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Nesta quarta-feira (5), em Brasília, as prefeituras que tiveram desta na gestão do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) em 2011 serão premiadas. É que será entregue o Prêmio Gestor Eficiente da Merenda Escolar, que uma iniciativa da organização não governamental Ação Fome Zero, tem como objetivo identificar e dissimular as práticas de sucesso na execução do PNAE, do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

De acordo com informações do Ministério da Educação (MEC), o prêmio está em sua nona edição, e, neste ano, 929 prefeituras se inscreveram para participar. Ao todo, 29 municípios foram selecionados como vencedores. O início do evento será às 11h, no Royal Tulip Brasília Alvorada.

O PNAE

O programa já atua há 57 anos, e, atualmente, atende 45 milhões de alunos da educação básica. O PNAE também é importante no apoio à agricultura familiar brasileira, uma vez que 30% dos recursos repassados pelo FDNE em prol da merenda escola devem ser investidos na aquisição de gêneros alimentícios dos agricultores. O investimento deste ano gira em torno de R$ 990 milhões.

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Utilizando de uma medida cautelar o Tribunal de Contas de Estado (TCE) suspendeu a realização de concursos públicos em treze municípios de Pernambuco, baseando-se na Lei de Responsabilidade Fiscal que proíbe a nomeação e contratação de pessoas nos últimos 180 dias de gestão.

Segundo a presidente do Tribunal Tereza Duere, algumas prefeituras comprometeram o orçamento municipal deixando despesas para os futuros gestores e não tem sentido a realização de concursos.

“Algumas prefeituras gastam mais do que recebem, um exemplo foi a greve motivada pela diminuição no repasse do Fundo de Participação do Municípios (FPM). Muitas cidades passaram oito anos sem realizar concurso e de repente resolvem realizá-lo no fim de mandato ”, comentou Tereza Duere.

A medida cautelar expedida pelo conselheiro e relator do TCE, Marcos Loreto, aconteceu após a realização dos concursos em algumas cidades, mas as provas foram inviabilizadas e o resultado não será divulgado.

As cidades de Paudalho, Afrânio, Ribeirão, Maracaparana e Palmerinha já tiveram os concursos suspensos, mas oito municípios estão com editais lançados e provas marcadas para acontecer ainda no mês de dezembro.

Com datas irregulares se destacam as cidades de Itaíba e Carnaíba com provas marcadas para acontecer no dia 25 de novembro. São João, Brejão, Caetés e Trindade tencionam realizar no mês de dezembro. Já Igarassu marcou o teste para o dia 15 de Janeiro de 2013.

Mais de noventa prefeituras de Pernambuco realizaram greve durante a semana que passou por causa da diminuição no repasse do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Os prefeitos reclamam que a presidente Dilma Rousseff (PT) precisa dar uma compensação fiscal e aumentar as verbas municipais, pois a isenção do Imposto Sobre Produto Industrializado (IPI) gerou uma perda considerável aos cofres públicos. Eles também pressionam o Governo Federal por uma redistribuição dos recursos advindos da extração de petróleo (royalties).

Os problemas da seca também vêm agravando a situação do Nordeste. Durante essa semana houve uma mobilização nacional, mais de dois mil prefeitos foram a Brasília solicitar uma compensação. Eles alegam que para fechar o caixa dos municípios e não infringir a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) estão suspendendo serviços e demitindo cargos comissionados. De acordo com o presidente da Comissão de Desenvolvimento do Agreste Meridional (Codeam), Eudes Catão, houve uma queda no FPM de 22%, por causa da redução de IPI.

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Toda essa mobilização resultou no abatimento de 60% dado pelo Governo Federal às multas ocasionadas pelos débitos previdenciários. Os gestores também conseguiram a renegociação das dívidas e um aumento de R$ 1,5 bilhão em verbas que será distribuído por meio de emendas parlamentares até o fim do ano. Outras questões serão tratadas no encontro com a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, no dia 29 de novembro. 

A situação é agravada quando se leva em conta a questão da estiagem no Nordeste, pois 125 cidades de Pernambuco já decretaram estado de emergência e 117 delas tiveram o pedido reconhecido. Oito cidades são da Zona da Mata, mas o problema aumenta em 61 municípios do Agreste e 56 do Sertão.

Os prefeitos reivindicam a criação de um comitê de crise para tratar os problemas da seca. Na Assembleia de Pernambuco foi agendada uma audiência que vai acontecer no dia 26 de novembro. Muitos prefeitos desejam que deputados, senadores e governadores ajudem no diálogo junto ao Governo Federal.

Apesar da paralisação, os prefeitos se comprometeram a manter os serviços essenciais como os atendimentos na rede municipal de saúde e a coleta de lixo. Os dias que as prefeituras ficaram paradas serão recompensados com uma hora a mais de expediente durante três semanas.

O governo federal lançou uma cartilha com orientações para os gestores municipais que estão encerrando o mandato. A iniciativa da Secretaria de Assuntos Institucionais da Presidência da República foi estimulada pelo alto índice de renovação de prefeitos com as eleições deste ano. Dos 5.565 municípios, mais de quatro mil elegeram novos gestores.

Clique AQUI e confira a cartilha.

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A publicação traz informações sobre a Lei Eleitoral e a Lei de Responsabilidade Fiscal, a fim de garantir equilíbrio financeiro durante a transição. O documento também orienta sobre a formação da Comissão de Transição de Governo, para que neste período a gestão atual apresente relatórios sobre as decisões que repercutem nos anos seguintes da administração local. A ideia é que os novos gestores possam conhecer a situação atual para dar continuidade ao trabalho e propor novas metas e projetos.

A Subchefia de Assuntos Federativos (SAF) também desenvolveu o sistema online de informações municipais (www.portalfederativo.gov.br) a fim de facilitar o acesso do novo mandatário a programas federais em andamento. O sistema informa sobre os programas implantados no município, a população beneficiada e os recursos. O gestor também poderá obter informações sobre o perfil demográfico das cidades, dados relativos à educação, saúde, infraestrutura e sobre transferência de verbas da União para os municípios. As informações são provenientes de diversos órgãos federais.

A SAF já está elaborando a cartilha Orientações para o Gestor Municipal: Início de Mandato, que será distribuída para os novos prefeitos em fevereiro de 2013.

Depois das eleições municipais do último domingo (7), alguns quadros partidários continuam na sua estabilidade padrão. O PT, PSDB, PMDB, DEM e PSB, que se declaravam de centro, direita e esquerda, vivem uma balança que pesa seus interesses versus o anseio popular. Enquanto algumas siglas ampliam o território de atuação nas cidades - base da política nacional -, outros perdem o seu capital político. Isso é um reflexo da eleição municipal e, com uma nova conjuntura montada, algumas legendas caminham para desfazer alianças e fortalecer novas lideranças.      

O resultado desse primeiro turno é bem favorável à base da presidenta Dilma Rousseff (PT), pois os números indicam uma vitória dos partidos aliados. Mas PT, em si, perdeu a chance de consolidar novos redutos por beneficiar sua política de alianças nacionais. Em todo o Brasil a sigla ganhou em 624 cidades, ficando com 11,38% das prefeituras de todo o Brasil. Segundo o cientista político Túlio Velho Barreto, o PT teve um desempenho considerado "razoável".

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Apesar da derrota no Recife para um partido aliado (o PSB), o PT está disputando o segundo turno na capital paulista, maior colégio eleitoral do Brasil, contra o adversário histórico que é o PSDB. “Essa derrota pode ser compensada com a vitória em São Paulo. O julgamento do mensalão no período eleitoral e a vontade de mudança atrapalharam o desempenho do partido aqui no Recife, mas no geral, ele acumula uma situação satisfatória”, comentou Túlio Velho Barreto.

Quem continua com o maior quadro de prefeito é o PMDB, que ignorou as alianças nacionais com o PT e se alinhou com a legenda que mais lhe interessava no momento. O partido conquistou 1.017 municípios, o que representa 18,55% de todas as prefeituras. “Historicamente, é o partido que mais elege prefeitos e controla a maior quantidade de prefeituras. Suas lideranças são divididas e fracionadas. Por priorizarem interesses locais, o seu desempenho foi desigual, pois em Pernambuco só conseguiu eleger Júlio Lessa, em Petrolina”, declarou o cientista político. 

O PSDB continua sendo o segundo partido que detém o maior número de cidades, com 693 prefeituras. “Controla os municípios com maior densidade eleitoral e mantem a sua estabilidade. O partido não cresceu nem perdeu, sua atuação política é igual ao do PMDB, com pragmatismo eleitoral. Não seguindo as alianças históricas, flerta com a base do governo da presidenta Dilma”, afirma Túlio.

Desde sua fundação, o PSB sempre estive ao lado dos petistas e tem construído alianças com partidos de direita, centro e esquerda, não fugindo ao padrão do pragmatismo político. O que mais chama a atenção é a forma contínua de crescimento da legenda, que a partir de 2013 administrará 435 prefeituras.

O PSB ampliou seu espaço de comandos em importantes cidades como Belo Horizonte, capital do estado de Minas Gerais, além da vitória no Recife, capital pernambucana. “Os socialistas estão na base de apoio de Dilma e tem um bom trânsito no PT, ao mesmo tempo que se relacionam com o PSDB e o PMDB. o governador de Pernambuco e presidente nacional da sigla, Eduardo Campos, desponta no cenário nacional e não vai ficar da arquibancada assistindo o jogo. Para 2014, tudo vai depender da crise econômica e da popularidade da presidenta Dilma”, reforçou Túlio.

Já o antigo PFL e atual Democratas conseguiu eleger 275 prefeitos, mas vive seu "inferno astral" e passa por uma crise de identidade política, principalmente depois da eleição de Lula para presidente. “Os democratas, que representavam o pensamento liberal, perderam sua marca com o surgimento de novos partidos. Foi abandonado por algumas lideranças. A troca do PFL para DEM não consolidou, faltou um discurso que conquistasse o eleitorado e o partido vive, hoje, uma crise enorme”, opinou o cientista.

Seis municípios do estado da Bahia ainda estão sem prefeitos. Os candidatos de Cruz das Almas, Salinas da Margarida, Amélia Rodrigues, Pojuca, Camamu e Muquém de São Francisco concorreram ao cargo de prefeito com candidaturas indeferidas pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-BA). Nos municípios de Salanias, Pojuca e Muquém podem ser convocadas novas eleições. A decisão ficará por conta do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Em Amélia Rodrigues, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), o candidato Paulo Falcão (PSD), foi o mais votado com 1.201 votos a mais que o segundo colocado. Em Amélia Rodrigues, o soldador André Luiz Lopes, afirmou que "tem pessoas comemorando [a vitória de Falcão], mas ainda não bateram o martelo. Ficamos na expectativa”.

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Em Camamu, na Costa do Dendê, Emiliana de Zequinha Mata (PP) fica em regime de espera para ter a confirmação do cargo. No município do litoral sul da Bahia três candidatos que somaram 58,97% dos votos estavam com a candidatura indeferida pelo TRE.  Caso dois dos mais votados consigam validar a candidatura Emiliana receberá o cargo de prefeita. O marinheiro Paulo Maurício informa que “a população fica chateada. Mas é bom pra tirar todas as dúvidas, pra saber quem é quem”.

De acordo com o TSE, será feito um esforço para julgar os recursos de candidaturas impugnadas e os que envolvem a Lei Ficha Limpa terão prioridades. Nos municípios de Pojuca, Salinas e Muquém o TSE pode decidir por novo pleito eleitoral.

Os prefeitos eleitos na atual campanha tomarão posse em janeiro com um "programa de governo" elaborado pela presidente Dilma Rousseff. Caberá aos gestores municipais conduzir mais de 200 programas da União, função que exige cada vez mais esforço e mais dinheiro. Ao mesmo tempo, num cenário de crise financeira mundial, as medidas de estímulo à economia adotadas em Brasília drenam recursos que normalmente irrigariam os cofres municipais.

Diante desse cenário, a Confederação Nacional dos Municípios (CNM), que representa prefeituras de todo o País, vem confrontando o governo federal, em busca de mais recursos e menos obrigações. A equipe presidencial diz que a situação financeira não é tão ruim assim e que os programas federais servem de "norte" para os futuros gestores.

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De acordo a CNM, os municípios aguardam R$ 18,7 bilhões em restos a pagar atrasados. Esse dinheiro não existe nos cofres da União, mas foi marcado como gasto nos orçamentos federais desde 2002, sem o respectivo repasse às prefeituras. Na maioria dos casos, ressalta a CNM, são verbas para obras que foram iniciadas e acabaram onerando mais ainda os cofres municipais porque o prefeito tende a bancar a parte da União para terminar os empreendimentos.

"Os prefeitos precisam administrar a falta de compromisso do governo federal, que coloca em suas costas iniciativas e programas, criando uma ansiedade no município e, consequentemente, pressionando o prefeito", disse Paulo Ziulkoski, presidente da CNM.

Além disso, o endividamento dos municípios oscila em torno de R$ 73 bilhões, sendo R$ 50 bilhões em dívidas de curto prazo e R$ 23 bilhões em obrigações previdenciárias atrasadas.

O Palácio do Planalto contesta o cenário de crise nas finanças municipais. Segundo a ministra das Relações Institucionais (SRI), Ideli Salvatti, os repasses de programas sociais e outras medidas ajudam a impulsionar o comércio local. Os prefeitos também ganhariam politicamente, porque quando as obras estão prontas ganham crédito pelo projeto e, se der errado, a culpa é da União, completou Ideli.

"Para nós é uma questão estratégica. Desde o presidente Lula, e com a presidente Dilma, a maior parte dos programas é feita em parceria entre governos estaduais e prefeituras", disse a ministra. "A eficácia dos programas tem de ter a eficiência do ente federado lá na ponta."

A equipe de Ideli preparou um catálogo com os 220 programas do governo federal, mantidos pelos municípios. O material está no site da SRI, com publicações que orientam os atuais gestores sobre o que precisam fazer para deixar as contas em ordem e as exigências da Lei de Responsabilidade

Outra cartilha orientará os eleitos sobre suas obrigações a partir de 2013.

Desonerações. Outro fator que pesa nas finanças dos municípios, mas dificilmente será alterado pelo governo federal, diz respeito a desonerações. Ao reduzir tributos para estimular a economia, o Ministério da Fazenda avança sobre impostos que compõem a base de cálculo do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), como o corte de IPI de automóveis.

Para a ministra Ideli Salvatti, no entanto, essa questão deve ser encarada como acessória. "O que mais afeta a população é emprego e renda. Com as desonerações, garantimos o emprego e aumentamos os investimentos das empresas, que também elevam os salários de seus funcionários", diz. Além disso, a política de aumentos consistentes do salário mínimo "tem fortalecido a economia. O Nordeste tem crescido a níveis chineses e não foi por causa do FPM", rebate Ideli.

O próximo prefeito de São Paulo herdará uma dívida projetada pela Prefeitura para 2013 em R$ 72 bilhões - atualmente ela está em torno de R$ 58 bilhões. Caso o valor se concretize, bem como o do Orçamento de R$ 42 bilhões previsto pela equipe econômica da administração municipal, a dívida chegará a 171% do total.

Pelas normas da Lei de Responsabilidade Fiscal, por causa do alto nível de endividamento, a Prefeitura de São Paulo não pode tomar novos empréstimos, o que prejudica o ritmo de investimentos públicos.

A administração tenta negociar com o governo federal uma mudança no índice de correção da dívida com a União, que é a maior parte da dívida - R$ 52 bilhões. Esse montante é corrigido pelo índice de inflação IGP-DI mais 9% de juros ao ano, o que atualmente corresponde a cerca de duas vezes a taxa Selic. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Cinco senadores irão concorrer às eleições para prefeito deste ano. Humberto Costa (PT-PE) é candidato no Recife, Cícero Lucena (PSDB-PB) tentará o cargo em João Pessoa e Inácio Arruda concorrerá em Fortaleza (PCdoB-CE). Já Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) e Wellington Dias (PT-PI) tentam as prefeituras de Manaus e Teresina, respectivamente.

Por enquanto, nenhum deles pediu licença do Senado para se dedicar à campanha. Essa licença não é obrigatória para esse período eleitoral. Mas, caso vençam, os senadores serão licenciados e quem assumirá a cadeira no Senado serão os primeiros suplentes.

Nesse caso, o advogado Joaquim Francisco ocupará o cargo por Pernambuco, Carlos Dunga pela Paraíba, o empresário Raimundo Noronha Filho pelo Ceará, o médico Francisco Garcia pelo Amazonas e a bancária Maria Regina Sousa pelo Piauí.

Os eleitores irão às urnas no dia 7 de outubro.

O presidente da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski, cobrou novamente, em discurso feito nesta quinta (17) na tribuna da Câmara dos Deputados, uma divisão igualitária dos recursos dos royalties do petróleo. A cobrança de Ziulkoski ocorre dois dias após ter sido repreendido publicamente pela presidente Dilma Rousseff ao defender o rateio dos royalties para todos os entes da Federação.

"Tem que votar como o Senado fez e votar a redistribuição dos royalties e não ficar subjugado a um governador, aos interesses de um Estado ou de uma minoria", afirmou Ziulkoski.

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Dilma foi vaiada pela primeira vez desde que tomou posse na terça-feira, durante a 15ª Marcha dos Prefeitos em Brasília. A presidente pediu aos prefeitos que parassem de cobrar mudanças na divisão dos recursos do petróleo para os campos que já estão em atividade. E que o debate fosse realizado apenas para as áreas que serão exploradas futuramente.

No ano passado, o Senado aprovou projeto que garante a Estados e municípios não produtores de petróleo recursos de royalties. Atuais Estados produtores, como o Rio de Janeiro e Santa Catarina, criticaram a mudança, que atualmente está em debate na Câmara dos Deputados.

Com o dedo em riste, Dilma repreendeu Ziulkoski na solenidade de terça-feira. Antes do discurso, à Agência Estado, o presidente da CNM disse que o episódio será superado, mas ressaltou que fez um duro discurso na ocasião para alertar o governo federal para a difícil situação dos municípios.

"O Brasil está bem na parte externa. Tem uma parte interna que está terrível: os indicadores sociais de saúde, educação, segurança e isso tudo quem executa são os prefeitos", disse. Um dos motivos de queixa dos prefeitos, segundo Ziulkoski, é a criação dos pisos salariais por categorias, como o dos professores, determinada por lei federal. Essas mudanças têm impactado as finanças públicas municipais.

De olho no R$ 1,1 bilhão previsto no Plano Nacional de Apoio ao Sistema Prisional, os prefeitos deixaram de lado a resistência de receber penitenciárias em suas cidades. Lançado há quatro meses pelo Ministério da Justiça, o projeto tem como metas criar 42,5 mil vagas em penitenciárias e cadeias públicas, zerar o déficit de unidades femininas e reduzir a quantidade de presos provisórios em delegacias.

Levantamento feito pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen) apresentado à Casa Civil mostra que 77 contratos já estão em andamento para a construção e reforma de unidades prisionais. Para criar 21 mil vagas, o governo deve destinar R$ 544,8 milhões.

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Outros 20 convênios foram assinados com 15 Estados, totalizando mais R$ 270 milhões. A primeira fase do plano vai criar 8,3 mil vagas em cadeias públicas. O Depen ainda analisa 96 projetos para a construção de unidades prisionais.

Um dos projetos mais caros é o da construção da Penitenciária Compacta Dupla de Presidente Alves, a 382 quilômetros de São Paulo, que deve custar R$ 57,9 milhões. Em Salvador, mais de R$ 20 milhões já foram aprovados para a construção de uma unidade para presos provisórios da região metropolitana.

Em Goiás, no entorno de Brasília, uma unidade para jovens adultos será construída em Novo Gama. O custo da obra é de R$ 20 milhões. Em Valparaíso de Goiás, o governo federal liberou R$ 600 mil para a reforma do presídio. O Estado, aliás, foi o que mais contratou projetos: são oito, totalizando R$ 46,2 milhões (R$ 42,7 milhões já repassados). Ao todo, o programa vai criar 1.604 vagas em Goiás.

Os municípios brasileiros historicamente brigavam para não construir presídios em seu território. Temiam o aumento da criminalidade e a avaliação negativa perante o eleitorado. Agora, no entanto, defendem que as unidades contribuem na criação de empregos e no aumento da renda.

"Não podemos ter preconceito com as cadeias. Essa foi a forma que a nossa sociedade encontrou para punir quem cometeu algum crime e precisa ficar fora do meio social por um tempo. Nosso município não pode simplesmente ignorar esse fato", afirma a prefeita de Valparaíso, Leda Borges (PSDB), que cobra mais recursos do governo federal para a segurança pública.

"Os valores previstos demonstram que o sistema prisional é uma preocupação deste governo", diz o presidente do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP), Geder Luiz Rocha Gomes, que é promotor de Justiça.

"O plano vai investir quase o mesmo destinado ao Fundo Penitenciário entre 1994 e 2007. Só que agora estamos trabalhando com planejamento estratégico e com diretrizes para essas construções", explica Gomes. "As unidades têm de atender a um determinado modelo de projeto e o Depen está sendo bastante criterioso na seleção."

Segundo o promotor, o pente-fino do Ministério da Justiça tem gerado críticas e reclamações de secretários de Estados e prefeitos. "O problema é que os Estados ainda dependem muito do governo federal e investem pouco nessa área. Ficam só aguardando os recursos, com exceção de Estados como Minas Gerais, São Paulo e Rio", destaca o presidente do CNPCP. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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