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O general do Exército Santos Cruz, que ocupava até este mês de junho do cargo de ministro da Secretaria de Governo, falou ao jornal O Globo nesta quinta-feira (20) sobre o andamento do governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL).

“Tem de aproveitar essa oportunidade para tirar a fumaça da frente para o público enxergar as coisas boas, e não uma fofocagem desgraçada. Se você fizer uma análise das bobagens que se têm vivido, é um negócio impressionante. É um show de besteiras. Isso tira o foco daquilo que é importante”, disparou o general sobre o governo.

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A saída foi definida de Santos Cruz do governo aconteceu no último dia 13 de junho. Uma das principais motivações foram os ataques do vereador Carlos Bolsonaro (PSC) e do escritor Olavo de Carvalho. Santos Cruz foi o primeiro ministro militar a sair do governo.

“Tem muita besteira. Tem muita coisa importante que acaba não aparecendo porque todo dia tem uma bobagem ou outra para distrair a população, tirando a atenção das coisas importantes. Tem de parar de criar coisas artificiais que tiram o foco. Todo mundo tem de tomar consciência de que é preciso parar com bobagem”, finalizou Santos Cruz.

O futuro ministro da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos, disse que pretende buscar proximidade com o Congresso Nacional e ressaltou sua trajetória como assessor parlamentar do Exército. 

"O que eu aprendi trabalhando três anos e meio como assessor parlamentar, é que é mais fácil ser um construtor de pontes do que uma pessoa que evita o relacionamento. As ideias são diferentes, mas nós temos que ter a capacidade de, por meio do diálogo, da conversa, buscar soluções conjuntas para os problemas do Brasil", disse em vídeo divulgado nessa terça-feira (18) pelo Palácio do Planalto.

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Na gravação, Ramos, que é general da ativa do Exército e estava à frente do Comando Militar do Sudeste, falou sobre a relação com a imprensa. "Ela tem que ser baseada em critérios de confiança, verdade e não nas chamadas fake news".

Em relação ao presidente Jair Bolsonaro, o futuro ministro agradeceu a confiança, ressaltou a amizade de 46 anos entre ambos e destacou que agora "tem a parte profissional". Já o presidente, em rápida conversa com jornalistas hoje à tarde, voltou a ressaltar a capacidade de articulação política do novo ministro. 

"Ele é uma pessoa que tem uma vivência anterior, foi assessor parlamentar por dois anos, conhecido por muitos da imprensa, então, a parte política vai ajudar bastante com a chegada do general Ramos", disse.

Ramos vai substituir o também general do Exército Carlos Alberto dos Santos Cruz, demitido na semana passada por Bolsonaro. O presidente evitou falar em novas mexidas na equipe ministerial, mas ressaltou que está "sempre monitorando" e se tiver que fazer mudanças, elas serão feitas.  

Reestruturação

A Secretaria de Governo sob Ramos deverá perder parte da atual estrutura. Segundo o próprio presidente Bolsonaro, o Programa de Parcerias e Investimentos (PPI) deverá migrar para a Casa Civil, comandada por Onyx Lorenzoni, mas a Secretaria Especial de Comunicação da Presidência da República (Secom) permanecerá na Segov.

"O PPI deve ir ali pro Onyx. Não vamos ter problemas com essa nova configuração, todos cada vez mais se conscientizam de um objetivo comum, que é o bem-estar da população brasileira. A Secom deve ficar lá [na Segov] mesmo. Pouquíssimas mudanças serão feitas no tocante a isso aí", disse Bolsonaro a jornalistas logo após sancionar a Lei de Combate a Fraudes na Previdência. 

Assista aqui à entrevista do general Luiz Eduardo Ramos, divulgada pelo Palácio do Planalto:

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Gustavo Bebianno, Ricardo Vélez, Santos Cruz, Franklimberg Ribeiro, Juarez da Paula Cunha e Joaquim Levy: em cinco meses e meio de governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL), já são seis nomes grandes que deixaram ou foram demitidos de suas funções.

Entre chefes de ministérios, empresas públicas e órgãos ligados à administração federal, as seis saídas mexeram com o andamento do governo e, de alguma forma, parecem abalar a estrutura da gestão presidencial. A cadeira que ficou mais recentemente vazia foi a do ex-presidente do BNDES, Joaquim Levy.

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No último sábado (15) Bolsonaro havia concedido uma entrevista em que ameaçou demitir Levy pelo fato dele dizer que tinha a intenção de nomear um executivo que trabalhou na gestão petista. Entretanto, em seguida, Levy se adiantou e pediu demissão. O engenheiro e economista Gustavo Henrique Moreira Montezano foi escolhido pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, para presidir o Banco.

“Essa troca de cadeiras mostra uma certa instabilidade do governo diante de sua administração. A saída de Levy aconteceu em meio a polêmicas que o presidente, às vezes sem querer, coloca na grande mídia. Possivelmente se ele não tivesse ameaçado demitir Levy durante entrevista coletiva, os encaminhamentos tivessem sido mais discretos”, explica a cientista política Larissa Leonel.

Pouco antes da saída de Levy, Bolsonaro havia anunciado a demissão do então presidente dos Correios, Juarez da Paula Cunha. A justificativa do presidente é que Cunha “foi ao Congresso e agiu como sindicalista” ao criticar a eventual privatização da estatal e tirar fotos com parlamentares do PT e do  PSOL. A demissão ocorreu durante um café com jornalistas, na última sexta-feira (14).

Com bastante interferência dos filhos do presidente, a cadeira vazia deixada pelo ex-ministro da Secretaria de Governo, Santos Cruz, foi motivada por ataques do vereador Carlos Bolsonaro (PSC) e do escritor Olavo de Carvalho. Santos Cruz foi o primeiro ministro militar a sair do governo e ele foi intensamente criticado pela rede bolsonarista.

Santos Cruz deixou o governo na última quinta-feira (13) antecedendo a sequência de saídas formada por Juarez da Paula e Joaquim Levy. O substituto dele é outro militar, o general Luiz Eduardo Ramos Baptista. Bolsonaro informou, ainda, que convidou Santos Cruz para ocupar a vaga da Presidência dos Correios. Mas a proposta não foi para frente até então.

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“O governo precisa trabalhar mais em cima de estabilidade para que sua confiança diante da população possa evoluir. São quase seis meses de governo e muitas polêmicas, mas muitas delas poderiam ser diminuídas ou até evitadas. A falta da imagem amistosa de Bolsonaro atrapalha até o convencimento de que o governo vai retomar um trabalho próspero. Não basta apenas anunciar investimentos ou ações Brasil afora, a população quer ver uma equipe que não esteja envolvida constantemente em polêmicas negativas”, pontua Larissa Leonel.

Após reassumir a presidência da Fundação Nacional do Índio (Funai) em janeiro, o general do Exército Brasileiro Franklimberg de Freitas deixou o cargo cinco meses depois. No começo do mês de junho, Freitas deixou o comando do órgão. Entre as seis saídas do governo, talvez a do ex-presidente da Funai tenha sido a mais discreta.

Ele passou a ser alvo de pressão de ruralistas liderados pelo secretário de Assuntos Fundiários do Ministério da Agricultura (Mapa), Luiz Antonio Nabhan Garcia. Ao deixar o cargo, Freitas disse que a Funai é alvo de interesses sem relação com a causa indígena.

O colombiano Ricardo Vélez, que ocupava o cargo de ministro da Educação, é responsável por uma das saídas mais tumultuosas do governo. O olho do furacão que Vélez se viu envolvido foi quando revelou-se um e-mail no qual o então ministro pedia para todas as escolas do Brasil lerem o slogan da campanha de Bolsonaro e filmarem as crianças cantando o Hino Nacional.

Porém, antes disso, o colombiano enfrentava uma crise que vinha desde a posse de Bolsonaro, com disputa interna entre grupos adversários no Ministério da Educação, medidas contestadas, recuos e quase 20 exonerações no ministério. A cadeira deixada por Vélez foi ocupada pelo - também polêmico - Abraham Weintraub.

Completando a lista dos seis afastados do governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL), há o nome do ex-secretário Geral da Presidência, Gustavo Bebianno. Ele foi o primeiro membro do governo a ser demitido, em 19 de fevereiro deste ano. Bebianno foi acusado de supostas irregularidades em campanhas eleitorais do PSL, mesmo partido do presidente.

Bebianno foi coordenador da campanha de Bolsonaro em 2018 e presidiu a legenda durante as eleições. Ele era o responsável legal por repasses para candidaturas pouco competitivas em Pernambuco, que ficaram conhecidas como candidaturas laranjas.

A história mais uma vez teve a participação de Carlos Bolsonaro, que na época chamou Bebianno de mentiroso e inflamou toda a situação. Jair Bolsonaro reafirmou a afirmação do filho e, no fim das contas, decidiu pela demissão do ex-secretário Geral da Presidência. A vaga foi ocupada pelo general da reserva Floriano Peixoto Neto.

“O caso de Bebianno precedeu uma série de outras polêmicas, mas o dele pareceu ser mais grave para o governo porque o presidente não tinha ainda nem dois meses de atuação à frente do Planalto. Como os fatos já mostraram, a forte interferência dos filhos de Bolsonaro no governo é uma característica nociva ao trabalho que o presidente tenta desenvolver. A partir de agora, mesmo que seja difícil, o Governo Federal deve tentar manter uma estabilidade para recuperar uma certa hegemonia que está em falta diante da grande mídia e diante dos brasileiros”, acrescenta a cientista política Larissa Leonel.

A demissão do ministro-chefe da Secretaria de Governo, Carlos Alberto do Santos Cruz, causou apreensão entre deputados e senadores, pegos de surpresa com o anúncio de sua saída na tarde desta quinta-feira, 13. O general havia participado na parte da manhã de uma amistosa audiência no Senado para falar de seus atos.

Desde que assumiu, porém, Santos Cruz era visto com ressalvas por parlamentares, que reclamavam da presença no cargo de um militar pouco afeito ao diálogo e à articulação política. Uma crítica constante era a dificuldade de conseguir a liberação de emendas parlamentares, sob responsabilidade do general.

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"Se ele cuidava da articulação política do governo, é salutar a substituição", provocou o líder do PSL no Senado, Major Olímpio (SP). "Eu só o vi no dia da posse do presidente. Não sei qual era o papel dele."

Apesar das reclamações, as circunstâncias que levaram à saída de Santos Cruz foi o que mais preocupou parte do Congresso. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), sinalizou a aliados que a demissão demonstra um fortalecimento da ala conhecida como "ideológica" da administração Bolsonaro, classificada por ele como mais radical e mais reativa ao Legislativo.

Deputados ouvidos pela reportagem atribuíram a demissão a Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), filho do presidente, que vinha fazendo críticas à condução da área de comunicação do governo, subordinada à Secretaria de Governo. A avaliação é de que os ideólogos podem até não nomear ninguém, mas deixaram claro ter força para derrubar ministros. Além de Santos Cruz, Gustavo Bebianno foi outro a cair após trombar com Carlos.

A interlocutores, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), também demonstrou preocupação com os rumos da articulação política do governo, embora admita não conhecer o novo ministro, o general Luiz Eduardo Ramos Baptista Pereira. Alcolumbre elogiou o trabalho de Santos Cruz. "O Santos Cruz é muito bom, dedicado, estava ajudando muito. Mas quem tem o poder de nomear tem o poder de exonerar. É assim que funciona."

O líder do bloco que reúne PL, DEM e PSC no Senado, Wellington Fagundes (PL-MT) avaliou a saída de Santos Cruz como mais um complicador na articulação política. "Vemos um governo que tem colocado à frente sempre a questão ideológica, e isso é sempre um 'dificultador' nas relações", afirmou.

A oposição também criticou. "A demissão de Santos Cruz confirma que sempre que há uma queda de braço no governo, Bolsonaro escolhe seus filhos e o ideólogo Olavo de Carvalho. São cinco meses de confusões, brigas e agressões", disse Alessandro Molon (PSB-RJ).

Sem briga

O ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, afirmou nesta quinta que a demissão de Santos Cruz foi resultado de "um conjunto de coisas que acontecem". De acordo com ele, não houve desentendimento entre o presidente e o general. "Não teve briga, não teve nada. Continua amor, são amigos de 40 anos, continuam a ser amigos", afirmou Heleno.

"O presidente, ele próprio, está usando uma metáfora bastante apropriada para a situação: é um casamento, de muito longa duração, mas chegaram à conclusão de que não era a hora de ele continuar. Porque o casamento precisava ser interrompido", afirmou Heleno. O ministro nega que as polêmicas com Carlos e o escritor Olavo de Carvalho tenham derrubado seu colega. "É tudo especulação, não tem nada a ver". "Isso aí não é nada que tenha sido determinante para isso aí."

Clima

As rusgas constantes de Santos Cruz com auxiliares presidenciais e outros ministros de Estado pesaram na decisão de afastá-lo da Secretaria de Governo, segundo integrantes da administração de Jair Bolsonaro.

O temperamento do general contribuiu para que ele entrasse em atrito com representantes da equipe econômica e da ala ideológica ou anti-establishment, como o grupo se classifica. Houve disputas em torno, por exemplo, de temas do no Ministério da Educação, de cargos na Apex, e de verbas para a campanha publicitária da reforma da Previdência.

No Planalto, Santos Cruz era visto por parte dos auxiliares como de difícil trato e não fazia questão de amainar os ânimos após brigas, segundo relatos reunidos pelo Estado.

Um episódio é contado no Palácio do Planalto para ilustrar o comportamento de Santos Cruz. Na primeira reunião com o novo diretor da Secretaria de Comunicação (Secom), Fabio Wajngarten, na presença de toda a equipe, o ministro teria afirmado que preferia o antecessor, Floriano Amorim, que havia sido demitido pelo presidente Jair Bolsonaro. O clima pesou e Wajngarten nunca mais perdoou o ministro pela "recepção calorosa". Enquanto esteve no cargo, Santos Cruz quase sempre desautorizava o colega. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Nesta sexta-feira (14), o cientista político, Adriano Oliveira, fala em seu podcast sobre a aprovação do relatório da reforma da previdência, que, segundo ele, através de artigos, já havia questionado que ela correria riscos, em virtude das mudanças do benefício de prestação continuada e também por conta da capitalização. Qualquer mudança no benefício iria gerar forte oposição. 

Outro destaque abordado por Adriano Oliveira é a demissão de Santos Cruz. Responsável pela comunicação do Governo e também da articulação política, o General teria sido demitido por questões relacionadas a Carlos Bolsonaro, filho do Presidente Jair Bolsonaro. O cientista político se diz surpreso pelo fato dos generais não estarem reagindo a esta demissão. 

Por fim, Adriano Oliveira destaca que ficará no aguardo das novidades do intercept.

O programa Descomplicando a Política é exibido na fanpage do Leia Já, em vídeo, toda terça-feira, a partir das 19h. Além disso, também é apresentado em duas edições no formato de podcast, as segundas e sextas-feiras.

Confira mais uma análise a seguir:

O decreto com a exoneração do ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência da República, Carlos Alberto dos Santos Cruz está publicada no Diário Oficial da União desta sexta-feira (14).

No mesmo decreto, assinado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, também está a nomeação de Luiz Eduardo Ramos Baptista Pereira para a vaga do ex-ministro Santos Cruz.

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A saída do ministro Santos Cruz foi definida no fim da manhã dessa quinta-feira (13), em reunião dele com o presidente Jair Bolsonaro, no Palácio do Planalto, e confirmada pelo Palácio do Planalto, que anunciou também o seu substituto, o general de Exército Luiz Eduardo Ramos Baptista Pereira.

Em nota, o porta-voz do governo, Otávio Rêgo Barros, agradeceu o trabalho de Santos Cruz. "O senhor presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, informa que o ministro-chefe da Secretaria de Governo, general de Divisão Carlos Alberto dos Santos Cruz, será substituído pelo general de Exército Luiz Eduardo Ramos Baptista Pereira. O presidente da República deixa claro que essa ação não afeta a amizade, a admiração e o respeito mútuo, e agradece o trabalho executado pelo general Santos Cruz à frente da Secretaria de Governo", afirmou.

Santos Cruz é o terceiro ministro a deixar o governo, após as demissões de Gustavo Bebianno (Secretaria Geral) e Ricardo Vélez Rodríguez (Educação). O novo ministro é o atual comandante militar do Sudeste. Ramos também atuou como comandante da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti e foi vice-chefe do Estado-Maior do Exército.

Em carta distribuída à imprensa, o ex-ministro Santos Cruz disse que deixou o cargo por decisão do presidente da República e agradeceu servidores da pasta, parlamentares, governadores, prefeitos e meios de comunicação, além do próprio Bolsonaro e familiares. Ele também mencionou autoridades do Judiciário e organizações da sociedade civil. A Secretaria de Governo na gestão Bolsonaro tem atribuição de liderar as relações institucionais e federativas do Poder Executivo federal.

Em carta divulgada à imprensa após ter sido confirmada sua demissão da Secretaria de Governo, o agora ex-ministro Carlos Alberto dos Santos Cruz expressou sua "admiração e agradecimento" aos servidores de sua antiga pasta, aos presidentes da Câmara e do Senado e, por fim, ao presidente Jair Bolsonaro, que o demitiu nesta quinta-feira, 13.

Na carta, Santos Cruz agradeceu a "dedicação, capacidade e amizade com que trabalharam" os servidores da Secretaria de Governo, citou o "relacionamento profissional respeitoso" com deputados e senadores, destacou o "profissionalismo" da imprensa e a "cortesia" dos integrantes do Poder Judiciário, Ministério Público e do Tribunal de Contas da União.

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Ao citar o presidente, que o demitiu hoje, foi breve: "ao Presidente Bolsonaro e seus familiares, desejo saúde, felicidade e sucesso". Santos Cruz foi alvo recentemente de críticas do vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), filho do presidente, sobre os rumos da comunicação no Palácio do Planalto. Também se envolveu em polêmicas com o escritor Olavo de Carvalho, considerado o guru do bolsonarismo.

Leia a íntegra da mensagem do ex-ministro:

"CARTA À IMPRENSA

Na oportunidade em que deixo a função de ministro da Secretaria de Governo (Segov) da Presidência da República, por decisão do Excelentíssimo Presidente Jair Messias Bolsonaro, expresso minha admiração e agradecimento:

- A todos os servidores da Segov, pela dedicação, capacidade e amizade com que trabalharam, desejando que continuem com a mesma exemplar eficiência;

- Aos Excelentíssimos Deputados e Senadores, digníssimos representantes do povo brasileiro, pelo relacionamento profissional respeitoso, desejando sucesso no equacionamento e na solução das necessidades e anseios de todos os brasileiros, com especial destaque para o Excelentíssimo Senador Davi Alcolumbre (presidente do Senado Federal) e Excelentíssimo Deputado Rodrigo Maia (presidente da Câmara dos Deputados);

- Aos Governadores e Prefeitos que deram a honra de trazer à Segov suas contribuições;

- À imprensa, de modo geral, pelo profissionalismo que sempre me trataram em todas as oportunidades;

- Às autoridades do Poder Judiciário, Ministério Público e do Tribunal de Contas da União, pela cortesia no relacionamento e nas oportunidades em que tive a honra de travar contato, desejo que sejam sempre iluminados em suas decisões;

- Às diversas instituições e organizações civis, empresas, servidores públicos, embaixadores e todos os cidadãos que travaram contato com o governo por meio da Segov;

- Ao Presidente Bolsonaro e seus familiares, desejo saúde, felicidade e sucesso.

CARLOS ALBERTO DOS SANTOS CRUZ"

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), afirmou que o general Carlos Alberto dos Santos Cruz, demitido do cargo de ministro-chefe da Secretaria de Governo, era um bom ministro e estava "ajudando" o governo. "O Santos Cruz é muito bom, dedicado, estava ajudando muito, mas quem tem o poder de nomear tem o poder de exonerar. É assim que funciona", comentou.

Alcolumbre relatou não conhecer o novo ministro indicado para o cargo, Eduardo Ramos Baptista Pereira. Em conversa reservada, de acordo com interlocutores, o presidente do Senado havia manifestado preocupação com os rumos da articulação política do governo após a informação da saída de Santos Cruz.

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Comando Militar

O Comando Militar do Sudeste emitiu uma nota para informar que o comandante do órgão, general Luiz Eduardo Ramos Baptista Pereira, recebeu a indicação do presidente Jair Bolsonaro para a Secretaria de Governo por meio do comandante do Exército, general Edson Leal Pujol, e que mantém o compromisso de "cumprir as missões" impostas.

"O general Ramos mantém o seu compromisso de soldado em cumprir as missões que lhes são impostas pelo Comandante do Exército", diz a nota. A manifestação detalha que Bolsonaro propôs a indicação ao ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, que por sua vez transmitiu a informação ao comandante do Exército.

A notícia da demissão do ministro-chefe da Secretaria de Governo, Carlos Alberto do Santos Cruz, surpreendeu senadores no fim da tarde desta quinta-feira, 13. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), manifestou preocupação com uma piora na relação entre o governo e o Congresso, de acordo com interlocutores que estavam reunidos no momento da informação.

Santos Cruz esteve de manhã no Senado para uma audiência na Comissão de Transparência, de onde saiu para uma conversa com Bolsonaro. O senador Chico Rodrigues (DEM-RR), inclusive, havia agendado uma reunião com o chefe da Secretaria de Governo para esta sexta-feira, 14, no Palácio do Planalto. "Se for verdade, é uma lástima. Havia um bom relacionamento do Congresso com ele", comentou Rodrigues.

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O líder do bloco que reúne PL, DEM e PSC no Senado, Wellington Fagundes (PL-MT) avaliou a saída de Santos Cruz como mais um complicador na articulação política do Planalto. "É uma pessoa de estabilidade", afirmou, em referência ao ministro. "Temos uma instabilidade e uma imprevisibilidade com o que vai acontecer até a semana que vem, isso vai respingar para o governo? São perguntas que todos querem saber", declarou. "Vemos um governo que tem colocado à frente sempre a questão ideológica, e isso é sempre um 'dificultador' nas relações."

Escolhido como ministro-chefe da Secretaria de Governo, o comandante militar do Sudeste, Luiz Eduardo Ramos Baptista Pereira, está no interior de São Paulo para inspeção em uma operação militar, de acordo com informações da assessoria de imprensa do órgão que Ramos chefia atualmente.

Atualmente não há informação de quando ele viajará a Brasília ou em que momento se reunirá com o presidente Jair Bolsonaro.

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O ministro Carlos Alberto dos Santos Cruz, que é general do Exército, deixará o comando da Secretaria de Governo. A saída foi definida no final da manhã de hoje (13), em reunião de Santos Cruz com Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto, pouco antes do presidente embarcar para Belém, onde cumpre agenda de inauguração de casas populares.

Santos Cruz é o terceiro ministro a deixar a gestão Bolsonaro, após as demissões de Gustavo Bebianno (Secretaria Geral) e Ricardo Vélez Rodríguez (Educação). O porta-voz do Palácio do Planalto, Otávio Rêgo Barros, informou que o substituto de Santos Cruz será o general de Exército Luiz Eduardo Ramos Basptista Pereira, atual comandante militar do Sudeste. Ramos também atuou como comandante da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti e foi vice-chefe do Estado-Maior do Exército.

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O ministro-chefe da Secretaria de Governo, Carlos Alberto dos Santos Cruz, afirmou na manhã desta quinta-feira, 13, que a relação do Planalto com o Congresso está caminhando na normalidade e aponta para uma expectativa positiva de aprovação da reforma da Previdência. Ao citar a aprovação do crédito suplementar e as perspectivas para a mudança no sistema de aposentadorias, o ministro disse não se "assombrar" com as dinâmicas entre os Poderes.

"O Brasil está andando e um pouco de fumaça não pode (nos) deixar de enxergar as coisas boas que estão acontecendo. As dinâmicas do Congresso, do Senado e da Câmara, e do governo são assim mesmo. Não me assombram, não me assustam, estão dentro da normalidade e caminhando para uma expectativa muito boa", declarou o ministro durante audiência na Comissão de Transparência do Senado.

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No dia em que o relator da reforma da Previdência na Câmara, Samuel Moreira (PSDB-SP), apresentou o relatório da proposta na Comissão Especial da Casa, reduzindo a projeção de ajuste fiscal para cerca de R$ 915 bilhões em 10 anos, Santos Cruz manifestou otimismo na aprovação das mudanças, declarando que "tudo vai dar certo" no texto apresentado pelo presidente Jair Bolsonaro. A reforma, pontuou, "está recebendo o trato normal na Câmara".

Moro

Santos Cruz não citou o caso envolvendo a suposta troca de mensagens entre o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e procuradores da Lava Jato durante a Operação. Ao citar as manifestações realizadas no País após os bloqueios orçamentos nas universidades federais, o ministro da Secretaria de Governo mostrou seu celular e afirmou que as reações ocorrem por conta da tecnologia. "Com isso (celular), faço convocações, transmito ideias corretas ou não", declarou.

Vídeo

A audiência foi marcada para o ministro esclarecer um vídeo divulgado pelo Palácio do Planalto no dia 31 de março em defesa do golpe militar. O ministro repetiu que o material foi distribuído após um funcionário da Secretaria de Comunicação avaliar que se tratava de um material sobre a reforma da Previdência.

Fundo Amazônia

O ministro-chefe da Secretaria de Governo declarou que as discussões sobre mudanças no Fundo Amazônia estão sendo feitas para aumentar a efetividade dos projetos e não para criar danos ambientais. Ele afirmou que o Brasil está na metade de uma rodada de negociação com Noruega e Alemanha, países que financiam o fundo, sobre alterações apresentadas.

"Estamos no meio do caminho (da negociação), mas o objetivo é a efetividade da coisa, é a transparência e o resultado para nosso pessoal da área amazônia", declarou Santos Cruz.

Ele afirmou que o governo quer priorizar projetos que tragam resultados efetivos para a região e as comunidades. Como atividades fora do interesse do governo, Santos Cruz citou projetos que destinariam 70% do orçamento para o pagamento de pessoal.

Conforme o jornal O Estado de S. Paulo revelou em maio, o governo trabalha na edição de um novo decreto para alterar as normas do fundo e permitir que seus recursos, que hoje chegam a R$ 3,4 bilhões, possam ser usados, por exemplo, para pagar indenizações a donos de propriedades privadas que vivam em áreas de unidades de conservação.

Governo Bolsonaro

O ministro definiu os cinco meses de governo Jair Bolsonaro como um período de "acomodação" de forças políticas e econômicas. "A gente vê cinco meses de governo, quanta fumaceira, quanta coisa pequena, quanta coisa que aconteceu que a gente até acha que não é importante, mas foi de acomodação. A gente vê o Congresso trabalhando e o governo está atingindo seus objetivos", declarou o ministro durante audiência na Comissão de Transparência do Senado.

Ele manifestou expectativa na aprovação da reforma da Previdência e afirmou que ainda será feita uma reforma tributária.

Os governadores do Nordeste presentes nesta quinta-feira (9) à reunião com o presidente Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto fizeram uma espécie de desagravo ao general Santos Cruz, ministro da Secretaria de Governo, que virou alvo de ataques do escritor Olavo de Carvalho, um dos inspiradores do presidente.

Um dos governadores relatou que Olavo não foi citado, mas os elogios em série ao general serviram como um contraponto ao pensador de direita. Ele disse que apesar de "durão", Santos Cruz é uma "cara legal".

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"Todos os governadores elogiaram o Santos Cruz, fazendo um contraponto claro ao Olavo. Todo mundo elogiou, porque todo mundo na política está contra o Olavo", relatou sob anonimato um governador.

Apesar dos elogios, no entender dos governadores, falta traquejo político à maioria dos ministros de Bolsonaro, inclusive aqueles sobre os quais recai a tarefa de articulação política - o próprio Santos Cruz e Onyx Lorenzoni (Casa Civil) - que não conseguem agregar apoios.

O aval para a recriação do Ministério das Cidades, por exemplo, é visto como um sinal positivo para aumentar as condições de aprovar a reforma da previdência, pauta do encontro, mas não resolverá os gargalos na articulação. O ato poderá criar expectativas de que outras pastas retornem à Esplanada para agraciar partidos. Bolsonaro confirmou depois da reunião que o ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, será deslocado para o Ministério da Integração Nacional, o que bloqueia uma possível indicação política de senadores para o cargo.

Um governador de oposição diz que é essencial organizar uma coalizão partidária no governo e que o presidente deve agir pessoalmente para reduzir a tensão no Congresso Nacional.

O encontro com governadores constava inicialmente apenas na agenda de Santos Cruz. A reunião com o presidente foi organizada por Belivaldo Chagas (PSD), governador de Sergipe.

A Secretaria de Governo desautorizou ontem uma ordem da Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) para que todo o material de propaganda da administração pública, incluindo o das estatais, passasse por análise prévia da pasta. A ordem da Secom veio um dia depois de o presidente Jair Bolsonaro mandar suspender publicidade do Banco do Brasil.

Horas depois, o general Carlos Alberto dos Santos Cruz, ministro da Secretaria de Governo - à qual a Secom está subordinada -, emitiu nota dizendo que a medida fere a Lei das Estatais, "pois não cabe à administração direta intervir no conteúdo da publicidade estritamente mercadológica das empresas estatais".

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O caso expõe o confronto entre o novo chefe da Secom, Fábio Wajngarten, e Santos Cruz. O empresário, que assumiu a secretaria há duas semanas, é próximo do vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente, e sua nomeação foi comemorada nas redes sociais pelo escritor Olavo de Carvalho, guru do bolsonarismo.

A determinação para o controle dos comerciais foi dada por e-mail do secretário de Publicidade e Promoção da Secom, Glen Lopes Valente. O jornal O Estado de S. Paulo apurou que a justificativa para o cancelamento da ordem foi a de que um e-mail não pode se sobrepor a uma instrução normativa.

A Instrução Normativa n.º 2, de 2018, que regula campanhas publicitárias, determina que sejam encaminhadas para análise prévia do Planalto apenas peças institucionais. Isso significa que as estatais têm autonomia para escolher material que promovam seus produtos ou serviços. Hoje há apenas a recomendação de se informar ao Planalto quais são as mídias usadas para veicular as campanhas e, eventualmente, é comunicado o conteúdo da peça.

Ex-secretário especial de Comunicação no governo Michel Temer, Márcio de Freitas afirmou que a praxe nas campanhas de caráter mercadológico era fazer apenas uma análise do custo, mas não de seu conteúdo.

Justiça

Funcionários das estatais ouvidos pelo reportagem avaliaram que a exigência de análise prévia poderia parar na Justiça. Também disseram que a interferência traria o risco de afetar a atividade das empresas. No e-mail encaminhado às estatais, a Secom afirma que a recomendação quer "maximizar o alinhamento de toda ação de publicidade" do Executivo. A Secom informa ainda que uma nova regulamentação será feita.

A determinação do governo para controlar as peças de propaganda ocorreu um dia depois de vir à tona decisão de suspender uma campanha do BB para o público jovem. A peça, que divulgava serviço de abertura de conta corrente no celular, foi retirada do ar dia 14 a pedido do próprio Bolsonaro. O episódio levou ainda à saída do diretor de Comunicação e Marketing do banco, Delano Valentim, que está de férias.

Estrelado por atores negros e brancos, numa representação da diversidade racial e sexual do País, a peça foi encomendada pelo presidente do BB, Rubem Novaes. Oficialmente, não foi apresentado um motivo para a retirada da propaganda. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em entrevista ao portal do Palácio do Planalto, o ministro da Secretaria de Governo, general Santos Cruz, disse que é preciso "divulgar tudo o máximo que puder" e "estar aberto para a imprensa". O discurso contraria o que tem sido dito pelo presidente Jair Bolsonaro, que constantemente acusa setores da mídia de inventarem mentiras.

"A maneira mais eficaz de se combater a corrupção, além das medidas de gestão, além do uso da tecnologia no controle dos gastos públicos, é a divulgação, é a publicidade. Tem que divulgar tudo o máximo que puder. Tem que estar aberto para a imprensa, tem que fornecer todos os dados possíveis. Tem que saber quanto é, o que que estão fazendo, qual é o prazo da obra, para onde que foi o dinheiro. Isso aí tem que ser absolutamente aberto e a gente conta com a imprensa para que ela faça essa divulgação", declarou Santos Cruz.

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O ministro afirmou, ainda, que não tem medo da exposição. "A principal mensagem de trabalho é a seriedade. E o norte é exatamente a confiança do povo no trabalho governamental. Para isso, nós vamos estar completamente expostos. Eu não tenho medo dessa exposição, todo mundo aqui vai estar exposto a todas as avaliações e informações que devem ser divulgadas."

Ao falar sobre o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), uma de suas atribuições na pasta, Santos Cruz disse que o programa também depende de transparência. "Tem que ser completamente transparente e limpo o processo. Não pode haver a mínima desconfiança de qualquer coisa errada, de qualquer irregularidade. Senão, você perde a credibilidade. E isso aí é baseado em credibilidade. A pessoa só vai investir o dinheiro dela em um programa, em um projeto, que ela acredita que é absolutamente limpo."

O futuro ministro da Secretaria de Governo, general Carlos Alberto Santos Cruz, comentou, nesta sexta-feira (14), que a decisão de prender o ex-ativista italiano Cesare Battisti não é um caso político. A determinação, tomada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux, é um passo para a extradição do italiano.

"É o cumprimento de uma decisão policial. Isso aí a extradição é uma decisão pessoal. A minha opinião particular é de que a Justiça tendo decidido, não vejo caso político aí. Vejo o caso de um criminoso que foi julgado e foi considerado criminoso, foi responsável pelos crimes e tem que responder na Justiça. Só isso. Não vejo decisão política. Vejo decisão policial, uma decisão de Justiça, de recolher aquele que foi condenado", afirmou Santos Cruz.

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Para o futuro ministro, é preciso respeitar a justiça italiana. "Eu acho o seguinte: o cidadão é italiano, cometeu crime na Itália, e a Itália é um país que reconhecidamente tem uma Justiça que funciona, condenou, e depois teve todo aquele desdobramento político aqui, houve aquela decisão do STF deixando para uma decisão presidencial. Agora a Justiça se pronunciou de novo e nós temos que seguir a Justiça", declarou.

Cesare Battisti foi condenado na Itália por quatro assassinatos nos anos 1970 e está asilado no Brasil desde 2010.

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