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A Câmara Municipal de Caxias do Sul aprovou, nesta quinta-feira (2), por unanimidade (21) votos favoráveis e nenhum contrário), a abertura de processo de cassação do mandato do vereador Sandro Fantinel (sem partido).

Os vereadores acolheram quatro denúncias contra Fantinel por suposta quebra de decoro parlamentar. Em discurso na Câmara Municipal, no dia 28 de fevereiro, Fantinel disse que empresários do setor de uva e vinho não deveriam contratar mais "aquela gente lá de cima", em referência aos trabalhadores da Bahia que foram resgatados em situação análoga à escravidão em vinícolas de Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul.

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O vereador defendeu ainda a contratação de argentinos que, segundo ele, seriam limpos, trabalhadores, corretos, cumprem o horário, mantêm a casa limpa e no dia de ir embora ainda agradecem o patrão. Fantinel completou dizendo que a única cultura que os baianos têm é viver na praia tocando tambor e, que por isso, seria normal que fosse ter esse tipo de problema.

Dias antes, uma ação conjunta entre a Polícia Rodoviária Federal (PRF), Polícia Federal (PF) e Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) resgatou 207 trabalhadores, a maioria baianos, que enfrentavam condições de trabalho degradantes na colheita de uva.

De acordo com a Câmara Municipal, Sandro Fantinel será notificado nesta sexta-feira (3) da abertura do processo de cassação. Os vereadores terão 90 dias para concluir o processo, após a notificação.

O Patriota anunciou nessa quinta-feira (1º) a expulsão do vereador Fantinel do partido. “O discurso está maculado por grave desrespeito a princípios e direito constitucionalmente assegurados, à dignidade humana, à igualdade, ao decoro, à ordem, ao trabalho, já que se referem de forma vil a seres humanos tristemente encontrados em situação degradante. Essa situação torna inconciliável sua permanência nas fileiras do Patriota, partido que prima pelo respeito às leis, à vida e à equidade”, diz nota do partido.

Resgate em Minas Gerais

Dez pessoas foram resgatadas em trabalho escravo em uma fazenda de café, na cidade de Santa Rita do Sapucaí (MG), segundo o Ministério Público do Trabalho (MPT).

Conforme os fiscais, os trabalhadores estavam em alojamentos precários, sem vaso sanitário, lavatório, armários e água potável. Além disso, eram obrigados a pagar, com desconto no salário, por equipamentos de proteção individual, alimentos e produtos de higiene pessoal, o que caracteriza dívidas por servidão.

De acordo com o MPT, o grupo saiu de Caetanos, na Bahia, para trabalhar na colheita de café na cidade mineira. O trajeto de mais de 1.400 quilômetros foi custeado pelos próprios trabalhadores. O empregador firmou um acordo em que se comprometeu a não manter os funcionários em condições degradantes de trabalho, ao pagamento integral do salário e fornecimento gratuito dos equipamentos de segurança.

Em caso de descumprimento, será aplicada multa de R$ 1 mil a cada constatação.

As vinícolas gaúchas Aurora, Garibaldi e Salton terão dez dias para apresentarem documentos que mostrem a relação com a empresa terceirizada Fênix Serviços de Apoio Administrativo, flagrada na semana passada mantendo trabalhadores em condição análoga à escravidão em Bento Gonçalves (RS). A determinação veio do Ministério Público do Trabalho do Rio Grande do Sul (MPT), que promoveu na quarta-feira (1º), uma audiência com representantes das vinícolas.

Segundo o MPT, as empresas terão de fornecer documentos como contratos de prestação de serviços, notas fiscais, atos constitutivos para que a responsabilidade de cada vinícola no episódio seja esclarecida. As companhias também terão de esclarecer como os contratos com a empresa terceirizada eram fiscalizados.

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Somente após analisar os documentos, o MPT apresentará uma proposta de termo de ajuste de conduta (TAC) com as vinícolas.

O acordo incluirá obrigações a serem cumpridas e deverá estabelecer o pagamento de uma indenização de danos morais coletivos.

Até agora, informou o Ministério Público do Trabalho, as três empresas manifestaram a intenção de negociar um compromisso para aprimorar a fiscalização da cadeia produtiva do vinho na Serra Gaúcha.

Em outro TAC, procuradores do Ministério Público do Trabalho propõem uma indenização de R$ 600 mil aos 207 trabalhadores pela companhia Fênix Serviços de Apoio Administrativo, responsável pela contratação.

Os procuradores também exigiram a apresentação completa dos comprovantes de pagamento das verbas rescisórias (que giram em torno de R$ 1 milhão) aos resgatados.

Na segunda-feira (27), o ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, convocou uma reunião extraordinária da Comissão Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo (Conatrae) e disse que um processo administrativo está sendo instaurado contra as vinícolas.

Na quarta-feira, 54 trabalhadores baianos expostos ao trabalho análogos à escravidão foram recebidos na sede da Defensoria Pública da Bahia, em Salvador. As vítimas relataram uma rotina de maus-tratos.

Entenda o caso

No dia 22 de fevereiro, uma ação conjunta entre a Polícia Rodoviária Federal (PRF), Polícia Federal (PF) e Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) resgatou 207 trabalhadores que enfrentavam condições de trabalho degradantes em Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha.

O resgate ocorreu depois que três trabalhadores que fugiram do local procuraram a PRF, em Caxias do Sul (RS), e fizeram a denúncia.

Atraídos pela promessa de salário de R$ 3 mil, os trabalhadores relataram enfrentar atrasos nos pagamentos, violência física, longas jornadas de trabalho e oferta de alimentos estragados.

Eles relataram ainda que, desde que chegaram, no início do mês, eram coagidos a permanecer no local sob pena de pagar multa por quebra do contrato de trabalho.

A PF prendeu um empresário baiano responsável pela empresa, que foi encaminhado para o presídio de Bento Gonçalves. Pedro Augusto de Oliveira Santana foi liberado no dia seguinte após pagar fiança no valor de R$ 39.060.

Em notas, as vinícolas disseram que desconheciam as irregularidades praticadas contra os trabalhadores recrutados pela empresa prestadora de serviços terceirizados.

O que já disseram as vinícolas

Vinícola Aurora

"A Vinícola Aurora se solidariza com os trabalhadores contratados pela empresa terceirizada e reforça que não compactua com qualquer espécie de atividade considerada, legalmente, como análoga à escravidão. No período sazonal, como a safra da uva, a empresa contrata trabalhadores terceirizados, devido à escassez de mão de obra na região.

Com isso, cabe destacar que Aurora repassa à empresa terceirizada um valor acima de R$ 6,5 mil/mês por trabalhador, acrescidos de eventuais horas extras prestadas. Além disso, todo e qualquer prestador de serviço recebe alimentação de qualidade durante o turno de trabalho, como café da manhã, almoço e jantar.

A empresa ainda informa que todos os prestadores de serviço recebem treinamentos previstos na legislação trabalhista e que não há distinção de tratamento entre os funcionários da empresa e trabalhadores contratados. A Vinícola Aurora reforça que exige das empresas contratadas toda documentação prevista na legislação trabalhista. A Aurora se coloca à disposição das autoridades para quaisquer esclarecimentos."

Vinícola Salton

"Em respeito a seus clientes, colaboradores, acionistas e demais fornecedores, a Salton manifesta seu repúdio a qualquer ato de violação dos direitos humanos e trabalho sob condições precárias e análogas à escravidão. A empresa e seus representantes estão à disposição de todos os trabalhadores e suas famílias, que foram tratados de forma desumana e cruel pela empresa Oliveira e Santana e se coloca à disposição dos órgãos competentes para colaborar com o processo e amenizar os danos causados pela prestadora de serviços.

Embora a Salton tenha atendido a exigência legal na contratação do fornecedor, reconhecemos o erro em não averiguarmos in loco as condições de moradia oferecidas por este prestador de serviço aos seus trabalhadores. Trata-se de um incidente isolado na trajetória centenária da empresa, e já estamos tomando as medidas cabíveis frente ao tema, com toda a seriedade e respeito que a situação exige. A empresa trabalhará prontamente não apenas para coibir novos acontecimentos, mas também para promover a conscientização das melhores práticas sociais e trabalhistas em parceria com órgãos e entidades do setor

Com um legado de 112 anos, a Salton acredita na sustentabilidade como premissa de negócio. Signatária do Pacto Global, realiza diversos projetos para reforçar a responsabilidade social da empresa e seu compromisso como empresa cidadã. Externamos o nosso compromisso em fazer cada vez melhor."

Cooperativa Garibaldi

"Diante das recentes denúncias que foram reveladas com relação às práticas da empresa Oliveira & Santana no tratamento destinado aos trabalhadores a ela vinculados, a Cooperativa Vinícola Garibaldi esclarece que desconhecia a situação relatada. Informa, ainda, que mantinha contrato com empresa diversa desta citada pela mídia.

Com relação à empresa denunciada, o contrato era de prestação de serviço de descarregamento dos caminhões e seguia todas as exigências contidas na legislação vigente. O mesmo foi encerrado. A Cooperativa aguarda a apuração dos fatos, com os devidos esclarecimentos, para que sejam tomadas as providências cabíveis, deles decorrentes.

Somente após a elucidação desse detalhamento poderá manifestar-se a respeito. Desde já, no entanto, reitera seu compromisso com o respeito aos direitos - tanto humanos quanto trabalhistas - e repudia qualquer conduta que possa ferir esses preceitos."

Procuradores do Ministério Público do Trabalho no Rio Grande do Sul propõem uma indenização de R$ 600 mil aos 207 trabalhadores que prestavam serviços a vinícolas de Bento Gonçalves e foram resgatados na semana passada em situação análoga à escravidão.

O valor deve ser pago pela companhia Fênix Serviços de Apoio Administrativo. Os procuradores também exigiram a apresentação completa dos comprovantes de pagamento das verbas rescisórias (que giram em torno de R$ 1 milhão) aos resgatados e apresentaram uma proposta de Termo de Ajuste de Conduta aditiva (TAC).

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O proprietário da Fênix, Pedro Augusto de Oliveira Santana, chegou a ser preso em flagrante, mas foi liberado no dia seguinte após pagar fiança no valor de R$ 39.060.

No TAC, constam obrigações a respeito de arregimentação de trabalhadores e de alojamento. O MPT também exigiu pagamento de multa por parte da empresa por violação dos termos de um TAC anterior assinado em 2017. A companhia Fênix Serviços de Apoio Administrativo tem até esta quinta-feira, 2, para apresentar a comprovação dos últimos pagamentos de verbas rescisórias.

Nesta quarta-feira, 1º, os procuradores do Ministério Público do Trabalho (RS) participam de uma audiência com representantes das vinícolas Aurora, Garibaldi e Salton. As oitivas ocorrem de forma virtual.

Na ocasião, os procuradores irão relatar a situação do fato, apresentar o que foi apurado nas investigações, e requisitar mais detalhes sobre os contratos. A audiência conta ainda com a participação de procuradores de outros Estados, que formaram recentemente o Grupo Especial de Atuação Finalística (GEAF), que tem como objetivo combater o trabalho escravo. As informações são da Assessoria de Comunicação Social do MPT.

O QUE JÁ DISSERAM AS VINÍCOLAS:

Vinícola Aurora

"A Vinícola Aurora se solidariza com os trabalhadores contratados pela empresa terceirizada e reforça que não compactua com qualquer espécie de atividade considerada, legalmente, como análoga à escravidão. No período sazonal, como a safra da uva, a empresa contrata trabalhadores terceirizados, devido à escassez de mão de obra na região.

Com isso, cabe destacar que Aurora repassa à empresa terceirizada um valor acima de R$ 6,5 mil/mês por trabalhador, acrescidos de eventuais horas extras prestadas. Além disso, todo e qualquer prestador de serviço recebe alimentação de qualidade durante o turno de trabalho, como café da manhã, almoço e jantar.

A empresa ainda informa que todos os prestadores de serviço recebem treinamentos previstos na legislação trabalhista e que não há distinção de tratamento entre os funcionários da empresa e trabalhadores contratados. A Vinícola Aurora reforça que exige das empresas contratadas toda documentação prevista na legislação trabalhista. A Aurora se coloca à disposição das autoridades para quaisquer esclarecimentos."

Vinícola Salton

"Em respeito a seus clientes, colaboradores, acionistas e demais fornecedores, a Salton manifesta seu repúdio a qualquer ato de violação dos direitos humanos e trabalho sob condições precárias e análogas à escravidão. A empresa e seus representantes estão à disposição de todos os trabalhadores e suas famílias, que foram tratados de forma desumana e cruel pela empresa Oliveira e Santana e se coloca à disposição dos órgãos competentes para colaborar com o processo e amenizar os danos causados pela prestadora de serviços.

Embora a Salton tenha atendido a exigência legal na contratação do fornecedor, reconhecemos o erro em não averiguarmos in loco as condições de moradia oferecidas por este prestador de serviço aos seus trabalhadores. Trata-se de um incidente isolado na trajetória centenária da empresa, e já estamos tomando as medidas cabíveis frente ao tema, com toda a seriedade e respeito que a situação exige. A empresa trabalhará prontamente não apenas para coibir novos acontecimentos, mas também para promover a conscientização das melhores práticas sociais e trabalhistas em parceria com órgãos e entidades do setor

Com um legado de 112 anos, a Salton acredita na sustentabilidade como premissa de negócio. Signatária do Pacto Global, realiza diversos projetos para reforçar a responsabilidade social da empresa e seu compromisso como empresa cidadã. Externamos o nosso compromisso em fazer cada vez melhor."

Cooperativa Garibaldi

"Diante das recentes denúncias que foram reveladas com relação às práticas da empresa Oliveira & Santana no tratamento destinado aos trabalhadores a ela vinculados, a Cooperativa Vinícola Garibaldi esclarece que desconhecia a situação relatada. Informa, ainda, que mantinha contrato com empresa diversa desta citada pela mídia.

Com relação à empresa denunciada, o contrato era de prestação de serviço de descarregamento dos caminhões e seguia todas as exigências contidas na legislação vigente. O mesmo foi encerrado. A Cooperativa aguarda a apuração dos fatos, com os devidos esclarecimentos, para que sejam tomadas as providências cabíveis, deles decorrentes.

Somente após a elucidação desse detalhamento poderá manifestar-se a respeito. Desde já, no entanto, reitera seu compromisso com o respeito aos direitos - tanto humanos quanto trabalhistas - e repudia qualquer conduta que possa ferir esses preceitos."

O ex-vice-prefeito de Caxias do Sul (RS) Ricardo Fabris de Abreu protocolou um pedido de cassação do vereador Sandro Fantinel (Patriota), na manhã desta quarta-feira (1º). O pedido foi feito após o vereador bolsonarista ter feito falas preconceituosas e defendido o trabalho análogo à escravidão durante sessão da Câmara na terça-feira (28). 

Na ocasião, ele pediu que produtores e empresários “não contratem mais aquela gente lá de cima”, com relação aos baianos. “A única cultura que eles têm lá é tocar tambor na praia”.

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Fabris citou, no pedido, que “Caxias do Sul e o Rio Grande do Sul são agora vergonha nacional acusados de serem locais racistas, extremistas e xenofóbicos. O vereador não merece ser um representante deste município”, disse, no pedido. Além disso, o ex-vice-prefeito também solicitou o imediato afastamento de Fantinel por até 90 dias, após o recebimento da denúncia por dois terços dos vereadores, seguindo o artigo 100 da Lei Orgânica do Município. 

As bancadas do PT, PDT e PSD também devem protocolar um novo pedido de cassação de Fantinel ainda nesta tarde. 

 

As defensorias públicas do Rio Grande do Sul e da Bahia publicaram nota de repúdio conjunta contra as declarações do vereador Sandro Fantinel, da cidade gaúcha de Caxias do Sul, e que foram feitas em plenário da Câmara Municipal nessa terça-feira (28). No texto, os órgãos consideram que o parlamentar envergonha a Casa legislativa "aos olhos do mundo".

O vereador Sandro Fantinel citava um caso recente, que considerou "exagerado e midiático", sobre os 207 trabalhadores resgatados em situação semelhante à de escravo em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul. A maioria deles era procedente do estado da Bahia.  Em sua fala nessa terça-feira (28), o vereador gaúcho deu um "conselho" a produtores e empresários do setor: não contratar mais "aquela gente lá de cima".

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O vereador defendeu a contração de argentinos que, segundo Sandro Fantinel, seriam limpos, trabalhadores, corretos, cumprem o horário, mantêm a casa limpa e no dia de ir embora ainda agradecem o patrão. Fantinel ainda completou dizendo que a única cultura que os baianos têm é viver na praia tocando tambor e, que por isso, na fala do vereador, seria normal que fosse ter esse tipo de problema.

"Traindo o mandato que exerce em nome do povo em sua pluralidade, nesta terça, 28 de fevereiro, o referido vereador valeu-se do púlpito da Câmara da cidade gaúcha para injuriar e difamar justamente os cidadãos a quem deveria bem representar, os quais, em seu conjunto, constituem o povo brasileiro, que é um só, independente de sua origem ou cor. Mais: traiu a Constituição à qual está submetido ao vilipendiar os fundamentos da República, que incluem a promoção do bem de todos; a construção de uma sociedade livre, justa e solidária; a redução das desigualdades sociais e regionais", destaca a nota divulgada pelas defensorias dos dois estados.

O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, comentou as declarações no mesmo dia, em redes sociais. Jerônimo Rodrigues afirmou que o vereador do Rio Grande do Sul estava defendendo o trabalho escravo nas vinícolas do estado e ainda foi xenofóbico. Rodrigues também determinou a adoção de medidas cabíveis para que o vereador gaúcho seja responsabilizado pela sua fala.

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, considerou o discurso do vereador gaúcho "xenófobo e nojento" e disse que a fala "não representa o povo do Rio Grande do Sul". Leite também disse que buscará diálogo com autoridades baianas para alinhar ações conjuntas contra o preconceito.

Procurado pela reportagem, o vereador de Caxias do Sul informou que a intenção dele era citar casos "forjados", feitos para ameaçar o produtor gaúcho e pedir indenizações. Sandro Fantinel ainda disse que apagou dos registros da Câmara sua fala sobre os baianos tocarem "tambor na praia" e, segundo ele, está tudo resolvido. 

Sobre contratar trabalhadores argentinos, Sandro Fantinel disse que a comparação não era com os trabalhadores baianos. E, em relação à situação dos trabalhadores em Bento Gonçalves, Fantinel disse ser totalmente “contra o ocorrido” e que aquela situação não deve ser feita "nem com animais".

 

 

 Por meio de nota publicada em seu site oficial, o Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves atribuiu às políticas sociais de redução das desigualdades a responsabilidade pela escravidão. Divulgado no dia 25 de fevereiro, o texto se refere aos mais de 200 trabalhadores resgatados no município, localizado na serra gaúcha, em situação análoga à escravidão. Essas pessoas prestavam serviço para as vinícolas Aurora, Cooperativa Garibaldi e Salton.

No posicionamento, os empresários dizem que suas associadas são inocentes e que desconheciam irregularidades na atuação da empresa prestadora de serviço, responsável por reunir a mão de obra. Em operação conjunta, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Federal e agentes do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) descobriram que os trabalhadores eram forçados a trabalhar 15 horas por dia, sem direito a pausas, comendo alimentos estragados e superfaturados, com o objetivo de manter as pessoas permanentemente endividadas.

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Quem reclamasse das condições de trabalho era punido com choques elétricos, ameaças e borrifadas de spray de pimenta. Apesar dos chocantes relatos de violência dados pelos trabalhadores resgatados, os empresários preferiram centrar sua nota na crítica a uma suposta “larga parcela da população com plenas condições produtivas” que sobrevive através “de um sistema assistencialista”.

Leia a nota na íntegra:

“Na condição de entidade fomentadora e defensora do desenvolvimento sustentável, ético e responsável dos negócios e empreendimentos econômicos, o Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves vem acompanhando com atenção o andamento das investigações acerca de denúncias de práticas análogas à escravidão no município. É necessário que as autoridades competentes cumpram seu papel fiscalizador e punitivo para com os responsáveis por tais práticas inaceitáveis.

Da mesma forma, é fundamental resguardar a idoneidade do setor vinícola, importantíssima força econômica de toda microrregião. É de entendimento comum que as vinícolas envolvidas no caso desconheciam as práticas da empresa prestadora do serviço sob investigação e jamais seriam coniventes com tal situação. São, todas elas, sabidamente, empresas com fundamental participação na comunidade e reconhecidas pela preocupação com o bem-estar de seus colaboradores/cooperativados por oferecerem muito boas condições de trabalho, inclusive igualmente estendidas a seus funcionários terceirizados. A elas, o CIC-BG reforça seu apoio e coloca-se à disposição para contribuir com a busca por soluções de melhoria na contratação do trabalho temporário e terceirizado.

Situações como esta, infelizmente, estão também relacionadas a um problema que há muito tempo vem sendo enfatizado e trabalhado pelo CIC-BG e Poder Público local: a falta de mão de obra e a necessidade de investir em projetos e iniciativas que permitam minimizar este grande problema. Há uma larga parcela da população com plenas condições produtivas e que, mesmo assim, encontra-se inativa, sobrevivendo através de um sistema assistencialista que nada tem de salutar para a sociedade.

É tempo de trabalhar em projetos e iniciativas que permitam suprir de forma adequada a carência de mão de obra, oferecendo às empresas de toda microrregião condições de pleno desenvolvimento dentro de seus já conceituados modelos de trabalho ético, responsável e sustentável".

Os trabalhadores encontrados em situação análoga à escravidão em Bento Gonçalves, na Serra do RS, começaram a voltar para casa na noite da sexta-feira (24). Dos 207 resgatados, 194 voltaram para a Bahia, estado de origem. Outros quatro baianos optaram por permanecer no RS. Nove são gaúchos e já voltaram para os municípios de origem: Montenegro, Carazinho, Portão, Rio Grande e Marau. As idades dos resgatados varia entre 18 e 57 anos. 

Os quatro ônibus que levaram os baianos para casa foram escoltados pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) até a saída do RS. “Está sendo maravilhoso [voltar para casa] porque a gente está vivendo num mundo de escravidão aqui, naquela empresa. E a gente, todos nós, vamos reencontrar a nossa família. Todos nós estamos alegres para ver a nossa família. Passamos praticamente num lugar onde era uma prisão. Bem animados por chegar na nossa terra”, disse um trabalhador à reportagem do RBS TV. 

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Acordo 

Foi firmado pelo Ministério Público do Trabalho um acordo entre a empresa e os trabalhadores ainda na noite da sexta-feira (24). Cada trabalhador recebeu, por enquanto, R$ 500 para fazer a viagem. O valor total da indenização deverá ser pago até a próxima terça-feira (28), por depósito bancário. 

O MPT informou que está estabelecido um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) que o empresário responsável deverá apresentar a comprovação dos pagamentos sob pena de ajuizamento de ação civil pública por danos morais coletivos, além de multa correspondente a 30% do valor devido. 

Até então, o cálculo total das verbas rescisórias ultrapassa R$ 1 milhão. Além disso, o custo do transporte dos trabalhadores de volta para casa também ficou sob responsabilidade da empresa. 

O Termo diz que os valores desembolsados pela empresa contratante não quitam os contratos de trabalho e nem importam em renúncia de direitos individuais trabalhistas, que poderão ser reclamados pelos trabalhadores. 

“Os próximos passos serão acompanhar o integral pagamento dos valores devidos aos trabalhadores, estabelecer obrigações para prevenir novas ocorrências com relação a esse grupo de empresas intermediadoras. Com relação às empresas tomadoras, é preciso garantir reparação coletiva e medidas de prevenção. Já foram instaurados procedimentos investigativos contra as três vinícolas já identificadas”, disse a procuradora Ana Lucia Stumpf González.

O responsável pela empresa, Pedro Augusto de Oliveira Santana, de 45 anos, natural de Valente, na Bahia, chegou a ser preso, mas responderá pelo crime em liberdade, já que pagou a fiança no valor de R$ 40 mil.

Através de nota, o advogado Rafael Dornelles da Silva disse que a empregadora Fênix Serviços Administrativos e Apoio à Gestão de Saúde Ltda. e seus administradores esclarecem que os graves fatos relatados pela fiscalização do trabalho serão esclarecidos no tempo oportuno, no decorrer do processo judicial.

 

*Nota da redação: O nome empresarial anteriormente divulgado de forma equivocada – Fênix Serviços de Apoio Administrativo Ltda. – diz respeito à pessoa jurídica diversa, inscrita no CNPJ sob o nº 12.076.587/0001-00, com sede em Caxias do Sul/RS, SEM NENHUMA RELAÇÃO COM A INVESTIGADA.

A Secretaria do Tesouro Nacional divulgou, nesta terça-feira (7), que o Governo pagou, apenas em janeiro, R$ 908 milhões em dívidas atrasadas de sete estados. Nestes casos, a União funcionou como uma espécie de fiadora dos Estados diante de operações de crédito com instituições financeiras.

Foram pagos R$ 107 milhões do Rio de Janeiro, R$ 78,3 milhões de Goiás, R$ 60,9 milhões do Rio Grande do Sul, R$ 327,3 milhões do Maranhão, 188 milhões de Minas Gerais, R$ 120,1 milhões do Piauí e R$ 26,2 milhões de Pernambuco.

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Em todo o ano de 2022, a União pagou R$ 9,78 bilhões em dívidas atrasadas de estados e municípios.

 

Dois policiais do 3º Batalhão de Polícia Militar de Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul, foram afastados na terça-feira (3), depois de vazarem imagens de uma abordagem feita pela dupla a uma mulher na noite do domingo (1º). 

Nas imagens, gravadas pela fresta de uma porta, é possível ver um dos policiais cobrindo a cabeça de uma mulher algemada com uma sacola plástica. O comandante do 3º Batalhão, o tenente-coronel Jacques Peiter divulgou uma nota e disse ter tomado ciência do vídeo em que “dois homens fardados aparecem em condutas incompatíveis com a atividade policial militar”. 

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O documento detalha que a corregedoria “instaurou procedimento para a apuração das circunstâncias do fato”, e que os policiais foram afastados de suas funções até que as investigações sejam concluídas. De acordo com a RBS TV, a abordagem policial aconteceu em um bar no bairro São José. A mulher e o marido que trabalham no local teriam recebido a ordem de entrar no bar pela dupla de policiais militares, quando os dois PMs fecharam o estabelecimento e agrediram o casal durante um interrogatório em que pediam informações “sem sentido”. 

O marido da mulher também teria sido algemado, agredido a pancadas e asfixiado com uma sacola plástica. De acordo com a vítima, os policiais ainda levaram dinheiro e bebidas do estabelecimento. 

O corregedor-geral da Brigada Militar, coronel Vladimir da Rosa classificou as imagens como “impactantes” e afirmou que “fogem do padrão operacional” da corporação. Um encarregado pelo inquérito policial militar foi nomeado pela corregedoria e deverá divulgar notas após a conclusão. 

O governo do RS realizou um pregão eletrônico no dia 26 de dezembro para o aluguel de 1,1 mil câmeras corporais para policiais militares em ação, mas ainda não tem data de implementação. 

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul investiga o cirurgião-geral João Couto Neto, 46 anos, por suspeita de negligência e falhas no atendimento a pacientes em Novo Hamburgo, na região metropolitana de Porto Alegre. A investigação apura as circunstâncias de 20 mortes. No total, há 77 boletins de ocorrência registrados contra o profissional, com denúncias também de pacientes que sobreviveram, mas teriam ficado com lesões.

No dia 12, a Justiça proibiu Couto Neto, a pedido da polícia, de fazer atendimentos ou realizar procedimentos por 180 dias. Na véspera da decisão, o médico disse nas redes sociais que exerce a profissão com "responsabilidade e maturidade".

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Conforme o titular da 1ª Delegacia de Polícia, delegado Tarcísio Lobato Kaltbach, responsável pela investigação, o inquérito teve início com 15 vítimas - sendo cinco familiares de pacientes que morreram após os procedimentos. Segundo a apuração, Couto era especialista em cirurgias de hérnia, vesícula e refluxo, mas realizava cirurgias para as quais não tinha especialização e até sem autorização dos pacientes.

Uma das vítimas, que buscou atendimento para retirada de hérnia, conta aos investigadores ter sido submetida a um procedimento de abdominoplastia, feito sem consentimento. Outra, conforme a polícia, foi informada, após a cirurgia de endometriose que havia sido necessário a retirada do útero e meses depois, ao fazer alguns exames, constatou que tinha o órgão estava intacto. O médico teria cobrado do plano o procedimento.

"Fomos comunicados desta situação no início de novembro, quando começamos as apurações", disse Kaltbach. Segundo ele, após as oitivas foram notados nos relatos semelhanças na conduta do médico, "com intervenções desastrosas" e "desumanidade no tratamento pós-cirúrgico", disse Kaltbach.

Segundo o delegado, no pós-operatório, o médico ignorava queixas dos pacientes e minimizava impactos de procedimentos conduzidos por ele. "Não encaminhava para UTI, porque outro médico poderia perceber o que havia ocorrido. Mantinha a vítima no mesmo quarto, o que agravava a situação e, por vezes, levava a óbito", afirma o delegado.

Há casos desde 2010, segundo a Polícia Civil. "Ele realizava diversas cirurgias em curto espaço de tempo. De janeiro a novembro, foram 1.100 procedimentos. Enfermeiros e vítimas relataram que ele fazia de 15 a 20 operações por turno", diz o delegado. O Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers) também apura o caso, em sindicância que corre sob sigilo.

Procurado, o escritório Apolinário e Diego Cardoso Advogados Associados, que cuida da parte cível, disse que não iria se manifestar. Já o escritório De Lia Pires Advogados, que cuida do caso na esfera criminal, não retornou o contato.

Em publicação nas redes sociais em 12 de dezembro, quando foram cumpridos os mandados de busca e apreensão, Couto Neto fez uma publicação nas redes sociais. "Atuar como médico é sempre um grande desafio. Temos plena consciência e certeza de praticar a medicina para a melhor saúde dos pacientes", escreveu. "E com esta responsabilidade e maturidade, nos sentimos confortáveis em afirma que realizamos mais de 20 mil cirurgias e procedimentos durante os últimos 19 anos, cumprindo os mais elevados preceitos médicos, honrando essa profissão que é a melhor tradução de minha vida."

O Hospital Regina, onde ele fazia uma parte dos procedimentos e foi cumprida parte dos mandados de busca e apreensão, também se manifestou. Em nota, a instituição disse ter finalizado a entrega de documentação médica requisitada pela Justiça, mas afirmou desconhecer os detalhes do inquérito policial, uma vez que a investigação corre sob sigilo e tem como foco o médico, não o hospital.

No mandado de busca e apreensão apresentado pela polícia, conforme o hospital, são citados 14 nomes de pacientes deste médico. "No entanto, deste total três pacientes realizaram somente exames no Hospital Regina e das 11 pessoas que realizaram cirurgia, quatro formalizaram relato na Ouvidoria referente ao atendimento prestado pelo referido médico. As reclamações foram prontamente acolhidas e uma delas, inclusive, foi encaminhada à Comissão de Ética do corpo clínico", acrescenta a instituição.

O hospital afirma ainda que Couto Neto faz parte do corpo clínico aberto do hospital e não tem vínculo de trabalho via CLT ou contrato de prestação de serviço com a Instituição. "Neste caso, o médico cirurgião utiliza a estrutura do hospital para exercício da sua profissão", diz. "Todos os procedimentos que constam no mandado policial e que estão sob investigação foram realizados pelo referido profissional, o qual foi escolhido pelos pacientes para realizar os procedimentos através dos convênios e meios particulares", finaliza a nota.

Quatro crianças foram encontradas mortas em uma casa em Alvorada, na Região Metropolitana de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. O suspeito é o pai, de 29 anos, que foi preso na madrugada desta quarta-feira (14).

As vítimas são três meninas de dez, cinco e quatro anos, e um menino, de oito. Os corpos dos mais velhos estavam com marcas de facadas e o da mais nova com indícios de asfixia. A investigação ficou a cargo da Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP)   

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Conforme relatado à Polícia Militar (PM), a mãe, 26, foi trabalhar na manhã da terça (13) e deixou as crianças na casa da avó paterna para ficar sob os cuidados do pai. Segundo o Uol, quando ela soube das mortes, passou mal e precisou ser atendida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

Junto por 11 anos, o casal se separou em agosto. Um mês depois, a mulher chamou a PM depois de uma briga em que foi arrastada pelo cabelo e ameaçada com uma faca. O homem foi imobilizado por vizinhos. Na ocasião, a jovem solicitou medida protetiva.

Uma mulher, que não teve a sua identidade divulgada, foi presa após furtar uma viatura da Brigada Militar do Rio Grande do Sul enquanto a guarnição atendia uma ocorrência. A acusada aproveitou o descuido dos policiais para levar o veículo.

Segundo informações da própria BM, policiais do 21º Batalhão de Polícia Militar circulavam pelo bairro Lami, na Zona Sul de Porto Alegre, quando se depararam com um veículo em chamas.

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Ao descerem da viatura para atender a ocorrência, a mulher - que era proprietária do automóvel em chamas -, entrou no carro da Brigada Militar e fugiu. Os agentes entraram em um outro veículo que passava pelo local e seguiu a viatura, que foi interceptada por outras equipes policiais. 

Ao G1, a BM afirmou que a suspeita apresentava sinais de embriaguez. Ela foi detida, levada para uma delegacia de polícia e depois encaminhada para uma unidade prisional.

O candidato Eduardo Leite (PSDB) venceu a disputa pelo governo do Rio Grande do Sul com 57,12% dos votos válidos. Onyx Lorenzoni (PL) ficou em segundo lugar, com 42,88% dos votos válidos.

Até agora, foram apurados 91,35% das urnas. 

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Eduardo Leite (PSDB) é bacharel em direito pela Universidade Federal de Pelotas, o tucano de 37 anos estudou também gestão pública na Universidade de Columbia, nos EUA, e fez mestrado em gestão e políticas públicas na Fundação Getulio Vargas (FGV), em São Paulo. Foi presidente da Câmara dos Vereadores e prefeito de Pelotas (RS). Em 2018, foi eleito governador do Rio Grande do Sul com 33 anos de idade. Teve 26,81% dos votos válidos, ao receber 1.702.815 votos, no primeiro turno. O vice na chapa, Gabriel Souza (MDB), 38 anos, foi eleito deputado estadual em 2014 e 2018.

O candidato a governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite (PSDB) aparece com 50% das intenções de voto totais e lidera levantamento do instituto Ipec (antigo Ibope) divulgado nesta sexta-feira, 28. O candidato Onyx Lorenzoni (PL) tem 40%. Leite manteve o mesmo índice, enquanto Onyx oscilou um ponto para baixo.

Os votos em branco e nulos somam 5%, assim como os eleitores que se dizem indecisos.

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Nos votos válidos, o candidato do PSDB a governador do Rio Grande do Sul possui 56%, enquanto o candidato do PL tem 44%. Nos votos válidos, são excluídos os votos em branco e nulos e os indecisos. O procedimento é usado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para a divulgação da apuração.

O Ipec ouviu 1.808 eleitores do Estado entre 26 e 28 de outubro. A sondagem foi contratada pela RBS Participações S.A.. A margem de erro é de 2 pontos porcentuais para mais ou para menos e está registrada na Justiça Eleitoral com o código RS-00643/2022.

O diretório gaúcho do Partido dos Trabalhadores (PT) emitiu nota oficial nesta segunda-feira (24) em que recomenda "voto crítico" em Eduardo Leite (PSDB) na disputa pelo governo do Rio Grande do Sul. No segundo turno, o tucano enfrenta o bolsonarista Onyx Lorenzoni (PL).

No comunicado, assinado pelo candidato do PT ao governo gaúcho no primeiro turno, Edegar Pretto, o partido diz que, com o gesto, espera uma união para derrotar o bolsonarismo no segundo turno, inclusive no plano nacional. "Entendemos que todos os democratas devem ter como compromisso primeiro a defesa da democracia e o combate às candidaturas que representam o atraso bolsonarista", diz a nota.

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O PT reconhece divergências com Leite em assuntos como privatizações e taxação de aposentados, mas defende que "é a hora de defender o Brasil e o Rio Grande da ameaça representada pelas candidaturas de Bolsonaro e Onyx".

Na semana passada, durante ato de campanha em Porto Alegre, o candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, disse que o diretório local tinha autonomia para se posicionar no segundo turno das eleições, "menos eleger Onyx".

VEJA A NOTA OFICIAL DO PT-RS NA ÍNTEGRA:

"Em conformidade com a Resolução Partidária aprovada em 10 de outubro último, e em decorrência dela, compreendendo o momento político que vivemos, decidimos recomendar o voto crítico em Eduardo Leite no domingo próximo, esperando com este gesto que todos aqueles comprometidos com a democracia se unam para derrotar Bolsonaro e o bolsonarismo neste segundo turno.

Entendemos que todos os democratas devem ter como compromisso primeiro a defesa da democracia e o combate às candidaturas que representam o atraso bolsonarista.

Nossas divergências com Leite são muitas, e conhecidas pela sociedade gaúcha.

Representamos projetos políticos distintos. As privatizações dos serviços públicos como a CORSAN, o papel do Estado, a adesão ao regime de recuperação fiscal, a taxação dos aposentados e pensionistas são alguns exemplos de temas que nos separam programaticamente.

Mas agora é a hora de defender o Brasil e o Rio Grande da ameaça representada pelas candidaturas de Bolsonaro e Onyx.

Aproveitamos para reforçar o chamamento à militância petista gaúcha que nos próximos sete dias não podemos sair das ruas, disputar voto a voto para garantirmos a virada no Rio Grande do Sul com Lula e a consolidação da vitória na eleição presidencial.

Paulo Pimenta - Presidente PT-RS

Edegar Pretto - Deputado Estadual PT-RS e candidato a governador no 1º turno

Paulo Paim - Senador PT-RS

Tarso Genro - Ex-governador do RS

Olívio Dutra - Ex-governador do RS

A FedEx, empresa que oferece serviços de logística, abriu seu Programa de Estágio FedEx 2023, com oportunidades para estudantes de todo Brasil. As inscrições podem ser feitas no site da Companhia de Estágios

As vagas são para atuação nas cidades de Recife, Guarulhos (SP), Porto Alegre (RS) e São Paulo. Para participar, é necessário cursar a partir do 3º semestre do ensino superior em qualquer área, com exceção dos cursos de saúde.

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Entre os benefícios, a companhia oferece bolsa auxílio no valor de R$ 1.818,00, seguro de acidentes pessoais, auxílio transporte, plano de saúde e auxílio alimentação, com direito a ticket ou refeitório local.

O processo seletivo será realizado por meio de testes on-line, entrevistas com a companhia de estágios e painel de negócios e entrevista com gestores FedEx. O programa terá início em fevereiro de 2023.

O Ministério Público Federal abriu um procedimento para investigar a declaração do deputado federal Bibo Nunes (PL) de que estudantes de Pelotas e de Santa Maria mereciam ser 'queimados vivos', como no filme Tropa de Elite. A apuração será conduzida pela Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão no Rio Grande do Sul e a Procuradoria da República do município onde ocorreu a tragédia da Boate Kiss, que deixou 242 mortos em 2013.

O deputado tem dez dias para prestar 'informações que entenda pertinentes sobre o tema'. A investigação em questão se dá na esfera da tutela coletiva, ou seja, trata de proteção de grupos, no caso, de estudantes. Segundo a Procuradoria, o material também será encaminhado para apreciação da Procuradoria-Geral da República, especificamente na área criminal, uma vez que Bibo Nunes tem foro por prerrogativa de função.

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A manifestação do parlamentar ocorreu durante live, após um protesto dos estudantes da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) contra cortes orçamentários promovidos pelo governo de Jair Bolsonaro. "É o filme 'Tropa de Elite'. Sabe o quê que aconteceu lá? Olha o filme um. Pegaram aqueles coitadinhos, riquinhos ajudando pobres, se deram mal, queimados vivos dentro de pneus. É isso que estes estudantes alienados filhos de papai que tem grana merecem", disse o deputado.

Após a repercussão do vídeo nesta sexta-feira, 21, Nunes afirmou ao Estadão que pode ter se excedido no uso da força de expressão e que "só um maluco falaria isso". Ele ainda defendeu que a declaração era um alerta aos jovens que têm contato com traficantes.

De acordo com o Ministério Público Federal, a investigação foi aberta após representação feita na manhã desta sexta-feira, 21, pelo presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, deputado Valdecir Oliveira, e pelo radialista Luciano Guerra.

O deputado também é alvo de uma representação protocolada por lideranças do PSOL junto à Promotoria de Justiça Regional de Santa Maria. A bancada do PSOL na Câmara dos Deputados também anunciou que vai denunciar Bibo Nunes à Comissão de Ética da Casa.

O pedido direcionado ao Ministério Público estadual é para que seja ajuizada ação civil pública contra Bibo Nunes, requerendo 'pagamento de dano moral coletivo infligido contra o conjunto de estudantes da UFSM; contra a população do município de Santa Maria que, por meio de sua fala, foi obrigada a revisitar as dores da tragédia de 2013; contra a Universidade Federal de Santa Maria; contra todas as famílias atingidas direta ou indiretamente pela tragédia da Boate Kiss (a quem a fala do representado acabou por fazer referência, ainda que indireta), e a todo o estado do Rio Grande do Sul, que ainda hoje lamenta as mortes da tragédia de 2013'.

O desembargador Manuel Cid Jardon, do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (RS), atendeu nesta quarta-feira, 19, a pedido do Ministério Público do Trabalho do Rio Grande do Sul (MPT-RS) e proibiu a Stara, empresa de implementos agrícolas sediada em Não-Me-Toque (RS), de praticar assédio eleitoral a empregados. O pedido de liminar do MPT havia sido negado em primeira instância, e o órgão recorreu da decisão.

O desembargador determinou à empresa obrigações para garantir o direito dos trabalhadores ao voto. Em caso de descumprimento, fixou multa de R$ 20 mil por infração, acrescida de R$ 10 mil por dia ou por empregado prejudicado.

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A Stara deverá deixar de veicular propaganda político-partidária em instrumentos de trabalho e de adotar quaisquer condutas que tentem coagir, intimidar, ou influenciar o voto dos seus empregados. A empresa também não poderá pressionar trabalhadores para realizarem manifestações políticas.

Entre os casos de assédio eleitoral apresentados pelo MPT está um comunicado de um diretor da Stara a funcionários que dizia que, em caso de vitória do presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a empresa iria "reduzir sua base orçamentária para o próximo ano em pelo menos 30%". Também houve ameaças de demissões em caso de eleição de Lula.

Seu Jorge presenciou uma situação lamentável durante um show em Porto Alegre, na última sexta-feira, dia 14. Segundo informações do jornal Extra, alguns fãs que estavam na apresentação usaram as redes sociais para denunciar uma série de comportamentos racistas que teriam acontecido no final da performance.

Assim que voltou ao palco para o bis, o cantor teria sido chamado de vagabundo e safado, enquanto outras pessoas imitavam macacos. A reação criminosa aconteceu após Seu Jorge levar um jovem negro para tocar cavaquinho. Ele também discursou contra a maioridade penal e os assassinatos de jovens negros moradores de comunidades pobres.

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O jornal chegou a procurar a equipe do cantor, mas ele não quis se pronunciar sobre o caso.

 

 

Candidato ao governo do Rio Grande do Sul, Onyx Lorenzoni (PL) disse nesta quinta-feira, 13, que, caso eleito, o Estado teria "uma primeira-dama de verdade". A declaração foi considerada homofóbica. Eduardo Leite (PSDB), que disputa o segundo turno com Onyx, é gay.

"Tenho certeza que os gaúchos e as gaúchas entenderam que vão ter, se for da vontade deles, do povo gaúcho, um governador e uma primeira-dama de verdade, que são pessoas comuns e que têm uma missão de servir e transformar a vida dos gaúchos para melhor", disse Onyx em propaganda eleitoral veiculada em emissoras de rádio nesta quinta-feira no RS.

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Leite usou as redes sociais para compartilhar notícias que tratam a declaração de Onyx como comentário homofóbico e também fez diversas publicações ao longo do dia sobre o tema. "Nesses tempos tão difíceis, em que tentam a todo custo nos separar uns dos outros, é motivador ver a sociedade e a opinião pública majoritariamente unidas para condenar demonstrações de homofobia. Não ao preconceito! O amor, o respeito e a tolerância falam mais alto", escreveu.

Leite também compartilhou a imagem de um cartaz com outro ataque homofóbico, que diz: "RS é alérgico a carne de viado (sic) e lactose". O tucano, então, escreveu: "Eles plantam ódio e preconceito. A gente planta amor e esperança. No dia 30, tu escolhe qual o teu lado". Leite renunciou ao cargo de governador no início do ano para tentar concorrer à Presidência da República e, depois, optou pela candidatura ao governo do Rio Grande do Sul.

O tucano assumiu publicamente ser gay em julho de 2021, em entrevista ao programa Conversa com Bial, da TV Globo. Leite falou: "Eu sou gay, e sou um governador gay. Não sou um 'gay governador', tanto quanto Obama nos Estados Unidos não foi um 'negro presidente'. Foi um presidente negro. E tenho orgulho disso".

Lorenzoni e Leite disputam o governo do Rio Grande do Sul no segundo turno. Na primeira fase do pleito, o candidato apoiado por Jair Bolsonaro (PL) recebeu 2,38 milhões de votos (37,5%). O tucano teve 1,7 milhão de votos (26,81%).

Até a publicação desta reportagem, Onyx Lorenzoni ainda não havia se manifestado publicamente sobre as acusações de homofobia e preconceito. A reportagem tentou contato com a campanha do candidato, mas não obteve resposta até o momento.

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