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O dólar emendou o terceiro pregão seguido de alta na sessão desta sexta-feira, 17, e encerrou a semana com valorização de 3,93%, maior variação semanal desde o fim de agosto de 2018. Mais uma vez, a onda de fortalecimento global da moeda americana, em meio à disputa comercial sino-americana, foi amplificada no mercado local pelas tensões no campo político. Em alta desde o início dos negócios, a moeda americana superou R$ 4,10 e correu até máxima de R$ 4,1127 no meio da tarde com um movimento de busca por proteção e zeragem de posições vendidas em dólar. Com um leve alívio na reta final dos negócios, o dólar fechou em alta de 1,60%, a R$ 4,1002 - maior valor de fechamento desde 19 de setembro do ano passado (R$ 4,1308).

Operadores não citaram um fato específico para a nova rodada de depreciação do real. Nas mesas de operações, fala-se em uma mudança de expectativas em relação ao governo de Jair Bolsonaro. Entre os fatores que preocupam estão a postura belicosa do presidente em relação ao Congresso, a magnitude dos protestos de rua e o risco de que as investigações sobre os negócios do senador Flávio Bolsonaro respingue no presidente jogam dúvidas sobre a governabilidade.

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Além disso, a safra de indicadores econômicos fracos em meio à tramitação tortuosa da reforma da Previdência deprimiram as expectativas dos agentes. Segundo operadores, o voto de confiança ao governo foi substituído pela descrença, o que leva a um ajuste dos preços dos ativos.

"Quando as expectativas mudam, os preços mudam. O dólar ter ido rapidamente a R$ 4,10 mostra que houve uma deterioração muito grande da confiança", diz Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora, que vê movimentos técnicos e uma zeragem de posições vendidas como propulsor da arrancada súbita da moeda americana.

Em meio ao aumento da temperatura política, o ministro da Economia, Paulo Guedes, tentou passar uma mensagem de otimismo. Em evento no Rio, Guedes disse que confia na liderança do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para aprovar a reforma da Previdência. O ministro voltou a defender o regime de capitalização e a meta de economia de pelo menos R$ 1 trilhão em dez anos. Para Guedes, se a reforma for aprovada nos próximos dois meses, a "expectativa de crescimento" será outra. Diferentemente do observado nos últimos meses, desta vez as palavras de Guedes não conseguiram animar os investidores.

Maia, por sua vez, reiterou seu compromisso com a reforma da Previdência, mas alertou que é preciso "pensar alguma políticas de curto prazo" para estimular a economia.

No exterior, as tensões comerciais entre China e Estados Unidos aumentam a aversão ao risco e contribuem para o fortalecimento global do dólar. O índice DXY - que mede a variação da moeda americana em relação a uma cesta de seis divisas fortes - avançou 0,17%. O dólar também avançou em relação a moedas emergentes, mas em magnitude bem menor do que na comparação com o real.

Depois de sucessivos ensaios nos últimos dias, o dólar rompeu definitivamente o teto dos R$ 4 na sessão desta quinta-feira, 16, em meio ao fortalecimento global da moeda americana e, sobretudo, a busca por proteção diante da deterioração contínua do capital político do presidente Jair Bolsonaro. Com mínima de R$ 3,9947 e máxima de R$ 4,0416, o dólar à vista fechou em alta de 0,98%, a R$ 4,0357, o maior valor de fechamento desde 28 de setembro do ano passado. E as perspectivas de operadores e analistas ouvidos pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, são de que a taxa de câmbio se mantenha acima de R$ 4 no curto prazo.

A corrida ao dólar começou já na abertura dos negócios em meio à conjunção de alta da moeda americana no exterior e ao aumento das tensões políticas. À surpresa com a magnitude dos protestos de rua na quarta contra o contingenciamento da educação somaram-se as preocupações com os desdobramentos da quebra do sigilo do senador Flávio Bolsonaro, aparentemente envolto em transações suspeitas com imóveis.

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As declarações de Bolsonaro, que chamou manifestantes de idiotas, e a piora da situação fiscal, com o governo sem forças nem para aprovar com facilidade crédito suplementar, completavam o quadro de desalento. Um presidente com capital político erodido e sem base de apoio no Congresso significa dificuldades enormes para aprovação de uma reforma da Previdência robusta, ponto considerado essencial para retomar a confiança e consequente recuperação da economia.

"Não se sabe se vai demorar muito mais para a aprovação da reforma da Previdência e qual vai ser a desidratação. Isso faz o mercado tomar uma postura mais defensiva", afirma Felipe Pellegrini, gerente de Tesouraria do Travelex Bank, ressaltando, contudo, que a piora das perspectivas para a economia também contribuem para depreciação do real. "Antes era só a questão da Previdência. Agora, temos a projeção de PIB muito fraco e essa questão dos protestos. A tendência é de alta do dólar no curto prazo."

Ao quadro interno turbulento somava-se a rodada de alta global do dólar após dados positivos da economia americana, com fortes ganhos ante o euro e a maioria das divisas emergentes. O Índice DXY - que compara o dólar a uma cesta de seis moedas - subiu 0,27%, em dia de perdas do euro. A moeda americana também apresentou ganhos firmes em relação a divisas de países emergentes, com destaque para a lira turca e o rand sul-africano.

O real já apresentava o pior desempenho entre moedas emergentes ao longo da tarde quando uma pesada onda de ações da Vale, que alertou para risco de rompimento de barragem em Minas Gerais, levou o Ibovespa a perder os 90 mil pontos e agravou a tensão no mercado de câmbio. Com as vendas na bolsa, o dólar engatou uma sequência de alta e renovou sucessivas máximas até atingir R$ 4,0416. Operadores notaram movimentos técnicos de liquidação de posições vendidas e aumento da procura de hedge no fim da tarde, no ápice do nervosismo.

Para o especialista no mercado de câmbio Jefferson Laatus, sócio-fundador do Grupo Laatus, o real é vítima de uma tempestade perfeita, com o movimento concomitante de fortalecimento global da moeda americana e de perda de confiança dos investidores no governo. "São muitas questões, como os protestos, o cumprimento da regra de ouro, o problema do Flávio Bolsonaro e a própria postura do presidente. Tudo isso faz o mercado buscar segurança no dólar", diz Laatus, ressaltando que o "mercado está descrente".

Apesar do estresse dos últimos dias, analistas não veem motivo para intervenção do Banco Central, já que não há disfuncionalidades no mercado de câmbio e já há provisão de hedge por meio de rolagem de swap cambial.

Numa sessão marcada pelo nervosismo com as tensões comerciais entre Estados Unidos e China, o dólar aproximou-se de R$ 4 e a bolsa de valores fechou no menor nível em quatro meses. O dólar comercial encerrou esta segunda-feira (13) vendido a R$ 3,979, com alta de R$ 0,035 (+0,89%). O Ibovespa, principal índice da B3, antiga Bolsa de Valores de São Paulo, fechou o dia aos 91.727 pontos, com recuo de 2,69%.

A bolsa está no menor nível desde 7 de janeiro, quando tinha fechado em 91.699 pontos. O Ibovespa operou em queda durante toda a sessão, até fechar próximo da mínima do dia. O dólar chegou a atingir R$ 3,99 em diversos momentos do dia, mas desacelerou a alta perto do fim de sessão. A divisa fechou na maior cotação desde 24 de abril, quando tinha atingido R$ 3,986.

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O mercado financeiro operou sob clima de tensão em todo o planeta devido à escalada das tensões comerciais entre Estados Unidos e China. Hoje, o governo chinês informou que pretende taxar os produtos norte-americanos em US$ 60 bilhões a partir de 1º de junho em retaliação à decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de aumentar as tarifas de 10% para 25% em produtos chineses, totalizando US$ 200 bilhões.

 
* Com informações da RTP, emissora de televisão pública portuguesa, e da NHK, emissora de televisão pública japonesa

O Reino Unido aguardava, nesta terça-feira, descobrir o rosto e o nome do primeiro filho do príncipe Harry e de sua esposa Meghan, que nasceu no dia anterior.

Sorridente, o duque de Sussex anunciou na segunda-feira à tarde o nascimento de seu filho às câmeras de televisão perto do Castelo de Windsor, cerca de 40 km a oeste de Londres.

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Harry, de 34 anos, disse estar feliz e fascinado por seu primeiro bebê "que é absolutamente irresistível". Também afirmou estar "muito orgulhoso" de sua esposa, a ex-atriz americana de 37 anos que deu à luz um menino às 05H26 (01H26 no horário de Brasília) pesando 3,260 kg.

Na porta de um pub cujo nome é "Prince Harry", flutuavam quatro balões azuis com a inscrição "It's a boy!".

Pela primeira vez na história da família real britânica, o nascimento foi anunciado pelo Instagram, mas ainda não foi liberada ou vazada qualquer imagem do recém-nascido ou de sua mãe e ainda não está claro onde foi o parto.

De acordo com o Daily Mail, o bebê nasceu em uma maternidade de Londres, talvez a do hospital de Portland, onde a duquesa de Sussex deu entrada no domingo à tarde acompanhada por sua mãe.

O filho mais novo do príncipe Charles, herdeiro do trono da Inglaterra, e da princesa Diana esteve com sua esposa durante o parto e afirmou que só dormiu duas horas, dando a entender que este durou toda a noite.

Harry prometeu apresentar o recém-nascido "provavelmente" na quarta-feira, indicando que ele e Meghan "ainda estavam pensando" no nome.

Oitavo neto da rainha Elizabeth II, de 93 anos, e do príncipe Philip, 97, o bebê será o sétimo na linha de sucessão ao trono britânico.

A chegada do bebê foi saudada em todo o mundo e, em Londres, a London Eye, a icônica e imensa roda gigante às margens do Tâmisa, foi iluminada com as cores vermelho, branco e azul. E no topo da torre de telecomunicações da BT, uma mensagem proclamava: "It's a boy".

O dólar fechou a sexta-feira, 3, acumulando alta semanal de 0,19%, a quarta semana consecutiva de valorização. A sessão desta sexta foi influenciada principalmente pelo ambiente externo, em novo dia de queda da moeda americana no mercado financeiro internacional. No mercado doméstico, o noticiário foi esvaziado e a expectativa maior é para o início dos trabalhos na comissão especial que vai analisar a reforma da Previdência, previsto para terça-feira (7). Nesta sexta, o dólar caiu 0,52%, a R$ 3,9390.

Investidores desmontaram posições defensivas no câmbio, mas profissionais nas mesas de operação destacam que foi um movimento pontual, estimulado pela fraqueza do dólar lá fora e que os próximos passos da Previdência recomendam cautela. Também contribuiu para retirar pressão do câmbio uma captação de recursos no exterior. Com forte demanda, a Marfrig captou US$ 1 bilhão em bônus, superando o objetivo inicial de ofertar US$ 750 milhões. A procura pelos investidores chegou a US$ 2 bilhões, segundo bancos participantes da operação.

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"Há um receio grande no mercado de que a reforma da Previdência possa ser mais diluída", destaca o diretor de câmbio do Banco Paulista, Tarcisio Rodrigues Joaquim. Por isso, ele não vê tendência de a moeda cair abaixo dos R$ 3,90 por enquanto, a menos que apareçam desdobramentos concretos sobre a reforma. Além disso, os investidores estrangeiros seguem fora do mercado brasileiro, aguardando as medidas da Previdência avançarem, o que é um fator a mais para manter o câmbio pressionado.

O dólar caiu no exterior, perante divisas fortes, como o euro, e de emergentes, como o peso mexicano, e o rand da África do Sul. Dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos surpreenderam na criação de vagas em abril, mas o aumento dos salários veio aquém do esperado, o que trouxe de volta ao radar dos investidores a possibilidade de corte de juros na maior economia do mundo. Entre os economistas, a visão é de manutenção das taxas.

O economista do Credit Suisse, Jeremy Schwartz, minimiza a chance de redução dos juros e ressalta que o relatório "misto" de emprego apoia a estratégia do Federal Reserve de "esperar para ver". O banco espera que os juros sejam mantidos nos próximos meses pelo Fed. Hoje novos dirigentes do BC americano reforçaram a visão de que a inflação está fraca nos EUA, contribuindo para queda adicional do DXY, índice que mede o comportamento do dólar perante uma cesta de divisas fortes. Na quarta-feira, o presidente do Fed, Jerome Powell, disse que a inflação baixa se devia a fatores "transitórios", o que esfriou as apostas de corte de juros, mas nesta sexta elas foram novamente reforçadas.

Após oscilar com a decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), o dólar conseguiu se manter em alta ante a maior parte das moedas globais nesta quarta-feira, 1º de maio.

No fim da tarde em Nova York, o dólar avançava para 111,44 ienes, enquanto o euro recuava para US$ 1,1200. Ante divisas emergentes, a moeda americana também apresentou alta, subindo para 14,4704 rands sul-africanos e 64,846 rublos.

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O índice DXY, que mede a força da divisa americana ante outras seis moedas (libra, euro, franco suíço, coroa sueca, dólar canadense e iene), subia 0,20%, aos 97,673 pontos.

Mesmo com o feriado do Dia do Trabalho mantendo mercados financeiros fechados na maior parte do mundo, Nova York, Londres, Toronto e Sydney operaram normalmente e deixaram os investidores atentos à reunião do Fed.

A decisão de manter os juros dos Fed funds na faixa de 2,25% a 2,50% veio conforme o esperado, mas o corte da taxa de juros sobre excesso de reservas (IOER, na sigla em inglês) de 2,40% para 2,35% levantou dúvidas.

O dólar passou a cair imediatamente em seguida à divulgação da decisão, mas recuperou o fôlego durante a coletiva de imprensa do presidente do Fed, Jerome Powell.

No evento, Powell se certificou de acalmar os mercados, dizendo que os riscos à economia dos EUA se mostraram mais amenos nas últimas semanas.

O dólar teve nesta sexta-feira, 26, o segundo dia de queda e fechou em baixa de 0,60%, a R$ 3,9315. Depois de ultrapassar os R$ 4,00 na quinta pela manhã, operadores ressaltam que o enfraquecimento da moeda americana no exterior, possíveis captações externas de empresas brasileiras (Marfrig e Ultrapar) e declarações do Banco Central de que tem "bastante espaço para atuar" no mercado de câmbio levaram os investidores a desmontarem posições mais defensivas. As mesas de operação seguem ainda monitorando os passos da reforma da Previdência, mas o dia foi de noticiário político mais esvaziado.

Profissionais de câmbio destacam que o mercado gostou do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, mostrando esta semana maior disposição em tocar a reforma da Previdência. "Ele mostrou força de vontade maior que a do governo", destaca o chefe da mesa de operações e sócio da Frente Corretora, Fabrizio Velloni. Para ele, a tumultuada tramitação do texto na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara mostrou um governo perdido e sem articulação, aumentando as dúvidas sobre os rumos das medidas no Congresso.

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Em meio ao aumento das dúvidas sobre a Previdência, Velloni destaca que o mercado começou a testar o novo comando do BC, pressionando as cotações do dólar para cima. Na quinta, o diretor de Política Monetária da instituição, Bruno Serra, disse em palestra em São Paulo que a autoridade monetária intervém no mercado de câmbio "caso identifique alguma anomalia em seu regular funcionamento" e que os instrumentos que possui, além das reservas elevadas, "nos dão bastante espaço para atuar". Por enquanto, os indicadores no mercado futuro de câmbio mostram que não há pressão maior na liquidez e as declarações seguiram ecoando nas mesas.

Mesmo com a passagem tumultuada da reforma na CCJ e com os recentes ruídos políticos, o JPMorgan está com recomendação "overweight" (desempenho acima da média do mercado) para o câmbio, bolsa e títulos. "A preocupação no momento é o tamanho do impacto fiscal e o timing da aprovação do Congresso", destaca relatório do banco. A expectativa do JP é de aprovação mais para o final de 2019 e que Jair Bolsonaro consiga com as medidas economia fiscal de R$ 700 bilhões em 10 anos. O banco prevê que o dólar deve cair a R$ 3,80 no final deste semestre, permanecer neste patamar no término do terceiro trimestre e terminar o ano em R$ 3,90.

No exterior, mesmo com dados melhores que o esperado no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos no primeiro trimestre, o índice de preços dos gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) veio fraco, ajudando a aumentar as apostas no mercado futuro de Chicago de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) pode cortar juros.

O dólar se valorizou ante outras moedas fortes nesta sexta-feira, 5, após a divulgação do relatório mensal de empregos (payroll) dos Estados Unidos. A criação de vagas acima do esperado apoiou a moeda americana, embora ela não tenha registrado sinal único diante de divisas de países emergentes e ligados a commodities.

No fim da tarde em Nova York, o dólar subia a 111,68 ienes, o euro recuava a US$ 1,1217 e a libra tinha queda a US$ 1,3033.

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A economia americana gerou 196 mil empregos em março, acima da previsão de 175 mil dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast. Mesmo com o crescimento abaixo do esperado nos salários, o dólar se fortaleceu ante rivais com esse dado.

Diretor de investimentos da IndexIQ, Sal Bruno afirmou que o dado foi um "bom sinal", que poderia fortalecer um pouco o dólar.

Além disso, a libra ficou pressionada, em meio aos desdobramentos do processo de saída do Reino Unido da União Europeia, o Brexit. Nesta sexta, a premiê britânica, Theresa May, pediu formalmente o adiamento dessa separação, diante do impasse para fechar os termos do acordo com o bloco.

Ante outras moedas, o peso mexicano se fortaleceu durante o pregão, em uma jornada positiva da bolsa do México, mesmo após a ameaça do presidente americano, Donald Trump, de fechar a fronteira comum se o vizinho não fizer mais para conter imigrantes ilegais e o narcotráfico. (Com informações da Dow Jones Newswires)

O dólar engatou a quarta alta consecutiva e subiu 1,28% nesta quinta-feira, 7, para R$ 3,8837, a maior cotação desde 27 de dezembro (R$ 3,8895). Profissionais de câmbio ressaltam que novamente o exterior negativo foi o fator predominante para a valorização da moeda americana no mercado doméstico. O dólar teve mais um dia de fortalecimento na economia mundial, após decisão do Banco Central Europeu (BCE) de reduzir as projeções de crescimento da zona do euro e adotar mais estímulos para tentar acelerar a expansão da atividade europeia. As mesas de câmbio seguem ainda monitorando a cena política em Brasília e os esforços do governo para avançar a reforma da Previdência, considerados até agora insuficientes pelos profissionais do mercado.

No final da tarde, o presidente Jair Bolsonaro postou um vídeo e dois tuites comentando sobre a necessidade da reforma da Previdência. "Avanços que o Brasil precisa dependem de aprovação da nova Previdência", afirmou o presidente. O sócio de uma gestora paulista destaca que a volta do assunto nas postagens do presidente é positiva, mas o mercado quer mesmo é ver avanços concretos na tramitação das medidas no Congresso e principalmente na articulação do governo, que até agora, nas palavras desse executivo, tem sido "muito ruim".

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Ainda sobre a reforma, uma das poucas novidades do dia foram declarações da líder do governo no Congresso, a deputada Joice Hasselman (PSL-SP), que afirmou nesta tarde que "quanto mais rápido começar a tramitação da nova Previdência, melhor para o País" e que o nome do deputado Felipe Francischini (PSL-PR) foi acatado pela bancada do PSL para presidir a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que deve ser instalada na semana que vem. "O novo governo não está fazendo o dever de casa nas reformas e o ambiente externo está ruim", destaca o gerente da mesa de câmbio da Tullet Prebon Brasil, Italo Abucater.

O principal fator a guiar os mercados nesta quinta foi a reunião de política monetária do BCE, que anunciou novas medidas de estímulo, para injetar liquidez nos mercados, e ainda cortou a projeção de crescimento e de inflação para a zona do euro. "O BCE ligou a bandeira vermelha e alertou para um crescimento mais lento e a necessidade de mais apoio dos bancos centrais", ressalta a economista da corretora americana Stifel, Lindsey Piegza. O reflexo imediato e que perdurou por todo o dia foi um aumento da aversão ao risco, que fez o risco Brasil subir para 165 pontos, considerando o Credit Default Swap (CDS) de 5 anos.

Um gestor carioca destaca que a forte queda do euro após a decisão do BCE ajudou a contaminar os mercados de moedas pelo mundo. O dólar disparou mais de 4% na Argentina, subiu 2% na África do Sul e 1,25% no México. O peso argentino fechou na mínima histórica e o real foi a quarta moeda emergente a mais perder valor ante o dólar, considerando uma cesta de 24 divisas.

Uma mistura de preocupações com a desidratação da reforma da Previdência, dólar forte no exterior e antecipação de compra da moeda americana por causa do feriado prolongado do carnaval, que mantém o mercado fechado no Brasil, mas aberto em outros países, fez o dólar fechar a sexta-feira, 1, no maior valor desde o dia 22 de janeiro, quando terminou em R$ 3,80. No final da sessão, o dólar subiu 0,74%, para R$ 3,7812. Na semana, acumulou alta de 1,09%.

Pela manhã, o dólar chegou a encostar em R$ 3,80. Na parte da tarde, a alta perdeu um pouco de força, por conta da venda da moeda por exportadores. Membros do governo tentaram minimizar, sem sucesso, as declarações de quinta-feira de Jair Bolsonaro, que admitiu a jornalistas rever pontos essenciais da proposta, como a idade mínima de aposentadoria das mulheres. O economista e ex-presidente do Banco Central, Arminio Fraga, disse ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, que não dá para o impacto fiscal da reforma ser menor do que o R$ 1 trilhão previsto pelo governo no texto entregue no Congresso.

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O vice-presidente Hamilton Mourão disse que Bolsonaro foi "mal interpretado". Já o líder do governo na Câmara, deputado Vitor Hugo (PSL-GO), afirmou que o presidente apenas sinalizou disposição de negociar a idade mínima. Mesmo assim, o Credit Default Swap (CDS) de 5 anos, um termômetro do risco-país, subiu para 158 pontos, ante 155 do fechamento de quinta.

"A proposta de reforma foi bem recebida, mas o risco de desidratação é agora percebido como alto", ressalta o economista em Nova York da Continuum Economics, Pedro Tuesta. Outro ponto que preocupa é a falta de uma estratégia clara do governo para negociar com o Congresso, ressalta ele.

O economista da Capital Economics, William Jackson, avalia que os recentes desdobramentos em torno da reforma indicam que a oposição ao texto está crescendo. Ele ressalta que, além da idade mínima, parlamentares têm mostrado oposição forte às mudanças nos benefícios para idosos e deficientes de baixa renda, conhecidos como BPC, e na aposentadoria rural, pontos que ajudariam a reduzir de forma importante a economia fiscal do texto. A Capital Economics prevê que o dólar pode testar níveis perto de R$ 4,00 em meio às dificuldades do texto no Congresso.

No exterior, o dólar subiu tanto perante divisas fortes, como o euro, como em relação aos emergentes, como a lira turca (+0,65%) e o rand da África do Sul (+1,23%). Entre as razões para o fortalecimento, estão a perspectiva de avanço das negociações comerciais entre a China e os EUA, após notícias de que a Casa Branca já começou os preparativos para uma reunião em breve entre os dois presidentes.

O dólar fechou a sexta-feira, 22, em queda, devolvendo parte dos ganhos após dois dias seguidos de alta. O exterior positivo contribuiu para estimular a venda da moeda americana no mercado doméstico. O dólar também caiu perante várias moedas de países emergentes, por conta do otimismo com o avanço das negociações comerciais entre a China e os Estados Unidos. No noticiário interno, as atenções seguiram voltadas para a reforma da Previdência e declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, de que o texto pode ser aprovado neste primeiro semestre ajudaram a manter o bom humor. O dólar à vista fechou em queda de 0,51%, a R$ 3,7406. Na semana, porém, acumulou alta de 0,96%, e no mês, sobe 2,2%.

No final da tarde, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que ainda não houve um acordo com os chineses e que as conversas vão continuar no final de semana. O republicano afirmou estar preparado para estender o prazo de 1º de março, estimulado na reunião da Argentina para acabar a trégua comercial entre as duas maiores economias do mundo. O dólar chegou a reduzir pontualmente o ritmo de queda ante o real após as declarações, mas ainda ficou distante das máximas do dia (R$ 3,7653).

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O operador da Advanced Corretora, Alessandro Faganello, avalia que o câmbio vai seguir bem volátil nas próximas semanas, com o mercado monitorando todos os passos da reforma da Previdência e de olho nos eventos no exterior. Sobre a China, a sinalização é que as conversas estão progredindo, disse ele. No caso da Previdência, Faganello ressalta que além das declarações de Guedes, também repercutiu bem nas mesas de câmbio a afirmação do presidente do Senado, Davi Alcolumbre. Ele disse acreditar que a proposta de reforma da Previdência pode estar aprovada até junho.

Além de monitorar os eventos do dia, os investidores aguardam a agenda da próxima semana. Na terça-feira (26), vai ser instalada a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para avaliar a reforma da Previdência, com possível definição do relator da reforma. "Inicia-se agora um período de elevada discussão no Congresso, onde grupos diversos estarão atuando de forma ativa para alterar a proposta de acordo com seus interesses", afirma Patrick O'Grady, presidente da gestora Vítreo. No mercado de câmbio, a quinta-feira (28) será dia de definição do referencial Ptax de fevereiro.

O câmbio voltou a piorar nesta quarta-feira, 13, e o dólar terminou em alta de 1,04%, a R$ 3,7533. O fortalecimento da moeda americana no exterior, contrastando com a fraqueza observada na terça, e preocupações com os rumos da reforma da Previdência estão entre os fatores que fizeram os investidores buscarem proteção no dólar. O real foi a segunda moeda que mais perdeu valor ante a divisa dos Estados Unidos nesta quarta-feira, atrás apenas do rand, da África do Sul, onde o dólar subiu quase 2%.

No mercado doméstico, o foco se manteve na reforma da Previdência. A agência de classificação de risco Moody's acredita que o governo de Jair Bolsonaro conseguirá aprovar "algum tipo de reforma" no Congresso, mas não antes do terceiro trimestre. A previsão dos analistas Samar Maziad, Patrick Cooper e Mauro Leos, que assinam o relatório, é que Bolsonaro consiga aprovar uma reforma que gere economia fiscal na casa dos R$ 600 bilhões a R$ 800 bilhões em 10 anos. Um texto com economia menor que esse patamar pode ser negativo para o perfil de crédito soberano do Brasil, alertam eles.

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Para o gerente de operações da B&T Corretora, Marcos Trabbold, era de se esperar que com a alta de Bolsonaro nesta quarta do hospital, após 17 dias internado, o câmbio ficasse menos pressionado, pois a expectativa é que agora a reforma comece de fato a andar. Mas o que ocorreu foi o oposto, talvez, avalia ele, porque a percepção é de que o texto pode demorar mais que o esperado para avançar no Congresso. "Não é uma reforma rápida, a tramitação leva tempo."

Os estrategistas da gestora inglesa Ashmore avaliam que as deterioradas contas fiscais brasileiras, pela falta de uma reforma da Previdência, permanecem como maior obstáculo para uma volta firme dos investimentos estrangeiros no Brasil. Para eles, é positivo que a equipe econômica tenha metas ambiciosas para a reforma, embora as negociações no Congresso devem certamente desidratar o texto original.

Para o diretor de uma corretora paulista, após o dólar cair 1,33% na terça, o segundo maior recuo do ano, uma correção nesta quarta era esperada, especialmente sem fator novos sobre a Previdência e com um exterior negativo. O dia no mercado financeiro internacional foi de fuga de ativos de risco. Um dos indicativos é que o índice DXY, que mede o comportamento do dólar ante uma cesta de moedas fortes, voltou a subir e a operar próximo ao pico de 2018, batido em dezembro.

O dólar teve um dia volátil nesta terça-feira, 5, em meio à menor liquidez, com os investidores acompanhando as discussões no governo sobre a reforma da Previdência e monitorando o cenário externo, que tem discurso de Donald Trump na noite desta terça. A moeda americana operou em alta ante divisas de países desenvolvidos, mas de forma mista ante emergentes, caindo perante pares do real, como o peso mexicano e o rand sul-africano. Na parte da tarde, o dólar subia e passou a cair em meio a declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, de que o objetivo do governo é conseguir uma economia fiscal de ao menos R$ 1 trilhão com a reforma da Previdência. O dólar à vista fechou em queda de 0,15%, cotado em R$ 3,6644, próximo à mínima do dia. O dólar para março terminou estável, em R$ 3,6735 (-0,01%).

Guedes deu as declarações após se reunir com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para discutir a reforma da Previdência. Já o parlamentar declarou que o tamanho da base do governo no Congresso "ainda está em construção". "Hoje, sei que não tem 350 deputados, mas acho que governo consegue ter base para garantir aprovação da reforma da Previdência", disse a jornalistas, observando que o texto pode ser votado até maio.

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Na avaliação do Continuum Economics, Pedro Tuesta, declarações de Maia logo após ser reeleito presidente da Câmara na noite de sexta-feira tinham incomodado o mercado. Mas os recentes acontecimentos e declarações dele e de Guedes foram positivas e sinalizam que o dólar pode se sustentar abaixo de R$ 3,70. "O otimismo dos investidores permanece forte", disse ele. A gestora inglesa Ashmore também chama atenção para "notícias positivas" do Brasil e cita o presidente da Câmara. "Maia apoia as reformas e é o presidente que decide que projetos vão ser votados", destacam em relatório, ressaltando que a intenção do governo de incluir militares na reforma também é um ponto importante.

Mais cedo, o dólar havia ficado pressionado com declarações do ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, de que o texto final será "muito diferente" da proposta antecipada na segunda-feira pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. O vice-presidente Hamilton Mourão reforçou declaração dada na segunda à noite de que Bolsonaro é contra o estabelecimento da mesma idade mínima de aposentadoria para homens e mulheres.

Com o exterior positivo e os desdobramentos sobre a Previdência aqui, o Credit Default Swap (CDS) do Brasil, considerando os papéis de 5 anos, chegou pontualmente a cair para 159 pontos, o que não acontecia desde março do 2018, mas era negociado a 161 pontos no início da noite, segundo cotações da IHS Markit.

O dólar operou em alta o dia todo nesta segunda-feira, 4, e fechou com ganhos de 0,33%, a R$ 3,6699. A valorização foi reflexo de uma combinação de fatores técnicos, com o ajuste de posições no mercado futuro, e conjunturais, como a alta generalizada do dólar ante emergentes e preocupações sobre os rumos da reforma da Previdência no Congresso após a definição dos presidentes do Senado e da Câmara. Em meio à maior cautela, os investidores estrangeiros aumentaram sua posição comprada em dólar no mercado futuro, que ganha com a alta da moeda americana, em US$ 8,5 bilhões apenas na sexta-feira (01).

A moeda americana abriu a segunda-feira em alta e chegou a bater em R$ 3,6880 na máxima do dia (+0,82%) pela manhã. Na parte da tarde, contudo, a valorização perdeu fôlego, acompanhando a divulgação da minuta da proposta da reforma da Previdência que a equipe econômica enviou à Casa Civil, prevendo idade mínima de aposentadoria de 65 anos para homens e mulheres. A redução da alta do dólar ante o peso mexicano, um dos pares do real no mercado internacional de moedas, também contribuiu, segundo operadores.

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Apesar do conteúdo do texto preliminar da Previdência ter sido bem recebido, a visão hoje é de que a reforma pode ter maiores dificuldades no Congresso do que se previa. O economista-chefe do Goldman Sachs para a América Latina, Alberto Ramos, avalia que o novo líder do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), é visto como "relativamente inexperiente" e a luta política para a definição do presidente da Casa, que levou à desistência da candidatura de Renan Calheiros (MDB-AL) no sábado, pode ter deixado "profundas cicatrizes políticas" que devem distanciar alguns partidos, particularmente o MDB, da agenda de reformas do governo.

O economista do Goldman Sachs ressalta ainda que declarações do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), sugerem que a aprovação da Previdência pode não ser tão fácil ou rápida como se esperava. O parlamentar alertou que Jair Bolsonaro não tem neste momento os 308 votos necessários para aprovar o texto.

"O fim do recesso no Congresso é o que vai comandar a pressão doméstica no câmbio", disse o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo. Para ele, um dos temores das mesas é como será a oposição do senador Renan Calheiros. "A grande preocupação agora passa a ser o Congresso", disse ele, destacando que os investidores também vão monitorar os eventos no mercado externo.

Na expectativa pela definição dos presidentes da Câmara e do Senado, o dólar fechou a sessão desta sexta-feira, 1, perto da estabilidade, a R$ 3,6580 (-0,03%). Na semana, porém, a moeda teve queda de 2,78%, a maior desde os cinco dias finais de 2018, quando recuou 4,06%. Pela manhã, a moeda americana ficou volátil e pela tarde operou relativamente estável, segundo operadores, em meio ao clima de cautela antes de se saber os nomes dos dirigentes do Congresso, que só devem ser conhecidos na noite desta sexta-feira.

Ao menos para a presidência da Câmara, a expectativa é que a eleição não tenha surpresas e Rodrigo Maia (DEM-RJ) seja reeleito. Para o Senado, a expectativa é de eleição de Renan Calheiros (MDB-AL), mas uma articulação contra a candidatura dele ganhou força. Na dúvida sobre o cenário final para o Congresso, operadores destacam que os investidores preferiram não ficar muito expostos a riscos. O comportamento misto do dólar no exterior nesta sexta-feira, dia com divulgação de vários indicadores, também contribuiu para a falta de tendência firme da moeda aqui.

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O Bank of America Merrill Lynch afirmou permanecer otimista com o real, na medida em que a moeda deve continuar se apreciando em meio a um ambiente favorável tanto local quanto no exterior. "No mercado doméstico, progressos nas reformas devem remover prêmios de riscos adicionais e fortalecer a moeda", afirma relatório nesta sexta-feira. Um dos alertas que o BofA faz é para o risco de decepção, na medida em que a governabilidade de Jair Bolsonaro ainda está para ser testada. O banco vê o dólar ao redor de R$ 3,60.

Para o economista-chefe da Verde Asset Management, Daniel Leichsenring, a expectativa é que a reforma da Previdência tenha a primeira aprovação na Câmara até junho e o texto deve ter economia fiscal importante, maior que a da proposta de Michel Temer. "São inequívocos os sinais dentro do governo de que vamos caminhar para uma reforma mais robusta, que inclua mais setores e tenda a diminuir os desequilíbrios e privilégios." Contudo, o executivo chama atenção para o fato de que o modelo de governo proposto por Jair Bolsonaro, ou seja, de se distanciar do presidencialismo de coalizão que marcaram os últimos governos, ainda não foi testado, o que abre espaço para incertezas. "É uma ideologia sujeita a chuvas e trovoadas."

O Ibovespa, principal indicador do desempenho das ações negociadas na B3, antiga BM&F Bovespa, encerrou hoje (31) o dia financeiro em alta de 0,41%, aos 97.393 pontos. O recorde do índice é 97.677 pontos, marca atingida no último dia 24.

Entre as ações do Ibovespa, as que mais se valorizaram hoje foram Bradesco PN (5,65%), ViaVarejo ON (3,99%), e Bradesco ON (3,71%). As que mais caíram foram Estacio (-4,31%), Kroton ON (-4,27%), e EcoRodovias (-3,06%). Os papéis mais negociados foram Vale ON (-2,36%), Petrobras PN (-0,16%), e Bradesco PN (5,65%).

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O dólar comercial fechou em baixa de 1,76%, cotado a R$ 3,65. O Euro também sofreu desvalorização e encerrou o dia custando R$ 4,17, uma queda de 1,26%.

O real foi a moeda que mais se valorizou nesta terça-feira, 29, ante o dólar entre as principais divisas mundiais, tanto de países desenvolvidos como emergentes. O apetite por risco melhorou no mercado financeiro internacional e ajudou a enfraquecer a moeda americana, que caiu influenciada pela alta do petróleo e o recuo acima do previsto na confiança do consumidor norte-americano. Os investidores aguardam o final da reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), nesta quarta-feira e, no mercado local, a volta ao trabalho do Congresso, na sexta-feira. O dólar à vista fechou em queda de 1,28%, a R$ 3,7194, o menor valor em 11 sessões.

Profissionais das mesas de câmbio observaram ingresso de recursos externos, com estrangeiros buscando ações baratas na B3, sobretudo o papel da Vale, que caiu 24% na segunda-feira. Notícias de empresas que planejam captações externas e de que o governo quer mesmo privatizar muitas estatais repercutiram positivamente nas mesas de operação, segundo operadores. O secretário-geral de Privatizações do Ministério da Economia, Salim Mattar, disse que a venda de todas as estatais e suas subsidiárias pode render até US$ 30 bilhões, ou seja, mais do que o sinalizado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. Nas captações, a Suzano anunciou uma reabertura de um bônus, a Eldorado Celulose planeja emitir US$ 500 milhões e comenta-se também de uma emissão externa da Latam.

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No ambiente político, as atenções estão voltadas agora para o fim do recesso parlamentar, com os deputados e senadores voltando ao trabalho no dia 1º, sexta-feira. O presidente do Credit Suisse, José Olympio Pereira, disse nesta terça que, apesar da tragédia da Vale em Minas Gerais, o "clima de otimismo com o Brasil" prossegue e a aposta é de que o novo governo fará "profundas mudanças" e vai equilibrar as contas públicas. Ao mesmo tempo, ele reforçou que a sinalização de Jair Bolsonaro de uma forma diferente de fazer política, sem mais o presidencialismo de coalização, traz incertezas sobre o apoio do Congresso às propostas do governo. Mas o tom visto em evento do Credit nesta terça com mais de 600 investidores e empresários era de otimismo com as reformas.

Os estrategistas da Nomura em Nova York fizeram aposta que preveem valorização do real, com o dólar podendo cair para a casa dos R$ 3,52 a R$ 3,67 nos próximos três meses. Eles acreditam que, após a resistência vista nos últimos dias de a moeda americana cair abaixo de R$ 3,70, a divisa pode buscar nas próximas semanas um novo ponto de equilíbrio, na casa dos R$ 3,50, por conta do possível avanço da Previdência, da possibilidade de acordo comercial entre China e EUA e de um Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) mais 'dovish', ou seja, defendendo juros mais baixos.

O dólar teve um dia volátil, mas acabou engatando nova alta, e terminou a sessão desta segunda-feira, 28, em R$ 3,7678 (+0,14%). O câmbio foi influenciado hoje principalmente pelo comportamento da moeda americana no exterior, que se fortaleceu pela manhã, em meio a renovadas preocupações com os rumos da China, dos Estados Unidos e da economia mundial. Na parte da tarde, a alta do dólar lá fora perdeu força, após revisão para baixo nas projeções de crescimento da maior economia do mundo, mas a moeda seguiu com valorização ante divisas de emergentes, como México e Turquia, e pressionou o câmbio aqui.

O estresse causado na bolsa pelo desastre em Brumadinho (MG) com o rompimento da barragem da Vale não chegou a influenciar as cotações no câmbio. Profissionais das mesas destacam que a tragédia pode ser negativa para a imagem do Brasil no exterior, mas a avaliação entre os investidores é a de que o país segue como uma das principais apostas entre emergentes este ano. Prova disso é que o risco-país medido pelo Credit Default Swap (CDS) do Brasil ficou praticamente estável, em 171 pontos-base.

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"O Brasil ainda é uma boa oportunidade quando comparado a outros emergentes", destaca Fernando Barroso, diretor da CM Capital Markets. Para ele, o Ibovespa pode até passar por uma correção nos próximos dias, após bater 11 recordes este ano, e o dólar ter um pico de alta, mas os movimentos devem ser temporários. A atenção dos investidores, destaca ele, vai crescentemente se voltar para o fim do recesso do Congresso, na sexta-feira (01/02), e a reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).

A reunião do Fed começa nesta terça-feira e acaba no dia seguinte. A expectativa é que os juros sejam mantidos, mas o economista sênior do ABN Amro, Bill Diviney, ressalta que o mercado vai ficar atento por qualquer mudança no comunicado, principalmente sobre menções aos riscos para o cenário. Além disso, o presidente do Fed, Jerome Powell, fala pela primeira vez à imprensa em 2019 logo após a reunião. "Esperamos que Powell se mostre cauteloso sobre o cenário, considerando a desaceleração da economia mundial e riscos domésticos, como o de nova paralisação do governo."

O dólar teve um dia volátil no mercado nesta quinta-feira, 24. O movimento refletiu o aumento de posições defensivas por conta do feriado em São Paulo nesta sexta-feira, 25, que fecha a B3 e o mercado futuro, muito mais líquido e que determina os preços no segmento à vista. A moeda americana também se fortaleceu no exterior, sobretudo por conta da forte queda do euro após o Banco Central Europeu (BCE) alertar de riscos negativos para o crescimento da região. O dólar à vista fechou em alta de 0,23%, a R$ 3,7709. O dólar para fevereiro subiu 0,15%, cotado em R$ 3,7730.

Na máxima, o dólar chegou a bater em R$ 3,79, enquanto na mínima caiu a R$ 3,73. Operadores ressaltam que houve antecipações de negócios, pois o mercado em São Paulo estará fechado nesta sexta-feira e só haverá o segmento à vista, inclusive com definição do referencial Ptax do dia. Com isso, o volume negociado no mercado futuro subiu para US$ 19,6 bilhões, um dos maiores dos últimos dias. No segmento à vista, somou US$ 1,4 bilhão.

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Para o trader e sócio fundador do Grupo Laatus, Jefferson Laatus, a participação do ministro da Economia, Paulo Guedes, no Fórum Econômico Mundial em Davos foi positiva e ajudou a fazer o dólar voltar da casa dos R$ 3,80. O ministro reforçou o compromisso em avançar com a reforma da Previdência e nesta quinta disse em entrevista que o texto pode gerar economia fiscal de até R$ 1,3 trilhão, estimativa acima do que vinha sendo comentado recentemente. Com a expectativa em alta pela Previdência, ressalta ele, o principal evento que o mercado vai monitorar nos próximos dias é o fim do recesso no Congresso, com a volta dos parlamentares em 1º de fevereiro.

No exterior, o euro caiu ante o dólar e o DXY, índice que mede o desempenho da moeda americana ante uma cesta de divisas fortes, subiu 0,50%, pressionando as moedas de emergentes. Os estrategistas do Morgan Stanley ressaltam que o BCE, em sua reunião de política monetária desta quinta, resolveu assumir uma postura mais cautelosa, na medida em que os riscos para a atividade da região se moveram para o negativo. O presidente da entidade, Mario Draghi, disse que os dados da zona do euro continuam a vir mais fracos que o esperado.

Os maiores riscos para o real pela frente, na avaliação do banco americano Citi, estão relacionados ao cenário externo, principalmente o apetite dos investidores globais pelos mercados emergentes, e o andamento das reformas do governo Bolsonaro. "Sem surpresas negativas nas duas frentes, nosso modelo de taxa real de câmbio de equilíbrio aponta para a apreciação da moeda em direção a R$ 3,40/R$ 3,50". Os analistas da instituição acreditam na aprovação da reforma, mas com uma versão mais desidratada.

O dólar teve novo dia de queda e fechou nesta quarta-feira, 9, no menor valor desde 26 de outubro do ano passado, quando estava em R$ 3,65. A desvalorização refletiu principalmente a fraqueza da moeda americana no exterior, mas também foi influenciada por expectativas positivas, sobretudo do investidor doméstico, com o avanço de uma reforma da Previdência mais profunda no governo de Jair Bolsonaro. Com isso, o real foi hoje a divisa de país emergente que mais caiu perante o dólar, considerando uma cesta das 24 principais moedas mundiais. O dólar à vista fechou o dia em R$ 3,6833, com queda de 0,92%.

O dólar operou em queda durante todo o dia e já pela manhã caiu abaixo do nível de R$ 3,70. Nesta quarta foi a primeira vez que a moeda fechou abaixo desse nível desde 1º de novembro de 2018. Só em 2019, a moeda americana já caiu 5%. Operadores observaram entrada de capital externo, o que ajudou a retirar pressão no câmbio. A queda do risco-país, medido pelo Credit Default Swap (CDS), que nesta quarta recuou para 177 pontos, foi outro fator a contribuir para o desempenho positivo do real. As taxas do CDS foram negociadas nesta quarta-feira no menor nível desde abril do ano passado.

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"O dólar ficou fraco nesta quarta no mundo inteiro", observa o gestor da Absolut Investimentos, Fabiano Rios. A fraqueza da moeda americana no exterior, aliada a notícias locais favoráveis, ajudou a alimentar o apetite por ativos de risco do Brasil, sobretudo pelo investidor local, ressalta ele. Entre os estrangeiros, porém, o clima é um pouco mais cauteloso com o Brasil. O banco JPMorgan reiterou nesta quarta a recomendação de performance "acima da média do mercado" (overweight) para a bolsa brasileira, mas alertou para o "risco de complacência" com o país, afirmando que é preciso manter o "olho aberto na política e no risco de execução" da reforma da Previdência. O banco afirma que Bolsonaro está indo no caminho certo, com uma agenda liberal de reformas, privatizações e melhora do ambiente para se fazer negócios no Brasil. Na terça à noite, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o objetivo é enviar uma reforma da Previdência mais profunda ao Congresso, com maior economia fiscal.

No final do dia, já perto do fechamento, a divulgação da ata do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) fez o dólar à vista acelerar um pouco o ritmo de queda. O documento mostra que os dirigentes pretendem ser "pacientes" no processo de elevação de juros na maior economia do mundo. Para os analistas da Continuum Economics, a ata mostrou os dirigentes do Fed dispostos a fazer um pausa, na medida em que não há pressões inflacionárias nos EUA. Este movimento tem ajudado a enfraquecer o dólar na economia mundial. A expectativa pela resolução dos conflitos comerciais entre a China e os Estados Unidos também tem contribuído para a queda do dólar no exterior e por elevar a busca por risco dos investidores.

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