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O candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, prometeu, nesta quarta-feira (31), manter os benefícios fiscais da Zona Franca de Manaus. A declaração foi dada a apoiadores e à imprensa após visita fechada à fábrica da Honda na capital amazonense.

O Broadcast Político (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) antecipou na terça-feira que o compromisso seria assumido durante a viagem, embora dentro do PT haja o reconhecimento de que as isenções podem causar desequilíbrios no restante do parque industrial brasileiro.

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"Quem tenta mudar os benefícios na verdade são pessoas que não conhecem a importância da Zona Franca de Manaus para o desenvolvimento do Estado e para a geração de empregos", declarou Lula. "Na minha opinião, Zona Franca de Manaus é um patrimônio para desenvolvimento da região Norte", acrescentou. "A Zona Franca ficará preservada. É um compromisso que a gente tem."

O compromisso de Lula com isenções da Zona Franca se contrapõe à ideia do governo federal de acabar com o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), pesadelo dos industriais manauaras por apertar a competição com outras fábricas do País.

A ofensiva do ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre o IPI para supostamente estimular o crescimento esteve no centro de uma recente disputa com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que cassou decretos do Executivo com cortes no tributo para evitar prejuízos à competitividade dos produtos da Zona Franca.

O petista aproveitou a passagem por Manaus para criticar recentes declarações do presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição. "Na maior cara de pau, diz que não tem tanta gente passando fome. Não tem na casa dele, porque esconde até o cartão corporativo", disparou.

Lula ainda prometeu a retomada de marcos petistas, como o PAC, o Luz para Todos e o Minha Casa, Minha Vida, e criticou o contingente de trabalhadores na informalidade. "As pessoas acham que isso é emprego. Emprego tem que ter registro em carteira, direito a férias, a descanso remunerado."

O governador do Amazonas, Wilson Lima (sem partido), afirmou nesta quarta-feira, 9, que o governo federal vai reeditar o decreto que reduziu o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) em 25% e excluirá produtos fabricados na Zona Franca de Manaus da medida.

A declaração foi feita a jornalistas no Palácio do Planalto após uma reunião do governador com o presidente Jair Bolsonaro (PL) e com o ministro da Economia, Paulo Guedes, mas que não constava da agenda dos dois.

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"Tivemos garantia de que os produtos fabricados na Zona Franca de Manaus, que tem seu PPB (Processo Produtivo Básico), não sofrerão redução do IPI, o que garante às empresas instaladas no polo a competitividade", afirmou o governador. "O decreto vai ser republicado com essa alteração", acrescentou.

De acordo com o chefe do Executivo amazonense, Bolsonaro irá a Manaus assinar o novo decreto ainda neste mês.

Wilson Lima disse entender a "boa intenção do governo" e não ser contrário à redução do IPI, mas ponderou que sua preocupação maior é com as empresas instaladas na Zona Franca de Manaus, que oferecem emprego à população do Estado.

Como adiantou mais cedo o Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, senadores também foram a campo para cobrar a mudança na queda do IPI, que afetou a arrecadação de Estados e municípios, e condicionam alterações no decreto para votar o projeto que altera a cobrança do ICMS sobre os combustíveis. Há pouco, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), anunciou o adiamento da votação da pauta para amanhã.

Questionado por jornalistas sobre as possíveis alterações no ICMS incidente sobre os combustíveis, Wilson Lima deu uma resposta evasiva. "A gente precisa encontrar caminho para ter redução do valor final para o consumidor, hoje a gente sofre muito, principalmente com essa história da guerra na Ucrânia e outros fatores." Em seguida, teve uma crise de tosse e deixou o Planalto.

Segundo os senadores amazonenses Eduardo Braga (MDB) e Omar Aziz (PSD), que participam da CPI da Pandemia, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem cortado recursos de emendas parlamentares encaminhadas aos municípios do Amazonas. As informações estão em documentos obtidos pelo UOL.

De acordo com Braga e Aziz, a retaliação de pelo menos R$ 160 milhões ao orçamento do estado acontece após a atuação de ambos na comissão parlamentar de inquérito, que na quinta-feira (10) quebrou os sigilos bancários de empresas e pessoas ligadas ao governo, entre eles o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello.

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O Amazonas, que ainda enfrenta os desdobramentos do combate à Covid-19 na região metropolitana e no interior, também precisa lidar com a maior cheia de sua história, que deixa desabrigados em várias cidades. "Desde dezembro que o interior do estado não recebe nenhum centavo para o custeio da saúde. Se não fosse o recurso que nós passamos no ano passado, o interior estaria vivendo um caos na saúde. Mas há seis meses o orçamento está congelado, não andou", disse Eduardo Braga ao UOL.

Embora os cortes sejam apontados pelo Ministério da Economia como um procedimento comum a todos os municípios, o UOL cita ainda um estudo sobre o orçamento de 2021 do Inop (Instituto Nacional de Orçamento Público), que aponta para a predominância de cortes orçamentários no Amazonas. Em termos percentuais e absolutos, foram vetados 50% dos repasses ao estado relacionados às emendas de comissão (RP2), o que representa um total de mais de 220 milhões.

Segundo Braga, as emendas de comissão propostas por ele eram todas direcionadas à infraestrutura. Os vetos afetam repasses para municípios da região metropolitana de Manaus, onde portos, que estão inoperantes há mais de sete anos, precisam de reparos, por exemplo. "Eu sinceramente espero que isso tudo não passe de uma verborragia. Uma incontinência verbal. Com 40 anos de vida pública, não tenho mais que me surpreender com as coisas", desabafou.

Bolsonaro faz ameaças

Durante uma live em que criticava a CPI, realizada no dia 20 de maio, Bolsonaro citou a Zona Franca de Manaus, principal fonte de renda do estado: "Senador Aziz, Eduardo Braga, imaginem o Amazonas sem a Zona Franca". A declaração foi interpretada como ameaça.

No dia seguinte, em suas redes sociais, o presidente da CPI da Covid-19 reagiu à declaração. “O Presidente pode ameaçar a mim, ao Eduardo, mas ao ameaçar a Zona Franca de Manaus o negócio é mais embaixo. É preciso respeitar os amazonenses, porque ele não pode ameaçar algo que é garantido por lei, que assegura o sustento e a vida de tantos amazonenses”, publicou Aziz, em seu Twitter.

 

 

A Coca-cola estaria disposta a encerrar as atividades de fabricação de concentrado para refrigerante no Brasil. Os responsáveis pela empresa demonstraram insatisfação com a diminuição de subsídios fiscais na Zona Franca de Manaus.

Segundo a Folha de São Paulo, o presidente da Coca-cola no Brasil, Henrique Braun, apresentou as demandas da empresa a Jorge Rachid, secretário da Receita Federal. A principal reclamação é a alteração da incidência de IPI, realizada após a greve dos caminhoneiros.

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A empresa estaria disposta a transferir a fabricação do xarope de seu famoso refrigerante a algum país vizinho que ofereça vantagens fiscais. Segundo a Folha, o governo, por sua vez, acusa a Coca-cola de superfaturar produtos produzidos na Zona Franca para ampliar ganhos usando os subsídios.

A paralisação dos auditores fiscais por causa de reajuste salarial já provoca estragos nas indústrias da Zona Franca de Manaus, que utilizam um grande volume de componentes importados. Nos televisores, por exemplo, a parcela de componentes importados chega a 90%. Em dois dias de operação padrão estão parados no porto cerca de 700 contêineres à espera da fiscalização para serem desembaraçados. Esses contêineres reúnem mercadorias destinadas ao comércio e componentes importados especialmente pelas indústrias do polo.

O Centro das Indústrias do Estado do Amazonas, (CIEAM) planeja já entrar na Justiça ainda esta semana para obter um mandado de segurança para liberar as mercadorias no porto. A informação é do presidente do CIEAM, Wilson Périco. "Não temos nada a ver com esse problema que existe entre o governo federal e os servidores públicos", diz ele.

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A intenção de obter uma medida na Justiça é para agilizar o desembarque e reduzir os impactos na produção e no emprego das 487 empresas do polo industrial que estão neste momento afetadas pela recessão. "A situação já está difícil e pode piorar por falta de componentes", observa.

De janeiro a maio, o faturamento do polo industrial de Manaus somou R$ 7,8 bilhões e registrou queda de 16% em relação ao mesmo período do ano passado. No ano passado interior a retração foi de quase 19% nas vendas do polo na comparação 2014.

Com o crédito caro e a recessão, está cada vez mais difícil vender aparelhos eletroeletrônicos, produtos geralmente financiados pelo consumidor. Com o recuo do dólar em relação ao real, a primeira ideia que se tem é que o setor poderia ter algum alívio de custos, uma vez que boa parte dos componentes são importados.

No entanto, segundo Périco, isso não ocorre na prática, porque esses componentes que estão parados no porto à espera do desembarque partiram da Ásia 60 dias atrás e foram comparados quando o câmbio estava mais elevado. Portanto, se antes o setor tinha dois problemas - falta de demanda e pressão de custos - agora foi acrescentado mais um: atraso no desembaraço dos componentes.

Portaria da Subsecretaria de Aduana e Relações Internacionais da Receita Federal estabelece normas complementares para a habilitação de importadores, exportadores e internadores da Zona Franca de Manaus para operação no Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex), credenciamento dos representantes nos casos de dispensa de habilitação e credenciamento de representantes no Sistema Mercante. A Portaria está publicada na edição do Diário Oficial da União desta quarta-feira, 23.

Em meio ao esforço do governo para pôr as contas públicas em dia, empresas da Zona Franca de Manaus travam uma batalha judicial para deixar de pagar uma taxa que engordou em mais de R$ 2 bilhões os cofres da União nos últimos cinco anos. As ações questionando a cobrança da taxa que incide sobre as compras de insumos nacionais e importados já supera o número de indústrias instaladas na ZFM. As empresas também exigem que o governo devolva o que foi pago nos últimos cinco anos.

O polo industrial de Manaus faturou US$ 37,2 bilhões em 2014, um recuo de quase 4% na comparação com o ano anterior (US$ 38,5 bilhões), de acordo com dados da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa). A Taxa de Serviço Administrativo (TAS), recolhida pela Suframa no ano passado totalizou R$ 424 milhões.

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Esses recursos deveriam ser usados para o desenvolvimento da chamada Amazônia Ocidental - Acre, Amapá, Amazonas, Rondônia e Roraima. As empresas argumentam, no entanto, que eles serviram para compor o superávit primário (economia para o pagamento dos juros da dívida). Além de conseguirem parar de pagar a taxa, o que compromete a fonte de receitas futuras, as indústrias estão pedindo o ressarcimento do que foi recolhido nos últimos cincos anos. A taxa chega a ser equivalente a 1,9% do faturamento das empresas.

A Advocacia-Geral da União (AGU) informou que atua em 659 ações que questionam a TSA - a ZFM tem atualmente 550 indústrias. Os procuradores federais que defendem a legalidade da cobrança alegam, em linhas gerais, que a taxa é empregada para financiar o "poder de polícia" da Suframa, que tem a função de controlar as atividades de importação e internamento de mercadorias comercializadas através da ZFM.

Mas as empresas dizem que a autarquia, vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), não tem autonomia para administrar as verbas e está sucateada, como consequência do contingenciamento.

"Certamente, a partir do momento em que as empresas estão tendo sucesso e a prática do governo não muda, a situação encoraja outras indústrias a seguirem o mesmo exemplo", diz Wilson Périco, presidente do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam). "O Amazonas virou um exportador de recursos para o governo federal. Além da prorrogação, a Zona Franca precisa desses recursos para funcionar."

No meio do ano passado, a Zona Franca de Manaus teve sua vigência prorrogada por mais 50 anos até 2073. Sem a aprovação no Congresso, a ZFM, que concede benefícios fiscais que incidem sobre os principais impostos e contribuições federais para os produtos fabricados no local, teria sua manutenção garantida até 2023.

Pioneira na fabricação de Cds e DVDs na América Latina, a Microservice é uma das indústrias que foram à Justiça contra o pagamento da TAS à autarquia veiculada ao Mdic. "É um absurdo. A Suframa não cumpre as regras, e o governo usa esses recursos para pagar os juros da dívida, em vez de desenvolver a região", afirma o diretor de relações institucionais, Amaury Blanco. "Ir para a Justiça é a nossa única forma de protestar." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Nesta quarta-feira (10), em Serra Talhada, será debatida a proposta de fundação de uma zona franca no semiárido nordestino. A reunião ocorre durante o II Fórum Empresarial do Polo de Desenvolvimento do Sertão Pernambucano, na Câmara de Vereadores do município. 

No encontro, serão discutidos os principais desafios de criação de uma zona franca no Nordeste. Os dados econômicos da região do semiárido e benefícios da criação de uma zona livre de comércio também serão apresentados durante o evento, promovido pelo Sistema Fecomércio-PE com apoio do SEBRAE/PE.

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A implantação do projeto deve abranger um raio mínimo de 100km, a partir da cidade de Cajazeiras, na Paraíba. Os municípios de Patos (PB), Serra Talhada (PE), Juazeiro do Norte (CE) e Pau dos Ferros (RN) também serão beneficiados pela criação da área. 

O QUE É – A Zona Franca é uma região livre de comércio, com incentivos fiscais especiais, criada para estimular o desenvolvimento da indústria e do comércio. No Brasil, só existe uma região similar no país em Manaus, no Amazonas, ampliada em 1967. A criação de uma Zona Franca no semiárido nordestino é uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) de autoria do Deputado Wilson Filho (PT-PB), nº 19/2011.

Com informações da assessoria

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou nesta quarta-feira, 16, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que prorroga pelos próximos cinquenta anos a vigência da Zona Franca de Manaus. Pelas regras atuais, os incentivos valeriam até 2023 e passam, com a proposta, a vigorar até 2073.

A proposta de iniciativa do poder Executivo já fora avalizada pela Câmara - a primeira votação ocorreu em março e a segunda, em junho - e deve ser votada ainda hoje, em dois turnos, no plenário do Senado. Isso porque, os integrantes da CCJ aprovaram um pedido de urgência e um calendário especial que permite acelerar a tramitação, movimento encampado pelo líder do governo no Senado, o candidato ao governo do Amazonas, Eduardo Braga (PMDB), que relatou a PEC.

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Segundo o senador, as características de área livre de comércio, de exportação e importação, e de incentivos fiscais geram resultados "positivos não somente para a Região Norte como no restante do País". Citando dados da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), o relatório de Braga destaca que o Polo Industrial de Manaus (PIM) reúne cerca de 600 empresas de alta tecnologia, que geraram cerca de 113 mil empregos em 2013. "A receita total das empresas instaladas no Polo alcançou quase R$ 90 bilhões em 2013", destaca o texto.

Braga menciona que a Zona Franca tem como desafios futuros "a ampliação dos níveis de agregação local de valor e a incorporação de novas tecnologias, com ênfase no aproveitamento da biodiversidade da Região Amazônica". A interrupção dos incentivos podem inibir investimentos na região.

A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (4) uma Proposta de Emenda à Constituição que prorroga os efeitos da Zona Franca de Manaus até 2073. Na votação desta noite, 366 apoiaram a PEC e apenas dois deputados foram contrários. O projeto tramitava na Casa desde 2011 e segue agora para o Senado Federal, onde ele deverá ser analisado em dois turnos.

A votação desta noite na Câmara só foi possível após um acordo para a ampliação da chamada Lei da Informática, que dá abatimentos tributários a empresas do setor instaladas principalmente no Sudeste, Bahia, Pernambuco e Paraná. Temendo a migração de investimentos para o polo do Amazonas, onde o Imposto Sobre Produto Industrializado (IPI) para produtos vendidos ao mercado interno é zero, parlamentares desses Estados condicionaram o apoio à renovação da Zona Franca à votação da Lei da Informática, que garante cortes de tributos até 2029. Também como parte do acordo, foi incorporado um dispositivo que estende a validade de áreas de livre comércio na região Norte.

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Deputados do Amazonas defenderam que a Zona Franca, criada na década de 70, é fundamental para o Estado. De acordo com eles, o polo industrial não vinha recebendo investimentos porque sua vigência ia até 2023. "Os investimentos precisam de prazo para maturação", justificou Pauderney Avelino (DEM-AM), um dos fiadores da proposta. Outro argumento é que as empresas ali instaladas contribuem com uma parte do faturamento para o financiamento do ensino superior do Estado.

De acordo com o superintendente da Zona Franca, Thomaz Nogueira, que acompanhou a votação, há hoje 600 empresas no polo, dentre as quais montadoras de motocicletas, eletroeletrônicos, bens de informática e insumos plásticos, entre outros. Ele afirmou que o Estado recolhe por ano R$ 8 bilhões de ICMS, sendo que ao menos 80% desse valor é originário de atividades vinculadas de alguma forma à Zona Franca.

A peregrinação de lideranças do Amazonas pela Câmara desaguou em um acordo para votar na quarta-feira (19), em 1º turno a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que prorroga até 2073 os benefícios tributários da Zona Franca de Manaus. A prorrogação de outros benefícios, os da Lei da Informática, sairão da PEC e tramitarão em outro projeto prevendo a prorrogação até 2029. Pelo acordo, o segundo turno da mudança relativa à Zona Franca só será votado quando a prorrogação da Lei da Informática for aprovada pela Casa.

O governador do Amazonas, Omar Aziz (PSD), o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio (PSDB), e o líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), procuraram durante o dia vários líderes da Casa para sacramentar o acordo. O principal argumento é que o prazo final dos incentivos da Zona Franca pelas regras atuais, 2023, fazia com que novos investimentos não fossem realizados na região. "Para fazer um projeto industrial denso, o tempo de maturação é dez anos, então é preciso dar uma garantia para os investidores", disse Virgílio.

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A prorrogação da Lei da Informática foi incluída na PEC durante a tramitação na Câmara. O governo não concordou em constitucionalizar o tema nem em prorrogar por tanto tempo estes benefícios, que venceriam em 2019. O acordo construído agora prevê a prorrogação por mais dez anos, até 2029.

A votação da PEC da Zona Franca ficou acordada para preceder o debate sobre o Marco Civil da Internet, proposta para a qual ainda não há consenso. Com isso, líderes partidários admitem que o tema deve ficar para a próxima semana. O governo reabriu a negociação sobre o Marco Civil e já estão agendadas reuniões com líderes para a noite desta terça, 18, e a manhã de quarta-feira na busca de entendimento. O governo concordou em retirar a exigência de armazenamento de dados no Brasil para apoiar uma proposta que submeta o tráfego de dados no País à legislação brasileira. O ponto de embate, agora, é a neutralidade da rede. O principal ponto de conflito é que a neutralidade seria regulamentada por decreto presidencial, o que provoca resistências na oposição e em partidos da base.

Enquanto a indústria nacional continua com a produção em marcha lenta e reduziu o número de trabalhadores até novembro, as fábricas instaladas no Polo Industrial de Manaus (PIM) batem recordes de faturamento e emprego. Em 2013, as vendas das empresas instaladas no polo, dominadas por eletroeletrônicos e itens de informática, devem ter atingido R$ 81 bilhões, nas projeções da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa). É 10% a mais que em 2012. O número de empregos também foi o mais alto de todos os tempos nas indústrias do polo: 129 mil, ante 118,7 mil no ano anterior.

"Estamos esperando um crescimento forte para este ano", prevê o superintendente da Suframa, Thomaz Nogueira. Nessa previsão, ele considera expansão de 15% na produção de TVs por causa da Copa do Mundo, o impulso advindo dos cerca de 40 novos projetos industriais aprovados a cada dois meses no polo industrial de Manaus, o avanço na fabricação de smartphones e a retomada no ritmo de produção de motos.

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Segundo o presidente do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam), Wilson Périco, apesar da retração nas quantidades produzidas até novembro de 2013 de motocicletas, televisores e telefones celulares, a indústria de Manaus cresceu em 2013, puxada por segmentos que foram "muito bem", como tablets, ar-condicionado split e videogames.

"2013 foi o ano do tablet", afirma Nogueira. Em 2012 inteiro foram produzidos 197,6 mil tablets. Para 2013, a perspectiva é ter fabricado 2,5 milhões de unidades. Até novembro, foram 2,2 milhões de tablets produzidos em Manaus. Ele observa que a indústria local tem um perfil diferente da do País, pois é especializada em bens de consumo duráveis que se renovam. Isso significa que, se um produto não vai bem, ele acaba sendo substituído por outro.

Essa flexibilidade da indústria do polo de Manaus explica em parte por que o nível de emprego foi recorde no ano passado. Mais otimista do que o superintendente da Suframa, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Manaus, Valdemir Santana, projeta que o polo tenha encerrado 2013 com 130 mil trabalhadores. "Esse é um nível ótimo", diz ele. Em dezembro do ano passado, o sindicato homologou 2.146 demissões, 13,4% a menos do que no mesmo mês de 2012.

Discrepância

Inaldo Seixas Cruz, supervisor técnico do Dieese do Amazonas, confirma o nível recorde de emprego da indústria do polo industrial de Manaus. Segundo ele, a discrepância que há entre o comportamento da indústria de transformação nacional e a de Manaus pode ser explicada em parte pelo fato de as fábricas do PIM estarem voltadas principalmente para o mercado doméstico.

A última pesquisa de produção industrial do IBGE mostra que, de janeiro a novembro do ano passado, a indústria nacional cresceu 1,4% e a do Estado do Amazonas avançou 1,5% no mesmo período. Já o pessoal ocupado na indústria caiu 1,1% no País em 2013 até novembro.

O economista Mauro Thury de Vieira Sá, professor da Universidade Federal do Amazonas, pondera que comparações entre faturamento e volume de produção podem levar a divergências. De toda forma, os números mostram comportamentos distintos entre a indústria nacional e a do polo de Manaus. Ele ressalta também que o peso da indústria do Amazonas na produção industrial brasileira é muito pequeno, 3,7%, e que na apuração do IBGE não são incorporados produtos novos que fizeram toda a diferença na produção industrial de 2013.

Montadora

Para o ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Júlio Gomes de Almeida, o comportamento da indústria de Manaus não se contrapõe ao da indústria de transformação nacional por dois motivos. O primeiro é que a sua representatividade é pequena. O segundo motivo é que a indústria de Manaus cresce sem agregar muito valor aos produtos fabricados.

Essa também é a avaliação do economista-chefe do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), Rogério César de Souza. "A Zona Franca de Manaus importa muitas peças e boa parte é montagem de produto. O faturamento está crescendo porque tem demanda e a massa de rendimento médio do trabalhador continuou aumentando e o emprego também."

Mas um estudo feito com dados do IBGE, por Vieira Sá e pelo economista José Alberto da Costa Machado, também da Universidade Federal do Amazonas, rebate com números a crítica de que a indústria de Manaus não passa de uma montadora.

"A partir de 2006, a produção industrial de Manaus agregou mais valor do que a indústria nacional", afirma Vieira Sá.Em 2010, para cada R$ 100 produzidos, a indústria de Manaus agregou R$ 45,40 e a indústria brasileira, R$ 43,20, diz. A maior agregação de valor da produção de Manaus se deve, segundo Vieira Sá, às exigências do Processo Produtivo Básico (PPB), que determina índices de nacionalização de componentes. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A presidente Dilma Rousseff anunciou hoje a prorrogação da Zona Franca de Manaus por mais 50 anos e a ampliação dos benefícios para toda região metropolitana da capital amazonense. O comunicado foi feito durante cerimônia de inauguração da ponte que liga as duas margens do Rio Negro, realizada no dia em que a cidade completa 342 anos. "Trouxe dois presentes", afirmou Dilma, ao anunciar as duas medidas. "Queremos que a Zona Franca gere emprego a milhões de amazonenses", disse.

De acordo com Dilma, a ocupação de vagas geradas na Zona Franca vai enfraquecer a exploração predatória da floresta amazônica. "Este é um reconhecimento da situação do povo do Amazonas e do que representa a floresta e sua imensa riqueza de biodiversidade para o País", disse a presidente, ao lado do governador do Amazonas, Omar Aziz, e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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"Quando impedimos o desmatamento, criamos oportunidades de trabalho para o Amazonas. Aqui combinamos duas coisas, o crescimento e a preservação do meio ambiente", completou, antes de exaltar a inauguração da Ponte Rio Negro e parabenizar os moradores de Manaus pelo aniversário da cidade. "A ponte é um monumento à altura dos 342 anos", disse. "Desejo a Manaus, ao Amazonas e ao povo amazonense um feliz aniversário."

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