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A Justiça Federal no Rio de Janeiro suspendeu decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro que exonerou onze integrantes do Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (MNPCT), vinculado ao Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MDH). A determinação, de caráter liminar, obriga a pasta a reintegrar os servidores exonerados.

Composto por 11 peritos independentes, o MNPCT tem por função realizar vistorias em instituições de privação de liberdade - centros de detenção, estabelecimentos penais, hospitais psiquiátricos, abrigos para idosos, unidades socioeducativas ou centros militares de detenção disciplinar. No decreto assinado em junho por Bolsonaro, os cargos ficavam extintos e o trabalho passaria a ser "voluntário".

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Tanto a Defensoria Pública da União (DPU) quanto a Procuradoria Geral da República (PGR) moveram ações contra o decreto. Na última sexta-feira, 9, a 6.ª Vara Federal do Rio de Janeiro proferiu liminar favorável.

Na decisão, o juiz Osair Victor de Oliveira Júnior afirmou que "não é difícil concluir a ilegalidade patente do Decreto em tela, uma vez que a destituição dos peritos só poderia se dar nos casos de condenação penal transitada em julgado, ou de processo disciplinar, em conformidade com as Leis nos 8.112, de 11 de dezembro de 1990, e 8.429, de 2 de junho de 1992, o que já legitima o pedido de reintegração dos peritos nos cargos antes ocupados, até que o mandato respectivo se encerre pelo decurso do tempo remanescente".

O magistrado acrescentou ainda que a remuneração dos servidores "deverá ser mantida, tendo em vista o princípio da vinculação da administração ao instrumento convocatório. Como a seleção dos peritos é regida por processo seletivo previsto em Edital do Comitê Nacional de Prevenção e Combate à Tortura, fica a administração vinculada à previsão quanto à remuneração ali estabelecida".

A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), cassou nesta segunda-feira, 15, a liminar que impedia a reintegração de posse da área da Vila Soma, uma das maiores ocupações habitacionais irregulares do Estado de São Paulo, no município de Sumaré, a 120 quilômetros da capital. Com mais de 30 ruas num terreno de cerca de 1 milhão de m², a área virou um bairro popular que abriga quase 10 mil pessoas ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). A ação cautelar (AC 4085) trata da ordem de reintegração de posse que foi suspensa por decisão do ministro Ricardo Lewandowski, de janeiro de 2016.

A invasão da área ocorreu em junho de 2012. Os terrenos, avaliados em R$ 100 milhões, estavam destinados ao pagamento judicial de 200 credores com dívidas trabalhistas, tributárias e outros serviços da massa falida das empresas Melhoramentos Agrícolas Vifer e Soma Equipamentos Industriais, que quebraram em 1990, com falência desde 2008.

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Com urbanização precária no local, a Vila Soma tem extensão semelhante à do bairro Heliópolis, na capital, e fica ao lado do centro de Sumaré. Fontes ligadas ao processo afirmam que a liminar casada dava efeito suspensivo a um recurso extraordinário. Como o recurso não foi admitido e não houve "agravo" no processo, a ação cautelar não existe mais. Sem a garantia da liminar no STF, a operação para a reintegração de posse da área não tem prazo e pode, em tese, ocorrer a qualquer momento.

No início da noite de domingo, a prefeitura de Sumaré informou que ainda não havia sido comunicada oficialmente da decisão do STF. Uma nota diz que há "tratativas" com a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU) e Cohab de Campinas para tentar uma solução "consensual" do caso.

O secretário de Habitação de São Paulo, Flávio Amary, confirmou que há contatos avançados com o prefeito de Sumaré, Luiz Dalben, em busca de uma solução para a questão habitacional no município. Fontes do município temem que uma desocupação forçada da área possa provocar confronto com os moradores, a exemplo do conflito ocorrido no bairro Pinheirinho, em São José dos Campos, em janeiro de 2012. Procurados, representantes do MTST não retornaram.

"Recebemos a informação nesta tarde com alguma surpresa porque estamos com as negociações avançadas, contando inclusive com muito empenho da Prefeitura de Sumare. Sendo assim, esclarecemos que as tratativas para a resolução consensual do caso em questão estão avançadas, conforme já foi amplamente noticiado pela imprensa nas últimas semanas, inclusive com a participação de órgãos especializados como a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU) e a Companhia de Habitação Popular de Campinas (Cohab)", explicou o vereador Willian Souza.

Na manhã desta quinta-feira (24), uma reintegração de posse foi cumprida em um terreno em Jardim São Paulo, Zona Oeste do Recife, que estava sendo ocupado desde novembro de 2017, segundo os moradores. Cerca de 300 famílias tiveram que deixar o local. Logo cedo, no momento da chegada da Polícia Militar (PM), houve momentos de tensão, com os despejados colocando fogo em entulhos e em barracos e protestando contra a decisão judicial.

Grupos como o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Centro Popular de Direitos Humanos (CPDH) e Defensoria Pública de Pernambuco estiveram no local para dar apoio aos moradores da ocupação intitulada Jardim Boas Novas. Vitória Genuína, coordenadora estadual do MTST, destacou ter havido vícios no processo de reintegração de posse.

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“O dito proprietário do terreno apresenta um contrato de compra e venda e não a escritura, que é o documento que comprova a propriedade; os moradores não foram citados no processo, algo que deve acontecer; e várias coisas não deixam claro de quem é o terreno”, cita Vitória. A coordenadora complementa ter conversado com o juiz solicitando mais 30 dias antes da reintegração para que as famílias organizassem melhor a saída. “Ele deu o prazo, mas, no outro dia, saiu uma decisão de que ele não tinha revogado a liminar [de reintegração]. Fomos pegos de surpresa junto com os moradores”, ela acrescenta.

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O defensor público José Fernando Nunes Debli disse que uma pessoa teria convidado as famílias para ocupar o terreno alegando que não haveria proprietário. “Ele teria dito que poderia construir aqui, por isso há tanta construção de alvenaria. A gente soube da ocupação e da reintegração na sexta. Na segunda-feira a gente protocolou uma petição e tentou reverter, mas não foi possível. Então a gente veio aqui hoje amparar e verificar a legalidade da reintegração para que não houvesse excesso”, explica o defensor.

O advogado Ícaro Marques, do autor do pedido de reintegração identificado como Cláudio Geraldo Seixas Guedes, disse lamentar o despejo, mas fez acusações: “Uma coisa é certa: quem está aqui ocupando não é pessoa completamente desabrigada. A gente está vendo pessoas aí levando suas coisas por conta própria na mão. Ninguém ia carregar isso aqui dois, três quilômetros ou ficar do lado de fora segurando na mão. Obviamente tem algum lugar pra levar. Outro exemplo que cito é o pessoal morador de rua. Por que esse povo não está aqui? Porque eles não têm condições de comprar um imóvel aqui. O grupo que faz esse tipo de invasão faz para vender. Simples. Aí eu pergunto: realmente essa invasão aqui tem alguma finalidade social? Não tem. Não sejamos ingênuos”. Marques também relatou que os documentos apresentados à Justiça comprovam que seu cliente é dono do terreno.

No local, o clima era de lamento, enquanto as casas de alvenaria e madeira eram derrubadas por um trator. Algumas pessoas choravam ou assistiam em silêncio à derrubada da casa. Outros, ainda, pareciam conformados, como o vendedor Rodrigo de Araújo, 33 anos. “Eu já sou acostumado a perder mesmo. Isso é da vida. Bola pra frente. Trabalhar agora”, disse. Rodrigo conta já ter sido despejado em outra oportunidade.

A manicure Bianca Camila, 27, veio com o marido e os dois filhos para a ocupação Jardim Boas Novas no final de 2018 e já haviam erguido uma casa de tijolo. “É triste. Vou viver de favor na casa dos familiares. Perdi material que não vai ter como recuperar. Consegui tirar muito pouco. Lutei pra conseguir material para construir e agora vem tudo por água baixo. É muito triste não só para mim, mas para muita gente daí”, lamenta a mulher que ganha R$ 20 por serviço de manicure e que está com um companheiro desempregado. “Ou come ou arruma uma casa para morar”, afirma Bianca.  

O governador Paulo Câmara (PSB) firmou, nesta segunda-feira (15), um convênio com o Tribunal de Justiça de Pernambuco com objetivo de inserir mais reeducandos na prestação de serviço comunitário. Por meio do Facebook, o pessebista falou que a pretensão era “aumentar o acesso às instituições e aos órgãos da administração direta e indireta de Pernambuco” para o encaminhamento desse grupo.

Câmara disse acreditar que a reintegração social é o caminho para reduzir a reincidência criminal. “Acredito que esse é o caminho para reduzir a reincidência criminal oferecendo educação e reintegração social. Vamos implantar e dar funcionamento ao Programa de Execução da Pena de Prestação de Serviços à Comunidade no Estado", contou. 

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Ainda ressaltou que a construção de presídios não é a solução. “Os nossos presídios estão superlotados, estamos fazendo mais, mas essa não é a solução. É preciso dar a porta de saída para essas pessoas que querem recomeçar a vida de forma honesta”. 

A Defensoria Pública de São Paulo entrou com uma ação civil pedindo a suspensão da ordem de reintegração de posse de um terreno localizado no Jardim Apurá, zona sul da cidade. A área de 250 metros quadrados foi ocupada no fim da década de 90 e fica às margens da represa Billings. O órgão pede a regularização das residências construídas no local e já obteve um parecer da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) que mostra ser possível adequar as residências seguindo os padrões da prefeitura.

Um dos entraves burocráticos é o fato de as construções estarem situadas dentro de áreas de reserva ambiental, o que caracteriza crime. “A experiência nos ensinou que de nada adianta remover a população hipossuficiente de uma área devidamente consolidada, com vistas à proteção do meio ambiente, sem pensar nos impactos sociais e ambientais desta remoção”, argumentaram os defensores Luiza Lins Veloso, Marina Costa Craveiro Peixoto e Rafael de Paula Eduardo Faber, responsáveis pela ação.

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A desembargadora do Tribunal de Justiça de São Paulo, Vera Angrisani, concedeu o direito de concessão de uso especial coletivo em favor dos moradores da área. Segundo ela, “já se reconhece, há muito, que o direito de propriedade não é de todo absoluto, mormente porque constituído pelo elemento da função social”.

O ministro Og Fernandes, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), concedeu liminar ontem suspendendo a ordem de reintegração de posse do terreno que abriga o Projeto Quixote, na Vila Mariana, bairro da zona sul de São Paulo. O ministro entendeu que o cumprimento do mandado de reintegração poderia implicar grande dano social.

Ele reconheceu a "singularidade do conflito". Segundo a Corte, como o cumprimento do mandado poderá implicar grande prejuízo social, por afetar projetos de interesse público de maneira irreversível, ficaram demonstrados os requisitos que justificam a concessão da medida de urgência.

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A defesa do ex-industrial que alega ser dono do terreno disse acreditar na reversão da sentença.

A decisão em segunda instância favorável à reintegração ameaçava a ONG, que atende 20 mil crianças e jovens. O processo já dura dez anos e mira um terreno de três mil m², onde são feitas as atividades. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

No acampamento Planalto do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), onde barracos de lona cobrem uma extensa área de um terreno de 70 mil m² da Construtora MZM, em São Bernardo do Campo, região do ABC, o clima nos últimos dias é de tensão e expectativa. Depois de amanhã, quando se completa um mês da invasão, três dos cinco desembargadores da 20.ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo devem julgar a reintegração de posse determinada pelo juiz Fernando de Oliveira Ladeira, da 7.ª Vara Cível de São Bernardo. A restituição foi pedida pela dona da área e contestada pelo MTST.

"Temos a expectativa de que a Justiça considere o fato de que esse terreno estava abandonado, sem cumprir função social por 40 anos e, portanto, que a construtora não exercia a posse", disse ontem ao Estado o líder do MTST Guilherme Boulos. "E que a Justiça considere a gravidade que é determinar um despejo para mais de 7 mil famílias sem uma saída negociada."

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Para Boulos, "se a aposta, seja do Judiciário, seja do governo ou da prefeitura, for no conflito, no enfrentamento, e determinarem retirada, o despejo, sem nada, sem nenhuma solução, evidentemente pode gerar uma situação de resistência". E emendou. "E, talvez, cinco anos depois, teremos um novo Pinheirinho no Estado", completou Boulos, referindo-se ao episódio da desocupação de um terreno em janeiro de 2012 em São José dos Campos.

Preparação. Segundo Joel dos Santos Carvalho, um dos coordenadores do acampamento, o número de famílias já chega "a 10 mil famílias". Percorrendo as ruas improvisadas entre os barracos vazios, sob o forte sol do início da tarde de quinta-feira, ele afirmou que se trata da "maior ocupação já feita pelo MTST". Carvalho contou que os sem-teto são de São Bernardo, mas há gente também de outros municípios. "Temos do Jabaquara, zona leste (São Paulo), Diadema e daqui", disse.

Ele afirma que todos os dias os sem-teto se reúnem no fim da tarde em assembleias, e hoje e amanhã devem ocorrer eventos para os acampados. Carvalho, que integra o comitê de "autodefesa", a segurança do acampamento, repete o bordão dos sem-teto de "resistir" no local e não admite uma eventual desocupação da área. Entre os acampados, muitos já temem que a decisão da 20.ª Câmara confirme o despejo.

"Nós estamos confiantes na luta", declarou Andreia Barbosa da Silva, outra líder da organização do acampamento, avisando que as inscrições na lista do Planalto foram encerradas. Na quarta-feira, de acordo com ela, houve reunião com representantes da Construtora MZM para expor à empresa detalhes do plano de construção de habitações que o MTST administra usando o programa de financiamento Minha Casa Minha Vida (MCMV)/Entidades - Faixa 1, linha de financiamento com objetivo social muito usada pela organização dos sem-teto nos tempos do governo Dilma Rousseff, ainda em vigor na Caixa. Na Faixa 1, a Caixa subsidia o apartamento até R$ 95 mil.

Os prédios do conjunto João Cândido, em Taboão da Serra, por exemplo, já habitados por militantes do MTST, são um modelo do tipo de construção coordenada pelo movimento. Há ainda o acampamento Copa do Povo, na zona leste de São Paulo, com 2.670 unidades, cuja construção está prevista para ser iniciada em dezembro, além do empreendimento Pinheirinho do ABC, em Santo André, com outros 930 apartamentos. "Nós organizamos os trabalhadores sem-teto que precisam de moradia", disse Andreia. "São pessoas desempregadas, 90% aqui mesmo do município", acrescentou.

Para o advogado João da Costa Farias, da MZM, porém, não há a mínima hipótese de negócio da área com o MTST. "Não há nenhum acordo com eles e não há nenhuma chance de negociar a área com eles", afirmou. "A empresa espera que se cumpra a lei e haja a reintegração de posse do terreno", declarou o advogado.

Ele disse ainda que "já há planos de construção de várias torres para o terreno". De acordo com o representante da MZM, "eles (os sem-teto) ficam aí espalhando que a Caixa pode comprar, mas isso está afastado, sem chances", insistiu. De acordo com o advogado, o terreno da MZM está no meio de uma disputa política entre líderes locais do município.

A concessionária não pode reter o veículo como forma de exigir o pagamento dos reparos realizados. O entendimento foi adotado pela Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) ao julgar recurso especial de concessionária que, por falta de pagamento de reparo em veículo, decidiu reter o automóvel até que o proprietário quitasse os serviços.

Na ação de reintegração de posse, a empresa proprietária do carro alegou que a recusa do pagamento decorreu de divergência em relação à cobertura de garantia do fabricante. A proprietária entendeu que o serviço estaria coberto pela garantia, mas a oficina concluiu que o defeito ocorreu devido à utilização de combustível de baixa qualidade.

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O pedido de reintegração foi julgado improcedente em primeira instância – o magistrado entendeu que a retenção do veículo foi legítima, motivada pelo serviço prestado e não quitado. Contudo, o Tribunal de Justiça do Espírito Santo reconheceu a procedência da reintegração de posse e concluiu que a retenção com a finalidade de compelir o proprietário caracteriza autotutela, o que, em regra, é vedado pelo ordenamento jurídico pátrio.

Possuidor de boa-fé

O relator do recurso especial da concessionária, ministro Villas Bôas Cueva, lembrou inicialmente que o artigo 1.219 do Código Civil – utilizado pela oficina como um dos fundamentos do recurso – dispõe sobre uma das raras hipóteses de autotutela permitidas pela legislação brasileira, qual seja, o direito de retenção decorrente da realização de benfeitorias no bem, e só pode ser invocado pelo possuidor de boa-fé.

No caso analisado, todavia, o ministro destacou que a oficina em nenhum momento exerceu a posse do bem, mas somente sua detenção, já que o veículo foi deixado na concessionária apenas para a realização de reparos. Por consequência, a concessionária também não poderia exercer o direito de retenção sob a alegação de ter realizado benfeitoria no veículo.

“Assim, não configurada a posse de boa-fé do veículo por parte da recorrente, mas somente sua detenção, não é lícita a retenção ao fundamento de que realizadas benfeitorias, porquanto refoge à previsão legal do artigo 1.219 do Código Civil/2002, invocado para respaldar o pleito recursal”, concluiu o relator ao negar provimento ao recurso especial da concessionária.

Do site do STJ

Ao menos oito pessoas, entre elas um deputado estadual, foram presas em confronto ontem (14) à noite, durante a reintegração de posse de um edifício no centro de Porto Alegre. Cerca de 70 famílias da Ocupação Lanceiros Negros, que viviam no prédio, foram despejadas pela Brigada Militar (BM) gaúcha. A ação policial começou por volta das 19h.

Pouco antes, havia começado na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul (Alergs) uma audiência pública para debater a situação das famílias da ocupação, uma vez que o prédio pertence ao estado. Ao tomar conhecimento de que a BM já se encontrava no prédio para reintegração de posse, o presidente da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Alergs, deputado Jeferson Fernandes, decidiu transferir a audiência para a frente do edifício.

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A BM, ao perceber a chegada de manifestantes e outras pessoas que participavam da audiência, disparou bombas de gás contra a multidão. Jeferson Fernandes e alguns militantes tentaram conversar com os policiais, que reagiram com spray de pimenta e tiros de borracha. No meio da confusão, os policiais prenderam o deputado e pelo menos outras sete pessoas. Todos foram liberados cerca de três horas após a ação.

Liminar

O despejo da Ocupação Lanceiros Negros foi determinado em despacho da juíza Aline Santos Guaranha, da 7ª Vara da Fazenda Pública de Porto Alegre. Durante a reintegração de posse, os ocupantes tentaram uma liminar para suspender a ação policial, mas o pedido acabou indeferido pela desembargadora Adriana da Silva Ribeiro.

As cerca de 70 famílias que ocupavam o edifício desde novembro de 2015 foram encaminhadas ao Centro Vida, na zona norte de Porto Alegre.

Repercussão

Após a desocupação, o Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) publicou uma nota de repúdio à ação da BM.

"Com bombas de efeito moral, spray de pimenta e um forte aparato do Grupo de Ações Táticas Especiais, a Brigada Militar começou a ação de reintegração de posse da Ocupação Lanceiros Negros, sem portar nenhum mandado de reintegração, sem nenhum diálogo com as lideranças do movimento. Todos os policiais estavam sem identificação, demostrando a face fascista da operação", informou o movimento.

O MLB destacou que, antes da chegada da Ocupação Lanceiros Negros, o prédio estava abandonado há 12 anos. "Essa brigada e o governo são violadores de direitos. Colocaram na rua, no frio, com fome, mulheres, gestantes, crianças, indígenas e trabalhadores que hoje não têm para onde ir. Mas isso não irá nos desmobilizar. Iremos fazer muita luta nessa cidade", afirmou Priscila Voigt, integrante do movimento.

Governo

O governo do Rio Grande do Sul também emitiu nota para justificar a ação da BM e a retirada das famílias da ocupação.

"Foram feitas sucessivas mediações e esgotadas todas as alternativas de resolução consensual de conflito ao longo de um ano e meio, na presença de representantes do Departamento Municipal de Habitação (Demhab), seja perante o Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc) ou no Centro de Conciliação e Mediação da Procuradoria-Geral do Estado (PGE/RS)."

Conforme a nota, o local será reformado e ocupado pela Defesa Civil e por setores da Casa Civil gaúchas. Segundo o governo, "o prédio invadido oferece risco por ser histórico, impróprio para habitação, sobretudo pelo piso antigo estar cedendo".

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A Promotoria de Direitos Humanos do Ministério Público de São Paulo (MPSP) solicitou a abertura de inquérito para investigar a conduta da Guarda Civil Metropolita (GCM) durante as ações na região conhecida como Cracolândia, no centro da cidade. A pedido da prefeitura, policiais civis e militares, além da GCM, estão no local desde a semana passada cumprindo mandados de busca e apreensão.

As ações fazem parte do projeto Redenção, elaborado pela administração João Dória e que substituirá o programa De Braços Abertos, que passou a funcionar no final do governo de Fernando Haddad. “O projeto Redenção passou por um longo processo de discussão e estava pronto para entrar em vigor, era um projeto civilizatório, não previa, em hipótese nenhuma, essa ação mais forte na região, ou seja, tudo ao contrário do que está acontecendo agora”, afirmou o promotor de Justiça da Saúde Pública, Arthur Pinto Filho.

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De acordo com Arthur Filho, as ações e a força empregada não surtem efeito algum no problema principal, que é a dependência. A Defensoria Pública, o Conselho Regional de Medicina, o Conselho Regional de Psicologia, o Conselho Municipal de Políticas sobre Drogas e Álcool e organizações sociais se reuniram para avaliar a atuação dos oficiais e se ouve desvio de função.

O líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, foi detido pela Polícia Militar após reintegração de posse em um terreno particular na Rua André de Almeida, em São Mateus, na zona leste de São Paulo, na manhã desta terça-feira (17). Segundo o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), ao menos 700 famílias moravam no local, conhecido como Ocupação Colonial em São Mateus. A informação da prisão de Boulos ainda não havia sido confirmada pela Secretaria da Segurança Pública (SSP) até às 9h50 desta terça.

Em seu Facebook, Boulos disse nesta segunda-feira (16) que a ocupação tem "mais de 3 mil pessoas, com crianças e idosos". "A maioria não tem nenhum lugar para ir. Por isso, os moradores decidiram agora à noite (ontem, segunda-feira) pela resistência. Não é escolha, é falta dela. O MTST estará junto com os moradores nesta batalha. Não ao despejo! Ajude a denunciar", afirmou.

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De acordo com o movimento, o grupo está há um ano e meio no local. Imagens da Rede Globo mostram que a Polícia Militar usou bombas de gás para avançar sobre os sem-teto. A Secretaria da Segurança Pública, em nota, afirmou que "após tentativa de negociação dos oficiais com as famílias, não houve acordo".

O governo diz ainda que os moradores tentaram resistir "hostilizando os PMs, arremessando pedras, tijolos e rojões. O grupo ainda montou três barricadas com fogo". A pasta confirmou o uso de bombas de efeito moral, spray de pimenta e jato d'água pela Tropa de Choque.

Os estudantes que estão ocupando as escolas contra a reforma do Ensino Médio, a Escola sem Partido, e a PEC do Teto dos Gastos, tem até a noite desta terça-feira (13) para se pronunciarem à Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco e desocupar, em um acordo pacífico, as 10 instituições de ensino estadual. Caso, isso não venha ocorrer o Estado irá pedir a reintegração de posse. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (12) durante a quinta reunião com os manifestantes, intermediada pela promotora em educação, Eleonora Rodrigues.

Sete escolas que estão ocupadas são exclusivamente ao ensino médio e três possuem turmas do ensino fundamental. De acordo com a Secretaria, um novo calendário será definido para repor as aulas perdidas no mês de dezembro ou janeiro do próximo ano, visto que o ano letivo acaba na quarta-feira (21). Os estudantes podem passar parte das férias de janeiro terminando o ano letivo ou terem o início das atividades do calendário de 2017 adiadas.

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Procurada pelo LeiaJá, a Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco disse que não irá divulgar o número das escolas que irão entrar em contato para realizar os acordos e a desocupação pacífica. 

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A desocupação de um prédio invadido na Rua do Ouvidor, 379, no centro de São Paulo, terminou em confronto entre a Polícia Militar e integrantes de um movimento de sem-teto na madrugada desta quarta-feira (2). A fotógrafa Marlene Bérgamo, do jornal Folha de S.Paulo, ficou ferida com um tiro de bala de borracha na barriga.

De acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP), as Polícias Militar e Civil foram acionadas para atender ocorrência de invasão ao prédio, que foi ocupado por volta das 23h de terça-feira (1°), e teriam negociado a desocupação. Ao menos 250 famílias estavam no prédio, segundo as lideranças dos sem-teto. Mas, segundo a PM, o grupo tentou evitar a saída arremessando pedras e madeiras em direção aos policiais. Um dos homens ficou ferido e foi encaminhado à Santa Casa, mas não teve o estado de saúde divulgado.

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Os policiais dizem ainda que um vigia do prédio foi mantido refém pelo grupo e, depois, libertado por eles. Em meio à ação, a Avenida Vinte e Três de Maio ficou interditada. Três pessoas foram detidas e levadas ao 8º Distrito Policial (Brás). A SSP informou ainda que vai apurar "eventuais excessos" cometidos pelos policiais e que, "caso constatados, providências cabíveis serão todas".

Truculência

"Eles arrombaram a porta e entraram na truculência", diz a coordenadora da Frente de Luta por Moradia (FLM) Gilmarina Pires da Fonseca, de 59 anos. De acordo com ela, o prédio é de propriedade de uma imobiliária que deve "milhões" em IPTU para a Prefeitura. "A dívida já está mais alta do que o valor do imóvel", disse. De acordo com a líder do movimento, o FLM ocupa cerca de 15 prédios na cidade. A Prefeitura diz que os dados de dívida de IPTU são sigilosos e não quis comentar o episódio.

Segundo a coordenadora, é a terceira vez que os sem-teto ocupam o prédio - na primeira vez ficaram cerca de oito meses e na segunda, seis. "Mas dessa vez ficamos só duas horas. Resistimos porque não acreditávamos que iam fazer o que fizeram. Teve bomba de gás, tiro de borracha e até arma colocaram na cabeça das pessoas que estavam na rua".

Em entrevista à Rádio CBN, o secretário da Segurança Pública, Mágino Alves, justificou a ação. "(Houve) Um policial militar ferido. Os manifestantes fizeram refém um vigilante e obrigaram que a PM entrasse mesmo no prédio, porque esse vigilante ficou detido pelos ocupantes do edifício por cerca de meia hora.Essa invasão ocorrida no prédio hoje, ao contrário de outros movimentos, ela teve um ingrediente diferente. Ela teve violência por parte dos que estavam ocupando", disse o secretário. Ele destacou que o ataque à repórter também será apurado.

O grupo de sem-teto que ocupava o antigo Cine Marrocos, na região central, deixaram o prédio na manhã deste sábado (15) durante reintegração de posse, feita pela Polícia Militar. Segundo a corporação, a saída do edifício começou por volta das seis horas e não houve registro de conflitos.

A reintegração foi determinada no fim de agosto pelo juiz Emílio Migliano Neto, da 7ª Vara da Fazenda Pública da capital. A primeira ordem para desocupar o prédio, que deveria ter sido cumprida ainda em agosto, foi suspensa a pedido da Prefeitura porque os ocupantes do edifício ainda não tinham assistência social.

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Em setembro, havia cerca de 300 famílias no edifício, que aos poucos começaram a esvaziar o imóvel. A reintegração não foi concluída porque os moradores tiveram dificuldades de sacar dinheiro de auxílio-aluguel, por causa da greve dos bancários. O prédio, de doze andares, será reformado para abrigar a sede da Secretaria Municipal de Educação.

O principal grupo de moradia que ocupava o prédio era o Movimento Sem-Teto de São Paulo (MSTS). Em agosto, uma megaoperação da Polícia Civil desmontou um esquema de tráfico de drogas feito pelo movimento em parceria com o Primeiro Comando da Capital (PCC).

De acordo com a Missão Paz, organização da Igreja Católica que mantém a Pastoral dos Migrantes, o prédio chegou a abrigar vários estrangeiros: 253 imigrantes e refugiados de 25 nacionalidades que vieram para São Paulo nos últimos três anos.

Após cinco dias de ocupação do Cine Olinda, que aconteceu de forma espontânea pela sociedade civil, durante debate promovido pelo #OcupeCineOlinda e o #CineRuaPE, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) se posicionou quanto à ação. Em entrevista exclusiva ao Portal Leiajá, o diretor da seccional do órgão no município de Olinda, Fernando Augusto, afimrou que as providências administrativas já estão sendo tomadas.

“Estamos tentando negociar com todos os movimentos, inclusive indo até o local para zelar pela estrutura do prédio, do qual a segurança está sob nossa responsabilidade", falou Fernando, que ainda relatou já ter solicitado, internamente, a reintegração de posse ao Iphan.

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“O pedido foi feito para a superintendência regional, que já está tomando as medidas cabíveis. Agora, cabe à procuradoria do órgão federal assumir o processo e acionar a justiça“, explicou Augusto. O representante do Instituto reforçou também, durante entrevista, que até o momento não foi procurado, oficialmente, por nenhum representante da movimento. 

“Estive no Cine Olinda, na última terça-feira e falei com alguns integrantes acampados, que questionaram o posicionamento do Iphan. Na ocasião, coloquei que não tínhamos nenhuma informação da finalidade da ocupação, uma vez que isso é de extrema importância para que possamos conversar para encontrar uma solução. O ato é para facilitar o acesso da população? Qual a proposta do ato?”, indagou.

Em relação à solicitação de reintegração de posse, Fernando Augusto reforçou que independentemente das negociações, o pedido foi realizado e deve correr normalmente com a procuradoria do órgão federal.  Quanto à paralisação das reformas e a aquisição de R$ 2 milhões para a nova readequação do espaço cultural, Augusto declarou que o Iphan não detém mais verba e que o valor citado está a cargo da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe).

“O valor que tinha sido destinado à obra, e que foi paralisada, está sendo visto pelo jurídico do Instituto, conforme os procedimentos administrativos. Já a verba que está estimada em R$ 2 milhões, está sob o gerenciamento da Fundarpe. Cabendo à Fundação, dessa forma, apresentar um novo projeto de readequação do Cine, Uma vez que a empresa contratada realizou 50% dela”, concluiu.

O Portal LeiaJá entrou em contato com a prefeitura de Olinda para obter esclarecimentos sobre o posicionamento da gestão municipal sobre o Cine Olinda, já que o equipamento é da prefeitura, apesar de estar sob gestão do Iphan. Através de sua assessoria, o governo municipal se limitou a emitir a seguinte nota:

Em relação ao Cine Olinda, informamos que, no momento, o equipamento está sob a tutela do IPHAN. Informações sobre as providências tomadas no que se refere à ocupação pacífica do local e mesmo sobre as intervenções no espaço, devem ser tratadas com o próprio IPHAN”.

Histórico

O Cine Olinda está fechado há 51 anos e já passou por diversas adequações estruturais que não foram concluídas. Atualmente, o prédio está sob responsabilidade do Iphan, que havia contratado uma empresa para realizar a reforma. A empresa não concluiu a obra, que foi paralisada.

Até a conclusão da matéria, a Fundarpe não se posicionou quanto à sua atuação no Cine Olinda. 

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O Ministério Público do Rio de Janeiro pede a abertura de inquérito para investigar a denúncia de um jornalista do jornal "O Globo". O profissional filmava com o celular a ação de policiais na Favelinha da Skol, no Complexo do Alemão, no último sábado (1), quando foi repreendido pelos policiais e teve que fugir do local.

O jornalista filmava um grupo de PM´s espancando um rapaz durante uma operação de desocupação na favela. No vídeo, é possível ouvir quando o policial diz “tá (sic) filmando lá!”, quando outro oficial armado de um fuzil se vira para o repórter. Em seguida, o jornalista busca proteção atrás de um caminhão estacionado e é disparado um tiro. O repórter corre do local, mais tiros são ouvidos e, desesperado com a situação, ele grita para os policiais que é repórter.

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O rapaz agredido que aparece nas imagens não foi identificado. A Coordenadoria de Polícia Pacificadora garante que os disparos efetuados eram de balas de borracha. Mais cedo, no mesmo local, a polícia deteve duas pessoas que trabalham em um jornal comunitário: Rene Silva, fundador do jornal, e Renato Moura, fotógrafo, sob as acusações de desacato e obediência durante cobertura da reintegração de posse. Os moradores da comunidade reclamam do atraso de três meses no aluguel social (benefício concedido pelo governo) e, por essa razão, não têm como pagar o aluguel de suas casas.

Apesar de nenhum profissional de imprensa ter se ferido nos episódios, a Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) repudiou as ações da PM do Rio de Janeiro e destacou que o ocorrido foi um grave atentado contra a liberdade de imprensa. O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro também emitiu nota dizendo que “entende que a atitude dos integrantes da PM fere o direito à informação e a liberdade de expressão, pois a defesa da comunicação popular fortalece a democratização da comunicação e o exercício da cidadania”.

Após trabalhar por três anos no Colégio Anglo Líder, no Recife, o professor Felizardo Vergara dos Santos, portador de câncer de pele, foi demitido em 2015, sem justificativas em pleno tratamento da doença.

Com o diagnóstico de Carcinoma Basocelular, o professor passou a ser estigmatizado devido ao aumento na quantidade e no tempo dos afastamentos para o tratamento de saúde, o que acabou culminando em sua demissão no momento que mais necessitava da remuneração e do plano de saúde.

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Por meio do Sindicato dos Professores de Pernambuco (Sinpro), Felizardo recorreu à justiça com reclamação trabalhista. Durante o julgamento, a 16ª Vara do Trabalho do Recife aceitou o pedido de nulidade da dispensa e mandou reintegrar o professor, devolvendo-lhe o direito ao plano de saúde.

De acordo com a juíza da Vara 16ª Vara, Paula Regina Queiroz o empregador “pode rescindir o contrato de trabalho de seus empregados quando entender necessário. Porém, a dispensa com caráter discriminatório é considerada arbitrária, dando ao empregado o direito à reintegração”. Na próxima segunda-feira (19), o departamento jurídico do Sinpro Pernambuco, juntamente com oficial de justiça acompanhará a reintegração do professor à instituição de ensino.

A Justiça suspendeu a ordem de reintegração de posse de uma área particular ocupada há vinte anos por 240 famílias, no Jardim Suzanápolis, em Suzano, na região metropolitana de São Paulo. A retirada dos ocupantes havia sido marcada para o próximo dia 26 pela Polícia Militar.

A decisão, do juiz Alexandre Muñoz, da 1ª Vara Cível de Suzano, atendeu a um pedido da Defensoria Pública de São Paulo, que alegou não ter sido intimada sobre o despejo. Segundo a Defensoria, a lei prevê sua participação no processo quando a reintegração de posse envolve pessoas carentes.

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A suspensão, divulgada nesta terça-feira, 6, fica em vigor até que seja realizada uma audiência no Grupo de Apoio às Ordens Judiciais de Reintegração de Posse do Tribunal de Justiça Paulista (Gaorp), órgão responsável por mediar conflitos desta natureza. A área, com cerca de 20 mil metros quadrados, foi ocupada na década de 1990, após a morte do proprietário.

Muitos ocupantes, detentores de contratos "de gaveta", construíram casas de alvenaria, e o local ganhou redes de água e energia elétrica. Herdeiros do proprietário entraram com ação de reintegração de posse em 1999 e obtiveram ganho de causa, mas o despejo foi adiado várias vezes.

A defensora pública Luiz Lins Veloso afirmou que não foi oferecida alternativa de reassentamento das famílias que serão desalojadas, tampouco meios para transporte e guarda dos bens dos ocupantes. Segundo ela, muitas famílias têm idosos, crianças, adolescentes e pessoas com deficiência em situação especial de vulnerabilidade.

"Não se tem o propósito de reformar a decisão judicial já proferida, mas somente assegurar os direitos das pessoas que ocupam o imóvel em razão da total ausência de alternativa habitacional", alegou.

A audiência no Gaorp ainda não foi marcada.

Representantes da "Comunidade do Cimento", favela erguida sob o Viaduto Bresser, na zona leste de São Paulo, ocuparam o plenário da Câmara Municipal na tarde desta quarta-feira, 11, para protestar contra a reintegração de posse do terreno, marcada para domingo, a partir das 6 horas. Liderado pelo padre Júlio Lancelotti, da Pastoral da Rua, o grupo pediu ajuda aos vereadores para adiar a saída dos moradores.

Surpreendido, o presidente da Casa, Antonio Donato (PT), adiou o início da sessão plenária e deu voz aos manifestantes. Lancelotti reivindicou uma atenção maior do poder público à população da rua, que "cresce a olhos nus" e ampliação dos programas habitacionais, especialmente o modelo de locação social, onde as famílias pagam aluguel subsidiado pela Prefeitura.

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Donato explicou que a Câmara Municipal não tinha como intervir no processo, já que a ação de reintegração é pedido da Prefeitura, mas se comprometeu a argumentar com a gestão Fernando Haddad (PT) sobre a possibilidade de dilação do prazo. Diante da proposta, o grupo deixou a Casa.

A Polícia Militar cumpriu na manhã desta sexta-feira (6) pedido de reintegração de posse na sede administrativa do Centro Paula Souza, na Santa Ifigênia, região central da capital paulista. A Tropa de Choque da PM não usou balas de borracha ou bombas de gás para retirar os alunos que estavam no local desde o dia 28 para protestar por melhorias na merenda das Escolas Técnicas Estaduais (Etecs). Um fotógrafo do site Diário do Centro do Mundo ficou ferido após, segundo ele, ter sido agredido no rosto com um cassetete pela polícia.

Após deixar o prédio do Centro Paula Souza, na Rua dos Andradas, em protesto, os alunos bloquearam a Avenida Tiradentes, que compõe o Corredor Norte-Sul, no sentido centro.

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A reintegração começou por volta das 6h40. Alguns estudantes furaram o bloqueio da PM e tentaram entrar na autarquia estadual. Os policiais reagiram, montaram uma barreira com os escudos e avançaram contra os alunos, que recuaram.

Antes da reintegração, do lado de fora, estudantes cantaram e dançaram na frente dos policiais. Os jovens gritaram frases de apoio ao movimento. "Pisa ligeiro, pisa ligeiro, quem não pode com a formiga não atiça o formigueiro" e "Não tem arrego. Você tira a minha merenda, e eu tiro o seu sossego" foram algumas das palavras de ordem.

Decisão. Nesta quinta-feira, 5, o desembargador Rubens Rihl, da 1ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), reverteu decisão judicial que restringia o uso de armas, mesmo não letais, e liberou a Polícia Militar para usar os meios que achasse necessários para cumprir a qualquer momento a reintegração de posse da sede do Centro Paula Souza.

Rihl também desobrigou a presença do secretário estadual da Segurança Pública, Alexandre de Moraes, na ação.

A restrição a armas e a exigência de participação do secretário constavam de decisão judicial de quarta-feira, 4, do juiz Luis Manuel Fonseca Pires, da Central de Mandados do TJ. Pires havia levado em consideração a presença de menores que poderiam sair feridos da operação e queria o secretário na ação para garantir a segurança.

O desembargador Rihl reviu a determinação ao analisar um mandado de segurança, com pedido de liminar, impetrado pela gestão Geraldo Alckmin (PSDB) e pelo Centro Paula Souza. O governo havia considerado as exigências como "abusivas" e "ilegais".

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