Caminhadas, excursões e aniversários foram algumas das escolhas de diversas famílias em busca de espaços públicos abertos, no Recife, para aproveitar a última semana das férias escolares. Em ronda pelos equipamentos coletivos da capital neste sábado (28), o LeiaJá conversou com familiares sobre o fim da temporada e como avaliam as ofertas de lazer da cidade, em especial, no tratamento dos interesses infantojuvenis, público mais presente nesses locais durante todo o ano.
No Parque Estadual de Dois Irmãos, administrado pela Secretaria de Meio Ambiente de Pernambuco (Semas), a última trilha gratuita da temporada de férias foi realizada também neste sábado (28). A oferta esteve em vigor por todo o mês de janeiro, com passeios pelas trilhas Açude do Prata e Bosque das Lianas, sempre no horário da manhã e da tarde, às terças e quintas-feiras. A partir de fevereiro, a oferta volta ao custo padrão, que é de R$ 5.
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"Durante as férias, fizemos uma trilha de manhã e outra à tarde, mas sempre as mesmas; as trilhas Açude do Prata e Bosque das Lianas. Porém, no agendamento, as pessoas podem escolher a trilha que querem e verificar o grau de dificuldade de cada uma. Tem uma que é uma subida, outra que é muito longa, uma terceira que leva a um lugar muito úmido ou muito seco. Nós damos as orientações após o agendamento", explica o técnico ambiental Ivson Lima, do Centro de Educação (Semas).
De acordo com o profissional, as trilhas permitem todos os públicos, mas os trechos da Macaxeira e do Chapéu do Sol são os menos recomendados para crianças pequenas ou de colo, em função da dificuldade que apresentam. No entanto, as experiências com o público desta idade costumam ser positivas. Todas as crianças que comparecem para o passeio devem estar acompanhadas dos pais ou responsáveis.
"Além disso, orientamos o uso de sapato fechado, calça comprida e camisa de manga, o último sendo o único opcional", acrescenta Ivson. As trilhas mais curtas, como a do Bosque das Lianas (com encerramento no fim do parque, perto do local das onças), que tem 800 metros, duram entre 30 e 40 minutos. O trecho em si, é feito em cinco ou 10 minutos, andando, mas há pausas para explicação sobre os biomas, sempre com a orientação de um biólogo.
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"O zoológico foi uma escolha de todos, por ser um lugar tranquilo, familiar, e porque as crianças gostam de ver os animais. Vim pela segunda vez depois da pandemia. Em Igarassu, minhas opções mais próximas de lazer, para criança, são os parques e clubes pequenos, com piscina. A opção mais próxima em Recife, para mim, é o zoológico. Acho que a cidade tem boas opções para crianças, principalmente a praia", diz Eli de Oliveira, de 47 anos, moradora de Igarassu.
Ela é mãe de Heloísa, que tem oito anos e recém voltou à rotina comum da escola, com o freio dos índices da Covid-19. “Na pandemia eu fiquei mais isolada, não saía de jeito nenhum. Eloísa sentiu muita falta dos passeios e da escola, dos amigos”, acrescentou a mãe. Heloísa explicou por que quis voltar ao zoológico, mesmo tendo ido ao espaço há duas semanas.
"Na escola eu não gosto muito de estudar sobre os animais, prefiro os desenhos de pintar, mas gosto de vir pra cá. Pra ver os animais, fazer coisas legais e brincar. [...] Senti falta de sair. [Agora que dá] gosto de ir pro shopping, pra praça e praia", concluiu a criança.
Movimentação nos parques
Na Zona Norte do Recife, os parques públicos mais movimentados foram os da Jaqueira e o de Santana, nos bairros das Graças e Santana, respectivamente. A região, que tem sido cenário de roubos e assaltos com mais frequência nos últimos meses, é evitada por moradores em alguns horários.
No fim da tarde, momento em que a reportagem esteve nestes locais, o movimento era intenso, com a maior presença de famílias e pessoas em busca de um local para a realização de esportes. No momento da visita, os dois espaços estavam sob observação da Polícia Militar.
“Evito sair em alguns horários. À noite, já não dá. A gente [ela e a sogra] estava preocupada com o celular, porque vimos que o pessoal não estava mexendo e nem com o celular na mão, e soubemos de roubos por aqui, então não fazemos. Para evitar, melhor não mexer, mas só fico atenta quando paro por aqui. Os arredores, acho tranquilo. Perto de casa, minha opção mais próxima é o Compaz Ariano Suassuna, que tem um parquinho, mas tenho preferido brincar na praça mais próxima ou no parquinho do prédio mesmo”, relata Juliana Souza, de 33 anos.
Juliana, acompanhada da sogra Eliane, retornou ao Parque de Santana após anos sem visitar o lugar. O filho Bernardo, de três anos, aproveitava os brinquedos na área do playground.
“Eu gosto dos parques de Recife. Os parques que temos ido sempre têm brinquedos conservados. Não vinha aqui [Parque de Santana] há muito tempo e gostei. Só a questão da segurança que deixa a desejar”, pontuou a dona de casa, que mora no Cordeiro, também na Zona Norte.