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Disposta a convidar o ministro das Cidades, Mário Negromonte, a se explicar no Senado sobre a fraude que elevou em R$ 700 milhões o valor da implantação de um projeto em Mato Grosso, a senadora Ana Amélia (PP-RS) ouviu dele a informação hoje de que mandou abrir uma sindicância interna para apurar a troca de pareceres pela diretora de Mobilidade Urbana da pasta. O caso foi revelado hoje em reportagem publicada no jornal O Estado de S. Paulo.

Na conversa que teve com o ministro, a senadora disse que ele justificou ter optado por um procedimento interno - e não por uma auditoria da Controladoria Geral da União (CGU) - por entender que esse é o procedimento administrativo adequado para o caso. O ministro não marcou data para conclusão dessa auditoria, mas tentou se defender dizendo - segundo relato da parlamentar - "que não há um tostão do Ministério nesse projeto", cuja responsabilidade caberia ao governo de Mato Grosso.

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Ana Amélia disse que vai aguardar o resultado e, se for o caso, convidará Negromonte para depor na Comissão de Educação, juntamente com Luiza Vianna, servidora da pasta, e o funcionário do Ministério do Planejamento Guilherme Ramalho. No entender da senadora, o fato de os dois servidores terem protagonizado a troca de pareceres, forjando o segundo deles, não exime o ministro de responsabilidade. Daí porque acha necessário ouvi-los para que eles digam "quem é que deu a ordem, quem pediu e quem falou". "Eles podem incriminar ou inocentar o ministro, porque fizeram o trabalho e sabem de quem partiu a ordem", disse a senadora gaúcha.

O Senado Federal aprovou, na quarta-feira (23), o Projeto de Lei nº 79/2011, oriundo da Câmara dos Deputados, que autoriza o governo federal a criar a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), destinada a administrar os hospitais universitários. O projeto, que segue para sanção presidencial, também altera o Código Penal ao tipificar como crime a fraude em concurso de interesse público.

O objetivo da criação da empresa pública é modernizar a gestão dos recursos financeiros e humanos dos hospitais federais universitários. De acordo com o projeto de lei, a Ebserh terá como finalidade, entre outras, a prestação de serviços gratuitos de assistência médico-hospitalar e laboratorial à comunidade, de apoio ao ensino e à pesquisa, ao ensino-aprendizagem e à formação de pessoal em saúde pública, além de apoiar a execução de planos de ensino e pesquisa de instituições federais de educação superior.

Vinculada ao Ministério da Educação, a Ebserh será empresa pública de personalidade jurídica de direito privado e patrimônio próprio. Assim, os hospitais estarão academicamente subordinados a universidades, mas serão administrativamente independentes. A empresa terá sede em Brasília, com capital social integralmente subordinado à União.

Os 46 hospitais universitários, vinculados a 32 universidades federais, são responsáveis pela formação de grande número de profissionais médicos do país. Em determinadas regiões, são as unidades hospitalares mais importantes do serviço público de saúde. Eles cumprem papel fundamental na consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS), uma vez que 70% das unidades são consideradas de grande porte e têm perfil assistencial de alta complexidade.

Os senadores aprovaram hoje em plenário - e agora o texto segue para sanção presidencial - o projeto de lei do governo que autoriza a criação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) e que prevê reclusão de até seis anos para quem fraudar concursos públicos. A pena será acrescida em um terço se o condenado for servidor público.

O líder do PT na Casa e relator do projeto, senador Humberto Costa (PE), informou que, entre outros pontos, a nova empresa pública vai prestar serviços de apoio ao ensino e a pesquisas nos hospitais universitários, além de administrar unidades hospitalares, serviços de assistência médico-hospitalar, ambulatorial e de apoio diagnóstico e terapêutico no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Os servidores permanentes da empresa serão selecionados por meio de concursos públicos.

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A criação da EBSERH foi inicialmente prevista em uma medida provisória. Mas a MP não vingou porque ultrapassou o prazo de validade no Senado. O líder lembra que a formação de recursos humanos para os serviços de saúde está sendo penalizada pelas condições precárias de funcionamento dos hospitais universitários. "Como não poderia deixar de ser, isso se reflete negativamente sobre a qualidade do profissional formado e do serviço prestado à população", avaliou.

Brasília – A Comissão de Meio Ambiente do Senado aprovou o texto-base do relatório do senador Jorge Viana (PT-AC) sobre o novo Código Florestal Brasileiro. Após discussões que duraram toda a manhã e o início da tarde, o texto de Viana foi aprovado em votação simbólica com apenas um voto contrário do senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP).

A comissão ainda vai analisar as emendas que foram sugeridas por seus membros e destacadas para votação em separado. A votação dos destaques, no entanto, ficou para amanhã (24) de manhã. Com isso, a Comissão de Meio Ambiente concluir nesta quinta-feira a votação do novo código, cujo texto final seguirá, então, para análise do plenário do Senado.

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Ao dar parecer sobre as emendas que foram apresentadas, Viana negou ter firmado acordos durante a última madrugada para agradar à bancada ruralista. Ontem (22) a senadora Kátia Abreu (PSD-TO) havia reclamado de alguns pontos colocados pelo relator no texto e ameaçou acionar a bancada ruralista na Câmara para obstruir votações de interesse do governo, caso não fossem feitas alterações no relatório.

“Não participei de nenhum conchavo ou acordo. Participei de entendimentos, sempre envolvendo muitas pessoas, senadores e senadoras, setores envolvidos com o projeto e representantes do governo. Não recebi uma única pressão do governo para incluir no meu relatório aquilo que pudesse ferir a minha consciência”, disse Jorge Viana.

Um dos pedidos dos ruralistas que Viana acolheu no texto-base é o que trata das multas para produtores que desmataram até 2008. A conversão de multas para quem fizesse a recomposição da reserva legal havia sido concedida por Viana apenas para pequenos agricultores ou fazendas de agricultura familiar. O relator, no entanto, recuou e acatou emenda dos ruralistas que estende o benefício a todos os produtores rurais que recuperarem as áreas desmatadas.

Um Projeto de Lei aprovado no Senado nesta quinta-feira (23) deve frear o consumo de cigarro no país. Com a aprovação do Projeto de Lei de Conversão (PLV) 292011, originário da Medida Provisória 5402011, fica proibido o uso de cigarros em ambientes fechados, os chamados “fumódromos”, sejam eles privados ou públicos.

O texto também prevê aumento na carga tributária dos cigarros, além de fixar preço mínimo de venda do produto no varejo. Fica estabelecida em 300% a alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para o cigarro. O aumento no preço do produto está previsto para o início de 2012. Com o reajuste do imposto e o estabelecimento de um preço mínimo, o cigarro subirá cerca de 20%, em 2012, chegando a 55% em 2015.

“A luta contra o tabaco tem que ser incansável por aqueles comprometidos com a saúde pública do nosso país”, disse o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Ele ressaltou que a meta estipulada pelo Ministério da Saúde é reduzir a frequência de fumantes em diferentes grupos, principalmente a iniciação de adolescentes e adultos. “A expectativa é chegar a 2022 tendo reduzido a frequência de fumantes de 15% para 9% na população adulta”, afirmou.

A combinação do aumento do tributo com uma regra de preço mínimo ataca as duas frentes para a redução do consumo: preço de um lado e combate à pirataria do outro. Medidas como essas reforçam a liderança do Brasil no enfrentamento das doenças crônicas não-transmissíveis.

Também se torna obrigatório o aumento de avisos sobre os malefícios do fumo, que deverão aparecer em 30% da área frontal do maço de cigarros, partir de 1º de janeiro de 2016. A matéria segue agora para a sanção da presidenta Dilma Rousseff.

O Senado autoriza os 81 senadores a requerer pessoalmente passaportes diplomáticos ao Itamaraty, inclusive para terceiros. A assessoria da Casa alega que, como não existe norma proibindo, o documento pode ser solicitado por cada um de seus parlamentares. É o que explica o fato de o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) ter obtido passaportes especiais para o chefe da Igreja Internacional do Reino de Deus, pastor Romildo Ribeiro Soares, conhecido por R.R. Soares, e para sua mulher, Maria Madalena Bezerra Soares. Eles são tios do senador.

A portaria do ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, concedendo esses passaportes diplomáticos foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) na última sexta-feira, 18. A polêmica é que a concessão se dá em nome da instituição Senado e não do parlamentar. Nem o pastor nem sua mulher têm ligações com o parlamento brasileiro.

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Na Câmara, os deputados têm de recorrer à segunda secretaria para obter o documento. Crivella defende que cabe ao Itamaraty analisar o "mérito" do pedido. Nesse caso específico, ele acredita que o ministro Patriota se convenceu pelos "carimbos do passaporte do pastor com centenas de viagens. Todas elas para atender milhares de brasileiros que vivem lá fora". Ou seja, o pastor evangélico estaria executando uma das atribuições do próprio Itamaraty. "O parlamentar tem todo o direito de pedir o passaporte", insiste.

Crivella afirma não ser esta a primeira vez que ele pede e obtém passaporte para R.R. Soares. "Ele viaja tanto, tanto, tanto, que na hora de fazer fila, ele pega a de prioridade diplomática", justifica, referindo-se a um dos motivos para ter o passaporte.

A assessoria do Itamaraty limita-se a informar que "os passaportes diplomáticos são concedidos de acordo com a legislação". A maioria dos senadores recorre à Coordenação de Atividades Externas (Coatex) para obter passaportes e outros serviços do Itamaraty. O líder do PSDB, senador Álvaro Dias (PR), disse desconhecer a brecha para os colegas pedirem o passaporte sem a intermediação do órgão da Casa. "Isso é um absurdo, é uma exceção que não se admite", protesta. "Isso para mim é o início da farra do passaporte". O líder diz não entender a importância dada ao passaporte diplomático que, na sua opinião, "não tem nenhum valor especial".

 

Brasília - O Ministério Público Federal acredita que o relatório do Código Florestal lido ontem (21) no Senado ainda precisa de ajustes. De acordo com o subprocurador-geral Mário Gisi, caso os temas mais sensíveis não sejam atendidos, existe o risco de o Ministério Público entrar com ações para cobrar a preservação do meio ambiente por via judicial.

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“O projeto da Câmara dos Deputados saiu com inúmeras imperfeições e no Senado já teve uma melhora, mas, todavia, vemos como insuficiente para atender àquele delineamento que a Constituição estabelece em relação ao meio ambiente”, disse Gisi, ao comentar o parecer apresentado pelo senador Jorge Viana (PT-AC) na Comissão de Meio Ambiente do Senado.

Ontem o procurador presidiu uma audiência pública para tratar do assunto na Procuradoria-Geral da República (PGR). A ideia é enviar sugestões ainda hoje (22) para emendas ao projeto. De acordo com Mário Gisi, a abertura para debate no Senado tem sido melhor que na Câmara.

Uma questão que merece reparos, segundo ele, é a tolerância para o desmatamento em reservas legais, como a anistia de multas para quem atuou irregularmente. Outro ponto criticado foi a liberação das atividades agrossilvipastoris, de ecoturismo e turismo rural em áreas rurais consolidadas até 2008 dentro de áreas de preservação permanente (APPs).

Em uma série de observações contrárias ao texto, o procurador Rodrigo Lines, do Rio de Janeiro, refutou o tratamento privilegiado que o documento dá a proprietários de terrenos com até quatro módulos rurais na recuperação de desmatamentos ilegais. Ele acredita que a dispensa de recomposição tem base em critério “que não tem nenhum sentido”. “Nem todos aqueles que têm propriedades até quatro módulos terão característica de agricultura familiar para justificar a isenção.”

Lines criticou ainda a manutenção da regra que permite consolidação de ocupação em áreas de preservação dentro do limite urbano. Também se mostrou contrário à ideia de que os conselhos estaduais de meio ambiente deem definição para atividades de baixo impacto, o que justifica a intervenção em áreas de proteção, pois cada conselho pode ter uma interpretação.

Os membros da CMA terão até as 18h para apresentar novas emendas ao texto. A previsão é que a matéria seja votada pela comissão amanhã (23).

Brasília – O governo considera “satisfatório” o texto do Código Florestal apresentado na Comissão de Meio Ambiente (CMA) do Senado nessa segunda-feira (21), e agora trabalha para que a bancada ruralista não inviabilize os avanços com novas emendas, disse o secretário de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, Bráulio Dias. Ele participou de audiência pública na Procuradoria-Geral da República (PGR) para tratar do tema.

De acordo com Dias, o governo assumiu postura realista diante de uma reforma que se mostrou inevitável com a iniciativa do Congresso. “Aceitamos negociar os passivos, desde que a preservação futura seja mantida. É claro que essa proposta de agora não é o ideal para o governo, mas pelo menos é satisfatória no sentido de evitar novos desmatamentos”, explicou o secretário à Agência Brasil.

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Durante a audiência, Dias lembrou que o texto teve vários avanços no Senado, como o estabelecimento de critérios para aceitar a intervenção em áreas de preservação permanente (APPs) – utilidade púbica, interesse social e baixo impacto -, assim como a exigência de recuperação, entre 15 e 100 metros, de vegetação à beira de rios em ocupações rurais consolidadas dentro de APPs.  

“Não está pacífico ainda, vamos ver qual a reação a essas propostas. Há resistências em setores mais radicais, mas esperamos que prevaleça o consenso, especialmente entre os senadores e os deputados. Até porque depois esse texto retorna à Câmara, e eles podem rejeitar tudo o que foi aprovado ao Senado, se entenderem que o projeto não atende às preocupações socioeconômicas dos deputados”, ponderou.

O secretário também acredita que um avanço significativo no texto do Senado é a inserção de incentivos econômicos em troca de serviços ambientais. Ele elogiou o fato de que a proposta de Viana não tenha entrado em detalhes sobre como será o programa. “É preciso equilíbrio entre o papel do Congresso e o do Executivo. Nós temos que tomar cuidado de não aprovar alguma coisa que leve o país à falência”.

O texto do Código Florestal apresentado por Viana dá 180 dias, a partir da publicação da lei, para que o governo estabeleça programa de apoio e incentivo à preservação e recuperação do meio ambiente. Dias acredita que a prioridade do programa de recompensas será a preservação da água. “Há grande potencial de se caminhar nessa direção”, assinalou.

O representante do governo reafirmou que a presidenta Dilma Rousseff está firme na proposta de vetar qualquer alteração no texto que signfique novos desmatamentos. “O que se está trabalhando no Senado é tentar inserir essa ideia por negociação política, onde se possa fazer prevalecer o bom senso, para que a presidenta não tenha o desgaste de fazer veto e correr o risco de que isso seja enfrentado pelo Congresso”.

Os membros da CMA terão até as 18h desta terça-feira (22) para apresentar novas emendas ao texto. A previsão é que a matéria seja votada amanhã (23) pela comissão.

Na reta final das negociações da reforma do Código Florestal, o relator Jorge Viana (PT-AC) estabeleceu uma espécie de toma lá, dá cá em relação a produtos de origem agropecuária ou florestal de outros países. Um dos artigos do projeto apresentado hoje prevê barreiras a importações de bens que não sigam padrão de proteção do meio ambiente semelhante ao da legislação brasileira.

As restrições poderão ser aplicadas pela Câmara de Comércio Exterior (Camex), a quem cabe decisões desse tipo. Elas são, ao mesmo tempo, uma resposta a críticas da bancada ruralista, segundo as quais apenas o Brasil estabelece restrições ao uso do solo das propriedades rurais.

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Essa crítica já havia sido contestada por estudo feito por pesquisadores do Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), em parceria com a Universidade de Oxford. O estudo aponta que vários países, com exceção da Indonésia, aumentaram a cobertura florestal nos últimos anos e mantém regras rígidas contra o desmatamento.

O projeto estabelece ainda que concessionárias de energia elétrica e de abastecimento de água vão destinar 1% da receita na recuperação de Áreas de Preservação Permanentes, que também contarão com pelo menos 30% dos recursos arrecadados com a cobrança pelo uso da água.

A mais recente versão da reforma do Código Florestal não obriga o governo a conceder incentivos fiscais e de crédito à preservação e recuperação do meio ambiente. O texto diz que o governo "está autorizado" a instituir, no prazo de seis meses, estímulos como a redução do Imposto Territorial Rural da extensão de terras das propriedades correspondente às Áreas de Preservação Permanente, assim como o abatimento no Imposto de Renda dos gastos com a recomposição da vegetação nativa.

O projeto também prevê a possibilidade de os proprietários rurais que enfrentem dificuldades nos negócios por conta da recuperação do meio ambiente contarem com juros menores em financiamentos, além de linhas especiais de crédito. Esses estímulos não receberam o aval da equipe econômica do governo. Deverão impor custos, ainda não calculados pelos negociadores do Código Florestal. O relator Jorge Viana espera contar com o apoio do Planalto para esse tipo de medida, que ajudaria o governo a enfrentar resistências, sobretudo da bancada ruralista.

O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, recebeu R$ 1.736,90 em diárias do governo federal na viagem que fez ao Maranhão, entre 10 e 14 de dezembro de 2009, com o avião providenciado pelo dono da entidade Pró-Cerrado, Adair Meira. Os dados estão no Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi).

A informação foi divulgada hoje pela senadora Kátia Abreu (PSD-TO) durante depoimento dado pelo ministro à Comissão de Assuntos Sociais do Senado. A senadora do PSD questionou Carlos Lupi depois de ele responder ao senador Demostenes Torres (DEM-GO) que recebera apenas uma diária naquele período.

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"Eu não posso afirmar, mas só foi uma diária na sexta-feira. Bom, eu tenho que pegar os detalhes depois e a gente apresentar, porque não posso afirmar uma coisa sem ter informação. Se estiver irregular, devolvo", disse Lupi à Demóstenes. O ministro do Trabalho disse ter recebido apenas a diária referente ao dia 12 de dezembro de 2009. Ele chegou no dia 10 à noite em São Luís, em voo de carreira da TAM, e, de acordo com sua versão, foi embora no dia 14, em voo da Força Aérea Brasileira (FAB), por Teresina (Piauí).

Após as explicações ao senador Demóstenes, Lupi foi então provocado pela senadora com a informação de que não recebeu somente uma diária: "O ministro recebeu entre os dias 10 a 14 de dezembro de 2009, para ir ao Maranhão, três diárias e meia". Diante disso, Lupi preferiu o silêncio.

De acordo com o extrato do Siafi, o depósito de R$ 1.736,90 foi feito pelo governo na conta de Lupi no dia 9 de dezembro de 2009. O documento informa que o dinheiro destinava-se ao período de 10 a 14 de dezembro daquele ano referente, segundo o extrato, aos trechos Brasília/São Luís/Imperatriz/Teresina.

A cidade maranhense de Imperatriz foi um dos locais onde o ministro teria sido acompanhado pelo dono da organização não-governamental Pró-Cerrado, Adair Meira. Em entrevista dada na segunda-feira, Meira disse que esteve com Lupi dentro do avião no trecho entre Imperatriz e Timon.

Esta viagem teria ocorrido por meio do avião King Air que o próprio Adair Meira confessou ter providenciado para o ministro e sua comitiva de assessores, além do ex-governador do Maranhão Jackson Lago (já falecido). Naqueles trechos, o ministro teve eventos partidários, apesar de o Siaf informar que ele recebeu diárias para o que deveria ter sido uma agenda oficial. Em nota divulgada no sábado, a assessoria de Lupi afirmou que as despesas da viagem haviam sido custeadas pelo diretório do PDT no Maranhão justamente para "evitar que dinheiro público fosse utilizado nesta agenda".

Durante o depoimento de hoje do ministro do Trabalho e presidente licenciado do PDT, Carlos Lupi, na Comissão de Assuntos Sociais (CAS), dois senadores do partido - Cristovam Buarque (DF) e Pedro Taques (MT) - voltaram a defender que ele se afaste do cargo até o final das investigações das denúncias de corrupção e tráfico de influência na pasta. Ambos já haviam defendido o afastamento de Lupi em reuniões internas do partido, para discutir a crise no ministério.

"Menor do que sair como o senhor está agora, só sair demitido por telefone como aconteceu comigo", afirmou Cristovam, referindo-se à forma como foi demitido (por telefone) pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quando foi ministro da Educação. Cristovam ressaltou, contudo, que a saída de Lupi, neste momento, só depende da vontade dele e da presidente Dilma Rousseff.

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Em resposta ao senador Pedro Taques, Lupi pediu-lhe uma chance para que possa lutar até o fim e comprovar sua inocência, a fim de continuar no cargo. O senador Pedro Taques defendeu não apenas o afastamento de Lupi, mas também que o PDT não tenha cargos no governo, nem mesmo um ministério. Taques sustenta, no entanto, que o PDT deve continuar na base aliada. Ontem, Lupi telefonou para Pedro Taques pela manhã e o mato-grossense recomendou-lhe que se afastasse até o desfecho das investigações.

Durante depoimento do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, na Comissão de Assuntos Sociais (CAS), a senadora Kátia Abreu (PSD-TO) afirmou que a nota fiscal referente ao pagamento do aluguel da aeronave King Air, que transportou o ministro durante agenda no Maranhão em 2009, consta de processo de prestação de contas de convênio da pasta com a ONG Pró-Cerrado. O presidente da entidade, Adair Meira, negou que tenha custeado o aluguel da aeronave. Meira percorreu um trecho da viagem no avião ao lado de Lupi.

Segundo Kátia Abreu, a referida nota fiscal consta da prestação de contas do convênio 60051/2007 firmado entre o Ministério do Trabalho e a ONG Pró-Cerrado, no valor de R$ 2,37 milhões. A senadora solicitou que cópia do inteiro teor do processo de prestação de contas seja enviada à comissão.

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Em depoimento aos deputados na semana passada, Lupi afirmara que não tinha relações com Adair Meira e foi acusado de mentir, pela oposição. Hoje o ministro tentou se justificar, afirmando que não disse que "não conhecia" o dirigente da ONG, mas apenas que não tinha relação pessoal com ele e que não era amigo dele. Lupi também admitiu hoje, pela primeira vez, que dividiu um trecho da viagem no referido King Air na companhia de Meira. Antes, Lupi dissera que não havia viajado na referida aeronave.

A falta de entendimento sobre os critérios de recuperação de Áreas de Preservação Permanente (APPs) levou os integrantes da Comissão de Meio Ambiente do Senado (CMA) a adiarem a leitura do parecer do relator Jorge Viana (PT-AC) para segunda-feira. A votação do texto na comissão está marcada para quarta-feira. A expectativa do senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) é votar o relatório no plenário da Casa na última semana de novembro, quando será reexaminado pelos deputados.

Rollemberg acredita que o adiamento foi positivo porque ajudará a definir um parecer consensual "e isto vai acelerar a votação no plenário e depois na Câmara dos Deputados".

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O senador lembrou que o governo acompanha de perto o debate, "e isso é importante por se tratar de um tema complexo, cuja implementação depende do Executivo".

O ministro do Trabalho, Carlos Lupi (PDT), minimizou a declaração de um dos sócios da Aerotec Táxi Aéreo, Almir José dos Santos, que confirmou ontem ao jornal O Estado de S. Paulo que o presidente da ONG Pró-Cerrado, Adair Meira, providenciou o avião King Air da empresa que foi usado pelo pedetista em viagens oficiais ao Maranhão em dezembro de 2009. "Adair foi meu cliente", admitiu o empresário. "Ele confirma que (o Adair) não pagou", rebateu o ministro. No entanto, Santos não quis revelar ao jornal quem pagou o aluguel da aeronave.

Lupi reafirmou que desconhecia de quem era o avião, acreditando que havia sido custeado pelo PDT do Maranhão. No entanto, o diretório maranhense do partido negou que tenha pago o aluguel da aeronave. Lupi lembrou, ainda, que viajou ao Estado num avião de carreira e, que se houvesse outros interesses de sua parte, ele teria feito "todo o procedimento num voo fretado".

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Questionado pelo senador Demóstenes Torres (DEM-GO), Lupi acrescentou que o segundo jato usado em sua comitiva na referida agenda no Maranhão, uma aeronave Sêneca, foi cedido para o deslocamento pelo seu proprietário, a pedido do deputado Weverton Rocha (PDT-MA), na época assessor de Lupi.

Ainda provocado por Demóstenes, o ministro não quis dar detalhes de sua reunião ontem com a presidente Dilma Rousseff. "Uma conversa entre a presidente e o ministro, por lealdade, eu não posso revelar. Só posso me limitar a dizer que ela pediu que eu continuasse", disse Lupi. Ele negou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tivesse participado da conversa por meio de sistema viva-voz.

O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, abriu a audiência pública na Comissão de Assuntos Sociais do Senado, na qual prestará novas explicações sobre as denúncias de corrupção e tráfico de influência contra ele, adotando uma postura contida, em contraste com o estilo irônico nas manifestações anteriores. Na conversa ontem com a presidente Dilma Rousseff, ela pediu ao ministro que apresente hoje explicações convincentes. Lideranças da base aliada admitiram que o estilo demasiado irônico do ministro não o ajuda.

Lupi enfatizou aos senadores que não mentiu em seu depoimento na semana passada na Câmara quando disse que não conhecia o empresário Adair Meira, dirigente da ONG Pró-Cerrado, que tem contratos milionários com o Ministério do Trabalho.

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"Nunca neguei que o conheço, não disse isso", afirmou Lupi, que afirma ter sido mal interpretado. Recorrendo às notas taquigráficas do depoimento da semana passada, Lupi disse que foi questionado se tinha "relações" com Adair Meira. Mas segundo Lupi, ele não mentiu porque, realmente, não teria "nenhuma relação pessoal" com Meira, "não sou amigo dele".

A intenção do governo com a Medida Provisória nº 539, conhecida como MP dos Derivativos e aprovada hoje no Senado, por 44 votos a favor e dez contrários, é impedir a valorização do real, alimentada por contratos que especulam sobre a cotação da moeda no futuro. A MP concede poderes ao Conselho Monetário Nacional (CMN) para regular o mercado de derivativos cambiais no País e agora segue para sanção presidencial.

O relator da matéria, senador Blairo Maggi (PR-MT), manteve o texto aprovado pelos deputados, acrescentando apenas uma emenda de redação, a fim de evitar o retorno da matéria à Câmara, já que a MP vence no dia 28 de novembro.

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O plenário rejeitou destaque apresentado pelo líder do PSDB, Álvaro Dias (PR), para suprimir o dispositivo que transferiu poderes do Banco Central ao CMN. O texto dá ao CMN o poder de definir o tamanho, a duração, a margem de lucro e outros aspectos destes contratos futuros para impedir que especuladores apostem na força da moeda brasileira. Quanto mais forte o real mais caros ficam os produtos industrializados do País.

"É uma subtração das prerrogativas do Banco Central, estamos retirando competência em caráter ilimitado do órgão", protestou o líder tucano, alegando que a MP ofende a independência e autonomia da autoridade monetária. O líder do DEM, Demóstenes Torres (GO), citou artigo do ex-ministro Mailson da Nóbrega, afirmando que a MP 539 poderia ser considerada o "AI-5 do mercado de derivativos". Segundo o democrata, é a primeira vez que se concede ao CMN tamanho poder para determinar a margem do mercado dos derivativos.

Em contrapartida, o relator Blairo Maggi elogiou a MP, afirmando tratar-se de uma "proteção moderna contra os ataques à nossa moeda", permitindo ao governo "observar os movimentos do mercado e interferir no momento correto". A emenda de redação apresentada por Maggi acrescentou referência ao artigo 3º da Lei 8.894/94, que trata do imposto sobre operações de crédito.

Segundo o relator, a medida foi necessária para evitar questionamentos à transferência de atribuições do BC ao CMN por meio de medida provisória e não por lei complementar. Mesmo assim, o líder do DEM, Demóstenes Torres, anunciou que o partido questionará a constitucionalidade da MP ao Supremo Tribunal Federal (STF), sustentando que o caminho legal correto deveria ser o projeto de lei complementar.

O texto poupa as empresas exportadoras da cobrança de IOF nas chamadas operações de hedge, um tipo de contrato usado como proteção para eventuais oscilações do dólar. Exportadores poderão solicitar à Receita Federal a devolução do valor recolhido ou compensar o imposto pago em outros tributos. Uma das formas encontradas pela Fazenda para frear a especulação foi taxar com IOF as operações que apostam na alta do real. Assim, o governo editou um decreto taxando algumas dessas operações, em conjunto com a MP. Para facilitar as próximas mudanças no imposto, a MP concede ao CMN o poder de elevar o IOF para até 25% do valor da operação.

Em caráter terminativo, que dispensa o exame no plenário e permite o envio direto à Câmara dos Deputados, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou hoje projeto de lei do senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) que breca desvio de recursos obtidos com as multas de trânsito. A proposta determina que esses recursos serão utilizados exclusivamente em educação para o trânsito ou, na única exceção prevista, nas despesas com sinalização das vias.

O texto especifica que as receitas devem financiar campanhas sobre direção defensiva, cultura da paz e combate à violência no trânsito, além de mensagens contra o consumo de álcool e drogas pelos motoristas. O uso de dinheiro na sinalização foi acrescentado por meio de uma emenda do líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR).

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O relator Demóstenes Torres (DEM-GO) afirmou que o País é "campeão absoluto em acidentes, mortes e invalidez no trânsito". Na justificativa, Oliveira, que é presidente da CCJ, disse que essas receitas têm sido utilizadas para reforçar o caixa dos governos ou no pagamento de pessoal. Outra distorção da atual situação, no entender do senador, é reforçar essa arrecadação com a conhecida indústria das multas, "apenas para gerar recolhimentos". Ele chamou de "ardil" a estratégia existente em várias cidades de alterar os limites de velocidade da via, "com o objetivo de surpreender o motorista desavisado".

O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, comparecerá amanhã, às 9h30, na Comissão de Assuntos Sociais do Senado, para tentar explicar as recentes denúncias de corrupção e tráfico de influência na pasta. Lupi atende a requerimento de convite, aprovado na manhã de hoje, do líder do PSDB, Álvaro Dias (PR). Não houve resistência por parte dos governistas e a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) chegou a subscrever o requerimento junto com o tucano.

A situação de Lupi agravou-se nos últimos dias, depois que o presidente da ONG Pró-Cerrado, Adair Vieira, desmentiu o ministro, que afirmou na semana passada que não o conhecia e que também não havia viajado no jato alugado por Vieira.

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O líder do PSDB, senador Álvaro Dias (PR), encaminhou hoje requerimento à Comissão de Assuntos Sociais do Senado (CAS) para ouvir o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, sobre "fatos novos" ligando-o a denúncias de ONGs atendidas pela Pasta. Dias se refere à reportagem da revista Veja de que Lupi teria viajado ao Maranhão, em dezembro de 2009, num avião alugado por Adair Meira, dirigente da Pró-Cerrado, que está sendo investigada pela Controladoria-Geral da União (CGU) por suspeita de desvio de recursos.

O líder lembrou que Lupi negou ter relações com o empresário quando falou na semana passada na audiência pública da Câmara. "São denúncias da maior gravidade", constatou. "O que pretendemos é tentar ampliar a capacidade de indignação da população brasileira, oferecendo a ela a oportunidade de conhecer melhor os detalhes das falcatruas que são denunciadas pela imprensa do País".

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Na semana passada, o PSDB, por intermédio do senador Aloysio Nunes Ferreira (SP), pediu ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que investigue as denúncias relacionadas ao Ministério do Trabalho. Para o líder tucano, o que mais espanta a população do País é a impunidade, sobretudo no que diz respeito aos recursos públicos "que se vão e não voltam". "Não há ressarcimento, mesmo quando há comprovação do ilícito praticado", constatou.

Ele anunciou da tribuna que vai sugerir a seu colega da Câmara, o líder Duarte Nogueira (SP), que requeira à Mesa Diretora daquela Casa a instauração de procedimentos que definam crime de responsabilidade o fato de Carlos Lupi ter mentido aos deputados.

Já o senador Aloysio Nunes defendeu no plenário que a presidente Dilma, "que é uma pessoa correta", aproveite a ocasião para dar uma profunda guinada no seu governo, demitindo Carlos Lupi. O senador disse não ter dúvidas de que o ministro do Trabalho "está nos últimos dias da sua passagem pelo governo".

O Senado da Itália deu início aos debates sobre a lei do orçamento de 2012, que deverá ser aprovada ainda hoje e seguir para votação final na Câmara Baixa do Parlamento amanhã. Com isso, estará aberto o caminho para que o primeiro-ministro Silvio Berlusconi renuncie já neste fim de semana.

No início dos debates, os senadores aplaudiram Mario Monti, que, depois de ser nomeado senador vitalício pelo presidente Giorgio Napolitano na quarta-feira, provavelmente será escolhido como o novo premiê italiano.

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Espera-se que uma ampla maioria bipartidária apoie o novo governo emergencial na implementação das reformas aprovadas e na introdução de outras reformas em um esforço para restaurar a estabilidade do país e interromper o aumento dos custos dos empréstimos, permitindo que a dívida pública de 1,9 trilhão de euros seja administrada. As informações são da Dow Jones.

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