pela queda do quarto andar do prédio. O exame de necropsia aponta, ainda, que houve esganadura com sinais de crueldade. Tatiane foi morta no dia 22 de julho. O marido, Luis Felipe Manvailer, de 32 anos, é acusado pelo crime e está preso.

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Informações da Folha de São Paulo apontam que o diretor do IML, Paulino Pastre, confirmou que Tatiane morreu e, depois, foi jogada do edifício onde morava com o marido em Guarapuava, no Paraná. Luis Felipe foi denunciado por homicídio qualificado (por feminicídio, motivo fútil, meio cruel e dificultar defesa da vítma), por fraude processual (por ter tentado alterar a cena do crime ao recolher o corpo da esposa) e por cárcere privada - pois ele impediu que ela fugisse.

Imagens de câmeras de segurança do prédio onde o casal morava mostram uma sequência de agressões feita contra ela pelo marido antes da queda do 4º andar. Às 2h34 do dia 22 de julho, um carro branco para em frente ao edifício. Nele estão Mainvailer e Tatiane. É possível notar que o homem desfere tapas contra a ela, puxando-a e empurrando-a na sequência. Em um momento chega a abrir a porta, mas ela é fechada na sequência. Outras imagens mostram quando o homem continua as agressões contra a mulher no estacionamento, no momento da chegada ao prédio. Ela tenta correr, mas é alcançada por ele, que a imobiliza.

Tatiane continua sendo atacada enquanto sobe para o apartamento. Às 3h01, já após a queda, ele sobe pelo elevador carregando o corpo da vítima, que foi recolhido por ele da calçada e posto no interior do apartamento. No elevador, ele demonstra desespero e tem manchas de sangue na camisa. Quatro minutos depois de retirar o corpo do elevador, ele volta com um pano com o qual parece limpar vestígios de sangue. Às 3h07, ele desce para o estacionamento e sai de carro, enquanto a polícia já estava na portaria do prédio para apurar o que havia acontecido.

Luiz Felipe Manvailer foi preso na madrugada do crime após se envolver em um acidente na Rodovia BR-277, no sentido de Foz de Iguaçu. Segundo a polícia, o suspeito tentava fugir para o Paraguai.O delegado Bruno Miranda Maciozeki, responsável pelo caso, afirmou que as evidências contra o marido são decisivas. "Ele retirou o corpo do local e apagou as manchas de sangue no hall do edifício. As imagens do circuito interno de monitoramento do prédio mostram agressões brutais contra a vítima na garagem antes da queda", conta o delegado. A defesa do professor nega que ele tenha praticado o crime.

Na madrugada desta sexta-feira (23), ao lançar a rede no Rio Capibaribe, de cima da Ponte Maurício de Nassau, no Recife Antigo, um pescador encontrou um corpo que, segundo o Corpo de Bombeiros, aparenta ter 55 anos de idade. O cadáver, conforme os agentes, não aparentava sinais de agressão.

Os Bombeiros foram chamados para a retirada do corpo por volta das 3h45 de hoje. O homem não portava documento e estava apenas de bermuda. Os oficiais informaram que ao retirar o cadáver do local, ele foi encaminhado para o Instituto de Medicina Legal (IML), onde serão realizados exames para identificar a possível causa da morte.

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Em contato com o IML, eles informaram que a necropsia ainda está em andamento. "Assim, não temos nenhuma informação sobre causa do óbito. O corpo continua sem identificação. Também não há nenhum familiar reclamando o corpo", respondeu o órgão.

Um motorista de funerária percebeu que o bebê recém-nascido dado como morto que ele transportava ao Instituto de Medicina Legal (IML) ainda estava vivo. O caso aconteceu em Carapicuíba, na grande São Paulo.

O motorista Claudio Silva contou que quando pegou o bebê no hospital Alpha Med para colocar na urna de transporte o corpo estava imóvel e com coloração roxa, diz o R7. Ao chegar ao IML, o motorista notou que a cor do bebê tinha mudado e que ele estava se mexendo.

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"Comecei a gritar, um funcionário do IML chamou um médico, que confirmou que a menina estava respirando. Ele disse para voltar para o hospital o mais rápido possível", ele detalha ao R7. Após levar a criança ao hospital, Claudio registrou um boletim de ocorrência na delegacia.

Parto - A mãe da menina é Ana Caroline da Silva, de 18 anos. Ela estava grávida de seis meses quando deu início ao trabalho de parto. 

O pai da criança, Leonardo José Ferreira Lira, 19, contou que o parto parecia ter ocorrido normalmente. Porém, quando a criança nasceu, a médica informou que ela já estava morta.

O hospital Alpha Med informou em nota ter aberto uma sindicância para apurar o ocorrido. Informou ainda estar dando assistência à família e ao bebê. 

A família, entretanto, está indignada com o hospital. Eles acreditam ter havido negligência e indiferença por parte dos médicos que cuidaram do caso.

Ao R7, o médico pediatra da Sociedade Americana de Pediatria Nelson Douglas Ejzenbaum contou que pode se tratar de um caso raro. "É muito raro, mas o bebê pode ter tido uma parada e depois os batimentos voltaram. Batimentos erráticos podem ter confundido o médico".  A menina ia se chamar Manuela, mas os familiares afirmaram que devem adicionar ‘Vitória’ ao nome.

O motorista Antonio Almeida Anaquim, que atropelou 17 pessoas na noite dessa quinta-feira (18) em Copacabana, não estava alcoolizado, de acordo com o resultado de exame feito pelo Instituto Médico-Legal (IML). Anaquim dirigia pela Avenida Atlântica e, por volta das 20h30, invadiu o calçadão, matando um bebê e ferindo 16 pessoas.

Segundo o próprio motorista, ele sofre de epilepsia e teve um ataque no momento em que dirigia. Policiais encontraram no veículo medicamentos utilizados para tratar a doença. Anaquim está prestando depoimento na Delegacia de Copacabana (12ª DP) desde as 2h de hoje.

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Em sua carteira de motorista, estão registradas 14 multas, que somam 62 pontos em infrações. Segundo o Departamento de Trânsito (Detran), Antonio de Almeida Anaquim estava com a habilitação suspensa desde maio de 2014.

O motorista, de acordo com o Detran, não cumpriu a exigência de devolução da habilitação. Por ter cometido crime de trânsito e dirigido com a carteira suspensa, ele terá sua documentação cassada.

O juiz Bruno Aielo Macacari, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, disse nesta terça-feira, 9, que o Instituto Médico-Legal (IML), num segundo laudo sobre as condições do deputado Paulo Maluf (PP-SP), preso desde o dia 20, concluiu que o parlamentar pode continuar cumprindo a pena no Centro de Detenção Provisória (CDP) da Papuda, desde que assistido pela equipe médica. Maluf, de 86 anos, tem câncer de próstata.

Nesta segunda-feira, 8, o juiz afirmou que as respostas do CDP sobre os questionamentos da defesa não haviam sido respondidas de maneira satisfatória. Por isso, ele determinou que o CDP se manifestasse até esta terça-feira sobre os questionamentos apresentados pela defesa do parlamentar.

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No dia 27, a defesa de Maluf apresentou 32 perguntas elaboradas a partir do primeiro laudo emitido pelo IML, que afirmava que o deputado poderia ser tratado na prisão, apesar da gravidade do quadro de saúde. Em função disso, a Justiça Federal do Distrito Federal decidiu adiar a decisão final sobre conceder ou não a pena em regime domiciliar, pedido pela defesa de Maluf.

O prazo para o IML enviar as respostas dos questionamentos da defesa terminou na última segunda-feira, assim como para o CDP.

"Assim, oficie-se ao CDP para que, em 24 horas, melhor elucidem cada um dos quesitos não esclarecidos pelo IML por dizerem respeito especificamente ao estabelecimento prisional", solicitou o magistrado ontem.

Nesta segunda-feira, em nota, o advogado de Maluf, Antônio Carlos de Almeida Castro, Kakay, afirmou que a decisão do juiz, de pedir mais informações, "demonstra a preocupação real com o que está acontecendo".

"E este conhecimento da realidade certamente levará a inexorável decisão da necessidade da prisão domiciliar do Dr Paulo. A defesa espera que este aprofundamento da questão sirva para uma análise da falência do sistema prisional brasileiro. Foi necessária a prisão cruel e injusta do Deputado Paulo Maluf para que pudéssemos aprofundar esta discussão", completa a manifestação da defesa.

Durante os dias em que correu o prazo de resposta do IML, Kakay questionou duas vezes o atendimento médico na Papuda, em decorrência de duas mortes registradas na penitenciária em menos de 24h. A primeira manifestação foi por meio de nota, e depois, no dia 4, à Justiça, pedindo novamente que concedesse a prisão domiciliar para o deputado e ex-prefeito de São Paulo (1993/1996).

Maluf foi condenado, em maio de 2017, pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 7 anos, 9 meses e 10 dias de prisão por lavagem de dinheiro de desvios em obras, quando era prefeito de São Paulo (1993-1996). No dia 19 de dezembro, o ministro Edson Fachin ordenou a execução da pena em regime fechado.

O juiz substituto da Vara de Execuções de Brasília, Bruno Macacari, deu prazo de 10 dias para que o Instituto Médico Legal responda aos 33 quesitos da defesa de Paulo Maluf (PP) sobre a saúde do deputado e sobre as instalações do Complexo Penitenciário da Papuda. Os advogados dizem ver omissões no laudo 52111 do IML entregue ao juízo no dia 22. O documento, subscrito por dois legistas de Brasília, atesta que Maluf tem doença grave, mas pode receber tratamento na cadeia.

"Oficie-se ao IML e à direção do estabelecimento prisional com cópias dos novos quesitos, a serem respondidos conforme digam respeito às atribuições de um ou de outro órgão, ressalvada a possibilidade de apenas reiterarem informações já prestadas, quando suficientes para a resposta a um quesito ou outro. Assino, para tanto, o prazo de 10 dias", determinou o magistrado.

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Maluf está preso desde quarta-feira, 20, por ordem do ministro Edson Fachin, do Supremo. O deputado está condenado a uma pena de 7 anos, 9 meses e 10 dias de reclusão por lavagem de dinheiro que teria desviado dos cofres públicos quando exerceu o cargo de prefeito de São Paulo (1993/1996).

O juiz ainda considerou que "a decisão definitiva acerca do pedido de prisão domiciliar depende do pleno esclarecimento dos pontos levantados pela defesa, possibilitando-lhe, assim, a impugnação do laudo apresentado pelo IML".

No entanto, o magistrado pontua que "nada indica que o sentenciado esteja sob risco de saúde ou submetido a tratamento degradante, mas sim, que, ao reverso, vem recebendo todos os cuidados de que necessita, inclusive no que se refere à sua locomoção".

"Como consta da certidão retro, os profissionais do IML estão em regime de plantão, o que inviabiliza a resposta imediata aos 40 (quarenta) quesitos formulados, relego a decisão acerca da prisão domiciliar para momento posterior às elucidações pertinentes e às eventuais impugnações a serem feitas pela Defesa, ficando mantidas, em todos os termos, com adição dos presentes fundamentos, a decisão de fls. 537/541", ponderou.

A defesa do deputado Paulo Maluf (PP/SP), de 86 anos, apresentou 33 quesitos sobre o estado de saúde e as condições do Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, ao juiz da Vara de Execuções Penais, Bruno Macacari, e pediu que sejam encaminhados ao Instituto Médico Legal. Os advogados dizem ver omissões no laudo 52111 do IML entregue ao juízo no dia 22. O documento, subscrito por dois legistas de Brasília, atesta que Maluf tem doença grave, mas pode receber tratamento na cadeia.

Maluf está preso desde quarta-feira, 20, por ordem do ministro Edson Fachin, do Supremo. O deputado está condenado a uma pena de 7 anos, 9 meses e 10 dias de reclusão por lavagem de dinheiro que teria desviado dos cofres públicos quando exerceu o cargo de prefeito de São Paulo (1993/1996).

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"Em que pese os elementos empíricos e diagnósticos aportados pela perícia oficial serem incontroversos, posto que também contemplados em parecer da lavra dos assistentes técnicos da defesa, os mesmos se afiguram incompletos e insuficientes para permitir as conclusões exaradas de forma tão peremptória na peça pericial", contesta a defesa, referindo-se ao laudo 52111.

Os advogados afirmam que "o impacto da doença cardiovascular de que é portador o sr. Paulo Salim Maluf foi simplesmente ignorado nas considerações periciais". "Contudo é esse justamente o agravo que coloca direta e mais agudamente em risco a vida do periciado e para a qual se requer estrutura específica de atendimento de urgência".

A defesa ainda sustenta que "não consta da peça pericial que os peritos tenham vistoriado as condições físicas e sanitárias do estabelecimento penal, ignorando-se sobre qual pressuposto de fato (que não mera conjectura) concluem pela existência da infraestrutura necessária aos cuidados do periciado".

"Aliás, sequer requereram informações ou realizaram quaisquer outras diligências com o propósito de atender quesito que exige o cotejo do caso concreto com a realidade institucional", argumenta.

Alegando a finalidade de sanar as "omissões", os advogados do deputado federal pedem ao juízo que 33 questionamentos sejam encaminhados ao Instituto Médico Legal de Brasília.

Os defensores de Maluf denotam preocupação especial com os problemas cardíacos que atingem o deputado. No rol de questionamentos, os advogados dão destaque para "os agravos cardiovasculares que acometem o periciado e os riscos deles decorrentes".

"O periciado preenche critérios para ser considerado de alto risco para a ocorrência de um evento coronariano grave? Em caso negativo, por favor justifique indicando suas referências na literatura especializada", indagam. "Qual o risco cumulativo anual estimado para a ocorrência de um evento coronariano grave? Em caso de ocorrência de uma Parada Cardiorrespiratória (PCR) devida a evento coronariano agudo, pode-se afirmar que o principal fator modificador do prognóstico é a precocidade da aplicação do socorro?"

Eles fazem questionamentos sobre a estrutura da Papuda para manter em suas dependências um prisioneiro de 86 anos e doente. "O local dispõe de desfibrilador automático externo (AED)? Em caso afirmativo, onde o mesmo se localiza, com relação à cela do periciado? Ainda, em caso de resposta afirmativa ao quesito anterior, quando o AED foi revisado por técnico especializado pela última vez? A bateria se encontra carregada e o equipamento pronto para uso? O local dispõe de equipe de saúde com treinamento em suporte básico de vida (SBV)? Em caso afirmativo, quantos são os profissionais disponíveis nas 24h do dia e quando foi a data de sua última certificação ou treinamento por órgão competente?"

Os quesitos são divididos em três capítulos.

1) Sobre os agravos ortopédicos que acometem o periciado, as limitações funcionais deles decorrentes e os recursos necessários à minimização de riscos e prejuízos no local de cumprimento da pena;

2) Sobre os agravos cardiovasculares que acometem o periciado e os riscos deles decorrentes;

3) Com relação ao conjunto dos cuidados de que necessita o paciente.

O juiz substituto da Vara de Execuções Penais de Brasília, Bruno Macacari, negou a presença do médico do deputado federal Paulo Maluf (PP) no Complexo Penitenciário da Papuda para avaliar a saúde do parlamentar e as instalações do cárcere.

O juiz afirma que a defesa indicou "assistentes técnicos da cidade de Taquara, Estado do Rio Grande do Sul, o que, como era de se esperar, impossibilitou sua chegada em tempo de acompanhar o trabalho dos peritos oficiais". "Nem se diga que a Defesa foi colhida de surpresa por este Juízo, até porque também esta VEP só teve ciência da transferência do preso para o Distrito Federal no dia em que ela ocorreria".

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"De toda sorte, não vislumbro qualquer prejuízo à instrução do pleito, na medida em que o pedido inicial veio acompanhado de inúmeros exames, além de laudos e pareceres (un deles datado de 20.12.2017, inclusive - fl. 457) dos médicos que estavam a cargo do tratamento do sentenciado, quando em liberdade", afirma o magistrado.

O magistrado diz a defesa de Maluf "poderá, oportunamente, impugnar o laudo apresentado, sem prejuízo, pois, ao direito à ampla defesa, mormente porque a decisão a ser proferida - seja pela concessão, seja pelo indeferimento do benefício - terá por base a atual conjuntura, e poderá ser revista caso surja nova informação relevante".

"Por outro lado, as informações acerca da estrutura do estabelecimento prisional e da respectiva equipe de saúde serão prestadas no bojo das manifestações da Direção e dos profissionais médicos que lá atuam, portadores de fé pública, tanto assim que formulados quesitos específicos a esse respeito", concluiu.

Defesa

Em nota, o advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, Kakay, que defende Maluf, afirmou: "Lamentavelmente, nesta tarde, a defesa tomou conhecimento de que o juiz da VEP indeferiu que o médico perito, assistente da defesa, tenha acesso pessoal ao deputado para realização de exames e avaliação das instalações carcerárias. Tal indeferimento é incompreensível e atenta contra o direito de defesa. O Dr Sami não conseguiu estar no exame do IML e esteve presente na Papuda onde teve indeferida a sua entrada. É absolutamente obvio que ele faria um exame mais adequado se pudesse ter acesso físico ao Dr Paulo. De qualquer maneira, de forma cuidadosa, o Dr Bruno determina ao CDP que se manifeste inclusive sobre os quesitos da defesa. O que a defesa busca é dar subsídios técnicos ao Judiciário. Eu não sou médico e precisamos ter a contribuição de especialista.

A defesa segue convicta de que uma negativa da prisão domiciliar fatalmente impõe graves prejuízos à saúde do parlamentar, além de significar sofrimento desnecessário e desproporcional a um cidadão de 86 anos de idade, em claro ataque à dignidade da pessoa humana."

Algumas exigências dos policiais civis e denúncias da categoria motivam um ato organizado para a próxima segunda-feira (20) no Recife, em frente ao Instituto de Identificação Tavares Buril (IITB), às 9h. De acordo com o sindicato, será decidida na ocasião a paralisação ou não das atividades tanto do órgão como também do Instituto de Criminalística (IC) e Instituto de Medicina Legal (IML).

“Nós vamos nos reunir lá na frente, convocando toda a categoria para decidirmos se nossas atividades nesses órgãos serão paralisadas ou não”, explicou o presidente do Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol), Áureo Cisneiros. 

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Reivindicações

Entre os pontos apresentados pelos profissionais está a exigência da revogação do decreto 44.469, de 22 de maio de 2017. A categoria afirma que o documento desconfigura constitucionalmente as atribuições dos peritos papiloscopistas, auxiliares de peritos e auxiliares de legistas. Além disso, eles pedem o cumprimento de acordo feito durante a última greve da categoria, incluindo a anistia dos processos administrativos por atuação sindical.

Na pauta ainda está a melhoria das condições de trabalho nesses institutos e a retomada do Grupo de Trabalho que estava estruturando a Lei Orgânica da Polícia Civil de Pernambuco.

Uma denúncia também foi feita pelo Sindicato e aponta haver trabalho escravo no Centro Integrado de Operações de Defesa Social (CIODS). Policiais que atuam neste local têm funções de telemarketing, possuem escala de 24 horas de atuação e ainda não possuem alojamento, segundo a denúncia. 

Os deputados da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) Jorge Picciani (PMDB), Paulo Melo (PMDB) e Edson Albertassi (PMDB) deixaram a sede da Polícia Federal, na zona portuária do Rio, às 18h30. Eles seguiram, em três carros diferentes da PF, para o Instituto Médico Legal (IML) e depois vão para o presídio.

A Secretaria de Administração Penitenciária (SEAP) ainda não confirmou se os três irão para presídio de Benfica, na zona norte do Rio, onde estão presos da Lava Jato com nível superior.

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A prisão deles deverá ser confirmada ou não pelos deputados da Alerj, em sessão marcada para esta sexta-feira, 17.

Caso não tenha as reivindicações atendidas, o Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol-PE) ameaça paralisar por 24 horas o Instituto de Medicina Legal (IML), o Instituto de Identificação Tavares Buril (IITB), o Instituto de Criminalística (IC) e todas as unidades do Expresso Cidadão no dia 20 de novembro. A posição foi tomada durante assembleia realizada na noite da segunda-feira (6). 

Entre as exigências dos policiais civis estão a revogação do decreto 44.469, de 22 de maio de2017, acusado de desconfigurar constitucionalmente as atribuições dos peritos papiloscopistas, auxiliares de peritos e auxiliares de legistas; o cumprimento de acordo feito durante a última greve da categoria, referente à anistia dos processos administrativos por atuação sindical; retomada do Grupo de Trabalho que estava estruturando a Lei Orgânica da Polícia Civil de Pernambuco; e melhorias nas condições de trabalho nos institutos ligados à Polícia Civil.

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O Sinpol também alega que há trabalho escravo no Centro Integrado de Operações de Defesa Social (CIODS), onde o policial civil está com escala de 24 horas de serviço, com função de telemarketing, sem direito a alojamento. 

Os representantes da categoria dizem ainda que tomarão medidas judiciais cabíveis. “Entre as medidas está uma ação de reclamação, com base em uma decisão do STF, de 2010, quando o Estado de Tocantins foi proibido de editar decretos ou portarias que versassem sobre as atribuições de funcionários públicos – exatamente o que está acontecendo em Pernambuco com a publicação do decreto 44.469; e uma ação de insalubridade destinada aos três Institutos da Gerência de Polícia Científica de Pernambuco”, assinala nota do sindicato. Eles aguardam que as demandas sejam atendidas até o dia 19 deste mês.

Na manhã desta segunda-feira (6), populares que passavam pela praia de Olinda, na Região Metropolitana do Recife (RMR), se depararam com um corpo boiando no mar. De acordo com os Bombeiros, o resgate foi realizado por uma equipe utilizando um bote que retirou o homem já sem vida da água. O caso aconteceu por volta das 8h40, na altura do Colégio Luiza Cora.

Mesmo ainda não tendo sido identificado pelas autoridades, populares apontaram que o homem - aparentando ter 40 anos - seria morador do bairro de Peixinhos. Testemunhas ainda relatam que o Instituto Médico Legal (IML) demorou horas para chegar ao local e recolher o corpo, no entanto, os Bombeiros apontaram que ele já foi entregue e recolhido. Segundo informações de curiosos, o corpo não apresentava perfurações aparentes.

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O canoísta Diego Bichir, de 35 anos, encontrado morto após sair para remar no Canal de Bertioga, na última sexta-feira, foi vítima de afogamento, informa um laudo expedido nesta segunda-feira (2) pelo Instituto Médico Legal (IML) do Guarujá, no litoral de São Paulo.

Os peritos que examinaram o corpo do atleta não encontraram ferimentos que pudessem ter causado ou contribuído para a morte. O laudo foi encaminhado para a Polícia Civil de Bertioga, que investiga o caso. Uma das possibilidades é de que ele tenha sofrido um mal súbito e caído na água.

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Bichir fazia parte de uma equipe de remadores de canoa havaiana e participou do campeonato brasileiro da modalidade, neste ano, garantindo vaga para o Sul-Americano, que será realizado em Lima, no Peru, em novembro. Conforme amigos e familiares, ele estava treinando forte para a competição, em Bertioga, onde morava.

Na sexta à tarde, o atleta saiu sozinho com a canoa e remava pelo canal, quando não foi mais visto. A embarcação foi encontrada vazia, com os remos, próximo de uma colônia de férias. As buscas tiveram início logo em seguida. O corpo só foi localizado na manhã de domingo pelo Grupamento de Bombeiros Marítimo (GBMar), num ponto do mar, próximo do Forte São João.

O velório e o sepultamento foram realizados nesta segunda, no Cemitério Municipal de Bertioga, em clima de muita comoção. Diego deixou um filho de seis anos. Uma prima, Adriane Bichir, disse que ele era apaixonado pelo filho e pelo esporte.

"Ele sempre foi muito querido pela família, pelos amigos, mas tinha muita energia e vivia o esporte. É difícil entender e aceitar o que aconteceu." Durante o sepultamento, colegas da equipe de canoa havaiana prestaram homenagem ao remador.

A câmara refrigerada do Instituto de Medicina Legal (IML) do Recife está lotada de corpos. Dezenas, arrisca dizer um funcionário que preferiu não se identificar. O LeiaJá teve acesso a um vídeo recente dos freezers que mostra uma das salas com corpos empilhados no chão. Corpos que deviam ser sepultados em menos de um mês ficam três, quatro meses se acumulando. Após esse período, serão enterrados como indigentes, sem cerimônia ou alguém que lamente a perda.

Para um corpo ser enterrado como indigente, é necessária uma ordem judicial. Já para conseguir essa ordem, alguém do IML tem que resolver a documentação com o cartório de origem do morto - que pode ficar bem longe do Recife, visto que muitos corpos vêm para a capital por falta de estrutura. “Não temos uma equipe especializada em resolver as questões judiciais, aí os corpos vão se acumulando, o grande problema é esse”, diz o funcionário do instituto.

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“Quando a família reconhece o corpo e decide deixar para a Caridade porque diz ‘olha, não temos condição de pagar o enterro’, aí entre 15 e 20 dias a Caridade leva. Mas têm corpos que não são reclamados pela família, ninguém aparece. Se ele for de um lugar próximo, Vitória de Santo Antão ou região metropolitana, aí ainda se resolve em dois meses. Mas se for um lugar longe, aí passam três, quatro, cinco meses lá esperando”, conta o funcionário.

Com estrutura deficitária, o IML também não possui setor responsável por procurar famílias de pessoas não reclamadas, mas que chegaram ao IML portando documentos. Ninguém faz isso. Um número significativo de pessoas é enterrada como indigente, mesmo estando identificada. Acabam no cemitério Parque das Flores, na Zona Oeste do Recife.

Sepultamento

O Parque das Flores é, de fato, florido. Bem conservado, possui uma fonte e um projeto paisagístico de Burle Marx logo na entrada. Os setores onde os corpos estão enterrados são divididos por nome de flores. Quase invisível, afastado dos demais espaços, longe da vista, está um setor que não recebe nome de flor: a Caridade - citada pelo empregado do IML. Não tem nome de flor porque não tem flor. É uma área descampada, onde os indigentes jazem escondidos. A área segue até uma entrada de uma mata, onde o LeiaJá não pode se aproximar porque haviam acabado de enterrar alguns corpos.

Abaixo, galeria com o setor da Caridade, no Parque das Flores:

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Mesmo com tantos corpos aguardando a vez de serem sepultados como indigentes, os números de pessoas enterradas em tal condição já surpreende. Em 2012, por exemplo, segundo levantamento do LeiaJá, 745 pessoas foram sepultadas assim no Cemitério Parque das Flores - média de mais de dois enterros por dia. Um levantamento da Prefeitura de São Paulo mostrou que entre junho de 2014 e junho de 2015 foram enterradas 791 pessoas em valas para indigentes. De acordo com a estimativa populacional do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) em 2016, a população do Recife era de 1.625.583 habitantes enquanto a de São Paulo era de 12.038.175, ou seja, números próximos para uma diferença populacional muito díspare.

São pessoas que morrem sem receber uma simples homenagem. Enterradas sem lágrimas e sem cerimônias, como se nunca tivessem existido ou ninguém as conhecesse. Sepultados sem ser notícia para ninguém, mesmo que alguns tenham sido identificados.

É o caso de Adriano Rezende do Nascimento, de 31 anos, enterrado neste ano; ou Vanderlei Pereira de Souza, de 34 anos, e Alexandro Soares dos Santos, 24, ambos enterrados em 2016; ou ainda José Luiz da Silva, 37, sepultado em 2015; e Edna Souza Moreira Neta, 28, colocada na vala de indigência em 2013.

Além das famílias pobres que pedem para o parente ser sepultado como indigente ou de pessoas em situação de rua, que passaram a vida sendo invisíveis e morreram sem ninguém ver, uma parcela expressiva dos que chegam à Caridade são natimortos e recém-nascidos. Ou seja, crianças que nem chegaram a receber o nome. A família decide enterrar como indigente, tendo os custos dos sepultamentos pagos pela prefeitura. Nos livros, são classificados geralmente como “NM (natimorto) de [nome da genitora]”. Em 2015, por exemplo, 58% dos indigentes enterrados eram crianças.

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Os números referentes a 2017 vão de janeiro a 14 de agosto

Mas por que pessoas são enterradas na Caridade mesmo de posse de seus documentos?

As respostas são diversas. Por exemplo, vários dos indigentes com nome são idosos. Ednalda Bezerra da Silva faleceu aos 109 anos; José Ramos da Costa, aos 90; e José Amaro da Silva Filho, aos 85. A coordenadora do Parque das Flores contou que esses são casos geralmente de idosos que já não possuíam parentes ou amigos próximos. Acabam morrendo sem alguém para procurá-los.

A coordenadora também acredita que muitos são estrangeiros. Mas, em conversa informal, diz ter casos com provável ligação com o tráfico de drogas. São o tom de pele, tatuagem e vestimenta que levantam a hipótese. Outros eram parentes de famílias pobres, sem condição de pagar o enterro.

Motivos que parecem mais determinantes, porém, são a falta de comunicação entre os órgãos, ausência de equipe específica para identificar parentes, como no caso do IML, e dados precários.

Já houve casos divulgados na imprensa de pessoas procuradas por familiares, mas que já estavam enterradas como indigentes. É o caso de Alan Porto Damasceno, 34 anos, que havia sido procurado por parentes inclusive no IML, mas foi parar na Caridade. No livro de registros, ao lado do seu nome está escrito “família não vai tirar ossada”, indicando que o corpo de Alan Porto permaneceu no setor de indigência.

Através da internet, a reportagem procurou descobrir a história de algumas pessoas que se foram como se ninguém as conhecesse, deixando para trás apenas o nome em um livro de cemitério. O fato de se ter encontrado informações sobre esses sepultados não indica necessariamente displicência do IML em seu trabalho de busca de parentes, visto que os sepultamentos como indigentes podem ter ocorrido por opção da família ou por falta de condições financeiras dos parentes. Também não é possível determinar com certeza que se trata da mesma pessoa presente no livro de registros, apesar de que dados como idade e local apontam para isso. Além disso, optamos por não divulgar o nome dos parentes, apenas o do indigente, presente em um livro de cemitério público.

Roberto Severino Bispo, de 48 anos, enterrado em 2016 na Caridade era suspeito de assassinar Genival Cristóvão do Araújo, de 39 anos em 2011. O corpo de Genival foi encontrado com vários disparos de arma de fogo em uma localidade conhecida como Jardim Paulista Baixo, em Paulista, Região Metropolitana do Recife (RMR). Argentina de Jesus Nunes, de 28 anos, ex-presidiária, foi enterrada em 2015. Ela estava em frente à casa da companheira em Surubim, no Agreste de Pernambuco, quando dois homens se aproximaram em uma motocicleta e efetuaram disparos de espingarda calibre 12. O crime ocorreu no dia 1º de dezembro de 2014. O LeiaJá achou documentos na internet apontando o nome do pai e da mãe da vítima.

Augusto José Paes da Silva, enterrado em 2015, aos 58 anos, provavelmente é o mesmo Augusto José Paes da Silva que virou notícia em vários jornais pelo país. Cego, ele era acusado de aplicar golpes em mais de dez estados brasileiros. Augusto pedia auxílio financeiro para ajudar deficientes visuais, passando-se por desembargador ou presidente de Tribunal de Justiça, mas o dinheiro ficava para ele mesmo. Ele contou ter aplicado o golpe até no ex-governador do Ceará Luiz de Gonzaga Mota. 

Como é possível perceber, os casos com mais informações são aqueles relacionados com crimes. Porém, há muitas menções a prováveis outros sepultados em diferentes contextos.

Desaparecidos

Uma matéria do LeiaJá de 2015 aponta que apenas 17% dos desaparecidos no Estado são encontrados. Agentes da Delegacia de Desaparecidos do Recife contaram ao LeiaJá que é pouco provável que indigentes estejam na lista de desaparecidos porque quando alguém vai registrar uma ocorrência sempre é indicado que procure o ente no IML. Baseando-se no caso de Alan Porto, entretanto, talvez não seja tão improvável assim, visto que a família procurou o instituto. O LeiaJá solicitou à Polícia Civil a listagem de desaparecidos para cruzar com a de indigentes identificados, mas até o fechamento da reportagem o material não havia sido enviado.

Os agentes da Delegacia de Desaparecidos do Recife reclamam da falta de comunicação. A delegacia sempre procura no Hospital da Restauração se há alguém que consta como desaparecido, mas nunca recebe uma ligação da unidade de saúde informando que há um morto com documentos mas sem parentes. O IML também não aciona a delegacia para nenhum tipo de busca.

Vale dizer que as informações sobre desaparecidos de Pernambuco é precária. Em 2015, havia 962 casos registrados. No site da Polícia Civil, na área de desaparecidos, há apenas o registro de quatro casos. No Disque-Denúncia há outros quatro casos. E no Cadastro Nacional de Crianças e Adolescentes Desaparecidos existem apenas cinco pessoas na lista referente a Pernambuco. Com essas informações ínfimas, é praticamente improvável que a população consiga ajudar.

Nova Iorque

A Hart Island, em Nova Iorque, é uma ilha que abriga um cemitério de indigentes, pessoas pobres e em situação de rua. Desde 2014, foi feita uma legislação para que os cidadãos pudessem visitar os túmulos. 

Um projeto intitulado Traveling Cloud Museum (Museu da Nuvem Viajante, em inglês) registrou mais de 65 mil pessoas sepultadas, para que o familiar pudesse encontrar o ente querido e adicionar sua história.

A partir do site do projeto, qualquer usuário pode escrever quem foi aquele enterrado como indigente. Além disso, o site permite que a pessoa saiba exatamente o local do cemitério onde as pessoas estão enterradas.

Resposta do IML

O Instituto de Medicina Legal (IML) alega que não existe acúmulo de corpos nas câmaras refrigeradas do órgão, mesmo o LeiaJá tendo acesso a um vídeo exibindo corpos ensacados e amontados no freezer. Mesmo assim, o instituto diz os corpos que estão na câmara, lá se encontram por motivos diversos, como exames tanatoscópicos, toxicológicos, exames de DNA ou esperando reconhecimento familiar. 

>> IML: sujeira e corpos jogados à imundice

Sobre os corpos não identificados, o IML ressalta existir um convênio entre a Secretaria de Defesa Social (SDS) junto ao Ministério Público e o Judiciário para autorizarem que seja feito o enterro o mais breve possível. Após oito dias sem que apareça nenhum familiar, diz a nota, o IML entra em contato com o Judiciário para que o processo de autorização para o sepultamento seja iniciado. Ao completar 15 dias, uma empresa funerária executaria o enterro do corpo como indigente. Ou seja, período bem distante do que foi relatado pela pessoa que convive no instituto.

"Importante ressaltar, no entanto, que antes de liberar o corpo, o IML recolhe as impressões digitais, o DNA e a fotografa (sic), para que se houver uma procura posterior dos familiares, o Instituto tenha subsídios para a identificação", assinala o IML. 

 

O LeiaJá questionou ao órgão porque não faz buscas por famílias de pessoas encontradas com documentos, mas o Instituto não respondeu. A reportagem também havia questionado se não deveria haver um núcleo especializado em resolver as questões judiciais para o sepultamento de indigente, o que também não foi respondido pelo órgão, que, como já demonstrado, considera o processo ágil.

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