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O presidente Jair Bolsonaro fez críticas à atuação do vice Hamilton Mourão, nesta segunda-feira, 26, e afirmou que "por vezes" ele atrapalha o governo. Em entrevista à rádio Arapuan, da Paraíba, Bolsonaro disse que a função de vice é similar à do cunhado: "Você casa e tem que aturar, não pode mandar embora", disse.

Ao justificar a decisão de não apoiar candidaturas nas eleições municipais de 2020, declarou que a escolha do vice em 2022 será feita com mais cuidado, não "a toque de caixa", como disse ter feito na campanha de 2018. O presidente revelou que cogita a possibilidade de escolher uma mulher, um nordestino ou um mineiro, perfis "agregadores", segundo ele.

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"A escolha do meu vice na última foi muito em cima da hora, assim como a composição das bancadas, principalmente para deputado federal. Muitos parlamentares, depois de ganharem com o nosso nome, transformaram-se em verdadeiros inimigos. O vice é uma pessoa importantíssima para agregar simpatia. Alguns falam que um bom vice poderia ser de Minas Gerais, de um estado do Nordeste, de uma mulher ou de um perfil mais agregador pelo Brasil."

Isolado no governo, Mourão afirmou ao Estadão que não sabe o que se discute no Planalto. "É muito chato o presidente fazer uma reunião com os ministros e deixar seu vice-presidente de fora", disse, em junho, em entrevista ao jornal. Ele avalia que isso não é bom para a sociedade. "Eventualmente, eu tenho que substituir o presidente e, se não sei o que está acontecendo, como vou substituir? Não há condições."

O deputado Ivan Valente (PSOL-SP) afirmou que vai entrar com uma representação na Procuradoria-Geral da República e na Procuradoria da República no Distrito Federal para apurar possível crime de improbidade administrativa na viagem que o vice-presidente Hamilton Mourão fez a Angola, onde tentou interceder para auxiliar a Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd). O crime de improbidade administrativa ocorre quando o agente público age, no exercício do cargo, contra o interesse público.

A ação vai questionar o uso de dinheiro público para atender a interesses privados e solicitar informações sobre os custos dos voos da Força Aérea Brasileira (FAB) e como as hospedagens foram bancadas em Angola. O Estadão mostrou ontem que o presidente Jair Bolsonaro agiu para que o vice tentasse resolver um conflito do grupo religioso no país africano.

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Na semana passada, Mourão viajou a Angola para participar de reunião da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP). O general disse ao Estadão que, a pedido de Bolsonaro, conversou com o presidente angolano, José Lourenço, para tentar ajudar a Universal.

Integrantes da Universal em Angola se rebelaram contra a direção brasileira da igreja - fundada e liderada pelo bispo Edir Macedo - e divulgaram um manifesto que acusa o comando geral de lavagem de dinheiro, sonegação de impostos e racismo. A Universal nega as acusações. Pastores e bispos brasileiros estão sendo deportados do país africano. Antes da viagem de Mourão, bispos da Universal no Brasil chegaram a se queixar da falta de apoio do Itamaraty.

"O patrocínio que eles estão fazendo não é só trânsito diplomático. O que é atribuído à Universal são crimes de evasão de divisas, sonegação de impostos e racismo", disse Valente. Ele acusa o governo brasileiro de "interferir em outro Estado para defender interesses privados". "Fora que o Estado (brasileiro) é laico, não pode tratar de questões privadas e ideológicas em outro país."

O presidente Jair Bolsonaro escalou o vice-presidente Hamilton Mourão para intervir diretamente na gestão de uma crise privada que envolve denúncias sobre a atuação Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd) em Angola. Com as pesquisas que sinalizam a erosão do eleitorado evangélico, Bolsonaro colocou o governo para atuar como mediador de um problema sem nenhuma relação institucional com a República.

Mourão confirmou ao Estadão que esteve com o presidente de Angola, João Lourenço, na semana passada, e que tratou diretamente do assunto, atendendo a um pedido expresso de Bolsonaro. "Por orientação do PR (presidente da República), conversei com o presidente angolano", afirmou, numa referência ao embate na Universal. "A diplomacia está buscando uma forma de fazer com que as partes se entendam."

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Em uma viagem de três dias a Angola, onde o objetivo oficial era participar da reunião da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), o vice-presidente se reuniu na sexta-feira passada com o presidente João Lourenço e pediu a intermediação para resolver o conflito na igreja. Para cumprir a missão, o vice deixou o Brasil mesmo com Bolsonaro hospitalizado.

Integrantes da Universal disseram ao Estadão, porém, que ainda não há perspectiva de que a crise seja resolvida. A briga começou ainda em 2019, quando integrantes da igreja evangélica no país africano se rebelaram contra a direção brasileira da Universal - comandada pelo bispo Edir Macedo - e divulgaram um manifesto que acusa o comando geral de lavagem de dinheiro, sonegação de impostos e racismo. Representantes da igreja no Brasil foram removidos de postos-chave em Angola e a filial da TV Record foi fechada naquele país.

No mesmo dia em que conversou com o presidente de Angola, Mourão deu entrevista à Agência Lusa, de Portugal, e cobrou uma solução para o conflito. "Essa questão da Igreja Universal aqui afeta o governo e a sociedade brasileira pela penetração que essa igreja tem e pela participação política que ela possui (no Brasil), com um partido que é o partido Republicanos, que representa o pessoal da igreja", argumentou o vice.

O Estadão não conseguiu contato com a Universal para comentar o assunto. A Record não se manifestou sobre o tema.

Fundada e liderada por Edir Macedo, que também é dono da TV Record, a Universal é um dos polos de apoio ao governo de Jair Bolsonaro. O grupo é representado no Congresso pelo partido Republicanos - que faz parte do Centrão e da base aliada do Palácio do Planalto - e controla o Ministério da Cidadania, hoje sob o comando do deputado João Roma, da ala laica da legenda.

Embora a disputa na Universal não seja nova, Bolsonaro tem sido cada vez mais chamado a intervir e muitos de seus seguidores evangélicos ameaçam nas redes sociais até mesmo não apoiá-lo na campanha à reeleição.

Os bispos da igreja no Brasil chegaram a se queixar da falta de apoio do Ministério das Relações Exteriores nessa questão. A Record tem feito críticas ao Planalto sobre o assunto e acusado Bolsonaro de omissão no caso. "O Ministério das Relações Exteriores, que deveria proteger os brasileiros em Angola, falhou na missão. E o governo brasileiro também foi omisso, e não atuou de forma ativa para evitar a deportação dos missionários", declarou o apresentador Luiz Fara, no Jornal da Record, o principal programa jornalístico da emissora, no fim de maio.

Em outra tentativa de ajudar a Universal, Bolsonaro resolveu indicar o ex-prefeito do Rio Marcelo Crivella (Republicanos) para embaixador do Brasil na África do Sul. Com o cargo, Crivella - que é bispo da igreja e sobrinho de Edir Macedo - teria influência para tentar resolver o conflito do grupo no continente africano. A articulação está travada porque Crivella, após ser alvo de denúncias de propina quando era prefeito, teve o passaporte retido.

O Palácio do Planalto também tenta organizar uma missão diplomática ao país africano, que seria comandada pelo presidente do Republicanos, deputado Marcos Pereira (SP), também bispo licenciado da Universal. Mas Angola resiste a aceitar a delegação e usa a pandemia da Covid-19 como justificativa.

Pelo censo demográfico, realizado em 2010 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Universal tem cerca de 1,8 milhão de fiéis no Brasil. Segundo números da própria igreja divulgados em julho de 2020, no aniversário de 43 anos do grupo, a Iurd tem sete milhões de fiéis e simpatizantes no País.

Disputa

Pesquisas de intenção de voto indicam que Bolsonaro tem perdido apoio até mesmo entre o público evangélico, que hoje é o mais fiel a ele, e se movimenta para impedir que esses apoiadores migrem para a candidatura do petista Luiz Inácio Lula da Silva em 2022.

Enquanto isso, Lula tenta avançar sobre eleitores evangélicos e deve lançar até mesmo uma carta endereçada a esse segmento na campanha. Após o Supremo Tribunal Federal (STF) confirmar a suspeição do ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sergio Moro, Lula usou o seu perfil no Twitter para também atrair esse eleitorado. "Deus esteve em cada momento nas coisas que vivi. Inclusive na minha prisão", escreveu.

No mês passado, Lula se reuniu e tirou foto com o bispo Manoel Ferreira, líder da Assembleia de Deus de Madureira. O bispo já apoiou o petista e a então presidente Dilma Rousseff, mas, desde 2018, está com Bolsonaro. A foto foi interpretada, até mesmo no Planalto, como um sinal de que o presidente precisa agir para manter esse segmento a seu lado na eleição de 2022.

Não é apenas Lula que está atrás desse público. O ex-ministro Ciro Gomes, pré-candidato do PDT à Presidência, também gravou vídeo, recentemente, no qual aparece com a Bíblia em uma mão e a Constituição em outra. 

O vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, embarcou na tarde desta quarta-feira (14) em um avião com destino à Luanda, capital da Angola. A viagem ocorre quando o presidente Jair Bolsonaro já estava hospitalizado. No final do dia, Bolsonaro foi transferido para o hospital Vila Nova Star, em São Paulo (SP), quando deve passar por uma cirurgia. Exames realizados no Hospital das Forças Armadas, em Brasília, constataram obstrução intestinal.

Mourão visita o país africano para participar de uma reunião da comunidade dos países que falam a língua portuguesa. Ele está acompanhado do ministro Carlos França, das Relações Exteriores, e do secretário especial de Assuntos Estratégicos da Presidência, Almirante Flávio Rocha.

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"Em conjunto, buscaremos meios de fortalecer e promover a cooperação econômica e empresarial em tempos de pandemia, em prol do desenvolvimento sustentável dos países da CPLP (Comunidades de Países da Língua Portuguesa)", escreveu o vice-presidente em postagem no Facebook.

Em outras ocasiões em que passou por cirurgias, Bolsonaro não se licenciou do cargo. Segundo interlocutores do presidente, ele não confia no seu vice. Os dois já expuseram publicamente o distanciamento. Em entrevista ao Estadão, Mourão contou em junho que não sabe o que se passa no governo.

"É muito chato o presidente fazer uma reunião com os ministros e deixar seu vice-presidente de fora. Eventualmente, eu tenho que substituir o presidente e, se não sei o que está acontecendo, como vou substituir? Não há condições", desabafou na ocasião.

A assessoria do vice-presidente informou que ele não irá cancelar sua agenda no exterior para retornar ao Brasil. Na ausência do presidente e do vice quem assume a presidência da República é o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (Progressistas-AL).

O presidente costuma reagir irritado quando perguntado sobre licença do cargo. Em dezembro, questionado pela imprensa se iria se afastar durante estadia no Guarujá, onde passaria a virada do ano, respondeu assim: "Eu sou presidente até pelado tomando banho em casa."

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fez uma provocação ao vice-presidente Hamilton Mourão e afirmou, entre risos com apoiadores nesta terça-feira (6) que "vice bom é aquele que não aparece".

O comentário foi feito a apoiadores que se identificaram como vereadores e membros da Mesa Diretora da Câmara de Guarantã do Norte - município em Mato Grosso com 36 mil habitantes - e que entregaram a Bolsonaro uma placa comemorativa de cidadão honorário do município. Ao receber o presente, Bolsonaro leu os nomes inscritos e perguntou: "Este aqui é seu vice? Vice bom é aquele que não aparece, hein?!".

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No mês passado, Mourão afirmou que deixou de ser convidado a participar de reuniões ministeriais e que sente falta dos encontros. "A gente fica sem saber o que está acontecendo", completou Mourão na ocasião.

O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou que tem relação "tranquila" com o novo ministro do Meio Ambiente, Joaquim Pereira Leite, com quem se reuniu hoje (2) pela primeira vez para "acertar questões de coordenação" das operações de combate a crimes ambientais.

"O ministro Joaquim tem uma outra forma de agir. Obviamente, cada pessoa tem sua maneira de ser. Vai melhorar para todo mundo", disse após ser questionado sobre atritos com o ex-titular do ministério Ricardo Salles, investigado pela Polícia Federal por suspeita de envolvimento em facilitação de exportação ilegal de madeira para o exterior.

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Mourão, que também é presidente do Conselho Nacional da Amazônia, negou que tenha tido embates com Salles e justificou a ausência do ex-ministro em reuniões do órgão: "depois de algumas situações que ele estava enfrentando, eu até entendia", disse.

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registrou 2.308 focos de calor na Amazônia em junho, maior número do mês nos últimos 14 anos. O vice-presidente minimizou o resultado. "A média histórica de junho é de 2.700. Nós ficamos em 2.308. Não é um número bom, mas a realidade é a seguinte: são nove pontos de queimada efetivo. Um foco de calor não é uma queimada, é uma mera fogueira. A pior área é no noroeste do Mato Grosso ao longo da BR-158. Não é uma área de selva, é cerrado".

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) assinou, no último dia 28, decreto que autoriza a atuação das Forças Armadas na Garantia da Lei e da Ordem (GLO) em terras indígenas e áreas federais de conservação ambiental até 31 de agosto. A medida também permite aos governadores requisitarem a presença do Exército em regiões sob controle de seus Estados.

As operações devem ser coordenadas pelo Conselho da Amazônia em conjunto com órgãos de segurança pública e proteção ambiental. De acordo com o governo, os esforços serão concentrados em regiões estratégicas de 26 municípios dos estados do Amazonas, Rondônia, Pará e do Mato Grosso onde ocorrem 70% dos crimes ambientais.

Mourão evitou comentar o pedido do vice-procurador-geral da República, Humberto Jacques de Medeiros, de abertura de inquérito contra o presidente Jair Bolsonaro por suposta prevaricação no caso da negociação da vacina indiana Covaxin. "Não me aprofundei nesse assunto ainda", esquivou-se.

Em seguida, defendeu o governo ao alegar que "todos os presidentes da República sofreram algum tipo de acusação". "O próprio presidente Temer passou um tempo sendo acusado das mais diversas coisas em processos partindo do então procurador-geral da república, o doutor Rodrigo Janot", disse.

O vice-presidente Hamilton Mourão voltou a minimizar a gravidade das apurações realizadas pela CPI da Covid, que investiga omissão do governo federal na condução de medidas de combate à pandemia do novo coronavírus. Os trabalhos da comissão são "primordialmente políticos", na visão do vice-presidente. "A Comissão Parlamentar de Inquérito é primordialmente política, até porque os senadores que estão ali não são investigadores, pessoas acostumadas a conduzir inquéritos", avaliou o vice nesta sexta-feira (2).

Para ele, o caráter político das investigações coloca em xeque a validade das conclusões finais a que chegarão os senadores. "A partir do momento que tem muita coisa política, as decisões que chegam ao final da CPI podem ser mais incisivas ou não", disse.

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Ele também ironizou a sessão dessa quinta, quando houve pedidos de prisão do policial militar Luiz Paulo Dominguetti, apontado por reportagem da Folha de S.Paulo como autor de denúncia de que o governo teria pedido propina de US$ 1 por dose de vacina para fechar contrato com empresa. "Tem uma turma ali que nunca prendeu ninguém e está doida para prender. É só isso. Qualquer coisa (na CPI) é ‘vou mandar prender’", zombou o vice.

O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou nesta quarta-feira, 30, que não há espaço para impeachment do presidente Jair Bolsonaro prosperar. "Estamos a um ano e pouco das eleições. Vamos deixar o processo seguir e chegar lá em outubro do ano que vem para ver o que acontece", disse à imprensa.

Partidos de oposição e movimentos sociais apresentam nesta quarta-feira um "superpedido" de impeachment contra Bolsonaro, com demandas já protocoladas na Câmara e a inclusão de acusações de crime de responsabilidade pelo caso de suposto superfaturamento de contratos pedidos de propina para aquisição da vacinas.

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Mourão disse ter tomado conhecimento do caso pela imprensa da nova denúncia, publicada ontem pela Folha de S.Paulo, do pagamento de propina à Davati Medical Supply pela assinatura do contrato para a compra de um lote de vacinas Astrazeneca.

O vice-presidente Hamilton Mourão criticou novamente a forma como o governo federal se comunicou com a população durante a pandemia do novo coronavírus. Mourão disse nesta quarta-feira (23) que informar corretamente é um "princípio de liderança" e citou a distribuição de notícias falsas. "Tem muita coisa que circula pela internet. Umas são verdadeiras, outras nem tanto. Nessas horas, tem que ter uma informação precisa e veraz, para que as pessoas entendam o que está acontecendo", disse em conversa com jornalistas.

O general ainda cobrou sensibilidade de integrantes do governo em relação ao crescente número de mortes por covid-19. "Ninguém no governo pode ficar achando: não, está morrendo gente aí. Não sou eu, não é meu filho, não é minha filha. Negativo". "Acho que, sem exceção, todos aqui no governo perderam alguém. Podem não ser da família, mas amigos próximos, amigos de uma vida inteira que se foram", lamentou.

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Mourão reiterou a visão exposta nesta terça, 22, em entrevista à GloboNews, quando afirmou que o governo deveria ter realizado "campanha de esclarecimento da população sobre a realidade da doença". Na contramão de Mourão, o presidente Jair Bolsonaro já defendeu a redução dos investimentos em peças publicitárias com informações sobre a pandemia. "Alguém precisa de propaganda na televisão sobre covid ou todo mundo sabe o que está acontecendo?", questionou o presidente em conversa com apoiadores na saída do Palácio da Alvorada no último dia 15.

Na conversa com jornalistas de hoje, o vice-presidente evitou falar sobre as acusações de irregularidades nos contratos do governo para a compra da vacina Covaxin e de suposto favorecimento à empresa Precisa Medicamentos, responsável pela vacina indiana no Brasil.

Mourão fez críticas à CPI da Covid, que, segundo ele, não debate ações do governo "extremamente importantes para mitigar os efeitos da pandemia". Mencionou os programas de auxílio emergencial e de manutenção do emprego. "Medidas foram tomadas para socorrer a economia, as pessoas que trabalham, as empresas que produzem e a própria questão social, com recursos que foram colocados na mão dos mais vulneráveis", disse.

Na avaliação do vice, posicionamentos dele contrários às ideias de Bolsonaro não são o motivo de seu isolamento dentro do governo, mas admite que existem diferenças entre os dois. "O presidente tem uma forma de ver as coisas. Ele é o decisor. Eu tenho outra maneira de ver. Não vou contra as decisões do governo. Agora, algumas observações eu faço", disse.

O general afirmou que não precisa deixar o governo caso concorra ao Senado nas eleições de 2022, mas não confirmou desejo de se tornar parlamentar. Admitiu também que sua presença na chapa de Bolsonaro não é necessária por não pertencer a um partido grande. "Com a eleição polarizada como está nesse momento, o presidente vai precisar de uma composição mais forte que a que o elegeu, que foi praticamente nenhuma em 2018. Consequentemente, algum partido daqueles que o apoiarem vão solicitar para compor a chapa com um vice-presidente".

O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) afirmou que um dos maiores erros do governo com relação ao combate à pandemia da covid-19 no Brasil está relacionado à comunicação. De acordo com o vice, a falta de peças publicitárias e de investimento em campanhas que esclarecessem aspectos da crise sanitária podem ter agravado a pandemia. Contudo, mesmo com críticas, Mourão defendeu, em entrevista à GloboNews, o presidente Jair Bolsonaro. Afirmou que não se pode colocar todos os problemas relacionados à crise "nas costas dele", e que todos tem "sua parcela de erro" com relação à pandemia.

Sobre os erros na comunicação, Mourão afirmou: "eu acho que este foi o grande erro: (não ter feito) uma campanha de esclarecimento firme, como tivemos no passado, de outras vacinas. Então, uma campanha de esclarecimento da população sobre a realidade da doença, orientações o tempo todo para a população", declarou. "Eu acho que isso teria sido um trabalho eficiente do nosso governo", acrescentou.

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A afirmação de Mourão, no entanto, vai contra uma declaração de Bolsonaro. Em conversa com apoiadores na saída do Palácio da Alvorada, o chefe do Executivo defendeu a redução dos investimentos em peças publicitárias com informações sobre a pandemia. "Alguém precisa de propaganda na televisão sobre covid ou todo mundo sabe o que está acontecendo?", questionou o presidente.

Relações

Mourão também comentou sobre suas relações com as pessoas que integraram o quadro de ministros do governo Bolsonaro. Apesar de fazer uma boa avaliação do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, afirmando que ele o ajudou em "momentos difíceis", Mourão declarou que o ex-ministro deveria ter compreendido que estava em função política, e que deveria ter passado para a reserva do Exército ao assumir no ministério. "Teria mais liberdade de manobra para trabalhar. É o ponto focal da questão". O vice-presidente também tentou descolar a imagem de Pazuello do Exército. "Pazuello não é o Exército nem o Exército é Pazuello, apesar de ele ser um militar".

Sobre o atual ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, com quem o vice tem tido alguns atritos, Mourão declarou que "trabalhar com pessoas não é simples", e defendeu a busca por "sinergia" e "cooperação" nos trabalhos ministeriais.

Eleições 2022

Hamilton Mourão também afirmou, na entrevista, que o presidente Jair Bolsonaro ainda não conversou com ele sobre sua permanência na chapa para a eleição presidencial de 2022. Mas avaliou que "os indícios todos" apontam para que ele não seja convidado para repetir, no próximo ano, a dobradinha vitoriosa de 2018. Se isso for confirmado, Mourão repetiu que pode concorrer ao Senado pelo Rio Grande do Sul.

O vice negou que um cargo na Câmara dos Deputados esteja em seu horizonte, e que "é mais difícil" uma candidatura ao governado gaúcho. "Hoje eu estou em cima do muro, estou de 'PSDB'", brincou Mourão.

Sobre as possíveis razões que motivem o presidente a não convidá-lo para permanecer na chapa no ano que vem, Mourão afirmou que "há sempre aquela desconfiança de que estaria me preparando para ocupar o lugar dele". Para o vice-presidente, discussões sempre ocorrem e o presidente deveria entender que ele "não está a fim do cargo dele (Bolsonaro)".

Isolado no governo Jair Bolsonaro, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, afirma que não sabe o que se discute no Planalto. "É muito chato o presidente fazer uma reunião com os ministros e deixar seu vice-presidente de fora", diz, em tom de desabafo. Em entrevista ao Estadão, ele avalia que isso não é bom para a sociedade. "Eventualmente, eu tenho que substituir o presidente e, se não sei o que está acontecendo, como vou substituir? Não há condições."

Durante a conversa, realizada por videoconferência por medidas de isolamento social na pandemia, o vice revelou um exemplo concreto de sua exclusão no governo: ele se ofereceu para chefiar a delegação brasileira nas cúpulas do Clima e da Biodiversidade da ONU, neste ano, mas ficou sem resposta até agora.

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Medindo as palavras, Mourão ressaltou que o governo não pode se comportar como "anjo" no relacionamento com o Congresso e reconheceu que o presidente chamou o Centrão para "operar" politicamente. Ele disse que o "orçamento secreto", esquema montado pelo presidente em troca de apoio político, é um dos frutos dessa aliança e precisa ser "reorganizado". A seguir, os principais trechos da entrevista:

• Passados dois anos da eleição, o projeto vitorioso nas urnas, do qual o senhor participou, foi desvirtuado?

Acho que tem se tentado levar avante aquilo que foi prometido na campanha eleitoral. Agora, com as dificuldades, limitações. Às vezes de nossa própria parte, né? Não é simples, porque grande parte das maiores promessas, vamos falar assim, principalmente aquelas ligadas às reformas estruturais do País, tem obrigatoriamente de passar por dentro do Congresso. É uma negociação difícil, não é simples.

• A população acabou escolhendo o presidente em um contraponto com o que o País viveu com o PT. Seria um governo que não faria o toma lá dá cá com o Congresso e enfrentaria a corrupção. Nesse sentido, como o senhor vê essa relação que foi estabelecida com o Legislativo?

Em relação ao relacionamento com o Congresso, a gente não pode ser anjo. A realidade é que se você quer ter um governo estável no Brasil, tem de fazer composição. No primeiro momento, o presidente decidiu não fazer dessa forma, usou aquelas bancadas temáticas, que cada uma tem "n" partidos e, no fim das contas, termina por não haver ação conjunta. E, num segundo momento, definiu que tinha de chamar os partidos do Centrão para operar junto com a gente. E, é óbvio, cedeu ministérios. Felizmente, não temos escândalos de corrupção nos ministérios.

• Tem um ministro investigado pela Polícia Federal

(Ricardo Salles, do Meio Ambiente). Pode ser um desvio de conduta da ação dele como ministro, mas não especificamente de uso de recurso público como houve em outras ocasiões, sem querer defender ninguém.

• O ‘Estadão’ tem revelado a série de reportagens do "orçamento secreto", um esquema de cooptação do Congresso. Incomoda o senhor esse distanciamento entre o que foi prometido com o que foi feito?

O que se viu foram as emendas individuais, de bancada, e agora surgiu essa de relator, praticamente tirando recursos do governo e colocando na mão do Congresso. Ficou complicado. Teve que haver negociação, se não perderíamos o controle sobre o Orçamento. Isso é um assunto que ainda vai ter de ser devidamente reorganizado, se não os governos ficarão totalmente à mercê dessa situação que está sendo vivida.

• O senhor já disse que sente falta de participar mais do governo. Esse distanciamento tem se tornado nítido com o presidente, embora o senhor sempre se diga leal. O presidente e seu entorno, seus filhos, têm sido desleais ao alijá-lo?

É muito chato o presidente fazer uma reunião com os ministros e deixar seu vice-presidente de fora. É um sinal muito ruim para a sociedade como um todo. Eu, como vice-presidente, fico sem conhecer, sem saber o que está sendo discutido. Isso não é bom, não faz bem. Eventualmente, eu tenho que substituir o presidente e, se não sei o que está acontecendo, como vou substituir? Não há condições. Eu tenho um relacionamento muito bom com o senador Flávio e não vejo problema com os demais. Também já deixei claro que eu tenho uma visão de mundo e ele (Bolsonaro) tem outra. Isso é uma realidade.

• Com que condições o Brasil poderá pleitear dinheiro aos americanos e europeus nas cúpulas climáticas na Escócia e na China, sob a liderança do ministro Ricardo Salles, investigado duplamente, suspeito de envolvimento com madeira ilegal? É possível que a participação do Brasil não seja um vexame?

Na nossa delegação, temos a turma das Relações Exteriores e a turma técnica do Meio Ambiente. Teria de ter uma terceira pessoa que coordenasse isso e fosse o árbitro de nossos interlocutores. Procurei me apresentar para isso. Por enquanto, ainda não recebi essa tarefa. Vamos aguardar. Defendo que nossa delegação chegue com posição firme, com medidas reais tomadas no intuito de mostrar nossa contribuição para redução da mudança climática. Nossas medidas estão intimamente ligadas à contenção do desmatamento ilegal, então temos de apresentar resultados nisso. Não posso ter na Amazônia só 40 agentes do Ibama. Tenho de ter 500. Tem de abrir concurso e botar os agentes para trabalhar, estabelecidos em bases com barco, com helicóptero, com capacidade de cumprir sua tarefa. Se não fizermos isso, não iremos avante.

• Já convenceu o presidente e o ministro da Economia, Paulo Guedes, dessa necessidade?

Eu sempre falo que a gente tem de estar baseado em um tripé: clareza, determinação e paciência.

• "Como vice-presidente, fico sem saber o que está sendo discutido. Isso não é bom. Eventualmente, tenho de substituir o presidente e, se não sei o que está acontecendo, como vou substituir? Não há condições."

Estou exercendo a determinação e paciência agora.

• Pelo que a CPI tem revelado, até que ponto o Brasil foi de fato prejudicado na obtenção de vacinas, e insumos em geral, por figuras do governo terem torpedeado a China?

Não vejo que tenha havido prejuízo ao Brasil. A China tem de distribuir insumo para muita gente, já vacinou em torno de 900 milhões de pessoas, em torno de 60% da população chinesa, e tem distribuído insumos a seu entorno estratégico. Não é simples.

• O Brasil vai considerar, como a OTAN, que a China ameaça a segurança do Ocidente?

No nosso caso, não vemos isso. Essa disputa por espaço é não só pela economia mundial, mas na questão militar.

• O que o senhor pensa sobre a PEC que limita a participação de militares da ativa em cargos comissionados no governo?

Já existe essa limitação. Eu não vejo que seja necessário um outro tipo de legislação.

• Iniciativas como essa acabam externando uma preocupação dos civis com a entrada de militares na política?

Quando você coloca um general, um almirante ou um brigadeiro como ministro, ele já atingiu o topo da carreira. Não é mais o caso de pensar em voltar para sua Força, caso ele tenha de abandonar o ministério ou o presidente resolva trocálo no meio do caminho. Você, ao ocupar um cargo de ministro, sempre estará participando de atos políticos.

• Até onde o senhor acha que as Forças Armadas vão ceder para não incomodar o presidente?

Eu não vejo uma questão de ceder para não incomodar. No caso específico do Pazuello (exministro da Saúde) houve uma transgressão, mas sem gravidade. O comandante do Exército optou por lhe dar apenas uma bronca em privado.

• O senhor enxerga um divisor de águas nesse caso?

Acendeu uma luz amarela nas Forças. Os próprios comandantes entendem que eles têm de abrir os braços, estabelecer uma barreira e dizer: "Olha, é daqui para trás. Daqui para a frente ninguém pode ultrapassar".

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

O vice-presidente Hamilton Mourão criticou a discussão de Tite e dos jogadores sobre jogar ou não a Copa América e defendeu a realização da competição no Brasil. Sem citar nomes, o general disse que se o Tite “não quer mais, o Cuiabá está precisando de um técnico”.

Perguntado sobre a postura crítica da comissão técnica e jogadores em relação a competição no Brasil, durante a pandemia, Mourão disse não querer entrar na discussão, mas fez comentários na mesma linha de pensamento do presidente Jair Bolsonaro.

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“Eu acho que faz parte dessa disfuncionalidade que nós estamos vivendo. Eu sou do tempo que jogador de futebol, quando era convocado para seleção brasileira, era considerado uma honra. O técnico, ele não quer mais, não quer, o Cuiabá está precisando de um técnico, aí, não tá? Então leva lá, sai, pede o boné”, provocou Mourão.

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Brasil confirmado

Segundo a Globo, os atletas da seleção confirmaram presença na competição na manhã desta segunda (7). A Copa América já começa no domingo (13), com Brasil x Venezuela.

Eliminatórias

Antes, a seleção brasileira enfrenta o Paraguai, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo 2022, nesta terça (8), às 21h30. É esperado que após o jogo os jogadores deixem claro suas opiniões em relação a Copa América no país.

O Brasil lidera a tabela de classificação com 15 pontos, sendo cinco jogos, todos com vitória. A zona de classificação é completada com Argentina, Equador e Paraguai, respectivamente.

O vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, fez críticas, nesta segunda-feira (24), ao comportamento do general Eduardo Pazuello, que participou de ato bolsonarista ontem no Rio. Segundo o vice, o ex-ministro "entendeu que cometeu um erro". O Exército deve avaliar nesta segunda-feira se aplicará alguma punição ao ex-ministro da Saúde, que é militar da ativa das Forças Armadas.

"Acho que o episódio será conduzido à luz do regulamento, isso tem sido muito claro em todos os pronunciamentos dos comandantes militares e do próprio ministro da Defesa. Eu já sei que o Pazuello já entrou em contato com o comandante informando ali, colocando a cabeça dele no cutelo, entendendo que ele cometeu um erro", disse o vice-presidente ao chegar ao Palácio do Planalto na manhã desta segunda-feira.

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"O regulamento disciplinar do Exército prevê que se avalie o tipo de transgressão que eventualmente foi cometido e que consequentemente se aplique a punição prevista para o caso", comentou Mourão.

A parte do regulamento que o general fez menção diz respeito à transgressão 57, que consiste em "manifestar-se, publicamente, o militar da ativa, sem que esteja autorizado, a respeito de assuntos de natureza político-partidária". Em desrespeito à norma, Pazuello compareceu no domingo (23), ao ato bolsonarista do Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro.

Ao ser questionado sobre o presidente Jair Bolsonaro, que promoveu o ato, Mourão evitou fazer declarações. "Eu já falei para vocês, eu não comento atos do presidente Bolsonaro porque eu considero antiético."

O Estadão apurou que o Comando do Exército deve analisar o caso nesta segunda-feira. Na quarta-feira passada, dia 19, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, disse à Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara que os militares da reserva podem participar de manifestações, ao contrário dos que estão na ativa. "Os da ativa não podem e serão devidamente punidos se aparecerem em manifestações políticas".

O temor no Exército é que, se Pazuello ficar impune, os comandantes de unidades percam a autoridade para punir, eventualmente, sargentos e tenentes que resolvam seguir o exemplo do general, inclusive os que resolverem participar de atos políticos de partidos de oposição.

O vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, classificou, nesta sexta-feira (7), como "bandidos" os mortos na favela do Jacarezinho na operação policial mais letal da história do Rio de Janeiro.

"Tudo bandido! Entra um policial numa operação normal e leva um tiro na cabeça de cima de uma laje. Lamentavelmente, essas quadrilhas do narcotráfico são verdadeiras narcoguerrilhas, têm controle sobre determinadas áreas e é um problema da cidade do Rio de Janeiro", declarou o militar ao chegar para despachar no Palácio do Planalto. "É um problema sério da cidade do Rio de Janeiro, que vamos ter que resolver um dia ou outro", completou o vice-presidente.

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Um dia depois da operação policial que matou 25 pessoas na favela do Jacarezinho, um grupo com cerca de 50 pessoas realizou uma manifestação em frente à Cidade da Polícia, que reúne delegacias especializadas da Polícia Civil, nesta sexta. A operação de quinta-feira foi realizada por 250 agentes da corporação.

A Operação Exceptis ocorreu a partir das 6 horas de quinta-feira (6), pela Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV), em conjunto com outras delegacias da Polícia Civil do Rio, com o objetivo de prender 21 acusados de aliciar crianças e adolescentes para o tráfico de drogas na comunidade.

Depois da ação que resultou em 25 mortes, o Ministério Público informou que adotou medidas para verificar os fatos, "de modo a permitir a abertura de investigação independente para apuração dos fatos, com a adoção das medidas de responsabilização aplicáveis". Por decisão do Supremo Tribunal Federal, operações policiais no Rio estão restritas durante a pandemia.

O caso teve repercussão internacional. O escritório de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) pediu uma investigação independente. A operação realizada na quinta-feira, na qual helicópteros foram usados, ocorreu em uma longa história de "desproporcional e desnecessário" uso da força pela polícia, disse o porta-voz da ONU para Direitos Humanos Rupert Colville em uma entrevista da organização em Genebra.

Um dos mais importantes institutos de estudos da violência, o Igarapé, também criticou a operação. Afirmou em nota que é inaceitável o Estado continuar apostando na letalidade como principal estratégia de segurança, sobretudo em lugares mais pobres.

"Privilegiar o confronto indiscriminado coloca nossa sociedade e nossos agentes públicos em perigo. De acordo com dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), a polícia do Rio foi responsável pela morte de 453 pessoas entre janeiro e março deste ano. O número já representava 36% do total registrado em 2020, quando foram registradas 1.245 vítimas", diz o texto.

Já a Comissão Arns manifestou "seu mais veemente repúdio" à operação realizada pela Polícia Civil do Rio na favela do Jacarezinho. "É inaceitável que esta chacina aconteça em meio à pandemia", diz o texto.

O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou, nesta quarta-feira (28), que a fala do ministro Paulo Guedes, da Economia, sobre "o chinês" ter inventado o vírus, se tratava de uma "comparação" entre Estados Unidos e China. Segundo Mourão, comparações do tipo são comuns em reuniões menores.

"O ministro estava fazendo uma comparação entre China e Estados Unidos. São comparações que geralmente são feitas em 'petit comité' e que infelizmente foi gravado. É algo que não tem nada de mais nisso", avaliou o vice-presidente em fala à imprensa na chegada ao Planalto. "É a velha história: a gente tem que ter cuidado com as palavras, apenas isso. O importante são os atos", comentou.

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Na terça-feira, Guedes afirmou durante uma reunião do Conselho de Saúde Suplementar (Consu) que "o chinês inventou o vírus" mas que "a vacina dele é menos efetiva que a do americano". Após a repercussão negativa da fala, o ministro disse depois que foi "infeliz" em seus comentários. Guedes tem 71 anos e, no mês passado, foi vacinado com a Coronavac, vacina da farmacêutica chinesa Sinovac produzida em parceria com o Instituto Butantan.

O vice-presidente Hamilton Mourão negou, nesta quarta-feira (28), que exista uma orientação do governo quanto à vacinação de membros do Executivo. Na terça-feira, o ministro da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, afirmou que recebeu o imunizante "escondido", conforme orientação.

"Essa recomendação não existe, porque o ministro Paulo Guedes (da Economia) foi filmado tomando vacina. Eu também. Outros ministros também, uma turma mais nova aí. A ministra Tereza Cristina (da Agricultura) também já foi vacinada, então acho que é bobagem isso", declarou Mourão na chegada à vice-presidência nesta manhã.

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"Não tem essa orientação (para não se vacinar). Isso não existe", reforçou. Aos 67 anos, Mourão recebeu a segunda dose da vacina na segunda-feira (26). Questionado sobre a fala de Ramos de ontem, o vice-presidente disse não saber o motivo da declaração e informou não ter conversado sobre o assunto com o ministro.

Em reunião do Conselho de Saúde Suplementar (Consu) nesta terça-feira, Ramos disse: "Tomei (a vacina) escondido, né, porque era a orientação, mas vazou (...). Não tenho vergonha, não. Vou ser sincero: eu, como qualquer ser humano, quero viver".

A fala foi gravada e transmitida ao vivo nas redes sociais do Ministério da Saúde, que depois apagou a publicação. Depois, o ministro afirmou no Twitter que foi vacinado, mas "não quis fazer desse momento individual um ato político". O general disse ainda que estão inventando "crise onde não existe".

Morreu na noite da última sexta-feira (23) o fundador e presidente nacional do Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB), Levy Fidelix, aos 69 anos, em São Paulo. Através de comunicado oficial, a diretoria do PRTB se despediu do político e prestou condolências à família nas redes sociais da sigla. A morte, que não teve causa divulgada oficialmente, repercutiu nas redes sociais entre políticos e apoiadores de Fidelix.

O vice-presidente do Brasil e colega de partido de Levy Fidelix, Hamilton Mourão, afirmou em uma rede social que o movimento conservador do país "perde um dos seus principais representantes".

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“Que o Nosso Senhor Jesus Cristo abençoe e conforte toda família. Ainda ressalto a pessoa do amigo Levi como cidadão brasileiro, chefe de família e um político com honestidade de propósitos. Homem batalhador e incansável por um Brasil cada vez melhor”, completou o general.

Também no seu perfil pessoal, o deputado federal e cofundador do Movimento Brasil Livre (MBL), Kim Kataguiri (Democratas-SP), relembrou a ida do político à sede do movimento, em 2018. Na publicação, ele cita as falas de Renan Santos, coordenador nacional do grupo liberal.

“Meus pêsames a todos os amigos e familiares. Levy deixará boas lembranças”, escreveu Kataguiri, e Santos completa: “Por fim, nos reencontramos em 2018. Levy foi à sede do MBL para gravar um teste do sofá com Arthur e Kim. Para relembrar os velhos tempos, repetimos o trenzinho de 15 anos antes. Essa é a memória que guardo dessa figura única que se foi”.

Onyx Lorenzoni, ministro da Secretaria-Geral da Presidência, foi mais uma personalidade política a lamentar o falecimento do “homem do aerotrem”. "Que Deus conforte o coração da família de Levy Fidelix e o receba em toda a sua bondade", publicou em uma rede social.

O deputado federal José Medeiros (Podemos-MT) e Rodrigo Manga (Republicanos-SP), prefeito da cidade de Sorocaba, também prestaram condolências à família Fidelix.

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O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou nesta quinta-feira, 22, que o governo analisa estender a Operação Verde Brasil 2 na Amazônia até julho deste ano. A permanência dos militares na região teria como objetivo auxiliar no combate ao desmatamento. Presidente do Conselho Nacional da Amazônia Legal, Mourão afirmou que o objetivo do governo é diminuir o desmate entre 15% e 20%.

"Nós queremos apresentar um resultado positivo na faixa de uma redução entre 15% e 20% daquilo que tinha ocorrido no ano anterior", disse Mourão, durante live promovida pelo programa Brasil em Questão nesta tarde. Essa redução almejada é referente aos índices registrados entre 1º de agosto de 2020 a 31 de julho deste ano, período correspondente ao ciclo de medição do Prodes, sistema do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

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Os militares estão na Amazônia desde abril do ano passado. Com o fim da Operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), a previsão é que as Forças Armadas deixem a região em 30 de abril. Mas isso pode mudar, segundo Mourão. "Deixamos ainda em aberto a possibilidade de estender a Operação (Verde Brasil 2) até o final desse ciclo do Prodes, ou seja, até o dia 31 de julho", disse Mourão.

Em março, o Inpe registrou aumento nos índices de desmatamento com 368 quilômetros quadrados de área desmatada - o maior volume registrado para o mês desde 2015. Hoje, o presidente Jair Bolsonaro reforçou, na Cúpula do Clima, o pedido por apoio estrangeiro para bancar as ações de combate ao desflorestamento.

O chefe do Executivo destacou o comprometimento de eliminar o desmatamento ilegal até 2030 e alcançar a neutralidade climática até 2050. A conquista das metas, contudo, foi condicionada ao apoio financeiro internacional e a "justa remuneração" ao Brasil pelos serviços ambientais prestados.

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, afirmou nesta quinta-feira, 22, que estuda a possibilidade de concorrer ao Senado Federal após o fim do seu mandato. Ele descartou a opção de disputar a Presidência da República em 2022, já que o presidente Jair Bolsonaro deve concorrer à reeleição.

"Hoje estou preparado para cumprir minha parte como vice-presidente do presidente Bolsonaro e acompanhá-lo até o final esse mandato", comentou Mourão, durante live promovida pelo programa Brasil em Questão no período da tarde. "Hoje não vejo nenhuma possibilidade de candidatura minha à Presidência, uma vez que o presidente Bolsonaro é candidato. Eu jamais irei concorrer contra ele", disse.

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Segundo Mourão, disputar a presidência contra Bolsonaro é uma questão que está "fora dos seus preceitos éticos". Com uma relação pouco próxima, o chefe do Executivo também não planeja repetir a chapa de 2018. Nos últimos dias, Mourão foi excluído das preparações para a participação do Brasil na Cúpula do Clima, que ocorreu nesta quinta e terá continuidade na sexta-feira.

"Agora, pode ser que seja necessária a minha participação para concorrer ao Senado. Isso ainda está em estudo", declarou o vice-presidente da República.

Essa não é a primeira vez que Mourão cogita competir por um posto no Senado. Em entrevista à Veja, no dia 30 de outubro, Mourão havia sinalizado que talvez poderia concorrer para senador no futuro. Desde então, o vice vinha desconversando quando questionado sobre suas pretensões políticas.

"Na realidade, a linha de ação número um é terminar o mandato e partir daí retornar a minha vida, vamos dizer assim, de aposentado. Eu acho que já tenho uma contribuição aí de 50 anos para o nosso País. Eu acho que mereço um pouco de descanso", comentou o vice-presidente.

O vice-presidente Hamilton Mourão disse, nesta sexta-feira (16), que a derrubada das condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Operação Lava Jato não anulam o processo de investigação dos crimes dos quais o petista é acusado. Apesar da decisão da véspera do Supremo Tribunal Federal (STF), que tornou Lula novamente elegível, Mourão também opinou que é "muito cedo" para especular sobre as eleições presidenciais do ano que vem.

"Os crimes não são anulados. Os crimes estão aí, está anulado o processo. Esses crimes foram julgados em três instâncias, as três instâncias condenaram", afirmou Mourão em entrevista a jornalistas nesta manhã na chegada ao Palácio do Planalto. "Os crimes, o que estou dizendo, (é que) eles foram cometidos. Você não está passando uma borracha nos atos que aconteceram, está passando uma borracha no processo", reforçou.

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Na quinta-feira, por 8 votos a 3, o Supremo decidiu confirmar a decisão do ministro Edson Fachin e anular as condenações de Lula na Lava Jato e, assim, mantê-lo elegível. Com isso, o ex-presidente desponta como o principal rival de Jair Bolsonaro no ano que vem. Para o Mourão, contudo, ainda não é possível dizer que foi dada a largada para a campanha eleitoral de 2022.

"Está muito cedo, temos uma pandemia para enfrentar, temos problema de orçamento, temos que avançar com algumas reformas ainda antes de terminar nosso período de governo, acho que é muito cedo para isso", avaliou o vice-presidente. "Campanha para valer, só depois de junho do ano que vem", completou.

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