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O ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques, disse à CPMI do 8 de Janeiro, nesta terça-feira (20), que não tem nenhuma relação de intimidade com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Silvinei disse que seu contato com Bolsonaro era profissional.

"O presidente Bolsonaro, eu nunca fui, em nenhuma festa, por exemplo, da filha dele mais nova, não sou padrinho, não sou parente. Nunca votei nele, porque meu título de eleitor está em Florianópolis, sempre esteve lá. O que a gente tinha era uma relação muito profissional", declarou, ao ser questionado pela relatora da CPMI, Eliziane Gama (PSD-MA).

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Vasques depõe na CPMI como testemunha, ele chamado para explicar as operações realizadas nas estradas do país no dia do segundo turno das eleições presidenciais de 2022, principalmente no Nordeste. Na quinta-feira (22), será ouvido George Washington de Oliveira, condenado pela tentativa de atentado a bomba no Aeroporto de Brasília.

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Ligações

Mesmo dizendo não ter intimidade com Bolsonaro, Vasques contou ter recebido ligações dele, mas alegou ter sido para acompanhar o trabalho da PRF, na pandemia.

"A relação com ele era muito profissional, em algumas vezes ele me ligou. Ele saía para ver como é que estava o serviço público, parava, falava com caminhoneiro. Caminhoneiro reclamava: 'Olha, em tal ponto da rodovia tem acidente', 'em tal ponto da rodovia os caminhões estão sendo assaltados'. Ele dizia: 'Vasques procura resolver isso aí, dar uma atenção, pessoal está sofrendo muito na estrada", esclareceu.

Fotos com o Bolsonaro

O ex-PRF justificou o motivo de ter feito fotos ao lado de Bolsonaro e afirmou que o ex-chefe nacional demonstrava "carinho" com os policiais. "Foi um dos questionamentos: 'Ah, por que o senhor tem foto com o presidente da República, lá na ação do Rio de Janeiro? Porque foi o único que deixou bater a foto, nenhum outro presidente autorizou a gente bater foto. Como é que eu ia ter foto com outro presidente?"

"Qual é o orgulho para um servidor público? Qual é o orgulho para um policial? Quem é o presidente? É o maior comandante das polícias, qualquer presidente. O atual também é, todos foram, então é um orgulho pra gente levar uma foto com o presidente, a gente se emociona. Só que, infelizmente, ele foi o único que dava essa autorização, por isso que eu tinha foto com ele", emendou Vasques.

 

Após a revelação do conteúdo das mensagens do celular do tenente-coronel Mauro Cid, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura os atos golpistas retoma os trabalhos nesta terça-feira (19) com o depoimento do ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques.  

O ex-policial é investigado por supostamente tentar interferir na votação do 2º turno das eleições presidenciais de 2022. A suspeita é que a PRF reforçou as blitzes no Nordeste, no dia 30 de outubro, para dificultar o transporte de eleitores na região onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve mais votos. A oitiva do ex-diretor está marcada para começar às 9h desta terça-feira (20).  

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A relatora da CMPI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), informou à Agência Brasil que o objetivo é mostrar como a PRF foi instrumentalizada pelo governo por interesses eleitoreiros. “[O governo] Quis puxar a corporação para uma aventura golpista”, avalia a senadora. “A função da CMPI é separar o joio de trigo. É mostrar que um ou outro membro da PRF que se arvorou nessa empreitada será exposto, assim como suas eventuais ações antidemocráticas”, concluiu.  

O coordenador de articulação do Pacto Pela Democracia, Pedro Kelson, avalia que a escolha de ouvir Silvinei Vasques foi correta. “Esse foi um fato bastante grave. Ele indica abuso de poder econômico e político. Aponta para o uso indevido da máquina pública para fins eleitorais”, afirma. O Pacto Pela Democracia é uma coalizão que reúne 215 organizações da sociedade civil “voltada à defesa e ao aprimoramento da vida política e democrática no Brasil”.   

"Dialogos terríveis"

As revelações do conteúdo do celular do militar Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, também devem movimentar a CPMI. A relatora Eliziane apresentou requerimento para convocar o coronel do Exército Jean Lawand Júnior, que aparece em troca de mensagens com Mauro Cid, pedindo para o então presidente Jair Bolsonaro “dar a ordem” após ter perdido a eleição, sugerindo um golpe de Estado.  A relatora afirmou à Agência Brasil que os diálogos são “terríveis” e que “serão apurados em profundidade pelo colegiado”.

As mensagens encontradas pela Polícia Federal e tornadas públicas pelo ministro Alexandre de Moraes apontam para elaboração de um plano de golpe de Estado com decretação de estado de sítio, suspensão da atual ordem constitucional, possível afastamento de ministros do TSE e realização de novas eleições, incluindo diálogos com militares da ativa justificando um possível golpe.   

Foram apresentados ainda requerimentos para ouvir a esposa de Cid, Gabriela Cid, que aparece em mensagens apreendidas pela PF exigindo novas eleições e pedindo para as pessoas irem às ruas contra o resultado das urnas.  

A defesa de Mauro Cid informou à Agência Brasil que as "as manifestações defensivas" serão feitas somente no processo em andamento no STF.  

Requerimentos da oposição

A oposição, por sua vez, apresentou novos requerimentos para ouvir pessoas ligadas ao atual governo. Há pedidos para convocação do ex-GSI Gonçalves Dias e do ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Saulo Moura da Cunha, ambos nomeados pelo governo Lula.  

O presidente da comissão, deputado Arthur Oliveira Maia (União-BA), avaliou que é inaceitável ouvir apenas “um lado”. “Espero que possamos aprovar todos os nomes, sem distinção, para garantir que todos sejam ouvidos a fim de que se chegue na verdade.” 

Também há pedidos para a requisição ao STF de todos os documentos, processos e inquéritos decorrentes das investigações dos atos golpistas, incluindo aqueles tramitando com sigilo de Justiça.  

Ataque terrorista 

A segunda sessão da CPMI, marcada para esta semana, vai ouvir, na quinta-feira (22), o empresário George Washington de Oliveira Sousa. Ele admitiu ter colocado uma bomba em um caminhão próximo ao aeroporto de Brasília no dia 24 de dezembro de 2022. A CPMI também marcou a oitiva, no mesmo dia, do perito da Polícia Civil do Distrito Federal Valdir Pires Dantas Filho, responsável por desativar o artefato.  

Segundo a relatora da Comissão, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), esclarecer os fatos do dia 24 de dezembro é fundamental para os trabalhos da CPMI. “Não foi uma ação de amadores ou uma trapalhada qualquer, foi uma tentativa de ato terrorista”, justificou. 

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro começa sua série de oitivas na terça-feira (20), às 9h, com o depoimento do ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques. O ex-policial será inquirido como testemunha, a partir de requerimento apresentado pela relatora do colegiado, senadora Eliziane Gama (PSD-MA). 

Ela quer ouvir explicações acerca das blitz ocorridas em rodovias federais em 30 de outubro de 2022 — dia do segundo turno das eleições majoritárias — principalmente na região Nordeste, que concentra a maior parte dos eleitores do então candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva. 

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À época, foi noticiado que a PRF estaria interceptando o transporte público. Ainda no dia 30 de outubro, Vasques foi intimado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, a interromper "imediatamente" as operações da corporação relacionadas ao transporte público de eleitores. 

Além disso, Eliziane também quer informações sobre atos ocorridos em dezembro de 2022. Investigado por improbidade administrativa em razão da acusação de pedir votos por meio de rede social para o então presidente Jair Bolsonaro, Vasques se aposentou no final do ano passado. Ele estava à frente da PRF desde abril de 2021.  “Tal como proposto no plano de trabalho apresentado a esta comissão, pretende-se que as nossas atividades se iniciem com a dissecação dos fatos que norteiam importantes datas, consubstanciadas em oitivas e requerimentos de informações, a partir das quais se espera, como natural desdobramento, a investigação dos demais fatos elencados no requerimento que embasou a instauração desta CPMI”, afirmou a relatora em justificativa.

Requerimentos

Ainda na terça-feira, a CPMI deve analisar 21 requerimentos. Entre eles, a convocação do ex-ministro chefe do GSI, general Marco Edson Gonçalves Dias; do ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Saulo Moura da Cunha; e de Renato Martins Carrijo, perito da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), responsável pela elaboração do laudo sobre o exame do local onde foi encontrado artefato explosivo próximo ao aeroporto de Brasília no dia 24 de dezembro.

Também estão na pauta requerimentos para a requisição ao STF de todos os documentos, processos e inquéritos decorrentes das investigações dos atos ocorridos no dia 8 de janeiro de 2023. Outro requerimento pede que o Ministério Público Federal compartilhe informações referentes aos processos, inquéritos e investigações que tramitam no STF e nas instâncias inferiores, seja para apurar responsabilidades civis, seja criminais. 

Convocados

No dia 13 de junho, a CPMI aprovou a convocação de 36 pessoas, muitas das quais integrantes do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, como o ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres, o tenente-coronel Mauro Cid (ex-ajudante de ordens do ex-presidente Bolsonaro), o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno e o ex-ministro da Defesa Braga Netto. 

Também foram aprovados centenas de requerimentos com pedidos de informações e acesso a imagens, como das câmeras de segurança dos palácios do Congresso Nacional, do Planalto e do Supremo Tribunal Federal (STF), edifícios sedes brutalmente atacados em 8 de janeiro.

*Da Agência Senado

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos golpistas definiu, nesta quarta-feira (14), os primeiros nomes a serem ouvidos pelo colegiado. Em reunião da mesa diretora, os parlamentares firmaram acordo para iniciar as oitavas pelo depoimento do ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques.

Apoiador de Jair Bolsonaro, Silvinei é investigado em razão da operação do órgão nas estradas no dia 30 de outubro, durante o segundo turno das eleições. A ação teria por objetivo atrapalhar a chegada de eleitores do presidente Luiz Inácio Lula Silva, sobretudo no Nordeste, tradicional reduto político do petista. Silvinei será ouvido na próxima terça-feira (19).

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A segunda testemunha será o gerente de postos de combustíveis George Washington de Oliveira Sousa. Ele está preso desde dezembro por ter orquestrado um atentado a bomba no aeroporto de Brasília às vésperas da posse de Lula. O extremista apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro planejava detonar um caminhão de gasolina nas imediações do aeroporto. George Washington será ouvido na quinta (21).

Os primeiros convocados frustraram os planos da relatora e da base do governo Lula, que desejavam iniciar as oitivas pelo ex-ministro da Justiça Anderson Torres e pelo ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o coronel Mauro Cid.

O diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, foi exonerado por Jair Bolsonaro (PL). Apoiador declarado do atual presidente, ele chegou a pedir votos e deu o comando para a fiscalização atípica nas rodovias no segundo turno das eleições.  

A exoneração foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira (20) e assinada pelo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP). O Ministério Público Federal (MPF) havia pedido o afastamento de Silvinei por entender que ele usou o cargo de forma indevida.  

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Silvinei virou réu por improbidade administrativa depois que incentivou eleitores a votar em Bolsonaro. O agora ex-PRF também é investigado pela Polícia Federal (PF) pelos bloqueios ilegais no dia da votação e por se omitir às manifestações bolsonaristas que impediram a circulação nas rodovias após a divulgação do resultado das eleições.

A página sobre o diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, na Wikipédia continua disponível mesmo após o setor de inteligência da corporação pedir a remoção "imediata" do perfil.

O ofício foi endereçado ao escritório da plataforma em São Francisco, nos Estados Unidos, há pouco mais de duas semanas. Àquela altura, a PRF já havia sido arrastada para o centro de acusações de aparelhamento para beneficiar a campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) à reeleição.

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A Diretoria de Inteligência da PRF disse que houve "exposição indevida" da corporação e do seu "dirigente máximo". Além do pedido para tirar a página do ar, o ofício solicita a identificação dos responsáveis pelas informações veiculadas para a "avaliação de eventuais medidas a serem adotadas".

"Saliente-se que o conteúdo tem o viés nitidamente político e a inserção de informações pejorativas sobre o dirigente da instituição ultrapassa os limites do exercício regular do direito de informar", diz um trecho do documento assinado pelo diretor de Inteligência da PRF Luís Carlos Resichak Júnior.

A Wikipédia funciona como uma enciclopédia digital colaborativa: qualquer pessoa cadastrada pode atualizar o conteúdo do site desde que aponte a fonte das informações.

Ofensiva da PRF é mencionada na página

A página não só continua disponível para acesso como passou a fazer referência ao ofício da PRF. O adendo foi incluído ao final do texto.

"Em 13 de novembro de 2022, a Diretoria de Inteligência da PRF enviou um ofício à enciclopédia livre Wikipédia pedindo a exclusão da página sobre Silvinei Vasques e a identificação dos responsáveis pela edição para 'avaliação de eventuais medidas a serem adotadas'. O documento afirma que houve 'exposição indevida' da corporação e do seu 'dirigente máximo'", diz o novo parágrafo.

O diretor-geral da PRF é descrito na página como "bolsonarista". Como mostrou o Estadão, Vasques chegou a pedir votos para o presidente Jair Bolsonaro (PL) nas redes sociais na véspera do segundo turno.

O perfil também cita os processos disciplinares abertos contra Silvinei Vasques, um deles por agredir um frentista em Goiás, que foram colocados sob sigilo por 100 anos.

A página destaca ainda casos emblemáticos de violência policial na gestão do atual diretor, como a Chacina da Vila Cruzeiro, comunidade do Rio onde 23 pessoas foram mortas a tiros durante uma operação policial da qual a PRF participou em maio, e o assassinato de Genivaldo de Jesus, asfixiado em um camburão da corporação.

O texto também menciona o trabalho da PRF nas eleições e sobre os bloqueios de estradas federais por manifestantes inconformados com a derrota de Bolsonaro. A corporação abordou eleitores no dia do segundo turno, mesmo após a Justiça Eleitoral proibir operações relacionadas ao transporte de eleitores, o que levou o Ministério Público Federal (MPF) a abrir um inquérito para apurar a conduta de Vasques. A investigação também vai analisar se houve demora deliberada para desmobilizar os protestos bolsonaristas nas rodovias. O diretor-geral da PRF ainda virou réu por improbidade administrativa na semana passada.

O diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, se tornou réu por improbidade administrativa na Justiça Federal do Rio de Janeiro. O juiz da 8ª Vara federal do Rio, Jose Arthur Diniz Borges, atendeu a um pedido do Ministério Público Federal, que defende que Vasques fez uso indevido do cargo em benefício eleitoral do presidente Jair Bolsonaro (PL) durante a campanha presidencial deste ano.

O MPF pediu o afastamento imediato de Vasques de suas funções à frente da PRF por 90 dias. Na decisão, o magistrado do Rio torna o diretor-geral réu e determina que ele seja ouvido no prazo de 30 dias antes de decidir pelo afastamento ou não.

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"Tendo em vista que o Diretor-Geral da Polícia Rodoviária Federal encontra-se com afastamento legalmente instituído para usufruto de férias no período de 16/11/2022 a 06/12/2022 nos termos de informação prestado a este Juízo pela Direção de Gestão de Pessoas da Polícia Rodoviária Federal, postergo a apreciação da cautelar requerida para após a vinda da contestação. Com o advento da Lei nº 14.230/21, deixou de existir a fase prévia de notificações, com posterior decisão de recebimento da inicial, passando-se à imediata citação do réu", decidiu.

De acordo com o MPF, Silvinei fez uso da imagem da instituição "com vontade livre e consciente de promover efetivas manifestações, por vezes veladas e outras ostensivas, de apreço ao atual Presidente da República e candidato à reeleição Jair Messias Bolsonaro".

"Entre os meses de agosto e outubro do corrente ano de 2022, o requerido, participou de eventos públicos oficiais, concedeu entrevista em meio de comunicação, bem como fez publicações em suas redes sociais, na qualidade diretor-geral da PRF e usando da imagem da instituição, com vontade livre e consciente de promover efetivas manifestações, por vezes veladas e outras ostensivas, de apreço ao atual Presidente da República e candidato à reeleição Jair Messias Bolsonaro, com o fim de obter proveito de natureza político-partidária, inequivocamente demonstrado no pedido explícito de voto as vésperas do segundo turno da eleição presidencial", diz o MPF no pedido de afastamento.

Atuação dolosa

O MPF entende que Silvinei Vasques atuou de forma dolosa, quando há a intenção de violar os deveres funcionais do cargo de diretor-geral da PRF. "A vinculação constante de mensagens e falas em eventos oficiais, entrevista a meio de comunicação e rede social privada, mas aberta ao público em geral, tudo facilmente acessível na internet, sempre associando a própria pessoa do requerido à imagem da instituição PRF e concomitantemente à imagem do Chefe do Poder Executivo federal e candidato a reeleição para o mesmo cargo, denotam a intenção clara de promover, ainda que por subterfúgios ou mal disfarçadas sobreposição de imagens, verdadeira propaganda político-partidária e promoção pessoal de autoridade com fins eleitorais", diz o pedido.

O Ministério Público Federal no Rio de Janeiro (MPF-RJ) pediu o afastamento imediato do diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, por 90 dias. O órgão afirma que ele fez uso indevido do cargo para beneficiar a candidatura do presidente Jair Bolsonaro (PL).

O documento cita a "intenção clara" de promover "verdadeira propaganda político-partidária e promoção pessoal de autoridade com fins eleitorais".

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O MPF lista entrevistas e discursos do chefe da Polícia Rodoviária Federal em eventos oficiais que, na avaliação do procurador Eduardo Benones, associaram a imagem dele à "instituição PRF" e ao presidente no período eleitoral. A ação cita ainda o uso "símbolos" e da imagem da corporação para favorecer a campanha bolsonarista.

A Procuradoria do Rio lembra que Vasques chegou a pedir votos para Bolsonaro nas redes sociais na véspera do segundo turno. O órgão defende que o episódio não pode ser "dissociado" do "clima de instabilidade e confronto instaurado durante o deslocamento de eleitores no dia do segundo turno das eleições e após a divulgação oficial do resultado pelo TSE".

"Os sucessivos atos praticados pelo requerido, sobretudo o pedido de 'Vote 22 - Bolsonaro Presidente' na véspera do segundo turno da eleição, para além de configurar ilícito eleitoral, importa no reconhecimento do uso ilícito do mais importante cargo da hierarquia da Polícia Rodoviária Federal, para favorecer determinado candidato, violando de morte os princípios da legalidade, da impessoalidade e da moralidade", diz um trecho da ação de improbidade administrativa por suposta violação dos princípios da legalidade e da impessoalidade.

A PRF abordou veículos no dia do segundo turno, mesmo após a Justiça Eleitoral proibir operações relacionadas ao transporte de eleitores, o que levou o Ministério Público Federal a abrir um inquérito para apurar a conduta de Vasques. A investigação também vai analisar se houve demora deliberada para desmobilizar os protestos bolsonaristas nas rodovias que bloquearam as estradas federais após a derrota de Bolsonaro.

COM A PALAVRA, A PRF

A reportagem entrou em contato com a corporação em busca de um posicionamento do diretor-geral e ainda aguardava resposta até a publicação deste texto. O espaço está aberto para manifestação.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) enviou um ofício ao Wikipédia pedindo a exclusão da página sobre o diretor-geral da corporação, Silvinei Vasques, e a identificação dos usuários que editaram as informações.

O Wikipédia funciona como uma enciclopédia digital colaborativa: qualquer pessoa cadastrada pode atualizar o conteúdo do site desde que aponte a fonte das informações.

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O diretor-geral da PRF é descrito na página como "bolsonarista". Como mostrou o Estadão, Vasques chegou a pedir votos para o presidente Jair Bolsonaro (PL) nas redes sociais na véspera do segundo turno.

O perfil também cita os processos disciplinares abertos contra Silvinei Vasques, um deles por agredir um frentista em Goiás, que foram colocados sob sigilo por 100 anos.

A página destaca ainda casos emblemáticos de violência policial na gestão do atual diretor, como a Chacina da Vila Cruzeiro, comunidade do Rio onde 23 pessoas foram mortas a tiros durante uma operação policial da qual a PRF participou em maio, e o assassinato de Genivaldo de Jesus, asfixiado em um camburão da corporação.

O texto também menciona o trabalho da PRF nas eleições e sobre os bloqueios de estradas federais por manifestantes inconformados com a derrota de Bolsonaro. A corporação abordou eleitores no dia do segundo turno, mesmo após a Justiça Eleitoral proibir operações relacionadas ao transporte de eleitores, o que levou o Ministério Público Federal (MPF) a abrir um inquérito para apurar a conduta de Vasques. A investigação também vai analisar se houve demora deliberada para desmobilizar os protestos bolsonaristas nas rodovias.

O ofício enviado ao Wikipédia partiu da Diretoria de Inteligência da PRF. O documento afirma que houve "exposição indevida" da corporação e do seu "dirigente máximo".

"Saliente-se que o conteúdo tem o viés nitidamente político e a inserção de informações pejorativas sobre o dirigente da Instituição ultrapassa os limites do exercício regular do direito de informar. Evidentemente, o direito à informação não exclui garantias individuais, pois encontra nelas os seus limites, devendo-se atentar ao dever de resguardar direitos, vez que os dados divulgados manipulam a opinião pública", diz um trecho do documento assinado pelo diretor de Inteligência da PRF Luís Carlos Resichak Júnior.

O pedido é para tirar a página do ar e identificar os responsáveis pela edição para "avaliação de eventuais medidas a serem adotadas".

A pedido do Ministério Público Federal, a Polícia Federal abriu um inquérito, na quinta-feira (10), para investigar o diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal Silvinei Vasques. O chefe da corporação entrou na mira da Procuradoria sob suspeita de prevaricação, violência política e omissão. A investigação será conduzida pela Superintendência da PF no Distrito Federal.

A investigação vai se debruçar sobre a conduta de Silvinei em meio à desmobilização de atos que bloquearam estradas federais após a derrota do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), nas urnas. Além disso, vai analisar a atuação do chefe da PRF diante das abordagens da corporação no segundo turno no pleito sob o pretexto de transporte irregular de eleitores.

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O Tribunal Superior Eleitoral proibiu operações relacionadas ao transporte público de eleitores no dia do pleito, mas a PRF fez ao menos 560 operações, com foco no Nordeste. Os casos foram denunciados por eleitores nas redes sociais.

A investigação sobre o diretor-geral da PRF foi requisitada a pedido de membros da 2.ª e da 7.ª Câmaras da Procuradoria Geral da República (PGR), compostas por subprocuradores-gerais da República. Eles apontaram "má conduta" na gestão da corporação e possível desvio de finalidade visando "interferir no processo eleitoral".

Como mostrou o jornal O Estado de S. Paulo, Silvinei Vasques pediu votos para Bolsonaro nas redes sociais na véspera do segundo turno. A publicação foi apagada após a repercussão na imprensa.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes deu prazo de 48 horas para a Polícia Rodoviária Federal (PRF) enviar de informações à Corte sobre caminhões e veículos que participaram de bloqueios em rodovias federais. 

A decisão deverá ser cumprida também pela Polícia Federal (PF) e as polícias Civil e Militar dos estados. A decisão foi tomada na ação na qual o ministro determinou o total desbloqueio das rodovias que registraram paralisações de caminhoneiros a partir do dia 30 de outubro após a divulgação do resultado do segundo turno da eleição para presidente da República. 

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Na decisão, assinada nesta segunda-feira (7), Moraes também pediu dados sobre os proprietários dos veículos. 

"Determino às polícias civis e militares dos estados e Distrito Federal, bem como à Polícia Federal e à Polícia Rodoviária Federal, o envio de e sobre a identificação dos caminhões e veículos que participaram ativamente dos bloqueios e nas manifestações em frente aos quartéis das Forças Armadas, assim como os dados dos respectivos proprietários, pessoas físicas ou jurídicas. Determino, ainda, que informem se identificaram líderes, organizadores e/ou financiadores dos referidos atos antidemocráticos, com a remessa dos dados e providências realizadas", escreveu Moraes. 

No dia 30 de outubro, após o anúncio da vitória de Luiz Inácio Lula da Silva para a Presidência da República, em segundo turno, grupos de caminhoneiros iniciaram bloqueios em diversos pontos do país. 

Bloqueios De acordo com a PRF, o fluxo de veículos está parcialmente interrompido em 15 pontos do país. Há quatro bloqueios totais em Bom Jesus do Araguaia (MT), Campos de Júlio (MT), Sapezal (MT) e Rio do Sul (SC). Desde a semana passada, 1.049 manifestações foram desfeitas pelos agentes da corporação

O atual diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques já foi acusado de participar de esquema de cobrança de propina a empresas de guincho de automóveis que atuavam nas BRs 101 e 280, em Santa Catarina, no fim dos anos 1990. A denúncia do Ministério Público Federal (MPF) foi baseada em depoimentos e em extratos bancários obtidos com quebras de sigilo. O caso, entretanto, prescreveu, sem que o mérito tivesse sido apreciado pela Justiça.

A acusação do MPF apontou que policiais que atuavam nos municípios de Joinville e Barra Velha controlavam serviços oferecidos por empresas para guinchamento de automóveis acidentados ou apreendidos nas estradas. Em contrapartida, os guincheiros precisavam pagar aos agentes em média 40% sobre o valor dos serviços.

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O caso foi objeto de sindicância na PRF e depois virou um inquérito da Polícia Federal. A denúncia oferecida pelo MPF alcançou 16 policiais da mesma região. Os pagamentos, segundo as investigações, eram feitos em espécie, em cheques e até por depósitos bancários. Os fatos apurados ocorreram de meados dos anos 1990 a dezembro de 2000.

A prática deixava os serviços mais caros. Os guincheiros que se recusassem a participar do esquema sofriam ameaças e eram impedidos de atuar na área. Em alguns casos, conforme narrava a denúncia, o valor do guincho e a "comissão" dos policiais eram definidos diante dos motoristas envolvidos em acidentes ou infrações de trânsito.

A denúncia individualizou as condutas. Contra Silvinei Vasques, o MPF apontou que ele, "agindo em concurso e com unidade de propósito" com os demais policiais "exigiu, para si e para outrem, diretamente, no exercício de suas funções, vantagens indevidas de prestadores de serviço de guincho consistentes em quantias que variavam em torno de 40% do valor do serviço".

A denúncia trouxe extratos bancários com depósitos de origem duvidosa. O tamanho dos pagamentos era variado. Os repasses em cheque costumavam variar entre R$ 50 e R$ 2 mil. O salário dos policiais girava em torno de R$ 1,5 mil -- quase dez vezes o salário mínimo da época.

A denúncia detalhou, a partir dos sigilos bancário e fiscal quebrados, três recebimentos de origem duvidosa na conta de Silvinei Vasques. Um deles, de R$ 1,5 mil (reprodução extrato).

Nas contas de outros policiais denunciados a investigação detectou recebimentos que variavam de R$ 11 mil a R$ 50 mil. Um dos agentes chegou a alegar, na Justiça, que as receitas eram provenientes de venda de itens pessoais, mas não conseguiu comprovar a versão.

Contra Silvinei ainda pesou uma acusação de ameaça, conforme informações colhidas de um dos guincheiros denunciantes: "(...) Vasques lhe ameaçou com um tiro na testa e que avisasse o (outro denunciante) que se cuidasse, porque nada tinha a perder. Alega que os problemas ocorridos entre a PRF e a empresa de seu patrão ocorrem porque seu patrão não dá mais comissão aos PRFs, pois trabalham somente com seguradoras".

Ninguém foi punido

Embora as defesas tenham alegado que a denúncia não tinha consistência, o mérito não chegou a ser julgado. A Justiça Federal de Santa Catarina se ateve a discutir o tempo transcorrido entre os fatos apurados e a data em que os policiais viraram réus.

O prazo era suficiente para que fosse reconhecida a prescrição da maior parte dos crimes apontados. A denúncia foi recebida pelo Judiciário em 30 de março de 2011. A maior parte dos fatos apurados era anterior a março de 1999.

"A denúncia não poderia ter sido recebida, porquanto despida de justa causa, uma vez que além de a pretensão punitiva estar fulminada pela prescrição, a peça acusatória mostra-se formal e materialmente inepta", alegou a defesa de Silvinei Vasques. "O perigo na demora (do encerramento da ação) decorre dos efeitos reflexos da persecução penal na vida profissional e pessoal do paciente, salientando que só a condição de réu impossibilita que seja nomeado para função de confiança no âmbito da PRF".

Silvinei Vasques pertence aos quadros da PRF desde 1995. Foi superintendente em Santa Catarina e no Rio de Janeiro, onde se aproximou do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Em 2000, envolveu-se em outro processo. Respondeu por agressão contra o funcionário de um posto de combustíveis de Goiás. A União foi condenada a indenizar a vítima em cerca de R$ 99 mil, em preço atualizado. A Advocacia-Geral da União (AGU) cobra de Vasques o valor na Justiça. O processo, contudo, está parado desde 2019.

Apoiador do presidente Jair Bolsonaro, Vasques está sob pressão desde a operação contra veículos que transportavam eleitores no dia do segundo turno. A ação, com foco no Nordeste, contrariou decisão judicial e rendeu ordens de explicações porque soou como tentativa de dificultar o deslocamento de eleitores.

Além disso, a PRF, sob o comando de Vasques, é acusada de "corpo mole" diante das ameaças concretizadas de bloqueio de estradas por apoiadores de Bolsonaro que não reconhecem o resultado das urnas e se manifestam com pautas golpistas.

Sobre o caso de Silvinei Vasques que tramitou na Justiça de Santa Catarina, a assessoria de imprensa da PRF destacou apenas que ele foi arquivado. Com relação o episódio da agressão, a instituição informou que ele foi arquivado e que o diretor moveu ação para "demonstrar utilização de documento falso na denúncia". A PRF não comentou a cobrança de ressarcimento.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu 48 horas para o diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, entregar um relatório detalhado de todas as multas aplicadas durante a desmobilização dos bloqueios bolsonaristas nas estradas federais.

O documento deverá conter as autuações e a identificação dos veículos e pessoas multadas.

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O último balanço enviado pela PRF ao Supremo Tribunal Federal informa que foram lavradas 3,5 mil multas. As autuações, segundo o documento, foram aplicadas a "veículos que estavam participando dos bloqueios e interdições, cujos usuários optaram deliberadamente por permanecer nas manifestações". Não há, no entanto, uma lista dos autos de infração.

Monitoramento

Como mostrou o Estadão, a Polícia Rodoviária Federal havia estabelecido o "monitoramento de manifestações sociais" como um dos eixos de atuação às vésperas do segundo turno.

A informação consta do ofício que estabeleceu os procedimentos de policiamento e fiscalização na Operação Eleições 2022 e reforça a narrativa de que a corporação demorou a agir para inibir a ocupação de rodovias federais. O documento menciona a necessidade de "inibir ou dispersar manifestações que possam prejudicar o direito de ir e vir das pessoas e bens".

"Para o pleito eleitoral 2022 adiciona-se forte polarização política entre vertentes ideológicas, que passam a ser fator de risco e que ensejam o incremento das ações de policiamento preventivo", diz um trecho do ofício.

Investigação

O Ministério Público Federal (MPF) pediu nesta quarta, 2, à Polícia Federal (PF) a abertura urgente de um inquérito sobre a conduta do diretor-geral da PRF nas eleições.

O documento aponta indícios de prevaricação, violência política e omissão na desmobilização dos protestos que bloquearam estradas federais após a derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL).

O inquérito também deve investigar se as abordagens feitas no segundo turno, dentro do horário de votação, afetaram o "livre exercício do direito de voto".

Mesmo após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) proibir operações relacionadas ao transporte público de eleitores, a PRF fez ao menos 560 operações, com foco no Nordeste. Eleitores denunciaram abordagens irregulares e o PT encampou a narrativa de que a corporação foi usada politicamente para dificultar o voto na região, predominantemente lulista.

Silvinei Vasques pediu votos para Bolsonaro nas redes sociais na véspera do segundo turno. A publicação foi apagada após a repercussão na imprensa.

O Ministério Público Federal (MPF) pediu, nesta quarta-feira (2), à Polícia Federal (PF) a abertura urgente de um inquérito sobre a conduta do diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, nas eleições de 2022.

O documento aponta indícios de prevaricação, violência política e omissão na desmobilização dos protestos que bloquearam estradas federais após a derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL). As interdições seguem após três dias em pelo menos 15 Estados.

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A corporação vem repetindo que, desde que encontrou os primeiros bloqueios na estradas, "adotou todas as providências para o retorno da normalidade do fluxo".

O inquérito também deve investigar se as abordagens feitas no último domingo (30), dentro do horário de votação, afetaram o "livre exercício do direito de voto".

Mesmo após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) proibir operações relacionadas ao transporte público de eleitores, a PRF fez ao menos 560 operações, com foco no Nordeste. Eleitores denunciaram abordagens irregulares e o PT encampou a narrativa de que a corporação foi usada politicamente para dificultar o voto na região, predominantemente lulista.

A versão da Polícia Rodoviária Federal é a de que as operações tinham o objetivo de combater o transporte irregular de eleitores, com base no Código de Trânsito.

A investigação sobre o diretor-geral da PRF foi requisitada a pedido de membros da 2.ª e da 7.ª Câmaras da Procuradoria Geral da República (PGR), compostas por subprocuradores-gerais da República. Eles apontaram "má conduta" na gestão da corporação e possível desvio de finalidade visando "interferir no processo eleitoral".

Como mostrou o Estadão, Silvinei Vasques pediu votos para Bolsonaro nas redes sociais na véspera do segundo turno. A publicação foi apagada após a repercussão na imprensa.

COM A PALAVRA, O DIRETOR-GERAL DA PRF

A reportagem entrou em contato com a corporação e aguarda resposta. O espaço está aberto para manifestação.

Intimado pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, a se explicar sobre operações que afetaram o transporte público de eleitores neste domingo, 30, o diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, assumiu o posto em abril de 2021, quando o presidente Jair Bolsonaro deu posse ao Anderson Torres no Ministério da Justiça.

Apoio a Bolsonaro

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Em sua conta pessoal no Instagram, Vasques possui fotos ao lado de Bolsonaro em eventos do governo com a presença da PRF. Nas legendas, há, normalmente, agradecimentos ao governo e ao presidente pelos investimentos na PRF.

Vasques usou a conta para defender o voto no presidente Jair Bolsonaro. Ele publicou nos stories uma foto da bandeira do Brasil e escreveu: "Vote 22, Bolsonaro presidente". A postagem foi apagada horas depois. Não é a primeira manifestação política do diretor-geral da PRF nesta eleição. Vasques já havia criticado, em evento no último dia 11, "autoridades que defendem a liberação das drogas".

Vasques, que tem 47 anos e é paranaense, faz parte do quadro da PRF desde 1995. Nesse período, já foi coordenador-geral de operações e secretário municipal de segurança e defesa social do município de São José (SC), além de ocupar outras posições de gerência, inclusive como superintendente da PRF em Santa Catarina. Antes de se tornar diretor, seu último posto foi como Superintendente da PRF no Rio de Janeiro, entre 2019 e 2021.

Segundo a sua descrição no site do governo, o diretor é "habilitado para atuar em diversas áreas da segurança, com experiência em grandes operações policiais no Brasil". Ele ainda faz parte do quadro de instrutores da UNIPRF.

Em março deste ano, Vasques foi condecorado com a medalha de Ordem do Mérito do Ministério da Justiça, evento que contou com a presença do Presidente da República. Segundo o governo, o objetivo da condecoração é agraciar autoridades que prestam notáveis serviços ao Ministério.

Caso Genivaldo

Depois, em maio deste ano, as Comissões de Direitos Humanos da PRF foram extintas, em portaria assinada por Vasques. As comissões tinham o objetivo de monitorar processos disciplinares contra agentes da corporação e realizar orientações sobre o tema.

A decisão foi tomada um pouco antes de Genivaldo de Jesus Santos ser morto por asfixia e insuficiência respiratória após ser colocado no porta-malas de uma viatura da PRF, onde uma bomba de gás lacrimogêneo foi detonada.

O diretor-geral da PRF também recebeu apelos da sociedade civil para que revertesse o sigilo de 100 anos aplicado sobre o histórico de processos administrativos dos cinco agentes envolvidos na morte de Genivaldo.

Na época, dois diretores da PRF, Jean Coelho e Allan da Mota Rebello, que chefiavam as diretorias executiva e de inteligência, foram dispensados e assumiram cargos de oficiais de ligação, além de serem enviados aos Estados Unidos para fazer um curso de mestrado no Colégio Interamericano de Defesa. Vasques, no entanto, permaneceu em seu cargo.

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