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Com cinco vagas a serem abertas no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) até outubro, o governo começa a definir os próximos conselheiros que serão indicados para o órgão. Segundo o Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, apurou, já estão na Casa Civil dois nomes para serem avaliados: o do economista carioca Leonardo Bandeira Rezende e o do advogado paranaense Vinícius Klein. O primeiro é uma indicação da equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes; o segundo, do ministro da Justiça, Sérgio Moro.

Também é cotado para o órgão o economista Sérgio Aquino, que já foi economista-chefe do Cade e é visto com bons olhos pela equipe de Guedes. Ganhou força ainda a recondução do atual superintendente-geral Alexandre Cordeiro, cujo mandato vence em outubro.

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O governo quer acelerar o processo de indicações porque, como mostrou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, o Cade pode ficar sem quórum no segundo semestre. Já há um assento no tribunal vago e outros três mandatos vencem até julho, deixando o órgão com apenas três conselheiros - o quórum mínimo para julgamento são quatro.

Todas as indicações serão feitas pelo presidente Jair Bolsonaro ao Senado e os candidatos terão que passar por sabatina da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e serem aprovados pelo plenário da Casa antes de serem nomeados por Bolsonaro, processo que leva em média dois a três meses.

Segundo fontes, a ideia do governo é reequilibrar o tribunal do Cade entre economistas e advogados, como era costume até os últimos anos.

Currículo

Tanto Guedes quanto Moro querem priorizar nomes técnicos e que tenham "forte formação", após críticas feitas durante o governo Michel Temer, quando indicações foram apadrinhadas por políticos. Ainda não está certo se serão feitas as duas primeiras indicações e, em segundo momento, as restantes, ou se serão enviados quatro nomes para o conselho de uma só vez - a recondução de Cordeiro ou indicação de um novo nome para a vaga de superintendente-geral só seria feita no segundo semestre.

Leonardo Rezende chegou a ser cotado para integrar o Cade no ano passado e deve agora ser indicado para a vaga da conselheira Polyanna Vilanova, cujo mandato se encerra em julho. Com doutorado em Economia pela Universidade de Stanford (EUA), foi diretor do Departamento de Economia da PUC/Rio (2009 a 2016), e atua nas áreas de organização industrial e teoria microeconômica.

Indicado pela equipe de Moro, Vinícius Klein é procurador do Estado do Paraná desde 2008 e deverá entrar no lugar de Cristiane Alkmin, que deixou o conselho em janeiro para ser secretária de Fazenda de Goiás.

Procurados, os cotados não responderam à reportagem. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, manifestou hoje (22) otimismo de que a reforma da Previdência seja aprovada pelo Congresso Nacional ainda no primeiro semestre deste ano. A declaração foi dada após a cerimônia de posse da nova presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Suzana Ribeiro Guerra.

Guedes lembrou que a Previdência é o maior gasto do governo e precisa ser equacionada. “A reforma da Previdência é o primeiro ataque potente a esse desajuste fiscal, porque realmente é a primeira grande rubrica de despesas públicas. Nosso déficit na Previdência está indo de R$ 340 bilhões no ano passado para R$ 370 bilhões este ano. As despesas com Previdência estão em R$ 700 bilhões”.

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Apoios

O ministro disse que tem recebido os apoios necessários para as reformas que pretende implementar no país. “O presidente da Câmara dos Deputados [Rodrigo Maia] tem apoiado as reformas, o presidente do Senado [Davi Alcolumbre] tem dito que vai apoiar as reformas. O Judiciário reconhece a necessidade das reformas. Eu tenho conversado aqui e ali, e tenho sentido ventos de reformas. O Brasil precisa ajustar, nós tivemos quatro décadas de descontrole dos gastos públicos. O que aconteceu foi que casas como esta [IBGE], de excelência, estão se atrofiando ao longo do tempo e gastos completamente sem sentido social se expandiram ao longo do tempo”.

Ele citou como gastos sem sentido o pagamento de juros da dívida pública e os subsídios para grandes empresas. “Só com rolagem da dívida são 100 bilhões de dólares por ano, quase R$ 400 bilhões por ano, isso é o dinheiro de reconstruir uma Europa no pós-guerra. O Brasil reconstrói uma Europa todo ano sem sair de uma situação dramática. O governo acabou gastando muito e gastando mal. Os economistas acabaram fazendo besteira, os políticos também, e nós nos desviamos de uma transição incompleta”.

Políticas sociais

Guedes disse que não deixará de investir em políticas sociais de transferência de renda - “uma bandeira da fraternidade brasileira” -, e não uma política de esquerda ou de direita. “Qualquer bom economista sabe que as transferências de renda para a educação, para a saúde, são absolutamente essenciais para o bom funcionamento do regime democrático. Isso significa progresso, dois olhares interessantes convergindo para uma coisa boa, isso é uma democracia”.

O ministro disse que considera o Brasil uma democracia vibrante, com sua diversidade que promoveu a eleição de uma corrente de pensamento diferente “depois de 30 anos do lado só da social-democracia”. “A riqueza de uma sociedade está também nos diferentes pontos de vista”.

Guedes destacou também que os poderes são independentes e a imprensa é livre, além de a comunicação estar se modificando rapidamente, a exemplo da campanha “de menos de um milhão de dólares” que elegeu um presidente usando fortemente as redes sociais. “Ninguém controla a opinião pública. A opinião pública está solta, é nossa. Às vezes fica para um lado e às vezes fica para o outro”.

No dia em que a proposta de reforma da Previdência chegou ao Congresso, o ministro da Economia, Paulo Guedes, saiu em defesa das mudanças em encontro com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Reforçou que a medida vai garantir mais justiça social e será fundamental para a recuperação das contas públicas, segundo apurou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado.

Embora os 11 ministros do STF tenham sido convidados para o encontro, apenas 5 compareceram.

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A audiência de Guedes no STF havia sido marcada inicialmente apenas com o presidente da Corte, ministro Dias Toffoli, que decidiu estender o convite aos outros integrantes do tribunal. Desde que assumiu o comando da Suprema Corte em setembro do ano passado, Toffoli defende um pacto nacional republicano com os demais Poderes para criar um ambiente de segurança jurídica e viabilizar reformas - entre elas, a da Previdência.

Os ministros Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso também acompanharam a audiência com Guedes - os três são considerados dentro do STF mais "sensíveis" à situação das contas públicas. O quinto ministro do STF presente à audiência foi o relator da Operação Lava Jato, ministro Edson Fachin. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A reforma da Previdência será o principal tema do Fórum de Governadores, na manhã desta quarta-feira (20), com a presença do ministro da Economia, Paulo Guedes. Na pauta da reunião dos governadores eleitos para o mandato 2019-2022 estarão ainda questões econômicas e demandas específicas de cada estado.

Os governadores, segundo Ibaneis Rocha (MDB-DF), pretendem levar resultados às populações de seus estados, que passam por dificuldades. Ele disse que, na reunião, os governadores vão debater a recuperação da economia brasileira e o apoio às reformas propostas pelo governo federal.

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"[Os governadores vão] apoiar o governo federal naquilo que for bom para o Brasil, mas também cobrar aquilo que os estados entendem que foi uma retirada de recursos dos estados ao longo dos últimos anos, mais precisamente a partir da Constituição de 1988. É um repensar da questão federativa", disse Ibaneis.

Em vídeo divulgado pela assessoria do governo do Distrito Federal, Ibaneis completou: "Estamos inseridos no contexto de mudanças que o governo quer propor, mas levando as nossas dificuldades na saúde, educação, segurança pública e geração de emprego e renda".

A abertura do fórum está marcada para as 9h. Na sequência falará o ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência, Santos Cruz. Antes de Guedes, o secretário Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Rogério Marinho, vai apresentar parâmetros da proposta de reforma previdenciária.

Segundo o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), a proposta vai autorizar os estados cobrarem uma alíquota extra dos servidores públicos para cobrir o rombo da Previdência estadual. Caiado se reuniu segunda-feira (18) com Guedes, no Ministério da Economia. Também está prevista a participação do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).

Os governadores fizeram ontem (19) em Brasília uma reunião preparatória do fórum. Participaram do encontro, além de Ibaneis, os governadores Wilson Witzel (PSC-RJ), Rui Costa (PT-BA), Renato Casagrande (PSB-ES), Fátima Bezerra (PT-RN), Wilson Lima (PSC-AM), Gladson Cameli (PP-AC), Waldez Góes (PDT-AP), Hélder Barbalho (MDB-PA), Reinaldo Azambuja (PSDB-MS), Ratinho Júnior (PSD-PR), Belivaldo Chagas (PSD-SE), Comandante Moisés (PSL-SC), Camilo Santana (PT-CE), Paulo Câmara (PSB-PE) e Flávio Dino (PCdoB-MA).

As reuniões de governadores, segundo Ibaneis, vão ocorrer a cada dois meses, mas equipes técnicas dos estados acompanharão os temas aprovados pelo fórum no Executivo, Legislativo e Judiciário.

No mesmo dia marcado pelo governo para a entrega do texto da proposta da reforma da Previdência ao Congresso Nacional, governadores de todos os estados voltam a se reunir , pela terceira vez, em Brasília, para discutir a agenda econômica do país. No encontro marcado para o próximo dia 20, os chefes dos executivos estaduais esperam conversar diretamente com o ministro da Economia, Paulo Guedes. O Planalto não confirmou a presença do presidente Jair Bolsonaro.

A pauta econômica tinha sido definida na última reunião, em dezembro, como o assunto a ser tratado em fevereiro, tendo como foco as mudanças na lei previdenciária. Os governadores devem sinalizar como encaminharão as questões às suas bancadas no Legislativo.

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“É um tema essencial duplamente. Primeiro, por ter impacto fiscal direto nas contas e, segundo, porque com a reforma temos o equilíbrio das contas, com repercussão em toda a economia”, afirmou Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul. O gaúcho, eleito em outubro do ano passado, assumiu um estado em crise financeira.

Dados da Secretaria Estadual da Fazenda mostraram um rombo de mais de R$ 7 bilhões no fechamento das contas do ano passado, incluindo o adiamento do décimo terceiro salário do funcionalismo, os contracheques de dezembro e parcelas de dívida com a União que não foram pagas.

Investimento privado

A aposta de governadores em situações semelhantes à vivida por Leite é que com a solução do déficit previdenciário, o governo federal ganhe margem para ajustar outras contas, causando impacto global na economia. A expectativa dos estados é por maior distribuição de recursos e atração de investimento privado. “Essa é uma estratégia essencial para o Brasil, para promovermos o equilíbrio das contas públicas”, disse o governador gaúcho.

A necessidade de uma reforma é reconhecida também pelo Fórum de Governadores do Nordeste, que voltou a se encontrar no último dia 6 para discutir o tema.

Em carta apresentada ao Planalto, o grupo de nove goovernadores destaca a necessidade da reforma, “mas preservando a cidadania, o bem-estar social, protegendo especialmente os trabalhadores rurais, as mulheres e o acesso aos Benefícios de Prestação Continuada (BCP)”.

Outras demandas

Independentemente das particularidades de cada local, há unanimidade entre os governadores em relação ao avanço de propostas que viabilizem a recuperação financeira dos estados, como a liberação de recursos e a securitização. A proposta de securitização das dívidas está na Câmara dos Deputados e autoriza os estados a vender créditos que têm a receber dos contribuintes. Desde o primeiro encontro, pelo menos 20 governadores se uniram em defesa da aprovação do texto.

Outro ponto comum é o pedido de liberação de recursos do Programa de Recuperação Fiscal (Refis) para os estados.

Também estão na pauta dos estados reformas administrativas e tributárias. Em dezembro, o vice-presidente, Hamilton Mourão disse que é preciso melhorar a distribuição de receitas entre os entes federados, com redução do peso do governo federal nessa divisão. Para Mourão, os recursos têm que chegar aos estados para atendimento de demandas da população em diversas áreas.

A equipe econômica está "esperando a coisa acontecer", disse o ministro da Economia, Paulo Guedes, em palestra na Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), no Rio. "Há momentos em que você tem de aparecer, falar, e há momentos em que você tem de ficar esperando. O projeto (de reforma da Previdência) está sendo apresentado para a Câmara dos Deputados, para o Congresso. A prioridade total é a reforma da Previdência", disse.

Em seu discurso, Guedes defendeu especialmente o sistema de capitalização (no qual cada segurado poupa para sua própria aposentadoria), que será encaminhado ao Congresso na próxima semana como parte da reforma - mas para ser definido apenas em uma segunda etapa. Em sua opinião, esse regime possui virtudes econômica e moral, por transferir recursos para o futuro, ao contrário do atual, em que "o jovem paga e o idoso consome".

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Guedes disse ainda que o excesso de gastos públicos corrompeu a democracia brasileira, apesar das instituições funcionarem e de os poderes permanecerem independentes. "Só o que falta é completar a transição econômica", destacou. Segundo Guedes, a economia será aberta gradualmente. "Não vai ser linear. Você não pode abrir antes de simplificar os impostos e reduzir os impostos, senão a indústria brasileira fica em xeque", disse.

Política

O ministro também deu sua opinião sobre a classe política, que, segundo ele, deve se "voltar para sua principal missão, de representante do povo". Para Guedes, "a vida política hoje é muito difícil", porque 96% do orçamento é carimbado. "A velha política morreu. Não foi enterrada ainda, mas morreu. A forma antiga de fazer política acabou. Qual é a forma nova? A forma nova tem a ver com gerir os orçamentos públicos. (...) Então, a política vai ser chamada ao real desafio de se reabilitar através dos orçamentos públicos". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente Jair Bolsonaro retomou na manhã desta quinta-feira (14) a agenda de compromissos em Brasília e recebeu autoridades no Palácio da Alvorada.

O ministro-chefe da Secretaria de Governo, Aberto dos Santos Cruz, e os ministros do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, e do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, estiveram com o presidente. O líder do governo na Câmara dos Deputados, deputado major Vitor Hugo (PSL-GO), também esteve com o presidente.

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Ainda hoje o presidente deve discutir a proposta de reforma da Previdência. A expectativa é que até o final de semana o texto esteja definido para ser enviado ao Congresso na semana que vem.

Bolsonaro retornou ontem (13) a Brasília, após 17 dias internado no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, para cirurgia de retirada da bolsa de colostomia e reconstrução intestinal. Nos próximos dias, ele ficará na residência oficial, com supervisão médica, e retomará gradualmente as atividades.

À tarde, o presidente reúne-se com o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e o ministro da Economia, Paulo Guedes.

A eventual modernização da legislação trabalhista buscará preservar os principais direitos dos trabalhadores, disse hoje (7) o ministro da Economia, Paulo Guedes. Ele disse que a principal ideia da equipe econômica consiste em diminuir encargos trabalhistas e dar mais opções para os empregadores e os empregados conseguirem se introduzir no mercado formal de trabalho.

“Estamos conversando sobre como consertar esse regime previdenciário e como dar opções para as futuras gerações. Todos os direitos [trabalhistas] serão preservados. Ninguém mexe nos direitos. Você [o governo] só dá mais opções”, disse Paulo Guedes ao responder se a carteira verde-amarela para os trabalhadores jovens, estudada pelo governo, criará trabalhadores de primeira e de segunda classes.

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O ministro falou com a imprensa após se reunir com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). Segundo Guedes, todas as mudanças para os trabalhadores serão discutidas dentro do regime democrático, com as partes tendo o direito de opinar e de apresentar sugestões. Ele, no entanto, disse que os sindicatos – de empregados e de patrões – precisarão ter paciência porque o governo pretende retirar privilégios ao modernizar a legislação trabalhista.

“A única certeza que os sindicatos podem ter é que a vida não vai ser como antigamente, onde os líderes sindicais têm uma vida muito boa à custa dos trabalhadores que não têm emprego nem benefícios previdenciários corretos”, disse Guedes.

O ministro esclareceu que mudanças nos direitos trabalhistas só serão discutidas após a aprovação da reforma da Previdência. Ele reiterou que a reforma da Previdência não mexerá em nenhum direito trabalhista, apenas buscará garantir a solvência do sistema de aposentadoria, que está “fiscalmente insustentável”.

Guedes ressaltou que caberá ao presidente Jair Bolsonaro decidir alguns pontos da proposta, como idade mínima, tempo de transição e se a mudança do regime de repartição para capitalização será encaminhada agora ou numa etapa posterior. Assim como nos últimos dias, o ministro voltou a dizer que o governo buscará retirar privilégios de algumas categorias e permitir que trabalhadores hoje no mercado informal possam contribuir para a Previdência.

“Existem 46 milhões de trabalhadores brasileiros que não conseguem contribuir e vão envelhecer. A Previdência não vai conseguir tomar conta deles se não fizermos as reformas. Esses interesses corporativos de sindicatos, seja de trabalhadores, seja patronais, são de falsas lideranças que aprisionaram o Brasil num sistema obsoleto, que cria desemprego, fabrica privilégios, sustenta diferenças e iniquidades. E pior, está afundando o país”, disse o ministro.

O governador Paulo Câmara (PSB) vai encontrar, nesta quarta-feira (6), com os demais governadores do Nordeste na sede da representação do Ceará, em Brasília. A reunião, segundo o pessebista, servirá para que os gestores revejam as pautas e listem suas prioridades comuns.

“Vamos, junto aos governadores do Nordeste, rever nossas pautas, aquilo que está pendente, procurar os membros dos Poderes agora reeleito, no caso Rodrigo Maia, e eleito, o senador Davi, para que a gente possa fazer uma agenda federativa que englobe as ações que são importantes para os Estados”, detalhou Paulo, após se reunir com os prefeitos na Associação Municipalista de Pernambuco, nesta terça (5).

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Além da reunião com os governadores da região, o pessebista também vai se encontrar com o ministro da Economia, Paulo Guedes. Segundo Paulo Câmara, na ocasião ele pretende tratar “das questões fiscais de Pernambuco e ao mesmo tempo de ações que possam ser destravadas no âmbito do ministério”.

“Ainda tem muita parceria para se fazer com o Governo Federal e gostaríamos de fazer tendo condições de destravar coisas que estão paradas a um certo tempo”, observou.

Municípios

Junto aos prefeitos, Paulo Câmara pregou aproximação, diálogo e parcerias. “A gente tem muitas parcerias a fazer com os municípios, com todos os prefeitos e prefeitas. Temos que focar muito nas obras que estão em andamento para concluí-las e ao mesmo tempo buscar alternativas que possam melhorar os serviços oferecidos a população, seja na área da educação, saúde, na geração de emprego, no olhar que precisamos ter para as cidades como a questão de abastecimento de água, saneamento, a zona rural”, disse, logo depois de participar da assembleia da Amupe que reelegeu o prefeito de Afogados da Ingazeira, José Patriota (PSB), como presidente da instituição.

Após virem a público divergências entre os ministros da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e da Economia, Paulo Guedes, ainda na primeira semana do novo governo, o presidente Jair Bolsonaro pediu que os dois abandonem as disputas internas e deem demonstrações de unidade. Os ministros fizeram nesta segunda-feira (7) um gesto inicial e, a convite de Onyx, Guedes almoçou com ele no gabinete da Casa Civil, no Palácio do Planalto.

Os dois fizeram questão de posar para fotos, tendo ao fundo o mapa do Brasil. Os sorrisos contrastavam com as idas e vindas da sexta-feira passada, dia 4, quando Onyx foi obrigado a desmentir que haveria aumento de impostos, após o próprio Bolsonaro confirmar a informação.

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O presidente pediu "coesão" dos ministros e, apesar de ter sido porta-voz de declarações desencontradas sobre importantes medidas econômicas do governo, determinou aos auxiliares uma espécie de lei do silêncio.

Mais do que problemas de comunicação, os desencontros escancararam uma queda de braço entre o núcleo político e a área econômica do governo, como revelou o jornal O Estado de S. Paulo no sábado. Seguindo a solicitação de Bolsonaro, porém, Guedes negou essa divisão e disse não haver turbulências no horizonte.

"Todo mundo acha que tem uma discussão entre nós, uma briga. Nós somos uma equipe muito, muito sintonizada", afirmou nesta segunda o titular da Economia, após citar o nome de Onyx.

O comentário foi feito durante a cerimônia de transmissão de cargo para o comando do Banco do Brasil, depois do almoço com o chefe da Casa Civil. No discurso, Guedes elogiou Onyx e fez de tudo para mostrar que não havia discórdia entre eles. A reportagem apurou, no entanto, que, nos bastidores, as desavenças continuam.

Logo pela manhã, ao participar da solenidade de posse dos novos presidentes do Banco do Brasil, Rubem Novaes; do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Joaquim Levy; e da Caixa, Pedro Guimarães, Bolsonaro afirmou que a aceitação do seu desconhecimento em muitas áreas "é sinal de humildade".

"Tenho certeza, sem qualquer demérito, de que conheço um pouco mais de política do que Guedes e ele conhece muito, mas muito mais de economia do que eu", disse. Em conversas reservadas, o presidente solicitou aos ministros que sempre lhe apresentem duas linhas de ação, sob o argumento de que a "visão política" cabe ao chefe do governo.

Empenhado em desfazer rumores de que Bolsonaro também está se desentendendo com Guedes, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, apelou nesta segunda-feira até mesmo para o inglês e chamou os dois de "best friends". "Não teve rusga nenhuma, nem rusga, nem carrinho por trás, nem tesoura voadora, não teve nada", declarou.

Uma nova reunião ministerial foi marcada para esta terça-feira, 8, quando o presidente pretende "alinhar" o discurso da equipe. Além disso, cada ministro terá de apresentar o "inventário" de problemas nas pastas e metas para os cem dias de governo.

Dúvidas

Na semana passada, a primeira de Bolsonaro no Planalto, houve divergências sobre as principais medidas do governo. Para completar o quadro de incertezas, uma declaração do presidente sobre a definição de idades mínimas para aposentadoria, no momento em que se discute a proposta de reforma da Previdência, provocou dúvidas que ninguém conseguiu explicar.

Bolsonaro chegou a anunciar mudanças nas alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e do Imposto de Renda, que também causaram ruídos e, depois, tiveram de ser negadas por Onyx e pelo secretário especial da Receita Federal, Marcos Cintra. O presidente disse que tinha assinado decreto aumentando o IOF para operações externas, sem dar detalhes. A elevação seria necessária para cobrir o rombo deixado pelo projeto que prorroga benefícios fiscais a empresas do Norte e Nordeste. Horas mais tarde, porém, tudo mudou.

Heleno creditou o "equívoco" de Bolsonaro à quantidade de informações recebidas por ele. "Acredito que aquilo foi fruto de uma primeira semana. O peso em cima das costas do presidente é muito grande e ele acaba ouvindo muita coisa sem ter tempo nem de conferir se o que ouviu está valendo ainda." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Ao empossar nesta segunda-feira (7), no Palácio do Planalto, os novos presidentes do Banco Brasil, Rubem Novaes, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Joaquim Levy, e da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que a tarefa dos novos dirigentes será “fazer a coisa funcionar direito” e eliminar associações “perversas” como ocorreram nos últimos anos.

Segundo ele, essas associações corromperam a economia brasileira e paralisaram o mercado de crédito.

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"A Caixa foi vítima de saques e assaltos de recursos públicos", afirmou o ministro. "Falamos do que já aconteceu com o Banco do Brasil que recebeu aumento de capital e mantém mercado de crédito segmentado", acrescentou.

Durante a cerimônia, no Palácio do Planalto, Guedes afirmou que a posse dos novos presidentes dos bancos estatais marca um novo olhar sobre as atividades destas instituições. “As instituições financeiras são como lubrificantes para o crescimento econômico que depende de crédito”, alertou.

Paulo Guedes reforçou a mensagem do presidente Jair Bolsonaro no início da manhã de hoje (7), quando, por sua conta pessoal no Twitter, o presidente comemorou a abertura do que classifica como “caixa-preta” das instituições, como o BNDES. Segundo Guedes,  operações danosas feitas no passado por meio desses bancos trouxeram fortes prejuízos para a população.

“Você não pode usar a desculpa que há transações para concentrar o poder. Você desvirtua o funcionamento dessas instituições”, afirmou, ao criticar o uso de regras de crédito para o que chamou de “falcatruas para ajudar amigos que chegam mais perto do poder econômico em Brasília”.

O presidente Jair Bolsonaro disse nesta sexta-feira (4) que o ministro da Economia, Paulo Guedes, deve anunciar a possibilidade de diminuir o teto da alíquota do Imposto de Renda da Pessoa Física, de 27,5% para 25%. "Porque o nosso governo tem de ter a marca de não aumentar impostos", afirmou.

Perguntado, Bolsonaro disse que o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) já foi assinado, mas "para quem tem operação fora". Segundo ele, a medida foi necessária "para poder cumprir uma exigência de um projeto aprovado [pelo Congresso] nesse sentido, como pauta bomba, contra a nossa vontade".

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O presidente afirmou que "o percentual [de aumento] é mínimo, uma fração".

Bolsonaro falou com a imprensa após participar de cerimônia de transmissão do comando da Aeronáutica para o tenente brigadeiro do ar Antonio Carlos Moretti Bermudez, na Base Aérea de Brasília.

O ministro extraordinário da transição, Onyx Lorenzoni, que assumirá a chefia da Casa Civil no próximo governo, afirmou nessa quinta-feira (27) que, "no momento certo", a proposta de reforma da Previdência será apresentada. Sem indicar prazos, ele disse que as equipes que estudam o assunto estão afinadas.

"Isso está cada vez mais maduro, os grupos estão muito afinados. No momento certo, quando o presidente comandar, ela vai aparecer", afirmou o ministro, ao apresentar a agenda dos primeiros 100 dias para o próximo governo, resultado dos trabalhos realizados pela equipe de transição.

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Onyx Lorenzoni afirmou que a equipe econômica, sob comandada do futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, trabalha para zerar o déficit nas contas públicas já no próximo ano. A meta do governo, no entanto, ainda prevê déficit em 2019 no valor de R$ 139 bilhões.

"O ministro Paulo Guedes e toda a sua equipe estão super debruçados para tentar, esse é um sonho nosso, zerar o déficit no próximo ano", disse. 

O economista do Ipea Adolfo Sachsida vai comandar a Secretaria de Política Econômica (SPE) do ministério da Economia do governo Jair Bolsonaro. Ligado ao movimento liberal no Brasil, ele faz parte do grupo de transição que assessora Paulo Guedes, o futuro ministro da Economia. Sachsida integrou também o núcleo principal de economistas voluntários que assessoram Guedes durante a campanha eleitoral de Jair Bolsonaro.

A SPE, que ficará vinculada à Secretaria Especial de Fazenda do novo ministério, terá como objetivo central formular a política econômica do governo federal e preparar as "narrativas" técnicas que vão sustentar as medidas a serem adotadas pela equipe de Guedes.

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Doutor em Economia pela Universidade de Brasília (UNB) e com pós-doutorado pela Universidade do Alabama, Sachsida lecionou economia na Universidade do Texas e foi consultor do Banco Mundial para Angola. O economista também é autor de vários livros e artigos técnicos sobre política econômica, política monetária, política fiscal, avaliação de políticas públicas e tributação.

Emprego

Já o atual secretário de Desenvolvimento e Competitividade Industrial do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Igor Calvet, será o número dois da Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade no futuro Ministério da Economia. Ele foi escolhido como secretário adjunto de Carlos Alexandre da Costa, já confirmado como secretário especial da área.

A informação foi divulgada ontem pela assessoria de imprensa do atual Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic). Até então, todos os anúncios de formação de equipe vinham sendo feitos pela assessoria de Paulo Guedes.

Calvet foi um dos formuladores da nova política de incentivos para o setor automotivo, o Rota 2030, sancionado neste mês pelo presidente Michel Temer.

De acordo com a nota, ele foi escolhido pelas "importantes entregas apresentadas como o programa Brasil Mais Produtivo, cujas eficiência e eficácia foram atestadas pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe das Nações Unidas (Cepal) e pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea)".

Calvet é funcionário público na carreira e especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental. É bacharel em Relações Internacionais, mestre e doutorando em Ciência Política. "Sua atuação como técnico é reconhecida pela boa articulação com o setor produtivo e com o Congresso Nacional", informou a nota. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O superministério que cuidará da política econômica nascerá com diversos nomes do governo atual. Secretários, assessores e até ministros da gestão Michel Temer serão aproveitados na equipe do futuro ministro Paulo Guedes. A maioria em cargos adjuntos, os quadros atuais serão mantidos no futuro governo por causa do conhecimento da máquina pública, segundo informações da equipe de transição.

Até agora, oito nomes da equipe econômica atual serão aproveitados no Ministério da Economia e um na diretoria do Banco Central (BC). O levantamento não leva em conta a situação de Ilan Goldfajn, que continuará à frente do BC até a aprovação, pelo Senado, do nome de Roberto Campos Neto, prevista para ocorrer em março.

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Braço direito de Guedes no Ministério da Economia, o secretário executivo Marcelo Guaranys atualmente trabalha no Palácio do Planalto, como subchefe de Análise e Acompanhamento de Políticas Governamentais da Casa Civil da Presidência da República. Ele tem experiência em outros governos. De 2011 a 2016, foi diretor-presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). De 2007 a 2010, ocupou a Diretoria de Regulação Econômica da Anac e foi assessor especial para Infraestrutura na Casa Civil por seis meses, em 2011.

Entre os secretários especiais da pasta, o futuro secretário especial da Fazenda, Waldery Rodrigues Júnior, estava cedido pelo Senado desde 2016, para um cargo de assessor especial no Ministério da Fazenda. Ele também preside o Conselho Fiscal da BB Corretora de Seguros e Administradora de Bens, subsidiária do Banco do Brasil.

Responsável por diversos órgãos hoje vinculados à Fazenda e ao Ministério do Planejamento, essa secretaria terá dois nomes da atual equipe econômica reaproveitados no novo governo. O ministro do Planejamento, Esteves Colnago, será o secretário-geral adjunto da Fazenda. O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, foi mantido no cargo.

Receita

Outra secretaria especial que contará com um nome que atuou no governo atual será a da Receita, que vai ser ocupada por Marcos Cintra. Até o fim de novembro, ele era presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), órgão vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia. Cintra, no entanto, dividia-se, desde meados do ano, entre a Finep e a campanha do presidente eleito Jair Bolsonaro, sendo aproveitado na equipe de transição. O adjunto de Cintra será o subsecretário de Arrecadação e funcionário de carreira da Receita, João Paulo Fachada.

O atual número dois do Ministério do Planejamento, o secretário executivo Gleisson Cardoso Rubim, também será aproveitado na equipe de Paulo Guedes. Um dos responsáveis por coordenar a rotina dos servidores públicos federais e por iniciativas para reduzir o custeio (manutenção) da administração pública, ele será o secretário especial adjunto de Desburocratização, Gestão e Governo Digital. A secretaria será comandada por Paulo Uebel, ex-secretário de Gestão da prefeitura de São Paulo.

Banco Central e PGFN

O atual secretário de Política Econômica e de Promoção da Produtividade, Advocacia da Concorrência do Ministério da Fazenda, João Manoel Pinho de Mello, foi indicado para ocupar a Diretoria de Organização do Sistema Financeiro do Banco Central, que conduz os processos administrativos instaurados pelo BC e acompanha a intervenção e liquidação de outros bancos. Ele entrará no lugar de Sidnei Corrêa Marques, que ficará no cargo até o futuro diretor ser aprovado pelo Senado e tomar posse.

Responsável por representar o Poder Executivo em questões fiscais e por inscrever contribuintes na dívida ativa da União, a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) será chefiada por José Levi Mello do Amaral Júnior. Atual procurador-geral adjunto de Consultoria Tributária e Previdenciária, Amaral Júnior é servidor de carreira da PGFN e foi secretário executivo do Ministério da Justiça na gestão do ministro Alexandre de Moraes, em 2016 e 2017. O futuro procurador-geral teve o apoio do sindicato da categoria.

O futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, quer a devolução de R$ 100 bilhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ao Tesouro Nacional já em 2019. A medida, defende a nova equipe econômica, vai reduzir mais rapidamente o estoque da dívida pública.

O valor a ser acertado já começou a ser negociado pela equipe de transição com o futuro presidente do BNDES, Joaquim Levy. Foi ele quem deu o pontapé inicial na política de devolução dos empréstimos em 2015, quando ocupou o cargo de ministro da Fazenda. Mas, à frente do BNDES, tem preocupação com o comprometimento que a devolução pode provocar na capacidade do banco de fazer novos desembolsos.

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O banco de fomento tem ainda uma dívida de R$ 260 bilhões para pagar ao Tesouro e tinha acertado um cronograma de devolução que prevê uma parcela de R$ 26 bilhões no ano que vem.

O acerto final do montante adicional a ser pago antecipadamente dependerá, porém, da evolução dos desembolsos de empréstimos, na avaliação da área técnica do banco.

A dívida do BNDES com o Tesouro tem origem nos empréstimos de R$ 500 bilhões que o banco recebeu da União durante os governos dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff e que foram responsáveis pela explosão da dívida pública.

Segundo apurou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, técnicos do BNDES já tinham sinalizado que haveria espaço maior para a devolução no ano que vem, mas o volume demandado é maior que o cogitado inicialmente pelo banco.

Empréstimos

No quadro atual, a avaliação é de que o BNDES teria condições de ampliar em mais R$ 50 bilhões a devolução, se o desembolso de empréstimos do banco a empresas não ultrapassar R$ 80 bilhões em 2019. Nesse cenário, a equipe técnica trabalhava com a possibilidade de devolver R$ 76 bilhões.

Para ampliar o pagamento, seria necessário um quadro mais favorável para venda de ações que o banco detém e de pré-pagamento das empresas dos empréstimos atrelados à Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), que corrige os financiamentos antigos do banco.

Em 2018, as empresas pagaram antecipadamente R$ 25 bilhões ao BNDES por seus financiamentos. Em 2019, a expectativa é de que, com um cenário de queda de juros, o pré-pagamento poderia chegar a R$ 20 bilhões. A perspectiva de melhora da Bolsa no ano que vem também favoreceria uma venda maior das ações do banco. Neste ano, a venda deve fechar em R$ 10 bilhões.

Até agora, o BNDES já devolveu R$ 309 bilhões, o que ajudou a reduzir a dívida bruta do governo, um dos principais indicadores de sustentabilidade da dívida pública.

Pelas projeções do Tesouro Nacional, a dívida bruta do governo vai entrar numa rota de crescimento até chegar ao pico de 81% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022. O cenário seria pior se não fossem as devoluções antecipadas dos empréstimos. Os dados mostram que as devoluções já feitas pelo banco e as acertadas com o BNDES para os próximos anos vão permitir uma redução de 9 pontos porcentuais da dívida bruta até 2027.

Sem esse cronograma de pagamento, a dívida chegaria em 2027 ao patamar de 82,2% do PIB, considerado já explosivo, de acordo com os padrões internacionais de avaliação de sustentabilidade para países emergentes, como o Brasil.

Se houver um pagamento adicional no ano que vem, o endividamento poderá cair mais rapidamente do que se fossem consideras as privatizações para abater a dívida - processo bem mais demorado. Procurado, o BNDES não quis comentar o assunto. A equipe de transição não respondeu os questionamentos da reportagem. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Nem mesmo assumiu o cargo, o futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, já enfrenta uma rebelião dos procuradores da Fazenda Nacional. Eles ameaçam entregar todos os cargos de chefia e parar o funcionamento do órgão se Guedes nomear o atual diretor do BNDES Marcelo de Siqueira para comandar a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN). Órgão vinculado ao Ministério da Fazenda, a PGFN é responsável por atuar na cobrança judicial das dívidas que as empresas e pessoas físicas têm com a União.

A PGFN também dá pareceres jurídicos sobre as decisões do Ministério da Fazenda, que será incorporado à nova pasta da Economia. Os procuradores alegam que Siqueira não é funcionário da PGFN e, portanto, não teria nenhum conhecimento da área para comandar o órgão. A categoria compara a escolha de Siqueira como a indicação de um "general do Exército para comandar a Marinha".

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Segundo o Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, apurou, pelo menos 80 procuradores já anunciaram à equipe de transição que vão deixar o cargo assim que Guedes confirmar a indicação de Siqueira. O presidente do Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional (Sinprofaz), Achiles Frias, disse, porém, que são quase 300 procuradores com cargos em comissão que vão entregar os cargos. Eles prometem partir para o confronto e boicote de Siqueira. No total, são 2.100 procuradores em todo o País.

"Assim que Siqueira for nomeado, ninguém vai trabalhar com ele. Não vai ter ninguém para trabalhar com ele", disse Frias. Segundo ele, todos os procuradores vão entregar os cargos de chefia. "Eles não se sentirão confortáveis para trabalhar com uma pessoa que não sabe o trabalho que nós fazemos", disse. A categoria não tem restrições a nomes desde que seja um procurador da PGFN, afirmou.

Frias lembra que, depois de um período de crise em 2015, quando dois procuradores caíram em menos de seis meses, a procuradoria entrou numa fase de tranquilidade. O órgão nesse período conseguiu evitar perda de R$ 2 trilhões para a União, segundo o sindicato.

Há praticamente duas décadas, a chefia da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional é ocupada por um procurador da Fazenda Nacional (PFN). A categoria vê como um retrocesso uma mudança nessa tradição.

Procurada, a equipe de Guedes não quis comentar. Os procuradores votaram para definir a entrega dos cargos; 86% foram favoráveis ao movimento.

Receita

Além dos problemas com PGFN, o time de Guedes enfrenta resistências na Receita Federal. Uma das categorias com maior poder de pressão do governo federal, com mobilizações históricas que afetaram a arrecadação e os despachos aduaneiros em portos e aeroportos, os auditores da Receita não gostaram da decisão de Guedes de colocar o órgão no terceiro escalão, sob o comando de Marcos Cintra, futuro secretário-geral de Arrecadação. Há uma preocupação também de perda de influência na formulação da política tributária, movimento que já foi admitido nos bastidores por integrantes da equipe de Guedes.

O futuro ministro ainda não anunciou o nome do novo secretário da Receita. O atual comandante da Receita, Jorge Rachid, teve reuniões com a equipe de Guedes. Ele foi cotado a permanecer no cargo, mas Guedes avalia outros nomes. Um dos cotados é o secretário adjunto, Paulo Ricardo Cardoso. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, deve indicar nos próximos dias o relator da reforma trabalhista, deputado Rogério Marinho (PSDB-RN) para comandar a área de Previdência Social da nova pasta. Uma secretaria especial deverá ser criada para ficar sob a direção de Marinho. A ideia inicial era que a Previdência ficasse na secretaria de Previdência e Arrecadação, que ficará com o economista Marco Cintra.

O desenho não está fechado, mas fontes informaram que Guedes quer passar com a escolha de Marinho uma mensagem importante de reforço na reforma da Previdência que pode ajudar na negociação com o Parlamento.

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Deputado federal pelo PSDB, Marinho não foi reeleito nas eleições passadas, mas Guedes, segundo apurou a reportagem, com a nova indicação, quer dar mais destaque à reforma da Previdência dentro da estrutura do Ministério da Economia para sinalizar a importância da aprovação do endurecimento nas regras para se aposentar no Brasil, medida considerada essencial para a sustentabilidade das contas públicas.

Como relator reforma trabalhista, considerada difícil e impopular, Marinho tem experiência para ajudar nas negociações com o Congresso, que serão necessárias para aprovar a reforma da Previdência. Com uma nova secretaria, o Ministério da Economia terá sete secretarias.

Waldery Rodrigues Junior deve ser indicado para a Secretaria de Fazenda, segundo apurou o Estadão/Broadcast, plataforma de notícias em tempo real do Grupo Estado. Ele teria como adjunto o atual ministro do Planejamento, Esteves Colnago, de acordo com o desenho que está sendo montado para a pasta. Waldery hoje é coordenador-geral na Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda. Esteves Colnago é servidor de carreira do Banco Central.

Planejamento

Para a Secretaria de Planejamento, Guedes deve indicar o advogado Paulo Uebel, especialista em direito tributário e financeiro. Uebel foi CEO do Lide e é ex-secretário de Gestão do governo João Doria, em São Paulo. Seu adjunto deve ser o atual secretário executivo do Ministério do Planejamento, Gleisson Rubin.

Segundo apurou o Estadão/Broadcast, o desenho atual do Ministério da Economia contempla a indicação de apenas um secretário executivo, que deve ficar com Marcelo dos Guaranys, que hoje trabalha na Casa Civil.

Guaranys é funcionário de carreira do Tesouro Nacional e já foi diretor-presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Ele integra o seleto grupo de funcionários considerados "super técnicos" da Esplanada pela experiência e conhecimento que possuem e podem transitar em vários órgãos do governo federal. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, prepara o terreno para aperfeiçoar o teto de gastos, regra que proíbe que as despesas cresçam em ritmo superior à inflação. Em conversa com jornalistas - a primeira desde a sua indicação para o cargo -, Guedes informou que a estratégia em estudo prevê que, quando o teto "bater no seu limite", seria acionada uma cláusula para desindexar o Orçamento.

Na prática, o "gatilho" da desindexação desobriga o governo a corrigir gastos, como salários e benefícios da Previdência, à inflação e desvincula despesas de saúde e educação. A mudança exigirá alteração constitucional com apoio de 308 deputados e 49 senadores.

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Guedes explicou que o acionamento dessa cláusula seria um "ato extremo" para colocar as despesas do governo em queda. Segundo ele, o excesso de gastos é o maior problema da economia e coloca o País na "armadilha do baixo crescimento".

"Está tudo desindexado até que o teto seja novamente respeitado. Aí o PIB volta a crescer", explicou. No período de "dois anos" citado por ele, seriam adotadas as medidas de desindexação, inclusive dos salários, até que os desvios do teto sejam corrigidos. "Aí, pode indexar de novo. Depois de dois anos fica indexado de novo."

Aprovada em 2016 e em funcionamento desde 2017, a emenda do teto é uma regra fiscal que fixa um limite de gastos por ano com base na correção da inflação oficial, medida pelo IPCA. Apesar do pouco tempo de sua criação, o teto está fadado a estourar já em 2021 de acordo com as projeções mais recentes da Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado, devido ao excesso de despesas obrigatórias "carimbadas".

Reforma

Com a sinalização dada nesta quinta-feira (29) o novo ministro tenta mostrar que, ao contrário das propostas de flexibilização do teto sugeridas pelos candidatos à Presidência durante a campanha eleitoral, sua equipe vai buscar o caminho oposto: na hora em que as despesas estiverem em colisão com o limite do teto, se aciona a desindexação e desvinculação. "Vocês viram desde o começo que eu disse que o responsável pela inflação, pela vulnerabilidade cambial, pelos juros altos, pelos impostos elevados, pela corrupção na política é o excesso de gastos públicos. É evidente que eu só posso ser um ardoroso defensor do teto de gastos", afirmou.

O ministro reconheceu que a manutenção do teto de gastos sem a reforma da Previdência é insustentável e vai levar ao seu estouro em breve, exigindo acionar as cláusulas de correção. A emenda já prevê gatilhos de ajuste, como a suspensão do reajuste dos salários dos servidores e impedimento para concessão de novos subsídios.

Depois da reforma da Previdência, que deve ser apresentada no primeiro trimestre de 2019, as mudanças no teto de gastos apontam para a prioridade de Guedes de abater o excesso de despesas e dar maior eficiência ao gasto público.

"Se alterarem regras de indexação dos benefícios sociais, isso ajudaria a dar sobrevida ao teto. Mas é preciso lembrar que, sem reforma da

Previdência, não se resolve o problema de forma estrutural", avalia o diretor-executivo da IFI, Felipe Salto. "Hoje no Brasil está tudo ligado ao salário mínimo. Discutir isso (desindexação) nesse momento é relevante."

Salto lembra que 75% do Orçamento Federal são destinados a apenas cinco despesas (a maior parte indexada): benefícios do INSS, salários e aposentadorias de servidores, Benefício de Prestação Continuada (BPC), abono salarial e seguro-desemprego. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Com acenos para a área social, o economista Paulo Guedes, futuro da Economia, afirmou neste sábado que o governo Jair Bolsonaro (PSL) será "eficiente e fraterno". "O que não pode é, em nome da fraternidade, degenerar toda política. E quando alguém perguntar você diz: 'não, eu estou ajudando esse pobre'", criticou. Guedes participou hoje do encerramento do Congresso do Movimento Brasil Livre, em São Paulo.

"Foram as grandes religiões que trouxeram a mensagem de solidariedade, e a esquerda roubou essa bandeira e parece ter o monopólio de defender os mais pobres. Mas os liberais sabem que as economias de mercado são a maior ferramenta de inclusão social da História", defendeu.

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Para Guedes, o Brasil "virou uma grande folha de pagamentos" e acaba sobrando pouco dinheiro "para baixo", referindo-se aos mais pobres.

Em sua fala, afirmou que vivemos uma "democracia virtuosa" e destacou a importância de existir a oposição. "Estamos numa democracia virtuosa e, apesar dessas paixões, a grande verdade é que se não existe Fluminense não existe Flamengo. Precisamos do outro lado", discursou.

Guedes disse que, enquanto o regime militar foi importante para investimentos na área da infraestrutura, os governos subsequentes foram importantes para investimentos na área social como o Programa Bolsa Família, que considera ser baseado em ideias da Universidade de Chicago e de Milton Friedman, que foi seu professor.

Ele considerou que a esquerda, em nome do discurso de ajudar os mais pobres, resolveu dar "dinheiro na veia" da população através do Bolsa Família, mas apenas isso não é suficiente para melhorar a vida da população. "Hoje, se você quer ajudar o mais pobre, primeiro tem que subir para Brasília, passar por todos os ministérios, girar bastante esse dinheiro... E aí se sair 100 (reais) do contribuinte, chega 3 no Bolsa Família. Isso está errado."

O futuro ministro avaliou que a eleição de Jair Bolsonaro representa o rompimento de um sistema "exaurido". Segundo ele, o País passou por um círculo vicioso que começou com o MDB, passou pelo PSDB, depois PT e voltou para o MDB durante os últimos 30 anos de redemocratização. "O modo dirigista acabou corrompendo a política e derrubando economia e nos perdemos nesse moinho circular."

Também criticou o crescimento do Estado e dos gastos públicos. "O País virou uma ciranda financeira, inferno dos empreendedores, o paraíso dos rentistas, com juros altos e atividade econômica desfalecendo. Brasil entrou na armadilha do baixo crescimento e não conseguiu fazer transformação do estado", disse. Guedes mencionou que o Brasil "reconstrói uma Europa por ano sem sair da pobreza" com a dívida pública. "O governo impede progresso econômico no Brasil. O excesso de governo acabou intoxicando economia", afirmou em outro momento.

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