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Dos 244 profissionais do programa Mais Médicos que chegam do exterior ao Brasil até este sábado, 24, 47 (brasileiros radicados fora e estrangeiros vindo trabalhar aqui) serão treinados no Estado do Rio. Nesta sexta-feira, 23, 16 deles desembarcaram no aeroporto do Galeão à tarde, entre eles portugueses em busca de desafios na carreira e goianos com saudades de casa.

Aos 70 anos, o clínico geral Miguel Alpuim já estava aposentado em Portugal havia seis anos. Quando soube da oportunidade, inscreveu-se logo, e escolheu Santa Catarina por não gostar de calor. "Em Portugal não se pode trabalhar com a minha idade. Mas não me sinto com 70 anos. Acho R$ 10 mil (valor da bolsa do governo federal) justo." Também português, João Pinto, de 28 anos, que será mandado para Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, garantiu que não terá dificuldade de entender o sotaque brasileiro, pois cumpriu parte da graduação na Unifesp. "Será uma experiência profissional muito boa."

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A conterrânea Maria Teresa Aguiar, de 59 anos,que ficará em Almirante Tamandaré (SC), não teme hostilidade dos colegas brasileiros."Eu tenho acompanhado a reação dos médicos brasileiros e eles têm as razões deles, mas sei que vão mudar de opinião", disse a portuguesa. Ela tampouco acha que enfrentará dificuldades de infraestrutura. "Acho que será como em Portugal."

Brasileiros formados e radicados na Argentina, em Portugal e na Espanha vêm animados com a perspectiva de ficar perto da família e de, enfim, praticar medicina em seu país. "Vou ganhar metade do que ganhava na Portugal, mas dinheiro não é tudo. Vim com a intenção de ficar", afirmou o goiano Geslei Teodoro, que estará lotado em seu Estado natal, mas na cidade de Bela Vista, a 420 quilômetros de sua cidade, Mineiros.

"Estou fora do Brasil há 20 anos. Os médicos brasileiros não têm por que ter medo, pois fiz cinco anos de pediatria. Quando os brasileiros chegam a Portugal, nós somos preceptores deles, então não tem que ter problema aqui", ressaltou o também goiano Marcio Moura, de 37 anos, que vai morar em Pirenópolis (GO).

Eles chegaram com bastante bagagem; um trouxe até o gato de estimação. Começam o treinamento e a avaliação na próxima segunda-feira, 26. Ficarão num alojamento militar, onde assistirão a 120 horas-aula. "Não são pessoas que estavam numa situação-limite, são bons médicos", endossou o secretário de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha.

O Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (CRM-MG) vai acionar a Polícia Civil para os profissionais estrangeiros que atuarem no Estado por meio do programa Mais Médicos, do governo federal, sem serem submetidos ao Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos expedidos por Instituição de Educação Superior Estrangeira (Revalida) e a avaliação de fluência em português. Segundo o presidente da entidade mineira, João Batista Soares, essas medidas são previstas pela legislação brasileira e atuação sem cumprir as exigências caracterizará exercício ilegal da profissão.

Nesta quinta-feira, 23, desembarcaram no Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, na região metropolitana de Belo Horizonte, médicos portugueses, os primeiros a chegar ao Estado por meio do programa. Soares observou que todos "devem ter grande experiência", porque já são aposentados, e não querem "fazer carreira". "Provavelmente eles querem uma complementação salarial. Mas temos que ver se estão atualizados, com conhecimento de técnicas mais modernas", disse Soares. "Não vamos dificultar para que ninguém obtenha a carteirinha (expedida pelos CRMs), mas desde que cumpram as exigências da lei", acrescentou.

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O médico salientou ainda que o conselho mineiro vai manter fiscalização os profissionais estrangeiros ou brasileiros formados no exterior para verificar se estão de acordo com a lei. "Esse treinamento de três semanas que vão fazer é besteira. Querem trabalhar só com esse treinamento, mas a lei exige o Revalida e exame lingual. O governo pode burlar a lei?", indagou. "Se estiverem irregulares, é exercício ilegal da profissão. E isso é caso de denúncia à polícia", completou Soares.

Em entrevista ao jornal Estado de Minas, de Belo Horizonte, o presidente do CRM-MG afirmou que o conselho vai orientar os profissionais do Estado a "não socorrerem erros dos colegas cubanos". Mas Soares disse que foi "mal interpretado" e que os pacientes que passarem pelos estrangeiros e tiverem problemas serão atendidos normalmente pelos médicos brasileiros. "Nós socorremos os pacientes. Mas não nos responsabilizaremos pelo erro anterior. E falamos em cubanos porque o número de profissionais daquele País é maior. Mas vale para qualquer estrangeiro", concluiu.

O Ministério Público do Trabalho vai apurar se a contratação de médicos cubanos está ou não de acordo com a legislação. O procurador-geral do Trabalho, Luís Camargo, afirmou nesta sexta-feira, 23, que vai pedir até segunda-feira, 26, à Advocacia Geral da União (AGU) que forneça informações sobre o convênio que prevê a contratação dos profissionais cubanos.

Mais cedo, o procurador do Ministério Público do Trabalho José de Lima Ramos Pereira tinha dito que a contratação nos moldes em que foi anunciada é irregular.

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Os primeiros médicos estrangeiros que participarão do programa Mais Médicos chegam ao Brasil na tarde desta sexta-feira, 23, informou o Ministério da Saúde. Os profissionais desembarcam em Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Fortaleza, Recife e Porto Alegre. No Distrito Federal, os médicos serão recepcionados pelo ministro Alexandre Padilha. Nas outras capitais, secretários do Ministério da Saúde e das pastas estaduais recebem os profissionais.

Hoje, chegam ao País os profissionais de diversas nacionalidades selecionados na primeira etapa do programa. A data de chegada dos 4 mil médicos cubanos contratados em um convênio com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) ainda não está prevista.

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Santo Antônio de Posse, no interior de São Paulo, se prepara para receber os médicos "importados" de Cuba pelo programa Mais Médicos. A prefeitura da pequena cidade de 23 mil habitantes começou a procurar moradia para receber os estrangeiros. "Ainda não fechamos nada porque não temos a confirmação de quantos médicos chegarão. Mas já estamos vendo imóveis para acolher esses médicos que serão muito bem-vindos", afirmou a secretária de Saúde, Vânia Regina da Cruz Santos.

O município pediu 15 médicos e na primeira fase do programa nenhum dos inscritos escolheu a localidade, que pena com a falta de generalistas na rede. "Somos uma cidade com muitos idosos e, por isso mesmo, precisamos de generalistas na rede para promover a promoção e a prevenção", afirmou.

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Em Posse, as duas unidades da zona rural do Programa Saúde da Família (PSF) não têm médicos. "Os médicos foram saindo e não conseguimos repor. Até abrimos concurso, mas não teve procura", afirmou. Dos quatro PSFs que funcionam na área urbana, em apenas um há médico generalista. "Especialista, até temos, mas o maior problema é com o generalista", disse Vânia, que afirmou ter cerca de 40 médicos na rede. Sem hotel na cidade, a prefeitura corre para acolher os médicos. "Vamos cuidar de tudo para que eles sejam bem recebidos."

O senador Humberto Costa (PT) defendeu, nesta quinta-feira (22), em audiência pública da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) do Senado, a chegada de quatro mil médicos cubanos ao Brasil para atender regiões que enfrentam escassez ou ausência desses profissionais.

Durante o encontro – que discutiu “o Programa Mais Médicos sob a ótica dos direitos humanos” – Humberto considerou inaceitável o nível das críticas feitas por alguns setores ao acordo realizado pelos Ministérios da Saúde do Brasil e de Cuba com a Organização Panamericana de Saúde (OPAS) para a vinda dos médicos.

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“O argumento mais rasteiro, a coisa mais terrível que eu tenho ouvido até agora é o discurso seguinte: ‘esses cubanos, comunistas’ Isso é coisa de discurso de militar na época da ditadura, é de gente autoritária”, denunciou o senador. “Os profissionais de Cuba são bem formados. Cuba tem um dos melhores sistemas de saúde do mundo”, completou. 

Ministro da Saúde entre 2003 e 2005, Humberto defendeu o Mais Médicos como uma ação de governo que, pela primeira vez na história, vai planejar a formação de profissionais no Brasil. Além disso, esclareceu que a aplicação do Revalida aos diplomas dos estrangeiros, como querem algumas entidades de classes médicas brasileiras, seria incabível porque daria a esses profissionais o direito de trabalhar em qualquer cidade do país, e não necessariamente nas áreas especificadas pelo Governo Federal.

A senadora Ana Amélia (PP-RS) afirmou nesta quinta-feira que o contrato do governo com os 4 mil médicos cubanos não está claro, pois não foi elucidado se será individual com os profissionais ou se o Brasil firmou um acordo com a administração de Cuba, terceirizando os serviços. De acordo com Amélia, se a administração federal brasileira pagar ao Executivo cubano e não aos médicos que virão, ficará caracterizada a exploração por um país de uma atividade relevante como a medicina. Na próxima semana, chegarão ao Brasil os primeiros 400 médicos.

"Queremos que o problema da assistência à saúde no Brasil seja resolvido, mas temos o direito de saber quais as condições. Chegarão 400 médicos. Para onde irão? Para uma unidade militar? Em que unidade militar? Como é que eles sairão de Cuba? Em aviões cubanos ou em aviões da Força Aérea Brasileira (FAB)? Serão as Forças Armadas obrigadas a fazer a logística para esse transporte, esse acolhimento e essa hospedagem? Onde ficarão? Ficarão hospedados em unidades militares, portanto, à custa do contribuinte brasileiro, para prestar uma atividade para a sociedade civil?", indagou.

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Ela lembrou que o jornalista Fernando Havsberg, que é correspondente da BBC Mundo em Havana, afirmou que o contingente de profissionais da saúde cubanos fora da Ilha inclui, atualmente, 15 mil médicos que trabalham em 60 países, levando lucros ao regime. "As cifras falam em US$ 5 bilhões, o equivalente a mais de R$ 10 bilhões ao ano", disse.

Segundo Amélia, o serviço que os médicos cubanos prestam, por exemplo, à Venezuela, permite que Cuba receba cem mil barris diários de petróleo. "Ora, um médico não recebe um barril de petróleo. Então, como é feito esse pagamento do governo cubano aos seus médicos, aos profissionais ali formados?" A senadora do PP do Rio Grande do Sul disse ainda que dados de 2008 mostram que o governo da Venezuela paga 8 dólares por consulta e o da África do Sul, 7.

Amélia disse que, para muitos países em desenvolvimento, o atrativo dos médicos cubanos é que eles estão dispostos a trabalhar em lugares que os locais evitam, como bairros periféricos ou zonas rurais de difícil acesso, onde estão moradores de baixíssimo poder aquisitivo. Além disso, em geral, os médicos cubanos também receberiam remunerações mais baixas.

O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, disse nesta quinta-feira (22) que a importação de médicos cubanos, anunciada nesta quarta-feira (21) pelo governo, tem uma característica humanitária, e não um viés ideológico. "Essa decisão foi tomada considerando-se o melhor serviço possível, não tem uma motivação ideológica", afirmou. "Existem muitos médicos cubanos dispostos a fazer esse trabalho. Talvez não tenham tantos austríacos, por exemplo".

Patriota participa de uma audiência pública na Comissão de Relações Exteriores da Câmara e foi questionado pelo deputado Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS), que é médico. O deputado perguntou se havia algum tipo de acordo, um "escambo" entre Brasil e Cuba para trocar investimentos, como a construção do Porto de Mariel, próximo a Havana, financiado pelo governo brasileiro, e a vinda dos médicos. "Não existe 'escambo', isso nunca nos passou pela cabeça. São iniciativas totalmente distintas. O Mais Médicos trata da carência de médicos no País. Muitos países recorrem à vinda de médicos estrangeiros, é algo aceito internacionalmente como uma estratégia de saúde", afirmou.

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O ministro também foi questionado se os contratos com os cubanos, que não receberão todo o valor pago pelo governo, não preocupa. Patriota lembrou que o contrato é feito via Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), o que garante que os procedimentos são os melhores possíveis. "Se houver algum problema, tenho certeza que a Opas será a primeira a velar para que seja corrigido", disse.

O governo federal vai contratar 4 mil médicos cubanos em um convênio com a Organização Panamericana de Saúde (Opas). Os médicos irão suprir as vagas não preenchidas no programa Mais Médicos.

Em um primeiro momento, virão 400 médicos para 701 municípios, a maioria do Norte e Nordeste do País. O investimento será de R$ 511 milhões até fevereiro de 2014. As informações são do Ministério da Saúde.

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O primeiro mês de seleção do programa Mais Médicos foi encerrado na última terça-feira (13) com a confirmação da participação de 84 profissionais em Pernambuco, sendo 62 brasileiros e 22 com registro profissional de fora do país. Os participantes estarão distribuídos em 36 municípios, sendo a maioria (27) em regiões de extrema pobreza. O número de vagas preenchidas equivale a 12% da demanda dos municípios do estado, que apontaram a necessidade de 679 médicos para completar seus quadros na atenção básica do Sistema Único de Saúde (SUS).

Os municípios do Nordeste tiveram a maior cobertura de profissionais do Mais Médicos, com 261 cidades com profissionais confirmados. Em seguida, vêm as regiões Sul (103), Sudeste (101), Norte (78) e Centro-Oeste (36). Dos 18 distritos indígenas que receberão médicos, 15 estão no Norte, um no Nordeste e dois no Centro-Oeste.

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Considerando a quantidade de médicos alocados, o Estado com maior número é a Bahia, com 144 profissionais, seguida de São Paulo (134), Rio Grande do Sul (119), Ceará (117), Goiás (103), Minas Gerais (101), Paraná (98), Amazonas (88), Pernambuco (84) e Rio de Janeiro (70).

Dos 1.618 médicos confirmados em todos os estados do Brasil na primeira seleção do programa, 1.096 já atuam no Brasil, 358 são estrangeiros e 164 são brasileiros graduados no exterior. Cerca de 6,5 milhões de usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) serão diretamente beneficiados na primeira etapa do Mais Médicos.

Confira a lista dos municípios que serão beneficiados em Pernambuco:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: Ministério da Saúde

O Conselho Regional de Medicina em Pernambuco, o Sindicato dos Médicos, a  Associação Médica e a Associação de Médicos Residentes, em parceria com a Fundação Liberdade e Cidadania, vão realizar uma Audiência Pública, nesta quinta-feira (15), para discutir estratégias contra a aprovação da Medida Provisória 621/2013, que cria o Programa Mais Médicos. O evento está marcado para as 19 horas, no auditório da Associação Médica, na Boa Vista, região central do Recife.

Entre os líderes da Audiência está o deputado federal Mendonça Filho (DEM), que também é presidente da Fundação Liberdade e Cidadania e vai palestrar no encontro. O democrata é autor de 22 emendas para modificar a MP dos Médicos.

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“O problema da sáude no Brasil não se restringe a oferta de médicos, mas a toda uma estrutura que vai do reforço de profissionais de saúde como enfermeiros, biomédicos, fisioterapeuta, da melhoria da estrutura física e de equipamentos, passando pela garantia de exames em tempo hábil e acesso a medicamentos”, afirmou o deputado.

A medida foi enviada para o Congresso antes do recesso parlamentar e deve começar a ser apreciada nos próximos dias com a instalação de uma comissão especial. Depois segue para plenário para votação. Entre as propostas mais polêmicas desta MP estão a não instituição do exame Revalida para médicos estrangeiros.

Após duas semanas de disputa entre o integrantes do PMDB e o bloco parlamentar União e Força (PTB, PR e PSC), do Senado, o senador João Alberto (PMDB-MA) foi indicado nesta quarta-feira para presidir a comissão mista que tratará da Medida Provisória (MP) do programa Mais Médicos.

Para o bloco parlamentar, restou a vaga de relator-revisor, que será ocupada pelo senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR). Derrotado na disputa com Alberto, o senador Eduardo Amorim (PSC-SE) alegou que o acordo de líderes, que estabelece o rodízio dos partidos na presidência das comissões mistas, foi rompido.

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"Eu não concordo e continuo mantendo a minha posição de que a vez de escolha era nossa. É estranho não cumprirem o acordo", disse Amorim ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado. Na reunião de instalação da comissão da realizada nesta quarta-feira, o deputado Rogério Carvalho (PT-SE) foi confirmado como relator da proposta. A MP já recebeu mais de 500 emendas (sugestões de alterações no texto) desde que foi enviada pela presidente Dilma Rousseff ao Congresso, no dia 9.

De acordo com Carvalho, não está descartada a possibilidade de serem feitas alterações no texto. "A MP é uma intenção do governo e traz o tema para o debate de forma elaborada. É possível que aqui tenham mudanças", disse. Entre os pontos que podem ser alterados, está o artigo que estabelece que, no segundo ciclo da formação médica, o estudante terá, pelo período de dois anos, de atuar, exclusivamente, na atenção básica no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). "Precisamos desenvolver mais esse ponto. Negociar se é residência ou se é continuação da graduação", afirmou.

Programa

Tido como um dos principais projeto do governo Dilma, o Mais Médicos cria novos critérios para a formação de estudantes de medicina no País e prevê a contratação de estrangeiros para atuar nas periferias de grandes cidades e no interior. Esses profissionais receberão bolsa federal de R$ 10 mil, paga pelo Ministério da Saúde, mais ajuda de custo.

O programa dará prioridade para a escolha de médicos formados em instituições de educação superior nacionais ou com diploma revalidado, mas, na hipótese de permanecerem vagas não preenchidas, estas serão ofertadas, primeiramente, a médicos brasileiros formados em faculdades estrangeiras e, posteriormente, a profissionais nascidos no exterior, mediante chamamento público internacional ou celebração de instrumentos de cooperação com organismos externos.

O primeiro mês de seleção do programa Mais Médicos foi encerrado na última terça-feira (13) com a confirmação da participação de 1.618 profissionais, que atuarão em 579 municípios e 18 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs). Este grupo, que contempla 1.096 médicos que já atuam no Brasil (938 profissionais com diplomas do Brasil que já haviam homologado sua participação e 158 que confirmaram sua atuação até segunda-feira), 358 estrangeiros e 164 brasileiros graduados no exterior, atenderá cerca de 6,5 milhões de usuários do Sistema Único de Saúde (SUS).

O desempenho do primeiro mês do Mais Médicos cobriu 10,5% da demanda apresentada pelos 3.511 municípios que aderiram ao programa e apontaram a existência de 15.460 vagas nas unidades básicas de saúde. Mais de 1.096 cidades prioritárias não receberão profissionais neste momento, de um total de 2.032 que ficaram de fora.

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Para continuar estimulando o preenchimento destes postos, o Ministério da Saúde abre inscrições para a segunda seleção mensal para médicos brasileiros e estrangeiros na próxima segunda-feira (19). Também será permitida a entrada de novos municípios no programa. “O fluxo para os médicos será contínuo, e já sabemos do interesse de médicos brasileiros que se formaram agora em julho. Continuaremos ampliando o número de médicos nas regiões onde mais precisam”, pontuou o secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Mozart Sales.

Com informações de assessoria

A maioria dos 522 médicos formados no exterior e que virão ao Brasil no âmbito do programa Mais Médicos atuam hoje na Argentina (141), Espanha (100) e Cuba (74). Segundo o cronograma do Ministério da Saúde, que divulgou as informações na manhã desta quarta-feira, 14, esses profissionais chegam ao País entre 23 e 25 de agosto. Depois disso, farão um curso de acolhimento, que contará com aulas de legislação, saúde indígena e doenças tropicais.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou que a passagem para esses profissionais só será emitida após a fase final de validação dos documentos para emissão do visto. Padilha disse ainda que muitos dos que virão de outros países têm experiência em saúde da família. "Isso reforçará a ideia da atenção básica no nosso País", avaliou.

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"Precisamos mudar a mentalidade de que saúde só se faz dentro do hospital. Precisamos reforçar a mentalidade de que a saúde começa onde as pessoas vivem e trabalham, fora do hospital. Temos que parar com a ideia de que atendimento é quando tem tomografia e internação e que médico bom é o que pede um monte de exame", disse.

O ministro lembrou ainda que, se o médico participante do programa desistir nos primeiros seis meses, terá que reembolsar os recursos. Se ele for estrangeiro, além de devolver a verba, perderá o direito do continuar no País.

Dentre os municípios considerados prioritários pelo Ministério da Saúde, 703 não foram selecionados por nenhum profissional - brasileiro ou estrangeiro - na primeira fase de seleção do programa Mais Médicos. Entre eles, 604 são de extrema pobreza e 97 estão em regiões metropolitanas.

"São municípios concentrados ainda mais no interior do País, alguns nas regiões metropolitanas, em cidades com concentração de pobreza. Tem maior concentração no Norte e Nordeste, mas também tem nas outras regiões", disse o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Segundo a pasta, a maior parte está nos Estados Amazonas, Bahia e Maranhão. "O diagnóstico principal é que temos número insuficiente de médicos no País para dar conta de todas as carências", disse Padilha.

O ministro avalia ainda que mais municípios do interior do País serão contemplados pelo programa. "Mais municípios foram atendidos com a entrada de médicos formados fora do Brasil. Houve sobretudo deslocamento do litoral para o interior do País", disse. Segundo ele, cidades que ficam em região de fronteira, especialmente na Região Sul e no Acre, passaram a ser ocupadas com a entrada de médicos com formação fora do Brasil.

Aumentou o porcentual de brasileiros que aprovam a contratação de médicos estrangeiros no Brasil. , uma das medidas previstas pelo programa Mais Médicos. Pesquisa Datafolha realizada entre quarta e sexta-feira da semana passada aponta que 54% dos entrevistados são favoráveis ao projeto do governo federal de trazer médicos para trabalhar em regiões onde faltam profissionais de saúde.

No levantamento anterior, realizado no fim de junho, o índice de aprovação era de 47%. Na ocasião, 48% dos entrevistados eram contrários ao projeto - agora, esse porcentual caiu para 40%.

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O Datafolha fez 2.615 entrevistas em 160 cidades do País. A margem de erro é de dois pontos porcentuais para cima ou para baixo.

Após a primeira fase do programa, que se destinava a médicos formados no Brasil ou que já têm autorização para atuar no País, ter atendido apenas 6% da demanda dos municípios, foram abertas as inscrições para médicos que atuam no exterior.

Os médicos estrangeiros que participam do Programa Mais Médicos, do governo federal, mostraram mais interesse de trabalhar em regiões brasileiras menos necessitadas do País e deixaram em últimos lugares justamente as áreas mais carentes. Levantamento divulgado hoje pelo Ministério da Saúde aponta que, dos 715 profissionais que quiseram participar dessa empreitada que tem a marca pessoal da própria presidente Dilma Rousseff, 204 foram selecionados para a Região Sul do País, depois de um cruzamento de dados de regiões de interesse apontadas pelos candidatos.

A assessoria do Ministério explicou que a maior parte das cidades apontadas está localizada em áreas de fronteira e atribuiu o maior interesse pela região ao fato de muitos dos interessados serem argentinos. O maior número de concorrentes é de espanhóis, seguidos por portugueses e, depois, por médicos do país vizinho.

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A Região Sudeste foi a segunda que teve mais municípios selecionados pelos interessados, um total de 162. No Nordeste, 153 médicos receberam o aval da Saúde. Já as Regiões Norte (137) e Centro-oeste (59) foram as que despertaram menor interesse dos profissionais. Juntas (196), elas tiveram menos citações do que o Sul.

O Ministério informou que o Mais Médicos registrou adesão de 3.511 municípios e que a seleção de profissionais começou com candidatos brasileiros, um total de 938. Agora, o governo completa a lista com os 715 estrangeiros, que foram divididos em dois grupos. O primeiro, formado por 521 clínicos, é o de "estrangeiros de fato". O segundo, que conta com 194 pessoas, foi criado com brasileiros que se formaram no exterior e que recebem esse tratamento diferenciado porque não têm diploma validado no Brasil.

No ato da inscrição ao programa, os interessados deviam, além de entregar a documentação, escolher seis cidades de interesse entre as que aderiram ao programa. Cada uma das cidades tinha de apresentar um perfil, como ser de grande ou pequeno porte ou estar numa região metropolitana, por exemplo. O Ministério, em seguida, realizou um cruzamento de dados com os municípios de interesse e a necessidade de médicos com o objetivo de preencher o maior número de vagas possível. A lista divulgada pelo governo hoje, portanto, continha o nome do médico e o lugar para onde ele foi selecionado entre os municípios pré-indicados por ele mesmo. Os profissionais terão até segunda-feira para confirmar o interesse na vaga.

Contrário à Medida Provisória que institui o programa Mais Médicos, o Conselho Federal de Medicina (CFM) vai iniciar um empreitada contra a medida, apelando para a população, tentando convencê-la de que a ação é negativa. "Vamos lutar, inclusive esclarecendo a população que se trata de uma farsa, que ela é apenas um engodo porque não faltam médicos no Brasil", afirmou o presidente do conselho, Roberto D'Ávila.

Segundo D'Ávila, a conscientização dos médicos se dará por meio de panfletos que serão entregues a pacientes e também de orientação boca a boca nos consultórios e hospitais. Para o presidente do CFM, a MP é "improvisada, eleitoreira, imediatista e populista" e atende a "interesses que serão consolidados em 2014". "A cada paciente que atendermos, vamos entregar um folheto, vamos orientar, dizer que não é assim que se faz saúde, que isso é fruto apenas de uma maquiagem, ilusionismo para atender interesses que serão consolidados - não espero que aconteça isso - mas serão consolidados em 2014", afirmou.

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Nesta quinta-feira, 08, entidades médicas estiveram no Senado para entregar um abaixo-assinado com 42 mil assinaturas contra a MP. O presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL) recebeu o grupo e disse, apenas, que o Congresso Nacional vai analisar na sua primeira reunião após o recesso, marcada para 20 de agosto, o veto ao Ato Médico, que restringia a atuação dos profissionais. A presidente Dilma Rousseff vetou 10 pontos da lei.

Na quarta-feira, 07, o governo teve sua primeira derrota na tentativa de agilizar a análise da MP do Mais Médicos. A bancada médica da Câmara boicotou a reunião de instalação da comissão especial e, sem a quantidade de integrantes necessária para dar início ao trâmite, a reunião foi marcada para a próxima terça-feira, 13.

Termina às 18h de hoje (8) o prazo para os médicos formados no Brasil, que já escolheram município, mas não homologaram ou não foram alocados neles, indicarem seis locais preferenciais para trabalhar pelo Programa Mais Médicos. O prazo é o mesmo para os profissionais com diploma estrangeiro escolherem onde vão trabalhar.

Até a última terça-feira (6), dos 16.530 profissionais com diploma brasileiro, ou revalidado preliminarmente, que se inscreveram no programa, 938 confirmaram a participação. O número equivale a 6% da demanda dos municípios, que apontaram a necessidade de 15.460 médicos. Os profissionais vão trabalhar em regiões carentes de 404 municípios. Também se inscreveram no programa 1.920 médicos com diploma estrangeiro, mas eles só saberão os municípios onde vão atuar depois da alocação dos profissionais formados no Brasil.

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De acordo com o Ministério da Saúde, neste sábado (10), será publicada a listagem dos médicos com registro profissional no exterior e brasileiros que fizeram nova escolha e os respectivos municípios. No próximo dia 15, o ministério abrirá inscrições para nova edição do programa. 

No dia em que o governo perdeu a primeira batalha do programa Mais Médicos no Congresso Nacional, sem conseguir instalar a comissão especial que vai analisar a Medida Provisória que cria a ação, o Senado aprovou por unanimidade uma proposta de emenda constitucional que permite a atuação de médicos militares no Sistema Único de Saúde (SUS). Hoje, os profissionais das Forças Armadas não podem acumular funções fora da área militar nas redes pública e particular de saúde.

A intenção é que a PEC se some às iniciativas já tomadas pelo governo federal para tentar garantir a melhoria do atendimento à saúde com o Mais Médicos. Segundo o Ministério da Defesa, hoje 3,8 mil militares atuam na área médica - 2,6 mil militares de carreira e 1,2 mil temporários, que podem atuar por até 8 anos. A ideia é que eles possam se somem aos 938 profissionais que já aderiram ao programa - apenas 6% da demanda existente hoje nos quadros da atenção básica do SUS. Também estão incluídos médicos da Polícia Militar e de Corpo de Bombeiros.

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A emenda segue agora para a Câmara dos Deputados, onde o ministro da Saúde, Alexandre Padilha já pediu prioridade. "Já conversei com o presidente da Câmara (deputado Henrique Eduardo Alves) para que, assim que chegue lá, vote o mais rápido possível."

Com isso, os profissionais que já atuam em fronteiras e em cidades do interior passariam a exercer expediente duplo para atender à demanda por profissionais em regiões onde médicos civis não desejam atuar. De acordo com o Ministério da Saúde, as mais de 3,5 mil cidades que aderiram ao programa ainda têm uma demanda de 14,5 mil médicos. "Esses profissionais poderão atender pelo SUS por meio de contratos com prefeituras ou com os governos estaduais, mas não vão participar do edital de bolsa e da remuneração para os médicos brasileiros ou estrangeiros", afirmou o ministro.

Embates

Embora o governo tenha pedido urgência na aprovação da Medida Provisória que institui o programa Mais Médicos, a instalação da comissão formada para emitir parecer sobre a MP foi adiada para a próxima terça-feira, 13. A dificuldade de iniciar os trabalho ontem veio em duas frentes.

De um lado, o bloco União e Força do Senado não desistiu de indicar o presidente da comissão. Segundo senador Gim (PTB-DF), pelo acordo firmado no início do ano, o grupo tem direito à indicação pelo critério de rodízio nas presidências das comissões. O líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), afirmou, contudo, que o partido não vai abrir mão da relatoria e vai levar a decisão a voto se não houver entendimento.

O PMDB quer indicar o senador João Alberto (PMDB-MA), enquanto o grupo liderado pelo PTB quer indicar o senador Eduardo Amorim (PSC-SE), que é médico, para presidir os trabalhos da comissão mista.

Além da briga interna no Senado, contudo, o governo vai ter que lutar contra a resistência de deputados da bancada médica, inclusive de partidos aliados da presidente Dilma Rousseff, que boicotaram a reunião e não registraram presença. O deputado Rogério Carvalho (PT-SE), que provavelmente assumirá a relatoria da comissão, já sabe que vai enfrentar uma batalha para aprovar a MP. "Alguns deputados médicos estavam presentes na reunião, mas não quiseram registrar presença porque não querem que a medida tramite. Vamos ter uma batalha, mas a MP será aprovada.", destacou.

O Ministério da Saúde divulgou, nessa terça-feira (6), a lista dos profissionais brasileiros que confirmaram participação no primeiro mês de seleção do Programa Mais Médicos. Em Pernambuco, 55 profissionais foram escolhidos para atuar em 31 municípios. Serão distribuídos 43 em cidades do interior e 12 nas periferias da Região Metropolitana do Recife (RMR).

De acordo com os dados divulgados pelo Ministério da Saúde, o número de vagas preenchidas equivale a 8,1% da demanda dos municípios do estado, que apontaram a necessidade de 679 médicos para completar seus quadros na atenção básica do Sistema Único de Saúde (SUS). 

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Ao todo, 938 médicos brasileiros assinaram o termo de compromisso confirmando a participação no programa. Deste total, 51,8% optaram por municípios das periferias de capitais e regiões metropolitanas e 48,1%, municípios do interior de alta vulnerabilidade social, totalizando 404 cidades atendidas nesta chamada. 

O número de vagas preenchidas equivale a 6% da necessidade de 15.460 médicos apontada pelos municípios de todo o país.“Tivemos a confirmação de 1.000 médicos em quinze dias de seleção, significa que quatro milhões de brasileiros passarão a ser atendidos”, afirma o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, 

Segundo Padilha, o processo continua aberto com a expectativa de suprir as mais de 15 mil vagas apontadas pelos municípios. A partir das inscrições, verificou-se que o maior interesse dos profissionais é pelas regiões metropolitanas e cidades próximas ao litoral. 

O Ministério da Saúde dará mais uma oportunidade aos médicos brasileiros que chegaram a selecionar municípios, mas que não homologaram sua participação. Este grupo terá até quinta-feira (8) para novamente indicar as seis opções de cidades que desejam atuar, em ordem de preferência e de acordo com as regiões prioritárias do programa. A nova lista será publicada no sábado (10). A próxima chamada de médicos e municípios começa no dia 15 de agosto.

Com informações da assessoria

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