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O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse nesta sexta-feira, 12, na 43ª Reunião do Conselho Consultivo do World Trade Center (WTC), que em função do realinhamento dos preços relativos da economia a política monetária teve que se tornar mais dura. Para ele, no entanto, a política monetária começa a fazer efeito. "Não se pode tapar canais que fazem efeito", disse o ministro, acrescentando que quando se sobe juro não se pode aumentar o crédito.

De acordo com Levy, é bastante comum haver reclamações e pedidos para retomadas de linhas de crédito em períodos de apertos monetários. "Mas se aumenta o crédito não adiantou nada aumentar a taxa de juros", disse o ministro. "Não podemos atrair fatores ao contrário dos canais da política monetária", reforçou o ministro para uma plateia de cerca de 100 empresários.

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Mais adiante no seu discurso, Levy voltou a falar sobre o crédito no Brasil. Disse que com a entrada da economia em outro patamar a partir de 2000, observou-se que a estrutura da economia brasileira se tornou obsoleta e que um desses problemas é o crédito. Segundo o ministro, o Brasil tem crédito direcionado para vários setores a taxas de juros diferentes. Isso, segundo ele, até suscitou debates ideológicos no País por alguns períodos sobre se era certo ou não.

"Mas a estrutura do crédito foi feita há 50 anos, na época do Dr. Bulhões", disse, ao se referir ao economista e ex-ministro da Fazenda Otávio de Gouveia Bulhões. De acordo com Levy, esta estrutura não dá mais conta da demanda por crédito hoje. "Os ditos créditos direcionados chegaram a seu limite", disse. Levy deu como exemplo, o setor imobiliário, que passou por mudanças porque a demanda por imóveis cresceu mais que o ritmo de crescimento dos depósitos na caderneta de poupança. "Não foi o governo que promoveu as mudanças", disse o ministro.

Banco Central

Levy deu mais uma vez demonstração de apoio pleno à atuação firme do Banco Central para conter a alta de preços. "O BC está sendo bastante duro no combate à inflação", destacou. Ele comentou de passagem em palestra sobre a elevação de 0,74% do IPCA de maio.

Levy ressaltou que a atuação do Copom com as ações do seu ministério estão agindo em harmonia e são pilares essenciais da política macroeconômica do governo. "O trabalho fiscal e o do BC é o que estamos fazendo para o direcionamento da economia", apontou. "Mudamos de patamar com estabilidade fiscal e atuação do BC no combate à inflação."

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, reafirmou o compromisso do governo em trazer a inflação para o centro da meta, de 4,5%, e afirmou que é preciso acompanhar a inflação "o tempo inteiro". "Inflação alta cria incerteza e inibe investimentos", afirmou em entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo.

O ministro disse ainda que a inflação alta tem um impacto maior nas famílias de menor renda. "Por isso que é tão importante continuar trabalhando para controlar a inflação", disse.

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Nesta quarta-feira, 10, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 0,74% em maio, ante 0,71% em abril. Com o resultado, o IPCA acumula altas de 5,34% no ano e de 8,47% em 12 meses, acima do teto da meta, que é de 6,5%.

Levy comentou ainda que o princípio do governo de gastar o que arrecada não é uma coisa momentânea. "É um princípio que veio com a Lei de Responsabilidade Fiscal e que tem feito muito pelo Brasil", disse. Segundo o ministro, a lei tem ajudado o governo a realizar o que deseja.

O ministro disse ainda ser fundamental "estratégia", "organização" e que as medidas tenham começo, meio e fim para que sejam efetivas. "Com desorganização e desequilíbrio fiscal, ninguém alcança objetivo nenhum", afirmou.

Nos últimos dois dias, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, foi comparado à Jesus Cristo e à Judas Iscariotes. Mas ontem, quando questionado sobre os dois personagens bíblicos - e antagônicos -, Levy afirmou que não era nem um, nem outro, mas sim São Cristovão. "Agora é São Cristóvão, que é dos transportes, hoje é dia de São Cristóvão, dia da infraestrutura", disse Levy, após participar da cerimônia do governo que anunciou a concessão de quase R$ 200 bilhões em obras de infraestrutura ao setor privado.

A primeira comparação foi feita pela presidente Dilma Rousseff. Em entrevista exclusiva concedida ao jornal O Estado de S. Paulo, Dilma defendeu Levy das críticas, principalmente feitas pelo PT, dizendo ser injusto e errado tratar o ministro como "Judas".

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A segunda comparação veio por meio do vice-presidente Michel Temer (PMDB). Questionado sobre a declaração de Dilma, Temer afirmou que Levy não deveria mesmo ser tratado como Judas, mas como Jesus Cristo. "Ele tem de ser tratado como Cristo, que sofreu muito, foi crucificado, mas teve uma vitória extraordinária e que deixou um exemplo magnífico e extraordinário para todo o mundo", disse Temer.

A senadora Marta Suplicy (sem partido-SP) classificou como "manobra diversionista" transformar o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, em Judas e culpá-lo pela atual crise econômica. Segundo a ex-petista, os responsáveis pela situação pela qual passa o País são a presidente Dilma Rousseff, o ex-ministro da pasta Guido Mantega e o chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante.

"Colocar agora o Levy, que jamais fez parte desse trio que levou o País à situação em que está, no poste de Judas ou na cruz de Cristo, é praticar uma clássica manobra diversionista", disse. Segundo Marta, Levy não "tem a mínima culpa pelo pecado original do governo" e não merece a "comparação a um traidor, nem a um mártir".

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"Ele apenas atendeu a um convite de Dilma, que levou semanas a fio até entender a importância de contar com um economista do gabarito dele, para consertar os malfeitos cometidos pela própria presidente e seus áulicos", disse a senadora.

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Dilma afirmou que as críticas a Levy por causa do pacote de ajuste fiscal eram injustas e que esperava que o PT não o transformasse em "Judas" durante o 5º Congresso da sigla, que começa na quinta-feira, 11. Em seguida, o vice-presidente Michel Temer disse que o ministro deveria ser tratado como "Jesus Cristo" devido aos sacrifícios que tem feito para reequilibrar as contas públicas.

Segundo a senadora, ao fazer essas declarações, os ocupantes do Palácio do Planalto tentam transferir a responsabilidade para Levy do que está acontecendo na economia, que tem apresentado baixos índices de crescimento, inflação alta e aumento da taxa de desemprego. "O inevitável estouro das contas públicas não foi obra do Espírito Santo e nem de Judas, mas de pessoas de carne e osso", afirmou.

Marta se desfiliou do PT em abril fazendo duras críticas ao partido e ao governo. Em novembro do ano passado, quando deixou o Ministério da Cultura, a senadora disse, em carta, que esperava que Dilma escolhesse uma equipe econômica independente e experiente para resgatar a credibilidade do governo. O nome de Levy foi indicado pela presidente no final daquele mês.

Um dia após a presidente Dilma Rousseff dizer ao jornal O Estado de S. Paulo que não se pode transformar o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, em "judas" para ser malhado no 5.º Congresso do PT, de quinta-feira a sábado, em Salvador, a direção do partido e a corrente majoritária da legenda amenizaram as críticas à política econômica do governo.

Embora seja esperado que a resolução final da reunião contenha reparos ao ajuste fiscal, as declarações de Dilma e o pedido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que o PT "olhe para a frente" enfraqueceram as posições radicais.

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"A maioria do partido não vai fazer isso (transformar Levy em 'judas'). Temos que preservar o ministro", disse o deputado estadual José Américo Dias (PT-SP), secretário nacional de Comunicação da legenda.

A ordem, agora, é reduzir a pressão sobre Levy, não personalizar as críticas e apresentar uma agenda "pós-ajuste", com um cardápio de propostas para sair da crise. Mesmo assim, a cúpula do PT avisou ao Palácio do Planalto não ser possível impedir manifestações individuais e faixas de "Fora Levy" no evento.

Apesar dos pedidos de Lula e do recado claro de Dilma, setores do partido devem manter os ataques ao ministro. "Consideramos que a política de ajuste fiscal regressivo e recessivo inaugurada com a nomeação de Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda coloca o PT contra a classe trabalhadora", diz um documento assinado por líderes sindicais petistas, entre eles Vagner Freitas, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), e João Felício, presidente da Confederação Sindical Internacional (CSI), ambos muito próximos de Lula.

Na tentativa de evitar os protestos contra o titular da Fazenda, o ministro da Defesa, Jaques Wagner, foi escalado para conversar com líderes do PT. "Levy está no caminho certo", disse Wagner ao jornal. "Além de ajustar as contas e a economia, vai apontar novos caminhos para a retomada do desenvolvimento com crescimento e renda. Nós confiamos nele."

A agenda pós-ajuste que o PT vai apresentar no 5.º Congresso prevê a defesa do imposto sobre grandes fortunas, da taxação de heranças e do lucro líquido das empresas. O PT também vai pregar a volta da CPMF. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

Depois de a presidente Dilma Rousseff dizer, em entrevista ao jornal "O Estado de S. Paulo" que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, não pode ser transformado em "Judas" por causa das medidas impopulares do ajuste fiscal, o vice-presidente Michel Temer afirmou que Levy é "muito menos Judas e muito mais Cristo". A atuação do ministro está na mira de setores do PT, que realiza um congresso de 11 a 14 de junho em Salvador (BA).

"Eu penso que o ajuste fiscal que o Levy está levando adiante vai representar exatamente isso: no primeiro momento parece uma coisa difícil, complicada, mas que vai dar os melhores resultados", afirmou Temer a jornalistas, ao chegar ao gabinete da Vice-Presidência. Depois, emendou: "Ele (Levy) tem de ser tratado como Cristo, que sofreu muito, foi crucificado, mas teve uma vitória extraordinária na medida em que deixou um exemplo magnífico, um exemplo extraordinário para todo mundo."

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Temer tem sido um dos principais articuladores da aprovação das medidas do ajuste fiscal no Congresso. Ontem à noite ele se reuniria com Levy, o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e líderes da base no Senado para tratar do panorama de votações desta semana na Casa. Hoje ele deverá discutir com líderes da Câmara para tratar do projeto de lei que revê a política de desoneração da folha de pagamento. A votação dessa proposta é encarada pelo Planalto como o "Dia D" do ajuste fiscal".

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva articula com outras correntes do PT a substituição das críticas mais duras ao ajuste fiscal e ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy, pela defesa de uma "agenda de desenvolvimento" que "crie esperança" no País. O movimento tem como alvo o 5.º Congresso do PT, que ocorrerá de quinta, 11, a sábado, 13, em Salvador, e, antes mesmo da abertura, provoca tensão no Palácio do Planalto.

Apesar de adotar um tom de desaprovação às medidas tomadas pela equipe econômica, Lula não quer que o PT saia do encontro de Salvador com o carimbo de partido de oposição à presidente Dilma Rousseff por avaliar que essa estratégia corresponde a um suicídio político.

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Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo ontem, Dilma considerou injustas as críticas a Levy e disse que ele não pode ser transformado em "judas" para ser malhado pelo PT. A ideia do grupo de Lula é "virar o disco" e mostrar que, agora, os petistas estão dispostos a ajudar Dilma a retomar o crescimento, reduzir a desigualdade e tirar do papel o slogan do governo - "Pátria Educadora".

Na lista das "compensações" ao ajuste que a chapa da corrente majoritária Construindo um Novo Brasil (CNB), de Lula, tentará emplacar na resolução do 5.º Congresso estão propostas de crédito para fortalecer a indústria e manter empregos, de estímulo às exportações e de regulamentação do imposto sobre grandes fortunas.

A intenção é deixar claro que o pacote fiscal também atinge o "andar de cima" e não se concentra em restringir direitos dos trabalhadores, como seguro-desemprego e abono salarial.

O receituário do corte de gastos e a proibição imposta pelo PT a seus diretórios - impedidos de receber doações empresarias de campanha - são os capítulos que prometem causar mais polêmica no 5.º Congresso.

A tendência Mensagem ao Partido - integrada pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e pelo ex-governador do Rio Grande do Sul Tarso Genro - mede forças com a CNB para influenciar as discussões.

Antes de viajar para a Itália, na semana passada, Lula pediu a dirigentes e parlamentares do PT que desbastassem os ataques ao governo e não dessem "um tiro no pé". No sábado, porém, ao abrir a 39.ª Conferência da FAO, a agência das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, em Roma, ele disse que "se cada presidente ficar esperando que o ministro da Fazenda diga que está sobrando dinheiro, nunca vai fazer programa de transferência de renda". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Central Única dos Trabalhadores (CUT) vai entregar um documento no Congresso Nacional do PT com críticas a presidente Dilma Rousseff (PT) e ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy. A informação foi divulgada pela coluna Painel, do jornal Folha de São Paulo, neste sábado (6). 

De acordo com o periódico, o texto acusa a petista de ter promovido uma “guinada na política econômica, com ataques a direitos dos trabalhadores”. Sob a ótica dos sindicatos ligados a CUT, o ajuste fiscal é “regressivo e recessivo” e coloca o PT “contra a classe trabalhadora”. 

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Ainda segundo a coluna, o documento é assinado pelo presidente da CUT, Vagner Freitas, e pela cúpula sindical da sigla. O Congresso do PT acontece nos próximos dias 11 e 12, em Salvador, na Bahia. 

A corrente Mensagem ao Partido, segunda maior força interna no PT, quer que o 5º Congresso da legenda, de 11 a 14 de junho, em Salvador, aprove uma resolução cobrando mudanças na política econômica do governo Dilma Rousseff.

Integrada pelo ex-governador do Rio Grande do Sul Tarso Genro, a tendência vai pedir a "reorientação imediata" dos rumos da economia, redução da taxa básica de juros e manutenção dos programas sociais que sofreram corte no Orçamento.

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A posição mais dura da corrente - que também conta com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo - tem como parâmetro um documento aprovado na etapa gaúcha do 5.º Congresso do PT, realizada no sábado em Porto Alegre. O texto vê contradições entre as medidas anunciadas pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e o programa de Dilma, e chega a apontar "golpismo" no plano econômico.

"Se um equilíbrio orçamentário exige correções pontuais, elas devem ser direcionadas às camadas mais favorecidas da sociedade e não podem servir de pretexto para mudar o rumo da política econômica e vergá-la aos interesses financistas", diz o documento da Mensagem. "O 5.º Congresso conclama os militantes, parlamentares e dirigentes do PT a unirem-se às demais forças dos movimentos sociais, da esquerda (…) para barrar o golpismo em todas as suas dimensões, inclusive no plano econômico."

O presidente do PT, Rui Falcão, é contra a radicalização do documento final do congresso, que vai nortear os próximos passos do partido. Com o aval do Palácio do Planalto e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que integra a corrente majoritária Construindo um Novo Brasil (CNB), Falcão tenta mapear as divergências e construir um acordo com as outras correntes, para que a resolução reflita o "pós-ajuste", momento em que o governo procura reagir à crise, imprimindo uma agenda positiva.

"Não quero uma resolução que fique fazendo juízo de valor contra o governo", disse Falcão, ontem à tarde, após reunião da Executiva Nacional petista, em Brasília.

Apesar de contrário a uma crítica frontal na direção da equipe econômica, o presidente do PT defendeu posições que contrastam com as de Levy. Nessa lista estão a volta da CPMF, o imposto do cheque, e a sanção sem veto da proposta aprovada pelo Senado que flexibiliza o fator previdenciário, mecanismo criado no governo Fernando Henrique para reduzir o valor da aposentadoria em até 30%.

"O mais simples seria isso, mas não me parece ser intenção do governo sancionar (o texto) como está", afirmou Falcão. "O partido é uma coisa e o governo, outra. Muitas vezes o governo toma iniciativas que, pela conjuntura, é melhor para nós não opinar, para não jogar água no moinho dos adversários." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A presidente Dilma Rousseff disse na manhã desta quarta-feira, 27, no México que não divergências entre os ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e do Planejamento, Nelson Barbosa. Segundo ela, a posição de ambos no governo é "extremamente estável".

"Nunca houve, desde o momento em que eles assumiram as suas funções, nenhum problema com eles", afirmou. "Agora eu queria dizer que o ministro Levy é um ministro dedicado, batalhador e trabalhador. Ninguém pode tirar isso do ministro Levy e também não pode tirar isso do ministro Nelson Barbosa."

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Depois de cinco dias de desencontros, os ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e o do Planejamento, Nelson Barbosa, voltarão a se encontrar. Levy seguiu na manhã desta quarta-feira (27) para uma reunião com Barbosa, o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e o ministro dos Transportes, Antonio Carlos Rodrigues.

No encontro, deve ser discutido o pacote de concessões a ser anunciado em junho. Levy, que continua com uma forte gripe e quase sem voz, deixou o seu ministério rumo à Casa Civil sem falar com a imprensa.

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Nos últimos dias, Levy e Barbosa têm divergido nos bastidores sobre pontos do ajuste fiscal, entre eles o Contingenciamento de 2015, apresentado na última sexta-feira apenas por Barbosa, pois Levy não compareceu.

Depois de deixar explícita sua insatisfação com o tamanho do corte de despesas federais este ano, ao não comparecer à entrevista de anúncio do contingenciamento, na sexta-feira (22), o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, volta nesta segunda-feira (25) a Brasília determinado a manter as negociações com o Congresso Nacional. A prioridade é garantir a aprovação pelo Senado esta semana das novas regras para seguro-desemprego e abono salarial.

Levy inicia também uma nova jornada por medidas que garantam elevar a arrecadação, como aumento de impostos.

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Além de discordar do corte orçamentário inferior ao que havia previsto, Levy também considerou "otimista" a previsão de receitas apresentada pelo governo na semana passada. Segundo fontes ouvidas pelo Estado, há uma defasagem de cerca de R$ 40 bilhões nos cálculos apresentados, considerando a nova previsão oficial para o crescimento da economia este ano, que passou de 0,8% para -1,2%. Já que isso não poderá ser compensado totalmente reduzindo mais as despesas, a solução virá do aumento da arrecadação.

Levy retomará os encontros com parlamentares para garantir a aprovação da Medida Provisória 664, sobre os benefícios trabalhistas, e concentrará esforços na negociação do projeto de lei das desonerações, que visa acabar com um benefício fiscal que gerou o que ele chegou a definir como "uma brincadeira" de R$ 25 bilhões a menos aos cofres públicos no ano passado.

'Boiada'

A interlocutores, o ministro já indicou que pode aceitar o aumento escalonado de tributos para os segmentos atingidos pelo reajuste de alíquotas (o projeto original prevê um aumento imediato), mas não aprova a retirada de nenhum setor da lista. A expressão que costuma usar é: "Onde pode passar um boi, passa uma boiada".

O mesmo esforço utilizado na aprovação desses itens do ajuste fiscal não deve ser empregado em relação à Medida Provisória 664, que atinge benefícios previdenciários. À exceção dos critérios para concessão de pensão por morte, a medida apresentada pelo governo sofreu inúmeras alterações ao passar pela Câmara e está também na fila do Senado.

Porém, se não for votada esta semana, perderá a validade, pois seu prazo de apreciação no Congresso irá expirar.

O governo teme, no entanto, que a posição de Levy como negociador de temas econômicos no Congresso possa ser fragilizada com a disseminação no noticiário de sua "derrota" na decisão sobre os cortes orçamentários.

Mas o líder do PT no Senado, senador Humberto Costa (PT-PE), avalia que isso não será considerado. "Não acho que o Levy perdeu a capacidade de diálogo. Quem está no Senado sabe que o ajuste fiscal é necessário para o Brasil neste momento. Mas há outros componentes envolvidos nessa discussão, questões mais políticas e não econômicas."

Arrecadação

O governo projeta mais de R$ 1,3 trilhão em arrecadação neste ano. O resultado é 4% superior ao do ano passado, descontado o efeito da inflação. A projeção é considerada irreal por especialistas. Como a relação entre o ritmo de crescimento do Produto Interno Bruto ( PIB) e da arrecadação federal é quase perfeita, se o governo projeta uma recessão de 1,2% no PIB este ano, não há como prever alta de 4% na arrecadação, como foi apresentado pelo governo.

As divergências de Levy com o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, não se resumem ao contingenciamento - passam também por outros pontos do ajuste fiscal -, mas o titular da Fazenda pressionou até a véspera do anúncio do corte para que o contingenciamento de gastos fosse mais próximo a R$ 80 bilhões.

Vencido, aceitou a contragosto o corte de R$ 69,9 bilhões. Em troca, teve o sinal verde do Palácio do Planalto para "complementar" com novas elevações de tributos as contas do governo.

Entre os impostos em avaliação para aumento estão o Imposto sobre Operações Financeiras, o PIS/Cofins, o Imposto sobre Produtos Industrializados e também a extinção do Juros sobre Capital Próprio, que beneficia grandes empresas e bancos de capital aberto. Na semana passada, o governo aumentou a Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) para bancos e demais instituições financeiras. (Colaborou Tânia Monteiro)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

As intervenções iniciais feitas na etapa estadual do 5º Congresso do PT, que ocorre neste final de semana em São Paulo, se centraram em insatisfações dos militantes com o chamado "plano Levy" - referência ao pacote de ajuste fiscal promovido pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy.

Foram ouvidos coros de "Ei, Levy, pede pra sair e leva com você o FMI (Fundo Monetário Internacional)" e reclamações do corte de R$ 70 bilhões no orçamento anunciado ontem pelo governo federal. "Hoje vemos nos jornais estampado que tiramos dinheiro da Saúde e da Educação", disse um militante.

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O vereador Alexandre Pimentel, do PT de Carapicuíba, na grande São Paulo, disse ser lamentável que o governo Dilma não tenha discutido o corte e as MPs de ajuste com as bancadas petistas no Congresso e com os dirigentes partidários da maneira adequada. "Queremos dizer não ao plano Levy, às MPs 664 e 665. É fundamental que esse congresso (do PT) sirva para ampliarmos o diálogo", disse o vereador.

Na sequência, teve início a plenária com o assessor especial da Presidência Marco Aurélio Garcia, um dos fundadores do PT. Ele discursou sobre o legado do PT, que deve ser defendido, e fez uma reflexão sobre o cenário atual. Marco Aurélio alertou para a economia brasileira estar cada vez mais "dominada pelos setores financeiros". Também participam da mesa o dirigente do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Gilmar Mauro, o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) em São Paulo, Adi dos Santos, e Selma Rocha, diretora da escola nacional de formação do PT.

Depois de negociar pessoalmente ponto a ponto do ajuste fiscal, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, decidiu não participar nesta sexta-feira, 22, do anúncio do corte de Orçamento da União de 2015.

Durante uma hora e meia, entre a abertura do auditório do Ministério do Planejamento e o início da coletiva de anúncio dos cortes de gastos no Orçamento, o nome de Levy permanecia em uma placa sobre a mesa do palco ao lado do anfitrião, o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa. Mas Levy não foi.

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O ministro, que encarna o ajuste fiscal do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff, defendia um contingenciamento maior do que os R$ 69,9 bilhões anunciados. Mesmo com o expressivo valor do corte, a ausência do ministro foi vista nos bastidores como um sinal de que ele não ficou nada satisfeito com o tamanho da tesourada.

A versão oficial é a de que o titular da Fazenda não compareceu porque estava gripado. Outra versão que circulou é a de que o Palácio do Planalto pediu para que ele não participasse para ser poupado da agenda negativa do governo. Outra explicação ventilada por fontes do governo é a de que o ministro deixou de aparecer para evitar que o tema da entrevista se tornasse tributária, já que hoje foi publicada uma medida provisória aumentando a Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) para as instituições financeiras.

O governo ainda não apresentou uma explicação oficial para a elevação do tributo, que vai atingir bancos e outras instituições financeiras, como corretoras de câmbio e valores mobiliários e sociedades de crédito, por exemplo.

Mensagem

Após a disputa interna no governo pelo tamanho do contingenciamento, Levy enviou uma mensagem a jornalistas na qual dizia: "Volto novo na segunda".

Até hoje pela manhã, contudo, a presença do ministro na entrevista coletiva era certa. A agenda de Levy foi alterada às 10h18 para incluir o compromisso. No início da tarde, pouco antes do anúncio, o ministro da Fazenda ligou para Barbosa para avisar que não iria. Nos anos anteriores, o titular da Fazenda participou dos anúncios de contingenciamento.

Nas negociações, Levy defendia um congelamento maior do que o estabelecido no decreto, entre R$ 75 bilhões e R$ 80 bilhões. Para ele, quanto maior as derrotas no Congresso Nacional, maior teria que ser o bloqueio dos gastos. Já o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, e o da Casa Civil, Aloizio Mercadante, queriam algo em torno de R$ 60 bilhões.

Levy saiu confiante da reunião na última segunda-feira, 18, com a presidente Dilma Rousseff, e disse que o corte ficaria na faixa dos R$ 70 bilhões a R$ 80 bilhões. Ao longo da semana, assessores presidenciais e da equipe econômica davam como certo que o corte ficaria dentro da "faixa Levy", acima dos R$ 72 bilhões. No final das contas, o valor final ficou, por poucos milhões, abaixo até mesmo do piso defendido por ele em público.

Para Barbosa, Levy justificou a ausência com problemas de agenda e uma forte gripe. "Não leiam isso como mais do que uma gripe, por favor."

Cada vez mais acionado para resolver questões políticas, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, contratou como assessora a ex-secretária-geral do Senado Cláudia Lyra Nascimento. A servidora chegou ao cargo no início do mês por indicação do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

Cláudia já circula pelos corredores do Congresso a serviço de Levy, num momento em que o governo tenta emplacar seu ajuste fiscal. Uma das principais tarefas, no momento, é aprovar a medida provisória 665 no Senado. A MP que restringe acesso a seguro-desemprego e abono salarial deve ir ao plenário na quarta-feira, 20.

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Analista legislativa do Senado desde 1981, ela foi secretária-geral de 2007 a 2014, abrangendo, entre outras, as gestões Renan e José Sarney (PMDB-AP). O cargo é uma espécie de braço direito do presidente do Senado.

Nas eleições passadas, a servidora concorreu a uma cadeira de deputada federal pelo PMDB. Cláudia não conseguiu se eleger. Um dia antes de ter sua nomeação para a Fazenda publicada no Diário Oficial, no dia 6 passado, ela foi homenageada por Renan Calheiros em plenário. "Nos momentos mais tensos, mais dramáticos desta Casa, Cláudia, sempre sorridente, esteve firme em defesa do Brasil", elogiou o peemedebista.

Em ação

Apesar de já contar desde o início do mês com ajuda para suas tarefas de negociação política, Levy não deixou de trabalhar na área. Nesta terça-feira, 19, ele teve um típico dia de "negociador". Primeiro, teve de convencer agricultores familiares que protestam na porta do ministério a liberar sua entrada no prédio. O grupo reivindicava crédito, habitação e investimento. Houve confusão e empurra-empurra, mas Levy acabou passando.

Depois, o titular da Fazenda se dirigiu ao Itamaraty, onde foi servido um almoço para a delegação chinesa. Em um dos intervalos do compromisso, teve uma conversa com o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski.

O magistrado ficou ao menos 20 minutos tentando convencê-lo a conceder o reajuste do Judiciário, que deve ser votado hoje na Comissão de Constituição e Justiça do Senado. "Agora não dá, agora não dá", repetia Levy. Depois, o ministro da Fazenda foi para o Congresso para negociar as propostas do ajuste fiscal. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse, na tarde desta segunda-feira (18), que o corte no Orçamento, que deve ser anunciado até a próxima sexta-feira (22), será o necessário para o cumprimento da meta fiscal. Ele confirmou que a ordem de grandeza do bloqueio variará entre R$ 70 bilhões e R$ 80 bilhões, conforme antecipou o Broadcast na última sexta-feira (15).

Questionado se o contingenciamento estaria entre essa margem que vem sendo noticiada, Levy respondeu que "a ordem de grandeza vai ser nesta faixa". "Estamos analisando, não sabemos qual vai ser o resultado do Congresso. Estamos aguardando e avaliando as diferentes opções", afirmou Levy, ao ser questionado sobre ajuste fiscal e sobre uma possível nova rodada de imposto. "(O corte) será o necessário para a gente cumprir a meta".

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Levy participou nesta tarde de reunião com o vice-presidente Michel Temer e com líderes da base no Senado. O governo quer evitar perdas de economia com possíveis modificações nas medidas provisórias que endurecem o acesso a benefícios trabalhistas e previdenciários.

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, promove um café da manhã nesta quarta e na quinta-feira, dias 20 e 21, com líderes da base aliada do Senado. Marcados para começar a partir das 8h30, no Ministério da Fazenda, os encontros têm por objetivo tratar das propostas do ajuste fiscal em tramitação no Congresso - o Senado terá a partir desta terça-feira (19) uma semana decisiva com a análise da primeira das medidas provisórias do ajuste fiscal, a MP 665, que restringiu regras de acesso ao seguro-desemprego e ao abono salarial.

Os senadores também devem discutir com o ministro da Fazenda a proposta de reforma do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para operações interestaduais. Na quarta-feira (20), o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), realiza um encontro com governadores de Estados e do Distrito Federal para tratar do pacto federativo. Levy é um dos entusiastas da reforma do ICMS.

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A expectativa é que o Senado viabilize, até o final do mês, um projeto que reduz as alíquotas do imposto como forma de acabar com a guerra fiscal praticada por Estados. A discussão está parada na Casa desde abril de 2013, quando a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) aprovou uma proposta que, em vez de diminuir a quantidade de alíquotas existentes, promoveu um aumento. Na época, essa mudança desagradou à equipe econômica, que, desde então, deixou de mobilizar aliados no Congresso para levar adiante o projeto.

A previsão inicial era de que o café da manhã com Levy ocorresse na terça-feira.

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou na manhã deste sábado (16) que há mudança da economia em nível global, que inclui a queda do preço das commodities, e que o Brasil está acompanhando este cenário. "Estamos passando por momento de ajuste e de transformação", disse em entrevista coletiva em Florianópolis (SC).

Segundo ele, num momento em que o mundo todo está mudando o Brasil tem de mudar, por meio do ajuste fiscal, porque "é importante ter as contas em dia". Levy acrescentou que o País também vai mudar pela força da economia. "(Brasil) está aumentando as exportações, quer ser mais competitivo", disse.

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De acordo com o ministro, a retomada do crescimento brasileiro passa basicamente por dois fatores: completar o ajuste fiscal de maneira "robusta" no Congresso e retomar confiança do setor privado para investimentos. "Inclui votação no (Congresso), evitar novos riscos fiscais, riscos de despesas que possam ter efeito no médio e longo prazo, e inclui ter confiança do setor privado, para que esteja disposto a crescer", explicou. "Se isso acontecer, acho que 2016 pode ser um ano de notícias boas."

O ministro cumpre agenda extensa neste sábado em Santa Catarina, que inclui palestra a lideranças, em Florianópolis, almoço com empresários e visitas a fábricas em Joinville. No fim do dia, ele também deve participar da missa de sétimo dia do senador Luiz Henrique da Silveira.

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse na noite desta sexta-feira, 15, que visitará indústrias exportadoras no Estado de Santa Catarina no sábado, 16 O governo de Santa Catarina já havia informado a presença do ministro em Florianópolis.

"Vamos visitar várias empresas, empresas importantes, industriais, algumas exportadoras, algumas que têm plantas no exterior", afirmou, na entrada do ministério da Fazenda. Em Florianópolis, Levy deve tomar café da manhã com o governador Raimundo Colombo na residência oficial. Ainda de manhã, o ministro dará uma coletiva de imprensa junto com o governador no Centro Administrativo do Estado antes de proferir uma palestra a empresários, que está prevista para as 10 horas, segundo agenda divulgada pelo governo do Estado.

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Durante a passagem por Santa Catarina, Levy almoçará em Joinville com representantes das 50 maiores empresas do Estado e visitará as fábricas da BMW e da Whirlpool. O secretário de Fazenda de Santa Catarina, Antônio Gavazzoni, almoçará com o ministro e o governador em Joinville. Levy pode participar ainda da missa de sétimo dia do senador Luiz Henrique da Silveira durante visita ao interior de Santa Catarina.

A afirmação do ministro foi feita antes de reunião com os ministros do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, e da Secretaria-Geral da Presidência da República, Miguel Rossetto. O tema central do encontro, segundo assessores, é o orçamento deste ano.

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse nesta quinta-feira (14), durante rápida entrevista após participar do Global Summity Women, em São Paulo, que o fator previdenciário não acabou. O ministro fez esta afirmação ao ser perguntado sobre a votação na Câmara na quarta-feira (13), em que os deputados acabaram por flexibilizar o mecanismo e facilitar a aposentadoria dos trabalhadores brasileiros.

"O fator previdenciário não acabou. Como disse muito bem (o vice-presidente Michel) Temer, este é um tema que a presidente (Dilma) já havia posto, como outros temas relativos ao trabalho e à atividade sociais, para ser discutido", disse Levy.

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No entanto, o ministro disse que é preciso tomar cuidado com projetos que, quando forem votados, criem a necessidade de mais impostos. "A presidente criou uma comissão com todas as instituições sindicais no dia 1º de maio para tratar todas as questões importantes para o trabalhador, inclusive as diferentes maneiras de se ter acesso à aposentadoria. Uma das quais tem funcionado muito bem no Brasil nos últimos anos é você modular, através de um fator previdenciário. Para mudar isso, tem que ser com bastante estudo", disse.

Ainda de acordo com Levy, as possíveis mudanças precisam ser discutidas em profundidade, olhando os números e o impacto para as contas públicas. Ele se recusou a comentar sobre possíveis estimativas de impacto e lembrou que o projeto ainda precisa ser aprovado pelo Senado. "Nós temos um sistema bicameral e, neste sistema, o Senado revê as medidas, exatamente para ver se há uma necessidade de ter equilíbrio ou não. Acho que não devemos nos pronunciar antes do Senado também fazer a avaliação dele", explicou.

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