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O vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), disse nesta sexta-feira (17), que a presidente Dilma Rousseff (PT) "ainda não decidiu e não deliberou" sobre os possíveis vetos à Medida Provisória 595, a MP dos Portos, aprovada na quinta-feira pelo Congresso. "A presidente ainda não decidiu e nem deliberou; não sei quais serão os vetos ao projeto", disse Temer, após participar de encontro com prefeitos do PMDB em Indaiatuba (SP).

Sobre a proposta da oposição de criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a liberação de emendas do governo para parlamentares aprovarem o projeto, Temer avaliou que o assunto diz respeito à Câmara. "É preciso ainda ver se a proposta vai prosperar", disse.

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O vice-presidente afirmou, ainda, em uma rápida entrevista ao sair do evento, que o cenário da economia "é otimista, com perspectivas positivas" e que "o temor de inflação está desaparecendo".

O senador Romero Jucá (PMDB-RR) avaliou na manhã desta sexta-feira (17), que o ideal seria que a presidente Dilma Rousseff fizesse o mínimo de vetos possíveis à Medida Provisória 595, a MP dos Portos. A proposta, propagada pelo governo como uma forma de modernizar os portos do País, evitando um apagão no setor, foi aprovada pelo Senado na quinta-feira (16) a menos de cinco horas de perder a validade.

"Quanto menos vetos, melhor", disse Jucá, em entrevista a jornalistas no Senado. Para defender essa posição, o peemedebista, ex-líder do governo no Senado e atual segundo vice-presidente da Casa, destacou que foram feitos acordos políticos para a aprovação da MP durante a tramitação dela no Congresso. Ele afirmou que qualquer veto presidencial tem de ser analisado em até 30 dias.

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O Senado não fez nenhuma alteração ao texto aprovado pela Câmara dos Deputados, que, em relação às mudanças da comissão mista da MP, fez quatro alterações. Romero Jucá ressaltou ainda que o ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, tomou a decisão acertada ao negar o pedido apresentado pela oposição, no meio da tarde, para tentar suspender a votação da MP dos Portos no Senado.

Depois de cinco meses de muita discussão, polêmica e incertezas, os investidores respiraram aliviados na quinta-feira (17), com a aprovação da MP dos Portos no Senado. Um dos principais pontos de comemoração e otimismo foi a extinção da exigência de carga própria para a construção de novos terminais na costa brasileira.

"Esse foi o grande marco da MP, que vai elevar o volume de investimentos no setor e melhorar a competitividade", afirma o diretor-presidente da Odebrecht Transport, Paulo Cesena. Na avaliação dele, embora alguns itens possam ser vetados pela presidente Dilma Rousseff, a medida provisória foi aprovada na sua essência.

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Daqui para a frente, afirma o executivo, todos os esforços têm de ser colocados na regulamentação das novas regras, para que os investimentos se tornem realidade o mais rápido possível. Cesena diz que, a partir de agora, será possível estudar projetos de novos terminais de granéis líquidos e sólidos em várias regiões do País, sem ter a necessidade de encontrar um sócio que garanta a carga própria para o terminal.

A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) também aplaudiu a aprovação da MP. Em nota, o presidente da entidade, Paulo Skaf, disse acreditar que a presidente Dilma pode lançar mão de alguns vetos para "restabelecer o espírito original" da MP e, com isso, abrir as licitações.

Na opinião de Skaf, as novas regras criam condições para a imediata abertura de licitações dos mais de 50 contratos vencidos, usando o critério de menor tarifa combinado ao de maior volume de carga. Na visão dele, a MP é fundamental para dar "um choque de competição", além de atender a reivindicações do setor produtivo.

O diretor executivo da Associação de Usuários de Portos da Bahia (Usuport), Paulo Villa, também aposta em alguns vetos da presidente Dilma para melhorar o conteúdo aprovado pelo Congresso. "O governo tem de ficar atento e deve vetar tudo aquilo que compromete a competitividade da economia. O setor portuário é muito importante e estratégico para o País."

Villa não concorda, por exemplo, com a renovação dos terminais portuários com contratos vencidos. Pela MP, esses terminais poderão ser renovados por mais dez anos, atrelados a um plano de investimentos. "Na minha opinião, o governo deveria fazer novas licitações dessas áreas e estipular aumento de capacidade dos terminais. Esse tipo de medida não beneficia em nada a nação." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A menos de 5 horas de perder a validade, o Senado aprovou, na quinta-feira (16), a Medida Provisória 595, a MP dos Portos, que pretende atrair mais investimentos privados para o setor portuário, aumentando a competitividade. O texto, que ficou duas madrugadas sendo discutido na Câmara dos Deputados, segue agora para o Palácio do Planalto, que analisa a possibilidade de vetar até cinco artigos.

É possível que a presidente Dilma Rousseff, segundo fontes, opte por manter um ou outro item e regulamente algum por decreto, o que daria margem de manobra para o governo em questões técnicas.

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Os senadores precisaram de sete horas para confirmar o texto que veio da Câmara, sem alterações. Até o início da noite, a base aliada deixou os senadores da oposição e os independentes se revezarem nos discursos em plenário, numa tentativa de inviabilizar a votação.

A principal reclamação foi sobre o pequeno tempo para discussão do texto no Senado. A senadora Ana Amélia (PP-RS) disse que o governo empurrou "goela abaixo" do Congresso a MP, que poderia ser mais discutida se tivesse sido enviada como projeto de lei. Para aplacar as críticas, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), anunciou que nenhuma outra MP será analisada se não chegar ao Senado com um prazo mínimo de sete dias.

No fim da tarde, os líderes aliados decidiram asfixiar manobras regimentais dos oposicionistas. A primeira iniciativa partiu de Renan Calheiros. Ele rejeitou um pedido do líder do PSDB, Aloysio Nunes Ferreira (SP), que queria apresentar novas emendas. Em seguida, o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), deu o tiro fatal nas tentativas da oposição de prolongar a discussão. Um requerimento dele propôs a rejeição em bloco dos nove destaques e emendas apresentadas pela oposição. Foi aprovado em votação simbólica, abrindo caminho para votação do texto recebido dos deputados.

Na noite de quinta-feira, o ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou um pedido de três senadores de oposição para que fosse anulado o processo de aprovação da MP. Os parlamentares argumentavam que os integrantes do Senado não tiveram tempo para analisar todas as propostas antes de votá-las. A ação ainda será julgada pelo plenário do STF, mas não há previsão de data para o julgamento.

Câmara

O texto-base recebeu o aval do plenário na terça-feira (14), mas os deputados levaram toda a quarta-feira e avançaram pela madrugada de ontem para votar os destaques - mais de 40 horas de apreciação da matéria.

Após a votação dos destaques, à 1h40, houve uma debandada de deputados, que não sabiam da necessidade de permanecer em plenário para aprovar o texto final. Por volta das 7h, os líderes do governo, Arlindo Chinaglia (PT-SP), e do PT, José Guimarães (CE), davam a derrota como certa. "A MP vai caducar", dizia Chinaglia. A aprovação do texto final só se concluiu às 9h43, depois de atingido o quórum mínimo de 257 deputados, com o registro da presença de deputados da oposição, que estavam em obstrução.

O texto que saiu do Congresso ficou próximo do que o governo queria. Foi preservado o centro da proposta, com a possibilidade de abertura de terminais privados que movimentem cargas próprias e de terceiros. Para o governo, a mudança atrairá investimentos, elevará a concorrência e reduzirá preços.

O senador mineiro Aécio Neves (PSDB) não participou da votação que aprovou nesta quinta-feira a Medida Provisória dos Portos, a MP 595. Mesmo tendo feito três discursos durante os debates, o tucano deixou o plenário sem registrar o voto da MP, defendida pela presidente Dilma Rousseff - virtual adversária na dele na disputa eleitoral em 2014 - como forma de modernizar o setor portuário do País.

Outros quatro colegas de bancada de Aécio também não votaram: Cássio Cunha Lima (PB), Cyro Miranda (GO), Flexa Ribeiro (PA) e Mário Couto (PA). Os três últimos fizeram ao longo do dia duras críticas à medida provisória ou à forma de afogadilho com que o Senado teve de apreciar a matéria. Dos 12 senadores do partido, cinco ausentaram-se no momento da votação.

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"O PT, durante dez anos, ignorou o estado de calamidade por que passam os portos brasileiros", criticou Aécio, por volta das 13 horas. "De uma hora para outra, esse tema, felizmente para a nação brasileira, tornou-se relevante e urgente para os inquilinos do poder", ironizou ele, em outro discurso, por volta das 16 horas. Na última fala, uma hora depois, ele chegou a lembrar que o PSDB não iria votar uma "matéria sob suspeição", referindo-se à acusação feita pelo líder do PR na Câmara, Anthony Garotinho (RJ), de que estariam havendo negociatas patrocinadas por uma emenda do líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ).

Procurada, a assessoria de Aécio informou que ele preferiu dar o voto dele durante o discurso, quando afirmou ser a favor do mérito da matéria, mas contra a forma como a medida provisória foi encaminhada. Além disso, o PSDB estava em obstrução. Somente o líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (SP), e a senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO) votaram contra a MP. Outros quatro se abstiveram: Alvaro Dias (PR), Ataídes de Oliveira (TO), Cícero Lucena (PB) e Ruben Figueiró (MS). Um tucano votou a favor, Paulo Bauer (SC).

Ao todo, a MP foi aprovada por 53 votos a favor e sete contra e outras cinco abstenções - o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), não votou. Além das cinco ausências do PSDB, outros dez senadores não participaram da votação. No PMDB, Casildo Maldaner (SC) e José Sarney (AP), Jarbas Vasconcelos (PE), João Alberto Souza (MA) e Roberto Requião (PR). No PTB, Epitácio Cafeteira (MA), João Vicente Claudino (PI) e Mozarildo Cavalcanti (RR). No Democratas, Maria do Carmo Alves (SE) e, no PT, o senador Walter Pinheiro (BA).

A chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, agradeceu nesta quinta-feira ao Congresso pela aprovação da Medida Provisória 595, a MP dos Portos. "Essa é uma vitória do Brasil", disse, no Palácio do Planalto, logo após a conclusão da votação no Senado. Gleisi lembrou que se trata de uma matéria complexa, que envolve muitos setores. "É uma matéria estruturante para o País e os debates são naturais. Cada um tem a sua visão de desenvolvimento, de modelo, de sistema", disse, numa referência à longa discussão que a MP provocou, principalmente na Câmara.

Questionada sobre a possibilidade de a presidente Dilma Rousseff vetar algum ponto da medida, Gleisi disse que é preciso ainda analisar o texto final, aprovado pelo Congresso. "Temos um tempo ainda para fazer essa análise com responsabilidade", disse a ministra. "Não podemos ainda falar em vetos, que são uma prerrogativa constitucional da presidente da República", completou. Ela destacou, no entanto, que todos os acordos feitos no Congresso serão honrados e os pontos que foram incluídos sem acordo serão analisados pelo governo.

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A ministra afirmou que serão necessários decretos, portarias e resoluções da Secretaria de Portos para regulamentar a matéria. O ministro de Portos, Leônidas Cristino, disse que essas normas começarão a ser preparadas. "Tem muita coisa que temos que regulamentar através de decretos e resoluções. Precisamos primeiro receber essa lei e depois analisar item por item e vamos saber que tipo de regulamentação é necessária", afirmou. O ministro aproveitou para também agradecer aos parlamentares e disse que o "Congresso Nacional apoiou essa matéria porque sabe da sua importância".

Gleisi informou que Dilma ficou muito feliz com a vitória e lembrou que a MP dá competitividade para a economia brasileira e promoverá a modernização do sistema portuário. Segundo ela, Dilma ligou para o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e para o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), após a conclusão dos trabalhos no Congresso.

A ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, completou que foram incluídos muitos avanços no texto e que o Congresso aperfeiçoou a matéria. "Entre o texto original da MP e o texto que vem para sanção, foi um longo processo de negociação. Foram incluídos muitos avanços, o Congresso aperfeiçoou a matéria", disse.

A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) comemorou a aprovação da Medida Provisória (MP) dos Portos pelo Senado nesta quinta-feira. Em nota, o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, afirmou acreditar que a presidente Dilma Rousseff pode lançar mão de alguns vetos para "restabelecer o espírito original" da MP e, com isso, abrir as licitações.

De acordo com ele, a aprovação cria condições para "a imediata abertura de licitações dos mais de 50 contratos vencidos usando o critério de menor tarifa combinado ao de maior volume de carga". Segundo Skaf, a MP é "fundamental" para a dar "um choque de competição" e atende a reivindicações do setor produtivo para redução de custos portuários.

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Relator da Comissão Especial que analisou a Medida Provisória 595, a chamada MP dos Portos, o senador Eduardo Braga (PMDB-AM) comemorou nesta quinta-feira a aprovação no Senado. De acordo com ele, o novo marco regulatório do setor "prepara o Brasil para o futuro e diminui o custo-Brasil". "A indústria brasileira voltará a ser competitiva, porque teremos uma logística muito mais eficiente e mais preparada para concorrer com a realidade mundial", resumiu.

Na noite desta quinta-feira, o Senado conseguiu aprovar o texto votado pela manhã na Câmara, que avançou na madrugada para avaliar o tema. Embora a Câmara tenha modificado alguns pontos do texto que havia sido produzido na Comissão Especial, Braga argumentou que as alterações não desestruturaram a MP. "Não vejo mudanças na Câmara que tenham desestruturado a essência da MP. Ao contrário."

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Questionado sobre a possibilidade de veto de trechos da MP pelo Planalto, o senador se limitou a dizer que isso é uma prerrogativa da presidente. "A presidente (Dilma Rousseff) tem a competência do veto. Mas eu acabo de receber uma ligação da presidente em que ela parabeniza o Congresso Nacional por uma vitória importante para o País", afirmou. "Agora, ela vai ter a oportunidade de avaliar o que saiu do Congresso. E eu tenho muita esperança que será esse o texto sancionado."

Oposição

Os partidos de oposição tentaram, sem sucesso, obstruir a votação e levar a sessão para além da meia-noite, quando a medida provisória perderia a validade. Ao final da votação, o líder do DEM, José Agripino Maia, que chegou a entrar com um mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a apreciação da matéria pelo plenário nesta quinta, criticou a forma com a qual a matéria tramitou no Congresso. "Ninguém discutiu nada do texto da Câmara", disse Agripino, alegando que o governo agiu de forma autoritária. "O governo passou o rolo compressor", criticou.

A menos de 5 horas de perder a validade, o Senado aprovou a Medida Provisória dos Portos, a MP 595/2012. Ao contrário das sessões que vararam a madrugada duas vezes na Câmara dos Deputados, e somaram 44 horas de discussão e votação, os senadores precisaram de apenas sete horas para confirmar o texto que veio da outra Casa Legislativa, sem alterações. A proposta, que recebeu 53 votos a favor, sete contra e cinco abstenções, agora segue para a presidente Dilma Rousseff, que deve fazer vetos às modificações feitas no Congresso Nacional.

A MP tem sido vendida pelo governo como uma solução para modernizar o sistema portuário, abrindo a possibilidade de maior participação do setor privado nos investimentos. Até o início da noite desta quinta-feira, 16, a base aliada deixou os senadores da oposição e os independentes se revezarem nos discursos em plenário, numa tentativa de inviabilizar a votação da proposta. Contudo, os líderes aliados decidiram asfixiar quaisquer manobras regimentais dos oposicionistas.

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A primeira iniciativa partiu do próprio presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Ele rejeitou um pedido do líder do PSDB na Casa, Aloysio Nunes Ferreira (SP), que queria apresentar novas emendas para a votação. Renan negou-lhe o direito com o argumento de que regimentalmente a fase de apresentação de emendas já havia encerrado.

Em seguida, o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), deu o tiro fatal na tentativa da oposição de prolongar a discussão. Um requerimento dele propôs a rejeição em bloco dos nove destaques e emendas apresentadas pela oposição. Foi aprovado em votação simbólica. Eunício conversou ao telefone com a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, que lhe orientou a pedir a presença dos parlamentares. Três senadores do bloco liderado por ele, composto por 25 parlamentares, cancelaram o retorno aos seus Estados para participarem da votação. Antes mesmo da votação, o presidente do Democratas, senador Agripino Maia (RN), já admitia a derrota. "É uma sessão de cartas marcadas e já se sabe o resultado", disse.

Em minoria, os oposicionistas também reconheceram reservadamente que o recurso ao Supremo Tribunal Federal para congelar a tramitação da MP dos Portos não tinha chances para prosperar. O presidente do Senado reclamou da judicialização da matéria, classificando-o como sobejamente ineficaz. O pedido de liminar da ação não foi sequer apreciada pelo ministro Celso de Mello, designado relator no Supremo.

MP conhecida

Durante as discussões em plenário, os parlamentares reclamaram do pouco tempo para analisar a matéria. Apesar de ter orientado a bancada a favor da MP, o líder do PSB, Rodrigo Rollemberg (DF), se disse profundamente constrangido em votá-la - o texto chegou ao Senado pouco antes das 10 horas da manhã. O senador Pedro Taques (PDT-MT) fez coro. "Não é possível votarmos uma fraude", disse. A senadora Ana Amélia (PP-RS) disse que o governo empurrou "goela abaixo" do Congresso a MP, que poderia ser mais discutida via projeto de lei.

O relator da MP na comissão mista, senador Eduardo Braga (PMDB-AM), rebateu as críticas dos colegas que diziam não conhecer o texto que iriam votar. Segundo ele, a proposta só teve quatro alterações na Câmara. "Não me sinto de forma nenhuma constrangido em votar no dia de hoje (quinta-feira) o relatório que foi aprovado no dia 24 de abril de 2013 (na comissão)", disse. "Esta matéria foi discutida, debatida, amplamente divulgada e teve a participação direta e indireta dos senhores parlamentares", disse. "Encontramos um texto que, se não era o ideal, era o possível numa democracia."

Para aplacar as críticas, Renan Calheiros anunciou na abertura da sessão que, a partir de agora, nenhuma MP será analisada se não chegar ao Senado com um prazo mínimo de sete dias. O senador Jarbas Vasconcelos (PE), independentemente do PMDB, rebateu-o, dizendo que não tinha "nenhum motivo" para acreditar na palavra do presidente do Senado e abandonou o plenário para não fazer, como disse, "papel de bobo".

O Senado aprovou, simbolicamente, nesta quinta-feira, a Medida Provisória dos Portos (MP 595/2012). Agora, o plenário passa pela verificação dos votos. Mais cedo, ao contrário da Câmara, a base aliada do governo, unida, decidiu impor a ampla maioria no Senado. O plenário da Casa rejeitou, em votação simbólica, a apreciação separada das nove emendas que tinham sido apresentadas pela oposição. Elas tinham por objetivo adiar o quanto fosse possível a votação da MP a fim de levá-la até depois das 23h59, quando perderia a validade.

Ao contrário da Câmara, a base aliada do governo, unida, decidiu nesta quinta-feira impor a ampla maioria no Senado. O plenário da Casa rejeitou, em votação simbólica, a apreciação separada das nove emendas que tinham sido apresentadas pela oposição. Elas tinham por objetivo adiar o quanto fosse possível a votação da MP a fim de levá-la até depois das 23h59, quando perderá a validade. Com isso, a MP está na eminência de ser votada. Apenas três senadores estão inscritos para discursar antes da votação do mérito propriamente dito.

O pedido de votação em bloco foi apresentado pelo líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), e contou com o apoio do líder do PT na Casa, Wellington Dias (PI). A situação da MP no Senado é bem diferente da Câmara, quando os deputados demoraram mais de 40 horas para apreciar a matéria. Lá, várias manobras regimentais foram realizadas para atrasar a aprovação da MP.

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O presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), rejeitou nesta quinta-feira um requerimento apresentado pelo líder do PSDB na Casa, Aloysio Nunes Ferreira (SP), que permitiria a apresentação de novos destaques à Medida Provisória 595, a MP dos Portos. O argumento regimental é que não se pode apresentar novas emendas depois de encerrado o momento de discussão do plenário. Pouco antes, os líderes da base aliada sugeriram que os sete destaques apresentados por integrantes da oposição à MP dos Portos sejam votados em bloco. A proposta tem por objetivo abreviar a votação e aprovar logo a MP.

A votação da Medida Provisória 595 – conhecida como a MP dos Portos foi analisada na tarde desta quinta-feira (16) pelo prefeito do Recife Geraldo Julio (PSB). A matéria seguiu para votação do Senado Federal na manhã desta quinta, após ter sido aprovada na Câmara Federal.

O prefeito disse que estava torcendo para que o Porto de Suape não seja prejudicado. “Eu acho que é importante que o Congresso Nacional preserve os interesses do Estado de Pernambuco, principalmente em relação à Suape. Isso é extremamente importante”, ressaltou.

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O socialista também frisou a importância do porto pernambucano e disse estar acompanhando a votação. “Estou acompanhando essa votação na expectativa que a gente tenha a garantia que Suape, que é uma lavanca de desenvolvimento aqui do Estado de Pernambuco tenha os interesses preservados”, reforçou o gestor.

A MP dos Portos tem até as 23h59 desta quinta-feira para ser votado no Senado Federal. 

O plenário do Senado aprovou nesta quinta-feira, em votação simbólica, a derrubada de todos os recursos apresentados por senadores de oposição e independentes que questionavam pontos da Medida Provisória 595, a MP dos Portos. Após cinco horas de discursos, os senadores finalmente começaram a discutir o mérito da proposta.

O principal dos recursos rejeitado foi apresentado pelo líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (SP). Ele havia dito ter acusado a existência de um "erro material" entre o texto aprovado na comissão mista da MP, e o texto agora sob análise dos senadores. O líder tucano queria suspender a tramitação da medida provisória.

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O parecer do senador Eduardo Braga (PMDB-AM), relator da comissão mista, havia aceitado excluir o termo "organizados" do artigo que trata da organização do trabalhador portuário. O questionamento apresentado pelo líder tucano já tinha sido feito ontem pelo deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP). A mudança garantiria, segundo Paulinho, que os trabalhadores do setor pudessem trabalhar tanto em portos privados quanto públicos, previsão que, hoje, não existe.

A expressão, contudo, foi mantida no relatório de Braga, aprovado pelo plenário da Câmara dos Deputados na noite de quarta. Os senadores decidiram rejeitar os recursos em bloco, por entender que os assuntos eram semelhantes. "Estamos vivendo um novo autoritarismo. Espero que Vossa Excelência não seja uma peça disso", criticou Nunes Ferreira. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), rebateu, dizendo que algo que engrandece nesta Casa é o espírito de conciliação.

Em pronunciamento no plenário, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), reclamou nesta quinta-feira (16) do mandado de segurança que a oposição vai apresentar ao Supremo Tribunal Federal (STF), ainda esta tarde, para congelar a tramitação da Medida Provisória 595, a MP dos Portos.

Renan disse que vai demonstrar "sobejamente a ineficácia" do recurso. Na ação, parlamentares do PSDB, Democratas e do Psol argumentam que não há tempo "minimamente razoável" para a apreciação do texto e que isso remove a prerrogativa do Senado de ser a Casa Legislativa revisora.

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Renan queixou-se de que, no mandado de segurança, não há um ponto do regimento interno do Senado e da Constituição Federal que é questionado pela oposição. "É a repetida prática de pedir ao Supremo o controle preventivo de que sequer citar um artigo do regimento que está descumprido", afirmou.

O vice-líder do Democratas no congresso nacional, deputado Mendonça Filho, declarou que a Medida Provisória dos Portos (MP 595), aprovada na Câmara dos Deputados, após quase 40 horas de discussão em plenário, é um atraso para o País no setor portuário e muito prejudicial ao porto de Suape. “A MP cria uma distorção competitiva entre os operadores privados e os portos públicos como Suape, além da centralização que atenta um princípio básico de que os estados devem ter autonomia portuária para fazer sua política de atração de investimentos e ao mesmo tempo de comércio exterior”, criticou. Mendonça alertou para a perda de competitividade de Suape, um porto público com operação privada, em relação a Pecém, no Ceará, um porto privado.

Segundo o deputado, as bancadas oposicionistas vão se reunir ao longo do dia para articular a derrubada da proposição no plenário do Senado Federal. A MP perde a eficácia a meia noite desta quinta-feira (16). Durante as sessões convocadas em sequencia pelo presidente da Câmara, a oposição mostrou os erros da MP e os problemas que seus desdobramentos podem causar ao País. “Mostramos que essa MP não interessa ao Brasil. É uma MP denorex, parece modernizadora, mas não é”, ressaltou. Desde o início da apreciação da matéria esta semana, o Democratas se posicionou contra a MP.

Em plenário, a bancada demonstrou que a Lei dos Portos de 1993 trazia as regras necessárias para atração de investimentos e modernização da estrutura portuária brasileira. Os deputados argumentaram que o Decreto 6.620/2008 editado pelo ex-presidente Lula é que trouxe o atraso aos portos ao dificultar a operação privada. Na avaliação de Mendonça Filho a votação da MP dos Portos evidenciou a divisão na base governista e a capacidade da oposição na Câmara dos Deputados.

“Se a Câmara foi capaz de resistir a esse tempo todo aqui em votações pela madrugada, sessões ininterruptas, tenho certeza que usando o regimento interno respeitando a Constituição o Senado não vai se transformar em Casa de homologação. O regimento e a Constituição Federal asseguram a necessária publicação prévia da MP com um tempo mínimo de 24 horas para ser apreciada e nós vamos conversar com a bancada oposicionista para que a gente possa derrubar a MP no Senado Federal”, defendeu.

O democrata também contou esperar que o Senado Federal cumpra com a Constituição e não permita uma votação a toque de caixa dessa Medida Provisória.  “A lição política que a oposição conseguiu mostrar ao Brasil foi o racha profundo que existe na base no governo. PMDB e PT não se entendem e essa nossa ação teve como derivativo direto apontar essa divisão forte na base governista e isso vai ter consequências muito sérias para um governo que está desarticulado politicamente, que é fracionado e interage muito mal com a sua base. Na base, sempre, da truculência, da arrogância, da prepotência. A realidade vai significar no futuro outras situações de aperto como eles sentiram aqui na Câmara”, alfinetou o deputado.

Confira a declaração do deputado democrata

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As lideranças do DEM, PSDB e PSOL no Senado apresentarão ainda na tarde desta quinta-feira (16) um mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo a suspensão da análise da Medida Provisória 595, a MP dos Portos, na sessão plenária da Casa. As bancadas argumentam que não há tempo "minimamente razoável" para a apreciação do texto e que isso remove a prerrogativa de Casa revisora do Senado.

Em mais de 20 horas de sessão nesta quarta-feira, 15, a Câmara aprovou a redação final da MP, que tem por objetivo modernizar os portos brasileiros. Como a MP caduca à meia-noite desta quinta-feira e a Câmara terminou de analisar a matéria por volta das 9 horas da de hoje, os líderes no Senado José Agripino (DEM), Aloysio Nunes Ferreira (PSDB) e Randolph Rodrigues (PSOL) alegam que não foi assegurado à Casa "um tempo minimamente razoável para sua análise (da MP)". Com isso, continua o texto do mandado de segurança, o Senado passa a ter um papel "meramente cartorial e, nessa medida, escancaradamente inconstitucional".

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Caso a apreciação da matéria já tenha sido iniciada a análise do mandado, os parlamentares pedem ainda a anulação da deliberação. "Não se mostra minimamente razoável concluir que, em menos de dez horas, possa a Casa revisora cumprir, com eficiência, o seu papel institucional que lhe impôs a Carta da República de realizar um juízo de valor sobre as 678 emendas parlamentares apresentadas ao texto da MP", escrevem.

O presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), disse nesta quinta-feira que a presidente Dilma Rousseff telefonou para ele hoje pela manhã para agradecer a aprovação da MP dos Portos na Casa. Depois de forte pressão do governo, Alves anunciou às 9h43 de hoje que o texto seguiria para apreciação do Senado Federal.

"Recebi um telefonema da presidenta Dilma e eu falei um pouquinho com ela. Ela agradeceu muito, sobretudo, a conduta firme e democrática porque, se vocês não sabem, foi a sessão mais longa da história do parlamento brasileiro. Foram 18 horas num dia e foram 21 horas no dia de ontem para hoje. Então foi uma marca histórica daquela Casa e ela acompanhou, as ministras Gleisi (Gleisi Hoffmann, da Casa Civil) e Ideli (Ideli Salvatti, da Secretaria de Relações Institucionais) acompanharam também", afirmou Alves. "Ela (Dilma) agradeceu muito o nosso empenho, a maneira como conduzimos a sessão e o resultado, e agora vai acompanhar no Senado."

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De acordo com o presidente da Câmara, Dilma está "feliz" e "otimista" com a aprovação da MP dos Portos nesta quinta no Senado Federal.

Questionado sobre as palavras ditas pela presidente Dilma, o deputado respondeu: "Firmeza, determinação, caráter democrático como eu conduzi, a paciência que eu tive. Eu disse: 'Aquilo é normal, presidenta. A oposição me respeitou muito porque eu respeitei muito eles, então foi um clima de cordialidade, de luta normal no Parlamento, e agora a senhora se preocupe com o Senado porque na Câmara eu cumpri o dever'".

O presidente da Câmara reiterou que a MP dos Portos é "importante para o Brasil modernizar os portos, dar lucratividade e dar condições importantes de crescer" e admitiu que o Senado terá um prazo ainda mais curto para aprovar a matéria.

"Há uma proposta mudando o rito de Medidas Provisórias da Câmara. Vamos examinar na semana que vem para ver se a gente pode dar um critério mais justo, mais razoável para Câmara e Senado na apreciação de medidas provisórias", comentou Alves.

O presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), abriu por volta das 13h50 desta quinta-feira a ordem do dia no plenário do Senado. Calheiros recusou requerimento do líder do PSDB na Casa, Aloysio Nunes Ferreira (SP), para retirada da pauta da Medida Provisória dos Portos (MP 595/2012) por falta de amparo regimental.

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Apesar dos protestos da oposição, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), abriu a Ordem do Dia e manteve a MP dos Portos na pauta. Segundo ele, o Regimento Interno está sendo cumprido, já que estabelece que as medidas provisórias que chegam com prazo de menos de dez dias de votação passam a tramitar em regime de urgência.

"O artigo 337 do regimento interno diz que a urgência dispensa, durante toda a tramitação da matéria, interstícios, prazos, informalidades regimentais, salvo pareceres, quórum para deliberação e distribuição de cópias da proposição principal, coisas que foram todas circunstancialmente atendidas", explicou Renan.

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A expectativa é que os senadores consigam votar a matéria antes da maia-noite, impedindo que a MP perca a validade. Com o texto final aprovado apenas na manhã desta quinta-feira (16) na Câmara, a MP chegou ao Senado sob protesto dos parlamentares pelo curto tempo para análise e votação. Como a matéria sofreu alterações, ela passou a tramitar como Projeto de Lei de Conversão 9/2013.

O senador Jarbas Vanconcelos criticou a postura de Calheiros e se recusou a participar da votação. O senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO) também lamentou a situação e responsabilizou o presidente do Senado pelo fato.

Já o senador Eduardo Braga (PMDB-AM), relator da MP, disse que o texto que chegou ao Senado é quase o mesmo aprovado na comissão mista e que, por isso, ele se sente “honrado de votar a matéria no plenário”.

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