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O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, participa da reunião com a presidente Dilma Rousseff, no Palácio da Alvorada, neste domingo (13), para discutir cortes de gastos e medidas para reduzir o déficit primário de R$ 30,5 bilhões previsto no orçamento de 2016. Inicialmente, havia uma previsão de o ministro estar neste domingo no Rio de Janeiro, mas Levy acabou ficando em Brasília para o encontro com a presidente e com o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa.

Nesse sábado (12), pela manhã, a presidente reuniu-se com a Junta Orçamentária, formada pelos ministros Barbosa, Levy, e da Casa Civil, Aloizio Mercadante. À tarde, ela convocou outros 10 ministros para apresentar diretrizes para cortes nos gastos dos ministérios.

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A expectativa é que o governo anuncie logo no início da semana as primeiras medidas em resposta ao Congresso, que disse que só discutirá aumento de impostos depois que o Executivo promover um ajuste nas despesas, e também para evitar que outras agências de classificação de risco sigam a decisão da Standard & Poor's, de rebaixar a nota brasileira.

A presidenta Dilma Rousseff convocou hoje (12) ministros para mais uma reunião no Palácio da Alvorada em um fim de semana. Participam do encontro os titulares da Fazenda, Joaquim Levy; do Planejamento, Nelson Barbosa; da Casa Civil, Aloizio Mercadante – que formam a Junta Orçamentária –, e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.

Os secretários do Tesouro Nacional, Marcelo Saintive; e da Receita Federal, Jorge Rachid, também estão na residência oficial da presidenta. A reunião não estava prevista na agenda oficial de Dilma. 

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O governo discute o anúncio de medidas para mostrar compromisso com o corte de gastos desde o rebaixamento da nota de crédito do Brasil pela agência de classificação de risco Standard&Poor’s (S&P),  na última quinta-feira (9).

Após o rebaixamento, os ministros Levy e Barbosa deram entrevistas reafirmando a estratégia do governo de reduzir despesas e estudar a criação de receitas e o líder do governo no Senado, Delcídio Amaral, disse que anúncio de novas medidas seria feito na sexta-feira, o que não aconteceu.

O primeiro anúncio, segundo Delcídio, será a redução de custeio dos ministérios, que serão reestruturados e terão contratos de prestação de serviço revistos para cortar gastos. A medida faz parte da reforma administrativa que vai cortar dez dos 39 ministérios do governo Dilma e deve ser anunciada até o fim de setembro.

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou na quarta-feira, 9, em entrevista ao Jornal da Globo, que a lição do rebaixamento do rating do Brasil pela Standard & Poor's é a de que os agentes estão entendendo a necessidade de fazer escolhas difíceis para que o País queira readquirir o equilíbrio fiscal. "Não é só dizer que vai cortar ou pedir para a população assinar um cheque em branco para o governo", disse Levy durante entrevista ao vivo. "Precisamos nos decidir. A consequência (do rebaixamento) é olharmos para nós mesmos e decidirmos o que a gente quer. Não adianta empurrar o problema", afirmou.

O ministro evitou dizer quais serão os próximos passos do governo, mas reiterou que "sempre dá para cortar mais" e que é possível que a carga tributária aumente. "Qual exatamente vai ser o imposto, quanto vai ser ou qual o tamanho do corte, o governo irá fazer isso nas próximas semanas com muita clareza. É um desafio para cada um de nós."

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Levy defendeu o Orçamento do governo, lembrando que os cortes já feitos levaram os gastos discricionários ao nível nominal de 2013. Para ir além na redução das despesas, continuou, uma contribuição deve vir do próprio Executivo na melhora da gestão de programas sociais. Outras iniciativas dependerão da aprovação do Congresso, como a criação de uma idade mínima de aposentadoria, ideia que está em discussão no parlamento. "As pessoas precisam entender que, se não aprova, nossa dívida piora, o crédito diminui", disse.

O ministro também defendeu a presidente Dilma Rousseff, afirmando que ela não teve receio de colocar sua popularidade em risco ao tomar "as medidas certas e que já estão dando resultado", como a liberação dos preços represados e o ajuste do câmbio. Levy afirmou ainda que uma agenda que olhe para além da crise já existe, como as reformas do ICMS, do PIS/Cofins e outros itens da Agenda Brasil.

"O País tem maturidade e demonstrou várias vezes que consegue superar desafios", disse Levy. "Vamos voltar ao nosso lugar, entre os melhores."

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, teve uma agenda extensa nesta segunda-feira, de encontros com autoridades do governo espanhol e também com empresários e investidores. Logo cedo, reuniu-se com o ministro da Economia Luis de Guindos e depois participou com ele de um evento sobre infraestrutura promovido pelo jornal El País.

Em seguida, o ministro teve conversas reservadas com empresários e participou de um almoço no meio da tarde com outro grupo de dirigentes de grandes e médias companhia - entre elas, Telefónica e Santander. "As reuniões foram muito interessantes", comentou apenas Levy, ao final.

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Na avaliação do ex-presidente do conselho de administração do Santander Guillermo de la Dehesa, foi "magnífico" o diálogo com Levy durante o almoço. "Estamos muito confiantes no Brasil. Agora há uma estratégia clara de política macroeconômica, que é muito boa e tem o apoio da presidente Dilma Rousseff", afirmou. "Há também um trabalho muito importante do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini. Antes, Tombini estava sozinho para combater a inflação e não havia o apoio da política fiscal. Agora, com a atuação firme e austera de Levy, tudo está indo muito bem para o País", disse.

No final da tarde, o ministro brasileiro fez uma reunião bilateral fechada com o ministro da Fazenda e Administração Pública da Espanha, Cristóbal Montoro. "Vai ser importante falar com ele, pois fez um belo trabalho para o aumento da arrecadação do país", disse Levy, antes do encontro. Amanhã, o ministro brasileiro tem agenda em Paris, onde participa de evento da OCDE.

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, expuseram, durante as reuniões do G-20, na capital da Turquia, que continua o ajuste macroeconômico do Brasil, com efeitos nítidos em três frentes: monetário, externo e fiscal. Porém, há um descasamento temporal entre a aferição de custos e benefícios do ajuste, o que tem gerado "um pessimismo exagerado", que surgiu da extrapolação para o futuro dos custos presentes das mudanças, sem levar em consideração os fatores positivos que serão mantidos no longo prazo.

Eles destacaram que a forte desvalorização do câmbio elevou a competitividade das exportações do Brasil. Neste ano, as vendas de produtos para o exterior, descontadas as importações, dará a primeira contribuição positiva para o PIB desde 2005. O fluxo de recursos prossegue em ritmo intenso e o déficit de transações correntes cairá mais de 20% neste ano ante 2014.

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Quanto à política monetária, apesar do intenso reajuste de preços relativos, as ações nessa área do governo foram capazes de ancorar as expectativas de inflação entre 2017 e 2019, considerados como médio e longo prazos. Embora a inflação esperada para este ano seja alta, nos primeiros meses de 2016 o IPCA deverá exibir acentuada queda, no acumulado de 12 meses. Esse movimento, junto com o desempenho mais benigno da inflação, tende a ajudar na ancoragem de expectativas para dezembro de 2016.

Para os ministros brasileiros, a política fiscal já produziu resultados na diminuição das despesas públicas e o governo continuará perseguindo o superávit primário de 0,7% do PIB em 2016. Essa é uma discussão que tende a se tornar mais profunda agora, com a tramitação no Congresso do Orçamento de 2016.

Na opinião do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, é preciso "discutir se há interesse da sociedade para garantir a meta de primário", para o próximo ano, que ele afirmou ser de 0,70% do PIB. Ele disse neste sábado que há um "compromisso do governo" em cumprir este objetivo.

No campo das receitas para 2016, Levy afirmou que "há diversas coisas sendo consideradas, como venda de ativos do governo". Por outro lado, manifestou que em projetos de infraestrutura há bom potencial, que inclusive chama a atenção de países membros do G-20.

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"Estamos discutindo dentro do Congresso e sociedade questões fiscais", afirmou o ministro. "O governo está empenhado, inclusive como tratar de renuncias fiscais", disse. "Há avanços. O Senado também votou a emenda para não ter novos gastos de despesas", disse, ressaltando várias vezes que é preciso encontrar um meio para "viabilizar o ajuste fiscal". "Na democracia se faz as coisas por persuasão", enfatizou.

Levy também apontou que a regularização de recursos de brasileiros que estão no exterior sem declaração ao fisco deve gerar R$ 20 bilhões de uma só vez. A repatriação, segundo ele, pode ser votada na próxima semana no Congresso.

Para Levy, aplicar políticas diferentes na área de tributos para os setores produtivos da economia "é ruim", inclusive porque provoca efeitos negativos sobre a arrecadação federal. "Evitar a erosão da base tributária é evitar a piora da distribuição de renda", comentou. O ministro Levy fez os comentários ao lado do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, depois de ambos participarem das reuniões do G-20 na capital da Turquia.

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse que a conversa que ele teve nesta semana com a presidente Dilma Rousseff foi sobre "economia e orçamento". A frase foi dita depois de ser perguntado por jornalistas se nesta reunião foi discutida a sua permanência ou saída do governo. "Não se discutiu em nenhum momento eu ficar ou não", afirmou.

Ele disse que discute "políticas" públicas e ressaltou que o importante é o País viabilizar a meta de superávit primário de 0,7% do PIB para 2016. "Ajustes com cortes e mais imposto funciona em vários países e pode ser assim no Brasil", afirmou. "Temos que ter humildade em novos compromissos fiscais. Vejo que temos que tomar decisões firmes para manter o grau de investimento", ressaltou.

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"O risco de perder o grau de investimento está ligado à execução do ajuste fiscal", disse. Levy fez os comentários ao lado do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, depois de participarem das reuniões do G-20 na capital da Turquia.

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse neste sábado que até o final do ano a economia voltará a crescer, na margem. "Mas só vai ter retomada do crescimento se não tiver perda do grau de investimento", afirmou em entrevista, numa das várias vezes que enfatizou a necessidade da realização do ajuste fiscal. "A questão do investment grade gera incertezas. E quando há dúvidas, fica difícil o PIB crescer", ponderou.

Na avaliação do ministro, já há sinais de recuperação da economia, especialmente nas contas externas, com melhor desempenho das exportações líquidas. "A agricultura vai bem. A safra cresceu 8%, segundo alguns", acrescentou. "Daqui a pouco, as empresas reduzirão bem os estoques", disse. Levy fez os comentários ao lado do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, depois de participarem das reuniões do G-20 na capital da Turquia.

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O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse neste sábado que a meta de superávit primário para 2016 é de 0,7% do Produto Interno Bruto (PIB). "No rádio da Paraíba, a presidente Dilma Rousseff confirmou a meta de 0,7% do PIB para o superávit primário em 2016", afirmou, em entrevista com a imprensa, referindo-se à entrevista que ela concedeu a emissoras do Estado na manhã de sexta-feira (4). Ele continuou: "Precisamos de meta firme para manter o grau de investimento do Brasil. É preciso encontrar um meio para viabilizar isso, inclusive no Congresso."

Levy, que participa do último dia da reunião de ministros das Finanças e presidentes dos bancos centrais dos países integrantes do G-20, destacou que é preciso discutir se há interesse da sociedade em garantir a meta do superávit primário do Brasil. Reforçou também que a perda do grau de investimento para o País colocaria em risco empregos e ainda poderia piorar a vida dos brasileiros.

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No futebol quando a diretoria de um clube que está colhendo péssimos resultados num determinado campeonato que disputa começa a dizer que o treinador está prestigiado é um sinal claro que ele está com seus dias contados no cargo que ocupa, e que se o esquema tático não funcionar garantindo vitórias para o clube, ele brevemente será demitido.

No caso da política não é diferente, mas antes de fazer uma comparação com o futebol para abordar a situação de Joaquim Levy, é importante salientar o que aconteceu antes mesmo da vitória de Dilma Rousseff para o segundo mandato. Enquanto Aécio Neves sinalizava que Armínio Fraga seria seu ministro da Fazenda e Marina Silva apontava André Lara-Resende como possível titular da Fazenda, Dilma apenas sinalizava que o então ministro Guido Mantega não seria mantido no cargo caso fosse reeleita, mas não se sabia quem comandaria uma pasta vital para qualquer governo.

O histórico de Joaquim Levy como economista renomado é de alguém muito mais próximo às teses difundidas pelo PSDB do que das teses difundidas pelo PT. Quando ele foi anunciado o mercado recebeu muito bem a sua indicação achando que ele poderia conter o desarranjo econômico patrocinado pelo primeiro governo Dilma Rousseff e que os sinais deste desarranjo já eram sentidos por vários setores da economia.

Quem não lembra da superintendente do Santander Sinara Polycarpo Figueiredo que enviou uma carta aos investidores do banco alertando dos riscos de uma eventual reeleição da presidente Dilma Rousseff? Além de ter sido hostilizada pelo PT nas redes sociais, Sinara foi demitida pelo conteúdo apocaliptico da sua carta. Mas o tempo foi o senhor da razão novamente e mostrou que Sinara estava corretíssima com a sua previsão.

Voltemos para o atual cenário econômico do país. A presidente Dilma Rousseff apresentou o chamado ajuste fiscal, que se aplicado em sua totalidade, possivelmente apontasse um caminho melhor do que o vivenciado neste momento. Porém, como Dilma é fraca politicamente, não teve condições de aprovar o ajuste fiscal proposto por Levy no Congresso Nacional, consequentemente prejudicando a sua eficácia.

Como a situação não é nada boa e não há perspectivas de que o cenário irá se alterar no curto prazo, o Palácio do Planalto começa a dizer que Joaquim Levy está prestigiado, como no futebol com o técnico quando o time acumula derrotas. Mas é provável que na prática já estejam se movimentando para que ele saia do cargo. Recentemente ele perdeu algumas quedas de braço para o ministro do Planejamento Nelson Barbosa e isso azedou sua relação com o Palácio do Planalto.

Pra completar a situação, parece que o persona non grata que ocupa a Casa Civil Aloizio Mercadante começou a conspirar contra Levy. O resultado a gente já pode subentender: Joaquim Levy será convidado a sair do cargo pagando por um “crime” que não foi ele quem cometeu, apenas estava tentando consertar o erro do seu antecessor Guido Mantega, que há muito tempo havia perdido as condições de ficar no cargo.

Candidata – A esposa do secretário de Comunicação de Jaboatão dos Guararapes Jorge Lemos, Claucione Lemos, será candidata a vereadora nas eleições do ano que vem pelo PSDB. Claucione é formada em administração, pós-graduada em gestão de pessoas e estudante de direito e defenderá a causa animal no município. A candidatura tem o aval do prefeito Elias Gomes.

Ausência – Na passagem do governador Paulo Câmara por Caruaru ontem a ausência do ex-governador João Lyra Neto foi bastante notada. O fato aumentou ainda mais as especulações de que tanto João quanto a sua filha, a deputada Raquel Lyra, estão de saída do PSB para aportarem no PSDB visando as eleições municipais de 2016 em Caruaru.

Gestos – Até as paredes do Palácio do Campo das Princesas sabem que o candidato preferido do governador Paulo Câmara para disputar a prefeitura de Caruaru no ano que vem é o deputado estadual Tony Gel (PMDB), que ao acompanhar o governador ontem pisou na sede da prefeitura do município depois de oito anos.

Cortes – Seguindo o rumo da maioria dos órgãos públicos Brasil a fora, o prefeito Geraldo Julio anunciou ontem uma série de medidas visando cortar custeio com a máquina da prefeitura do Recife. Com o objetivo de economizar R$ 190 milhões, a gestão socialista vai cortar 300 cargos comissionados, reduzir em 50% os gastos com publicidade, cortar gastos com viagens nacionais e internacionais, etc.

RÁPIDAS

Resposta – O líder do governo na Alepe deputado Waldemar Borges (PSB) afirmou ontem que a bancada de oposição liderada pelo deputado Sílvio Costa Filho (PTB) está deslocada da realidade quando aponta as dificuldades do governo em implementar as ações no estado. De acordo com Waldemar a crise é federal, consequentemente culpa de Dilma, que é apoiada pela oposição estadual.

Crítica – O secretário de Turismo e Lazer de Pernambuco Felipe Carreras abriu o verbo ontem contra o presidente da Embratur Vinicíus Lummertz, que se posicionou recentemente a favor de Natal para receber o Hub da TAM.

Inocente quer saber – Quais ministros serão cortados da Esplanada quando Dilma fizer a reforma ministerial?

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, saiu em defesa da manutenção dos vetos da presidente da República, Dilma Rousseff, que serão apreciados nesta quarta-feira, 2, no Congresso Nacional. Na quarta-feira (2), os parlamentares decidem sobre os vetos ao reajuste de servidores do Judiciário e a alternativa ao fator previdenciário. "Sustentar o veto da presidente é maneira de combater o desemprego e trazer tranquilidade", disse durante audiência pública na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara.

No caso da regra alternativa ao fator previdenciário que foi vetada, ela permitiria se aposentar com o salário integral quem conseguisse atingir uma soma mínima de idade e tempo de contribuição. Para os homens, essa soma é 95 e, para as mulheres, 85. A presidente argumentou que essa medida seria prejudicial à Previdência Social. No caso do reajuste a servidores do Judiciário, a proposta era um aumento de 78,56%, o que, segundo a Presidência, traria impacto de R$ 25,7 bilhões nos próximos quatro anos.

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Levy ainda falou sobre o endividamento de Estados e municípios e afirmou que "deu um freio de arrumação" na liberação de empréstimos externos em função do dólar mais volátil. Hoje, depois de tocar a máxima de R$ 3,700 durante o dia, a moeda norte-americana fechou em alta de 1,60%, cotada a R$ 3,691, maior valor desde 13 de dezembro de 2002 (R$ 3,730). No entanto, ele não descartou que esses empréstimos voltem a ocorrer. "Temos a intenção de trazer liberação de empréstimos externos de volta à pauta e dar andamento ainda neste ano", disse.

Em entrevista nesta segunda-feira, 24, no Palácio do Planalto, aos jornais O Estado de S.Paulo, O Globo e Folha de S.Paulo, a presidente Dilma Rousseff negou qualquer possibilidade de afastamento do ministro da Fazenda Joaquim Levy. Questionada se havia fundamento nos rumores que movimentaram o mercado financeiro hoje, Dilma foi categórica: "Isso é mentira".

A presidente frisou que a reforma ministerial que está promovendo tem caráter estruturante e confirmou que "à primeira vista" pretende reduzir dez ministérios. "Vamos passar todos os ministérios a limpo", afirmou Dilma, adiantando que haverá também redução de secretarias em ministérios que não serão extintos.

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"Até setembro anunciaremos os ministérios que serão cortados", declarou a presidente, que aproveitou a conversa para reafirmar seu apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Minhas relações com Lula são as mais próximas. Quem tentar me afastar dele não conseguirá", disse, classificando como um "desserviço" os ataques ao ex-presidente. "Botar bomba no Instituto Lula; fazer aquele boneco (Lula vestido de presidiário na manifestação do dia 16) é um desserviço para o País."

Cargos comissionados

Dilma afirmou ainda que a reforma ministerial enxugará em torno de 5% o total de cargos comissionados (de livre nomeação e exoneração na gestão pública. "A reforma ministerial vai extinguir cerca de mil, dos cerca de 22,5 mil cargos comissionados", disse a presidente.

O projeto de "reoneração" da folha de pagamentos, caso seja aprovado nesta noite pelo Senado, vai produzir uma economia de recursos para o governo de R$ 9,374 bilhões ao longo de um ano, segundo cálculos da Receita Federal obtidos pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado. O projeto de lei original do governo Dilma Rousseff produziria uma economia de R$ 12,841 bilhões. Ou seja, as mudanças feitas pela Câmara e que foram mantidas pelo relator no Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), diminuirão em mais de R$ 3,4 bilhões a economia inicialmente desejada pelo governo e pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy.

O objetivo do projeto do governo era reduzir o rombo fiscal produzido pelo benefício da desoneração da folha de pagamentos. De acordo com a Receita, a desoneração da folha de pagamentos para os 56 setores, como existe até o momento, reduz a arrecadação do governo em R$ 25,2 bilhões. Com o projeto original do governo, o rombo cairia a R$ 12,3 bilhões por ano. Com as modificações dos parlamentares, que suavizaram a proposta de Levy, o rombo anual será de R$ 15,8 bilhões.

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Hoje, 56 setores contam com a folha de pagamentos desonerada e, em troca, recolhem um imposto de 1% ou 2% que incide sobre o faturamento bruto. A proposta original de Levy aumenta essas alíquotas para 2,5% e 4,5%, respectivamente. A Câmara manteve boa parte do projeto, mas tirou cinco setores da medida - call center, calçados, confecções, transportes e comunicação social - que terão uma elevação menor das alíquotas. Além disso, os deputados isentaram os fabricantes de itens da cesta básica de qualquer elevação: para eles, a medida continua a mesma.

Em um momento de tensão nos mercados, agravamento da crise política e deterioração dos indicadores econômicos, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse nesta quarta-feira, 5, que "ninguém quer uma ruptura em nenhum aspecto". Ao deixar reunião com o vice-presidente Michel Temer, Levy disse acreditar que será votado ainda neste ano o projeto de lei que revê a política de desoneração da folha de pagamentos, tema decisivo dentro do ajuste fiscal proposto pelo Palácio do Planalto.

"Obviamente (a revisão da política de desoneração) é um sacrifício para as empresas, mas o governo fez uma estratégia em que certamente teve na parte da previdência social, na parte do trabalhador e também a gente quer acabar com essa distorção das empresas. São bilhões de reais para umas tantas mil empresas", comentou o ministro a jornalistas, ao deixar o gabinete de Temer.

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Questionado sobre a possibilidade de o projeto de lei só ser apreciado no ano que vem, Levy disse que "há um mal-entendido". "Não tenho informações sobre isso. Tudo é conversa. Eu acho que não (fica para 2016), essa é uma parte muito importante do ajuste", afirmou.

Questão fiscal

Nesta terça-feira, 4, o Palácio do Planalto foi derrotado na tentativa de adiar a votação da PEC 443, que reajusta salários de servidores da Advocacia-Geral da União (AGU). A PEC 443 - uma das "bombas fiscais" em tramitação no Congresso Nacional - foi discutida na manhã desta quarta, 5, em reunião do vice-presidente Michel Temer com líderes da base na Câmara e os ministros do Planejamento, Nelson Barbosa, da Advocacia-Geral da União, Luís Inácio Adams, e da Aviação Civil, Eliseu Padilha.

"A situação econômica é séria. A questão fiscal é muito séria. A gente tem de ter tranquilidade e firmeza pra continuar o diálogo para alcançar as soluções que o Brasil precisa. Ninguém quer uma ruptura em nenhum aspecto, a gente precisa é garantir a recuperação econômica", ressaltou Levy.

Gols

Botafoguense, o ministro disse que a sua maior preocupação, no momento, é com a situação do clube carioca na Série B do Campeonato Brasileiro. "Minha maior preocupação é a falta de gols", desabafou, ignorando a pergunta do Broadcast Político, serviço em tempo real da Agência Estado, se a situação do governo estava pior que a do clube carioca.

O Botafogo ocupa atualmente o segundo lugar na tabela da Série B, com 30 pontos - o alvinegro acumula oito vitórias, seis empates e apenas duas derrotas.

Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocupou o prédio do Ministério da Fazenda na manhã desta segunda-feira (3). Segundo os representantes, a ação faz parte da Segunda Jornada pela Reforma Agrária e está acontecendo nacionalmente. A atividade visa reivindicar os cortes econômicos para a reforma agrária, que chega a 50%, segundo a organização. 

De acordo com o coordenador estadual do MST, Francisco Terto, a atividade tem o objetivo de pressionar o governo para os cortes com atividades básicas. "Nós vamos 'satanizar' (Joaquim) Levy. Também estamos em solidariedade para com os cortes na educação, na saúde, e também estamos contra a terceirização", explicou. 

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Ainda segundo Terto, o movimento só irá desocupar o prédio do Ministério quando a equipe que está localizada em Brasília for recebida pelo governo para entrega e discussão das pautas de reivindicações. "O governo prometeu assentar 50 mil famílias ao ano, mas até agora quase nenhuma foram feitas", finalizou o coordenador.

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O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, avisou aos governadores que vai começar a liberar nos próximos meses espaço para Estados tomarem novos empréstimos, depois de represar o endividamento no 1.º semestre. Em outra frente para dar fôlego aos gestores, ele informou que o governo está aberto a permitir o uso de depósitos judiciais para pagamento de dívidas, medida recém-aprovada no Congresso.

Um dos maiores motivos de insatisfação dos governadores é a demanda represada para a contratação de empréstimos externos e internos. A liberação dará alívio ante à recessão que impacta a arrecadação. A sinalização de Levy é a de que o Tesouro vai dar prioridade às operações que já estão dentro do Programa de Ajuste Fiscal que os Estados têm com a União.

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Levy já tinha avisado a secretários de Fazenda que tinha organizado as demandas dos Estados e, agora, iria liberar os empréstimos. Os governadores vão usá-los para investimentos.

A liberação de parte dos empréstimos represados já está na conta da reprogramação fiscal para 2015, que reduziu de 1,1% para 0,15% do PIB a meta de superávit primário das contas do setor público. Com a mudança da política fiscal, a meta dos Estados e municípios caiu de R$ 11 bilhões (0,2% do PIB) para R$ 2,9 bilhões.

A liberação para endividamento integra a "agenda positiva" do Planalto para os Estados. Na quinta-feira, 30, Levy disse que está "havendo um consenso" no governo para o uso dos depósitos para pagamentos de dívidas de Estados e municípios. "Do ponto de vista do governo federal (a questão dos depósitos) é um gesto para facilitar a vida dos Estados. Isso é uma flexibilização, permite a eles terem acesso a recursos relativamente vultosos", declarou, ao sair da reunião da presidente Dilma Rousseff com governadores de 26 Estados.

No encontro, governadores defenderam a edição, pelo governo, de medida provisória para fazer ajustes à proposta, de autoria do senador José Serra (PSDB-SP). Levy disse que a tendência é Dilma sancioná-la, mantendo-a em sua essência. O Planalto prometeu criar uma comissão sobre o tema.

ICMS

Na quinta-feira, 30, Dilma disse que a reforma do ICMS, outro item da pauta dos Estados, será incentivada e ajudará no resgate das economias regionais. "É uma reforma microeconômica, que pode ter repercussão macroeconômica para o crescimento, a geração de emprego, a melhoria da arrecadação dos Estados", afirmou a presidente.

A principal mudança prevista é a unificação das alíquotas do imposto, o que acabaria com a guerra fiscal entre Estados. Mas os governadores divergem sobre a melhor forma de fazê-lo e quais mecanismos de compensação implementar.

Na quinta-feira, 30, Levy pediu que os governadores do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), e de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), ajudem a mobilizar os colegas pela reforma. "Todos passam por momentos difíceis, assim como o governo federal", disse Pezão. Outro ponto levantado com Levy foi o apoio de empresas a parcerias público-privadas e a concessões. Segundo Pezão, o objetivo é que esses mecanismos sejam mais utilizados nas obras de infraestrutura. (Colaboraram Bernardo Caram, Lisandra Paraguassu e Tânia Monteiro) As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Depois do anúncio da revisão da perspectiva da nota do Brasil pela Standard & Poor’s, a preocupação do governo agora é com o risco de as agências Fitch e Moody’s seguirem o mesmo caminho.

Em conversas na terça-feira, 28, com investidores estrangeiros para tranquilizar o mercado, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, reafirmou o compromisso do governo com o controle de gastos e da trajetória da relação entre a dívida pública e o Produto Interno Bruto (PIB). À noite, o Ministério da Fazenda divulgou nota oficial reforçando as declarações de Levy.

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Com mais uma notícia ruim para a economia, a avaliação que ganhou força no governo foi a de que a decisão da S&P pode fazer o Congresso "acordar" e aprovar as reformas necessárias o mais rápido possível. Levy reforçou nos contatos com os investidores a necessidade de apoio dos parlamentares às medidas de ajuste fiscal e de estímulo ao crescimento. O papel do Congresso para evitar o risco de perda do grau de investimento ficou mais em evidência, diante do relatório da S&P que apontou preocupações com as turbulências políticas no País.

Embora temida pela área econômica e até certo ponto esperada por causa da crise política associada ao baixo crescimento, a revisão da perspectiva da nota do Brasil surpreendeu pelo momento do anúncio. A equipe econômica não contava com um movimento da S&P "agora". O governo recebeu a informação da S&P no fim da manhã.

O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, disse esperar que o viés negativo de rebaixamento não se concretize. "Trabalhamos para melhorar a situação econômica do País", disse o ministro, depois de conversas com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Levy não comentou a decisão.

Efeito contágio

A expectativa dada como certa na equipe do governo era a de um rebaixamento pela Moody’s, o que colocaria a nota do Brasil na mesma situação da S&P. Uma missão da Moody’s esteve no Brasil este mês para a avaliação da nota brasileira e, agora, o movimento da S&P pode contaminar a decisão. A Fitch já esteve no Brasil este ano, quando decidiu não mudar a nota, mas pode fazer uma revisão para seguir as concorrentes. Nenhuma agência se sente confortável quando fica muito atrás na avaliação do rating, o que alimenta uma "competição" entre elas. Para integrantes do governo, a S&P não quis ficar atrás da Moody’s, que ainda terá de anunciar o resultado da sua revisão. "O risco de as outras seguirem é grande", reconheceu uma fonte da área econômica. O governo vai trabalhar agora para evitar essa contaminação, buscando ampliar o diálogo ainda mais e tentando mostrar que há direção.

O que mais pesou na decisão da S&P foi a incerteza política do cenário brasileiro, que contamina as decisões do Congresso e agrava a crise de confiança na economia. A revelação de um quadro fiscal muito pior no curto e médio prazos, com a reprogramação fiscal de 2015-2018, foi a "gota d’água". (Colaborou Rachel Gamarski) As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Com a queda da arrecadação e com as dificuldades de elevar as receitas, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou nesta terça-feira, 28, que tem conversado sobre a tributação da internet. Segundo Levy, "este é um dos temas globais". Levy ressaltou que alguns provedores estão fora das fronteiras e que está sendo discutida uma forma de tributação para o setor. "Cada vez que a economia vai para uma direção, temos que discutir uma maneira correta de tributar essa direção."

O ministro fez questão de ressaltar que o "tamanho e distribuição da carga tributária são importantes para o dinamismo da economia". Ao lado do secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, Levy afirmou que, "no segundo semestre, vai aprofundar o trabalho do começo do ano". Para o ministro, em algumas áreas, foram alcançados os objetivos plenamente e em outras será preciso "mais diálogo".

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Durante evento comemorativo dos 40 anos da Escola de Administração Fazendária (Esaf), Levy ressaltou o momento de transformação que a economia está vivendo e disse que é necessário "encontrar o caminho do crescimento". O ministro recordou ainda que é preciso enfrentar os problemas da Previdência Social, após ajustes sugeridos pelo governo.

Outro ponto levantado por Levy foram as taxas internas de retorno das concessões, que, segundo ele, agradaram ao mercado financeiro. "Taxas de retorno das concessões em logística foram extremamente bem recebidas pelo mercado", ponderou.

Crescimento

Em meio a dificuldades econômicas e com a alta do câmbio, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, ressaltou que o País vive um "momento de transformação" e que é preciso encontrar o caminho do crescimento.

Para Levy, a questão estrutural "não escapa ao governo, empresários, mercado financeiro e agencias de rating". O ministro defendeu o ajuste em curso e fez questão de ponderar, após o desgaste de algumas medidas no Congresso Nacional, que o "ajuste econômico tem avançado mais rápido que o ajuste fiscal em alguns pontos". De acordo com o dirigente da Fazenda, o ajuste não tem sido fator da redução da atividade e o impulso fiscal tem sido neutro. O ministro ressaltou que, nos Estados Unidos, o impulso é negativo e que, mesmo assim, a economia do país norte-americano está se recuperando.

Sobre a redução da meta fiscal na semana passada, Levy ressaltou que a decisão do governo permite o crescimento. "Queremos disciplina para reconstruir confiança", disse. Segundo Levy, o processo de ajuste da economia está avançando e o governo tem trabalhado com uma agenda fiscal voltada para o crescimento.

Sobre as metas fiscais para os próximos anos, Levy ressaltou que espera superar as metas em 2016 e 2017. "Serão anos de desempenho fiscal com surpresas positivas", afirmou.

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, deixou claro, em entrevista exclusiva à Agência Estado, que o governo está fazendo o máximo que pode em termos fiscais, e que um esforço adicional depende fundamentalmente do Congresso.

Levy afirmou que o superávit primário de 2016 pode ser aumentado, se houver um "alinhamento de prioridades entre Executivo e Congresso". Para ele, a recente redução da meta de 2015 poderia ter ficado "num mínimo" de 0,4% do PIB (e não 0,15%, como passou a vigorar) se o Congresso tivesse aprovado o projeto de lei que muda a desoneração da folha nos termos e no timing intencionados pelo Executivo.

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O ministro mostrou-se preocupado com a postura recente dos parlamentares: "O protagonismo do Congresso até agora tem sido na direção de enfraquecer a meta (fiscal), pelas mais diversas razões". Mas frisou ter "absoluta confiança" de que a sociedade, que influencia o Congresso, tem condições de entender a necessidade de um ajuste estrutural das contas públicas, que crie condições de crescimento num ambiente global mais difícil.

Ele ironizou os vaticínios de que o País crescerá pouco depois do ajuste, lembrando uma história da sua pré-adolescência, quando um porteiro dizia que Levy, então mais baixo que a irmã (ele tem cerca de 1,90m), seria um adulto baixo: "Diante dessa extraordinária lição de vida, tenho certa reserva quanto a essa história de que o Brasil nunca mais vai crescer". Levy aposta na retomada do crescimento pelo reequilíbrio fiscal, melhoras em setores da economia, abertura de mercados e absorção de novas tecnologias.

Sobre o fato de o mercado ter interpretado a redução da meta como uma derrota sua e vitória do ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, Levy disse que "isso tudo é falso e não faz sentido". Segundo ele, "a meta deste ano é muito clara e está dada. A não ser que houvesse um movimento excepcional do Congresso, está dada. O que pode ser discutido é a meta de 2016. Dependendo da sinalização, dependendo de como a gente vai começar o segundo semestre, ela pode vir a ser mais alta. Dependendo da cooperação, do interesse e da relação com o Congresso. Tem de haver um alinhamento do entendimento sobre prioridades com o Congresso".

Perguntado sobre como seria esse alinhamento, ele disse que "obviamente o Executivo vai ter de propor (uma meta mais alta para 2016) e acho que tem espaço para propor. Mas, na conjuntura atual, a gente tem de propor criando um ambiente de diálogo e capturando a sinalização que vem do Congresso, que se propõe a ter protagonismo. O protagonismo do Congresso até agora tem sido na direção de enfraquecer a meta, pelas mais diversas razões. O Congresso, por exemplo, transformou o Profut (refinanciamento de dívidas de clubes de futebol) em algo muito diferente do que havíamos proposto, sem que fique evidente que vai melhorar alguma coisa para os clubes. Mais uma vez, a sinalização foi de relaxamento fiscal. Podemos propor algo mais forte, mas não faz sentido que não esteja alinhado com a sinalização que temos recebido".

Questionado sobre quando será anunciado eventual aumento da meta de 2016, Levy disse: "Vamos ver, quando os entendimentos se alinharem. Se a gente acabasse de vez com os subsídios e renúncias fiscais, por exemplo, seriam R$ 25 bilhões, mais 0,5% do PIB".

Em relação à forte redução da meta deste ano, Levy ressaltou que "a principal preocupação é reduzir as incertezas. A incerteza afetou profundamente o comportamento das empresas. Há uma reticência muito grande em se pagar impostos, a receita tem caído mais do que aquilo que seria natural de se esperar, dado o ciclo econômico. O ajuste fiscal avança naquilo que o Executivo fez, no ajuste de preços relativos, etc. Tenho inúmeros testemunhos de empresas que dizem que se acertaram, mudaram preços, custos, e agora estão reengrenando. Mas venho alertando que existe uma questão fiscal estrutural. O aumento de receita dos anos 2000 foi em larga parte consumido pelo aumento das despesas obrigatórias, que continuam crescendo. Temos de melhorar a qualidade das despesas. E, além disso, temos a questão cíclica".

Questionado se os sucessivos Refis, e mesmo a ideia da repatriação de recursos, não incentivam o não pagamento de impostos, o ministro disse que "a ânsia de procurar receitas, às vezes, leva a ações que podem ter repercussões no futuro". Em relação ao Refis, ele ressaltou que "um dos aspectos é a sinalização consistente do Congresso, não só deste, mas dos últimos anos. No caso da regularização dos recursos no exterior, ela se dá também porque é uma fonte nova de recursos para uma razão específica, de atender os governadores na questão do ICMS. Não é projeto do Executivo. O Executivo apoiou os senadores e procurou dar certa conformidade para que o projeto esteja atento a certas questões sobre lavagem de dinheiro, origem de recursos, e para ter alíquotas e sinalização compatíveis. Também é preciso dizer que não adianta inventar impostos e sobrecarregar o setor produtivo ainda mais".

Para Levy, a mudança da meta não é um relaxamento fiscal. "Os cortes de gastos foram aumentados. Cortamos 30% de despesas em relação a 2014. Estamos voltando a níveis de 2013, em alguns ministérios até aos níveis de 2012. Fizemos o que o Executivo pode fazer, e o resto temos de construir com o Congresso. O movimento foi para dar uma clara sinalização da capacidade fiscal neste momento. O superávit estrutural, aliás, parou de se deteriorar e estabilizou. Não é o superávit fiscal que está fazendo a recessão."

Perguntado se há ceticismo quanto à retomada de crescimento pós-ajuste, Levy lembrou: "Quando eu tinha 13 anos, minha irmã, um ano mais nova, era mais alta do que eu. Tinha um porteiro que todo dia passava e dizia 'ah é, a menina cresceu, mas ele não vai crescer, que pena, não vai ficar que nem o pai' (Levy tem cerca de 1,90 metro é bem mais alto que sua irmã). Diante dessa extraordinária lição de vida, tenho certa reserva quanto a essa história de que o Brasil nunca mais vai crescer. Se a gente não fizer nada, não cresce. Mas há milhões de novas tecnologias para disseminar. Se abrirmos certos mercados, temos capacidade de introduzir tecnologias rapidamente, que aumentam a eficiência da economia de forma dramática - a chamada 'internet das coisas', os avanços em serviços. O pessoal só fala de Über, mas há avanços em áreas como carga de caminhão, na medicina, existem 'n' áreas em que melhoram os processos de informação e se acelera o crescimento. No Brasil, você alinha os preços, em dois tempos as pessoas começam a responder, somos uma economia relativamente livre, apesar de tudo. É preciso resolver o problema estrutural, dar tranquilidade fiscal, e, no resto, temos a demografia favorável." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou na noite desta quinta-feira, 23, que é uma pessoa transparente e que não jogou a toalha ao ter que anunciar a redução da meta de superávit primário. "Nós não jogamos a toalha, pelo contrário, nós vamos continuar a nossa política com muito vigor, mas ela tem que ser uma política realista", disse em entrevista à jornalista Miriam Leitão, transmitida nesta quinta-feira pela GloboNews.

Nesta quarta-feira, o governo reduziu a meta de superávit primário de 1,13% (R$ 66,3 bilhões) para apenas 0,15% (R$ 8,74 bilhões) e fez mais um corte de R$ 8,6 bilhões nas despesas deste ano. Levy, que participou do anúncio, ao lado do ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, disse que é "um equívoco" a especulação de que ele teria sido voto vencido, pois preferia anunciar a redução da meta em um momento mais à frente. "Deve ser um equívoco, nunca disse pra deixar para mais tarde. Eu trabalho com transparência", afirmou, destacando que já vinha sinalizando que a meta seria ajustada por conta da frustração de receitas.

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Levy reforçou que o objetivo do governo é diminuir a incerteza da economia e retomar o crescimento do País e que ajustar a meta não significa afrouxar a política fiscal. "A gente tem um rumo e a gente está fazendo um ajuste de como chegar lá", disse. "Não é um afrouxamento, mas também não adianta ter números imaginários."

Segundo Levy, olhar as metas é algo fundamental, mas não se pode deixar de prestar atenção em outros instrumentos para tratar a questão da divida pública. "A gente tem preocupação em como lidar com a trajetória da dívida", disse. O ministro destacou que o realinhamento de preço já começou a trazer resultados que ajudam na mudança na política econômica.

Ao fazer um balanço do seu trabalho no primeiro semestre do ano, Levy disse que a situação deve melhorar daqui para frente. "A gente parou de piorar do ponto de vista estrutural e está começando a melhorar", afirmou. Ele destacou que o governo vai continuar tomando medidas para colocar as contas em ordem. "Na verdade, o governo aumentou o contingenciamento. O governo vai continuar cortando na carne, mas tem coisas que depende do Congresso", disse.

O ministro destacou que agora a decisão da nova meta precisa do aval do Congresso e disse que está conversando com parlamentares explicar a necessidade do ajuste fiscal. "Quem define a meta é Congresso", afirmou. "Nem todo mundo principalmente quando você olha a Câmara dos Deputados, nem todo mundo ali pensa em economia o dia inteiro, o cara tem a agenda A, um olha ecologia, outro olha necessidades especiais de algumas pessoas, outro gosta de relacionamentos internacionais. Quando houve uma mudança, houve uma mudança forte da situação que a gente está vivendo, até dos rumos da economia. Demora um pouco de tempo para as pessoas entenderem", afirmou Levy.

Levy reconheceu que o momento no Congresso é duro, mas disse que continuará mostrando a importância do ajuste para os parlamentares. "Vivemos no regime da persuasão na democracia, tentando convencer pessoas", disse. O ministro minimizou as derrotas sofridas no Congresso que dificultaram o ajuste e disse que pode ter havido "equívocos", mas governo está lidando com a situação. "A expectativa com o Congresso no segundo semestre é de que não ocorram esses equívocos."

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