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A Rússia afirmou nesta sexta-feira (18) que destruiu drones ucranianos aéreos e navais em Moscou e no Mar Negro, alvos frequente das tropas de Kiev nas últimas semanas.

"Esta noite, em uma tentativa de atacar Moscou, as forças de defesa aérea destruíram um drone", afirmou o prefeito da capital russa, Serguei Sobianin.

"Os destroços do drone caíram na área do Centro de Exposições e não provocaram danos significativos ao edifício ou vítimas", acrescentou o prefeito.

O Ministério da Defesa atribuiu a ação Kiev. Um comunicado afirma que o ataque aconteceu às 4h (22h de Brasília, quinta-feira) contra "alvos em Moscou e sua região".

O Centro de Exposições, na zona oeste da cidade e a apenas cinco quilômetros do Kremlin, recebe vários congressos profissionais.

A agência estatal de notícias TASS informou que uma das paredes do pavilhão desabou parcialmente. O espaço aéreo nas proximidades do aeroporto de Vnukovo foi fechado por alguns minutos.

Os ataques com drones da Ucrânia contra territórios russos controlados pela Rússia aumentaram nas últimas semanas, mas geralmente não provocam vítimas ou danos.

A capital russa, que no início do conflito não sofreu com as hostilidades, virou um alvo frequente de ataques. No final de julho e início de agosto, a Força Aérea interceptou drones sobre o distrito financeiro de Moscou. Os destroços provocaram danos a um arranha-céu.

Em maio, dois aparelhos foram derrubados nas proximidades do Kremlin.

Há algumas semanas, o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, advertiu que a "guerra" estava chegando à Rússia, "a seus centros simbólicos e a suas bases militares".

- Hostilidades no Mar Negro -

Outro foco de hostilidades é o Mar Negro, especialmente desde que a Rússia abandonou em meados de julho o acordo, mediado pela ONU e a Turquia, que permitia a exportação de grãos ucranianos.

Na quinta-feira à noite, as forças russas impediram um ataque com um drone naval contra sua frota na região, que também é um alvo recorrente de Kiev, informou o Ministério da Defesa.

O drone ucraniano tinha como alvos dois barcos de patrulha que "cumpriam tarefas de controle de navegação na parte sudoeste do Mar Negro, 237 km ao sudoeste de Sebastopol", afirmou o ministério.

"O aparelho inimigo sem tripulação foi destruído pelos disparos dos navios russos sem conseguir cumprir seu objetivo", acrescenta uma nota oficial.

Um dos alvos era o navio "Vassili Bykov", que no domingo disparou tiros de advertência contra um cargueiro de uma empresa turca que seguia para o porto ucraniano de Izmail.

Desde o fim do acordo de exportação de grãos, os dois lados ameaçam atacar os navios de carga que avançam em direção aos portos do lado considerado inimigo.

Apesar da tensão, na quinta-feira um cargueiro que zarpou da Ucrânia chegou a Istambul, segundo sites que monitoram o tráfego marítimo, o primeiro a completar o trajeto desde o fim do acordo.

Moscou intensificou nas últimas semanas os ataques contra as infraestruturas portuárias ucranianas no Mar Negro e no Danúbio.

As hostilidades acontecem de modo paralelo à contraofensiva militar iniciada em junho pela Ucrânia, que registra um avanço mais lento do que o esperado por Kiev, apesar dos novos equipamentos de defesa fornecidos pelos aliados ocidentais.

As forças da Rússia derrubaram dois drones de combate que seguiam para Moscou, afirmou nesta quarta-feira (9) o prefeito da cidade, Serguei Sobyanin, no mais recente de uma série de ataques direcionados contra a capital do país.

"Registrada a tentativa de dois drones de combate de voar para dentro da cidade. Ambos foram abatidos pela defesa aérea", anunciou o prefeito moscovita no Telegram, sem nomear o responsável pela agressão.

Sobyanin afirmou que um drone foi derrubado na área de Domodedovo, sul da cidade, enquanto o segundo foi abatido na área da rodovia Minsk, ao oeste da capital.

Ele também informou que os serviços de emergência seguiram para os locais das quedas dos aparelhos e que não foram registradas vítimas.

O Ministério da Defesa da Rússia atribuiu a tentativa de ataque à Ucrânia. "A defesa aérea destruiu dois veículos aéreos não tripulados", afirmou em um comunicado, que também indica que as ações não provocaram vítimas ou danos.

Este foi pelo menos o terceiro ataque a Moscou em uma semana, de acordo com autoridades russas, que anunciaram a derrubada de drones ucranianos no domingo e na segunda-feira.

A capital russa praticamente não era afetada pelo conflito na Ucrânia até uma série de ataques neste ano.

O Ministério da Defesa anunciou na quinta-feira passada que neutralizou sete drones sobre a província de Kaluga, a menos de 200 quilômetros de Moscou.

Em 30 de julho, o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, alertou que a "guerra" estava chegando à Rússia, aos "centros simbólicos e bases militares" do país.

No início de agosto, um prédio de escritórios no principal distrito comercial de Moscou foi alvo de dois ataques de drones em poucos dias.

- Nove mortos em Pokrovsk -

A ação mais recente com drones aconteceu um dia após a Rússia reivindicar um ataque com mísseis contra um centro de comando do Exército ucraniano na cidade de Pokrovsk.

Dois mísseis, lançados em um intervalo de 40 minutos, atingiram edifícios residenciais, um hotel, cafés, lojas e prédios administrativos na segunda-feira.

Zelensky afirmou na terça-feira que o ataque matou nove pessoas e deixou 82 feridos, incluindo duas crianças.

A Ucrânia acusou a Rússia de mentir ao alegar que o ataque teve um centro de comando militar como alvo.

"É uma mentira completa", declarou Serguei Cherevaty, porta-voz do centro de comando para o leste da Ucrânia, à AFP. "Se bem me lembro, é a quarta vez que eles tentam algo assim", acrescentou.

"Se recordo bem, esta é a quarta vez que tentam algo do tipo", acrescentou.

A cidade de Pokrovsk fica a apenas 40 quilômetros da frente de batalha no leste da Ucrânia, onde a Rússia afirma que está avançado e impedindo ataques ucranianos.

A Rússia acusou as forças ucranianas de dispararem ontem pelo menos três drones contra Moscou, no mais recente de uma onda de ataques dentro do país que tem irritado o presidente Vladimir Putin. Segundo o Ministério da Defesa russo, um dos drones foi abatido nos arredores da capital e outros dois atingiram edifícios comerciais após serem interceptados pelas defesas aéreas. Não houve feridos.

O ataque foi o quarto na região de Moscou neste mês e o terceiro em uma semana. Eles começaram em maio, quando um drone atingiu o prédio do Kremlin e expôs a vulnerabilidade da capital russa em meio à guerra na Ucrânia.

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O prefeito de Moscou, Serguei Sobianin, declarou que os ataques forçaram o fechamento temporário do Aeroporto Internacional de Vnukovo, que serve a capital. Os voos foram redirecionados para outras cidades, e o aeroporto retomou as operações cerca de uma hora depois.

O ataque foi classificado como terrorista pelo Ministério da Defesa russo. O Ministério das Relações Exteriores, por sua vez, disse que eles não seriam possíveis sem a assistência militar fornecida a Kiev pelos Estados Unidos e os aliados da Otan.

A Ucrânia não reconheceu o ataque. O presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, limitou-se a dizer em seu discurso noturno que a guerra está "gradualmente se voltando ao território da Rússia". Já um porta-voz da força aérea ucraniana, Iurii Ihnat, declarou que o ataque expõe ao povo russo as consequências da guerra. "Todas as pessoas que pensam que a guerra não lhes diz respeito já estão sendo afetadas", disse ontem.

FRONTEIRA

A Rússia também culpou as forças da Ucrânia por atacar áreas próximas à fronteira entre os dois países. Ontem, o governador da região de Bryansk disse que um complexo de criação de suínos foi atingido por drones ucranianos e três pessoas ficaram feridas.

Na Ucrânia, a força aérea informou que destruiu quatro drones russos acima das regiões de Kherson e Dnipropetrovsk. As informações sobre os ataques não puderam ser verificadas de forma independente.

CONTRAOFENSIVA

Em paralelo, o país continua com a contraofensiva em diversas frentes, incluindo no sul e na Crimeia, onde armazéns de munição, suprimentos e combustível, cruciais para os esforços da Rússia na guerra, são os principais alvos de ataques.

Zelenski promete retomar todas as terras que as forças russas ocuparam, incluindo a Crimeia, e seus esforços são fortalecidos pelo recebimento e implantação de armas ocidentais cada vez mais avançadas. Na atual campanha contra a Rússia, soldados recém-treinados e novas armas têm sido cruciais para o progresso no campo de batalha. (Com agências internacionais)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Rússia derrubou drones ucranianos que visavam Moscou e a península da Crimeia neste domingo (30), em ataques que danificaram duas torres de escritórios na capital e forçaram o breve fechamento de um aeroporto internacional.

Um drone que visava atingir Moscou foi derrubado nos arredores da cidade e dois outros foram "suprimidos por guerra eletrônica" e colidiram em um complexo de escritórios, disse o Ministério da Defesa da Rússia, acrescentando que não houve feridos.

Moscou e seus arredores, a cerca de 500 quilômetros da fronteira ucraniana, raramente foram alvo de ataques em 2022, mas foram atingidos por vários ataques de drones este ano.

O ataque deste domingo é o mais recente de uma série de ataques com drones - incluindo aqueles contra o Kremlin e algumas cidades russas perto da fronteira ucraniana - pelos quais Moscou culpa Kiev.

O Ministério da Defesa russo chamou de "tentativa de ataque terrorista".

"Na manhã de 30 de julho, o ataque terrorista que o regime de Kiev tentou realizar com veículos aéreos não tripulados na cidade de Moscou foi frustrado", disse a pasta em sua conta no Telegram.

"Um drone ucraniano foi destruído no ar por sistemas de defesa sobre o território do distrito de Odintsovo, na região de Moscou", detalhou a fonte.

"Dois outros drones foram suprimidos por guerra eletrônica e, tendo perdido o controle, caíram no terreno de um complexo de edifícios não residenciais Moscow-City", acrescentou.

Moscow-City é um empreendimento comercial no oeste da cidade.

O prefeito de Moscou, Sergei Sobyanin, postou no Telegram que "as fachadas de duas torres de escritórios da cidade foram levemente danificadas", acrescentando que não houve vítimas ou feridos.

O vidro de várias janelas se estilhaçou, segundo um fotógrafo da AFP. A polícia isolou a área.

- Aeroporto fechado brevemente -

A agência de notícias estatal russa TASS informou que o aeroporto internacional de Vnukovo, que serve a capital, foi "fechado para partidas e chegadas" e seus voos foram redirecionados para outras cidades.

Em menos de uma hora, as operações aéreas pareciam ter voltado ao normal.

No início de julho, uma salva de ataques de drones interrompeu brevemente o tráfego aéreo no mesmo aeroporto, localizado no sudoeste da cidade.

Pouco tempo depois, o Ministério da Defesa da Rússia afirmou que suas forças frustraram um ataque ucraniano noturno, envolvendo 25 drones, na Crimeia, uma península anexada à Rússia.

"Dezesseis drones ucranianos destruídos por fogo de defesa aérea", disse o ministério, acrescentando que não houve vítimas.

"Outros nove drones ucranianos foram neutralizados com recurso à guerra eletrônica e, sem atingir o alvo, caíram no mar Negro", disse a mesma fonte.

A Ucrânia declarou repetidamente sua intenção de recuperar a Crimeia, anexada pela Rússia em 2014. Por isso, nas últimas semanas intensificou e aumentou seus ataques a esta península.

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia disse que esses ataques "não seriam possíveis sem a assistência prestada ao regime de Kiev pelos Estados Unidos e seus aliados da Otan".

- Ataques com mísseis -

Na sexta-feira, a Rússia disse ter interceptado dois mísseis ucranianos sobre a região de Rostov, no sul e na fronteira com a Ucrânia, com um saldo de pelo menos 16 pessoas feridas pelos destroços que caíram na cidade de Taganrog.

O ministério disse que o primeiro míssil S-200 visava a "infraestrutura residencial" em Taganrog, uma cidade de cerca de 250.000 habitantes.

Pouco depois, disse ter derrubado um segundo míssil S-200 perto da cidade de Azov, cujos restos caíram em uma área desabitada.

Do outro lado da fronteira, um ataque com mísseis russos na cidade de Zaporizhzhia, no sul da Ucrânia, matou duas pessoas, um homem e uma mulher, disseram as autoridades locais.

Além disso, pelo menos uma pessoa morreu por um ataque com míssil na cidade ucraniana de Soumy na noite de sábado e cinco pessoas ficaram feridas, segundo a polícia.

No início de julho, um ataque de drone russo atingiu um prédio residencial em Soumy, deixando três mortos e 21 feridos.

Elena Milashina, a premiada jornalista russa que foi agredida com extrema violência na Chechênia, está internada em um hospital de Moscou e seu estado é "difícil", informou nesta quarta-feira (5) o editor do jornal Novaya Gazeta, para o qual ela trabalha.

Várias organizações de defesa da liberdade de imprensa e grupos de direitos humanos expressaram preocupação depois que Milashina foi espancada e ameaçada com uma arma quando trabalhava na república russa do Caúcaso esta semana.

"Milashina está em um hospital de Moscou. O estado dela é, francamente, difícil: foi espancada com muita violência, agredida com uma pedaço de pau", afirmou Dmitri Muratov, diretor do jornal Novaya Gazeta.

A Novaya Gazeta é uma das poucas publicações independentes da imprensa russa e Muratov foi um dos vencedores do Nobel da Paz em 2021.

O jornal divulgou um vídeo de Milashina no hospital com a cabeça raspada e as mãos enfaixadas.

A organização Human Rights Watch denunciou que os agressores da repórter cortaram o cabelo e jogaram tinta verde na repórter.

O governo russo e o líder da Chechênia, Ramzan Kadirov, afirmaram que os autores do crime devem ser identificados.

Muratov disse que Milashina sofreu fraturas nos dedos e que os agressores exigiram a senha do telefone da jornalista

Elena Milashina publicou reportagens sobre os abusos contra os direitos humanos nesta região do Cáucaso, governada há vários anos por Kadirov.

Em fevereiro de 2022, a jornalista teve que fugir da Rússia, de acordo com a Novaya Gazeta, depois de ter sido ameaçada por Kadirov, que a chamou de "terrorista".

Desde 2000, seis jornalistas ou colaboradores do Novaya Gazeta foram assassinados, incluindo a repórter Anna Politkóvskaya, que morreu na entrada do prédio em que morava em Moscou.

Três drones foram derrubados na madrugada desta quarta-feira (21) na região de Moscou, dois deles perto de uma base militar, anunciou o ministério da Defesa da Rússia, que acusou a Ucrânia pelo ataque.

"Hoje frustramos uma tentativa do regime de Kiev de executar um atentado terrorista com três drones contra pontos da região de Moscou", afirma um comunicado divulgado pelo ministério.

"Os drones foram neutralizados com sistemas de guerra eletrônica, perderam o controle e em seguida caíram", acrescenta a nota.

O ataque não provocou vítimas ou danos, informou o governador da região, Andrei Vorobiov.

"Dois drones caíram às 5H30 e 5H50 (23H30 e 23H50 de Brasília, terça-feira) quando se aproximavam dos depósitos de uma base militar no distrito de Naro Fominsk, 50 km ao sul de Moscou, anunciou Vorobiov no Telegram.

"Os destroços foram encontrados, não há vítimas ou danos", acrescentou o governador, que pediu calma aos moradores.

As autoridades russas não informaram se o terceiro drone estava direcionado contra a base militar ou tinha outro alvo.

O ataque aconteceu em plena contraofensiva ucraniana para recuperar parte do território tomado pelas tropas russas desde o início da operação militar, em fevereiro de 2022.

Vários ataques - a maioria com drones - foram registrados nas últimas semanas contra o território russo perto da fronteira com a Ucrânia.

Até recentemente, Moscou e seus arredores, a quase 500 quilômetros da fronteira ucraniana, estavam a salvo dos ataques.

Mas no início de maio, dois drones foram disparados na direção do Kremlin e, no fim do mesmo mês, vários drones atingiram arranha-céus de Moscou.

Também nesta quarta-feira, a Rússia aumentou para 41 o número de pessoas mortas em consequência das inundações nas áreas que suas tropas controlam no sul da Ucrânia, após a destruição de uma represa no rio Dnieper.

O balanço anterior registrava 29 vítimas fatais.

A represa hidrelétrica de Kakhovka, que fica em uma área sob controle russo na região de Kherson (sul da Ucrânia), foi destruída no dia 6 de junho.

Centenas de quilômetros quadrados foram inundados, o que forçou a retirada de milhares de moradores e provocou o temor de uma catástrofe humanitária e ambiental.

Rússia e Ucrânia trocam acusações sobre a destruição da represa.

minis/mas/zm/mas/mis/fp

O famoso teatro Bolshoi, de Moscou, anunciou, nesta quarta-feira (19), que removeu de seu catálogo o balé "Nureyev", dirigido por Kirill Serebrennikov, acusado de fazer "propaganda de valores sexuais não tradicionais".

A obra, centrada no bailarino soviético Rudolf Nureyev, já havia causado indignação entre as autoridades russas quando estreou em 2017, época em que Serebrennikov era acusado de desvio de recursos.

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A peça foi apresentada pela última vez em janeiro de 2021, mais de um ano antes do início da ofensiva russa na Ucrânia, de acordo com o Bolshoi.

"O espetáculo 'Nureyev' foi retirado do catálogo devido à lei (...) sobre a propaganda de valores não tradicionais", explicou o diretor do teatro, Vladimir Urin, citado por seu serviço de imprensa.

No final de 2022, a Rússia endureceu sua legislação contra pessoas lésbicas, gays, bissexuais e trans (LGBT), adotada em 2013, proibindo a "propaganda LGBT" para menores e a "promoção de relações sexuais não tradicionais" em todos os meios - internet, livros, filmes e outras produções culturais.

Rudolf Nureyev, diretor do balé da Ópera Nacional de Paris de 1983 a 1989, marcou a história da dança com suas coreografias. Ele nunca escondeu sua homossexualidade.

Em julho de 2017, na estreia do balé no Bolshoi, a cena deveria ser dominada por uma foto do bailarino nu, mas a apresentação foi cancelada no último minuto, oficialmente porque os artistas não estavam suficientemente preparados.

A imprensa sugeriu que o cancelamento ocorreu devido às pressões do poder público, hostil à menção da homossexualidade do bailarino.

Por fim, o balé "Nureyev" estreou em 10 de dezembro de 2017, mas sem seu criador, Kirill Serebrennikov, que estava em prisão domiciliar em Moscou por acusações de desvio de fundos públicos, chamadas por ele de "absurdas". Hoje, Serebrennikov vive exilado no exterior.

Paralelamente à sua ofensiva na Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022, a Rússia, cada vez mais isolada do resto do mundo, tem empreendido uma "revolução cultural" conservadora desde o início dos anos 2000 para "defender valores tradicionais".

O presidente Joe Biden disse nesta terça-feira (21) que a Ucrânia nunca será uma vitória para a Rússia e prometeu que os Estados Unidos e seus aliados continuarão apoiando Kiev no conflito.

As declarações foram dadas durante um discurso para uma multidão no Castelo de Varsóvia, na Polônia, por ocasião do primeiro aniversário da invasão, em 24 de fevereiro.

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"Acabei de voltar de uma visita a Kiev e posso dizer que ela continua forte. Está de pé e, o mais importante, continua livre", afirmou Biden, que fez uma viagem surpresa à capital ucraniana na última segunda (20).

"A Ucrânia jamais será derrotada pela Rússia, jamais", ressaltou o líder americano, acrescentando que os "autocratas devem ser combatidos", em referência a seu homólogo Vladimir Putin.

De acordo com Biden, os EUA e seus aliados continuarão "defendendo a democracia a qualquer custo". "Putin ainda duvida de nossa capacidade de resistir, mas jamais nos cansaremos", prometeu.

O democrata ainda acusou Moscou de cometer "crimes contra a humanidade sem vergonha ou remorso" na Ucrânia, de "alvejar civis com morte e destruição" e de usar o "estupro como arma de guerra". "Ninguém consegue tirar os olhos das atrocidades que a Rússia está cometendo", destacou.

Biden também negou que os EUA queiram "destruir a Rússia", rebatendo uma declaração de Putin em seu discurso sobre o estado da nação, realizado horas antes. "Os EUA e os países da Europa não querem controlar ou destruir a Rússia. O Ocidente não conspirava para atacar a Rússia, como Putin disse hoje", enfatizou.

Além disso, alertou Moscou sobre eventuais ataques contra membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). "Não duvide: o compromisso dos EUA com a aliança é sólido como uma rocha. Todo membro da Otan sabe disso, e a Rússia sabe disso. Um ataque a um é um ataque a todos. É um juramento sagrado", disse ele.

Da Ansa

O Vaticano confirmou nesta quinta-feira (15) que foram apresentadas desculpas à Rússia pelas observações do papa Francisco sobre o suposto comportamento cruel das minorias étnicas russas no conflito na Ucrânia.

"Confirmo que houve contatos diplomáticos a esse respeito", disse o diretor do serviço de imprensa do Vaticano, Matteo Bruni, questionado sobre uma declaração da porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, que disse que o Vaticano se desculpou pelas palavras do santo padre.

No final de novembro, Francisco enfatizou em uma entrevista que alguns dos combatentes "mais cruéis" da ofensiva russa na Ucrânia "não são de tradição russa", mas pertencem a minorias como "chechenos ou buriates", em referência aos povos dessas regiões russas.

Essas palavras causaram reações furiosas na Rússia. "Isso não é mais russofobia, é perversão", escreveu Zakharova no Telegram.

A Rússia foi acusada em setembro de mobilizar desproporcionalmente homens pertencentes a minorias étnicas da Sibéria e do Cáucaso para apoiar sua ofensiva na Ucrânia.

De acordo com os críticos do Kremlin, as minorias concentradas em regiões pobres e remotas da Rússia também têm mais soldados mortos nas linhas de frente na Ucrânia do que russos étnicos.

Mas essas minorias também foram acusadas de terem participado de atrocidades atribuídas por Kiev às forças russas, como o massacre de Bucha.

Uma pessoa morreu nesta sexta-feira (9) em um grande incêndio de "7.000 metros quadrados" que ocorreu durante a noite em um shopping no subúrbio ao norte de Moscou.

"Na região de Moscou, os bombeiros estão extinguindo um incêndio de 7.000 metros quadrados", uma área semelhante a um campo de futebol, disse o Ministério de Emergências da Rússia, no Telegram.

O incêndio começou no shopping center Mega Khimki, no subúrbio de Khimki, ao norte da capital russa, disse.

Segundo a mídia russa, uma pessoa foi morta pelas chamas. Às 9h local (3h no horário de Brasília), o fogo ainda estava aceso.

Em primeira instância, as agências de notícias locais apontaram para um incêndio criminoso, embora posteriormente tenham citado fontes que negaram um ato deliberado e apontaram violações das normas de segurança.

O Corpo de Bombeiros mobilizou 70 militares e 20 caminhões para extinguir o incêndio, disseram os serviços de emergência, que salientaram que o desenho do edifício dificultou os trabalhos.

"Devido ao colapso do telhado, o fogo se espalhou instantaneamente por uma grande área", disse o serviço de emergência da região de Moscou, no Telegram.

Vídeos postados nas redes sociais mostram um grande incêndio e pessoas fugindo do prédio em chamas para o estacionamento.

Mega Khimki é um vasto centro comercial e de lazer no subúrbio de Khimki, localizado perto do aeroporto Sheremetievo de Moscou.

Nos bastidores de um bar em Moscou, entre paletas de maquiagem e figurinos brilhantes, um grupo de drag queens se prepara para subir ao palco naquele que pode ser um de seus últimos shows.

Essas apresentações estão ameaçadas pelo endurecimento iminente de uma lei sobre "propaganda gay", que pode torná-las ilegais e colocaria ainda mais pressão sobre a comunidade LGBTQIA+, há muito tempo marginalizada na Rússia.

Enquanto isso, Margot Mae Hunt, organizadora do show, faz de tudo para evitar que o clima do bar desapareça. Com um vestido branco e grandes plumas na peruca loira, ela consegue transmitir sua boa energia.

"É ótimo! Estamos nos divertindo! A atmosfera é superquente", diz Margot aos artistas reunidos ao seu redor. "Hoje, queridos, vamos aproveitar", anima ela.

O show chamado "Draglesque Brunch", que combina artistas burlescos e drag queens, pode ser banido em breve. Por conta disso, esta jovem drag queen está ansiosa para viver o momento.

A Câmara Baixa do Parlamento, a Duma, deve votar em breve emendas que ampliariam uma criticada lei de 2013, a qual diz ter como objetivo “proteger” as crianças da “propaganda” LGBTQIA+.

Em meio à ofensiva na Ucrânia, o presidente russo, Vladimir Putin, deu uma virada conservadora na defesa de valores qualificados como "tradicionais".

As emendas também visam a proibir a "publicidade" direcionada aos adultos. Os defensores dos direitos LGBTQIA+ temem que a regra possa abranger tudo: de livros a filmes, passando por postagens em redes sociais e espetáculos como o "Draglesque Brunch".

- Guerra ideológica -

“No momento não está claro qual impacto isso pode ter (...) Tentamos não pensar nisso”, diz Skinny Kennu, uma das drag queens do grupo.

"Tudo o que fazemos é encenar a arte do transformismo, que existe há anos e anos. Não apenas no exterior, mas também na Rússia", acrescenta a artista de 26 anos em conversa com a AFP.

“Continuamos aqui e continuamos levando alegria às pessoas”, reforça, enquanto outras artistas ajustam os espartilhos, ou se maquiam.

Ser otimista é uma tarefa difícil hoje em dia, já que as pessoas LGBTQIA+ estão na mira das autoridades.

"O que precisamos agora é de uma dose de vida, de beleza, de alegria, de amor", acrescenta a organizadora Margot Mae Hunt. "É exatamente o objetivo do burlesco", diz ela.

A Rússia declarou várias associações e ativistas como “agentes estrangeiros”, condição que deve ser mencionada sistematicamente em todas as publicações, sob a pena de sanções.

A situação piorou após a ofensiva contra a Ucrânia em fevereiro. As autoridades alegaram que o endurecimento da lei sobre a "propaganda" LGBTQIA+ foi um ato de defesa na guerra ideológica contra os ocidentais.

"A operação militar não acontece só no campo de batalha, mas também no espírito do povo", declarou o deputado pró-Putin, Alexandre Khinchtein, um dos autores do texto.

- Continuar clandestinamente -

De acordo com as últimas emendas, os culpados de "propaganda" LGBTQIA+ enfrentarão altas multas e até dois anos de prisão.

A nova ameaça também preocupa os dez clientes do bar.

Marie, de 37 anos, aprecia "o ambiente acolhedor e confortável, a boa disposição e o bom humor". Ao mesmo tempo, ela teme que a nova lei traga "medo, confusão e indignação".

"Parece que cada show pode ser o último", disse à AFP.

"Esta é realmente a questão mais urgente na Rússia?", pergunta Margot Mae Hunt, enquanto olha para as risadas da plateia.

"Quero mesmo esperar pelo melhor, mas estamos nos preparando para o pior", continua ela.

Se seus shows forem proibidos, ela já tem tudo planejado: "Vamos organizá-los clandestinamente e seremos ainda mais lendários!", promete Mae Hunt.

Os titulares da Defesa de Estados Unidos e Rússia conversaram pela primeira vez em meses nesta sexta-feira (21), mas o secretário de Estado americano, Antony Blinken, disse que não vislumbra interesse por parte de Moscou de realizar conversas mais amplas para pôr fim à guerra na Ucrânia.

O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, "enfatizou a importância de manter as linhas de comunicação abertas em meio à guerra em curso contra a Ucrânia" durante a conversa telefônica com o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, assinalou o porta-voz do Pentágono e general de brigada, Pat Ryder.

Por sua vez, o Ministério da Defesa da Rússia confirmou a conversa telefônica e disse que os dois falaram sobre Ucrânia, sem oferecer mais detalhes.

Os titulares de Defesa dos dois países tinham conversado pela última vez em 13 de maio, quando Austin pediu a Moscou que estabelecesse um "cessar-fogo imediato" na Ucrânia.

A Rússia não o fez e, desde então, as forças de Kiev recuperaram das mãos de Moscou porções de território no leste e no sul do país com o apoio dos Estados Unidos e de outras nações ocidentais, que enviaram bilhões de dólares em armas e equipamentos.

Austin também conversou com o ministro da Defesa ucraniano, Oleksii Reznikov, "para reiterar o compromisso inquebrantável dos Estados Unidos de apoiar a capacidade da Ucrânia para contra-atacar a agressão da Rússia", assinalou Ryder.

Blinken, por sua vez, adiantou que os Estados Unidos manterão seus contatos com a Rússia, mas acrescentou que uma diplomacia mais ampla depende do presidente Vladimir Putin mostrar interesse "em deter a agressão" contra o território ucraniano.

"Não vimos evidência disso neste momento. Pelo contrário, vemos a Rússia duplicando e triplicando sua agressão", disse Blinken em uma entrevista coletiva conjunta com a ministra das Relações Exteriores da França, Catherine Colonna.

Nesse sentido, o funcionário americano mencionou os ataques recentes da Rússia contra usinas de energia e outras infraestruturas civis na Ucrânia, assim como a mobilização parcial de tropas, que considerou "horrível", pois se trata de "bucha de canhão que Putin está tentando jogar na guerra".

"A diferença fundamental é que os ucranianos estão lutando por seu país, sua terra, seu futuro. E a Rússia não. Quanto mais cedo o presidente Putin entender isso e chegar a essa conclusão, mais cedo poderemos acabar com esta guerra", declarou Blinken.

A última vez em que o secretário de Estado americano se reuniu com o chanceler russo Sergei Lavrov foi em janeiro deste ano, para advertir sobre as consequências de uma invasão à Ucrânia, que Moscou acabou realizando um mês depois.

Desde então, Blinken tem recusado os encontros com Lavrov, mas falou com ele por telefone em julho, em uma tentativa para libertar cidadãos americanos presos na Rússia.

burs-sct/bfm/llu/yow/rpr/mvv

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, criticou neste sábado (23) a decisão "sem lógica" do secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, de ir a Moscou na próxima semana antes de Kiev.

"É simplesmente errado ir primeiro para a Rússia e depois para a Ucrânia", disse Zelensky em coletiva de imprensa, referindo-se à agenda de Guterres, que planeja viajar para Moscou na terça-feira e Kiev na quinta-feira. "É uma decisão sem nenhuma justiça nem lógica", criticou.

"A guerra está na Ucrânia, não há corpos nas ruas de Moscou. Seria lógico ir primeiro à Ucrânia e ver as pessoas, ver as consequências da ocupação", antes de visitar a Rússia, defendeu o líder ucraniano.

Na Ucrânia, Guterres deve se reunir com equipes da agência da ONU na região "para discutir o aumento da assistência humanitária aos ucranianos".

Desde que o secretário-geral da ONU afirmou que a Rússia estava violando a Carta da ONU ao enviar tropas para a Ucrânia, o presidente russo se recusou a ter qualquer contato com ele.

Guterres também não teve muito contato com o líder ucraniano. Eles só conversaram por telefone em 26 de fevereiro, dois dias após o início da ofensiva russa.

Na terça-feira, Guterres denunciou a nova ofensiva russa no leste da Ucrânia e pediu a ambos os lados que encerrem os combates para garantir uma "trégua humanitária" de quatro dias para a Páscoa ortodoxa, que cai no domingo.

Uma pergunta frequente desde o início da invasão russa da Ucrânia é se Moscou poderia usar suas armas nucleares táticas em uma área muito limitada, o que quebraria um tabu que existe desde 1945.

A hipótese ressurgiu logo após o início das hostilidades, quando o líder russo Vladimir Putin disse ter ordenado a seus generais "colocar as forças de dissuasão do exército russo em alerta especial de combate".

E o chefe da CIA, William Burns, acaba de tocar no assunto novamente, falando do potencial recurso de Moscou a armas nucleares táticas ou de baixa potência.

"É possível que o presidente Putin e os líderes russos entrem em desespero, levando em conta os contratempos que sofreram até agora do ponto de vista militar", argumentou, embora admita "não ter encontrado sinais concretos (... ) que poderiam agravar" as preocupações ocidentais a esse respeito.

Uma arma nuclear tática, com carga explosiva menor que uma arma nuclear estratégica, é transportada por um veículo lançador com alcance inferior a 5.500 km.

"Existe um risco real. (Os russos) precisam desesperadamente de vitórias militares para transformá-las em alavancas políticas", disse à AFP Mathieu Boulègue, do centro de análise britânico Chatham House.

"A arma química não mudaria a rumo da guerra. Uma arma nuclear tática que destruiria uma cidade ucraniana, sim. Improvável, mas não impossível. E nesse caso, seriam 70 anos de teoria da dissuasão nuclear caindo."

Mas ainda há um grande passo entre o risco e a realidade.

A doutrina russa é objeto de debate. Alguns especialistas e militares, especialmente em Washington, sustentam que Moscou abandonou a doutrina soviética de não usar a arma nuclear primeiro.

As opções de Moscou agora incluiriam a teoria da "escalada para desescalada", ou seja, usar a arma em proporções limitadas para forçar a Otan a recuar.

- 1.588 ogivas implantadas -

Mas declarações russas recentes colocaram essa interpretação em dúvida. Moscou só usaria a arma nuclear na Ucrânia se houvesse uma "ameaça existencial" contra a Rússia, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, citando um dos pontos da doutrina oficial russa.

Do ponto de vista técnico, Moscou está bem equipada. De acordo com o Boletim dos Cientistas Atômicos, "1.588 ogivas nucleares russas estariam implantadas", incluindo 812 em mísseis terrestres, 576 em mísseis submarinos e 200 em bombardeiros. Pouco menos de 1.000 cabeças estão armazenadas.

Para Pavel Luzin, analista do 'think tank' Riddle, com sede em Moscou, a Rússia poderia usar uma arma nuclear tática "para desmoralizar um adversário, para impedir que o inimigo continue lutando". O objetivo é antes de tudo "demonstrativo", acrescenta à AFP.

"Mas se o adversário quiser continuar lutando, pode ser usado de forma mais direta".

De fato, as ameaças podem ser minimizadas nos altos escalões, mas têm um efeito: o risco não pode ser totalmente descartado.

- Grande custo político -

"Em caso de impasse ou humilhação, é possível imaginar uma escalada vertical. Faz parte da cultura estratégica russa intimidar e cavar fundo para reduzir a escalada", disse um alto funcionário francês, sob condição de anonimato. "Putin não entrou nesta guerra para perdê-la", acrescenta.

Outros preferem acreditar que o tabu absoluto permanece. Se Putin decidir destruir uma única cidade ucraniana para mostrar sua determinação, a área ficaria potencialmente desprovida de vida humana por décadas.

"O custo político seria monstruoso. Eles perderiam o pouco apoio que lhes resta. Os indianos recuariam, os chineses também", disse à AFP William Alberque, do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS).

"Não acho que Putin fará isso", acrescenta. O fato é que, fora a questão ucraniana, a Rússia não gozaria hoje do status de superpotência militar sem armas nucleares. O país não representaria tal ameaça apenas com suas forças convencionais.

Desde o início do conflito na Ucrânia, a Rússia demonstrou uma imensa capacidade de destruição, mas ao mesmo tempo mostrou verdadeiras fraquezas táticas, operacionais e logísticas.

Autoridades russas acusaram neste sábado (9) a plataforma YouTube, que pertence à gigante de tecnologia americana Google, de ter bloqueado o canal parlamentar russo e ameaçaram com represálias.

O presidente da Câmara baixa do Parlamento, Viacheslav Volodin, afirmou que o canal no YouTube "Duma-TV" tinha sido bloqueado e denunciou que com esta medida os Estados Unidos violaram "os direitos dos russos".

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"Os Estados Unidos querem ter o monopólio da difusão da informação", declarou em sua conta no Telegram. "Não podemos permiti-lo", assegurou.

Jornalistas da AFP em Moscou verificaram que na manhã deste sábado não era possível acessar o canal na plataforma, com ou sem rede virtual privada (VPN), um dispositivo que permite evitar bloqueios.

Segundo Moscou, o canal "Duma-TV" tem mais de 145.000 seguidores no YouTube. Divulga trechos de debates parlamentares, entrevistas com deputados russos e transmissões ao vivo.

"Tudo parece indicar que o YouTube assinou sua própria condenação", reagiu a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, no Telegram.

O regulador russo de telecomunicações, Roskomnadzor, pediu à Google que restabeleça "imediatamente" a conta "Duma-TV".

Nas últimas semanas, em pleno conflito na Ucrânia, as autoridades russas acusaram em várias ocasiões o YouTube de bloquear contas de veículos de comunicação e autoridades russas.

O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, se reúne nesta quarta-feira em Moscou com o colega russo Vladimir Putin, em desafio às advertências dos Estados Unidos por sua viagem em um momento de grande tensão pela crise na Ucrânia.

Bolsonaro viajou a Moscou apesar dos temores dos países ocidentais de que a Rússia prepara um ataque contra a Ucrânia, uma acusação que Moscou nega.

Antes da viagem, o presidente brasileiro, um aliado tradicional dos Estados Unidos no período de Donald Trump, rejeitou a pressão para cancelar a viagem.

Desde terça-feira, a tensão a respeito da Ucrânia registrou uma leve queda, depois que a Rússia anunciou uma retirada parcial de algumas tropas e nesta quarta-feira informou o fim das manobras na península da Crimeia, anexada em 2014 ao país vizinho.

Na segunda-feira, a Rússia afirmou que existe uma "possibilidade" de resolver a crise ucraniana a partir da negociação diplomática.

Bolsonaro defendeu a viagem ao afirmar que o encontro abordará temas comerciais.

Na terça-feira, o presidente afirmou em sua conta no Twitter que a primeira visita de um governante brasileiro à Rússia aconteceu em 1876 e que o Brasil "tem uma vocação de amizade com todas as nações do mundo".

O Kremlin afirmou que os dois chefes de Estado abordarão o "fortalecimento da associação estratégica entre Rússia e Brasil", além de temas comerciais, científicos e culturais.

O governo russo informou ainda que os dois devem falar sobre suas visões a respeito dos "problemas da agenda internacional".

Bolsonaro viaja acompanhado dos ministros das Relações Exteriores e da Defesa, que se reunirão com seus colegas russos.

Antes da viagem a Moscou, Bolsonaro fez um aceno à Ucrânia e informou que o ministro das Relações Exteriores, Carlos França, conversou por telefone com o chanceler ucraniano, Dmyitro Kuleba.

A Rússia fez o convite ao presidente brasileiro no fim de novembro, quando a crise a respeito da Ucrânia já preocupava os países ocidentais.

Bolsonaro aceitou e decidiu combinar sua viagem com uma visita à Hungria para um encontro com o primeiro-ministro de extrema-direita Viktor Orban, que também se reuniu recentemente com Putin.

O presidente brasileiro expressou admiração por Putin, no momento em que enfrenta um complicado cenário interno com as eleições presidenciais de outubro.

A relação bilateral entre Brasil e Estados Unidos esfriou desde que o republicano Donald Trump deixou a Casa Branca.

O presidente brasileiro é conhecido por suas polêmicas posturas na pandemia e não está vacinado contra a covid-19.

Putin tem sido extremamente cauteloso para não ser infectado com o coronavírus e recebeu alguns líderes em uma longa mesa, o que provocou muitos comentários sobre o distanciamento que estabelece com os chefes de Estado e Governo.

Uma página oficial no Facebook anexada ao Ministério das Relações Exteriores russo, suspensa por publicar "conteúdo ilegal", foi restabelecida nesta segunda-feira (17) após protestos de Moscou, informou a diplomacia russa.

"Nossa conta foi restabelecida", disse o chefe da delegação russa em Viena, Konstantin Gavrilov, explicando que a página oficial da delegação, suspensa desde sexta-feira, voltou a funcionar após a intervenção do órgão de controle das telecomunicações russo, Roskomnadzor.

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"Não recebemos nenhuma explicação" da Meta, proprietária do Facebook, acrescentou Gavrilov, citado pelas agências de notícias russas.

Roskomnadzor indicou no domingo que enviou uma carta à Meta exigindo "o levantamento imediato das restrições à conta oficial" da delegação russa nas negociações de controle de armas que acontecem em Viena.

A suspensão da conta "é um ato de censura" que "viola o princípio básico da livre circulação da informação", disse Roskomnadzor.

A página do Facebook em questão foi suspensa na sexta-feira por ter publicado "conteúdo ilegal", segundo Gavrilov, que explicou à agência TASS que a delegação usava a página apenas para publicar declarações oficiais de funcionários russos.

A prefeitura de Moscou determinou nesta quinta-feira (21) o fechamento de todas as empresas e organizações consideradas "não essenciais" de 28 de outubro a 7 de novembro, para frear os contágios de Covid-19.

"Durante o período, todas as empresas e organizações de Moscou deverão interromper o trabalho", afirmou o prefeito da capital russa, Serguei Sobianin.

A norma isenta os estabelecimentos de "venda de medicamentos, produtos de alimentação e de primeira necessidade".

Durante os 11 dias, teatros e museus poderão funcionar com capacidade de 50%. Os visitantes serão obrigados a apresentar o passaporte sanitário.

"A experiência mostra que os dias de recesso são a maneira mais eficaz de conseguir a redução de casos e mortes", disse Sobianin.

A Rússia enfrenta a pior onda epidêmica del covid-19 desde que o início da pandemia.

Nesta quinta-feira, o paós registrou um novo recorde de contágios e mortes em 24 horas, com 1.036 óbitos e 36.339 casos de covid-19.

O governo registra até o momento 227.389 mortes por covid-19 em seu balanço oficial que é considerado subestimado pela agência nacional de estatísticas Rosstat, que anunciou no fim de agosto que o país já havia superado 400.000 vítimas fatais.

A campanha de vacinação avança de maneira lenta. O site especializado Gogov informa que menos de um terço da população está imunizada.

Na quarta-feira, o presidente russo Vladimir Putin decretou uma semana de recesso no início de novembro. Mas o poder público mantém a recusa a adotar medidas de confinamento ou toques de recolher, preocupado em não prejudicar a frágil retomada econômica.

Uma manifestação reuniu cerca de mil pessoas neste sábado (25) em Moscou, convocada pelo Partido Comunista da Rússia, para protestar contra o que os críticos do Kremlin classificam de fraude maciça durante as últimas eleições legislativas.

Em uma praça Pushkin abarrotada, os principais nomes do Partido Comunista reuniram uma multidão compacta e tranquila, para denunciar que as eleições haviam sido "roubadas", conforme constatou um correspondente da AFP no local.

O partido governante "Rússia Unida roubou os assentos dos deputados", disse Valeriy Rashkin, primeiro secretário do Partido Comunista em Moscou, criticando "a colossal fraude eleitoral em Moscou".

Por sua vez, o presidente Vladimir Putin parabenizou neste sábado o partido governante pela "vitória convincente", ao afirmar que a democracia russa saiu fortalecida, após um encontro com os líderes dos cinco partidos que conseguiram assentos no Parlamento, entre eles Gennady Zyuganov, do Partido Comunista.

Antes do início da manifestação, que não foi autorizada pelas autoridades, as forças de segurança detiveram vários ativistas políticos, entre eles Sergei Udaltsov, líder de um partido radical de esquerda, assinalou a ONG OVD-Info, especializada no monitoramento das manifestações na Rússia.

A polícia marcou presença na praça Pushkin com grande aparato, mas não tentou dispersar a manifestação. Contudo, ressoou música a todo volume em caixas de som para abafar os discursos dos manifestantes.

"Putin é um ladrão", gritavam os manifestantes, que também pediam a libertação dos presos políticos. Alguns exibiram cartazes pedindo recontagem de votos, enquanto outros expressavam apoio ao opositor Alexey Navalny.

A oposição a Putin acusa as autoridades de realizar uma fraude maciça durante as eleições legislativas que ocorreram entre 17 e 19 de setembro.

O partido governante conquistou uma ampla maioria de dois terços, que é suficiente para realizar emendas à Constituição, a cereja do bolo em um processo eleitoral feito sob medida, com a retirada dos principais adversários do presidente.

Navalny e seus aliados, impedidos de participar nas urnas depois que seu movimento foi classificado como "extremista" pela Justiça, tinham desenvolvido uma estratégia com o propósito de incentivar os eleitores a votar nos candidatos de oposição mais bem posicionados em cada distrito para superar o partido governante.

Segundo a oposição, a estratégia de "voto inteligente" teria obtido grande sucesso, sobretudo em Moscou, mas acabou frustrada por uma fraude maciça.

"(Na manifestação) não estão apenas os simpatizantes do Partido Comunista, mas também o eleitorado da oposição", disse à AFP Deniza Lisova, de 26 anos, que se considera independente e ressaltou que todas as cores políticas estavam representadas. "Todos apoiamos o Partido Comunista nas eleições", acrescentou.

A chanceler alemã, Angela Merkel, visitará a Rússia na próxima sexta-feira (20), e a Ucrânia, no dia 22 - informou seu porta-voz, Steffen Seibert. Detalhes da viagem serão divulgados na semana que vem, acrescentou o assessor.

A visita de Merkel se dará semanas antes de deixar seu cargo, o que acontecerá após as eleições previstas para 26 de setembro no país. A última visita da chanceler a Moscou foi em janeiro de 2020, pouco antes da propagação da pandemia da Covid-19.

Desde então, as relações bilaterais foram ficando cada vez mais tensas por vários incidentes: da maior mobilização de forças russas para a fronteira com a Ucrânia a uma série de escândalos de espionagem, passando pelo envenenamento do opositor do Kremlin, Alexei Navalny, que foi tratado em Berlim.

Em maio, Merkel pediu, sem sucesso, a retomada dos contatos diretos entre União Europeia (UE) e Moscou.

Uma "Europa soberana deveria estar em condições de defender seus interesses", dialogando com o presidente Vladimir Putin, assim como fez o presidente americano, Joe Biden, afirmou, à época, a chanceler em final de mandato.

Um porta-voz da Presidência ucraniana já havia anunciado, no início desta semana, a visita de Angela Merkel, em breve, a Kiev.

A Alemanha é um dos principais apoios da Ucrânia na crise com a Rússia, marcada, em particular, pela anexação da península da Crimeia por parte de Moscou, em 2014, e por uma guerra com separatistas pró-russos no leste do país. Este confronto deixou pelo menos 13.000 mortos até o momento.

Alemanha e França são os mediadores deste conflito, seguindo o formato da "Normandia". Esperam, com isso, encontrar uma saída para esta guerra.

A visita de Merkel também tem como objetivo tranquilizar Kiev a respeito da construção do gasoduto Nord Stream 2, de acordo com o porta-voz da Presidência ucraniana.

Depois de um acordo firmado entre Alemanha e Estados Unidos em julho, este gasoduto deve ser concluído em breve e vai bombear gás russo para a Europa sem passar pela Ucrânia, algo que representará perdas econômicas significativas para Kiev.

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