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O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse, nesta quinta-feira (20), que o governo federal deveria ter apoiado a criação da CPMI sobre os atos de vandalismo do dia 8 de janeiro desde o início e afirmou que a comissão deve ser instalada no próximo dia 26.

Os parlamentares da base do governo estavam atuando contra a criação da CPMI, mas mudaram de posição após a revelação de que o General Gonçalves Dias, do GSI, esteve no Palácio do Planalto e teria confraternizado com os vândalos.

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"O governo devia ter tido essa postura (de defender a CPMI) desde o início. Eu disse desde o início que era legítimo o parlamento fazer as investigações. O governo se colocou contra em um primeiro momento", afirmou Pacheco em Londres, após fazer uma palestra para empresários do Lide Brazil Conference.

Um dia depois de líderes do governo pedirem o adiamento da sessão do Congresso que faria a leitura da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos golpistas - capitaneada por parlamentares do grupo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) - deputados da própria base de apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mudaram de posição.

Eles passaram a defender a instalação da CPMI logo após a aparição das imagens de que o ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Marco Edson Gonçalves Dias, teria facilitado o trânsito de vândalos no Palácio do Planalto durante os protestos de 8 de janeiro. O ministro pediu exoneração do cargo.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), prometeu ajudar o Palácio do Planalto a arrumar a base de sustentação no Congresso. O primeiro movimento ocorrerá com uma mudança significativa na Lei das Estatais.

Em uma conversa na noite desta terça-feira (28), com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Pacheco avisou que o Senado tem resistência a avalizar o projeto como passou pela Câmara no fim do ano passado. Porém, há acordo para alterar o texto e aprová-lo, abrindo caminho para nomeações políticas em empresas públicas.

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A articulação ocorre às vésperas da votação do tema pelo plenário virtual do Supremo Tribunal Federal (STF). O julgamento foi paralisado no dia 16, após decisão do ministro Ricardo Lewandowski, mas será retomado até o fim desta semana.

Lula e Pacheco acertaram uma estratégia para mudar o projeto da Câmara, considerado por senadores uma espécie de "estouro da boiada" por permitir todo tipo de contratação e "capturar" as empresas. A ideia é exigir a aplicação de normas de compliance nas estatais e parâmetros de natureza técnica e profissional para contratações.

Na prática, Pacheco quer se diferenciar do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), em um momento em que os dois disputam protagonismo na condução das medidas provisórias. Lira é, atualmente, o principal expoente do Centrão.

Há uma avaliação no Planalto de que, ao tentar evitar o aparelhamento político das empresas, a Lei das Estatais - aprovada no governo Michel Temer (MDB) nas esteira dos escândalos de corrupção na Petrobras durante os primeiros governos petistas - acabou criando restrições demasiadas à atuação de pessoas que desempenham funções na esfera governamental ou partidária.

Com dificuldades para garantir votos no Congresso, Lula deu sinal verde para indicações feitas por partidos em superintendências e repartições públicas nos Estados. O receio do governo, porém, é de que algumas nomeações acabem parando na Justiça.

Banco do Nordeste

Ainda nesta quarta (29), o ex-governador de Pernambuco Paulo Câmara foi nomeado para comandar o Banco do Nordeste (BNB). A indicação de Câmara demorou para sair justamente por esbarrar na Lei das Estatais, que proíbe quem atuou em eleição de ocupar cargos públicos. Câmara é funcionário de carreira do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco e se desfiliou do PSB, partido do vice-presidente Geraldo Alckmin, há apenas dois meses.

Em dezembro do ano passado, a Câmara aprovou projeto de lei reduzindo de 36 meses para 30 dias o tempo de quarentena necessário para que dirigentes de partidos ou de campanhas eleitorais ocupem cargos de comando em empresas públicas. No meio político, a mudança foi vista como uma manobra patrocinada pelo governo eleito para permitir que o ex-ministro Aloizio Mercadante pudesse presidir o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

O Tribunal de Contas da União (TCU) entendeu, porém, que a norma não se aplicava a Mercadante, sob o argumento de que o petista havia atuado "de maneira informal" como coordenador do programa de governo de Lula. Há duas semanas, Lewandowski concedeu liminar que derrubou a quarentena de 36 meses. A decisão, porém, ainda precisa ser referendada pelo plenário.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O procurador-geral da República Augusto Aras saiu em defesa do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e defendeu, nessa terça-feira (28), que o Supremo Tribunal Federal (STF) rejeite o pedido para obrigá-lo a criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre os atos golpistas do dia 8 de janeiro.

Em manifestação enviada ao gabinete do ministro Gilmar Mendes, decano do STF e relator do caso, Aras afirmou que não vê omissão do presidente do Senado e que Pacheco "adotou as medidas que entendeu serem necessárias" em relação ao pedido de CPI.

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"O que, todavia, só não deu ensejo à abertura do procedimento investigatório por desistência dos próprios parlamentares que subscreveram o pedido original", diz um trecho da manifestação do PGR.

Pacheco vem resistindo em instalar a comissão. O argumento apresentado ao STF é que o pedido foi feito em janeiro, mas o regimento interno do Senado proíbe que as investigações parlamentares se estendam por mais de uma legislatura.

A Constituição prevê que as CPIs são um direito de fiscalização das minorias e, por isso, não precisam do apoio da maioria absoluta dos parlamentares e nem se sujeitam ao crivo dos presidentes da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal.

Os ministros do STF vêm reafirmando o posicionamento de que, uma vez cumpridos os requisitos constitucionais, como a assinatura de um terço dos parlamentares e a indicação de um fato concreto a ser investigado, não há margem para engavetar os pedidos.

Aras, no entanto, endossou o posicionamento de Pacheco. O procurador-geral afirma que, embora o presidente do Senado não possa "exercer juízo de valor sobre a conveniência da instauração" da comissão, há "requisitos formais imprescindíveis" que precisam ser observados pelos senadores. "Além dos requisitos constitucionais, os regimentos internos das Casas Legislativas também podem estabelecer outros limites", defendeu.

O PGR afirmou que o "princípio maior" da unidade de legislatura serve para evitar a criação de comissões parlamentares "a qualquer momento, sem um marco temporal preclusivo". Ele acrescentou que é "plenamente possível" a apresentação de um novo pedido pelos senadores.

"É nesse contexto, e para avaliar as consequências decorrentes da continuidade de produção de efeitos das proposituras apresentadas em legislaturas anteriores, que se confere ao Presidente da Casa a possibilidade de análise acerca da admissão de requerimentos apresentados em legislaturas passadas", defendeu.

Cabe agora a Gilmar Mendes decidir se determina ou não a instalação da CPI. O parecer da PGR era a última pendência para a decisão. O decano foi decidir monocraticamente ou enviar o caso para análise direito no plenário.

Quem acionou o STF foi a senadora Soraya Thronicke (União-MS). Ela afirma ter reunido 42 assinaturas, de parlamentares em exercício, para instalar a CPI.

A reunião entre o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), nesta terça-feira, 28, para tratar do impasse sobre o rito de tramitação de medidas provisórias (MPs) terminou sem acordo. O senador concordou em estabelecer prazos para as comissões mistas analisarem as propostas enviadas pelo governo, mas disse que há dificuldades em aceitar a mudança na composição dos colegiados sugerida por Lira.

Pacheco defendeu a paridade entre senadores e deputados nas comissões mistas como uma forma de "controle qualitativo" das MPs. A Câmara quer uma proporcionalidade de um senador para cada três deputados nos colegiados - hoje são 12 parlamentares de cada Casa. Lira argumentou que, com o fim da paridade, a votação das medidas seria feita de forma separada - primeiro na Câmara e depois no Senado -, o que, na visão dele, evitaria um desequilíbrio.

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"Há regras, que são regimentais. Há uma natureza e uma essência do que é a razão da paridade entre deputados e senadores nas comissões de MPs. Eu disse a Lira que é um controle qualitativo de peso igual das duas Casas, que prestigia o bicameralismo", rebateu Pacheco, em entrevista coletiva.

O presidente do Senado disse, contudo, que não há "má vontade" e que o diálogo com Lira é "muito cordial". "Eu cumprimento a Câmara dos Deputados por ter, neste momento, que as comissões mistas precisam mesmo existir, de acordo com o que a Constituição Federal determina", afirmou. Antes de proporem o acordo, os deputados queriam o fim das comissões mistas, com votação das MPs diretamente nos plenários de cada Casa, no modelo que vigorou durante a pandemia.

"A definição sobre a existência de comissões mistas quando se tratar de medidas provisórias é uma definição tomada pelo Senado e agora reconhecida pela Câmara, e assim será no andamento das medidas provisórias", emendou Pacheco.

Mais cedo, o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), já havia sinalizado que os senadores não aceitariam a mudança na composição das comissões mistas por avaliarem que haveria um "desequilíbrio" entre as duas Casas.

Sem acordo, o governo Lula deve transformar a maioria MPs que estão travadas pelo impasse em projetos de lei com urgência constitucional. O Palácio do Planalto pediu ao Congresso, contudo, que as medidas do Bolsa Família, do Minha Casa, Minha Vida e da reestruturação da Esplanada dos Ministérios tramitem normalmente nas comissões mistas e sejam votadas o quanto antes.

As MPs editadas pelo governo têm efeito imediato, mas precisam ser aprovadas pelo Congresso em até 120 dias para não perder validade.

"Nós instalaríamos as comissões mistas de algumas medidas provisórias, digamos, que têm maior impacto para o governo, como a da reorganização administrativa e de programas. E outras, o presidente da República encaminharia na forma de projeto de lei em regime de urgência", disse Randolfe.

Na última sexta-feira, 24, Lira havia pedido, em ofício, que Pacheco "se dignasse" a convocar uma sessão do Congresso Nacional para discutir o impasse das MPs. O deputado disse que "faltava coerência" na decisão do senador de determinar de forma unilateral a volta das comissões mistas para analisar as MPs do governo Lula, enquanto manteve o rito que vigorou na pandemia para as medidas do governo Bolsonaro.

Lira chegou a propor um acordo para que, com o fim das comissões mistas, houvesse uma alternância entre a Câmara e o Senado para o início da tramitação das MPs, mas líderes partidários disseram que não abririam mão da prerrogativa da Câmara de ser a Casa "iniciadora" dos projetos enviados pelo Executivo ao Congresso.

Enquanto o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mantém uma rodada de conversas sobre o novo arcabouço fiscal, que contemple uma regra mais flexível de controle de gastos, equilibrando os interesses da chamada ala política e do mercado financeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a dizer que recursos destinados à saúde não podem ser classificados como "gastos".

Na linha do discurso adotado durante a campanha, Lula voltou a afirmar que é preciso mudar a compreensão sobre os conceitos de custos, gastos e investimentos. "Nós precisamos arejar nossa cabeça. Os cursos de Economia daí para frente precisam mudar o que é custo, o que é gasto e o que é investimento. Porque não tem nada mais precioso do que investir para que uma pessoa pobre possa comer três vezes ao dia", durante o evento de lançamento do novo Mais Médicos, criado em 2013, durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff.

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"Como se pode colocar saúde dentro do teto de gastos?", questionou. O presidente disse que o programa foi retomado justamente porque a saúde não pode ser "refém" do teto de gastos. Lula disse ainda que não é possível tratar saúde como gasto, já que não tem investimento "maior que salvar uma vida". "Tudo o que é feito para educar, formar e cuidar da saúde do povo precisa ser visto como investimento", afirmou.

Ele defendeu que não há possibilidade de um País se desenvolver se não tiver investimento e garantiu que, até completar 100 dias de governo, serão realocadas todas as políticas públicas adotadas durante as gestões petistas e consideradas exitosas. Após esse período, haverá o anúncio de novos projetos.

Pressão da ala política no arcabouço

O discurso do presidente ocorre no momento em que Haddad busca construir um consenso em torno da nova âncora fiscal, em substituição ao teto de gastos - regra que limita o crescimento das despesas à variação da inflação

A pressão da ala política, no entanto, foi intensificada desde a reunião da última sexta-feira, 17, no Palácio do Planalto, na qual Haddad tratou sobre o arcabouço com Lula, os ministros da Casa Civil, Rui Costa, do Planejamento, Simone Tebet, da Gestão, Esther Dweck, e do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin. No último sábado, 18, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, foi às redes sociais dar o tom do discurso.

"Se é verdade que a economia crescerá menos este ano segundo indicadores divulgados pelo governo, precisamos então aumentar os investimentos públicos e não represar nenhuma aplicação no social. Em momentos assim, a política fiscal tem de ser contracíclica, expansionista", publicou.

Hoje, Haddad fez uma rodada de reuniões com os presidentes da Câmara, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco, além de líderes das Casas Legislativas, para avançar nas discussões em torno da proposta.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (Progressistas-AL), afirmou, na noite da quarta-feira (15), que se distanciou do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), em meio a divergências sobre a tramitação das medidas provisórias. "Não tenho nada contra o Pacheco, não estou de mal, mas estamos conversando pouco", disse Lira, em entrevista à GloboNews.

O deputado defendeu uma mudança na Constituição para acabar com o modelo de comissões mistas para análise das medidas provisórias. "A comissão mista é antidemocrática. Ela não é inconstitucional, mas antidemocrática. São 12 deputados de 513 que fazem parte da comissão e 12 senadores de 81. Os deputados estão pouco representados", afirmou.

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A Constituição determina que as medidas provisórias editadas pelo presidente da República devem ser analisadas em até 120 dias pelo Congresso Nacional. O processo deve ser iniciado pela comissão mista, mas o esquema foi suspenso devido à pandemia de Covid-19. Atualmente, os textos estão sendo apreciados primeiro pelo plenário da Câmara.

Segundo Lira, as medidas provisórias "demoravam 110 dias para serem apreciadas pela comissão mista e no final restavam apenas dois dias para a Câmara realizar a votação".

O deputado disse que o entendimento no Senado é de que a Câmara ficou com "superpoderes", já que os senadores têm apenas 30 dias para apreciar as medidas provisórias, ante 60 dias dos deputados. Lira defende a criação de um modelo com alternância entre as casas.

Governo de coalizão

O presidente da Câmara dos Deputados afirmou ainda que não discutiu a distribuição de cargos no governo nos encontros que teve com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.

"Não me sinto à vontade quando se fala em 'governo de coalizão', quando falo de ocupação de espaços. Do Legislativo ocupando espaços no Executivo. Nunca achei que isso fosse a melhor maneira", afirmou Lira, na entrevista à GloboNews.

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), abriu prazo nesta terça-feira, 15, para a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestar sobre o pedido para obrigar o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), a instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre os atos golpistas do dia 8 de janeiro.

A notificação é praxe. O ministro já cobrou e recebeu informações preliminares da Advocacia do Senado e agora vai aguardar o parecer da PGR para tomar uma decisão.

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O Supremo Tribunal Federal tem entendido que a abertura de CPI não depende da vontade dos presidentes da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal. Os ministros vêm reafirmando o posicionamento de que, uma vez cumpridos os requisitos constitucionais, como o mínimo de assinaturas e a indicação de um fato concreto a ser investigado, não há margem para engavetar os pedidos.

Quem acionou o STF foi a senadora Soraya Thronicke (União-MS). Ela afirma ter reunido 42 assinaturas, de parlamentares em exercício, para instalar a CPI. O regimento interno exige o apoio de no mínimo um terço dos senadores, o que corresponde a 27 assinaturas.

Pacheco resiste a criar a comissão. Ele afirmou ontem ao Supremo que não abriu a CPI porque o pedido foi feito em janeiro e o regimento interno do Senado proíbe que as investigações parlamentares se estendam por mais de uma legislatura.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), se posicionou contra o mandado de segurança feito pela senadora Soraya Thronicke (União-MS) no Supremo Tribunal Federal (STF) que pede a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos atos golpistas do 8 de janeiro. Os advogados da Casa que assinam o texto argumentam que o requerimento da congressista foi apresentado no dia 9 de janeiro, anterior à atual legislatura, iniciada em fevereiro, e por isso não poderia avançar.

O documento apresentado por Pacheco cita um trecho do regimento interno do Senado que diz que o prazo da CPI "não poderá ultrapassar o período da legislatura em que for criada" e que "ao final da legislatura serão arquivadas todas as proposições em tramitação no Senado Federal". Para poder retomar o andamento, justifica, é preciso que as assinaturas sejam colhidas depois de fevereiro.

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Como mostrou o Estadão, Soraya conseguiu levantar 40 assinaturas de senadores, até mesmo do PT, para uma abertura de CPI. Gilmar Mendes, ministro do STF, atendeu a mandado de segurança impetrado por ela e deu prazo de dez dias para que Pacheco explique por que ainda não leu o ato de criação da CPI na Casa.

Deputados que apoiam o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) articulam uma outra frente de investigação por uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), que envolveria tanto o Senado como a Câmara para investigar os atos golpistas. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse não querer a instalação de uma investigação do Legislativo sobre o 8 de janeiro. O autor da CPMI é o deputado André Fernandes (PL-CE) A Procuradoria-Geral da República pediu ao STF que abra inquérito para apurar a participação do próprio Fernandes na incitação dos protestos com vandalismo.

"Será que eles (os governistas) preferem uma CPMI enviesada, controlada por um deputado investigado, que já tem respostas prontas? Que vai ter CPI, não tenham dúvida. O governo está entre a cruz e a espada. Aqui no Senado, a gente tem uma postura mais imparcial", disse Soraya.

Caberá ao ministro-relator, Gilmar Mendes, decano do Supremo, decidir o andamento do caso.

O Senado entregou nesta quarta-feira (8), Dia Internacional da Mulher, o Diploma Bertha Lutz para sete mulheres que deram uma contribuição relevante à defesa dos direitos e das questões de gênero no Brasil. Os nomes foram indicados pela bancada feminina do Senado.

As agraciadas foram a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Rosa Weber; a socióloga e primeira-dama, Rosangela da Silva, a Janja; a diretora-geral do Senado, Ilana Trombka; a cientista política Ilona Szabó, presidente do instituto Igarapé; a jornalista Nilza Zacarias, coordenadora da Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito. Também receberam a premiação in memoriam a jornalista Glória Maria e a líder indígena Clara Camarão.

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O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, considera que a efetivação da bancada feminina no Colégio de Líderes foi o maior avanço da gestão passada, também coordenada por ele. Para Pacheco, a sociedade tem o desafio de combater o aumento do feminicídio e outras formas de violência generalizada e estrutural contra as mulheres no Brasil.

"Uma pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública revela que todas as formas de violência contra a mulher aumentaram em 2022. A pesquisa apresenta um cenário trágico, em que uma média superior a 50 mil mulheres diariamente são vítimas de diversas violências. E uma mulher a cada seis horas no Brasil sendo morta por ser mulher. Ainda há grandes obstáculos que persistem no atingimento da igualdade de gênero, como a diminuição da sub-representação na política, a redução das desigualdades no mercado de trabalho e o combate às violências, com dados alarmantes, uma quantidade inaceitável de feminicídios", afirmou Pacheco.

O presidente do Senado ressaltou também o papel vanguardista da cientista e ativista Bertha Lutz, cuja luta feminista teve impactos não só no Brasil, mas mundialmente.

"Lutz foi uma das poucas mulheres a participar da elaboração da Carta da Organização das Nações Unidas, em 1945. Em evento dominado por homens, a brasileira liderou a luta para que os direitos das mulheres estivessem contemplados. Lutz incluiu no preâmbulo e no artigo 8 da Carta uma referência específica à igualdade de direitos de homens e mulheres. Foi graças à sua luta que se garantiu a igualdade na participação de homens e mulheres nos diversos órgãos da ONU", disse.

Rosa Weber também destacou os avanços da representação feminina nas últimas décadas, a despeito das muitas dificuldades provocadas pelo machismo estrutural.

"A historiadora Mary Del Priore ressalta que a questão feminina no Brasil permaneceu excluída da própria História como disciplina até a década de 1970. O espaço era demarcado pelas representações masculinas dos historiadores que produziam com exclusividade a reconstituição da história, o longo evoluir das conquistas femininas no tocante à igualdade de gênero e à luta e resistência das mulheres, sobretudo sob a ótica das relações de poder.Mesmo no espaço forense, condutas e atos discriminatórios são indicativo seguro de que sequer o Judiciário, em seus campos de atuação, está imune à cultura da subjugação e desqualificação do feminino que impregna a sociedade na qual se vê, nos dias atuais, recrudescer de forma alarmante a violência contra a mulher", afirmou a ministra.

Já Rosangela da Silva disse que a sociedade brasileira também precisa estar alerta contra a cultura do ódio às mulheres nas redes sociais. Janja lembrou que é vítima de inúmeras fake news nas redes sociais, "mais até do que o presidente Lula", devido à sua atuação político-social.

*Da Agência Senado

Em discurso representando o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na cerimônia de entrega da comenda da Ordem do Mérito ao presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), a ministra Cármen Lúcia desferiu elogios ao senador e disse que "ele falou quando muitos se calaram".

A ministra citou a escalada do extremismo político no Brasil, que culminou nos atos golpistas de 8 de janeiro, e elogiou Pacheco por ser "conciliador em tempos de conflito de toda ordem". Cármen disse que Pacheco "advogou a causa da democracia" ao defender a confiabilidade das urnas eletrônicas e garantir a realização de eleições limpas e transparentes. "Amigo da democracia", classificou.

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"Não há de ter mais lugar no Brasil a descompostura no desempenho de funções públicas, e quem dá o tom de respeito estatal e físico em primeiro lugar é agente público", ressaltou. Ao ressaltar a defesa de Pacheco às instituições, Cármen disse que "a democracia não é inerte" e que a "República não permite omissão".

A ministra enfatizou as características "mineiras" do senador. "Pacheco caracteriza-se por ser um mineiro de trato fino, sereno e firme. Homem de poucas, mas assertivas e acertadas palavras, tem a rara qualidade que se recomeça a compor o Brasil, de saber ouvir", disse Cármen.

Ao retomar "conflitos instigados" no passado recente do País, Cármen Lúcia disse que "conflitos de ideias viraram mentiras destiladas, falsidades divulgadas, dúvidas insufladas sem qualquer embasamento que não a mera vontade". "Destruir quase sempre é fácil, construir exige talento."

O presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou na noite desta terça-feira, 7, na cerimônia em que recebeu a comenda da Ordem do Mérito do Tribunal Superior Eleitoral Assis Brasil, que o TSE teve "papel decisivo na manutenção dos valores democráticos de nosso País" e que as tentativas de desacreditar o resultado das eleições foram "infrutíferas".

"Acompanhei de perto a atuação do presidente do TSE, o eminente ministro Alexandre de Moraes, e sou testemunha de que Vossa Excelência conduziu o pleito eleitoral absolutamente comprometido com a Constituição Federal e com a legislação pátria", disse Pacheco em seu discurso. Moraes foi o responsável por entregar a comenda a Pacheco. A homenagem foi aprovada por unanimidade pela Corte eleitoral no ano passado.

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O senador afirmou que o Brasil passou por graves "turbulências políticas" mas destacou a confiança nas urnas eletrônicas e a "maturidade institucional" da sociedade brasileira como fatores indispensáveis para a preservação da democracia.

O senador ainda ressaltou as urnas eletrônicas como motivo de orgulho nacional. "As eleições existem para assegurar a legitimidade do poder político, pois os resultados das urnas são a resposta da vontade popular. Legitimidade que deve ser reconhecida assim que proclamado o resultado da eleição", afirmou.

No evento, estão presentes o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o presidente da Câmara, Arthur Lira, a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, e outras autoridades como ministros e senadores.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa, neste momento, da entrega da comenda da Ordem do Mérito do Tribunal Superior Eleitoral (Assis Brasil) ao presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG). O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, é quem vai conceder a comenda.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, também está presente ao evento. É a primeira vez em que Lula e Campos Neto se encontram publicamente após a elevação do tom das críticas do presidente aos juros altos, definidos pelo Banco Central.

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A cerimônia ocorre na noite desta terça-feira, 7, na sede do TSE, em Brasília. A homenagem a Pacheco foi aprovada por unanimidade pelo plenário do TSE em outubro do ano passado. A sugestão foi do ministro Ricardo Lewandowski. Na ocasião, os ministros elogiaram a atuação do presidente do Congresso na defesa das instituições e do processo eleitoral.

No plenário cheio, também estão presentes o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL); os ministros da Defesa, José Múcio, de Minas e Energia, Alexandre Silveira, da Casa Civil, Rui Costa, da Justiça, Flávio Dino, do Desenvolvimento Social, Wellington Dias; o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin; o advogado-geral da União, Jorge Messias; o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL); a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, e a do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Maria Thereza de Assis Moura, além dos senadores Ciro Nogueira (PP-PI), Renan Calheiros (MDB-AL), Marcos do Val (Podemos-ES), Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), Otto Alencar (PSD-BA), entre outros.

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu para o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), dizer se vê elementos para criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre os atos golpistas do dia 8 de janeiro.

O decano é relator de um mandado de segurança apresentado pela senadora Soraya Thronicke (União-MS), ex-candidata a presidente, que acusou uma 'postergação injustificada' na análise do pedido de instalação da comissão parlamentar.

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"Notifique-se a autoridade coautora para apresentar informações no prazo legal", escreveu o ministro. A notificação é praxe em casos semelhantes. O prazo para resposta é de dez dias.

A abertura de uma CPI pode levar à convocação de autoridades para prestar depoimentos, quebra de sigilo telefônico e bancário de alvos da investigação, indiciamento de culpados e encaminhamento ao Ministério Público de eventuais pedidos de abertura de inquéritos.

O pedido para criar a 'CPI dos atos golpistas' já tem 39 assinaturas - 12 a mais que o mínimo necessário. Em 2021, o STF obrigou Rodrigo Pacheco a criar uma comissão parlamentar para apurar a gestão da pandemia de covid-19 pelo governo Jair Bolsonaro.

O Supremo Tribunal Federal tem entendido que a abertura de CPI não depende da vontade dos presidentes da Câmara dos Deputados ou do Senado. Os ministros vêm reafirmando o posicionamento de que, uma vez cumpridos os requisitos constitucionais, como o mínimo de assinaturas e a indicação de um fato concreto a ser investigado, não há margem para engavetar os pedidos.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), evitou nesta terça-feira, 14, associar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) à realização dos atos golpistas do dia 8 de janeiro.

"O que atribuo a Bolsonaro foi a incapacidade de conter sua militância e adeptos", disse em evento promovido pelo banco BTG Pactual. "Da parte dele o que nós esperávamos seria uma responsabilidade maior de poder dizer àquelas pessoas que havia limites naquelas manifestações que descambaram em crimes muito graves", continuou Pacheco.

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O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), em discurso de um mês sobre os ataques de 8 de janeiro, reforçou que a democracia brasileira sai mais forte dos atos golpistas. Segundo ele, a violência dessa minoria não representa o povo.

Conforme pontuou, os atos foram incitados por uma "minoria inconformada com o resultado eleitoral" que tentou "tomar de assalto os Poderes da República e atentou contra a democracia brasileira". Ao citar resposta das instituições como célere e firme, Pacheco destaca que a violência dessa minoria não representa a vontade do povo brasileiro.

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"Esse episódio deplorável não será esquecido e produzirá consequências severas aos responsáveis", comentou, no início da sessão desta quarta-feira, 8. "As instituições brasileiras não se eximirão de investigar e punir exemplarmente todos os criminosos envolvidos, direta ou indiretamente, naquela barbaridade", reiterou.

Pacheco relembra o trabalho feito pela Polícia Legislativa desde os atos, com a identificação de alguns invasores. Ele pontuou que a segurança foi reforçada e houve o aumento do número de detectores de metal nos acessos aos prédios da Casa. "Estamos reforçando a capacitação da nossa polícia legislativa para coibir e conter outras tentativas."

O senador disse que as reparações necessárias do prédio do Senado estão praticamente finalizadas.

O grupo do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ficou com todos os cargos de direção da Casa, em eleição realizada nesta quinta-feira, 2, e isolou o bloco do senador Rogério Marinho (PL-RN), derrotado na disputa para a presidência do Senado.

O resultado reforça o domínio da cúpula atual e a articulação do senador Davi Alcolumbre (União-AP), padrinho do presidente do Senado e principal cabo eleitoral da eleição. Alcolumbre é criticado por adversários e colegas do próprio partido por concentrar poderes e até criar um "governo paralelo" em seu gabinete, dizendo quem fica com cargos, quem assume as comissões e quem leva as verbas do governo federal.

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O grupo de Rogério Marinho teme filar isolado após a derrota. Há dois anos, o PL e o ex-presidente Jair Bolsonaro apoiaram a eleição de Pacheco e ficaram com um cargo na Mesa do Senado, agora dominada pelo grupo que apoiou a reeleição do senador do PSD. Pacheco foi eleito com 48 votos na noite de quarta-feira, 1, contra 32 de Rogério Marinho. Além disso, o PL havia ficado com a maior bancada do Senado após as eleições de outro, mas o PSD filiou novos integrantes e ficou com a liderança, somando 15 senadores. O PL tem 13.

Os demais cargos foram escolhidos em uma votação única, com 66 votos favoráveis, 12 contrários e duas abstenções, em uma votação secreta. A composição ficou a seguinte: primeiro vice-presidente - Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB); segundo vice-presidente - Rodrigo Cunha (União-AL), primeiro secretário - Rogério Carvalho (PT-SE), segundo secretário - Weverton Rocha (PDT-MA), terceiro secretário - Chico Rodrigues (PSB-RR); e quarto secretário - Styvenson Valentim (Pode-RN). Todos são aliados de Pacheco e Alcolumbre.

O PL tentou ficar com a segunda vice-presidência, posto que comandou nos últimos dois anos. O grupo lançou Wilder Morais (PL-GO) para disputar a vaga, mas abriu mão na última hora. Isolada, a tentativa da bancada é atrair colegas insatisfeitos com Alcolumbre e tentar um acordo para comandar comissões importantes da Casa. A mais cobiçada é a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), colegiado que Alcolumbre presidiu nos últimos dois anos.

O PL enfrentou uma crise interna e traições durante a eleição para a presidência do Senado. Romário (PL-RJ) anunciou voto em Rodrigo Pacheco. O presidente do partido, Valdemar Costa Neto, realizou uma "intervenção" no gabinete do senador durante a sessão de quarta-feira, 1, e ordenou que ele votasse em Rogério Marinho. O grupo, no entanto, calcula que o senador acabou mantendo o voto em Pacheco, olhando o placar da eleição.

O comando das comissões deve ser definido no próximo mês. O grupo de Pacheco se articula para presidir a CCJ com Davi Alcolumbre, a Comissão de Assuntos Econômicos com Vanderlan Cardoso (PSD-GO) e a Comissão de Relações Exteriores (CRE) com Renan Calheiros (MDB-AL). Com um bloco formado por PSD, União Brasil e MDB, a cúpula do Senado espera garantir as três comissões. "Nesse momento, como sempre eu acredito, é a politica que resolve as coisas", afirmou o líder do PL no Senado, Flávio Bolsonaro (RJ), ao pedir um acordo pelos colegiados e anunciar que o partido estaria desistindo de concorrer a um cargo na Mesa.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e outros parlamentares bolsonaristas que tomam posse na manhã desta quarta-feira (1º), já começaram o mandato mostrando que não pretendem dar vida fácil ao Governo Lula. Eles grudaram em suas roupas adesivos com as frases "fora Lula" e o "fora ladrão", as duas são acompanhadas com a imagem de uma mão com quatro dedos, fazendo ligação ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

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Eleição no Senado

Além disso, o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro também levantaram um cartaz com a frase "Pacheco não". Opositores de Lula tentam eleger o ex-ministro Rogério Marinho (PL-RN) para o comando do Senado. Ele disputa o posto com atual presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Na véspera da eleição, três dos 14 senadores do PSD de Pacheco declararam apoio a Marinho. Cobrado por Lula pelas dificuldades de articulação que a base do PSD já demonstra, Gilberto Kassab, que comanda o partido, chegou a convocar um almoço para alinhar o discurso, mas não conseguiu evitar dissidências.

Em uma das jogadas de Lula para assegurar a vitória de Pacheco, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD-MT), reassumirá de forma temporária o mandato de senador para votar. O objetivo é evitar qualquer surpresa com a suplente do correligionário de Pacheco.

Numa eleição que promete ser disputada, Pacheco se apresenta como defensor da estabilidade e da democracia, principalmente após os ataques golpistas às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro. Marinho, por sua vez, defende que é preciso resolver problemas de "liberdade de expressão" no País, em um recado ao Judiciário.

*Com a redação

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmou que irá participar nesta terça-feira, 31, de um almoço para checar os votos de parlamentares à presidência do Senado. "Nosso governo está apoiando a reeleição de Pacheco", disse Tebet, ao deixar a reunião com o Conselho da Febraban, em São Paulo, ao lado do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e da ministra de Gestão e Inovação, Esther Dweck.

Tebet declarou que Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado e candidato a reeleição, é visto como uma figura capaz de garantir a harmonia necessária entre os Poderes, sem a qual, pontuou a ministra, não é possível falar em baixar a taxa de juros e a inflação, por exemplo. "A democracia é o grande guarda-chuva", finalizou Simone Tebet.

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O Supremo Tribunal Federal (STF) realiza nesta quarta, 1º, a cerimônia de abertura do ano judiciário no plenário reconstruído após atos golpistas que resultaram na depredação da sede da Corte. O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), devem discursar após a presidente do Supremo, ministra Rosa Weber.

Outras autoridades que devem discursar são o procurador-geral da República, Augusto Aras, e o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Beto Simonetti.

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O prédio do STF foi severamente destruído no dia 8 de janeiro, quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas e depredadas por bolsonaristas. Uma estimativa inicial feita pela Corte à Advocacia-Geral da União (AGU) calcula R$ 5,9 milhões em danos. Apesar da reabertura do plenário, o restante do prédio-sede continua em reforma.

A primeira sessão do STF será realizada ainda na quarta-feira, às 15h. Na pauta, o primeiro processo que deve ser julgado pelos ministros diz respeito aos "limites da coisa julgada" na área tributária. A discussão é sobre a quebra automática de decisões em caso de novos entendimentos do STF.

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) também fará uma solenidade de abertura às 14h, e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), às 19h.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), declarou que o cargo de senador vitalício a ex-presidentes da República pode ser discutido junto com o fim da reeleição. De acordo com ele, contudo, tal cargo vitalício não pode ser exercido com o intuito de proteger ninguém.

"Não pode ser uma mudança constitucional que vise solucionar problemas ou questões pessoais do presidente A ou B. A ideia pode ser concebida, discutida, acho até que elevaria a qualidade da discussão do Senado Federal", declarou Pacheco, em entrevista à Globo News na tarde desta terça-feira (31).

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Na avaliação do senador, é uma ideia honesta e possível, mas "não pode ser casuísta". "Ela não pode ser só com o fim de se estabelecer proteção a um presidente A ou presidente B", afirmou. Segundo Pacheco, a discussão ainda vai levar um "bom tempo" e tem que ser amadurecida.

"Eventualmente esse instituto da possibilidade de um senador vitalício e do próprio fim da reeleição ser projetada para o futuro", disse. "Mas são questões de aperfeiçoamento do ordenamento político e tudo o que vier para o aperfeiçoamento do legislativo para melhorar a qualidade do legislativo obviamente que vamos estar abertos a ouvir sem obviamente fechar questão porque é uma reflexão e decisão que gera muitos reflexos e consequências."

'Vou buscar esgotar todas as possibilidades de negociação'

Pacheco também afirmou na mesma entrevista que manterá um "espírito de colaboração" com o governo, destacando que a Casa "não pode ser palco de revanchismo e retaliação a outros Poderes". "Torcemos para que o governo dê certo".

"Meu papel é buscar convencimento dos senadores de que é preciso continuidade. Vou buscar esgotar todas as possibilidades de negociação".

Apesar disso, o senador prometeu não privilegiar ninguém se conseguir se reeleger. "Oposição e situação podem ter absoluta segurança que terão toda atenção minha". Ele comparou com sua atuação durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, durante a qual disse que a Casa afirmou "independência".

A eleição à Presidência do Senado acontece nesta quarta, 1º de fevereiro. Pacheco disse na entrevista que tem "boa projeção" para sua reeleição e afirmou ter recolhido apoio da "maioria dos senadores, dos partidos nos últimos dois anos". O senador diz ter "compromisso" com o Parlamento. "Nunca abri mão de defender o Poder Legislativo".

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