Tópicos | Manaus

Acontece nesta sexta-feira, em Manaus, no Amazonas, o I Seminário de Voluntariado realizado pelo Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo da FIFA 2014. O evento contará com a presença de representantes da FIFA e das doze cidades-sede do Mundial. Recife será representado pela diretora de Desenvolvimento Turístico da Secopa, Roberta Jaroslavsky. 

Na ocasião, o COL fará a apresentação do Programa Oficial de Voluntários, que vem gerando grandes expectativas e procura antecipada de pessoas já querendo participar. Durante o seminário, todas as cidades-sede irão apresentar os seus objetivos e ideias a respeito do voluntariado. 

##RECOMENDA##

Todos os materiais entregues serão avaliados pelo COL e pela FIFA e, se aceitos, as cidades poderão realizar as ações. A Copa do Mundo da FIFA 2014 deve contar com cerca de 18 mil voluntários, sendo 6 mil diretos na Copa das Confederações da FIFA em 2013. 

Para ser voluntário não há um perfil exigido, mas é necessário que o candidato tenha no mínimo 18 anos e disponibilidade para trabalhar 20 dias corridos durante a Copa do Mundo de 2014. Esses irão atuar nas áreas de transporte, mídia, segurança, protocolo, atendimento a turistas, departamento médico, serviço de idiomas, entre outros.  

O portão de ferro pintado na cor preta lacrava toda a abertura de luz que poderia sair da casa. Não era possível identificar se naquele aparente corredor estreito viviam pessoas. Após bater várias palmas, foi possível escutar, à distância, os passos que se aproximavam. Até então, a residência de três cômodos localizada no bairro Presidente Vargas, da cidade de Manaus, Estado do Amazonas, parecia inabitável.

Eis que Desir Withenie, uma jovem de 20 anos, aparece. Desconfiada, ela primeiro coloca o olho em um quadrado pequeno para verificar quem era, logo em seguida, abre a porta e com certo receio cumprimenta a todos com um discreto 'Salut' ('Olá' em francês). A mulher jovem de gestos contidos e voz baixa não estava segura ao iniciar a conversa, parecia estar retraída. Mas aos poucos ela sentiu segurança para falar.

##RECOMENDA##

Desir havia saído do Haiti no dia 31 de dezembro de 2011, pela fronteira do país com a República Dominicana, com pouquíssimos pertences. Seguiu ao Panamá, onde tomou um outro voo e chegou na Amazônia peruana. De lá, resolveu ir à Tabatinga (cidade brasileira que faz fronteira com o Peru e se tornou o abrigo de muitos haitianos), tomou mais outro transporte, desta vez um barco, e aportou em Manaus. Com a esperança de conseguir um emprego e enviar dinheiro para a família, Desir deixou filho, mãe e pai para trás.

A história dela se repete entre dezenas de milhares de haitianos que deixam suas famílias em busca de oportunidades incertas aqui no Brasil. Conforme a Pastoral do Imigrante, entidade ligada à Igreja Católica, só no Amazonas existem, atualmente, cerca de quatro mil haitianos.

Entre essa estatística está Philcidr Mercure, um homem com jeito de sorriso e olhar tão cativante que constrangia pela simplicidade de se relacionar. Com um sorriso confiante, diferente de Deisir, não demonstrava insegurança quanto ao futuro que poderia ter no Brasil. Com a carteira de trabalho na mão, mostrava o visto de trabalho de dois anos concedido pelo governo brasileiro, muito embora não tenha conseguido emprego desde que chegou.

Philcidr vive na mesma casa que Desir. Uma residência que se tornou, dentro do bairro, uma espécie de refúgio para os haitianos, assim como outras casas pequenas que, no padrão de vida brasileiro, cabe apenas uma família, mas que excepcionalmente neste caso, tem acolhido 30, 50 e até 80 pessoas.

De acordo com o presidente do bairro, Walter Couto, todos da rua tentam ajudar aos haitianos e se sensibilizam com a situação deles. “Assim que eles chegaram, o padre da Igreja São Geraldo os ajudou e nós conseguimos essa casa para eles viverem”. Com o pouco que conseguem em alguns trabalhos, as 32 pessoas que vivem com Dseir e Philcidr dividem o preço do aluguel de 800 reais e sobrevivem com doações de religiosos. Recebem subsídios alimentares, mantimentos, colchonetes e até gás para cozinhar. Desir mostrava as doações de alimento que havia recebido do padre, que ela chamava de 'Pair' (pai, em francês), enquanto Philcidr saia do quarto para enxugar o rosto de suor e se apresentar "apresentável" à reportagem do LeiaJá.

A situação de ambos é um retrato da difícil realidade que eles vivem ao chegar ao Brasil. Sem falar o idioma e sem ter o apoio governamental, muitos continuam desempregados, com um agravante: em um país totalmente desconhecido. A condição dos imigrantes haitianos no norte do País preocupa entidades de direitos humanos, mesmo com a aprovação dos 1.200 vistos humanitários anuais e a regularização da situação daqueles que já estão por aqui. Ainda falta, segundo a ONG Conectas, acolher aqueles que continuam a chegar sem os vistosquestão que ainda não está muito clara.

Para a diretora da Conectas, Juana Kweitel, o visto humanitário foi uma medida interessante, mas a grande preocupação é com relação às pessoas que ainda estão sendo barradas ou deportadas ao chegarem aqui sem esse documento. “Ao ter esse visto, elas ficam sujeitas a abusos”. Mil haitianos já deixaram o Acre à procura de oportunidade em outros estados. A responsabilidade do Brasil se torna maior, uma vez que comanda a Missão de Paz e Estabilização das Nações Unidas que está no Haiti, desde 2004.

 

Direitos - O Comitê Nacional de Refugiados (Conare) negou o status de refugiado a esses imigrantes. De acordo com eles, o caso não se trata de um refúgio político, mas, sim, de vulnerabilidade econômica. Assim, o Ministério da Justiça concede apenas um protocolo de ajuda humanitária com validade por 90 dias, e que pode ser renovado, a depender do caso.

Na Constituição Brasileira, esse direito deve ser concedido ao cidadão que, devido à grave e generalizada violação de direitos humanos, é obrigado a deixar seu país e buscar refúgio em outro (diz-se assumir uma postura "signatária"). Na prática, isso não tem sido aplicado e não se sabe precisar melhor em que estágio encontra-se a política migratória brasileira em consonância aos direitos humanos, incluindo a pronta ratificação da Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos dos Trabalhadores Migrantes e suas Famílias.

O resultado da falta de esclarecimento dessa política migratória, tanto para quem chega e é barrado na fronteira da Amazônia, quanto para quem possui o visto humanitário como Desir e Philcidr, é que muitos haitianos não conseguem se estabelecer ao chegarem ao Brasil e acabam vivendo em condições precárias, dependentes de ações voluntárias, de entidades ou da Igreja Católica.

A situação se agrava, pois, muitos dos haitianos que chegaram tem medo de receber ajuda, principalmente de alimentos já cozidos. “Eles jogam tudo no lixo, pois pensam que vão ser envenenados”, disse Walter. Em paralelo com o que vivem no Haiti, as pessoas que estão no Brasil vivem em condições de sobreviver melhor, mas não dignas. Estão no Brasil passando privações e sofrendo com a distância da família, e pouco se sabe qual o futuro desses imigrantes aqui no País, ou o que os esperam.

Ao final da conversa, Philcidr parou para sair nas fotos, estendeu a palma da mão e três tonalidades de cores selaram o encontro da equipe do LeiaJá com o entrevistado. Com um sorriso e o polegar positivo deu um 'tchau' com sotaque francês. Tímida, Desir o deixou e foi para outra área da casa. Já na saída, de frente ao portão, ela deu um tchau. A equipe se despediu e era inevitável não pensar na situação de toda aquela gente. A frase de Philcidr não saia da cabeça, afinal, era o sonho de quatro mil haitianos: “eu vim para trabalhar, mas não tem trabalho”.

Circulando pelas estradas brasileiras, alguns fatos nos chamam a atenção. Percebe-se, por exemplo, um grande número de caminhões transportando todo tipo de carga, comprovando o que todos já sabem: o transporte da produção nacional se dá, majoritariamente, por via rodoviária. Mas na região Norte do país, mas especificamente na cidade de Manaus, a situação é um pouco diferente da realidade do restante do Brasil.

Cortada pelo rio Amazonas e seu afluentes, em praticamente todo o Estado do Amazonas não existem rodovias. A integração dos povos indígenas e ribeirinhos só consegue ser realizada através do transporte fluvial.

##RECOMENDA##

Quem chega ao Porto de Manaus percebe, claramente, a dependência dos manauaras com esse tipo de modal. As embarcações abarrotadas de pessoas e suas mais diversas mercadorias (roupas, geladeiras, produtos, comida) seguem com destinos distintos que demoram (dependendo do local onde se pretende chegar) de seis a oito dias. Uma verdadeira babel concentrada às margens do Rio Negro.

E é esse mesmo Porto, também, que possibilita o desenvolvimento econômico da região. É de lá que, em um ritmo frenético, animais, verduras e produtos aportam e são distribuídos nos mercados públicos. Tudo gira em torno das águas e toda essa relação faz sentido: dos 8,5 mil quilômetros de rios navegáveis no país, 5 mil estão na região da Amazônia.

Essa utilização das vias navegáveis abrangentes foi o que possibilitou, desde o processo histórico de ocupação da região Norte, um importante papel de penetração, povoamento e ocupação do interior do Estado. Tudo isso por uma simples razão: é possível transportar muito mais carga navegando do que sobre trilhos, rodas ou até mesmo ar, sem falar que as embarcações desperdiçam bem menos energia - o que torna muito clara a eficiência do sistema hidroviário frente aos outros modais existentes.

 

Alternativa - Pegando carona na “onda” da navegabilidade e no modelo de transporte fluvial da União Europeia (que conseguiu diminuir o número de veículos no centro urbano) e a praticada no rio Amazonas, São Lourenço, Mississípi, Ohio, Orenoco, São Francisco e Paraguai, algumas capitais brasileiras começam a pensar num projeto multimodal. O Recife é uma delas.

Cidade cortada por rios e que ficou conhecida como a "Veneza brasileira", só agora é que o incentivo ao transporte fluvial começa a ser estudado pelo poder público. O atual atraso do Brasil na otimização da logística parece que tem sido vagarosamente percebido pelo governo. Algumas iniciativas têm sido tomadas para começar o processo de atualização das malhas multimodais e a implantação de novas delas. Os principais e mais significativos investimentos feitos nessa área são o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o Plano Nacional de Logística e Transporte (PNLT).

Em recente apresentação pública, o secretário das cidades, Danilo Cabral, mencionou sobre o projeto de navegabilidade do Rio Capibaribe. “É a primeira vez que o rio está sendo visto como um meio de transporte público, integrado ao ônibus e ao metrô. Para isso, precisamos aproveitar a nossa favorável geografia”, declarou o secretário. O projeto da secretaria das cidades incluiu a navegabilidade no PAC da mobilidade urbana e já mapeou cinco pontos das futuras estações hidroviárias na zona oeste do Recife.

A publicação do projeto de lei de navegabilidade no Rio Capibaribe foi publicado no Diário Oficial da União no dia 31 de março, e terá um custo de 298 milhões para a construção de dois corredores fluviais nas zonas oeste e norte da cidade. Espera-se que as obras comecem já no segundo semestre deste ano e o tempo de execução para os dois corredores, que totalizam quase 14 quilômetros de navegação, é de 24 meses.

A expectativa é de que os dois corredores atendam cerca de 80 mil passageiros por mês. O corredor de maior utilização, o Fluvial Oeste, terá uma extensão de 11km e cinco estações integradas. Já o corredor Fluvial Norte terá 2,9km entre a Estação dos Correios, na Rua do Sol, e a Estação Tacaruna, na bacia do Beberibe, em Santo Amaro.

Adotar hidrovias como alternativa para desafogar vias de trânsito, impactar menos o meio ambiente e estimular o turismo (e, consequentemente, a economia do Estado), possui grandes vantagens na questão ambiental em relação a outros modais, como menor consumo de combustível, maior tempo de vida útil dos veículos, menores índices de acidentes fatais e menor contaminação do sítio ocupado.

Mas apesar das ditas vantagens, a implantação das hidrovias ainda é algo muito criticado pelas Organizações Não Governamentais (ONGs) de proteção dos mananciais, como a RIOVIVOS, situada no Rio de Janeiro, devido as obras de dragagem, alargamento dos rios, construção de eclusas (obra de nivelamento hidráulico para a passagem de embarcações), alagamentos de regiões e ainda a construção de canais.

Porém, não se pode prever uma continuidade estável aos investimentos planejados, já que esta é uma área que traz retornos um pouco mais a longo prazo, devido ao caráter gradual das vias de transporte. Há também o custo da viabilização de todas as obras planejadas, o que pode ocasionar diversos cortes no orçamento do PNLT e, consequentemente, a não conclusão de obras cruciais para a utilização por completo dos sistemas multimodais projetados.

Em suma: o futuro do transporte hidroviário, apesar de termos o exemplo da região Norte, é ainda obscuro e incerto para o País.

O bimotor Caravan, com prefixo PTPTB, da companhia CTA Claiton Táxi Aéreo, caiu na manhã de hoje logo depois de decolar do Aeroclube Amazonas, em Manaus. O piloto morreu.

Segundo informações iniciais do corpo de bombeiros, a aeronave caiu logo depois da decolagem, às 6h20, cerca de 400 metros depois do aeroclube, em uma área de mata fechada. Ainda não há informação sobre o que teria provocada a queda do avião.

##RECOMENDA##

Mais uma embarcação naufragou nesta semana na região de Manaus. Ontem, uma canoa com nove pessoas virou no Rio Solimões, perto de Colônia Antônio Aleixo, e deixou um desaparecido. Na manhã de hoje, os bombeiros faziam as buscas por Mauro Sérgio de Aguiar Brasil, de 35 anos.

As outras pessoas que estavam no barco sobreviveram e relataram que seguiam para outra região para pescar quando foram surpreendidos por uma tempestade. Os oito jovens conseguiram nadar até uma balsa perto do porto. Não havia botes salva-vidas na canoa.

##RECOMENDA##

No Rio Negro, também na região de Manaus, os bombeiros continuam procurando os desaparecidos de um naufrágio ocorrido na terça-feira, que matou uma idosa de 65 anos.

A presidente Dilma Rousseff anunciou hoje a prorrogação da Zona Franca de Manaus por mais 50 anos e a ampliação dos benefícios para toda região metropolitana da capital amazonense. O comunicado foi feito durante cerimônia de inauguração da ponte que liga as duas margens do Rio Negro, realizada no dia em que a cidade completa 342 anos. "Trouxe dois presentes", afirmou Dilma, ao anunciar as duas medidas. "Queremos que a Zona Franca gere emprego a milhões de amazonenses", disse.

De acordo com Dilma, a ocupação de vagas geradas na Zona Franca vai enfraquecer a exploração predatória da floresta amazônica. "Este é um reconhecimento da situação do povo do Amazonas e do que representa a floresta e sua imensa riqueza de biodiversidade para o País", disse a presidente, ao lado do governador do Amazonas, Omar Aziz, e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

##RECOMENDA##

"Quando impedimos o desmatamento, criamos oportunidades de trabalho para o Amazonas. Aqui combinamos duas coisas, o crescimento e a preservação do meio ambiente", completou, antes de exaltar a inauguração da Ponte Rio Negro e parabenizar os moradores de Manaus pelo aniversário da cidade. "A ponte é um monumento à altura dos 342 anos", disse. "Desejo a Manaus, ao Amazonas e ao povo amazonense um feliz aniversário."

A fome deu dor de cabeça na estudante Francimara Antony, de 19 anos, durante a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de hoje em Manaus. "Embora fosse um tema fácil, sobre nossa relação com a internet e redes sociais, parece que as palavras fugiam na falta de concentração pela fome. Pior ainda foi concatenar ideias na parte de matemática com a barriga roncando", contou a garota, uma das primeiras a sair da prova na faculdade Nilton Lins.

Embora tenha tomado um café da manhã reforçado, Francimara disse ter sentido muita fome e a fiscal da sala deixou a água ficar em cima da mesa, mas não a maçã que ela trouxe de casa. "Acho um absurdo esse horário, deixa a gente aqui no Norte em desvantagem, porque além do cansaço de quatro horas de provas vai dizer que não influencia a gente estar com fome na hora?", questiona Francisco José da Silva, de 16 anos, que fez o Exame como experiência para o ano que vem. "Só espero que no próximo ano a organização tenha dó da gente e mude esse horário cruel".

##RECOMENDA##

De acordo com dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), a abstenção média registrada no Brasil foi de 25,29% no primeiro dia da prova. No Amazonas, o índice de faltosos ficou acima da média com 28,03%.

Segundo o coordenador regional do Enem no Amazonas, Edson Melo, embora seja o terceiro ano em que o Estado acompanha o horário de verão, por ser um horário "desconfortável" para as provas, este pode ser um dos fatores para a abstenção. No Estado, 131.426 alunos se inscreveram para o exame em 43 municípios do Amazonas.

A Polícia Militar detonou na manhã de hoje uma bomba no estacionamento de um fast food, no bairro Cachoeirinha, em Manaus. Ninguém se feriu.

Uma equipe do Esquadrão Antibomba foi até o local após receber denúncia sobre um artefato explosivo deixado do lado de fora do local. A área foi isolada e a bomba detonada. O responsável pelo artefato não foi identificado até o momento.

##RECOMENDA##

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando