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A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) arrecadou 40% mais dinheiro com a multa para quem aumentou o consumo de água do que deixou de arrecadar com a concessão de bônus para quem economizou o recurso em fevereiro. Foi a primeira vez que a receita com a sobretaxa superou as perdas com os descontos desde o início da crise hídrica.

Segundo a estatal, a receita com a sobretaxa de até 50% na fatura de quem gastou mais água do que antes da crise chegou a R$ 50,8 milhões, enquanto a perda de arrecadação com o bônus de até 30% na fatura foi de R$ 36,3 milhões em fevereiro, primeiro mês após as mudanças que elevaram em 22% a meta de economia para a concessão do benefício aos consumidores.

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Segundo o diretor econômico-financeiro da Sabesp, Rui Affonso, esse resultado inédito e a melhora da situação hídrica da Grande São Paulo a partir de setembro de 2015 levaram a Sabesp a solicitar à agência reguladora do setor (Arsesp) o cancelamento do bônus e da multa a partir de 1º de maio.

"Em nenhum momento criamos a tarifa de contingência (sobretaxa) com objetivo arrecadatório. Tanto é assim que, no primeiro mês em que a tarifa de contingência superou o bônus, nós protocolamos na Arsesp o pedido de suspensão de ambos, reiterando nossa posição."

Os números mostram que, entre janeiro e fevereiro, o valor arrecadado com a multa subiu de R$ 49,6 milhões para R$ 50,8 milhões, enquanto a perda de receita com o bônus caiu 54,3% no período, de R$ 79,4 milhões para R$ 36,3 milhões. Neste balanço, o número de clientes beneficiados caiu de 66% para 44%.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Mesmo depois de decretar o fim da crise hídrica no início do mês, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) anunciou na terça-feira, 29, que vai reduzir em 25% os investimentos em água e esgoto para 2016, na comparação com o ano passado, por causa do impacto financeiro provocado pela queda de faturamento com venda de água nos dois últimos anos de seca.

Dados divulgados pela Sabesp durante teleconferência com analistas, investidores e jornalistas sobre o balanço financeiro de 2015 mostram que os recursos aplicados na expansão e melhora dos sistemas de abastecimento de água e de coleta e tratamento de esgoto caíram de R$ 2,4 bilhões, em 2015, para R$ 1,8 bilhão neste ano.

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"Daqui para frente o investimento será recuperado, mas gradativamente, exatamente porque dois anos de crise hídrica impactaram a receita da companhia. A Sabesp sempre prima pela busca da sustentabilidade econômico-financeira, de tal maneira que os investimentos possam continuar ao longo do tempo", explicou o diretor econômico-financeiro e de relações com investidores da Sabesp, Rui Affonso.

Pelo segundo ano consecutivo, a maior redução dos investimentos ocorre na coleta e tratamento de esgoto, de R$ 1,1 bilhão para R$ 630 milhões, queda de 45,7%. Em 2015, a Sabesp já havia reduzido pela metade a destinação de recursos para esse setor, que antes da crise costumava concentrar cerca de 65% das aplicações da estatal.

Segundo a Sabesp, por causa da crise iniciada em 2014, a companhia decidiu priorizar os investimentos em água para aumentar a segurança hídrica para os cerca de 20 milhões de clientes da Grande São Paulo. Mesmo assim, os investimentos devem sofrer uma ligeira redução (6,4%), de R$ 1,25 bilhão para R$ 1,17 bilhão.

Nesse orçamento está prevista uma parcela dos investimentos na transposição de água da Bacia do Rio Paraíba do Sul para o Sistema Cantareira, avaliada em R$ 555 milhões. A obra, que levará 5,1 mil litros por segundo da Represa Jaguari, em Igaratá, para a Atibainha, em Nazaré Paulista, teve início em fevereiro deste ano e tem previsão de entrega em abril de 2017.

Os valores não incluem o investimento feito na construção do Sistema Produtor São Lourenço, obra executada por meio de Parceria Público-Privada (PPP). Só no ano passado, o consórcio responsável pela construção aplicou cerca de R$ 700 milhões no empreendimento, que prevê a captação de até 6,4 mil litros por segundo na Represa Cachoeira do França, em Ibiúna, e uma nova estação de tratamento de água para atender 1,5 milhão de pessoas nas cidades da porção oeste da Grande São Paulo, como Barueri e Cotia.

Lucro

Balanço financeiro divulgado pela Sabesp na semana passada apontou uma queda de 40,6% no lucro da companhia em 2015, na comparação com 2014. O valor, de R$ 536 milhões, é 71% menor do que o registrado em 2013, último ano antes da crise, com R$ 1,9 bilhão de lucro. Os principais motivos da queda foram a redução de 8% no volume faturado de água e a perda de R$ 926 milhões com descontos na conta.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O sistema hídrico Cantareira, o principal de São Paulo, subiu pelo 40º dia seguido e atingiu hoje 64,5% de sua capacidade ante 64,1% de ontem, de acordo com informações divulgadas neste sábado (26) pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Esse índice tradicionalmente considera as reservas profundas como se fossem volume útil.

A pluviometria do sistema Cantareira atingiu 13,5 milímetros e levou ao acumulado de 179 milímetros em março, acima da média histórica para este mês que é de 178 milímetros.

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Outros quatro sistemas também registraram elevação de suas capacidades: sistemas Alto Tietê, Guarapiranga, Alto Cotia e Rio Grande. O Rio Claro não apresentou variação. O Alto Tietê passou de 43,1% da capacidade na sexta-feira para 43,3% hoje, enquanto o Guarapiranga avançou de 87,2% para 87,5% no período. O sistema Alto Cotia variou de 100,7% para 100,9% e o Rio Grande oscilou de 95,8% para 96,8%. O sistema Rio Claro manteve a marca de 102,2%.

Após inundar ruas e imóveis em Ribeirão Pires e ser temporariamente embargada pela prefeitura, a transposição de água da Represa Billings para o Sistema Alto Tietê virou um arriscado ponto de lazer e esporte de aventura para os moradores da cidade do ABC paulista. A obra foi feita pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) e inaugurada em setembro de 2015 pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) para evitar o rodízio oficial no abastecimento de água da região metropolitana.

Desde meados de dezembro do ano passado, quando a transposição atingiu 100% da capacidade de transferência, crianças e até adultos têm aproveitado a força dos 4 mil litros de água bombeados por segundo para nadar e praticar a modalidade "boia cross", em que a pessoa desce o rio sobre uma boia, sem equipamentos de proteção. A diversão ocorre aos finais de semana em dias de calor no canal construído pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) para evitar o assoreamento do Rio Taiaçupeba-Mirim com a transposição da Billings.

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"Depois de tanto problema, o canal virou agora a grande atração da molecada. Nos finais de semana isso aqui enche de gente . Acho um pouco perigoso porque o pessoal fica muito perto do local onde a Sabesp lança a água", disse o representante comercial Sérgio Leão, de 42 anos, morador vizinho ao canal. A Sabesp informou que entrará em contato com o DAEE e com a Prefeitura de Ribeirão Pires para discutir a instalação de placas de sinalização ao longo do canal, alertando para o risco de balneabilidade no local.

Em outubro, a reportagem revelou que duas semanas após ter sido inaugurada por Alckmin com quatro meses de atraso, a transposição de água da Billings para o Alto Tietê foi paralisada para que o DAEE fizesse o desassoreamento e a canalização do Rio Taiaçupeba-Mirim no local de lançamento da água. À época, a Prefeitura de Ribeirão Pires havia embargado a obra porque o bombeamento inundou ruas e imóveis do bairro Ouro Fino.

Após acordo entre a Secretaria Municipal do Meio Ambiente, a Sabesp e o DAEE, o bombeamento foi retomado em outubro com apenas 1 mil litros por segundo, 25% da capacidade, até que as obras para mitigar os impactos da transposição fossem concluídas. A transferência de água foi elevada gradativamente até atingir plena carga no dia 11 de dezembro, segundo a Sabesp. A obra custou cerca de R$ 130 milhões e havia sido prometida por Alckmin para maio de 2015.

A água é captada pela companhia do Sistema Rio Grande, braço da Billings que não sofreu com a estiagem, para a Represa Taiaçupeba, em Suzano, onde fica a estação de tratamento de água do Sistema Alto Tietê, que abastece a porção leste da Grande São Paulo. O líquido percorre cerca de 11 km por uma tubulação construída pela Sabesp até ser lançada no Rio Taiaçupeba-Mirim, onde segue por mais 11 km até a Represa Taiaçupeba. Segundo o presidente da Sabesp, Jerson Kelman, essa é a principal ação emergencial para evitar o rodízio na capital e ajudar a recuperar o nível do Sistema Alto Tietê.

Após um ano em vigor, a multa para quem aumentou o consumo de água durante a crise hídrica já rendeu R$ 549,3 milhões para a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). O valor arrecadado com a medida desde fevereiro de 2015 corresponde a quase 100% do custo total da obra de transposição de água da bacia do Rio Paraíba do Sul para o Sistema Cantareira - R$ 555 milhões -, iniciada neste mês e prevista para abril de 2017.

A sobretaxa de até 50% na conta de quem não reduziu o gasto com água na Grande São Paulo em relação à média de consumo antes da seca entrou em vigor em janeiro de 2015, auge da crise hídrica, com reflexo sobre as faturas de fevereiro. Em janeiro passado, segundo a Sabesp, 23% dos clientes elevaram o consumo. Destes, 14% pagaram uma sobretaxa que chegou a R$ 49,6 milhões de receita. Os outros 9 pontos porcentuais não foram multados porque consumiram menos de 10 mil litros no mês ou pagam tarifa social. Os dados de fevereiro serão divulgados neste mês.

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O valor arrecadado em janeiro com a multa para os chamados "gastões" foi o quarto maior em 12 meses de vigência da medida. O recorde foi registrado em dezembro passado - R$ 54,6 milhões. Embora ajude a recompor o caixa da Sabesp, que anunciou prejuízo financeiro de R$ 580 milhões no terceiro trimestre de 2015, a sobretaxa ainda está longe de repor a perda de receita com o programa de bônus, que dá desconto de até 30% para quem reduz o consumo de água.

Só nos últimos 12 meses, a companhia deixou de arrecadar R$ 937,9 milhões com a medida, que estimulou a população a poupar 192 bilhões de litros em 2015, segundo dados da empresa. Desde que o bônus foi criado, em 1º de fevereiro de 2014, a Sabesp já perdeu R$ 1,38 bilhão em receita. À época, o Cantareira tinha 21,9% da capacidade normal, sem considerar as duas cotas do volume morto dos reservatórios. Ontem, o índice era de 23,7% da capacidade.

Mudança

A tendência é de que a diferença entra a perda de receita com o bônus e a arrecadação com a multa diminua nos próximos meses por causa da melhora dos níveis dos mananciais que abastecem a Grande São Paulo, que provoca um relaxamento na economia espontânea de água, e da alteração feita no cálculo para a concessão de bônus. Em janeiro, após o Cantareira recuperar o volume morto, a Sabesp prorrogou a multa e o bônus, mas reduziu em 22% a meta de consumo para conceder o desconto.

Na prática, quem tinha um gasto médio antes da crise de 20 mil litros por mês precisava consumir menos de 16 mil litros (redução de 20%) para obter desconto de 30% na conta. Pela nova regra, o valor de referência caiu para 15,6 mil litros. Ou seja, para conseguir o mesmo desconto, o cliente tem de consumir menos de 12,5 mil litros.

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo publicada na semana passada, o presidente da Sabesp, Jerson Kelman, disse que ainda não há previsão para encerrar a política de multa e de desconto para estimular a economia de água. "Temos de ter um pouco de prudência. Quando estivermos em condições normais, nossa posição será para eliminar tanto o ônus quanto o bônus", disse Kelman, que não revelou o que seriam "condições normais".

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O nível do Sistema Cantareira, principal manancial de abastecimento da capital paulista e da Grande São Paulo, voltou a subir neste sábado (20) e registrou a quinta alta consecutiva, segundo dados da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).

De acordo com a Sabesp, os reservatórios que compõem o Cantareira operam com 48,9% da capacidade, em comparação com 48,8% na sexta-feira (19). Esses porcentuais, tradicionalmente divulgados pela companhia, consideram a reserva profunda como se fosse volume útil do sistema.

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Segundo o índice que calcula a reserva profunda como volume negativo, o nível do manancial avançou 0,1 ponto porcentual e passou de 19,5% para 19,6%.

A última queda do nível do Cantareira foi no dia 22 de outubro, quando o volume de água represada desceu de 15,7% para 15,6%.

Outros mananciais

O Rio Claro ficou estável, seguindo em 82,9%. Por sua vez, o Alto Tietê subiu 0,3 ponto porcentual e foi a 30,7%, considerado o volume morto adicionado no fim de 2014. Já o Rio Grande recuou 0,2 ponto porcentual e opera agora com 88,8% da capacidade.

Responsável por socorrer o Cantareira durante a crise da água, o Guarapiranga registrou no sábado mais uma perda de volume. O reservatório localizado na zona sul de São Paulo caiu 0,6 ponto porcentual e está agora com 83,8%.

Outro sistema que teve queda do nível foi o Alto Cotia, que oscilou de 100,5% para 100,2%.

Com as chuvas que atingiram São Paulo durante o feriado de carnaval, o Sistema Cantareira registrou aumento no nível da água, segundo boletim divulgado pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Nesta quarta-feira, 10, o principal manancial de São Paulo teve alta pelo 17º dia consecutivo.

Responsável por abastecer 5,2 milhões de pessoas, o Cantareira subiu 0,2 ponto porcentual. O Alto Tietê - em crise - se manteve estável e o nível dos outros quatro mananciais caiu.

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Com a alta, os reservatórios que compõem o Cantareira operam com 47,4% da capacidade, de acordo com índice tradicionalmente informado pela Sabesp, que considera volume morto como se fosse volume útil. No dia anterior, o nível estava em 47,2%.

Já segundo o índice que calcula a reserva profunda como volume negativo, o nível do manancial está em apenas 18,1%, ante 17,9% no dia anterior. Já o terceiro índice está em 36,6%.

Nas últimas 24 horas, choveu sobre o manancial 0,1 mm, o que elevou a precipitação acumulada em fevereiro para 43,1 mm. O esperado para o mês todo é 202,4 mm. A madrugada de sábado, 6, para domingo, 7, foi a que registrou o mais alto índice de pluviometria no feriado de carnaval: 12,8mm.

A última vez que os reservatórios perderam água represada foi há mais de três meses, no dia 22 de outubro, quando o volume armazenado desceu de 15,7% para 15,6%. Ao longo desse período a quantidade de água acumulada praticamente triplicou.

Alguns fatores explicam as altas no Cantareira, que opera fora do volume morto desde o fim de 2015. Houve diminuição da retirada de água do sistema pela Sabesp, racionamento e redução do consumo. A gestão Geraldo Alckmin (PSDB) também aplica multas para os chamados "gastões" e oferece bônus para quem conseguir economizar água. A crise no sistema completou dois anos em janeiro, mas ainda inspira cuidados.

Outros mananciais

Choveu somente 0,1 mm sobre o Sistema Alto Tietê nas últimas 24 horas. O manancial, que enfrenta crise, estabilizou em 28,5%. Já os reservatórios Guarapiranga, Alto Cotia, Rio Grande e Rio Claro registraram queda.

Nos Sistemas Guarapiranga e Alto Cotia, houve declínio de 0,2 ponto porcentual e o nível da água chegou a 81,5% e 100,5%, respectivamente. O volume do Sistema Rio Grande teve a maior subtração, caindo 0,3 ponto porcentual. Nesta quarta-feira, opera com 87,6% ante 87,9% do dia anterior.

Mesmo com chuva de 0,2 mm, o nível do Rio Claro caiu. O manancial perdeu 0,2 ponto porcentual e atingiu 79,6% da capacidade.

Com chuvas na região, o sistema Cantareira subiu neste sábado (30) para 45,2% de sua capacidade, ante um nível de 44,9% registrado ontem, segundo dados da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) divulgados hoje. Essa dado considera as duas cotas de volume morto como se fossem volume útil do sistema. Em processo de recuperação, o Cantareira não registra queda há mais de três meses.

Com uma pluviometria do dia de 4,9 mm, o volume de chuvas acumulado no mês está em 204,5 mm, o que significa que está abaixo da média histórica para o mês, que é de 146,9 mm.

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Já de acordo com o segundo índice divulgado pela Sabesp, que considera o volume sem a reserva técnica, dividido pelo volume útil, o nível da capacidade do manancial está en 15,9%. Esse índice passou a ser divulgado após liminar.

Já o Sistema Guarapiranga, que hoje é o responsável por abastecer o maior número de pessoas (5,8 milhões), caiu novamente, passando de 85% para 83,6%. O Alto Tietê subiu 0,1 ponto porcentual e foi a 29,1%.

O Sistema Alto Cotia caiu de 103% para 102,1%, segundo os dados da Sabesp. O Rio Grande foi a 91,2%, queda de 0,2 ponto porcentual em relação a ontem e o Rio Claro atingiu 81,9%, alta de 0,1 ponto porcentual.

O número de consumidores da Grande São Paulo multados por gastar mais água agora do que antes da crise hídrica bateu recorde em dezembro. Segundo balanço divulgado na quinta-feira (7), pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), 14% dos clientes receberam a sobretaxa de até 50% na conta no mês passado, maior índice desde a criação da tarifa, em janeiro de 2015.

Os dados mostram crescimento no número de consumidores chamados de "gastões" nos últimos meses, marcados por chuvas acima da média nos principais mananciais que abastecem a Grande São Paulo e pela recuperação do volume morto do Sistema Cantareira, no fim do ano. No primeiro mês da sobretaxa, 8% receberam multa. Até novembro, a Sabesp já havia arrecadado R$ 445,1 milhões com multas. Dezembro ainda não foi divulgado.

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A sobretaxa de 20% ou 50% na conta é cobrada dos clientes que gastam um volume de água superior à média mensal consumida antes da crise (fevereiro de 2013 e janeiro de 2014). Ela chegou a ser anunciada pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB) em maio de 2014, quando a Sabesp iniciava a captação do volume morto, mas só foi implementada em janeiro de 2015, após a reeleição do tucano. A multa continua em vigor neste ano.

Ao todo, o número de clientes que elevaram o gasto com água em dezembro foi de 23%, o maior patamar de 2015. Mas 9% não foram multados porque consomem menos de 10 mil litros por mês. Esse comportamento resultou em uma queda de quase 10% no volume de água economizado por meio do programa de bônus, que dá descontos de até 30% para quem reduzir o consumo.

Em dezembro, o volume poupado foi de 5,6 mil litros por segundo, ou 15 bilhões de litros, o suficiente para abastecer cerca de 1,8 milhão de pessoas, o equivalente às populações somadas das cidades de Sorocaba, Osasco e Ribeirão Preto, segundo a Sabesp. Em novembro, o índice havia sido de 6,2 mil l/s, ou 16 bilhões de litros. Quanto a sobretaxa foi lançada, a meta era atingir uma economia de até 7,3 mil l/s. O recorde, porém, foi de 6,5 mil l/s, em julho. Desde o início do programa, em fevereiro de 2014, quase 280 bilhões de litros foram economizados, o que equivale a 28% da capacidade normal do Cantareira.

O relaxamento na economia de água, que caiu de 79% para 77% dos consumidores, teve impacto na produção da Sabesp, que subiu de 53 mil l/s, em novembro, para 55,3 mil l/s em dezembro, a maior média do ano. Consequentemente, o número de clientes que receberam descontos caiu de 67% para 64%, o que deve amenizar as perdas de receita da companhia. O Cantareira tinha ontem apenas 2,6% do volume útil.

Na quarta-feira, 6, a reportagem mostrou que a Sabesp deixou de arrecadar R$ 1,2 bilhão em quase dois anos com o programa. A partir deste mês, contudo, os clientes terão de consumir 22% menos água para manter o mesmo benefício na fatura. Agora, quem consumia 20 mil litros antes da crise e podia gastar até 15,6 mil litros para obter o desconto de 30% não poderá exceder 12,5 mil litros. Na prática, o consumidor que antes precisava reduzir o consumo em 20% para ter o bônus de 30% terá agora de economizar 37,5%. Segundo o presidente da Sabesp, Jerson Kelman, o objetivo da mudança é "dar um estímulo extra" para quem pode economizar mais água, e não recompor o caixa da empresa, que teve prejuízo de R$ 580 milhões no terceiro trimestre de 2015.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O nível do Sistema Cantareira, principal manancial de abastecimento da Grande São Paulo, voltou a subir neste sábado. Os reservatórios operam com 28% da capacidade, ante 27,7% ontem. O porcentual considera as duas cotas do volume morto como se fossem do volume útil. O Cantareira é responsável por abastecer 5,2 milhões de pessoas. As informações são da Companhia de Abastecimento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).

No manancial da Guarapiranga, houve aumento de 0,5 ponto porcentual no nível, para 88,9% do total. Alto Tietê e Alto Cotia subiram 0,2 ponto porcentual, para 22,7% e 81,4% da capacidade, respectivamente.

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Com relação às reservas do Sistema Rio Claro, estas permaneceram inalteradas de ontem para hoje, em 70,2% do total. Já no Rio Grande, houve queda de 0,7 ponto porcentual, para 98,3%.

O conselho de administração da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) autorizou a companhia a pleitear junto à Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp) a homologação da continuidade e da atualização do Programa de Incentivo à Redução do Consumo de Água por meio de Concessão de Bonificação na Conta de Água e Esgoto, bem como a continuidade da Tarifa de Contingência.

Em fato relevante publicado nesta quarta-feira, 23, a Sabesp informa que pleiteia a "prorrogação do Programa de Incentivo à Redução do Consumo de Água por meio de Concessão de Bonificação na Conta de Água e Esgoto (bônus) para o final de 2016 ou até que haja maior previsibilidade quanto à situação hídrica, com a atualização do consumo de referência (média do consumo de cada consumidor no período fevereiro/2013 a janeiro/2014)".

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Entre os termos de atualização, a companhia que o consumo de referência de cada cliente seja atualizado pela multiplicação do consumo de referência inicial por 0,78. "O fator de atualização 0,78 é o resultado da divisão entre o consumo total da população atendida pela Sabesp na Região Metropolitana de São Paulo no período recente (outubro/2014 a setembro/2015) e o correspondente consumo no período inicial (fevereiro/2013 a janeiro/2014)", informa a empresa no fato relevante.

Essa atualização, ainda segundo a Sabesp, será aplicada nas contas cujas leituras de consumo ocorram a partir de 1º de fevereiro de 2016. "As demais condições e regras do programa serão mantidas, inclusive o escalonamento das faixas de bonificação de 10%, 20% e 30%", disse a companhia.

A Sabesp também quer a "prorrogação da vigência da tarifa de contingência até o final de 2016, ou até que haja maior previsibilidade quanto à situação hídrica, com a manutenção das condições e regras atuais, inclusive quanto ao escalonamento das faixas, sem atualização do consumo de referência".

A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) vai aumentar a captação de água do Sistema Cantareira nos próximos dias para aliviar o racionamento imposto à população por meio da redução da pressão durante o período de festas de Natal e réveillon. Cerca de 5,2 milhões de pessoas são abastecidas pelo manancial na região metropolitana e a tendência é de que o consumo aumente no verão.

A Agência Nacional de Águas (ANA), do governo federal, e o Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), estadual, aceitaram o pedido da empresa para ampliar o limite de retirada de água do manancial dos atuais 13,5 mil para 15 mil litros por segundo na média deste mês, volume suficiente para abastecer até 600 mil pessoas.

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Segundo os gestores, a medida visa a amenizar os cortes diários no fornecimento de água, mais longos para quem mora em regiões altas e nos extremos da rede, e não compromete a recuperação do sistema, que subiu 5,8 pontos porcentuais apenas nos últimos 17 dias. Na quinta-feira, 17, o nível do Cantareira chegou a 25,4% da capacidade, considerando as duas cotas do volume morto. Na prática, o manancial ainda tem cerca de 38 bilhões de litros da reserva profunda que não foram recuperados, o que equivale a 3,9% abaixo de zero.

Projeções

Estimativas feitas pelo DAEE mostram que mesmo com o aumento da retirada de água para 15 mil l/s, o Cantareira deve recuperar totalmente o volume morto ainda neste mês. As projeções apontam que o sistema deve encerrar 2015 com 290 bilhões de litros, o que o deixaria ligeiramente acima do nível zero operacional.

Em seu pedido, a Sabesp argumenta que a entrada de água nas represas que formam o Cantareira tem superado a média histórica do mês (5% acima até ontem), fato que não ocorria no manancial desde 2012. Até agora, a vazão afluente aos principais reservatórios está em 49,6 mil litros por segundo, ante uma média histórica de 46,9 mil l/s. Em dezembro de 2014, por exemplo, o índice foi de apenas 12,7 mil l/s.

Caso continue chovendo bem e vazões dos rios permaneçam próximas do esperado, a tendência é de que o novo limite de retirada em 15 mil l/s seja renovado em janeiro. Com esse volume, o Cantareira volta a se aproximar da produção do Sistema Guarapiranga (15,5 mil l/s), que passou a ser o maior fornecedor de água da Grande São Paulo neste ano.

Segundo estimativas feitas pelo DAEE, se o cenário se mantiver no próximo mês, mesmo com o aumento da exploração do sistema, o Cantareira pode encerrar janeiro de 2016 com estoque de 83 bilhões de litros acima de zero, ou seja, 8,5% da capacidade, sem incluir o volume morto, que começou a ser utilizado pela Sabesp em maio de 2014. Embora simbolize uma importante virada na situação hídrica, o índice seria muito inferior ao mesmo período do ano passado, quando a crise foi deflagrada. À época, o manancial tinha 22,2% da capacidade.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Após registrar apenas 11 chuvas artificiais em oito meses, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) desistiu da técnica de "bombardeio" de nuvens para tentar recuperar o estoque de água do Sistema Alto Tietê, que tem hoje o pior nível (18,7%) entre os seis mananciais que abastecem a região metropolitana, considerando toda a reserva disponível nas represas.

Segundo a Sabesp e a ModClima, empresa responsável pelo serviço que despeja gotículas de água potável no interior de nuvens carregadas para provocar chuvas localizadas, o formato estreito dos reservatórios do manancial, o fluxo do vento na região e a dificuldade de obter autorização de voo quando as condições climáticas eram propícias para o bombardeio minaram a estratégia de induzir as chuvas sobre o manancial.

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"Muitas vezes identificávamos nuvens ótimas para fazer o voo, mas não tínhamos autorização para decolar porque aquela região do Alto Tietê fica bem no meio da rota da ponte aérea Rio-São Paulo. Isso dificultou muito o nosso trabalho lá, enquanto que no Cantareira conseguimos produzir um monte de chuva", explica Majori Imai, diretora da ModClima.

A empresa foi contratada por R$ 4,5 milhões em fevereiro de 2014, logo após o início da crise hídrica, para aplicar a técnica conhecida como semeadura de nuvens no Cantareira. Em julho, quando a crise já havia atingido também o Alto Tietê, usado pela Sabesp para socorrer bairros que eram atendidos pelo principal sistema, um novo contrato de dois anos foi firmado, no valor de R$ 3,7 milhões.

De acordo com relatórios fornecidos pela Sabesp, entre agosto de 2014 e março deste ano, a ModClima conseguiu provocar apenas 11 chuvas no Alto Tietê, que resultaram em 6,6 bilhões de litros nas represas, volume consumido em apenas uma semana pelos moradores atendidos hoje pelo sistema. O melhor mês foi dezembro do ano passado, com sete chuvas. Depois de contar três precipitações entre janeiro e março, a Sabesp decidiu suspender o serviço e, nos mês passado, rescindir o contrato no Alto Tietê. No período, pagou R$ 1,1 milhão.

Segundo a Sabesp, as obras emergenciais inauguradas neste ano, como as transposições de água do Rio Guaió (até 1 mil litros por segundo) e da Represa Billings (até 4 mil l/s) para a Represa Taiaçupeba, em Suzano, na Grande São Paulo, serão mais eficientes na recuperação do Alto Tietê, que abastece 4,5 milhões de pessoas.

Já no Cantareira, a técnica tem sido eficiente, segundo as empresas. Os relatórios mostram que, entre março de 2014 e novembro deste ano, a ModClima conseguiu "fazer chover" 101 vezes sobre as represas da região de Bragança Paulista, acumulando 66 bilhões de litros nos reservatórios. O volume equivale a 6,7% da capacidade do sistema e garante 58 dias de consumo hoje, com o racionamento de água em curso.

São Paulo, 07/11/2015 - Todos os principais sistemas hídricos de São Paulo aumentaram o volume armazenado de água pelo quarto dia consecutivo, segundo relatório da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), divulgado hoje.

Responsável hoje por abastecer 5,2 milhões de pessoas, o Cantareira teve aumento 0,1 ponto porcentual e opera com 17% da capacidade, segundo índice tradicionalmente divulgado pela Sabesp. No dia anterior, o sistema estava com 16,9%. O cálculo considera duas cotas de volume morto, adicionadas no ano passado, como se fossem volume útil. Esse é o sexta aumento seguido do nível do manancial, apontado como o mais importante do Estado.

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A pluviometria do dia na região do Cantareira foi de apenas 0,2 mm. O valor acumulado nesta primeira semana do mês é de 69,5 mm, sendo que a média histórica para um mês de novembro é de 160,4 mm.

O índice negativo, que passou a ser divulgado após decisão judicial,passou de -12,4% ontem para -12,3% hoje. No terceiro índice, a capacidade foi de 13,1% para 13,2%. O primeiro índice utiliza o volume útil para o cálculo, enquanto o último a volume total.

Outros mananciais

O Guarapiranga, que é o atual responsável por abastecer o maior número de clientes da Sabesp (5,8 milhões), subiu 0,6 ponto porcentual, registrando, assim, o sexto aumento consecutivo. O manancial está com 84,6% do volume de água represada, ante 84% no dia anterior. A pluviometria no dia no manancial foi de 1,4 mm, de acordo com a Sabesp.

Já o Alto Tietê também subiu pelo sexto dia após registrar chuvas de 0,3mm. O sistema está com 15%. Esse cálculo leva em conta um volume morto, acrescentado no ano passado.

O Alto Cotia elevou de 68,2% ontem para 68,7% hoje. O Rio Grande passou de 90,4% para 90,6% e o Rio Claro de 55,1% para 56,6%.

Após pedido feito pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), a Agência Nacional de Águas (ANA) desistiu de reduzir em 26% o limite máximo de exploração do Sistema Cantareira em novembro para atender a região metropolitana. A decisão, na visão dos gestores, não compromete a situação do manancial e evita a adoção de um racionamento de água ainda mais intenso na Grande São Paulo.

Em julho, a ANA e o Departamento de Águas e Energia Elétrica de São Paulo (DAEE), que controlam o sistema, haviam determinado que a Sabesp reduzisse a retirada de água do Cantareira de 13,5 mil litros por segundo para 10 mil l/s em novembro, o equivalente a 9 bilhões de litros no mês. A medida fora tomada para acelerar a recuperação do manancial no início do período chuvoso e porque a estatal havia prometido iniciar, até outubro, a transposição de água da Billings para o Sistema Alto Tietê, o que diminuiria a dependência do Cantareira.

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No início deste mês, contudo, a Sabesp solicitou aos órgãos gestores que revissem a medida. No pedido, a estatal afirma que as "projeções apontam cenários incômodos" para o Alto Tietê, que nesta sexta-feira, 23, tinha apenas 13,9% da capacidade, e que terá de utilizar a água da Billings para recuperá-lo. "Portanto, a expectativa de ampliação da produção do Alto Tietê para suprir uma redução de produção do Sistema Cantareira não é viável, colocando em risco os dois principais sistemas produtores da Região Metropolitana de São Paulo", afirma.

Além disso, a própria transposição de 4 mil l/s da Billings para o Alto Tietê, inaugurada pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) há 24 dias, só funciona com 25% da capacidade por falta de segurança. No início do mês, conforme o Estado revelou, a obra chegou a ser embargada pela Prefeitura de Ribeirão Pires, no ABC paulista, porque provocou assoreamento do Rio Taiaçupeba-Mirim e alagou imóveis da região.

Diante do cenário de estabilidade do Cantareira, que começou outubro com um estoque de água maior do que havia há um ano, fato que não ocorria desde 2010, os gestores do sistema entenderam que seria melhor manter a exploração do sistema inalterada a expor a população da Grande São Paulo a um racionamento mais intenso. Para a região de Campinas, a vazão máxima liberada das represas também continuará igual, em 3,5 mil litros por segundo.

A Sabesp afirma que a redução da captação do Cantareira (60% desde o início da crise) atingiu o "máximo resultado" e que uma nova restrição provocaria "enorme sacrifício" à população porque o consumo de água deve subir nos próximos meses por causa do aumento da temperatura.

Para a promotora Alexandra Facciolli, do Grupo de Defesa do Meio Ambiente (Gaema) de Piracicaba, a decisão da ANA e do DAEE era previsível diante dos problemas ocorridos nas obras emergenciais da Sabesp. "Evidentemente que a redução da vazão, neste cenário, provocaria uma restrição ainda maior no abastecimento de água para a população.

Nós compreendemos a decisão, mas não podemos perder de vista o objetivo de operar o sistema de uma forma para que ele se recupera o mais rápido possível, o que ainda está longe de acontecer. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

O Tribunal de Contas do Estado (TCE) notificou nesta quinta-feira (15) o presidente da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), Jerson Kelman, para que esclareça a resolução que mantém sob sigilo por quinze anos documentos da companhia. A medida foi tomada com base em representação dos procuradores do Ministério Público de Contas do TCE, José Mendes Neto e Thiago Pinheiro Lima.

Os procuradores destacam que o portal 'Último Segundo', do grupo IG, teve negado acesso à lista de 626 pontos prioritários que não podem sofrer interrupção no abastecimento de água no caso de rodízio, em razão de terem sido classificados de secretos.

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Na representação, o Ministério Público de Contas fundamenta que a transparência deve ser "regra" no âmbito do regime republicano, enquanto o sigilo, "uma exceção".

"Ocorre que no âmbito do regime republicano a transparência dos atos e documentos oficiais é regra, sendo o sigilo uma exceção admitida expressamente pelo artigo 5º, inciso XXXIII, somente nas hipóteses imprescindíveis à segurança da sociedade e do Estado, que deve ser devidamente demonstrada pelos órgãos do Estado quando provocados, como neste caso, pelo controle externo", diz o texto.

Além de dados técnicos da Sabesp, a gestão Alckmin também impôs sigilo de até 15 anos para 26 assuntos da Polícia Militar do Estado de São Paulo - com a citação específica de 87 documentos - e também sobre dados técnicos do Metrô.

Para a Ouvidoria-Geral do Estado, que recebe o último recurso sobre os pedidos de acesso à informação negados por órgãos públicos, a Sabesp informou que "o dano ou a sua ameaça ao sistema de abastecimento público de água traria enorme prejuízo à sociedade, podendo ensejar, inclusive, depredações e violência contra os órgãos do Estado". Na resposta, a Sabesp afirma ainda que "o uso de tais informações para planejamento de ações terroristas é uma hipótese remota, porém não pode ser descartada". Por causa do sigilo, a Ouvidoria indeferiu o acesso à informação.

Em meio à crise hídrica, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) decretou sigilo de 15 anos sobre dados da rede de água e esgoto, incluindo informações de projetos e localização de equipamentos, instalações e sistemas. A estatal alega que a divulgação pode "implicar em possíveis usos inadequados, manipulação e danos nos sistemas de abastecimento de água ou esgotamento sanitário".

O comunicado que decretou o sigilo foi publicado no Diário Oficial no dia 30 de maio pela diretoria da Sabesp, presidida pelo engenheiro Jerson Kelman. A empresa afirma no documento ter respaldo em um trecho de um decreto de 2012, do governador Geraldo Alckmin (PSDB), que permite tornar secretos dados públicos que possam "pôr em risco a vida, a segurança ou a saúde da população".

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O caso foi revelado ontem pelo portal iG, que descobriu o fato após ter um pedido de acesso à informação negado em todas as instâncias do governo Alckmin. Segundo a reportagem, o sigilo foi usado pela Sabesp para não divulgar a lista dos 626 "pontos prioritários" da Grande São Paulo, como hospitais, presídios e clínicas de hemodiálise, onde a companhia anunciou obras para evitar que eles fiquem sem água, caso haja um "rodízio drástico".

Para a Ouvidoria-Geral do Estado, que recebe o último recurso sobre os pedidos de acesso à informação negados por órgãos públicos, a Sabesp informou que "o dano ou a sua ameaça ao sistema de abastecimento público de água traria enorme prejuízo à sociedade, podendo ensejar, inclusive, depredações e violência contra os órgãos do Estado". Na resposta, a Sabesp afirma ainda que "o uso de tais informações para planejamento de ações terroristas é uma hipótese remota, porém não pode ser descartada". Por causa do sigilo, a Ouvidoria indeferiu o acesso à informação.

Mestre em Administração Pública pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), Fabiano Angélico afirma que o sigilo deve ser exceção e que a classificação do que é secreto não pode ser abrangente. "É evidente que o Estado tem o dever de proteger informações que podem colocar a população em risco. Mas a decisão de tornar um dado secreto deve ser a exceção da exceção e também deve ser feita de forma clara e transparente."

Em nota, a Sabesp informou que as informações sobre instalações subterrâneas "são sigilosas para evitar eventuais atos de sabotagem ou vandalismo que colocariam em risco a vida, segurança ou saúde da população". A companhia informou que vai divulgar nesta semana a lista das entidades beneficiadas com conexões de água.

Na semana passada, o governo Alckmin revogou um decreto semelhante, de julho de 2014, que havia decretado sigilo de 25 anos sobre 175 documentos de transportes metropolitanos após a divulgação do fato provocar polêmica.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A economia de água feita pela população ficou estável em setembro, aponta balanço da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). O volume poupado pelos cerca de 20 milhões de clientes da região metropolitana no último mês do período seco foi de 6,3 mil litros por segundo, índice igual ao de agosto, mas ainda inferior ao de julho (6,5 mil l/s), que foi recorde desde a criação do programa de descontos na conta, em fevereiro de 2014.

Segundo os dados da companhia, o número de clientes que reduziram o consumo de água em setembro em relação à média anterior à crise hídrica (fevereiro de 2013 a janeiro de 2014) chegou a 81%, uma ligeira alta em relação a agosto (80%). Em julho, a adesão havia atingido 83% dos consumidores. Ao todo, 70% dos clientes receberam descontos na fatura, que vão de 10% a 30%.

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Já a parcela de clientes que aumentaram o consumo, mesmo diante da crise, caiu de 20%, em agosto, para 19% em setembro. Apesar disso, a fatia de consumidores penalizados com a sobretaxa de até 50% do valor total da conta ficou estável em 12%. Em agosto, a Sabesp arrecadou R$ 45,9 milhões com a medida. Os outros 7% não recebem multa porque consomem menos de 10 mil litros por mês.

Na prática, 16,3 bilhões de litros deixaram de sair dos reservatórios por causa da economia considerada "espontânea" pela população. O volume representa 1,6% da capacidade normal do Sistema Cantareira, ou quase todo o estoque possível do Sistema Alto Cotia (16,5 bilhões de litros), e seria suficiente para abastecer quase dois milhões de pessoas por mês, segundo a Sabesp, o equivalente às populações de Campinas, Sorocaba e Santos juntas.

O volume economizado no mês passado é 75% superior ao registrado em setembro de 2014, quando 25% gastaram mais água e a economia chegou a apenas 3,6 mil l/s. À época, a multa da água ainda não havia entrado em vigor, por determinação do governador Geraldo Alckmin (PSDB). Segundo a Sabesp, a economia feita pela população "é fundamental para a manutenção do abastecimento de água" na Grande São Paulo.

O índice de economia ficou estável mesmo com o calor mais intenso na capital. Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a temperatura máxima média de setembro foi de 26,7º C, ante 26,1º C registrados em agosto, que já havia sido o mais quente em 10 anos. De acordo com o monitoramento, setembro registrou 13 dias com temperaturas acima de 30ºC, o que favorece o aumento do consumo de água.

A vantagem é que junto com o calor também vieram as chuvas. Só no Cantareira, a pluviometria ficou quase 80% acima da média histórica, o que contribuiu para que o principal manancial iniciasse outubro com um estoque de água maior do que há um ano, fato que não ocorria desde 2010.

Alto Tietê

Já no Sistema Alto Tietê, o segundo maior que atende a Grande São Paulo, as chuvas mais volumosas em 32 anos fizeram com que a entrada de água nas represas que formam o manancial em setembro ficasse acima da média pela primeira vez desde novembro de 2013. Foram 15,6 mil l/s registrados, ante 13,3 mil previstos. Há um ano, o índice foi de 12,6 mil l/s. "O resultado é que, mesmo em um mês seco, o Alto Tietê viu seu nível subir de 13,7% para 15%", afirma a Sabesp.

Com o início da temporada chuvosa, que vai até março, e a transposição de 4 mil l/s da Billings, entregue na semana passada, a Sabesp espera recuperar o Alto Tietê para poder usá-lo para socorrer bairros que ainda são atendidos pelo Cantareira.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

No agosto mais seco da história dos Sistemas Cantareira e Alto Tietê, responsáveis por metade do estoque hídrico da Grande São Paulo, a economia de água caiu na região. Balanço divulgado nesta sexta-feira, 11, pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) mostra uma queda no volume poupado pela população de 6,5 mil litros por segundo em julho para 6,3 mil l/s no mês passado.

O resultado é reflexo da queda na adesão dos consumidores ao programa de bônus da Sabesp, que dá desconto de até 30% para quem reduz o gasto com água. De acordo com os dados, 20% dos clientes aumentaram o consumo em agosto em relação à média mensal antes da crise hídrica, calculada entre fevereiro de 2013 a janeiro de 2014. Em julho, o índice era de 17% dos consumidores. Ou seja, a adesão ao bônus caiu de 83% para 80% em um mês.

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Desde janeiro deste ano, quem eleva o consumo de água está sujeito a uma multa de até 50% na conta. Em julho, quando cerca de 10% dos clientes foram multados (o restante ficou isento por consumir menos de 10 mil litros por mês ou por pagar tarifa social), a Sabesp arrecadou R$ 51,4 milhões com a medida. Os dados de agosto ainda não foram divulgados pela companhia.

No mês passado, o jornal O Estado de S. Paulo já havia noticiado que muitos consumidores da Grande São Paulo haviam relaxado na economia de água. Levantamento feito pela administradora de condomínios Lello, com 1,7 mil empreendimentos, constatou uma queda na adesão do programa de bônus de 82% em março para 76% em julho.

Além de chuvas abaixo da média, a Sabesp destaca que agosto passado foi o mais seco dos últimos dez anos, segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o que contribui no aumento do consumo.

Seca

A queda na economia ocorre em um momento crítico da crise hídrica. O Sistema Cantareira, o maior manancial que atende a região e que ainda abastece cerca de 5,2 milhões pessoas só na Grande São Paulo, teve o agosto mais seco da história e a segunda entrada de água mais baixa em 85 anos - à frente apenas de outubro de 2014, Já o Sistema Alto Tietê, que atende a 4,5 milhões de pessoas, recebeu no mês passado o menor volume de água desde 1930.

Para a companhia, apesar da queda, a economia de 6,3 mil l/s "é fundamental para a manutenção do abastecimento de água na região metropolitana de São Paulo, que desde o início da crise hídrica teve a sua produção de água reduzida em 27%", de 71,4 mil l/s em fevereiro de 2014 para 52,2 mil l/s em agosto.

"A redução de 19,3 m³/s é tão significativa que corresponde ao abastecimento de água do município do Rio de Janeiro", afirma a Sabesp.

Conforme a reportagem mostrou em agosto, com dados referentes ao mês de julho, 66% dessa economia resultam das ações de racionamento de água feitas pela Sabesp, como a redução da pressão e o fechamento manual da rede, que provocam longos cortes no abastecimento, e a diminuição do volume de água vendido no atacado para empresas municipais de saneamento, como Guarulhos e Mauá. Hoje, nas atuais condições, cada 1 mil l/s são suficientes para abastecer cerca de 400 mil pessoas.

A Justiça do Trabalho condenou à Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) por fraude na terceirização de serviços considerados essenciais, como troca de hidrômetros, medição de consumo, emissão de contas, atendimento ao cliente, e ligação e manutenção das redes de água e esgoto. A denúncia foi feita em uma ação civil pública movida pelo Ministério Público do Trabalho, que classificou como ilícitas as contratações de trabalhadores feitas de forma direta sem concurso público. Em nota, a Sabesp informou que "adotará as medidas cabíveis contra a referida decisão".

Na sentença, a juíza Talita Massucci Toledo Foresti, do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região, reconhece o "caráter fraudulento das terceirizações" feitas pela Sabesp e determina que a companhia se abstenha de celebrar novos contratos de prestação de serviços das suas atividades-fim essenciais e realize, em no máximo 200 dias, concurso público para a substituição gradual de 25% "dos empregados irregularmente contratados por meio de terceirizadas". Somente no último ano, a Sabesp demitiu 652 funcionários, conforme divulgou em balanço. Atualmente, são 14.147 trabalhadores próprios.

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"As condutas reclamadas ferem a condição de trabalhador, de administrado e de jurisdicionado, em evidente retrocesso social, bem como afrontam o ordenamento jurídico brasileiro que quer ver construída uma sociedade livre, justa e solidária, e, ao mesmo tempo garantir o desenvolvimento social e a redução das desigualdades e da pobreza", afirma a magistrada, que condenou a Sabesp a pagar R$ 250 mil por danos morais coletivos. Além disso, o eventual descumprimento da decisão ensejará multa diária de R$ 2 mil por cada trabalhador contratado irregularmente e de R$ 5 mil por cada dia de atraso na realização do concurso público. Os valores serão revertidos ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).

"No presente caso, a conduta da requerida causou e causa lesão aos interesses difusos de toda a coletividade de trabalhadores, e também da comunidade que se vê vulnerável e privada do devido concurso público, ensejando a reparação pelos danos extrapatrimoniais coletivos nos termos da norma constitucional apontada. No presente caso, a imposição de vínculos frágeis e sem qualquer segurança jurídica, como os decorrentes de terceirização ilícita, vulneram a condição de empregados públicos, a regra da impessoalidade e da moralidade a que se vincula a administração pública, neste caso, sociedade de economia mista", afirma a juíza.

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