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Quatro dias após admitir a retirada do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) do Ministério da Justiça e Segurança Pública, para entregá-lo ao Ministério da Economia, o presidente Jair Bolsonaro recuou e agora defende a manutenção do órgão na pasta do ministro Sérgio Moro. Como revelou o jornal O Estado de S. Paulo, a eventual troca fazia parte de uma negociação do governo para aprovar, no Congresso, medida provisória que reorganizou os ministérios.

"A posição do senhor presidente, neste momento, é de manutenção do Coaf junto ao Ministério da Justiça", disse nesta segunda-feira, 29, o porta-voz do Planalto, Otávio do Rêgo Barros. Ele admitiu, no entanto, que segue em estudo a possibilidade de o órgão retornar para o Ministério da Economia, comandado por Paulo Guedes. "Estudos prosseguem no sentido de analisar se essa decisão inicial do nosso presidente deve ser referendada ou eventualmente retificada", afirmou Rêgo Barros.

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Durante café da manhã com jornalistas na semana passada, Bolsonaro disse não se opor a "voltar o Coaf para o Ministério da Economia, apesar de o Paulo Guedes estar com muita coisa". "Falei hoje (quinta-feira) com o Fernando Bezerra (relator da MP que trata da reforma administrativa). Se não aprovar (a MP), será uma bagunça", afirmou o presidente.

A reação de Moro foi imediata. Ainda na quinta-feira, ele disse que estava "conversando com os parlamentares para manter o Coaf no Planalto". "E esperamos convencê-los."

Em um evento na sexta-feira em Minas Gerais, Moro voltou a fazer a defesa da permanência do Coaf. A marcação de posição também foi feita no Twitter. Em sua conta, o ministro afirmou que a possível mudança "não é o melhor". O ex-juiz titular da Lava Jato em Curitiba afirmou, também, que Paulo Guedes não quer a transferência do órgão para a Economia.

Guedes disse ao jornal que não quer o Coaf de volta ao guarda-chuva da Economia. Interlocutores da equipe econômica alegam que ele prefere não comprar briga com Moro.

Comissão

Apesar da sinalização de recuo de Bolsonaro, o deslocamento do Coaf, neste momento, foge ao seu controle. O presidente da comissão especial mista do Congresso que analisa a medida provisória que reestruturou a Esplanada dos Ministérios, deputado João Roma (PRB-BA), afirmou que há pressões para sustentar a mudança de endereço. "O governo precisa se preocupar, agora, menos em externar opinião, e mais para contornar movimentos políticos nesse sentido", disse ele.

A MP recebeu 539 emendas - algumas delas pedem que o Coaf volte para a área econômica. A alteração é defendida pelo Centrão, que compõem o colegiado com algumas de suas principais lideranças, e que considera o Coaf uma arma poderosa demais nas mãos do ex-juiz da Lava Jato. Ao Estado, Bezerra Coelho disse que o governo está em fase de avaliação de todas as demandas - "inclusive a proposta do Coaf, entre outras". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Palácio do Planalto iniciou uma operação para blindar a proposta enviada ao Congresso logo no início do governo de Jair Bolsonaro, que diminui o número de ministérios de 29 para 22 e reorganiza as atribuições do Executivo. Mesmo assim, a comissão mista instalada nesta quarta-feira, 10, para analisar a Medida Provisória 870 - batizada de "MP dos ministérios" - mostrou que será muito difícil o governo manter o desenho planejado para a Esplanada.

Com 539 emendas recebidas, a nova configuração da Presidência da República e das repartições federais virou mais um cabo de guerra entre o Planalto e o Legislativo. Embora Bolsonaro esteja fazendo rodadas de conversas com dirigentes de partidos para pedir apoio à reforma da Previdência, como a desta quarta - quando se reuniu com dez siglas -, as relações ainda não estão pacificadas.

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Para provocar o ministro da Justiça, Sérgio Moro, ex-juiz da Lava Jato, parlamentares querem devolver o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) à equipe econômica. Cobram, ainda, que o comando da Funai, hoje com o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, volte para a Justiça. Há também emendas que recriam pastas extintas, como as do Trabalho, Desenvolvimento Agrário e Cultura.

O governo conseguiu emplacar seu líder no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), como relator da comissão que vai avaliar a MP, mas está preocupado com a intenção de deputados e senadores de "desfigurar" a Esplanada. O enxugamento dos ministérios foi uma promessa da campanha de Bolsonaro. Até mesmo o líder do PSL no Senado, Major Olimpio (SP), defende, porém, mudanças no projeto original. Autor de quatro emendas, o homem que comanda a bancada do partido de Bolsonaro prega a criação de um ministério apenas para tratar de Segurança Pública, como era no governo Michel Temer.

"A segurança pública, junto com o combate à corrupção, foi a maior bandeira política de Bolsonaro. Sempre chamei o Ministério da Justiça de 'pato', porque anda, corre, nada e voa, mas faz tudo mal feito. Para tocar operação de polícia e segurança, combate ao tráfico, facções e sistema prisional, tem que ser do ramo. Não dá para ser um apêndice da Justiça", argumentou Major Olimpio. Na sua avaliação, contudo, o Coaf deve ficar sob a alçada de Moro. "Rastrear o dinheiro do colarinho-branco, da corrupção e lavagem de dinheiro tem mesmo de ser com ele."

A possibilidade de o Coaf sair da Justiça é uma das mudanças propostas que mais causam apreensão na equipe de Bolsonaro. "Se for separar os ministérios, vamos deixar o Coaf de fora da Segurança Pública? Creio que uma nova separação seria desastrosa, até porque estamos sempre falando em integração", disse Moro. Representante do Centrão - bloco que reúne cerca de 250 dos 513 deputados -, o líder do PP na Câmara, Arthur Lira (AL), afirmou, no entanto, que o governo já pode se preparar para o novo modelo. "Essa volta do Coaf para o Ministério da Economia já é favas contadas", disse Lira.

Na prática, a ofensiva está sendo usada por muitos como mais um capítulo do "pacote de maldades" preparado no Congresso para dar uma demonstração de força ao Planalto. "Vamos deixar aflorar. Uns falam na recriação do Ministério do Trabalho, outros na transferência do Coaf, da Funai e na volta do Conselho de Segurança Alimentar. Produziremos um relatório que possa, de fato, preservar a iniciativa do Executivo, que é quem tem o poder de propor a reforma administrativa, para não se cometer nenhum vício de iniciativa", disse Bezerra.

Na sessão desta quarta que instalou a comissão, o deputado Hildo Rocha (MDB-MA) questionou o fato de o líder do governo no Senado ser o relator da "MP dos ministérios". "Vai ter tratoramento aqui?", perguntou Rocha, que apresentou 24 emendas ao texto. Bezerra, que enfrenta sua primeira prova de fogo, se manteve impassível. "Não podemos perder de vista que essa é a estrutura que o governo legitimamente eleito escolheu para implementar as políticas públicas e, inclusive, apresentou em campanha. Então, é preciso ter aqui um reconhecimento da legitimidade da proposta", respondeu ele.

Prazo

O presidente da comissão, deputado João Roma (PRB-BA), disse que pretende mostrar como, em outros países, conselhos nos moldes do Coaf são sempre subordinados à área econômica dos governos. Roma é cotado para substituir o deputado Major Vitor Hugo (PSL-GO) na liderança do governo na Câmara. Ficou acertado nesta quarta que serão realizadas audiências públicas para o debate da MP, que precisa receber sinal verde do plenário da Câmara e do Senado até 3 de junho. Se isso não ocorrer, a medida caduca e a reforma administrativa de Bolsonaro fica no "limbo" até a situação ser resolvida, pois fusões de pastas podem ser desfeitas.

'MP da destruição'

"Essa é a MP da destruição. Destrói conjuntos importantes e não podemos deixar que as coisas fiquem assim", protestou o deputado Alexandre Padilha (PT-SP), ex-ministro da Saúde, que defende a recriação do Conselho de Segurança Alimentar.

Das 539 emendas apresentadas, a maioria partiu de legendas da oposição, como o PT e o PSOL. Mas houve também vários pedidos de alterações no texto do governo feitos pelo PSL e por siglas que podem vir a compor a base aliada, como o DEM e o PRB.

Bolsonaro avisou nesta quarta que vai reservar parte da sua agenda para receber parlamentares às terças, quartas e quintas-feiras, no Planalto. Na busca de votos para a aprovação da reforma da Previdência, ele resolveu fazer gestos até mesmo para a oposição e quer apressar a liberação de pelo menos R$ 3 bilhões em emendas parlamentares individuais, ainda neste semestre. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Após sofrer sua primeira derrota na Câmara há duas semanas, o governo de Jair Bolsonaro já tem marcado um novo teste de força para sua ainda incerta base aliada. A MP 870, que reduziu o número de ministérios, já recebeu 539 emendas e, na avaliação de líderes partidários, será um desafio manter a estrutura da Esplanada do jeito que foi pensada pelo Palácio do Planalto.

Os pedidos contestam a extinção do Ministério do Trabalho e o da Cultura, o monitoramento de ONGs, a transferência da Fundação Nacional do Índio (Funai) para o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, entre outras questões. A MP, apresentada no primeiro dia do novo governo, precisa ser votada até junho, mas ganhará caráter de urgência a partir do dia 22.

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Com a medida, o número de ministérios caiu de 29 para 22 e alguns órgãos foram transferidos de pasta, como o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que passou a ser vinculado ao Ministério da Justiça - antes, estava atrelado ao extinto Ministério da Fazenda.

Uma comissão já foi criada para analisar as mudanças propostas, mas os partidos ainda não indicaram todos os integrantes. Após passar pelo colegiado, a proposta ainda precisará ser votada separadamente na Câmara e no Senado.

Consequências

Para governistas, uma eventual derrota teria "consequências muito graves". Ministérios que foram extintos teriam de ser recriados, os servidores remanejados e até os letreiros da Esplanada dos Ministérios teriam de ser refeitos.

Autor de 21 emendas e membro da comissão, o deputado Hildo Rocha (MDB-MA) disse acreditar que a tramitação da medida provisória será "a primeira prova de fogo" para a recém-escolhida líder do governo no Congresso, a deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP).

Para o emedebista, a falta de uma base definida do governo torna a aprovação da medida um desafio. Embora defenda a redução na quantidade de ministérios, ele também protocolou emendas à MP, entre elas uma que prevê a definição de um número máximo de embaixadas brasileiras no exterior.

Emendas

A maioria das mudanças previstas partiu da oposição. O PT pediu 221 alterações e o PSOL, 114. No entanto, há também nove propostas do próprio partido de Bolsonaro, o PSL, além de siglas que podem vir a compor a base aliada, como PRB e DEM.

O senador Major Olímpio (PSL-SP) é o autor de quatro destas emendas. Ele defende a recriação de um ministério apenas para tratar de segurança pública, separado da pasta da Justiça de Sérgio Moro. "As emendas que apresentei são para o aperfeiçoamento da medida e acho natural que apareçam múltiplas emendas neste começo de governo", afirmou Olímpio. "Nós da bancada da bala entendemos que a segurança pública deve ser apartada do ministério da Justiça", disse.

O senador, no entanto, não acredita que a quantidade de emendas apresentadas até agora atrase a tramitação da MP. "Vai ser feito um trabalho de triagem pela relatoria. Não vejo um número astronômico em função disso. É que a MP mexeu com a estrutura de muitas áreas diferentes", disse.

Composição

A comissão é composta por 13 deputados e 13 senadores titulares e o mesmo número de suplentes. Há ainda uma vaga para a presidência da comissão, que deverá ser indicado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), um vice, um relator e um relator revisor. No total, são 56 postos.

Dos 13 titulares, já foram indicados para compor o colegiado cinco senadores e quatro deputados de partidos que podem integrar a base aliada do governo. Dentre eles, o único do PSL, partido de Bolsonaro, é o senador Major Olímpio. Como ainda não há uma base formal do governo, o nível de fidelidade dependerá dos nomes que forem indicados pelos partidos.

"Acho difícil que a medida seja aprovada sem mudanças importantes, principalmente na questão do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e demarcações de terras indígenas e também na extinção de ministérios como o da Cultura", afirmou o líder da oposição na Câmara, Alessandro Molon (PSB-RJ). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A composição do atual Ministério, em comparação com os últimos seis governos eleitos, é a que menos têm relação com o tamanho dos partidos na Câmara dos Deputados. As legendas representadas no primeiro escalão do presidente Jair Bolsonaro têm apenas 24% das vagas de deputados.

Ao tomar posse, em 1995, Fernando Henrique Cardoso contemplou com cargos em seu ministério partidos que dominavam 57% da Câmara, um pouco menos do mínimo necessário para aprovar mudanças constitucionais (60%). No segundo mandato de FHC, a base de deputados com correligionários em cargos-chave ficou ainda mais ampla: 80%.

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Na era petista, Luiz Inácio Lula da Silva começou a governar com uma taxa de 42%, e ao ser reeleito a ampliou para 66%. Sua sucessora, Dilma Rousseff, manteve margens semelhantes - 63% e 64% no início do primeiro e do segundo mandatos, respectivamente.

Tanto FHC como os presidentes petistas, que tinham uma agenda de reformas dependente do aval do Congresso, distribuíram ministérios como forma de cooptar aliados e garantir deles fidelidade. Ainda que essa fidelidade nunca tenha sido absoluta, a história recente ensina que a participação no Executivo influencia o comportamento das bancadas em votações no Legislativo.

O presidencialismo de coalizão, sistema que marcou a política brasileira no último quarto de século, é rejeitado por Bolsonaro. Seu desafio será garantir apoio no Congresso Nacional mesmo sem compartilhar o poder. Nem sequer essa base de 24% da Câmara é sólida. Atualmente há partidos com cargos no primeiro escalão que não se sentem representados, já que não participaram da indicação do ministro - caso do DEM, MDB e Novo.

Bolsonaro, no entanto, tem a seu favor a afinidade ideológica com a maioria da Câmara. As chamadas bancadas da Bíblia, do boi e da bala (religiosos, representantes do agronegócio e defensores da liberação das armas) estão alinhadas com o discurso e algumas as metas do Executivo.

Essas bancadas temáticas, porém, se dividem quando o tema em votação escapa de suas esferas imediatas de atuação. Nos partidos, onde existe orientação do líder em cada voto, costuma haver mais unidade.

A reforma da Previdência, prioridade da nova administração, deve mostrar até que ponto é para valer a ruptura com o modelo de cooptação de partidos por meio da distribuição de cargos.

O ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, disse hoje (11) que a tendência do governo é apresentar uma única proposta de reforma da Previdência para o Congresso. Com isso, não seriam levadas propostas avulsas para categorias específicas. “Estamos discutindo dentro da equipe técnica e a tendência é uma única proposta preparando o sistema para o futuro. É a tendência nesse momento”, disse o ministro após solenidade no Clube do Exército.

Isso não significa que os militares serão incluídos na reforma preparada pelo governo Jair Bolsonaro. A possibilidade ainda está em estudo pela equipe técnica coordenada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. O novo comandante do Exército, general Edson Leal Pujol, que assumiu o posto nesta segunda-feira, é contrário à inclusão dos militares na reforma da Previdência.

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Na opinião do general, o sistema previdenciário das Forças Armadas não deveria ser modificado na reforma da Previdência. “A intenção minha, como comandante do Exército, se me perguntarem, [é que] nós não devemos modificar o nosso sistema”.

Segundo Lorenzoni, haverá uma “reunião preparatória” na próxima segunda-feira (14) para tratar da reforma, mas a proposta só será levada para apreciação do presidente na semana seguinte. Ele acrescentou que o governo trabalha por uma reforma que “não sacrifique ninguém”.

“Queremos uma reforma que não sacrifique ninguém. Onde salvemos o sistema previdenciário brasileiro, que seja possível o equilíbrio fiscal do Brasil. Vamos apresentar uma reforma que, ao mesmo tempo, permita o equilíbrio fiscal mas é fraterna, tem olhar humano para todos os brasileiros”.

Medidas provisórias

O ministro também disse que as medidas provisórias sobre flexibilização do posse de arma e de combate a fraudes previdenciárias devem sair no início da próxima semana. Segundo ele, os textos estão “nos ajustes finais”.

A futura ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, afirmou que a presidência da Fundação Nacional do Índio (Funai) será a última decisão a ser tomada pela equipe de transição. O perfil do novo presidente da instituição, disse, será de alguém que "ame desesperadamente os índios". Damares também avaliou que a questão da Funai "desde o início foi um ponto complexo, complicado de tratar".

Questionada sobre a possibilidade da demarcação de terras indígenas passar para uma secretaria no Ministério da Agricultura, ela respondeu que o grupo está trabalhando "uma outra situação" para a demarcação, mas disse que não comentaria agora. Segundo a ministra do futuro governo de Jair Bolsonaro, "está chegando nova era para o Brasil" e "um novo momento para os povos indígenas".

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"Vamos dar a atenção que merece para a Funai. Vai ser o último a ser decidido com certeza." Segundo ela, a escolha do presidente da Funai será tomada em conjunto com o presidente eleito Jair Bolsonaro e não há nenhum nome cotado ainda.

"O índio vai ser tratado como um todo", declarou. Damares também afirmou que haverá atenção especial para a educação indígena, para as mulheres, idosos e pessoas com deficiência nas tribos.

A futura ministra contou que, nesta terça-feira (11), um grupo de indígenas virá conversar no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), sede do governo de transição. "Eles são minha família. Estamos interagindo. Conheço cada liderança."

Damares Alves voltou a afirmar que a espinha dorsal do ministério será "a vida". Destacou também que terá foco no combate à automutilação de crianças e adolescentes. Ela disse que nesta terça será anunciado o secretário de assuntos da criança e do adolescente.

O futuro ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse ao jornal O Estado de S. Paulo que todas as organizações não governamentais (ONGs) podem ficar "tranquilas" com sua nomeação. Advogado e um dos criadores do movimento Endireita Brasil, Salles assegurou que o verbo de sua gestão será "harmonizar", sem discriminações. "Essa perseguição ideológica não é saudável para ninguém. Nem para a Agricultura e tampouco para o Meio Ambiente", afirmou ele.

Após a polêmica sobre a fusão de ministérios, a avaliação foi de que o presidente eleito, Jair Bolsonaro, queria reduzir o Meio Ambiente a um apêndice da Agricultura. O que o sr. acha disso?

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Não é verdade. A decisão do presidente - e ele tem toda razão nisso - é de que haja harmonia, integração, diálogo entre todos os setores, sobretudo o da Agricultura com Meio Ambiente. Foi um setor muito perseguido por órgãos ambientais em administrações passadas. Essa perseguição ideológica não é saudável para ninguém: nem para a Agricultura e tampouco para o Meio Ambiente.

Bolsonaro defendeu o fim do que chama de indústria de multas do Ibama. O sr. vai propor alguma mudança nessa área?

Eu fui secretário do Meio Ambiente em São Paulo e verificamos que, de fato, há uma precipitação em impor sanções. Muitas vezes, quando se debruça sobre os casos concretos, descobre-se que o devido processo legal não foi observado. Essa é a nossa preocupação. Vamos informatizar tudo e fazer uma gestão transparente.

O Instituto Chico Mendes de Preservação da Biodiversidade (ICMBio) será mesmo incorporado ao Ibama?

Isso tudo está sendo estudado pelo grupo de transição.

Quando era secretário do Meio Ambiente, o sr. defendeu o combate à ideologização. O que isso significa exatamente?

Significa que as decisões adotadas têm de ser sempre pautadas na lei. É essa a posição adotada pelo presidente: a de que nós deixemos discussões ideológicas de lado e tenhamos discussões técnicas, fundamentadas em questões concretas.

O sr. assume a pasta num momento de crescimento no desmatamento da Amazônia. Há temor de ambientalistas de aumento ainda maior no governo Bolsonaro. Como vê essa preocupação?

Acho que todas as ONGs, ambientalistas e organismos de conservação podem ficar absolutamente tranquilos porque vamos atuar da maneira mais legalista possível. Temos o Código Florestal, que precisa ser cumprido. Vamos levantar informações mais específicas de onde e por que esse eventual desmatamento ocorreu para ter uma fotografia mais adequada do que está acontecendo. As informações são muito genéricas.

O governo desistiu de sediar a Cúpula do Clima, COP-25, em 2019. O sr. acha que essa decisão ainda pode ser revista?

Esse é um assunto sobre o qual ainda não conversei com o presidente. Portanto, eu me reservo aqui a posição de não confirmar nem negar.

O sr. disse que o seu papel será o de defender o Meio Ambiente e respeitar o setor produtivo. A sua indicação, porém, foi apoiada pela Sociedade Rural Brasileira. Essa sinergia com o setor rural já é interpretada como a perda de poder para o agronegócio. Como o sr. responde a essa crítica?

Infelizmente, durante anos se contrapôs no Brasil, por uma questão dogmática e ideológica, o meio ambiente a diversos setores produtivos. Não me refiro exclusivamente à agropecuária, mas ao setor imobiliário, à indústria, ao comércio. Vimos em São Paulo como a falta de desenvolvimento econômico gerou consequências para o meio ambiente, com o abandono do saneamento, do cuidado com os rios, a invasão de propriedade. A palavra é harmonizar a defesa do meio ambiente com o apoio ao desenvolvimento em todos os setores produtivos, sem discriminar nenhum deles.

O sr. é réu na Justiça por improbidade administrativa, acusado de ter alterado ilegalmente o plano de manejo de uma área de proteção ambiental do Tietê. Isso não o constrange a assumir o cargo?

Em absoluto. As medidas que tomamos para adequar o plano de manejo da Área de Proteção Ambiental da Várzea do Tietê eram necessárias justamente porque, naquele caso, as posições adotadas haviam sido muito mais ideológicas do que técnicas. Havia erros muito sérios ali que precisavam ser corrigidos.

Em recente post no Twitter, o sr. disse que governo é sempre problema, jamais é solução. O que o sr. quis dizer com isso?

Que precisamos diminuir o peso do Estado sobre o cidadão. Sempre que o Estado fica inchado, você inibe a atividade econômica e atrapalha a vida dos empreendedores e de quem depende do mercado de trabalho.

O sr. é filiado ao Novo. Sua entrada na equipe pode ser entendida como apoio do partido ao governo Bolsonaro?

Eu sou do partido Novo, mas a minha escolha foi pessoal do presidente da República. Não tem relação político-partidária.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Pastora e advogada, Damares Alves é conhecida no meio evangélico por ser crítica à chamada "ideologia de gênero" e ao feminismo. Também já disse que é a igreja evangélica, e não a política, que "vai mudar a nação". Nas palestras disponíveis na internet ou nas entrevistas que costuma conceder a sites, ela costuma criticar ainda a "guerra" entre homens e mulheres.

Damares Alves foi confirmada, nessa quinta-feira (6), como futura ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos no governo Jair Bolsonaro.

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"As feministas promovem uma guerra entre homens e mulheres. Me preocupo com a ausência da mulher de casa. Hoje, a mulher tem estado muito fora de casa. (Me preocupam) funções que a mulher tinha no passado, principalmente em relação às crianças", afirmou em entrevista a um veículo identificado como Expresso Nacional. "Eu costumo brincar o seguinte: como eu gostaria de ficar em casa, toda tarde, numa rede, me balançando, e meu marido ralando muito para me sustentar e me encher de joias e presente. Esse seria o padrão ideal da sociedade. Mas, infelizmente, não é possível, temos de ir para o mercado de trabalho."

Na mesma entrevista, ela chama a ideologia de gênero de "morte". Desconhecida entre movimentos de direitos humanos ou de mulheres, Damares está na política há três anos. Desde 2015, ela ocupa o cargo de auxiliar parlamentar júnior, cuja remuneração é, atualmente, de R$ 5.488,95, sem os descontos, e está lotada no gabinete do senador Magno Malta.

Lagoinha

Pastora voluntária na Igreja Batista da Lagoinha, em Belo Horizonte (MG), uma comunidade evangélica que reúne cerca de 30 mil pessoas na capital mineira, Damares costuma reunir 6 mil pessoas nos cultos que ministra na cidade. "A visão dela é dentro dos princípios bíblicos", diz o assessor parlamentar Ricardo Coutinho, que há trinta anos frequenta a igreja. A futura ministra é contra o aborto e defende a chamada Escola Sem Partido.

"Damares tem forte atuação na área da proteção à criança e adolescente. Em seus cultos, afirma ter sido violentada aos seis anos de idade por um integrante da igreja que frequentava. "Isso a impediu de ter filhos", afirma o pastor Washington Sá. Em suas aparições públicas, Damares aborda ainda a questão indígena. A futura auxiliar de Bolsonaro apoia a atuação de missionários que trabalham em aldeias tentando acolher crianças banidas de tribos por terem nascido com algum tipo de deficiência."

Em uma pregação de 2013 na Igreja Primeira Batista, em Campo Grande (MS), ela afirmou que é a igreja evangélica que "vai mudar a nação", não a política. Além disso, disse que não é verdade que o aborto é questão de saúde pública, como defendem especialistas, e que "ninguém nasce gay". Reservou a parte final de sua palestra para criticar frontalmente o infanticídio indígena.

"Naquele dia, Deus renovou nossas forças. Porque Deus nos disse que não são os deputados que vão mudar essa nação, não é o governo que vai mudar essa nação, não é a política que vai mudar essa nação, que é a Igreja Evangélica, quando clama. É a igreja evangélica, quando se levanta, que muda a nação", disse a futura ministra. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A decisão do presidente eleito Jair Bolsonaro de colocar a Fundação Nacional do Índio (Funai) no novo Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, pasta que será comandada pela pastora e advogada Damares Alves, causou indignação entre servidores da Funai ouvidos pela reportagem. Damares é vista no órgão como uma defensora da atuação religiosa e missionária em aldeias indígenas.

A futura ministra é fundadora da instituição e Movimento Atini - Voz Pela Vida, uma organização que se apresenta com a missão de "promover a conscientização e a sensibilização da sociedade sobre a questão do infanticídio de crianças indígenas".

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Em 2015, o Ministério Público Federal no Distrito Federal entrou com uma ação contra a Atini por "dano moral coletivo decorrente de suas manifestações de caráter discriminatório à comunidade indígena", em função da divulgação de um filme sobre infanticídio indígena feito pela organização. Os procuradores pedem que a ONG seja condenada a pagar R$ 1 milhão.

Por meio de uma ação civil pública, o MPF exige que a ONG de Damares Alves seja proibida de veicular o vídeo documentário "Hakani - A história de uma sobrevivente". O filme, segundo o MPF, tinha o objeto de "chamar atenção acerca do tema 'infanticídio indígena' e legitimar as ações missionárias no interior das comunidades indígenas"

A ficção, segundo a ação do Ministério Público, foi produzida em parceria com a instituição Jocum (Jovens Com Uma Missão), nome adotado no Brasil pela organização evangélica de origem americana Youth With a Mission. Fundada em 1960, a organização iniciou as atividades missionárias no Brasil em meados da década de 1970, sendo que, atualmente, possui escritórios em quase todos os Estados brasileiros.

Em sua argumentação, o MPF declarou que o filme "gerou profunda indignação na sociedade, gerando manifestações preconceituosas e discriminatórias em face das comunidades indígenas". A veiculação do filme, justificou, bem como a exposição de imagens de crianças e adolescentes indígenas, "atinge a dignidade humana deste grupo perante a sociedade".

Na ação, o MPF pediu ainda a imediata retirada do filme dos sites das ONGs e de todos os outros endereços eletrônicos de responsabilidade das instituições. Apesar disso, a reportagem verificou que ainda há links disponíveis na internet com acesso ao filme de 30 minutos.

A ação do Ministério Público, datada de 27 de abril de 2015, requeria ainda que as organizações religiosas se abstivessem de divulgar ou expor, por seminários, palestras, exposições ou congêneres, ou distribuir por qualquer meio, o conteúdo do vídeo, sob pena da imposição de multa de R$ 10 mil por dia de exposição.

Defesas

Procuradas, as ONGs não se manifestaram até a conclusão desta matéria. A futura ministra também não foi localizada para falar sobre o assunto. O espaço está aberto para as manifestações.

A pastora, advogada e futura chefe do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, declarou-se contra o aborto durante entrevista a jornalistas no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), local onde se reúne a equipe de transição do governo.

"Eu sou contra o aborto. Eu acho que nenhuma mulher quer abortar. Elas chegam até o aborto porque não têm outra opção. A mulher que aborta acreditando que está desengravidando, o aborto não desengravida nenhuma mulher. A mulher caminha o resto da vida com o aborto. Se a gravidez é um problema que dura só nove meses, eu digo para vocês que o aborto é um problema que caminha a vida inteira com a mulher", afirmou.

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Damares disse que quer um País que priorize políticas públicas de planejamento familiar e ressaltou que o aborto não deve ser considerado método contraceptivo. "Aborto apenas nos casos necessários e que estão previstos em lei. Essa pasta não vai lidar com o tema aborto. Vai lidar com proteção de vidas e não com morte."

A futura ministra ainda afirmou que tem uma boa relação com os movimentos LGBT. "A pauta LGBT é uma pauta muito delicada, mas a minha relação com os movimentos LGBT é muito boa. Eu tenho entendido que dá pra gente ter um governo de paz entre o movimento conservador, o movimento LGBT e os demais movimentos", declarou.

A chefe da pasta afirmou que irá fazer o enfrentamento à violência contra a comunidade LGBT. "Se precisar estarei nas ruas com as travestis, se precisar estarei na porta da escola com as crianças que são discriminadas por sua orientação sexual".

A pastora e advogada Damares Alves foi confirmada na chefia do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos. O anúncio foi feito pelo ministro extraordinário e coordenador da equipe de transição do governo, Onyx Lorenzoni, na tarde desta quinta-feira, 6. A pasta, ainda segundo o ministro, deve ficar responsável pela Fundação Nacional do Índio (Funai).

O convite de Bolsonaro à pastora, na semana passada, provocou atrito com a bancada evangélica. Damares foi assessora do senador Magno Malta (PSC-ES), que não conseguiu se reeleger e não foi chamado para compor o primeiro escalão do novo governo.

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Nessa quarta-feira (5), o presidente eleito, Jair Bolsonaro, disse que as portas "estão abertas" para Malta, mas que não seria "adequado" colocá-lo à frente de um ministério.

Uma disputa entre os núcleos político e militar do futuro governo de Jair Bolsonaro (PSL) e a intenção de dar um novo perfil ao Ministério do Meio Ambiente têm dificultado a escolha do nome do ministro que irá comandar a pasta. Nesta terça-feira (4), Bolsonaro voltou a adiar a definição. Ele pretende indicar um nome que faça uma "sinergia" com o setor ruralista com o argumento de que existe no País uma "indústria de multas" ambientais.

Num encontro com deputados do MDB em Brasília, Bolsonaro disse que há "muita coisa em jogo" nessa área e a pasta será a última das 22 que terá seu titular anunciado.

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Além do Meio Ambiente, o presidente eleito ainda não definiu o futuro ministro dos Direitos Humanos, Família e Mulheres, que poderá ficar com o setor evangélico.

Para tentar destravar a indicação do ministro do Meio Ambiente, Bolsonaro teve uma série de encontros nas duas últimas semanas. As reuniões provocaram especulações, convites recusados e descartes de nomes. Para auxiliares do presidente eleito, há quase um consenso de que o ministério deve ser uma espécie de "secretaria" da pasta da Agricultura.

Um sinal de desavença entre os vários núcleos que apoiam Bolsonaro está no fato de que há pelo menos dois grupos trabalhando em propostas para a área ambiental. Na equipe de transição, há o GT de ambiente, ligado ao núcleo militar, liderado pelo biólogo Ismael Nobre. Mas há também uma outra equipe, coordenada pelo agrônomo Evaristo de Miranda, da Embrapa, que, a convite de Onyx Lorenzoni - futuro ministro da Casa Civil -, elabora um diagnóstico sobre o funcionamento da pasta a fim de propor a sua reformulação.

Miranda foi um dos primeiros nomes cotados para a pasta, mas já afirmou diversas vezes que não aceitaria o convite por questões pessoais. Ao jornal O Estado de S. Paulo, disse que espera poder contribuir mais com o futuro governo como pesquisador.

Seu nome também não agrada aos militares e é contestado por uma boa parcela da comunidade acadêmica, em especial por cientistas que trabalham com inteligência territorial e georreferenciamento de dados mesmo dentro da Embrapa.

Na prática, enquanto o grupo político da transição busca mais espaço e um nome alinhado a seus interesses, os militares tentam exercer seu poder de veto.

Delegado

Nesta terça-feira, Bolsonaro conversou por telefone com o delegado Alexandre Silva Saraiva, superintendente da Polícia Federal no Amazonas. A entrada de Saraiva na lista de cotados evidenciou, para integrantes da equipe de transição, que o trabalho do Ibama de combate às máfias que atuam na Amazônia não necessariamente será esvaziado.

Militares da reserva próximos a Bolsonaro, porém, têm defendido a escolha de um general, mas a proposta não foi bem vista na transição. Também estão na lista de cotados o advogado Ricardo Salles, ex-secretário de Meio Ambiente do governo de Geraldo Alckmin (PSDB) e filiado ao Novo, e o engenheiro agrônomo Xico Graziano, ligado a lideranças tucanas.

O vínculo de Graziano com o PSDB desagrada a parte da equipe de transição. O núcleo militar chegou a divulgar cópias da capa de uma revista da época do governo Fernando Henrique Cardoso com Graziano em destaque. Já o nome de Salles é defendido pelo deputado estadual eleito por São Paulo Frederico D'Avila (PSL), ligado ao setor do agronegócio.

Na falta de consenso, o nome de Ismael Nobre apareceu como uma alternativa. Nobre foi sugerido pelo grupo de trabalho da área. Um documento com as visões dele para a pasta chegou a ser elaborado. Para ele, a pasta passaria a ser do meio ambiente e do desenvolvimento sustentável, promoveria "sintonia" entre agricultura e ambiente, um "licenciamento eficiente e fim da indústria das multas".

Recuo

Logo após a eleição, Bolsonaro disse que pretendia fundir as pastas da Agricultura e do Meio Ambiente. Foi uma sinalização a ambientalistas que o futuro governo poderia esvaziar o ministério que controla o Ibama e o ICMbio, órgãos fiscalizadores - uma promessa que Bolsonaro reiterou em encontro com fazendeiros e líderes ruralistas durante a campanha. Diante da reação negativa de setores exportadores, que temiam um desgaste da soja e da carne no exterior, Bolsonaro recuou e decidiu manter a pasta.

Na semana passada, o general Augusto Heleno, futuro ministro do Gabinete de Segurança Institucional, procurou ruralistas de São Paulo para receber indicações. Ele consultou ainda entidades da área sobre Ricardo Salles.

Na quarta-feira passada, o advogado esteve na sede do governo de transição para conversar com Bolsonaro. O presidente eleito pediu que ele permanecesse em Brasília até o dia seguinte. O convite, porém, não foi formalizado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro extraordinário da transição de governo e futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, confirmou nesta segunda-feira, 3, que a estrutura do novo governo contará com 22 ministérios. Durante coletiva de imprensa realizada no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), sede da transição, o ministro apresentou o desenho do novo governo - que conta com sete pastas a mais do que o presidente eleito Jair Bolsonaro prometeu durante a campanha. Até o momento, Bolsonaro anunciou 20 nomes e falta definir quem vai chefiar as pastas do Meio Ambiente e Direitos Humanos. Onyx disse que os nomes podem ser divulgados esta semana ou não.

De acordo com o ministro, a equipe de Bolsonaro começou a formular a estrutura em setembro do ano passado, sob comando de Abraham Weintraub. Como adiantou o Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, Abraham vai assumir a secretaria executiva da Casa Civil.

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Onyx disse ainda que amanhã o presidente eleito vem a Brasília e começa a conversar com as bancadas dos partidos sobre "novo relacionamento" com o Congresso.

"Amanhã começamos a conversar com as bancadas para estabelecer com clareza a forma como vai ser o novo relacionamento. Todos vocês são testemunhas de aonde nos levou o presidencialismo de coalizão, o toma lá, dá cá", disse o futuro chefe da Casa Civil.

O futuro ministro afirmou que não pode apresentar divisão por secretarias porque o ajuste fino é complexo. "Queremos acabar com sombreamento (entre ministérios), temos muito trabalho", disse.

O ministro extraordinário de transição Onyx Lorenzoni (DEM-RS) voltou a dizer que o Ministério do Trabalho vai deixar de existir e as atribuições da pasta serão dividias entre o Ministérios da Justiça e Segurança Pública, o da Economia e o da Cidadania.

O futuro chefe da Casa Civil também afirmou que o desenho do futuro governo contará com 20 ministérios "funcionais" e que o Banco Central e a Advocacia-Geral da União (AGU) perderão status de ministério.

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Após a eleição, o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) disse que o Ministério do Trabalho teria as atribuições divididas em outras pastas, o que gerou polêmica e o fez voltar atrás - afirmando o Trabalho que manteria o status de ministério.

"Na verdade, o atual Ministério do Trabalho como é conhecido, ele ficará uma parte no Ministério do Dr. Moro (Justiça e Segurança Pública), outra parte com o Osmar Terra (Cidadania) e outra parte com o Paulo Guedes lá no Ministério da Economia", disse Lorenzoni em entrevista à Rádio Gaúcha, na manhã desta segunda-feira, dia 3.

De acordo com o ministro, a parte de "concessão de carta sindical" vai para a Justiça, a parte voltada a políticas de geração de emprego vai para o Ministério da Economia e outra parte ficará na Cidadania - pasta anunciada na semana passada que juntará as atribuições do Desenvolvimento Social, Esporte e Cultura.

Onyx Lorenzoni disse ainda que o desenho do futuro governo deverá ter 20 ministérios, depois que o Banco Central e a AGU perderem o status. "Nós vamos ter 20 ministérios funcionais e tem dois ministérios que são ministérios eventuais. É o caso do Banco Central, que quando vier a independência, ele deixa de ter status de ministério e o segundo é a AGU que nós pretendemos fazer um ajuste constitucional e quando isso tiver definido, não há necessidade de ter status", afirmou.

Até agora, Bolsonaro já anunciou 20 ministérios e a expectativa é que ele anuncie o resto da equipe nesta semana. Falta anunciar o nome do ministro do Meio Ambiente e dos Direitos Humanos. O presidente eleito vem à Brasília na terça-feira (4) e terá reuniões com as bancadas dos partidos.

Em entrevista à Rádio Gaúcha, Lorenzoni reforçou que o nome da pastora Damares Alves é o "mais provável" de se confirmar para chefiar a pasta dos Direitos Humanos. "Ela (Damaraes) é a mais provável que seja confirmada ao longo da semana, mas quem confirma sempre é o presidente", ressaltou.

O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) disse que a advogada e pastora Damares Alves "está na frente" para chefiar o novo Ministério de Direitos Humanos, Família e Direitos da Mulher. A declaração foi dada após o deputado participar de uma formatura de cadetes aspirantes a oficial do Exército, na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), em Resende, sul fluminense.

Bolsonaro contou que o assunto foi conversado "muito por alto" com ela. "Não foi prometido nada, mas seria do meu entender uma pessoa extremamente qualificada para desempenhar a função", afirmou.

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A advogada trabalha como assessora lotada no gabinete do senador e candidato derrotado à reeleição Magno Malta (PR-ES), um dos políticos mais próximos de Bolsonaro na campanha e que esperava ter sido nomeado para o cargo.

O presidente eleito disse que Malta é "uma boa pessoa" e que pode se habilitar para a função, mas afirmou que quem está na frente é Damares Alves. "Tenho certeza que o Magno Malta saberá colaborar e muito com o Brasil, independentemente de ser ministro ou não", ponderou.

Bolsonaro informou também que o nome do engenheiro agrônomo Xico Graziano não está descartado para o Ministério do Meio Ambiente. "Coloquei para ele os problemas que temos e ele é extremamente favorável a atender o que eu propus a ele", afirmou, citando como exemplo o grande volume, segundo ele, de multas aplicadas pelo Ibama. "O homem do campo não pode ter gente no governo maltratando quem produz", declarou.

Na composição do governo, o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) provocou mal-estar no setor evangélico. Depois de rejeitar nomes defendidos pela bancada para a pasta de Cidadania, Bolsonaro convidou a advogada e pastora Damares Alves para chefiar o novo Ministério de Direitos Humanos, Família e Mulheres.

O detalhe é que Damares é assessora lotada no gabinete do senador e candidato derrotado à reeleição Magno Malta (PR-ES), um dos políticos mais próximos de Bolsonaro na campanha, que espera um convite para compor o primeiro escalão.

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Até agora, Bolsonaro já anunciou 20 ministros. Na campanha, ele dizia que faria um governo com apenas 15 pastas. O número de ministérios pode, no entanto, chegar a pelo menos 22.

Além da pasta de Direitos Humanos, Família e Mulheres, o presidente eleito anunciou na manhã desta sexta-feira (30) o nome para Minas e Energia: Bento Costa Lima Leite de Albuquerque Junior, diretor geral de desenvolvimento nuclear e tecnológico da Marinha.

O presidente eleito deve ainda anunciar o escolhido para o Meio Ambiente. Bolsonaro ainda analisa se mantém como ministérios Trabalho e Indústria e Comércio.

Para boa parte dos 88 deputados federais e quatro senadores da bancada evangélica, a escolha de Damares "atravessou" os lideres do grupo e foi uma "afronta" e "ingratidão" a Magno Malta.

O nome de Damares na lista de cotados para assumir uma pasta foi divulgado pela revista digital "Crusoé" na tarde de quinta-feira (29). Auxiliares da equipe de Bolsonaro disseram que a própria Damares teria demonstrado desconforto quando recebeu o convite do presidente eleito na última quarta-feira no CCBB, sede do governo de transição.

Para integrantes da bancada evangélica, qualquer convite a Malta a partir de agora é "tardio" e não deveria ser aceito por uma questão de "bom senso". Não se cogita, porém, rompimento.

Magno Malta enfrenta forte resistência do núcleo militar do governo de transição. Os generais da reserva que compõem o grupo reiteraram a Bolsonaro que o senador não agrega à equipe ministerial.

Pessoas próximas de Malta avaliam que o senador se desdobrou na campanha de Bolsonaro, especialmente depois do atentado sofrido pelo então candidato à Presidência em Juiz de Fora (MG), no dia 6 de setembro, que o tirou das ruas.

No começo da semana, Bolsonaro pediu à bancada evangélica que apresentasse uma lista tríplice de nomes para a pasta da Cidadania. Numa decisão que não foi unânime, a bancada acabou entregando os nomes ao presidente eleito, que, no entanto, anunciou o nome do deputado gaúcho Osmar Terra (MDB), para melhorar o trânsito no partido.

Integrantes do grupo avaliaram que houve um desgaste desnecessário e injusto. O coordenador da bancada, Hidekazu Takayama (PSC-PR), chegou a afirmar que retirou os nomes indicados para integrar o novo governo.

Um dos poucos que quiseram falar sobre a relação da bancada com o futuro governo, o deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ) admitiu que há um "mal-estar" diante desse vai-e-vem da transição. "É lógico que isso provoca um mal-estar. Mas o governo está no seu início, nem começou", contemporiza o parlamentar.

Entre os evangélicos, Sóstenes é dos que avaliam que não cabe à bancada pleitear cargos, pois em votações de determinados projetos não há consenso no grupo, especialmente em propostas das áreas política e econômica. "Avalio que as frentes não existem no Parlamento para essa finalidade."

Pelo Twitter, o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) anunciou, na manhã desta sexta-feira (30), o nome do diretor geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha, almirante de esquadra Bento Costa Lima Leite de Albuquerque Junior, para o cargo de ministro de Minas e Energia. Esse era um dos nomes mais aguardados essa semana.

É mais um militar a compor o ministério de Bolsonaro. Nas discussões da equipe de transição chegou a se cogitar fundir essa pasta a um superministério da Infraestrutura, que reuniria ainda Cidades, Transportes e Integração Nacional, mas a ideia foi descartada.

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Antes do anúncio oficial pelo próprio presidente eleito, alguns nomes haviam sido cotados para o posto, como o do economista Luciano de Castro, atualmente na Universidade de Iowa, nos Estados Unidos.

O presidente eleito, Jair Bolsonaro, anunciou nesta quarta-feira (28) o nome de mais três ministros que irão compor o seu governo, incluindo o deputado federal Osmar Terra (MDB-RS), que comandará o Ministério da Cidadania. Ele vai incorporar as funções das atuais pastas do Esporte, da Cultura e o programa Bolsa Família. Com isso, Bolsonaro leva para sua equipe o primeiro integrante do MDB, partido que esteve presente em todos os governos desde a redemocratização.

Embora o discurso seja de que a nomeação de Terra represente mais uma indicação de grupos temáticos na Câmara, na transição a escolha foi vista como uma porta aberta para o partido no futuro governo.

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Terra é emedebista desde o início da redemocratização. Ele se filiou à legenda em 1986. No atual governo federal, foi ministro de Michel Temer até abril deste ano e atualmente consta como primeiro vice-líder do partido na Câmara.

Ele, porém, negou que seja uma indicação da sigla para o cargo. "Fui escolhido a partir de um movimento das frentes parlamentares da assistência social, das pessoas com doenças raras, da primeira infância, dos deficientes, dos idosos. Se juntaram todas as frentes que têm a ver com essa área e deram respaldo ao meu nome", disse.

Além de Terra, Bolsonaro indicou também Gustavo Henrique Canuto para o novo Ministério do Desenvolvimento Regional, que surgiu da união do ministérios das Cidades e da Integração. Canuto atualmente ocupa a Secretaria Executiva do Ministério da Integração e é considerado uma indicação técnica. Até abril, no entanto, era o número dois de outro emedebista, o governador eleito do Pará, Hélder Barbalho, filho e herdeiro político do senador reeleito Jader Barbalho e da deputada federal Elcione Barbalho.

O terceiro nome anunciado por Bolsonaro foi do futuro ministro do Turismo, o deputado reeleito do PSL - partido do presidente eleito -, Marcelo Álvaro Antônio (MG). Com os novos anúncios, o novo governo pode chegar a um total de 22 ministéiros , longe da meta inicial do presidente eleito de ter 15 pastas (mais informações à pág. A6).

A exemplo dos demais políticos escolhidos, Marcelo Álvaro disse que sua nomeação não contempla uma solicitação do partido ou do Estado, mas é uma indicação da frente parlamentar do turismo, da qual faz parte. "Na verdade, eu considero que a indicação do meu nome para o Ministério do Turismo não foi feita em função do PSL, foi feita pela Frente Parlamentar em Defesa do Turismo", disse.

Ao ser escolhido, ele venceu a disputa pelo cargo com a área técnica da transição, que defendia o nome do empresário nordestino Gilson Machado, antigo conhecido de Bolsonaro. Entre os integrantes da equipe de transição, Machado já estava sendo chamado de ministro.

Bancadas

Conforme relatos colhidos pelo jornal O Estado de S. Paulo, o nome de Terra foi "vendido" a Bolsonaro como a escolha de um representante da bancada social no Congresso. A equipe de transição chegou a levar parlamentares do PSDB e do PP para o gabinete de Bolsonaro para dar uma demonstração de que seria uma nomeação suprapartidária.

No entanto, logo pela manhã, ainda na Granja do Torto, Bolsonaro comandou, pessoalmente, uma negociação entre o futuro ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, com lideranças do MDB. A escolha foi vista como o início de uma entrada do partido no governo. Na nova legislatura, o MDB terá 12 cadeiras no Senado e 34 na Câmara.

A escolha de Terra contrariou iniciativas da bancada evangélica, que reivindicava o Ministério da Cidadania. O senador derrotado à reeleição Magno Malta (PR-ES), ligado aos evangélicos e que chegou a anunciar que seria ministro mais de uma vez, ficou de fora.

Bolsa Família

Em entrevista após o anúncio, Terra disse que o novo governo vai cumprir a promessa de campanha de Bolsonaro e pagará 13º aos beneficiários do Bolsa Família a partir do ano que vem. Ele lembrou que, enquanto esteve à frente do Ministério do Desenvolvimento Social, no governo Temer, iniciou um pente-fino no cadastro dos programas sociais do governo. "Já fizemos isso nos últimos anos. Vamos agora desenvolver com mais força", disse. Segundo ele, com essas medidas poderá ampliar programas sociais da pasta.

Sobre a participação da futura primeira-dama Michelle Bolsonaro em programas sociais, o ministro disse que "ela é envolvida com área social e já tem trabalho importante na área de crianças com deficiência auditiva". "Ela com certeza vai ajudar". Terra afirmou ainda que os titulares das futuras secretarias dos Esportes e da Cultura ainda não foram escolhidos. Ele evitou comentar sobre a Lei Rouanet, justificando que ainda vai estudar a questão. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Na primeira entrevista após ser anunciado futuro ministro da Cidadania, Osmar Terra (MDB-RS) disse nesta quarta-feira, 28, que o novo governo vai cumprir a promessa de campanha de Jair Bolsonaro e o 13º para o Bolsa Família será pago. O Ministério vai reunir as pastas do Desenvolvimento Social, Esporte e Cultura, além de parte do acolhimento a dependentes da Secretaria de Drogas.

Ele avisou que serão feitos novos pentes-finos nos programas sociais, de forma a reduzir ainda mais irregularidades que ainda possam existir e liberar recursos para o pagamento de mais benefícios a quem realmente precisa.

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O novo ministro, que é deputado pelo MDB, informou que seu nome foi escolhido a partir de "um movimento das frentes parlamentares da assistência social, das pessoas com doenças raras, da primeira infância, dos deficientes, dos idosos". E emendou: "juntaram todas as frentes que têm a ver com essa área e deram respaldo ao meu nome".

O ministério estava sendo reivindicado pela bancada evangélica e, ainda, o senador derrotado à reeleição Magno Malta (PR-ES). Este último está, até agora, sem lugar no governo Bolsonaro. Com a escolha de Terra para a Cidadania, Bolsonaro reforça o discurso de compor os ministérios com indicação de bancadas e não de partidos.

Terra assegurou que "todos os programas (sociais) vão continuar, agora com a possibilidade de ampliar e avançar em algumas áreas". Disse ainda que o programa Criança Feliz, que tem como patrona a atual primeira-dama, Marcela Temer, também será mantido e ampliado. "O bolsa família vai ser um programa que vai estimular muito a questão de geração de emprego e renda, por orientação do presidente, principalmente para os jovens", comentou ele, acrescentando que a ideia é integrar o bolsa família com outros programas da área de esportes, que foi absorvida pela nova pasta.

"Vamos trabalhar bastante mas focado sempre na população mais vulnerável, mais pobre, que são os usuários do bolsa família e toda população que está no cadastro único, que é metade da população brasileira", declarou. Osmar Terra ressaltou, no entanto, que "o maior programa de combate à pobreza é a geração de emprego e renda". "A maior vitória de um programa é a diminuição das pessoas que precisam daquele programa, que é no que vamos procurar trabalhar", completou.

O novo ministro da Cidadania lembrou que, no período em que esteve à frente do Ministério do Desenvolvimento Social do governo Temer, iniciou um pente-fino no cadastro dos programas sociais do governo e garantiu que isso vai continuar. "Já fizemos isso nos últimos anos. Vamos agora desenvolver com mais força. Tiramos os que não precisavam: foram cinco milhões de famílias que saíram do programa em dois anos e entraram aqueles que precisavam. Então, pela primeira vez na história do bolsa família desde 2003, se terminou com a fila. Faz um ano que não tem mais fila", afirmou.

Sobre a participação da futura primeira-dama Michele Bolsonaro, o futuro ministro disse que "ela é envolvida com área social e já tem trabalho importante na área de crianças com deficiência auditiva". E emendou: "ela com certeza vai ajudar".

O ministro disse ainda que os titulares das futuras secretarias dos Esportes e da Cultura ainda não foram escolhidos. Evitou ainda comentar sobre a lei Rouanet, justificando que ainda vai estudar esta questão. Em relação às atuais pastas das Mulheres e dos Direitos Humanos, Osmar Terra informou que elas serão abrigadas em outros ministérios.

O presidente eleito, Jair Bolsonaro, acaba de anunciar, pelo Twitter, a indicação de Gustavo Henrique Rigodanzo Canuto como futuro ministro do Desenvolvimento Regional, que deve contemplar a atual pasta de Cidades e Integração Nacional. Canuto é secretário-executivo do Ministério da Integração e servidor efetivo do Ministério do Planejamento.

"Informo a todos a indicação do Sr. Gustavo Henrique Rigodanzo Canuto, servidor efetivo do Ministério do Planejamento com ampla experiência, para o Ministério do Desenvolvimento Regional. Boa tarde!", escreveu Bolsonaro.

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Gustavo Canuto é formado em Engenharia de Computação pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e em Direito pelo Centro Universitário de Brasília (UniCEUB).

Nos últimos dois anos, foi chefe de gabinete do Ministro da Integração Nacional. Também já assumiu compromissos de trabalho nas Secretarias de Aviação Civil e Geral da Presidência da República, além da Agência Nacional de Aviação Civil, segundo seu perfil na página do Ministério da Integração.

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