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O novo primeiro-ministro britânico, o conservador Rishi Sunak, decidiu nesta quarta-feira (26) adiar para meados de novembro a apresentação do plano orçamentário que deve tranquilizar os mercados, após a convulsão causada pelas polêmicas medidas econômicas de sua antecessora.

Sunak, um ex-banqueiro bilionário de 42 anos, neto de imigrantes indianos, foi nomeado chefe de governo na terça-feira para substituir a conservadora Liz Truss.

Truss, empossada em 6 de setembro para substituir o polêmico Boris Johnson, foi forçada a renunciar na semana passada, sob pressão dos mercados e de seu próprio partido, devido ao caos financeiro que causou com suas polêmicas políticas de cortes de impostos e ajudas públicas sem financiamento em tempos de inflação muito alta.

Na tentativa de acalmar as preocupações dos mercados, seu ministro das Finanças, o ultraliberal Kwasi Kwarteng, concordou em adiantar para 31 de outubro a apresentação de um plano orçamentário inicialmente previsto para 25 de novembro.

No entanto, Kwarteng acabou sendo demitido e substituído há duas semanas pelo mais moderado Jeremy Hunt.

No primeiro discurso após sua nomeação na terça-feira, Sunak, defensor da ortodoxia orçamentária, prometeu "corrigir os erros" de Truss e devolver "a estabilidade e a confiança econômicas".

Mas, para isso, "decisões difíceis terão que ser tomadas", alertou, levantando temores de políticas drásticas de austeridade, com cortes orçamentários iminentes e aumentos de impostos.

A sua simples nomeação e a de Hunt ajudaram a acalmar a volatilidade nos mercados financeiros, o que levou o novo Executivo a defender, nesta quarta-feira, que já não é tão urgente apresentar o seu orçamento e que prefere dar mais tempo para sua elaboração.

- "Proteger os mais vulneráveis" -

O chefe de governo e seu titular das Finanças "definiram a data de 17 de novembro" para apresentar suas medidas econômicas, informou nesta quarta o governo, pouco antes de Sunak comparecer ao Parlamento em sua primeira sessão semanal de perguntas ao primeiro-ministro.

O novo líder conservador experimenta ali seu batismo de fogo diante de uma oposição trabalhista, favorita nas pesquisas, que pede a convocação de eleições legislativas antecipadas após a segunda nomeação em dois meses de um chefe de governo sem eleições.

O Partido Conservador obteve com Boris Johnson uma esmagadora maioria legislativa em 2019, a maior da direita britânica em 40 anos. Mas, desde então, o país mudou seu primeiro-ministro duas vezes.

A primeira troca com Truss, por meio de uma votação na qual participaram apenas cerca de 170 mil membros do partido. A segunda, com Sunak, graças ao apoio de cerca de 200 dos 357 deputados conservadores.

Neste contexto, 62% dos eleitores britânicos, num país de 67 milhões de habitantes, querem que as eleições legislativas sejam antecipadas antes do final do ano, em vez de esperar pelo início de 2025, segundo uma pesquisa da Ipsos.

O bilionário Sunak "não está do mesmo lado dos trabalhadores", lançou o líder da oposição trabalhista Keir Starmer na Câmara dos Comuns, perguntando ao novo primeiro-ministro "por que você não testa e deixa que os trabalhadores tenham a palavra convocando eleições gerais?"

O líder conservador se esquivou da pergunta, assim como uma sobre os nacionalistas escoceses, sobre se as ajudas sociais aumentarão em seu próximo orçamento no mesmo nível da inflação, que já está acima de 10%.

"Sempre agi de forma a proteger os mais vulneráveis", limitou-se a responder o ex-ministro das Finanças, que distribuiu generosas ajudas durante a pandemia, desencadeando uma dívida pública que agora precisa de ser reembolsada.

Insistiu na necessidade de controlar a inflação, "o inimigo que deixa todo mundo mais pobre", e garantiu que tomará as "necessárias decisões difíceis de forma justa e compassiva".

O plano econômico da pré-candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), condenado e preso na Operação Lava Jato, à Presidência da República nas eleições 2018 passa pela reversão de medidas recentes, como a adoção do teto de gastos e a reforma trabalhista, com redução da volatilidade do câmbio, incentivo ao crédito e ao emprego em setores como a construção civil. Os detalhes foram anunciados pelo assessor econômico do PT, Guilherme Mello.

"Temos de dar emprego, gerar renda e crédito. Assim, a roda da economia volta a girar. O plano de Lula é o contrário do que o governo Michel Temer tem feito", disse.

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Em debate com os assessores econômicos dos pré-candidatos à Presidência na Universidade de Brasília, Mello defendeu que o Brasil não pode esperar para retomar o crescimento e, por isso, a candidatura Lula tem um plano emergencial para a questão do emprego. "O plano emergencial para o emprego e a renda é fundamental. Em particular onde (o emprego) foi destruído, como a construção civil", disse, ao citar que há pelo menos 7.400 grandes obras públicas paradas. "Basta o Estado retomar as obras, ao retomar o papel de investir em infraestrutura, e conseguiremos uma série de empregos, milhões de empregos, para girar o circuito da renda".

Além do plano emergencial, o assessor do PT disse que a proposta de eventual governo Luiz Inácio Lula da Silva "tem um plano estrutural e de revogação de uma série de atrasos que foram aprovados recentemente no governo Michel Temer". Mello citou como exemplos a emenda constitucional que criou o teto de gastos e a reforma trabalhista. Outra medida a ser revogada é a retomada do regime de partilha no petróleo com recursos direcionados a um fundo para educação e ciência e tecnologia.

Para o economista, o teto de gastos fará com que o Estado brasileiro diminua a um tamanho comparável a de Estados africanos "que não conseguem oferecer nada, como saúde ou educação". "O teto é um projeto de desconstrução da nossa Constituição", disse. Sobre a reforma trabalhista, o assessor de Lula diz que a mudança "dilacerou a cidadania e os direitos trabalhistas". "Incentiva a 'pejotização' e enfraquece a Previdência".

Câmbio

Ao mesmo tempo em que reverte medidas recentes, eventual governo Lula atacaria "um dos mais voláteis regimes cambiais do mundo". A ideia defendida pelo assessor econômico do PT é ter um regime cambial mais estável. "Temos de ter estabilidade do câmbio em patamar competitivo ajuda estrutura produtiva", disse, ao lembrar que o mercado brasileiro de derivativos é um dos maiores do mundo. "Nossa moeda é alvo de especulação. Temos de reduzir volatilidade do câmbio", disse.

Outra mudança proposta é a reforma tributária com duas diretrizes: carga tributária estável e distribuição federativa estável. Mello defende um modelo mais simples e progressivo em uma reforma que "eliminaria dois entraves" do debate. Nesse pacote, pessoas com renda de até cinco salários mínimos seriam isentas do Imposto de Renda e haveria taxação de heranças.

Por fim, o economista defende a mudança das diretrizes do mercado de crédito. "O crédito brasileiro é escasso e caro. Os bancos públicos devem parar de agir como um oligopólio e devem se comportar como banco público", disse.

O programa econômico do PT também propõe usar até US$ 40 bilhões das reservas internacionais para financiar a infraestrutura e rever as diretrizes do regime de metas de inflação.

"Podemos tranquilamente pegar uma parte das reservas e recursos do BNDES para criar um fundo que, junto com capitais privados, vão financiar obras de infraestrutura", disse Mello ao ser questionado sobre como eventual governo do PT financiaria a retomada de projetos de infraestrutura. "Temos de US$ 30 bilhões a US$ 40 bilhões de excesso de reservas internacionais. É um colchão que custa caro", disse.

O assessor do PT também defendeu uma reforma monetária com mudança de regras do regime de metas de inflação. "O nosso regime de metas de inflação é o mais rígido do mundo. Os juros não são a dança da chuva. Se quebrar uma safra do tomate pela seca, não adiante subir juros", comparou, ao lembrar que vários países que usam o regime de metas adotam parâmetros diferentes, como o núcleo da inflação, e não um índice amplo como o IPCA.

"Isso (a rigidez do regime de metas) transforma os juros em algo muito volátil", defendeu Mello, ao citar que eventual governo petista também adotaria políticas de desindexação. "O que ajuda a estabilizar a inflação e a taxa de câmbio".

O governador de Pernambuco Paulo Câmara (PSB) avaliou como positivo o pacto firmado entre os Estados e a União para tentar reequilibrar as contas públicas. Em nota encaminhada à imprensa, o pessebista destacou que a iniciativa "é um passo importante, que contribuirá para que o Brasil supere, com unidade, o atual momento e volte a gerar emprego e renda".

"É muito importante ter momentos como esse em que os governadores possam dialogar com o presidente e, juntos, buscarmos formas de repactuação. Os compromissos com os cortes de gastos foram mantidos. Todos nós governadores estamos tendo esse trabalho. Todos se colocaram à disposição para discutir as reformas que estão por vir, como a reforma da previdência", afirmou o governador. 

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O plano apresenta medidas para o controle de gastos da União e das administrações estaduais, a discussão de reformas necessárias e ações que dialogam com a estruturação de um ambiente favorável para a retomada da economia do País. Paulo Câmara participou, nessa terça-feira (22), da reunião de governadores com o presidente Michel Temer, os ministros da Fazenda e do Planejamento, além do presidente do Senado, Renan Calheiros, e da Câmara, Rodrigo Maia. 

Entre as ações propostas pelo pacto estão o chamamento para a "unidade absoluta de ação da União e dos Estados" no que diz respeito à implementação do ajuste fiscal proposto pelo Governo Federal, reformulação das Previdências estaduais e a elaboração  de propostas de readequações dos Estados em sintonia com as peculiaridades de cada região. Para isso, os secretários da Fazenda se reunirão já nesta quarta-feira (23) com a participação da Secretaria do Tesouro Nacional.

Os governadores também vão ter reuniões setoriais com representantes por região. "Nós do Nordeste temos convicção de que podemos contribuir para o desenvolvimento do País e a diminuição das desigualdades entre as regiões. Essas reuniões setoriais são fundamentais na hora de cada região colocar suas peculiaridades à mesa", explicou Paulo Câmara.

Os 22 governadores também saíram da reunião com a garantia de que o Governo Federal vai liberar para os Estados os R$ 5,3 bilhões obtidos com a multa da chamada repatriação. O presidente também sinalizou para a liberação de cerca de R$ 6 bilhões para os municípios. 

A China, que já é detentora do mais sofisticado sistema de censura na internet, considera que é preciso fazer mais, de acordo com o documento relevado hoje contendo os planos do Partido Comunista para o país nos próximos dez anos.

No documento, o partido diz que a internet impõe um "desafio amplo e novo" para a estabilidade do país. Embora, muito do que partido fala sobre a internet no documento repita retóricas de declarações anteriores, especifica o aplicativo de mensagem para aparelhos móveis WeChat, da Tencent Holdings, entre os diferentes instrumentos de mídia social que podem trazer problemas.

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"Após o aumento do poder da mídia online, a mídia da internet ficou atrasada em relação as rápidas mudanças ocorridas. Em particular, enfrentamos o crescimento rápido das redes sociais e dos instrumentos de comunicação instantânea, como Weike e WeChat, que disseminam rapidamente informações, têm grande influência e ampla cobertura, e têm forte capacidade de mobilização social", diz um trecho do documento.

Não está claro o que o documento quer dizer quando se refere ao Weike, embora no passado tenha sido utilizado como referência aos microblogs em estilo semelhante ao Twitter como o Weibo, da Sina Corp. A Tencent, que desenvolveu o aplicativo WeChat, não quis comentar sobre o assunto.

O documento comenta sobre como "fortalecer o sistema legal e orientar a opinião pública, garantir a distribuição ordenada de informações online, a segurança nacional e a estabilidade social, o que já se tornou um problema real e proeminente". Fonte: Dow Jones Newswire.

A China anunciou que irá introduzir um sistema que funcionaria como um "alerta precoce" sobre a dívida pública. O Partido Comunista não forneceu detalhes, mas Pequim vem demonstrando cada vez mais preocupação com os crescentes níveis de endividamento dos governos locais.

O governo também revelou a intenção de dar mais autoridade aos governos locais para que emitam títulos de dívidas. As mudanças seguem-se ao encontro de quatro dias das lideranças políticas da China durante a Terceira Sessão Plenária do 18º Comitê Central do Partido Comunista, onde foram definidas a agenda econômica para a próxima década. O encontro terminou terça-feira. Fonte: Dow Jones Newswires.

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A China deve flexibilizar os controles sobre fusões e aquisições de companhias estrangeiras por investidores chineses e, ao mesmo tempo, os investimentos no exterior, incluindo em ações, tanto por individuais como por companhias. A decisão faz parte do plano econômico do Partido Comunista para os próximos dez anos, definido no encontro de quatro dias das lideranças políticas da China durante a Terceira Sessão Plenária do 18º Comitê Central do Partido Comunista, onde foram definidas a agenda econômica para a próxima década. O encontro terminou terça-feira.

Embora sem muitos detalhes sobre o momento em que as mudanças devam começar a ocorrer, o documento divulgado prevê ainda aceleração da liberalização das taxas de juro e da abertura da conta de capital da nação e a criação de um sistema de seguros para depósitos bancários.

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De acordo com a agência estatal de notícias Xinhua, que está divulgando as informações sobre o novo plano, o governo deve trabalhar em uma legislação sobre falência bancária e alterar para 30% a transferência de lucros das estatais para o governo até 2020. Fonte: Dow Jones Newswire.

O governo federal lancou, nesta quinta-feira (25), o Plano Safra da Pesca e Aquicultura, que prevê o investimento de R$ 4,1 bilhões no setor até 2014. Os recursos serão utilizados para a dobrar a produção de pescado no Brasil, chegando a dois milhões de toneladas por ano.

A proposta é expandir a aquicultura, através da modernização e fortalacimento da produção e comércio pesqueiro. “Nós temos 13% das reservas de água doce do mundo e oito quilômentos de costa marítima, mas estamos apenas em 23º no ranking da pesca e 17º no da aquicultura. Essa plano vai dar condições para transformar o nosso potencial em uma atividade econômica competitiva e lucrativa”, explicou a presidente Dilma Rousseff. Ela também chamou a atenção para a eficácia do plano. “Recursos nãoirão faltar desde que sejam usados de forma produtiva”, destacou.

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De acordo com o ministro da Pesca e Aquicultura, Marcelo Crivella, o plano irá atuar em quatro frentes: desoneração tributária, ampliação de investimentos para o crédito, assistência técnica e aumento da demanda através do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). “Não é só um aumento na produção. O plano consiste num amplo processo econômico-social”, ressaltou crivella, que também destacou os acordos de cooperação técnica com outros ministérios.

Através do Ministério da Saúde, o governo irá trabalhar para melhorar a assitência aos trabalhadores da pesca. Com a Petrobras foi firmado um acordo de cooperação para a produção de biocombustível, através do óleo do peixe. Os ministérios da Defesa, Educação e Desenvolvimento Agrário fornecerão capacitação e assitência técnica aos trabalhadores. Já o Desenvolvimento Social irá ajudar 3.500 famílias de pescadores da Bahia e Pará que vivem em situação de extrema pobreza.

No Distrito Federal será construído, ainda, um centro de referência para aplicação de técnicas avançadas de aquicultura, em cooperação com a Universidade de Brasília (UnB).

Plano Safra







O plano irá melhorar as condições de crédito no setor. Os pescadores, com renda de até R$ 160 mil por ano, e os aquicultores, com renda de até R$ 320 mil por ano, poderão ter acesso ao Programa de Financiamento da Agricultura Familiar (Pronaf), pagando 4% de juros ao ano. "O microcrédito para os pescadores terá condições ainda melhores. Esses trabalhadores poderão pagar um empréstimo de até R$ 2.500 e vão ter dois anos para pagar tudo, com juros de 0,5% ao ano. Quem pagar em dia vai ter um desconto de 25% sobre o valor que ele tomou emprestado", explicou Dilma.

O crédito para as cooperativas deverá chegar a R$ 30 milhões e poderá ser pago em até dez anos, com juros de 2% ao ano. "A cooperativa só começa a pagar pelo financiamento três anos depois de pegar o crédito, dando tempo aos cooperados para organizar a sua produção, começar a tirar lucro do negócio e só depois pagar pelo empréstimo", frisou a presidente.

O governo também irá destinar R$ 135 milhões em assistência técnica e em cursos sobre crédito, produção, conservação e comercialização de pescado. A expectativa é que cerca de 120 mil pescadores participem da capacitação. O plano também prevê a compra de 20 mil toneladas de pescado por ano, através do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), para ser usado, por exemplo, na merenda escolar.

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