Um trio de ex-funcionárias da Google entrou, nesta quinta-feira (14), com uma ação judicial acusando a gigante tecnológica de pagar menos às mulheres que aos homens pela mesma função.
No processo apresentado na corte de São Francisco, as três mulheres acusam a Google de "discriminação sistêmica e profunda no pagamento e na promoção das funcionárias mulheres".
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Advogados estão buscando conferir um status de ação de classe ao processo, para tentar representar mais mulheres que atualmente sejam ou tenham sido funcionárias na Google.
Em resposta ao processo, a gigante tecnológica americana negou ter qualquer política discriminatória.
"Nós trabalhamos bastante para criar um ambiente de trabalho bom para todos e dar a todo mundo a chance de prosperar aqui", disse a porta-voz da Google Gina Scigliano em resposta à AFP.
"Em relação a esse processo específico, vamos revisar em detalhes, mas discordamos das alegações centrais".
Advogados das mulheres acusam a Google de violar a lei de pagamento equitativo da Califórnia, bem como o código trabalhista estadual.
A denúncia também alegou que a Google repetidamente atribuiu mulheres a "níveis mais baixos" ou "carreiras de trabalho" com remuneração menor e menos oportunidades de promoção do que as dos homens.
Uma das três mulheres, Kelly Ellis, disse num comunicado divulgado por seus advogados que o processo trata de "um problema generalizado de tendência sexista na Google".
Scigliano garantiu que os níveis dos cargos e promoções na empresa são determinados por comitês "rigorosos" e passam por uma revisão que inclui a verificação de sexismo.
"Se nós vemos discrepâncias individuais, ou problemas, nós trabalhamos para consertá-los", disse ela.
O Departamento de Trabalho dos Estados Unidos está auditando as remunerações da empresa, avaliando possíveis discriminações de gênero.
A Google também lida com as consequências de uma grande polêmica sobre sexismo e liberdade de expressão provocada por um "manifesto" publicado como um memorando interno pelo então empregado James Damore.
O memorando do engenheiro da Google defendeu a diferença de gênero do Vale do Silício, alegando que as "diferenças biológicas" eram um fator-chave no baixo percentual de mulheres em empregos no setor tecnológicos. O memorando foi vazado e desencadeou uma crise pública.