Tópicos | MOURÃO

O vice-presidente Hamilton Mourão publicou nesta quarta-feira, 14, o Plano Amazônia 2021/2022, sobre as metas de redução do desmatamento e combate a outros ilícitos ambientais na região amazônica. O planejamento foi publicado no Diário Oficial da União (DOU) de hoje. Em fevereiro, Mourão, que preside o Conselho Nacional da Amazônia Legal, já havia antecipado que o foco do plano seria intensificar a fiscalização em 11 municípios da região com as taxas mais altas de desmate.

O plano formaliza uma meta de redução do desmatamento e das queimadas ilegais aos níveis médios registrados entre 2016 e 2020 pelo Prodes, sistema do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A meta, contudo, foi alvo de críticas da rede Observatório do Clima, que a considerou baixa ante os índices recordes de desmatamento do ano passado. O plano traz as diretrizes para a continuidade do combate aos crimes ambientais com retirada dos militares da região com o fim da Operação Verde Brasil 2, marcada para 30 de abril.

##RECOMENDA##

Mais cedo, em conversa com jornalistas ao chegar ao Palácio do Planalto, Mourão reconheceu a piora nos números do desmatamento no mês de março. "Tivemos um mês de março ruim, apesar do acumulado de agosto (de 2020) até agora estar com 19% de redução. E onde é que está acontecendo? Naqueles municípios selecionados, exatamente", disse. "Então, estamos pressionando para que o pessoal que está em campo seja mais efetivo na fiscalização", citou.

Segundo o vice-presidente, a contratação de agentes temporário para intensificar a fiscalização segue no radar, mas depende das negociações do Orçamento de 2021. "Vou fazer uma reunião agora quinta-feira com os ministros dos ministérios que estão na linha de frente desse combate para ver os problemas que eles estão enfrentando, e tem essa questão de contratação, que neste momento que estamos vivendo, está complicado, mas vamos ter que arrumar uma solução para isso", afirmou.

Política ambiental

Próximo da realização da Cúpula dos Líderes sobre o Clima, na semana que vem, Mourão informou ter elaborado um documento que será encaminhado ao presidente Jair Bolsonaro sobre os principais pontos relacionados à política ambiental brasileira e à Amazônia. O evento é virtual, organizado pelo governo americano, e ocorrerá nos dias 22 e 23 de abril. Além de Bolsonaro, outros 39 líderes mundiais foram convidados. Questionado, Mourão disse que não deve participar de nenhuma reunião prévia ao evento.

"Eu apenas fiz um documento com alguns pontos que nós consideramos importantes que estejam no discurso do presidente e estou encaminhando para o presidente", disse. Mourão também negou que exista uma pressão do governo do presidente norte-americano, Joe Biden, quanto à política ambiental brasileira. Segundo ele, o governo brasileiro tem "mantido o diálogo aberto" com os EUA.

O vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, afirmou que o Judiciário precisa compreender o "tamanho de sua cadeira" e seus "limites" para não interferir em decisões que seriam de outros poderes. A declaração foi dada nessa segunda-feira durante abertura no Fórum da Liberdade 2021, evento que reúne políticos, analistas e empresários.

"Acho que nós precisamos ter uma concertação melhor, de modo que o Poder Judiciário compreenda o tamanho da sua cadeira, os seus limites. De modo que não interfira de forma tão contundente, às vezes, em decisões que seriam próprias de outros poderes, notadamente legislativos", disse o vice-presidente ao ser questionado sobre como haver mais harmonia entre os poderes. Ele defendeu a busca do "diálogo" entre Executivo, Legislativo e Judiciário e afirmou que cada um precisa entender suas "responsabilidades" e "espaço de manobra".

##RECOMENDA##

A declaração do vice ocorre três dias depois de o presidente Jair Bolsonaro ter acusado o ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso de "militância política" e "politicalha" ao determinar a abertura de uma CPI para investigar a atuação do governo na pandemia. Apesar de não ter comentado o caso, Mourão afirmou que o STF tem decidido sobre questões que não precisaria decidir. "Hoje nós vemos que as correntes minoritárias dentro do Congresso Nacional, quando não conseguem valer a sua opinião, buscam uma solução via Judiciário e terminam por atrair o Judiciário para o jogo político."

O vice-presidente disse ainda que a imagem de que o País está sendo governado pelo Judiciário será superada. "Na realidade, não (está). Ele tem tomado algumas decisões que interferem. Mas são apenas algumas, não a totalidade delas."

Questionado sobre a presença do governo nas redes sociais, o vice-presidente reconheceu os problemas na comunicação institucional da atual gestão e disse que é preciso melhorar o relacionamento com a imprensa.

‘Ativismo’

Em sua participação no fórum, o ex-presidente Michel Temer rechaçou a ideia de que há um ativismo judicial no Supremo e afirmou que a Corte não toma decisões "por conta própria", apenas se é provocada. "Eu não concordo muito com essa história de que há um ativismo judicial prejudicial ao nosso sistema", declarou o emedebista. "Se ninguém levar uma questão ao Judiciário, o Judiciário não vai decidir por conta própria. A provocação é que faz a decisão judicial", declarou o ex-presidente.

Indagado se está arrependido por ter indicado Alexandre de Moraes para uma vaga no Supremo, Temer afirmou que o ministro ampara suas decisões na ordem jurídica e tem feito um "bom papel" como constitucionalista na Corte.

O ex-presidente disse ainda não ver a "menor condição" para uma ruptura constitucional no País. "Não vejo risco para a democracia. Primeiro, pois as instituições estão muito solidificadas. E, segundo, porque só há eventual ruptura se houver apoio das Forças Armadas. E as Forças Armadas são servidoras, cumpridoras rigorosas do texto constitucional."

Tecnologia

Agraciado com o Prêmio Libertas, o empresário David Feffer, diretor-presidente da Suzano Holding, ressaltou que, graças à tecnologia, as pessoas conseguem se libertar da sala de casa e estar presentes em qualquer lugar nesse período de pandemia que tirou todos da rotina e da zona de conforto.

"O que a realidade colocou como limitação, a tecnologia transformou em liberdade. Foi através dela que continuamos trabalhando, estudando, nos relacionando e produzindo" no ambiente virtual, disse o executivo durante o evento.

O presidente Jair Bolsonaro participou na tarde desta segunda-feira (12) da cerimônia de transmissão de comando da Aeronáutica. O evento ocorreu na Base Aérea de Brasília, e contou também com as presenças do vice-presidente, Hamilton Mourão, e do ministro da Defesa, Braga Netto.

A troca de comandos das três Forças Armadas foi anunciada há quase duas semanas, após uma reforma ministerial que também incluiu o Ministério da Defesa, com a substituição de Fernando Azevedo e Silva por Braga Netto.

##RECOMENDA##

Na Aeronáutica, o tenente-brigadeiro Carlos Almeida Baptista Júnior passou a ser o novo comandante. Ele substitui o tenente-brigadeiro Antônio Carlos Bermúdez, que estava no cargo desde o início do governo, em 2019.

Na última sexta-feira (9), Bolsonaro já havia participado da transmissão de cargo do Comando da Marinha, assumido pelo o almirante de esquadra Almir Garnier Santos, que substituiu Ilques Barbosa. No próximo dia 20, está prevista a transmissão de cargo no Exército. Neste caso, assumirá o comando o general Paulo Sergio Nogueira, no lugar do general Edson Leal Pujol.

Em discurso, o ministro da Defesa destacou algumas das principais ações da Força Aérea Brasileira (FAB) nos últimos anos, incluindo a apresentação do caça F-39 Gripen e a entrada em operação dos aviões KC-390.

"A despeito de todas as limitações orçamentárias, a Força Aérea consolidou o conceito da Dimensão 22, avançando nos seus principais programas estratégicos, com a incorporação do primeiro caça F-39 Grippen NG, e das primeiras aeronaves de transporte multimissão KC-390 Millenium, verdadeiros marcos da evolução tecnológica da aviação e de considerável ganho operacional para a defesa nacional", afirmou Braga Netto.

O ministro ainda mencionou a atuação da FAB no transporte de órgãos para transplantes e nas operações de abastecimento de medicamentos, insumos e vacinas no combate à pandemia.

 

O vice-presidente Hamilton Mourão avaliou, nesta segunda-feira (12), que a CPI da Covid-19 também deve incluir em seu escopo de investigação ações adotadas pelos governos de Estados e municípios durante a pandemia. Mourão também disse não ter visto problema na divulgação da conversa entre Bolsonaro e o senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO).

"Como tá colocado ali, ela (CPI) tem dois aspectos, um é muito amplo: ações de combate à pandemia. Acho que tem que envolver, também, Estados e municípios", afirmou Mourão em conversa co jornalistas na chegada à vice-presidência nesta manhã. O presidente Jair Bolsonaro tem criticado a CPI por focar apenas nas ações do governo federal. A inclusão de prefeitos e governadores no âmbito de apuração da CPI ainda divide os senadores.

##RECOMENDA##

"A conversa entre o presidente e o senador Kajuru não vejo nada demais, não passa disso aí, uma conversa", disse Mourão. Na gravação divulgada ontem, Bolsonaro afirmou ser preciso mudar o "objetivo da CPI" para investigar também governadores e prefeitos e não apenas ações do governo federal.

Bolsonaro sugeriu ainda que Senado analise pedidos de impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Sobre o assunto, Mourão avaliou que os pedidos contra ministros da Corte são "uma prerrogativa que o Senado tem". O Senado tem hoje dez pedidos de investigação contra ministros do Supremo, seis deles são contra o ministro Alexandre de Moraes.

O vice-presidente Hamilton Mourão avaliou nesta quarta-feira (7) que as empresas privadas brasileiras terão dificuldades para adquirir vacinas contra a Covid-19. Nesta terça-feira, a Câmara dos Deputados aprovou o texto-base de um projeto que desobriga o setor privado, caso adquira vacinas contra a Covid-19, de doar a totalidade das doses para o Sistema Único de Saúde (SUS).

O texto também permite que empresas comprem imunizantes contra o novo coronavírus que não tenham o registro e aprovação da Agência Nacional de Vigilância (Anvisa). A votação da proposta será retomada hoje pelos deputados para a análise de destaques ao texto. Depois, o projeto ainda será apreciado no Senado.

##RECOMENDA##

"Eu acho que a iniciativa privada terá muita dificuldade para comprar vacina. Não tem vacina no mundo disponível, essa é a realidade", opinou Mourão em conversa com jornalistas na chegada ao Palácio do Planalto na manhã desta quarta. "Pode ser que empresas que têm pequeno número de funcionários, por exemplo, (consigam) comprar 5 mil, 6 mil vacinas, mas mais do que isso acho complicado", disse o vice-presidente.

Diante da alta de mortes pelo vírus, Mourão também reiterou que a vacina é a solução para diminuir o número de óbitos no País. Nesta terça-feira, o Brasil atingiu a marca recorde de 4.211 mortes registradas nas últimas 24 horas, segundo dados do consórcio de imprensa. Com o novo recorde, o Brasil chegou ao total de 337.364 mortes pelo novo coronavírus desde o início da pandemia.

"A realidade é que nós temos que intensificar a vacinação, que é a solução para a gente conseguir reduzir a quantidade de pessoas contaminadas e consequentemente esse número de óbitos", declarou. Mourão ponderou, contudo, que as terças-feiras costumam apresentar uma "escalada" no número de óbitos por causa da subnotificação do fim de semana e de segunda-feira.

O vice-presidente sugeriu analisar os dados da pandemia com base na média móvel de mortes, mas reconheceu que esse número também está alto. Com o resultado de ontem, a média móvel de mortes no País nos últimos sete dias ficou em 2.775. "O mais importante é tratar em cima da média móvel (de mortes), que também está alta, está na faixa dos 3 mil", disse Mourão.

O vice-presidente Hamilton Mourão defendeu, nesta segunda-feira (5), a liberação de celebrações religiosas no País, mesmo no momento mais grave da pandemia da Covid-19. Mourão argumentou que "há condições" das celebrações serem realizadas a depender dos espaços de cada templo religioso para que haja distanciamento. O vice-presidente também opinou que frequentadores de templos religiosos costumam ser pessoas mais "disciplinadas" e que as celebrações são diferentes de "festas clandestinas".

No último sábado (3), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Kassio Nunes Marques decidiu autorizar a realização de celebrações religiosas em todo o País, desde que aplicados protocolos sanitários em igrejas e templos, limitando a presença a 25% da capacidade do público.

##RECOMENDA##

A decisão foi questionada por governadores e prefeitos, que alegam ter autonomia determinada pelo próprio STF para decidir sobre medidas de restrição durante a crise sanitária. O decano do STF, ministro Marco Aurélio Mello, também criticou no domingo a decisão de Kassio Nunes. Já o presidente Jair Bolsonaro comemorou em suas redes sociais a determinação do ministro - que foi seu indicado à Corte.

"Vamos aguardar o que o pleno (do STF) vai dizer", comentou Mourão na chegada à vice-presidência nesta manhã. "Tem a própria questão (que) dependendo do espaço do templo vai gerar algum tipo de aglomeração. Então, é uma questão que tem que ser discutida mais a fundo", disse. Para o vice-presidente, as dimensões de cada templo são um dos critérios para definir se celebrações podem voltar a ser realizadas.

"Tudo depende das pessoas, depende do templo. Se você tem uma igreja que tem um espaço bom você limita 20, 30 pessoas, separadas duas por banco, vamos colocar assim, e todo mundo de máscara obviamente, acho que há condições", afirmou. "Agora quando são templos apertados e muita gente lá dentro é óbvio que não é conveniente", completou.

Questionado se a liberação das celebrações poderia agravar a situação da pandemia da Covid-19, que já acumula mais de 330 mil mortes no Brasil, Mourão minimizou. Segundo ele, as pessoas que frequentam missas e cultos são mais "disciplinadas".

"As pessoas que frequentam o culto, o templo, são pessoas até mais disciplinadas, assim. É diferente de balada, essas festas clandestinas que acontecem. Não vou colocar no mesmo nível isso, são duas atividades totalmente distintas, uma é espiritual e a outra é corporal, vamos dizer assim", opinou.

Um dia após o presidente Jair Bolsonaro demitir os comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, o vice-presidente Hamilton Mourão defendeu, nesta quarta-feira (31), respeito ao critério de antiguidade na escolha da nova cúpula militar. A saída conjunta foi decidida por Bolsonaro após os oficiais se recusarem a politizar as Forças Armadas.

"Eu julgo que a escolha tem que ser feita dentro do princípio da antiguidade, até porque foi uma substituição que não era prevista. Quando é uma substituição prevista, é distinto. Então, se escolhe dentro da antiguidade e segue o baile", afirmou o vice, que é general da reserva.

##RECOMENDA##

A defesa de Mourão pelo respeito a regras internas das Forças Armadas ocorre no momento em que Bolsonaro avalia quebrar a tradição de nomear o mais antigo para comandar o Exército. Comandante militar do Nordeste, Marco Antônio Freire Gomes é o nome mais cotado nos bastidores do governo para substituir Edson Leal Pujol, o comandante demitido. O presidente, no entanto, tem sido aconselhado a considerar alternativas para não criar atritos com generais mais experientes. O novo ministro da Defesa, general Braga Netto, se reúne hoje com os candidatos aos cargos.

Caso a escolha recaia sobre Freire Gomes, Bolsonaro poderá repetir a ex-presidente Dilma Rousseff, que quebrou a tradição no Exército ao nomear Eduardo Villa-Bôas para comandar a instituição em 2015. Ele era o terceiro mais antigo na época.

Segundo militares que acompanham a negociação, para nomear Freire Gomes Bolsonaro teria de "aposentar" seis generais mais antigos que ele. Isso porque eles passam à reserva se um oficial mais "moderno", com menos tempo de Exército, for alçado ao comando. A aposentadoria não é uma regra compulsória, mas costuma ter força de norma não escrita nos quartéis. Os oficiais costumam pedir para deixar a ativa como forma de não serem comandados por um antigo subordinado, uma inversão na hierarquia.

Ao falar do assunto na manhã desta quarta-feira, Mourão minimizou a crise instalada com a demissão do ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, e toda a cúpula militar. O vice ressaltou que as Forças Armadas atuam dentro de um "tripé" de princípios de legalidade, legitimidade e estabilidade. "Então, não muda nada", afirmou ele em entrevista na chegada à Vice-Presidência, pela manhã.

Segundo Mourão, a decisão de Bolsonaro foi "dentro do previsto", já que os chefes das Forças não possuem mandato e podem ser "substituídos a qualquer momento". Foi a primeira vez na história em que os três comandantes são demitidos em conjunto no meio do mandato presidencial.

"O presidente tem a prerrogativa de mudar ministros, comandantes de Forças também. Não é problema isso aí, qualquer um que for assumir o comando das Forças vai manter a mesma forma de atuar", afirmou Mourão.

O vice-presidente evitou avaliar a forma como a demissão dos comandantes ocorreu e disse não ter participado da decisão, que foi comunicada ontem por Braga Netto, em reunião com os então comandantes Edson Leal Pujol (Exército), Ilques Barbosa Júnior (Marinha) e Antônio Carlos Bermudez (Aeronáutica).

"Não participei do processo decisório, não posso dizer se foi o melhor ou pior", disse. "Não conversei com ninguém. Procurei me manter fora disso, sou um oficial da reserva. Aprendi com meu pai que quando você passa para a reserva a bola está com os que estão na ativa."

Apesar de classificar a demissão dos comandantes como algo "dentro do previsto", Mourão admitiu que a medida foi "abrupta" e que não era esperada. "Essa foi uma mudança mais abrupta, mas está dentro do previsto. Os comandantes não têm mandato", afirmou. Ele acrescentou que os chefes das Forças podem ser "substituídos a qualquer momento".

Sobre a demissão de Azevedo e Silva, que deixou o Ministério da Defesa na última segunda-feira, 29, Mourão disse que o general é um "amigo" e uma pessoa "sensata e esclarecida", mas ressaltou que Braga Netto deverá atender às necessidades do novo cargo: "Braga Netto tem pleno conhecimento e capacidade para substituir o ministro Fernando (Azevedo)".

Azevedo foi demitido do cargo após desgastes com Bolsonaro, que cobrava maior apoio das Forças Armadas às suas posições. Braga Netto então foi deslocado da Casa Civil e nomeado como novo ministro da Defesa.

Com mais de 90% das doses aplicadas contra a covid-19 produzidas pelo Instituto Butantan, do governo de São Paulo, João Doria (PSDB) iniciou, no final desta manhã, uma ação no Twitter para, principalmente, rebater críticas sobre sua atuação na pandemia, marcada por restrições à Economia como forma de manter o isolamento social. "Ok, vou te vacinar também" foi a resposta padrão às menções em centenas de postagens ou ataques que o governador recebe nas redes sociais.

[@#video#@]

##RECOMENDA##

Para completar, Doria ainda comemorou, no começo da tarde, o fato de o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, ter recebido a primeira dose da Coronavac. "Excelente notícia, @GeneralMourao. Parabéns! Tomou a vacina do Butantan. Viva a vacina! Viva a vida!", escreveu o governador.

[@#video#@]

Compromisso

Entre os que receberam o "compromisso" do governador em receber imunizantes contra o novo coronavírus estão o deputado federal e filho do presidente Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), bem como o deputado estadual Frederico DÁvila (PSL-SP), inimigos e opositores à gestão do tucano. Aos pedidos de um usuário identificado como Guilherme Pinheiro, Doria respondeu: "Guilherme, vou vacinar a p....opulação toda."

No perfil, Doria abusou da ironia. A um internauta que perguntava se alguns nomes citados seriam "gado", referência a seguidores de Bolsonaro, o governador emendou: "Vou vacinar você e o gado também", postou. A outro, que citou os robôs utilizados por redes bolsonaristas, disse que iria vacinar até os robôs. O governador paulista brincou até com ele mesmo e mandou um "Vou te vacinar de calça apertada" em várias postagens, uma referência aos ataques que recebe de seguidores de Bolsonaro sobre sua maneira de vestir.

Nesta segunda-feira (29), o Instituto Butantan entregou novo lote com mais 5 milhões de unidades da Coronavac, vacina contra o novo coronavírus, ao Ministério da Saúde. O total de doses repassadas chega a 32,8 milhões. Fazem parte do rol de autoridades que receberam o imunizante do instituto Butantan, o ministro da Economia, Paulo Guedes e o vice-presidente Hamilton Mourão.

Novas vacinas

Na sexta-feira (26), Doria havia anunciado que o Instituto Butantan, que conta com recursos do governo do Estado, pediu à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) registro para os testes clínicos de um novo imunizante candidato a ser incorporado ao calendário vacinal. A Butanvac seria o primeiro imunizante a poder ser produzido integralmente em território nacional, apesar de ter sido desenvolvido a partir de tecnologias estrangeiras.

Horas depois do anúncio, o ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, realizou cerimônia para apresentação de outra vacina candidata apoiada pelo governo federal, a Versamune. O imunizante, entretanto, é desenvolvido pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, ligada à Universidade de São Paulo (USP) que também conta com financiamento do governo estadual.

O vice-presidente Hamilton Mourão foi vacinado nesta segunda-feira, 29, com a primeira dose da Coronavac, vacina produzida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan. De manhã, Mourão, de 67 anos, já havia anunciado que iria ser vacinado hoje contra a covid-19.

"É importante que todos sejam vacinados. Cada um dentro da sua vez, chegando a sua hora dentro da fila bonitinho, direitinho", disse a jornalistas após ser vacinado. "A vacina é tranquilinha, não dói. O pessoal pode vir tranquilo, rapidinho", acrescentou.

##RECOMENDA##

A vacina Coronavac recebida pelo vice-presidente é uma das duas em aplicação no País contra a covid-19. O imunizante foi chamado de "vacina chinesa de Doria", pelo presidente Jair Bolsonaro, que por diversas vezes colocou em dúvida a segurança do imunizante.

Do alto escalão do governo, já foram vacinados os ministros Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional, de 73 anos, e Paulo Guedes, da Economia, de 71 anos. Nas redes sociais, Mourão destacou ter feito "sua parte como cidadão" ao se vacinar. "Hoje fiz minha parte como cidadão consciente e recebi a primeira dose da vacina contra a COVID-19 (Coronavac). Espero que, em breve, o maior número possível de vacinas cheguem à população brasileira", escreveu.

Na conversa com jornalistas após ter sido imunizado, Mourão evitou comentar o pedido de demissão do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. "Esse assunto não vou comentar", disse. Em janeiro, o vice-presidente chegou a dizer que Araújo poderia ser trocado como parte de mudanças na equipe ministerial. Na época, Bolsonaro negou a possibilidade.

[@#video#@]

O vice-presidente Hamilton Mourão disse nesta terça-feira (9) que a "chicana jurídica" não muda os fatos envolvendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que teve seus direitos políticos restaurados ontem, depois da decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin que anulou todas as condenações impostas a Lula pela 13ª Vara de Curitiba no âmbito da Operação Lava Jato. Para Mourão, "independente da chicana jurídica que seja feita, a realidade é a seguinte: contra fatos, não há argumentos".

"A imensa maioria do povo brasileiro é constituída de homens e mulheres de bem, igual vocês jornalistas, que acordam de manhã cedo para trabalhar o dia inteiro, que se espremem em ônibus apertado, em trens lotados, muitos vendendo o almoço para poder comprar o jantar, outros com salários que não são compatíveis com a dignidade da vida, mas todos, sem exceção, procuram se basear em princípios da ética, da moral, dos bons costumes e respeito à integridade, honestidade e probidade", disse o vice-presidente na chegada ao Palácio do Planalto nesta manhã.

##RECOMENDA##

Mourão avaliou ser cedo para analisar os impactos da decisão de Fachin. "Tem muita espuma nesse chope, precisa ser decantado isso. Tem muita gente fazendo análise prospectiva por mera extrapolação de tendência. Não se faz isso. Tem que esperar todas as consequências e decorrências. Então tem muita coisa pra rolar", completou. Mourão afirmou também desconhecer se a decisão surpreendeu membros do governo ou o próprio presidente, Jair Bolsonaro.

Na segunda-feira pela manhã, antes da decisão de Fachin, Mourão havia classificado como "só especulação" o favoritismo de Lula para eventual disputa em 2022, segundo apontou levantamento feito pelo Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec) e publicado com exclusividade pelo Estadão/Broadcast. De acordo com a pesquisa, 50% dos entrevistados votariam com certeza ou poderiam votar em Lula se ele se candidatasse novamente à Presidência, enquanto 44% afirmaram que não o escolheriam de jeito nenhum. Já o presidente Jair Bolsonaro registrou no levantamento 38% de votos potenciais - 12 pontos porcentuais a menos que Lula - e 56% de rejeição - 12 pontos porcentuais a mais que Lula.

O vice-presidente Hamilton Mourão classificou na manhã desta segunda-feira (8) como "especulação" o resultado de pesquisa que mostra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva - hoje impedido de concorrer - à frente de Jair Bolsonaro em votos potenciais para a disputa de 2022. Segundo Mourão, "tem muita água ainda até lá e o ex-presidente Lula não pode ser candidato, então é um assunto que é só especulação".

Publicado com exclusividade pelo Estadão/Broadcast, o levantamento feito pelo Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec), novo instituto de pesquisas da estatística Márcia Cavallari (ex-Ibope), revela que 50% dos entrevistados votariam com certeza ou poderiam votar em Lula se ele se candidatasse novamente à Presidência, enquanto 44% afirmaram que não o escolheriam de jeito nenhum. Pelo mesmo critério, Bolsonaro tem 38% de votos potenciais (12 pontos porcentuais a menos que Lula), 56% de rejeição (12 p.p. a mais que Lula).

##RECOMENDA##

Para Mourão, também é "difícil" que o Supremo Tribunal Federal (STF) anule as condenações que pesam contra o ex-presidente e que o impossibilitam, pela Lei da Ficha Limpa, de concorrer a um cargo eletivo como a Presidência da República. "Uma já foi até a terceira instância, a outra já chegou à segunda instância. Acho complicado isso daí", disse Mourão nesta manhã na chegada ao Palácio do Planalto.

O vice-presidente também comentou sobre o processo de suspeição do ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro. "Acho que parte de um dos processos pode ser anulado, mas a outra não", completou.

Depois de se reunir com o presidente Jair Bolsonaro, o vice-presidente Hamilton Mourão disse ter tido um encontro "normal" para tratar sobre a Amazônia. Questionado se havia feito as pazes com o chefe do Executivo, o vice-presidente disse nunca terem brigado.

No primeiro encontro oficial entre Bolsonaro e seu vice neste ano, Mourão levou ao presidente o relatório do Conselho Nacional da Amazônia Legal e apresentou as ações do colegiado do qual é responsável . "Apresentamos as atividades do Conselho (da Amazônia), o planejamento 2021/22 e entregamos o relatório do primeiro ano de atividades. Pronto, normal, nada demais", disse na saída da vice-presidência em conversa com jornalistas.

##RECOMENDA##

Ao ser questionado se fez as pazes com o presidente, Mourão minimizou: "Nós nunca brigamos". O encontro de hoje ocorreu após sinais de distanciamento entre Bolsonaro e seu vice, intensificados desde o fim do ano passado. Em fevereiro, Mourão chegou a ser excluído de uma reunião entre o chefe do Executivo e a equipe ministerial.

Mourão afirmou que não foi tratado na conversa sobre a demissão de um de seus assessores no mês passado, após o site O Antagonista revelar conversas do seu auxiliar que indicaram possíveis articulações em caso de impeachment de Bolsonaro. "Esse assunto já virou a página", disse.

O vice-presidente também negou ter tratado com Bolsonaro sobre outros assuntos como a pandemia da covid-19 e a nova rodada do auxílio emergencial. "Assunto é de Amazônia, assunto de pandemia é com ministro (da Saúde, Eduardo) Pazuello", respondeu.

Segundo Mourão, o presidente concorda com as ações do Conselho da Amazônia tomadas até o momento, inclusive com a previsão de saída dos militares da região amazônica com o fim da Operação Verde Brasil 2 em abril. "Caso o presidente mude de linha de ação, poderá ser mantida (a presença dos militares na Amazônia)", ponderou.

O vice-presidente evitou ainda comentar sobre as críticas de governadores a Bolsonaro e ao governo federal por "priorizar a criação de confrontos, a construção de imagens maniqueístas e o enfraquecimento da cooperação federativa essencial aos interesses da população".

Em nota, chefes do Executivo estadual se queixaram hoje do destaque dado pelo governo para os repasses financeiros a Estados e municípios em meio à pandemia. "Esse é outro assunto que não me diz respeito", declarou Mourão.

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, minimizou, nesta terça-feira (23), as quedas nas ações da Petrobras ante as declarações do presidente da República, Jair Bolsonaro, e a indicação para a troca de comando da estatal. Mourão lembrou que a empresa já sofreu outros "tombos" no passado e se recuperou. Na segunda-feira, as ações da companhia (ON) caíram 20,48%.

"Olha, nos últimos 26 anos a Petrobras tomou oito tombos. E volta. Easy goes, easy comes (fácil vai, fácil vem). Então, é isso que vai acontecer", declarou Mourão para jornalistas na chegada à Vice-Presidência nesta terça.

##RECOMENDA##

Ele reiterou que é preciso esclarecer, contudo, que a troca na chefia da empresa não é o mesmo que alterar sua política de preços. "Basta ficar muito claro que a troca do presidente não significa troca, vamos dizer, na política de preços que é praticada", completou.

Na segunda, o vice-presidente já havia avaliado que a estatal não sairia "prejudicada demais" pelas baixas nas ações após as declarações de Bolsonaro.

Mourão chegou a dizer que o mercado era um "rebanho eletrônico" e defendeu que não houve interferência do governo. Na segunda-feira, ele afirmou que era uma prerrogativa do presidente indicar um novo nome para o comando da Petrobras, já que o mandato do atual chefe da empresa, Roberto Castello Banco, acaba em março.

Nesta terça-feira, o Conselho de Administração da Petrobras deve votar se aprova ou não a indicação do general Joaquim Silva e Luna, escolhido por Bolsonaro para substituir Castello Branco. O mandatário disse na segunda-feira que o atual presidente da companhia tinha "zero compromisso" com o País.

As mudanças na Petrobras e as críticas a sua política de preços feitas por Bolsonaro ocorrem após quatro reajustes de preços neste ano. A categoria de caminhoneiros, uma das bases de apoio do presidente, pressiona o governo por conta da alta no custo do óleo diesel.

Em resposta, além da indicação para a troca na presidência da empresa, Bolsonaro também anunciou a isenção de impostos federais sobre o diesel por dois meses a partir de março.

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, atribuiu, nesta segunda-feira (22), a demissão de Roberto Castello Branco da presidência da Petrobras "talvez, à falta de comunicação" com o presidente da República, Jair Bolsonaro. Castello Branco deixa o posto após reiteradas críticas de Bolsonaro à política de preços da empresa, que realizou novo reajuste nos combustíveis na última quinta-feira (18). O vice-presidente da República disse não ver na demissão uma "forma de intervir nos preços, até pela própria legislação que rege a companhia".

Segundo Mourão, não houve interferência na estatal uma vez que a troca na presidência da petroleira estatal está "dentro das atribuições do presidente". "O mandato do Roberto terminava em 20 de março e poderia ser renovado ou não. A decisão é não renovar", argumentou Mourão.

##RECOMENDA##

Durante encontro com jornalistas no período da manhã, o vice-presidente comentou o aumento no preço do petróleo, que atribuiu, entre outros fatores, "ao inverno mais frio do Hemisfério Norte". "A turma lá queima petróleo pra poder se aquecer", afirmou o vice-presidente.

Para conter as variações, Mourão sugeriu a criação de um fundo soberano com base nos royalties do petróleo para ser utilizado a fim de amortecer aumentos. Atualmente, os recursos são repartidos entre Estados e municípios.

Mal-estar

O mercado reagiu mal na sexta-feira, após a demissão de Castello Branco ter sido anunciada. Em Nova York, os American Depositary Receipts (ADR), recibos de ações negociadas da Petrobras, têm queda de 16,22% antes da abertura do mercado nos Estados Unidos nesta segunda-feira.

Para o vice-presidente, o movimento é especulativo. "O mercado é rebanho eletrônico. Nego sai correndo para um lado, daqui a pouco eles voltam correndo de novo. Não vejo que vá prejudicar demais isso daí", afirmou Mourão. "Daqui a pouco volta tudo, principalmente porque o novo indicado Silva e Luna é um camarada extremamente preparado. Basta acompanharem o trabalho que ele fez em Itaipu", completou.

Na sexta-feira, Bolsonaro anunciou pelo Facebook que indicaria o general e ex-ministro da Defesa Joaquim Silva e Luna, atualmente diretor-geral brasileiro de Itaipu Binacional, para assumir a presidência da petroleira. Mourão relembrou a relação entre oficiais das Forças Armadas e o comando da estatal e disse que "a simbiose" entre ambos não vai prejudicar a Petrobras, "pelo contrário".

De acordo com os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Ministério da Defesa informou, nesta sexta-feira (12), que os alertas de desmatamento na região amazônica em janeiro tiveram queda de 70% em comparação do mesmo mês no ano passado. Em janeiro de 2020 foram 284 km² de áreas afetadas, contra 86 km² no mês passado.

Em um recorte maior, nos últimos seis meses, os dados revelam que houve uma redução de alertas de desmatamento de 988 km², esse registro representa uma queda de 21%. O número total corresponde a uma área maior que a cidade de São Paulo, que possui 950 km². Segundo o Ministério da Defesa, esse bom desempenho reflete no projeto coordenado pelo Conselho Nacional da Amazônia Legal, em especial, por meio da Operação Verde Brasil 2.

##RECOMENDA##

De maio de 2020 a janeiro de 2021 foram aplicadas mais de 4.842 multas, resultando em mais de R$ 3 bilhões. Neste período também foram apreendidos mais de 331 mil metros cúbicos de madeira, 1.699 embarcações, 326 tratores e 20 aviões/helicópteros.

O governo federal já prepara a saída das Forças Armadas da região. O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, confirmou essa semana que a operação em vigor desde maio encerra no dia 30 de abril. A fiscalização voltará a ser comandada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

Por Rafael Sales

Após o presidente da República, Jair Bolsonaro, demonstrar irritação com o mercado financeiro, o vice-presidente Hamilton Mourão disse, nesta sexta-feira (12), que o governo não pode ser "escravo do mercado". Sobre uma nova rodada do auxílio emergencial, Mourão opinou que o chefe do Executivo é "obrigado a decidir" alguma forma de auxiliar a parcela da população mais prejudicada por conta da pandemia da Covid-19.

"Em linhas gerais, ou você faz empréstimo extraordinário, aí seria tal do orçamento de guerra, ou corta dentro do nosso orçamento para atender as necessidades. Não tem outra linha de aço fora disso", disse Mourão na manhã desta sexta na chegada à vice-presidência.

##RECOMENDA##

Questionado sobre como o mercado financeiro receberia a possibilidade de um novo Orçamento de Guerra, Mourão respondeu: "Minha gente, a gente não pode ser escravo do mercado. Tem que entender o seguinte: temos aí 40 milhões de brasileiros em uma situação difícil. A gente ainda continua com a pandemia."

Na quinta-feira, durante transmissão ao vivo nas redes sociais, Bolsonaro disse que representantes do mercado ficam "irritadinhos" com "qualquer coisa que fala".

A fala remete a preocupação de investidores com medidas em análise pelo governo, como a retomada do auxílio emergencial, que possam comprometer o teto de gastos e a Lei de Responsabilidade Fiscal.

Conforme o jornal O Estado de S. Paulo mostrou, a equipe econômica considera mais três parcelas de R$ 200 do auxílio, desde que sejam aprovadas medidas de ajuste fiscal, como cortes de gastos com servidores, e uma base jurídica, como uma cláusula de calamidade ou uma nova versão do orçamento de guerra para permitir ao governo ampliar os gastos fora de amarras fiscais.

Segundo Mourão, dando aval ou não para novas parcelas do benefício, Bolsonaro será criticado. "Vamos lembrar, se ele disser que não vai auxiliar ele vai tomar pau, se diz que vai auxiliar vai tomar pau também. É uma situação difícil e julgo que ele vai buscar a melhor solução", declarou.

O chefe do Executivo indicou na quinta que o benefício tem "pressa"e já deveria começar a ser pago a partir de março e por até quatro meses.

Na visão do vice-presidente, o País ainda deve levar três ou quatro meses para ter "uma produção de vacina capaz de começar um processo de imunização consistente". E, enquanto isso, o governo segue em busca de alternativas para atender a população. "O presidente é obrigado a decidir alguma forma de auxiliar essa gente", disse.

O vice-presidente, Hamilton Mourão, confirmou ontem o fim da Operação Verde Brasil 2, de militares na Amazônia, em 30 de abril. A promessa agora é focar o trabalho dos agentes ambientais em 11 municípios com taxas mais altas de desmate. O Estadão apurou que o fim "prematuro" está ligado à falta de verba federal para o Ministério da Defesa. Em setembro, conforme previam metas do Conselho Nacional da Amazônia Legal, presidido por Mourão, o objetivo era manter os militares até o fim de 2022. A ida das tropas foi uma tentativa da gestão Jair Bolsonaro de responder às críticas ao desmate, no Brasil e no exterior.

Durante a quarta reunião do conselho, o vice-presidente disse que, no lugar da Verde Brasil 2, o órgão passa a trabalhar sobre o "Plano Amazônia 21/22", que terá a "colaboração das agências de fiscalização dos Ministérios da Justiça, Meio Ambiente, Agricultura e Gabinete de Segurança Institucional". Na prática, os militares saem para que o trabalho na floresta prossiga com agentes de Ibama, Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio), Polícia Federal e Rodoviária.

##RECOMENDA##

Mourão afirmou que o governo considera a possibilidade de contratação de pessoal temporário para atuar nas fiscalizações ambientais, mas lembrou da situação fiscal difícil e da necessidade de aval da área econômica. A Verde Brasil 2 começou em 15 de maio de 2020. "Custou R$ 410 milhões. Não é uma operação extremamente cara", disse o vice-presidente, apesar desse valor superar, de longe, os orçamentos de órgãos como Ibama, ICMBio e Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). "Houve comentários de algumas agências dizendo que, se tivessem esse dinheiro, fariam muito melhor. Isso tudo faz parte do debate. Caso for necessário, novamente, o emprego das Forças Armadas, isso será proposto ao presidente da República e ele tomará a decisão que melhor lhe prover."

O Plano Amazônia 21/22 terá, segundo o governo, "quatro eixos de atuação", para continuidade de ações de fiscalização e combate aos crimes ambientais e fundiários, como desmatamento ilegal e queimadas na floresta. O plano menciona "priorização de áreas onde a ocorrência da ilicitude pode afetar de maneira mais decisiva os resultados da gestão ambiental; aumento da efetividade da fiscalização e o fortalecimento dos órgãos; contenção dos ilícitos em conformidade com a lei; e oferta de alternativas socioeconômicas à população dentro do princípio do desenvolvimento sustentável".

Segundo Mourão, foram levantados 11 municípios do País que mais desmatam e o trabalho de fiscalização dos órgãos federais, neste ano, deverá se concentrar nessas áreas. Na prática, todas são conhecidas dos órgãos ambientais. "Levantamos que 70% do desmatamento e dos crimes ambientais ocorrem em 11 municípios. Sete estão localizados no Pará, um em Rondônia, dois no Amazonas e um em Mato Grosso", comentou ele. O vice-presidente não apresentou a lista de cidades. Pelos dados do Prodes, hoje os municípios com maior ocorrência de desmatamento no País são: Altamira (PA), São Felix do Xingu (PA), Porto Velho (RO), Lábrea (AM), Novo Progresso (PA), Itaituba (PA), Apuí (AM), Colniza (MT), Pacajá (PA) e Portel (PA).

Resultados

Ao falar sobre resultados da Verde Brasil 2, o vice-presidente disse que, entre 1.º de junho e 31 de janeiro deste ano, houve redução de 19% no desmatamento, quando comparado ao mesmo intervalo anterior. "No período anterior, haviam sido 7.900 metros quadrados de desmatamento. Neste período foram 6.400 m²", disse o vice-presidente. "A nossa meta é aquela colocada no Acordo de Paris. Em 2030, não pode ter mais desmatamento ilegal."

No último balanço anual, o desmate na Amazônia teve alta de 9,5%. Entre agosto de 2019 e julho de 2020, a devastação alcançou 11.088 km², ante 10.129 km² nos 12 meses anteriores. Esses dados são do Prodes - o sistema do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, do Ministério da Ciência e Tecnologia, que fornece a taxa oficial do desmatamento por ano. A perda florestal entre 2019 e 2020 equivale a sete vezes o tamanho da cidade de São Paulo.

Sobre a permanência dos militares em 2022, o ministro do GSI, Augusto Heleno, chegou a confirmar em setembro que estava "mais ou menos acertada". O aperto financeiro, porém, levou à desistência do plano e à decisão de acabar com a participação já em abril deste ano. Duas fontes do alto escalão do governo ouvidas pela reportagem afirmaram que não se trata de uma decisão tomada por Mourão, mas sim de negociação acompanhada de perto pelo ministro da Defesa, Fernando Azevedo, em contato direto com Jair Bolsonaro.

Nova métrica

O vice-presidente afirmou que o governo trabalha em parceria com o BNDES para uma nova "métrica" que ajude a apurar os resultados das ações do governo no setor, mas não deu mais informações. Questionado, Mourão disse também que o governo tem recebido sinais de outras nações e empresas interessados em colaborar, mas não deu detalhes. O vice-presidente disse que segue no conselho da Amazônia. Na terça, Mourão foi excluído de uma reunião no Palácio do Planalto que teve 22 dos 23 ministros (um estava viajando).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Depois de ter ficado de fora da reunião ministerial feita pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na manhã desta terça-feira (9), o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB), que não foi chamado, disse não ter ficado incomodado.

"Não fui convidado, não fui chamado. Acredito que o presidente julgou que era desnecessária a minha presença. Não estou incomodado, não", disse Mourão ao ser questionado pela imprensa em Brasília.

##RECOMENDA##

Essa não é a primeira vez que o vice-presidente fica de fora de uma reunião ministerial neste ano. No entanto, na primeira vez Mourão se recuperava da Covid-19.

Após a vitória política do governo na noite dessa segunda-feira (1º) com a eleição de Arthur Lira (PP-AL), na Câmara, e Rodrigo Pacheco (DEM-MG), no Senado, o vice-presidente Hamilton Mourão disse, na manhã desta terça-feira (2), que os novos presidentes se mostraram comprometidos em avançar com a pauta de ajuste fiscal do País.

"Pelas palavras de ambos (Lira e Pacheco) ontem, ambos se apresentaram comprometidos em fazer o avanço da pauta que é necessária para que o Brasil consiga solucionar a questão fiscal ou pelo menos encaminhar a questão da solução fiscal", observou Mourão ao chegar à sede da Vice-Presidência no Palácio do Planalto. Ele citou como exemplo de questões pendentes no Congresso as Propostas de Emenda à Constituição (PECs) Emergencial e do Pacto Federativo.

##RECOMENDA##

Sobre o avanço da pauta de reformas, reforçada ontem por Lira e Pacheco em seus discursos, Mourão opinou que a prioridade é a mudança do sistema tributário brasileiro. "Na minha opinião, a questão tributária é mais urgente até do que a questão administrativa." Em declarações anteriores, Arthur Lira sinalizou pretender dar prioridade à reforma administrativa.

Questionado sobre o retorno do auxílio emergencial, Mourão repetiu que é preciso encontrar espaço no Orçamento, como é defendido pelo ministro Paulo Guedes, da Economia. Tanto Lira quanto Rodrigo Pacheco são favoráveis à criação de um novo programa social do governo.

Mourão lembrou que houve um "forte endividamento" no ano passado e avaliou que, caso a ideia de um novo pagamento do benefício avance, é preciso buscar a solução que menos impacte as contas públicas. "É uma solução que você tira do lado para colocar do outro", disse em referência a possíveis cortes em outras áreas, como quer Guedes.

Sobre a eleição dos candidatos governistas, o vice-presidente afirmou que os indícios "eram de que as duas eleições seriam vencidas de forma bem tranquila". Na Câmara, Mourão comentou que as avaliações previam uma vitória por cerca de 300 votos para Lira, o líder do Centrão. O deputado alagoano foi eleito presidente da Câmara em primeiro turno, com 302 votos. No Senado, Rodrigo Pacheco venceu com 57 votos, 16 a mais que os 41 necessários.

Em relação ao apoio do governo ao líder do Centrão e à prática do "toma lá, dá cá" envolvendo cargos, Mourão voltou a dizer que "a gente tem que saber trabalhar com as peças que estão aí no tabuleiro".

Na conversa com jornalistas nesta manhã, Mourão também avaliou que o País deve ao longo do ano retomar um "ritmo de vida mais normal" com a chegada da vacina contra o coronavírus. No último fim de semana, o Brasil atingiu mais de 2 milhões de pessoas vacinadas. O número representa ainda menos de 2% da população total do País.

Após demitir um assessor que teria tratado da articulação de um futuro impeachment do presidente Jair Bolsonaro, o vice-presidente Hamilton Mourão afirmou, nesta sexta-feira (29), que a situação foi "lamentável" e que gerou "um ruído desnecessário". Ainda na quinta (28), Mourão exonerou Ricardo Roesch Morato Filho depois de o site O Antagonista revelar supostas conversas do assessor e um chefe de gabinete de um deputado. O vice-presidente reforçou ser contra um processo de impeachment e disse prezar pelo "princípio da lealdade".

"Foi uma situação lamentável. Em primeiro lugar, porque não concordo com o processo de impeachment, não apoio isso aí, como já falei várias vezes. Segundo lugar, não é a forma como eu trabalho", disse em conversa com jornalistas na chegada ao Palácio do Planalto.

##RECOMENDA##

Ricardo Roesch, então chefe de assessoria parlamentar de Mourão, teria enviado mensagens convidando um chefe de gabinete no Congresso para um café e mencionado conversas com "os assessores de deputados mais próximos". "É bom sempre estarmos preparados", escreveu.

Na troca de mensagens, ele sugere a perda de força do general Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência. Segundo ele, Mourão teria dividido a ala militar do governo. Ele diz ainda: "capitão está errando muito na pandemia - Gal. Mourão é mais preparado e político você sabe disso".

Na quinta-feira, em nota, a vice-presidência repudiou a "inverdade de toda a narrativa" e negou que alguém da equipe de Mourão teria comportamento como o revelado inicialmente pelo site O Antagonista. Entretanto, a demissão do assessor foi mencionada pelo vice-presidente ainda ontem e confirmada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU).

"Uma troca de mensagens imprudente, gera um ruído totalmente desnecessário no momento que a gente está vivendo. A partir daí a pessoa que tinha um cargo de confiança perde a confiança para exercer esse cargo. Lamento isso", afirmou Mourão.

Ele disse não ter conversado sobre o assunto com Bolsonaro por se tratar de uma "questão interna" da sua equipe. Ele declarou ainda que o assunto está "resolvido e encerrado". "Eu prezo por demais o princípio da lealdade", disse. "A lealdade é uma estrada de mão dupla, ela é minha com meus subordinados, vamos falar assim, e deles comigo. No momento que isso é rompido, se rompe um elo e não dá mais para trabalhar junto", acrescentou.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando