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A comercialização de um teste para detectar a doença de Alzheimer a partir de um simples exame de sangue foi autorizada no Japão, informou seu fabricante nesta quinta-feira(22), um avanço raro no campo dessa doença neurodegenerativa muito comum.

Em comunicado, a empresa japonesa Sysmex Corporation indicou que pretende lançar este teste de diagnóstico minimamente invasivo no mercado japonês "o mais rápido possível".

Segundo a Sysmex, seu sistema mede em pouco mais de vinte e cinco minutos o nível de acúmulo no sangue da proteína beta-amiloide, um dos principais biomarcadores do mal de Alzheimer.

Existem outros métodos disponíveis para diagnosticar esta patologia, mas geralmente são caros ou invasivos (imagens cerebrais, punção lombar para extrair líquido cefalorraquidiano), já que é fundamental detectar o Alzheimer o mais rápido possível para tentar interromper sua progressão.

Outros exames de sangue estão sendo desenvolvidos em outras partes do mundo ou estão aguardando autorização de comercialização.

"Ferramentas de diagnóstico simples, baratas, não invasivas e de fácil acesso são urgentemente necessárias" para melhorar a detecção precoce da doença de Alzheimer, afirma a ONG americana Alzheimer's Association em seu site.

No futuro, os exames de sangue "provavelmente revolucionarão o processo de diagnóstico da doença de Alzheimer e de todas as outras demências", segundo esta organização.

A doença de Alzheimer permanece incurável até o momento, mas em novembro, dados clínicos adicionais confirmaram o potencial de um novo medicamento, o lecanemab, para retardar significativamente o declínio cognitivo em pacientes tratados por 18 meses.

Mais de 55 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de demência, número que deve aumentar para 130 milhões até 2050 com o aumento da expectativa de vida, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). A doença de Alzheimer representa entre 60% e 70% dos casos.

Em uma das últimas anotações de seu diário, o professor japonês Yoshio Kudo lamentava os dias de trabalho que começavam cedo e podiam durar até quase meia-noite. Dois meses depois, ele sofreu um "karoshi", uma morte por excesso de trabalho.

A agenda cansativa de Kudo não é exceção no Japão, onde os professores têm algumas das jornadas de trabalho mais longas do mundo, repletas de tarefas que vão desde a limpeza até a supervisão de trajetos da escola a atividades extracurriculares.

Um estudo da OCDE em 2018 revelou que um professor do ensino médio no Japão trabalha 56 horas por semana, contra uma média de 38 horas na maioria dos países desenvolvidos. Esse número, no entanto, não inclui a quantidade surpreendente de horas extras.

A pesquisa de um think tank ligado a um sindicato mostrou que os professores trabalham em média 123 horas extras por mês, levando sua carga de trabalho além da chamada "linha karoshi" de 80 horas.

Os professores dizem que estão chegando ao limite e alguns se rebelaram contra essa cultura por meio de ações judiciais. No início deste ano, o partido do governo japonês contratou um grupo de trabalho para estudar a questão.

Para Kudo, chega tarde demais. Este professor do ensino médio morreu de hemorragia cerebral em 2007, com apenas 40 anos.

- "Adeus aos finais de semana" -

As autoridades japonesas ordenaram melhorias como terceirização e digitalização de algumas tarefas.

"Nossas medidas para reformar as condições de trabalho dos professores estão progredindo constantemente", disse a ministra da Educação, Keiko Nagaoka, ao Parlamento em outubro.

Mas admitiu que muitos "ainda trabalham longas horas" e "esses esforços precisam ser acelerados".

Dados do ministério mostram um declínio gradual nas horas extras, mas os especialistas não veem muitas mudanças fundamentais.

De pilhas de papelada a distribuição de refeições, limpeza ou supervisão do trajeto das crianças para a escola, os professores japoneses "tornaram-se, de certa forma, fazedores de tudo", diz o consultor de gestão escolar Masatoshi Senoo.

Especialistas dizem que os professores são particularmente vulneráveis ao excesso de trabalho por causa de uma lei de décadas que os impede de cobrar horas extras.

Em contrapartida, a lei acrescenta ao salário mensal o pagamento de oito horas extras por mês, sistema que, segundo o professor de história Takeshi Nishimoto, resulta em “fazer com que os professores trabalhem sem limites por um pagamento fixo”.

Uma investigação do jornal Mainichi de 2016 indicou que, na última década, 63 mortes de professores foram classificadas como devido ao excesso de trabalho.

Com uma grande atuação no segundo tempo da partida disputada no Estádio Internacional Khalifa, em Doha, o Japão derrotou a Espanha por 2 a 1 de virada e garantiu a classificação para as oitavas de final da Copa do Catar. Com este resultado, a seleção nipônica avançou, nesta quinta-feira (1), como primeira colocada do Grupo E.

Assim, na próxima fase, a equipe comandada pelo técnico Hajime Moriyasu medirá forças com a Croácia, atual vice-campeã mundial, que encerrou a participação no Grupo D na segunda posição após empatar sem gols com a Bélgica nesta quinta.

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Esta é a quarta oportunidade na qual os Samurais Azuis ultrapassam a fase de grupos de um Mundial de seleções em sete participações.

Apesar da derrota, os espanhóis conseguiram avançar com a segunda posição da chave. Assim, a Fúria pegará nas oitavas o primeiro colocado do Grupo D, o Marrocos.

A equipe espanhola iniciou a partida mantendo o estilo de jogo pelo qual ficou famosa, valorizando muito a posse de bola e trocando passes de forma a buscar a melhor oportunidade de atacar. E a primeira chance de marcar foi justamente da Espanha, quando o volante Busquets aproveitou bola rebatida de forma errada pela defesa japonesa para chutar com perigo aos 5 minutos.

Dois minutos depois a equipe nipônica conseguiu roubar uma bola na área da Espanha e, após troca de passes, o lateral Ito bateu para fora por muito pouco.

Porém, o domínio era mesmo da Fúria, que abriu o placar aos 10 minutos. Após a bola circular nas proximidades do gol japonês, Azpilicueta dominou na direita e cruzou para o meio da área, onde Morata subiu para testar e superar o goleiro Gonda. Com este gol, o atacante passou a dividir a artilharia do Mundial do Catar, com o total de 3 gols, ao lado do equatoriano Enner Valencia, do inglês Rashford, do holandês Gakpo e do francês Mbappé.

Aos 22, a Espanha voltou a chegar novamente com perigo, com chute de Morata que foi defendido por Gonda. Fora isso, muito pouco aconteceu no restante de um primeiro tempo no qual a seleção espanhola chegou ao total de 79% de posse de bola para dominar as ações.

No retorno para a etapa final o Japão voltou com duas mudanças, Mitoma no lugar de Nagatomo e Doan no lugar de Kubo. E essas substituições foram fundamentais para a nova postura da equipe nipônica na partida.

Logo aos 2 minutos o Japão pressionou a defesa dos espanhóis e a bola sobrou para Doan, que bateu da entrada da área para marcar um golaço. O gol abalou a Espanha, que ficou atônita diante do ataque japonês, que encaixou um contra-ataque aos cinco minutos. Doan recebeu na direita, cruzou para a esquerda, onde Mitoma escorou para o meio da área, onde o volante Tanaka não perdoou.

Porém, o juiz interrompeu o jogo para avaliar com o VAR (árbitro de vídeo) uma possível irregularidade no lance. Após uma parada de cinco minutos o gol foi validado.

A partir daí a Espanha até tentou voltar a assumir o controle das ações, mas suas ações ofensivas se mostraram pouco efetivas diante de um Japão que defendeu muito bem e saiu rápido em contra-ataques, conseguindo segurar a vitória até o apito final do árbitro.

Em uma partida equilibrada em Doha, no Catar, o Japão superou nesta quarta-feira (23) a Alemanha de virada e estreou com vitória na Copa do Mundo de 2022.
    A tetracampeã dominou o primeiro tempo e até abriu o placar com Ilkay Gündogan, que deslocou o goleiro Shuichi Gonda em uma cobrança de pênalti.

Após ter um gol de Kai Havertz anulado no final da etapa inicial, a Alemanha diminuiu o ritmo no segundo tempo, perdeu gols e viu sua vantagem desmoronar em somente sete minutos.

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As entradas de Takehiro Tomiyasu, Kaoru Mitoma e Takuma Asano mudaram a personalidade do Japão em campo, que passou a pressionar a rival europeia.
    Aos 30 de jogo, o ponta Ritsu Doan aproveitou o rebote do goleiro Manuel Neuer e igualou o marcador. Já no 37º minuto, Asano superou a marcação alemã e chutou forte para vencer o experiente goleiro rival.

O resultado em Doha embolou o grupo E da Copa do Mundo, que ainda tem Espanha e Costa Rica. O próximo compromisso dos japoneses será no domingo (27) contra os caribenhos, já os alemães enfrentarão no mesmo dia os espanhóis.

- Protestos - O pré-jogo foi marcado por protestos dos jogadores da Alemanha contra a falta de liberdade de expressão. Os titulares da tetracampeã taparam a boca durante a foto oficial da seleção.

Neuer, por sua vez, não entrou em campo com a braçadeira de capitão em defesa da comunidade LGBTQIA+, que tem o slogan "One Love" e as cores do arco-íris. O goleiro também teve o acessório verificado pela arbitragem antes do início do confronto. 

Da Ansa

O primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, demitiu o ministro de assuntos internos neste domingo, informou o canal de televisão NHK. Minoru Terada, terceiro demitido em um mês, está sendo criticado por irregularidades contábeis e financeiras.

A demissão é mais um golpe para o Gabinete de Kishida. O ministro da Revitalização Econômica, Daishiro Yamagiwa, renunciou em 24 de outubro depois de enfrentar críticas por sua falta de explicações sobre seus laços com a Igreja da Unificação.

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Há 10 dias, o ministro da Justiça, Yasuhiro Hanashi, foi forçado a deixar o cargo após afirmar que seu trabalho só era noticiado quando assinava penas de morte.

O primeiro-ministro voltou a Tóquio no sábado após uma viagem de nove dias e aparentemente enfrentou pressão dos executivos de seu partido governista para tomar uma decisão rápida sobre Terada antes que as discussões legislativas sejam retomadas na segunda-feira.

O partido governista de Kishida precisa aprovar o segundo orçamento suplementar até março durante a atual sessão parlamentar, ao mesmo tempo em que finaliza o trabalho em uma nova estratégia de segurança nacional e diretrizes de defesa de médio a longo prazo até o final do ano.

Fonte: Associated Press

Através de um exame de raio-x, profissionais de saúde identificaram uma corda de pular de mais de dois metros enrolada dentro da bexiga de um homem, de 79 anos, no Japão. Segundo a revista médica Urology Case Reports, o idoso procurou o hospital após sentir fortes dores ao urinar. O caso ocorreu em setembro deste ano, mas só agora foi divulgado. 

Na unidade de saúde, o homem foi encaminhado para realizar o raio-X, que identificou o objeto em sua bexiga. Ao ser questionado pela equipe médica, o idoso admitiu que inseriu a corda por meio da sua uretra, mas não explicou o porquê fez isso. No entanto, os profissionais acreditam que a intenção era “satisfação sexual”. 

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O objeto foi retirado do corpo do homem através de uma pequena incisão na região do abdômen. Não houve complicações na operação.

“Primeiro realizamos um ultrassom e identificamos um objeto grande na bexiga do paciente. Depois fizemos um raio-x, que revelou um corpo estranho enrolado em forma de fio”, explicou o professor de urologia na Dokkyo Medical University Toshiki Kijima, que foi o autor do artigo na revista médica Urology Case Reports.

“Em seguida, fizemos uma tomografia que nos ajudou a escolher o melhor jeito de tirar a corda e usamos um programa de computador em 3D para nos direcionar. Percebemos que seria impossível puxar a corda pelo pênis”, completou.

Apesar do resultado positivo da cirurgia, os médicos alertaram sobre o risco de introduzir algo no corpo para satisfação sexual.

O governo japonês apresentará um projeto de lei para evitar doações muito grandes para grupos religiosos, disse o primeiro-ministro Fumio Kishida nesta terça-feira (8).

Este anúncio foi feito quatro meses após o assassinato do ex-primeiro-ministro Shinzo Abe, que reacendeu o debate sobre a Igreja da Unificação, também conhecida como a seita Moon.

O suposto assassino de Abe, que foi preso, se ressentiu com esse grupo religioso para o qual sua mãe teria feito doações significativas, levando sua família à ruína.

A Igreja da Unificação negou qualquer irregularidade, mas prometeu evitar doações "excessivas" após críticas de ex-membros.

Kishida, que enfrentou uma avalanche de críticas sobre ligações entre a seita e vários parlamentares de seu partido, afirmou ter se encontrado com pessoas que sofreram por causa de contribuições financeiras significativas para a Igreja da Unificação.

Quanto à nova legislação, "o governo fará tudo o que estiver ao seu alcance para apresentar o projeto de lei o mais rapidamente possível", talvez durante a sessão parlamentar que termina em 10 de dezembro, disse.

Os detalhes do projeto de lei estão em discussão, mas incidirão sobre "a proibição de práticas de recrutamento maliciosas e socialmente inaceitáveis" e "a autorização para recuperar doações", detalhou.

No mês passado, Kishida ordenou uma investigação do governo sobre a Igreja da Unificação. Um ministro em seu governo teve que renunciar após críticas de seus vínculos com ela.

A investigação do governo pode levar a uma ordem para dissolver a seita Moon sob a lei das organizações religiosas, o que a faria perder esse status e sua isenção de impostos, mas poderia continuar funcionando.

Apenas dois grupos religiosos no Japão já foram alvo dessa ordem, entre eles a seita Aum Shinrikyo, que realizou o ataque com gás sarin no metrô de Tóquio em 1995.

A seita Moon, criada em 1954 por Sun Myung Moon (1920-2012) na Coreia do Sul, aos poucos se tornou um império econômico presente em diversos setores, tornando seu fundador um bilionário. Conhecida por celebrar casamentos coletivos em massa, a igreja afirmou em 2012 ter três milhões de fiéis no mundo, um número exagerado, segundo especialistas.

O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, prometeu neste domingo (6) fortalecer a capacidade naval e militar de seu país, e alertou para a "ameaça" representada por "atores emergentes que desobedecem às regras".

Kishida condenou a guerra em curso da Rússia na Ucrânia e denunciou os testes de mísseis da Coreia do Norte, um dos quais sobrevoou o Japão pela primeira vez desde 2017, provocando um raro alerta de evacuação.

"Devemos estar preparados para uma era em que atores emergentes desrespeitam as regras e usam força ou ameaças para destruir a paz e a segurança de outras nações", declarou Kishida ao passar em revista a frota internacional do Japão.

Tóquio elabora atualmente planos de segurança que podem exigir que os gastos com defesa do país dobrem em cinco anos.

A Constituição japonesa, pacifista, limita em princípio suas capacidades militares.

"Vamos acelerar discussões realistas sobre o que é necessário para defender nosso povo, com todas as opções na mesa", declarou.

"O reforço [da capacidade naval japonesa] não pode esperar", disse, mencionando "a construção de novos navios, o reforço da capacidade de defesa antimísseis e a melhoria das condições de trabalho" para os militares japoneses e "compensações" para esse setor.

Navios do Japão e de outros doze países, como Austrália, Índia e Estados Unidos, participaram do evento que aconteceu na Baía de Sagami, na região de Kanagawa, ao sul de Tóquio.

A Coreia do Norte lançou dois mísseis balísticos de curto alcance no Mar do Japão (chamado de Mar do Leste nas duas Coreias), em mais um gesto que contribui para agravar o clima de tensão na península coreana. Os projéteis foram detectados por militares sul-coreanos, por volta das 12h desta sexta-feira (28), no horário local (0h no horário de Brasília).

A ofensiva ocorre no mesmo dia em que a Coreia do Sul e os Estados Unidos concluíram manobras militares importantes e anunciaram a realização de um exercício aéreo de grande escala na próxima semana. Com essa última ação, Pyongyang soma ao menos 36 lançamentos de mísseis somente em 2022.

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Uma tensão semelhante à alcançada durante a crise de 2017 está sendo se formando diante do número recorde de projéteis lançados, das manobras militares replicadas por Coreia do Sul e Estados Unidos, e da possibilidade do regime realizar um novo teste nuclear.

Esse é o primeiro lançamento de armas balísticas feito pelo Norte em duas semanas. Na ocasião, os Estados Unidos alertaram o país de que o uso de armas nucleares "resultaria no fim do regime", após consecutivos lançamentos feitos ao longo de um mês.

As Forças Armadas da Coreia do Sul disseram que "aumentaram a postura de vigilância e que mantêm a prontidão em meio a uma estreita coordenação com os Estados Unidos".

Já os EUA disseram que esses lançamentos não representam uma ameaça imediata, mas ressaltaram o "impacto desestabilizador" das armas nucleares ilícitas e programas de mísseis balísticos da Coreia do Norte".

O lançamento desta sexta-feira ocorre no mesmo dia em que Seul e Washington concluíram suas manobras militares combinadas de Hoguk . A Coreia do Norte vê esses exercícios regulares como prática para lançar um ataque ao Norte, embora os aliados digam que seus exercícios são de natureza defensiva.

Os exercícios aéreos "Vigilant Storm" da próxima semana serão executados de segunda a sexta-feira e deverão envolver cerca de 140 aviões de guerra sul-coreanos e cerca de 100 aeronaves dos EUA. Os aviões incluem caças sofisticados como o F-35 de ambas as nações, disse o Ministério da Defesa da Coreia do Sul, em comunicado nesta sexta-feira.

Essa mobilização não só envia à Coreia do Norte uma mensagem de força, mas também, com o envio de aeronaves como o F-35B, sublinha a insistência dos aliados em fazer uso da chamada "dissuasão estendida", isto é, um compromisso assumido, em maio deste ano, por Washington com Seul que consiste em enviar ativos estratégicos dos EUA para a península coreana de "maneira coordenada e quando necessário" com base nas ações do regime do norte. (Com agências internacionais).

Um ministro do governo japonês anunciou sua renúncia nesta segunda-feira (24), após ter sido criticado por seus vínculos com a seita Moon, no olho do furacão desde o assassinato do ex-chefe de governo Shinzo Abe, em julho deste ano.

Daishiro Yamagiwa, ministro encarregado da Revitalização Econômica, declarou à imprensa que não quer que as acusações sobre seus vínculos com o citado grupo "afetem o debate parlamentar". Em sua fala, ele não mencionou o grupo diretamente.

Na semana passada, o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, ordenou a abertura de uma investigação do governo sobre a "Igreja da Unificação", como o grupo também é conhecido. O procedimento pode levar à dissolução dessa organização.

Nas últimas semanas, a imprensa local mencionou o nome de Yamagiwa em relação com o grupo religioso, especialmente porque o ministro aparece em uma foto tirada em 2019 na companhia de Hak Ja Han, viúva do fundador da Igreja da Unificação, Sun Myung Moon, e de outras pessoas.

Duramente criticado no Parlamento, o ministro declarou nesta segunda-feira (24) que suas memórias da foto eram "confusas", mas reconheceu que é ele na imagem. E já havia admitido que participou, em 2018, de um evento organizado pela seita.

"Lamento profundamente que minha participação em várias reuniões da organização tenha dado crédito à referida organização", disse, assegurando que continuará ocupando sua cadeira na Câmara.

Kishida declarou que aceitou a renúncia do ministro e que, na terça-feira (25), anunciará quem será seu sucessor.

A seita Moon veio à tona no Japão porque o suposto assassino de Abe odiava esse grupo, já que sua mãe teria lhe dado grandes doações que teriam arruinado sua família. O suspeito acreditava que o ex-primeiro-ministro era alguém próximo à seita.

O grupo negou qualquer ato condenável, mas muitos de seus ex-membros criticaram as práticas da organização, acusando-a de impor metas de doação a seus seguidores.

Uma idosa japonesa, de 65 anos, foi vítima de um golpe e pagou a um homem, que se passava por astronauta, 4,4 milhões de ienes, o que equivale a R$ 160 mil. O golpista dizia estar apaixonado por ela e afirmava que precisava de sua ajuda para conseguir voltar à Terra.

Segundo o jornal Yomiuri Shimbun, a vítima conheceu o "astronauta" em junho pelo Instagram, plataforma onde ele publicava algumas imagens do espaço. Nas conversas, ele dizia que trabalhava na Estação Espacial Internacional e que falava pouco com ela porque a internet não funcionava bem. 

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A imprensa japonesa aponta que, entre as declarações de amor, a vítima recebeu a proposta de casamento, mas para isso teria que custear a volta do golpista para a Terra. 

Ela acreditou na proposta e decidiu pagar os 4,4 milhões de ienes, em quatro parcelas, para a chegada de seu "noivo". No entanto, quando os pedidos de dinheiro continuaram, a vítima desconfiou e resolveu procurar a Delegacia de Polícia Higashiomi, da província de Shiga, que investiga o golpe. 

O Japão reabriu as portas ao turismo nesta terça-feira (11) após dois anos e meio de duras restrições devido à covid-19, e as autoridades esperam a chegada de visitantes atraídos por um iene barato, o que ajudará a sustentar a economia.

Na madrugada desta terça-feira, chegaram turistas de Israel, França e Reino Unido.

"É um sonho muito, muito longo tornado realidade", disse Adi Bromshtine, uma aposentada de 69 anos que chegou ao aeroporto de Haneda, em Tóquio, vindo de Israel. "Planejamos antes da covid e estávamos esperando", disse ela à AFP.

Itay Galili, um estudante de 22 anos, disse que monitorou de perto as notícias para saber quando as fronteiras serão reabertas.

"Assim que soube que iam reabrir no dia 11, comecei a planejar. As passagens eram caras (...) mas nenhum preço é muito alto", disse à AFP.

O Japão fechou suas fronteiras no início da pandemia e impediu inclusive o retorno de residentes estrangeiros. A partir desta terça, a entrada sem visto para visitantes de 68 países e territórios foi retomada.

Entre as exigências que ainda vigoram está a obrigatoriedade de estar vacinado ou apresentar teste negativo de coronavírus três dias antes de viajar.

O Japão recebeu um recorde de 31,9 milhões de visitantes estrangeiros em 2019, mas o número caiu para 250.000 em 2021.

Uma novidade para os turistas estrangeiros será a desvalorização da moeda local, o iene, avaliado em cerca de 145 por dólar, patamar não visto em duas décadas.

O governo já interveio uma vez para fortalecer a moeda, e o primeiro-ministro Fumio Kishida citou a fraqueza do iene como um fator que ele espera que ajude a atrair turistas.

A Coreia do Norte disparou um míssil balístico de alcance intermediário que sobrevoou o Japão, o que levou este país a ativar seu sistema de alerta e recomendar que a população procurasse refúgio.

A última vez que Pyongyang disparou um míssil sobre o Japão foi em 2017, em meio ao aumento das tensões entre o líder norte-coreano, Kim Jong Un, e o então presidente dos Estados Unidos Donald Trump.

O exército sul-coreano afirmou que detectou "um míssil balístico suspeito de alcance intermediário que foi lançado da área de Mupyong-ri na província de Jagang por volta das 7h23 (19h23 de segunda-feira em Brasília) e passou sobre o Japão na direção leste".

Em um comunicado posterior, as Forças Armadas da Coreia do Sul explicaram que o projétil voou 4.500 quilômetros a uma altitude de 970 quilômetros e atingiu uma velocidade de Mach 17, o que equivale a 17 vezes a velocidade do som.

O presidente sul-coreano Yoon Suk-yeol denunciou uma "provocação" que viola as resoluções da ONU e defendeu uma "resposta firme e a adoção de medidas correspondentes em cooperação com os Estados Unidos e a comunidade internacional".

- Alerta no Japão -

Tóquio também relatou o disparo do míssil por Pyongyang e emitiu um alerta de evacuação em duas regiões do norte para que seus habitantes se refugiassem dentro de prédios ou em abrigos subterrâneos.

"Acredita-se que um míssil balístico passou sobre nosso país e caiu no Oceano Pacífico. Este é um ato de violência após o recente disparo repetido de mísseis balísticos. Nós o condenamos fortemente", disse o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida.

O ministro da Defesa, Yasukazu Hamada, afirmou que a Coreia do Norte "disparou mísseis do tipo Hwasong 12 quatro vezes no passado, então este pode ser um projétil do mesmo tipo".

Se a distância do voo for confirmada, que Tóquio calculou em 4.600 km, seria um recorde para este tipo de projétil, segundo o ministro.

O Comando dos Estados Unidos para a região Indo-Pacífico condenou o lançamento norte-coreano e reafirmou seu compromisso com a defesa do Japão e da Coreia do Sul.

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, chamou o disparo de "agressão injustificável" e afirmou que a União Europeia "é solidária a Japão e Coreia do Sul".

- "Escalada significativa" -

Com as negociações entre Washington e Seul paralisadas há tempo, Kim redobrou seus esforços para modernizar o arsenal da energia nuclear e implantou um número recorde de testes de armas.

Na semana passada, Pyongyang disparou até quatro mísseis balísticos de curto alcance, incluindo um poucas horas após a visita do vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, a Seul.

Paralelamente à escalada de testes do país comunista, Seul, Tóquio e Washington intensificaram seus exercícios militares conjuntos.

O lançamento mais recente envia uma mensagem aos Estados Unidos, afirmou à AFP Park Won-gon, professor de Estudos Norte-Coreanos na Universidade Ewha, de Seul.

"Os mísseis, capazes de transportar ogivas nucleares, colocam a Coreia do Sul, Japão e Guam dentro de seu alcance" e mostram que Pyongyang pode atacar bases americanas com armas atômicas se uma guerra começar na península coreana, disse Park.

Há alguns dias atrás, Seul e Washington realizaram exercícios navais em larga escala na península e planejam para sexta-feira manobras submarinas com o Japão, as primeiras em cinco anos.

Os exercícios incomodam a Coreia do Norte, que os considera ensaios para uma eventual invasão.

"Se Pyongyang disparou um míssil sobre o Japão, isso significaria uma escalada significativa em suas recentes provocações", disse Leif-Eric Easley, professor da Universidade Ewha.

Washington e Seul vêm alertando há meses que o país comunista está preparando um novo teste de uma arma nuclear. Segundo eles, isso pode acontecer logo após o Congresso do Partido Comunista da China em 16 de outubro.

A Coreia do Norte, alvo de várias sanções da ONU por seus programas de armas, normalmente procura maximizar o impacto geopolítico de seus testes em momentos propícios.

Com uma expectativa bastante ambiciosa, a Sony já está se preparando para o lançamento do PlayStation VR2. Espera-se que, até março do próximo ano, mais de 2 milhões de unidades sejam fabricadas pela gigante Japonesa. 

Segundo a Bloomberg, a produção em massa dos óculos de realidade virtual começou em setembro deste ano e o valor da produção pode ser ajustado dependendo do momento de vendas do dispositivo. A Sony ainda não divulgou o preço oficial do PSVR2, tampouco a data de lançamento.

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Mesmo com essa expectativa de escala de produção, o site aponta que os fornecedores e parceiros da Sony estão incertos sobre quanto tempo a empresa japonesa conseguirá manter o seu cronograma de produção em ritmo acelerado após o lançamento do VR2. A culpa disso é a guerra da Ucrânia, invadida pela Rússia, que está causando a desaceleração econômica e aumentando os custos de produção.

A seleção brasileira feminina de vôlei sofreu sua primeira derrota no Mundial de Vôlei, nesta sexta-feira. O time comandado por José Roberto Guimarães oscilou demais, abusou dos erros e foi superado pelo Japão por 3 sets a 1, com parciais de 22/25, 19/25, 25/17 e 20/25, na cidade de Arnhem, na Holanda.

A equipe brasileira entrou em quadra já classificada, vindo de três vitórias consecutivas. Mas encara o duelo com o Japão como seu maior teste neste Mundial até agora. Além disso, queria a vitória porque a pontuação desta primeira fase é carregada pelas seleções para a segunda fase da competição.

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O Brasil acabou fazendo sua pior partida no Mundial até agora, com destaque negativo para o segundo set, quando esteve completamente perdido em quadra. No quarto, chegou a abrir seis pontos de vantagem antes de levar a virada, decisiva para o resultado final da partida.

Apesar do revés, Zé Roberto deve levar do jogo boas avaliações sobre a equipe, principalmente em relação às mudanças bem-sucedidas que fez no time no terceiro set. A principal pontuadora da equipe foi Pri Daroit, com 17 pontos. Carol Gattaz contribuiu com 13, enquanto Gabi, mais discreta nesta sexta, anotou 12. Pelo Japão, Arisa Inoue brilhou com seus 27 pontos.

A seleção encerra sua participação nesta primeira fase do Mundial no sábado, às 9 horas (horário de Brasília), contra a China, rival direta na briga pela liderança do Grupo D. As chinesas ainda não perderam um set sequer na competição.

Nesta sexta, Zé Roberto mandou à quadra a seleção com apenas uma mudança em relação ao jogo passado. Trocou Carol, sem condições físicas nesta sexta, por Júlia Kudiess e manteve o restante do time, com Carol Gattaz, Macris, Pri Daroit, Gabi, Kisy e a líbero Natinha, destaque na vitória sobre a Colômbia.

Com esta formação, a seleção fez um primeiro set irregular. Lento no início e no fim, mas com uma boa performance na metade da parcial. Após iniciar o duelo com um ace, o Japão controlou os primeiros pontos e abriu 4/1. O Brasil virou em 8/7, com um bloqueio duplo. Chegou a fazer 14/10, mas caiu de rendimento e viu as japonesas virarem para 19/18, encaminhando a vitória na parcial.

O segundo set foi o pior da equipe brasileira na competição até agora. Perdida em campo, a seleção foi engolida pelo ótimo ritmo do Japão, que esbanjava eficiência na defesa e cometia raros erros no ataque. Zé Roberto testou Rosamaria na parcial, sem sucesso. As falhas se sucediam - o saque inofensivo era a principal reclamação do técnico. O time japonês abriu 2 sets a 0 sem maiores dificuldades.

Foi somente após seguidas mudanças na equipe que o treinador voltou a acertar o time brasileiro. Tainara, Roberta e Lorena entraram bem no terceiro set, que marcou um forte contraste com a parcial anterior. De ânimo renovado, o Brasil passou a controlar a partida, construindo a vantagem aos poucos, até fazer 20/12. Sem sustos, a seleção venceu seu primeiro set no jogo.

E manteve o embalo no início da quarta parcial. Com facilidade, fez 4/0 e, depois, 11/6. Parecia questão de tempo para a seleção fechar o set, empatar o duelo e forçar o tie-break. Mas, novamente, o time oscilou e flertou com a irregularidade do segundo set. O Japão empatou em 14/14 e buscou a virada.

Desta vez, o Brasil reagiu rapidamente e manteve o confronto equilibrado, ponto a ponto. Até que as japonesas abriram vantagem mais uma vez, venceram o set e confirmaram a vitória.

O Japão deve aprovar o uso de medicamentos à base de cannabis, recomendou um think tank do Ministério da Saúde nesta quinta-feira (29), abrindo caminho para uma possível revisão de leis rígidas sobre drogas.

Mas essa mudança não afetaria a política de "tolerância zero" do Japão sobre o uso recreativo da maconha e, em vez disso, o mesmo painel proporia o endurecimento das regras sobre seu uso não médico.

As leis contra a cannabis são particularmente rígidas no Japão, onde estrelas internacionais foram atingidas – incluindo o ex-Beatle Paul McCartney, que passou nove dias na prisão em 1980 depois que encontraram maconha em sua bagagem.

Mas o governo vem discutindo há vários meses a possível aprovação de medicamentos derivados da cannabis, o que muitos países já fizeram para tratar certas doenças, como casos graves de epilepsia.

Na quinta-feira, o grupo de especialistas do Ministério da Saúde do Japão recomendou que o governo revise a legislação para permitir a importação e fabricação de medicamentos que utilizam componentes da cannabis.

Mas também pediu que os textos sejam revisados para deixar claro que o uso recreativo da maconha é um crime grave.

Isso preencheria uma brecha no Japão que torna o uso da cannabis tecnicamente legal, embora a posse de seus brotos, folhas e raízes seja punível com cinco anos de prisão ou até sete no caso de venda com fins lucrativos.

Esse paradoxo decorre de uma medida de longa data para impedir que agricultores sejam presos por inalar fumaça psicoativa ao cultivar cânhamo para fabricar cordas.

As recomendações do grupo de especialistas chegam em um momento em que os produtos que contêm canabidiol (CBD), a molécula não psicotrópica da cannabis, também estão ganhando popularidade no Japão.

O painel também pediu que a atual proibição geral das plantas de cannabis seja substituída pela proibição do THC, sua principal molécula psicoativa.

Isso garantiria que a indústria emergente do CBD não fosse restrita, disse um funcionário do Ministério da Saúde à AFP, observando que "o CBD é legal e é usado em suplementos alimentares e cosméticos".

Essas recomendações serão analisadas pelo governo e as alterações legislativas só poderão ser feitas após a apresentação de um projeto de lei e sua aprovação pelo Parlamento.

Milhares de japoneses e autoridades estrangeiras prestaram homenagem nesta terça-feira (27) ao ex-primeiro-ministro Shinzo Abe, assassinado em julho, em um funeral de Estado que gerou protestos, mas também longas filas de pessoas que desejavam oferecer flores e preces.

As cinzas de Abe, transportadas por sua esposa Akie em um cortejo fúnebre a partir de sua residência na capital japonesa, chegaram ao ginásio Budokan de Tóquio ao som de uma salva de 19 disparos em homenagem ao falecido líder

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Em sua elegia, o atual primeiro-ministro Fumio Kishida descreveu Abe como "uma pessoa de coragem" e citou suas conquistas políticas, incluindo os esforços para fortalecer os laços diplomáticos do Japão.

"Sinto uma dor dilacerante", afirmou Kishida diante de uma enorme fotografia de Abe pendurada, que estava sobre uma grande estrutura de flores.

Abe foi o chefe de Governo do Japão que permaneceu mais tempo no cargo e uma das figuras mais famosas do país, recordado por cultivar alianças internacionais e por sua estratégia econômica, que recebeu o nome "Abenomics".

Ele renunciou em 2020 por um problema de saúde recorrente, mas continuou como uma importante figura pública e fazia campanha pelo partido do governo quando um homem armado o matou a tiros em 8 de julho.

O assassinato estremeceu o país, que tem baixos níveis de crimes violentos, e motivou condenações internacionais.

Mas a decisão de organizar um funeral de Estado, o segundo para um ex-primeiro-ministro no pós-guerra, gerou uma crescente oposição, com cerca de 60% dos japoneses contrários ao evento, segundo pesquisas recentes.

Oferendas de flores 

A cerimônia no Budokan reuniu importantes líderes mundiais como a vice-presidente americana Kamala Harris e os primeiros-ministros da Índia, Narendra Modi, e Austrália, Anthony Albanese.

Do lado de fora do complexo, milhares de pessoas formaram longas filas para deixar flores, geralmente brancas, diante de uma fotografia de Abe e fazer uma oração em duas tendas que abriram uma hora antes do funeral.

Toru Sato, de 71 anos, esperava com o apoio de sua bengala. "Eu só conhecia Abe-san da televisão. Ele trabalhou muito. Sua morte foi tão trágica. Sinto muito por ele", disse à AFP.

Koji Takamori viajou de Hokkaido (norte) com o filho de nove anos. "Eu queria agradecer, ele fez muito pelo Japão", disse o homem de 46 anos.

"Honestamente, eu também queria vir porque existe muita oposição. É como se estivesse aqui para opor-me aos que se opõem ao funeral", acrescentou.

Embora em menor número, os críticos também foram observados na área e pretendiam organizar um protesto diante do Parlamento.

Descontentamento com o funeral 

O homem preso por matar Abe o acusou de ter vínculos com a Igreja da Unificação, com a qual estava irritado devido às grandes doações feitas por sua mãe à chamada "seita Moon".

O assassinato provocou um novo escrutínio desse grupo religioso e seus métodos de arrecadação de fundos, e perguntas desconfortáveis para a classe política japonesa. O partido do governo admitiu que metade de seus legisladores tem ligações com a igreja.

O primeiro-ministro Kishida prometeu que seu Partido Liberal Democrático (PLD) romperá relações com a igreja, mas o escândalo agravou o incômodo com o funeral de Estado.

Milhares protestaram pela cerimônia e um homem ateou fogo a si mesmo perto do gabinete do primeiro-ministro, deixando um bilhete para expressar a objeção ao evento.

Alguns legisladores da oposição boicotaram o funeral.

A polêmica tem várias razões, incluindo a acusação de que Kishida aprovou a cerimônia unilateralmente, sem consultar o Parlamento. Outros reprovam o custo de quase 12 milhões de dólares do funeral de Estado.

Também pesa o legado polarizante da gestão de Abe, marcada por denúncias de nepotismo, e a rejeição a seu nacionalismo e planos de reformar a Constituição pacifista

O governo de Kishida esperava que a solenidade do evento, com quase 4.300 participantes, incluindo 700 convidados estrangeiros, acabasse com a controvérsia.

O imperador e a imperatriz do Japão, Naruhito e Masako, não compareceram porque são figuras nacionais neutras, mas o príncipe herdeiro Akishino e sua esposa deixaram flores flores no final do serviço de 90 minutos.

O tufão Nanmadol atingiu neste domingo a costa sudoeste do Japão e as autoridades recomendaram que mais de sete milhões de pessoas procurem abrigo, diante da previsão de rajadas de vento violentas e chuvas torrenciais.

"O olho do tufão Nanmadol tocou o solo perto da cidade de Kagoshima às 19H00" (7H00 de Brasília), informou a Agência Meteorológica do Japão (JMA).

As rajadas de vento atingiam 235 km/h e o tufão já provocou 500 mm de chuva em menos de 24 horas em algumas áreas da ilha de Kyushu.

A JMA emitiu um "alerta especial" para as prefeituras de Kagoshima e Mizayaki, no sul de Kyushu, onde pelo menos 20.000 pessoas se preparavam para passar noite em abrigos.

O canal estatal NHK, que compilou informações das autoridades regionais, informou que mais de sete milhões de pessoas receberam ordens para procurar refúgios ou buscar proteção em edifícios resistentes.

Mais de 200.000 residências estavam sem energia elétrica nas regiões afetadas.

Também foram suspensas as operações dos trens regionais e de alta velocidade, quase 500 voos e o transporte marítimo na região.

A JMA advertiu que a região pode enfrentar um perigo "sem precedentes" com os ventos, as ondas e as chuvas torrenciais.

"Permaneçam afastados dos locais perigosos e saiam caso sintam algum perigo", tuitou o primeiro-ministro nipônico, Fumio Kishida, depois de convocar uma reunião do governo.

"Será perigoso sair à noite. Fiquem seguros enquanto ainda é dia", afirmou.

- "Intensidade nunca vista" -

"Pedimos prudência máxima", afirmou no sábado Ryuta Kurora, diretor da unidade de previsão da agência meteorológica. "É um tufão muito perigoso", destacou.

"O vento será tão forte que algumas casas podem desabar", disse Kurora, antes de alertar sobre inundações e deslizamentos de terra.

Ele recomendou à população que procurasse refúgio em edifícios resistentes e não se aproximasse das janelas.

Hiro Kato, diretor do Centro de Monitoramento e Alerta Meteorológico, alertou: "As áreas afetadas pela tempestade estão recebendo chuvas de uma intensidade nunca vista".

Depois de atingir Kyushu, o tufão deve seguir para o nordeste e afetar a principal ilha do Japão, Honshu, até a manhã de quarta-feira.

A temporada de tufões registra a maior intensidade entre agosto e setembro no Japão.

Em 2019, o tufão Hagibis provocou mais de 100 mortes no país, que na época era sede da Copa do Mundo de Rúgbi.

Os cientistas consideram que a mudança climática aumenta a intensidade e a frequência das tempestades e fenômenos meteorológicos extremos.

Para muitas pessoas o japonês Shoji Morimoto, de 38 anos, tem o trabalho dos sonhos, já que sua única responsabilidade é acompanhar os seus clientes e não fazer absolutamente nada. O profissional oferece sua companhia para participar de eventos, jantar e muitas vezes proporcionar uma escuta atenciosa enquanto o cliente desabafa. 

De acordo com sua entrevista à agência de notícias Reuters, o custo do serviço gira em torno de R$ 364,70 e ele já atendeu mais de quatro mil pessoas. Morimoto diz que tem uma alta demanda, de forma que muitas vezes sua agenda está lotada com mais de três atendimentos por dia. Além disso, 1/4 dos seus clientes são fiéis, como uma mulher que já o contratou 270 vezes.

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Morimoto diz que na maioria das vezes ele realmente não faz nada, enquanto em algumasoutras ele caminha ao lado da pessoa ou cozinha. Um das clientes dele, chamada Coosa, o contratou porque estava se sentindo para baixo devido ao trabalho e queria uma companhia enquanto andava pelas ruas de Tokyo vestida com uma fantasia de Pikachu.

Após gostar do atendimento, Coosa voltou a contratar Morimoto para que ela pudesse desabafar com ele sobre sua história de vida. De acordo com a Reuters, serviços como esses não são difíceis de encontrar no Japão, de forma que existem até mesmo agências que alugam pessoas para fingir serem amigos ou familiares dos clientes. 

Para Morimoto, que já possui mais de 200 mil seguidores no Twitter, o seu diferencial é que ele é um profissional livre, o que torna sua abordagem única. Além disso, ele diz que seus clientes encontram conforto na relação temporal que tem com ele, já que muitos não se sentem à vontade para pedir favores a amigos e familiares. 

Na entrevista, o profissional diz que seu trabalho tem potencial de mudar o julgamento da sociedade de que as pessoas precisam fazer algo produtivo para se sentirem valorizadas. 

O primeiro-ministro japonês anunciou nesta quarta-feira (31) que seu partido romperá todos os vínculos com a Igreja da Unificação, conhecida como "seita Moon", relações que vieram à tona após o assassinato do ex-primeiro-ministro Shinzo Abe.

"O rompimento de laços entre a organização em questão" e os parlamentares do Partido Liberal Democrático (PLD, direita conservadora) se tornará a norma do partido, declarou Fumio Kishida em entrevista coletiva.

Os funcionários eleitos e os representantes políticos "devem ser cuidadosos em suas relações com organizações consideradas problemáticas pela sociedade", acrescentou, prometendo uma investigação sobre os vínculos entre os membros do PLD e a Igreja da Unificação.

O assassinato do ex-primeiro-ministro Shinzo Abe em julho por um homem que o culpou por seus supostos vínculos com o grupo religioso reacendeu as polêmicas sobre a organização no Japão.

Muitos ex-membros acusam a "seita Moon" de ter abusado economicamente deles.

A popularidade de Kishida caiu depois que as relações mantidas por deputados do PLD - incluindo membros de seu governo - e a Igreja da Unificação vieram à tona.

Kishida reorganizou seu governo no início de agosto, mas alguns membros de sua nova equipe de governo também têm ligações com a seita Moon.

O primeiro-ministro também defendeu nesta quarta-feira sua decisão de realizar um funeral de Estado para Abe, depois que a controvérsia surgiu sobre o gasto de dinheiro público no memorial, o maior para um ex-líder japonês desde 1967.

A cerimônia está marcada para 27 de setembro em Tóquio.

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