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A reintegração de posse do Parque Augusta, na Consolação, região central da capital paulista, teve princípio de confusão e ao menos uma pessoa ficou ferida. O tumulto aconteceu no momento em que a Tropa de Choque da Polícia Militar se preparava para entrar no terreno ocupado, onde poucos manifestantes permaneciam, por volta das 7h20 desta quarta-feira, 4.

Usando escudos, a Tropa de Choque se dirigiu para entrada do parque pela calçada da Rua Marquês de Paranaguá. "Eu estava parada perto da porta, e o Choque entrou dando porrada", conta Isabela Alzira, que sofreu ferimentos na perna direita.

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Houve um princípio de tumulto e a maior parte dos manifestantes, que já estava do lado de fora do terreno, passou a gritar: "Sem violência! Sem violência!". Durante a varredura, a PM encontrou quatro manifestantes em cima de uma árvore, dentro do parque. Por volta das 8h, eles estavam cercados por dezenas de policiais que negociavam a saída.

Acampados há 47 dias no terreno de 23,7 mil metros quadrados, entre a Rua Caio Prado e a Marquês de Paranaguá, os ativistas prometerem deixar o local pacificamente. Ainda de madrugada, quando houve programação cultural, parte do grupo, que segundo organizadores chegou a 3 mil pessoas, já havia saído.

Por volta das 5h30, quando chegaram o oficial de Justiça e policiais militares, um grupo remanescente, de cerca de 300 pessoas, permanecia na ocupação - ou "vigília criativa", como preferem os manifestantes. Desses, a maioria foi para a rua, onde houve protesto.

Em faixas penduradas, era possível ler: "Por um Parque Augusta 100% público, 0% prédio". O grupo também cantou músicas de protesto, como a paródia "Funk da especulação". "Eu vou molhar a sua mão/Vou te botar lá de patrão/Vou bancar sua eleição/Então, aprova, aprova, aprova a construção", diz a letra.

"A maior violência que a Polícia Militar poderia cometer é essa: fechar os portões do parque", afirmou o músico Daniel Scandurra, de 26 anos, integrante do Organismo Parque Augusta.

Três ônibus foram incendiados durante a reintegração de posse de um terreno da Universidade de São Paulo (USP), no Butantã, na zona oeste da capital paulista, na manhã desta terça-feira. A área, próximo ao portão 3 da universidade, havia sido invadida na última sexta-feira, 19.

Segundo a Polícia Militar, o cumprimento da reintegração começou por volta das 6 horas. Cerca de três horas depois, um grupo, que se opunha à desocupação da área, parou os coletivos, ateou fogo e, depois, fugiu.

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Ainda de acordo com a PM, não foi preciso fazer uso de balas de borracha nem de bombas de efeito moral. A corporação também afirma que ninguém foi detido. Por volta das 10h30, a situação já estava normalizada e a reintegração continuou normalmente, disse a PM.

A ocupação, com cerca de 300 moradores da Favela São Remo, localizada nas proximidades do campus, recebeu apoio institucional do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp). A entidade , no entanto, afirma não ter organizado nem participado da invasão.

"Metade desse pessoal é funcionário terceirizado da USP, o sindicato, até por estatuto, defende todos que trabalham na universidade", disse o presidente do Sintusp, Magno de Carvalho. "Boa parte dos terceirizados mora na São Remo", afirmou. Carvalho disse, ainda, que os ocupantes não foram avisados da reintegração.

Em nota, a USP informou que a liminar para reintegração foi concedida no último domingo, 21. A universidade reconheceu, ainda, "a gravidade dos problemas sociais e habitacionais da população, evidentes na área adjacente já ocupada da Comunidade São Remo", mas afirmou ter "responsabilidade de manter a integridade dos espaços que compõem o patrimônio da Universidade, incluindo a área desocupada necessária para as suas atividades."

A Polícia Militar cumpre reintegração de posse em um terreno ocupado por cerca de 500 pessoas na Rua Sebastião Moreira, em São Mateus, zona leste da capital paulista. A ação começou por volta das 6h desta terça-feira (11).

Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), há cerca de 450 moradias, algumas apenas demarcadas, na área, que foi invadida há menos de um ano. Ao todo, cerca de cem famílias ocupam o local.

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Ainda de acordo com a SSP, a Polícia Militar participou de reuniões com representantes dos moradores, Prefeitura, Eletropaulo, Corpo de Bombeiros e Conselho Tutelar para que a reintegração ocorra de forma pacífica. Às 7h30, a PM não havia registrado nenhum tumulto.

A Polícia Militar acompanha a reintegração de posse de uma área localizada no bairro Colônia Japonesa, na zona leste de São Paulo, nesta terça-feira, 4. A reintegração foi determinada pela juíza Daniella Carla Russo Greco de Lemos, da 3ª Vara Cível, do Foro Regional VII de Itaquera e foi solicitada por Mellcore - Administração e Participações Ltda, proprietária do local.

O terreno, localizado na Rua Zituo Karasawa, foi invadido no dia 14 de setembro de 2011 e atualmente, cerca de 150 famílias ocupam o local.

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A PM participou de uma reunião com órgãos envolvidos na ação, como a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e o Corpo de Bombeiros. Os moradores foram notificados sobre a reintegração, informa a Secretaria de Segurança Pública.

Protesto

Na manhã de ontem, a PM utilizou bombas de gás lacrimogêneo para dispersar uma manifestação na Avenida Jacu-Pêssego, contra a reintegração de posse que acontece nesta terça. O protesto começou por volta das 6h20, quando cerca de 100 pessoas interditaram completamente a via, no sentido Mauá, na altura da Rua São Teodoro.

Por causa da manifestação, seis linhas tiveram a circulação prejudicada, entre elas a Terminal São Mateus-Terminal São Miguel (354M-10) e a Cohab José Bonifácio-Metrô Penha (3722-10), segundo a SPTrans.

A Polícia Militar utilizou bombas de gás lacrimogêneo para dispersar uma manifestação na Avenida Jacu-Pêssego, na zona leste da capital paulista, na manhã desta segunda-feira, 3. Cerca de cem pessoas protestavam contra uma reintegração de posse na região, afirma a Polícia Militar.

O protesto começou por volta das 6h20, quando os manifestantes interditaram completamente a Avenida Jacu-Pêssego, no sentido Mauá, na altura da Rua São Teodoro. De acordo com a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), o grupo ainda ocupava o canteiro central da via às 8h30, mas sem obstruir o trânsito.

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Por causa da manifestação, seis linhas tiveram a circulação prejudicada, entre elas a Terminal São Mateus-Terminal São Miguel (354M-10) e a Cohab José Bonifácio-Metrô Penha (3722-10), segundo a SPTrans. As linhas já foram liberadas.

Um protesto interditou a Avenida Pedro Álvares Cabral, em Olinda, na Região Metropolitana do Recife (RMR), na manhã desta quarta-feira (22). Moradores do loteamento Nova Olinda, no bairro de Jardim Atlântico, reclamam da desapropriação que está para ocorrer no local. A Companhia Estadual de Habitação e Obras em Pernambuco (Cehab), entretanto, diz que os manifestantes não têm a posse do terreno e que eles foram enganados, comprando os lotes a um estelionatário.

Segundo o órgão, a área pertence à Cehab e um projeto habitacional para famílias carentes deve ser construído no local. Uma série de audiências estaria acontecendo com o Ministério Público de Pernambuco (MPPE). A companhia esclarece que a compra irregular dos moradores não é de responsabilidade do Estado e que eles devem procurar a Justiça e o vendedor irregular para o ressarcimento. 

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A avenida já foi liberada, mas os manifestantes continuam no local. Policiais militares e bombeiros acompanham o protesto. 

Para evitar que pequenas invasões se tornem favelas ou ocupações, o prefeito Fernando Haddad (PT) criou um grupo dentro da Prefeitura para cuidar apenas das reintegrações de posse e coordenar o cumprimento das ações judiciais e medidas imediatas.

Batizado de Comitê Gestor para Imissões e Reintegrações de Posse (Cgirp), a comissão é composta pelas secretarias municipais de Governo, de Assistência e Desenvolvimento Social, de Habitação, de Segurança Urbana, de Coordenação das Subprefeituras, dos Negócios Jurídicos e também pela Procuradoria-geral do Município. O surgimento do grupo partiu das reuniões que o prefeito fez desde o início da gestão com as subprefeituras, tarefa hoje feita pela vice-prefeita Nádia Campeão (PC do B) na novo Comitê Integrado de Subprefeituras, órgão que interliga o gabinete do prefeito ao do secretário Ricardo Teixeira, da Secretaria de Coordenação das Subprefeituras.

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Durante as reuniões, as coordenadorias de Saúde, Educação e outras pastas que atuam dentro das subprefeituras relataram que terrenos municipais, áreas de manancial, parques ou partes de terrenos que sobram de áreas onde foram construídos equipamentos públicos estavam sendo alvo de invasões. A criação do Cgirp surgiu dessas reclamações feitas para Haddad e Nádia. Dentro do Edifício Matarazzo fala-se em "cortar o problema pela raiz na hora em que ele surgir".

Por isso as pastas de Assistência e Desenvolvimento Social e Habitação são consideradas importantes para o comitê. Também haverá uma atuação forte da Guarda Civil Metropolitana que irá dar o apoio de seguranças nas operações. O grupo deve atuar em ocupações recentes, pequenas e ainda em formação e não os casos consolidados como os prédios do centro de São Paulo e os terrenos onde o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto está acampado. O decreto foi publicado no Diário Oficial da Cidade de hoje.

Os movimentos de habitação ficaram de fora do comitê. De acordo com o decreto, o grupo irá "supervisionar" medidas garantidas por leis municipais. Entre elas está uma lei de 2011 decretada pelo ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD). As secretarias devem indicar os representantes aos cargos de titular e suplente.

Os moradores da Vila Esperança, na comunidade do Passarinho, Zona Norte do Recife, voltaram a se mobilizar nesta segunda-feira (29). Um grupo está em frente ao Palácio do Campo das Princesas para cobrar do Governo do Estado uma resposta sobre a reintegração de posse, programada para ocorrer no dia 9 de novembro.

De acordo com Ednaldo Gomes, um dos moradores da Vila Esperaça, uma comissão com quatro pessoas entrou no Palácio para conversar com representantes do governo. “Caso esse problema não seja resolvido não vamos parar por aqui. Moradia é um direito do cidadão”, afirmou.

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Na última segunda-feira (22), cerca de 50 moradores colocaram fogo na BR-101, no sentido Abreu e Lima, para cobrar uma negociação com o Judiciário para mudanças no mandado de reintegração de posse do terreno. Na ocaisão, uma comissão seguiu para a Defensoria Pública.

Entenda o caso – No início do mês de setembro, a Justiça expediu o mandado de reintegração de posse do terreno pertencente à empresa Indústria e Comércio de Pré-moldados do Nordeste LTDA, localizado em terreno na comunidade Vila Esperança.

No dia 19 de setembro, representantes da comunidade se reuniram com a Secretaria de Desenvolvimento e Direitos Humanos do Estado e Prefeitura do Recife para explicar a situação dos moradores. Se a reintegração ocorrer, 25 mil pessoas podem perder os imóveis, onde afirmam morar há mais de 30 anos.

Os black blocs infiltrados em meio aos suspeitos de cometerem saques e destruição de patrimônio público, na terça-feira, 16, já haviam sido identificados pelo Serviço de Inteligência da Polícia Militar em outros protestos. No entanto, por causa do caos generalizado, nenhum deles foi detido. No balanço final divulgado pela Secretaria Estadual da Segurança Pública, pelo menos 89 pessoas foram detidas para averiguação. O dia terminou com cinco presos.

Os quatro presos suspeitos por arrastão têm idade entre 18 e 26 anos e roubaram 37 celulares, nove tablets e três monitores de computador. Uma jovem de 19 anos foi presa por incendiar um ônibus. Os homens foram encaminhados ao Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pinheiros, na zona oeste, e a mulher para o CDP de Franco da Rocha, na Grande São Paulo. O prefeito da capital, Fernando Haddad (PT), afirmou que os grupos que promoveram destruição e saques no centro eram formados por "oportunistas". Haddad defendeu a decisão da Justiça de reintegrar a posse do prédio ocupado.

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"Eu entendo que decisão judicial se cumpre. O Poder Judiciário deu tempo, deu condições de negociação e de remoção das famílias. Eu acho que houve um mal encaminhamento e depois oportunistas que sempre se valem de um momento como esse", disse o prefeito. Ele afirmou que os movimentos sociais não podem "deixar ser utilizados por oportunistas".

Temor

Com quase 15 mil filiados no centro, a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) vê o temor de se trabalhar na região aumentar. "Estamos falando de bandido e não de manifestação. Precisa ficar muito claro para a população que são vândalos", disse Rogério Amato, presidente da ACSP.

Segundo ele, desde as manifestações do ano passado, há "uma sensação de insegurança" entre os comerciantes. Amato afirmou que o setor está diminuindo os investimentos na região por medo de novos ataques de vândalos e arrastões. "Isso virou uma rotina. O pior de tudo é a gente começar a se acostumar com isso." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Há dois dias, basta a pequena Júlia Victória, de 2 anos, ver uma câmera para se esconder. "O que ela mais gostava de fazer era tirar foto", diz a mãe, a auxiliar de limpeza Leiliane Pereira, de 27 anos. A rejeição tem motivo. Júlia morava na invasão do Hotel Aquarius, na Avenida São João, e presenciou o confronto na reintegração de posse. Ela foi retirada às pressas, em meio a bombas de gás, de um lado, e objetos atirados pelas janelas, de outro. Ao sair, só o que via eram filmadoras e máquinas fotográficas.

Com os pais e o irmão, Júlia recebeu abrigo em outra ocupação da Frente de Luta por Moradia (FLM), na Rua Líbero Badaró, também no centro. No local, pedaços de pano foram estendidos como se fossem paredes: uma tentativa de garantir a privacidade. Para dormir, o casal e as crianças se espremem em dois colchões. Roupas, camas, fogão, geladeira, estantes e documentos ficaram para trás. Sobraram cinco ursos de pelúcia. "Se era para perder alguma coisa, que não fosse nada dos meninos", disse Leiliane.

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No novo endereço, as crianças são muitas. Há idosos e gestantes também. Porém, reclamações são poucas. "Tenho um teto para dormir. O dia de chorar foi ontem (a terça-feira, 16), agora é sorrir", disse Raquel Germano, grávida de 5 meses.

Revolta

A dor da vendedora de tapioca Eli Sarai, de 44 anos, é ver a filha o dia inteiro sentada no colchão e não poder fazer nada. Deficiente por causa de uma paralisia cerebral durante o parto, Jaquelaine Dias, de 17 anos, teve a cadeira de rodas quebrada na reintegração.

"Foi um cenário de guerra, pensei que a gente ia morrer", diz a mãe. Eli contou que a filha passou mal por causa das bombas de gás e foi retirada por moradores. Jaquelaine precisou ser levada nos braços. Após procurar atendimento na Santa Casa, no centro, a mãe teria voltado para recuperar a cadeira. "Os policiais me disseram que tinha sido jogada em um caminhão, toda quebrada."

Sem a cadeira de rodas, Eli tem dificuldade até para levar a filha, que não anda nem fala, ao banheiro. "Não sei como vai ser para dar banho. Com a nota fiscal, mostrou que o equipamento custou R$ 1,3 mil em 2012. "Um pastor doou parte do dinheiro e meus amigos fizeram um rifa para conseguir o resto." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A maior parte das 200 famílias despejadas da ocupação do antigo Hotel Aquarius da Avenida São João, em reintegração com 12 horas de confrontos no centro de São Paulo, mudou-se, na quarta-feira (17) para uma invasão da Rua Líbero Badaró, na mesma região. Cerca de 180 famílias desalojadas estão no edifício de uma antiga agência dos Correios, fechada em 2010. A Justiça já concedeu a reintegração de posse ao proprietário do imóvel há dois meses.

A operação da Polícia Militar está prevista para acontecer até o fim deste mês - a última reunião de oficiais com a Frente de Luta por Moradia (FLM), para acertar os detalhes da saída, está marcada para o dia 23. Sem ter para onde ir após a reintegração de terça-feira (16), as famílias foram espalhadas em quatro andares do prédio onde já moravam cerca de 70 sem-teto. Responsável pela invasão, a FLM promete resistir novamente à remoção das famílias. Comunicados da PM estão colados no local, com avisos sobre a negociação final.

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O Centro Gaspar Garcia de Direitos Humanos, responsável pela defesa jurídica de movimentos de moradia de São Paulo, tenta barrar na Justiça a reintegração. A entidade teme que o centro volte a virar um campo de guerra semelhante ao de anteontem quando mais de 89 pessoas foram detidas - cinco continuam presas - e ao menos dez ficaram feridas.

Advogados do centro tentam obter liminares para impedir também o cumprimento de mais três reintegrações já ordenadas. Ao todo, os quatro edifícios têm 932 famílias - quase 3 mil pessoas. Só em uma das ocupações, na Avenida Prestes Maia, desde outubro de 2012, são 380 famílias do Movimento Moradia Para Todos (MMPT).

É a reintegração já marcada para o prédio da Líbero Badaró, porém, a que mais preocupa a entidade e a Defensoria Pública do Estado. "Existe uma situação muito grave no centro, que pode ficar ainda mais tensa. Essas reintegrações precisam ser repensadas. Nós estamos tentando liminares para barrar essas reintegrações", afirmou a advogada Juliana Avanci, do Centro Gaspar Garcia.

Ouvidor da Defensoria Pública do Estado, Alderon Costa também defende uma mudança na política de reintegrações. "A Justiça precisa repensar a reintegração de posse como ela é hoje, nós precisamos humanizar a retirada das famílias. São pessoas que economizam anos para conseguir comprar uma geladeira, são famílias carentes e sem moradia", diz Costa.

Outro prédio previsto para ser desocupado com base em ordem já expedida também fica no coração do centro, no calçadão da Rua 7 de Abril. Com 182 famílias no imóvel desde outubro de 2012, o Movimento dos Sem Teto do Centro (MSTC) diz que vai reagir. "Se vier (a PM), o pau vai comer. Somos em mais de 5 mil famílias aqui no centro, ninguém tem onde morar. E vamos lutar pelo nosso direito de moradia até o fim", afirmou Jaqueline Maria dos Oliveira, de 26 anos.

Ao lado do Praça da República, em edifício na Rua Bráulio Gomes, vivem cerca de 200 famílias sem-teto de diversos movimentos desde o ano passado. Desocupado desde 2001, a reintegração de posse também foi concedida aos proprietários. "Por quase 15 anos isso aqui ficou vazio, sem ninguém, era só esconderijo de 'noia'. E agora querer tirar nós? Não vão conseguir", disse Douglas César Rodrigues, de 36 anos, que mora sozinho no local é catador de papelão. Procurada, a PM não comentou as reintegrações. A corporação informou que quem decide sobre as desocupações dos prédios invadidos é a Justiça.

Apoio

Na quarta-feira, 17, as 14 entidades que comandam ocupações no centro divulgaram manifestos na internet de apoio às famílias despejadas. O Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), a maior das entidades e protagonistas dos maiores protestos realizados neste ano na capital paulista, avisa que vai lutar contra novas operações da Tropa de Choque no centro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

]As portas de aço das Casas Bahia na frente do Theatro Municipal, loja sempre cheia de consumidores, estavam abaixadas - cena impensável às 11 horas de um dia útil. A situação era vista por todo o corredor da Rua Barão de Itapetininga, alastrando-se pelas transversais - Conselheiro Crispiniano, Marconi e Dom José de Barros - e pelas paralelas 24 de Maio e 7 de Abril. Tudo fechado. Não parecia uma terça-feira em pleno horário comercial. O medo havia tomado conta do centro da capital paulista, que chegou a registrar alguns arrastões.

Bancas de revista, lanchonetes, docerias, a Galeria do Rock, o Shopping Light... Não havia onde entrar na terça-feira, 16, de manhã, durante a confusão iniciada pelo confronto entre Polícia Militar e manifestantes durante reintegração de posse na Avenida São João. Bombas de efeito moral dos policiais e golpes com barra de ferro (de parte dos manifestantes, em portas fechadas) assustavam quem foi surpreendido e passava pelas ruas da região.

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O aposentado Antonio Louro, de 76 anos, procurava a entrada da Estação República do Metrô, no meio da confusão, quando uma bomba de efeito moral estourou ao lado de sua perna. Lacrimejando e desnorteado, ele buscava algum abrigo em meio ao comércio fechado da Barão de Itapetininga. "Eles (policiais) arremessaram a bomba sem nem ver em quem estavam jogando." Naquela rua, porém, não havia refúgio aberto.

Arrastões

Mesmo fechadas, duas lojas de telefonia celular - uma da Claro, outra da Oi -, na Barão de Itapetininga, foram saqueadas durante a confusão. Celulares e monitores acabaram furtados e as portas, arrombadas. Funcionários ouvidos horas depois do incidente ainda não tinham calculado o prejuízo dos dois arrastões. Fachadas de outros estabelecimentos comerciais apareceram quebradas - a loja do McDonald’s na Barão teve uma das três portas de aço toda amassada.

Por volta das 9 horas, a maioria dos estabelecimentos permanecia fechada. Com o avanço da Tropa de Choque, atirando a esmo bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo, os comerciantes mantiveram-se trancados dentro das lojas. "Mesmo assim, o gás lacrimogêneo conseguiu entrar. E aqui dentro tinha duas clientes grávidas, sem ter como sair. Todo mundo quase desmaiou com aquele cheiro", disse Marlene Marques, de 46 anos, atendente de uma farmácia. Outros comerciantes e consumidores relataram cenas semelhantes.

O mecânico Francisco Ferreira da Silva, de 38 anos, comia um sanduíche em uma lanchonete quando uma bomba de gás da polícia explodiu na porta. "Foi fumaça para todos os lados. Uma das atendentes passou mal." Dois dos mais tradicionais centros de compras da região, o Shopping Light e a Galeria do Rock, passaram diversas horas fechados ao público. Somente por volta das 12 horas, algumas lojas começaram a reabrir no centro, para depois fecharem de novo, com a volta dos tumultos no fim da tarde. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Polícia Militar vai manter cerca de 850 homens na região central de São Paulo durante a noite e madrugada, segundo o comandante de policiamento da capital, o coronel Glauco Silva de Carvalho. O efetivo está distribuído em cinco pelotões do Choque e outros cinco da Força Tática e policiais do Comando de Policiamento da Copa (CPCopa) que foi mantido após o evento em regiões de alta concentração de pessoas.

Ainda de acordo com o oficial, a Avenida Paulista ganhou o reforço de 60 policiais militares. Caso seja necessário aumentar o policiamento, outros 700 PMs estão de sobreaviso. "É para nós mantermos a ordem se houver a possibilidade de empregar a força", afirmou o coronel.

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Todos os pelotões estão com equipamentos antidistúrbio como capacetes, armaduras, escudos e armas de efeito moral. Por volta das 20h, no entanto, o comandante afirmou que a situação estava sob controle, mas que o efetivo permaneceria na região até que ele próprio ordenasse a retirada da tropa.

Os confrontos entre policiais militares e manifestantes, que se estendem desde a manhã deste terça-feira (16) no centro de São Paulo, bloqueavam pelo menos seis vias às 18 horas. De acordo com a Companhia de Engenharia do Tráfego (CET), estão totalmente fechadas as Avenida São João, junto ao Largo do Paiçandu, e Ipiranga.

Também não passam carros da Rua Libero Badaró até o Viaduto do Chá e da Rua Xavier de Toledo até a Avenida São Luís, assim como da Praça Ramos de Azevedo à Rua Conselheiro Crispiniano.

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Os motoristas e pedestres devem evitar circular pela região. A São Paulo Trânsito (SPTrans) informou que a circulação de cerca de 30 linhas de ônibus foram afetadas pelas interdições de vias no centro da cidade.

Por volta das 16 horas desta terça-feira (16) a situação no centro da capital paulista voltou a ficar tensa após confrontos causados pela reintegração de posse de um prédio do Aquarius Hotel ocupado na Avenida São João. A Polícia Militar voltou a lançar bombas de gás na região. Manifestantes fazem barricadas, interrompendo fluxo de veículos.

Por causa das bombas lançadas pela polícia, possivelmente para dispersar os manifestantes, uma mulher passou mal por volta das 17 horas próximo à Rua Dom José de Barros, na esquina com a Itapetininga.

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A representante da Frente de Luta por Moradia Silmara Congo afirma que há dois ex-moradores da ocupação do Hotel Aquarius feridos. "O Choque dispara bombas de gás lacrimogêneo e ninguém sabe o porquê. Jogam do nada, acho que querem dispersar as famílias que continuam na frente do prédio. Mas estas pessoas não têm para onde ir".

De acordo com a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), a Avenida São João está totalmente interditada entre o Largo do Paiçandu e a Avenida Ipiranga. Segundo a SP Trans, as linhas que dão acesso ao centro pela Avenida Ipiranga, São João, Consolação e Rio Branco operam com desvios.

Manhã

Na manhã desta terça, a Polícia Militar e moradores de um prédio do Aquarius Hotel entraram em confronto. Após a confusão, uma batalha campal se estendeu por horas no centro, que teve uma manhã de barricadas, lojas depredadas, bombas de gás, ônibus queimado e comércio fechado. Ao menos cinco pessoas foram detidas. Além disso, cerca de 80 moradores foram levados ao 3º Distrito Policial (Campos Elíseos) e qualificados por "esbulho e dano", mas foram liberados. Ao menos oito pessoas ficaram feridas.

Um ônibus biarticulado foi incendiado em frente ao Theatro Municipal de São Paulo durante confronto entre a Polícia Militar e moradores de um prédio ocupado no centro de São Paulo, na manhã desta terça-feira, 16. A PM tenta cumprir pela terceira vez uma ordem de reintegração de posse do imóvel, mas foi atacada com objetos lançados do alto do prédio. Os policiais responderam com bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo.

A reintegração de posse foi determinada pela 25ª Vara Cível do Foro Central a pedido do proprietário do imóvel localizado na Avenida São João. Representantes do Movimento Sem-teto do Centro (MSTC) declararam que permanecerão no prédio até que se cumpra um acordo e caminhões e carregadores sejam apresentados para a realização da mudança.

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Essa é a terceira vez que a PM tenta cumprir a ordem judicial. Nos dias 11 de junho e 27 de agosto, as tentativas não foram bem-sucedidas. No mês passado, a ação tinha sido suspensa porque os oficiais de Justiça avaliaram que a quantidade de caminhões e transportadores ainda não era suficiente.

Moradores atearam fogo em pedaços de móveis, lixo e outros objetos na Avenida São João, próximo a ônibus que foram abandonados no local durante conflito entre os sem-teto e a PM. Policiais da Tropa de Choque, que conta com um carro blindado, fizeram cerco e reagiram com bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo.

Ainda há pessoas no prédio que se recusam a deixar o edifício. O cruzamento da Avenida São João com a Avenida Ipiranga está bloqueado. Na região, há pelo menos 10 viaturas da PM e um helicóptero Águia. Os manifestantes arremessam objetos em direção aos policiais. Alguns arrancam pedaços de concreto das calçadas para usar contra a Polícia.

Em entrevista à Rádio Estadão, a coordenadora do Movimento Sem-teto do Centro (MSTC), Ivonete Araújo, reforçou as reclamações contra um acordo que não teria sido cumprido. "O proprietário não cumpriu os meios que ficaram acordados em uma reunião. Ele prometeu 40 caminhões, 120 carregadores e não tem", disse.

Ivonete disse que as famílias que ocupam o prédio não têm para onde ir e a intenção é permanecer no imóvel. "Vai sair para onde? Vai carregar os móveis como? O Judiciário não olha para a questão social. Como é que eles vão sair? Não tem meios", reclamou.

Não há confirmação da quantidade de pessoas que ocupam o local: a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP/SP) estima em 200 pessoas, mas há a possibilidade de o número ser maior e ultrapassar 500. O prédio de 20 andares está ocupado há seis meses pelo MSTC.

Por volta de 10h30, um ônibus da Polícia Militar com moradores do prédio ocupado, inclusive com crianças, seguiu para a 3ª DP de São Paulo, em Campos Elíseos.

Após nova tentativa de diálogo nesta terça-feira, móveis começaram a ser lançados de cima do prédio. A PM isolou avenidas da proximidade e acionou o Batalhão de Choque para o local. Segundo a São Paulo Transporte (SPTrans), o bloqueio afeta um ponto de ônibus e cerca de 30 linhas foram alteradas.

A Polícia Militar cumpre, na manhã desta segunda-feira (28) um mandado de reintegração de posse em um terreno de 200 mil m² na avenida Doutor Luís Migliano, região do Portal do Morumbi, zona sul de São Paulo. O terreno pertence a construtora Even e vem sendo reivindicado pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) desde o dia 20 de junho quando houve a invasão que batizou o lugar de Portal do Povo.

A reintegração estava marcada para último dia 17, mas um dia antes cerca de 400 sem-teto ocuparam a sede da Even, dona do terreno. O MTST deixou a construtora após firmar acordo com a Justiça e a Polícia Militar para prorrogar por 15 dias o cumprimento da liminar de despejo.

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A desocupação ocorre de forma pacífica. 4.000 famílias chegaram a ocupar o terreno da construtora e a maioria que estava no acampamento já deixou o local.

Invasão

O terreno invadido fica na rua Doutor Luís Migliano, que liga as Avenidas Giovanni Gronchi e Francisco Morato e é rota para o Cemitério da Paz. No local, o valor médio do metro quadrado é de R$ 8 mil e os apartamentos mais luxuosos chegam a R$ 1,5 milhão. Ao lado da invasão, está em construção um condomínio residencial com unidades de até 243 m².

Na página oficial do MTST, na época da invasão, a região era classificada como um local onde a "especulação imobiliária se alastra como epidemia, tendo efeitos perversos, como o aumento desenfreado e abusivo dos aluguéis, levando à expulsão de famílias para bairros com menos estrutura."

No entorno do terreno, prédios comerciais e residenciais de classe média alta dividem espaço com barracos da Favela da Vila da Praia. Parte dos moradores da comunidade, segundo o movimento, participa da ocupação, assim como famílias das comunidades Olaria e Viela da Paz.

Protesto

No início da manhã, outro protesto por moradia com cerca de 200 pessoas bloqueou totalmente a avenida Senador Teotônio Vilela, no sentido centro, junto à Estrada dos Mendes. Por volta de 8h da manhã, de acordo com a Polícia Militar, os manifestantes liberam o corredor de ônibus da avenida em direção à Subprefeitura da Capela do Socorro.

A Polícia Militar cumpre uma ação de reintegração de posse em um prédio ocupado na rua Santa Ifigênia, na região central de São Paulo, na manhã desta terça-feira (15). Por volta das 7h40, um protesto envolvendo 200 sem-teto, contra a ação de reintegração, bloqueou totalmente a via na altura da Avenida Ipiranga.

O juiz Sergio da Costa Leite, da 33ª Vara Cível do Foro Central, determinou a desocupação no centro. A reintegração foi solicitada pela Savoy Imobiliária e Construtora Ltda, proprietária da área, informou a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP).

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O prédio de 12 andares foi invadido por um grupo de pessoas ligadas ao movimento "Luta por Moradia Digna" (LMD). O local abriga 282 pessoas.

A Secretaria informou que para a reintegração ser pacífica, a Polícia Militar participou de reunião com moradores e com representantes de órgãos envolvidos na ação, como bombeiros, oficiais de Justiça, Subprefeitura Sé, Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS), Secretaria Municipal de Habitação, Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), entre outros.

Depois de mais de 24 horas de ocupação no térreo da Prefeitura, os manifestantes contrários ao projeto Novo Recife emitiram um “Termo de Ajuste para Retomada do Diálogo”, após uma assembleia realizada no início da tarde desta terça-feira (2). O documento lista alguns pontos que o movimento pede para a gestão municipal, em prol de um debate democrático. 

Entre os pontos abordados no Termo, os ocupantes exigem a retomada imediata da rodada de negociação com a participação de no mínimo seis integrantes do Ocupe Estelita em todas as reuniões. Os manifestantes pedem uma próxima reunião já para esta quarta-feira (2), além de exigir a presença do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e Ministério Público Federal (MPF) nos encontros.

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O Ocupe Estelita pede que os procedimentos para a revisão do projeto, aprovados nesta segunda-feira (30), sejam cancelados e que novos procedimentos para o redesenho do projeto sejam construídos em conjunto com o movimento e o MPPE.  Por fim, os ocupantes pedem que o Fórum Estadual de Reforma Urbana (Feru) e do Centro Dom Hélder Câmara (Cendhec) voltem a ser convocados às reuniões.  

Concluindo o Termo de Ajuste proposto, o movimento garante a “retirada pacífica do acampamento do hall do Prédio da Prefeitura do Recife que ora ocupa, no exato momento em que for intimada para cumprimento da decisão judicial”. O documento foi encaminhado ao prefeito Geraldo Julio no início da tarde desta terça, segundo a advogada e integrante do Ocupe, Liana Cirne Lins. 

Na manhã desta quarta-feira (18), a sessão ordinária da 4° Câmara Cível, do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), julgou válida a reintegração de posse do terreno do Cais José Estelita, no bairro de São José, ocorrida na manhã desta terça. Três desembargadores participaram da reunião, entre eles o relator do processo, o magistrado Márcio Aguiar, que decidiu, no último dia 29, pela reintegração.

O presidente da 4ª Câmara, Francisco Tenório, e o desembargador Carlos Moraes também fizeram parte da sessão. Eles julgaram válida a decisão de reintegração expedida em maio e consideraram que o Ministério Público e o Movimento Ocupe Estelita perderam o objeto da petição, já que, de acordo com eles, os dois pedidos eram contra a reintegração de posse que já foi cumprida ontem.

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A sessão acontece todas as terças-feiras. Os desembargadores julgam os assuntos relevantes em pauta na capital. De acordo com O TJPE, o processo continua tramitando na 7ª Vara da Fazenda Pública.

 

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