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A Faculdade dos Guararapes (integrante da rede internacional de universidades Laureate), em comemoração ao dia internacional da mulher, realiza na sexta-feira (8) uma oficina gratuita para ensinar algumas receitas utilizando a soja como ingrediente e informar as propriedades nutricionais deste grão milenar.

A oficina tem a proposta de levar qualidade de vida e bem-estar às mulheres por meio de uma alimentação mais saudável, rica em nutrientes e fazendo economia. O palestrante é o professor da FG e doutorando em Nutrição Nelson Justino, que conta com as dicas de cozinha do chef convidado Vinicius Sales. A iniciativa é do curso de Gastronomia, Nutrição e de pós-graduação em Gastronomia Brasileira da FG. O encontro é aberto ao público e os interessados podem se inscrever através deste site.

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Serviço

Oficina Soja é Saúde – descubra os benefícios e aprenda receitas com o grão milenar

Sexta-feira (8) | 17h

Laboratório gastronômico da Faculdade dos Guararapes (Rua Comendador José Didier 27, Piedade - Jaboatão dos Guararapes)

Gratuito

(81) 3461 5555

O quinto levantamento da safra de grãos 2012/13, divulgado nesta quinta-feira, pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), confirma o plantio recorde de 27,645 milhões de hectares com a oleaginosa. Em relação à quarta estimativa, divulgada em janeiro, a área de soja avançou mais 297,8 mil hectares (1,1%) e ampliou o aumento em relação à safra passada em 2,603 milhões de hectares (10,4%).

Os técnicos da Conab observam que o levantamento deste mês mostra a consolidação no incremento do plantio de soja observado desde as primeiras avaliações, impulsionado "pela excelente performance das cotações no mercado internacional e pela comercialização antecipada, que nessa temporada atingiu níveis recordes".

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Segundo a Conab, a região de Matopiba, formada por Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, a mais nova fronteira agrícola brasileira, apresentou uma evolução na área plantada de 16,1% em relação à safra passada. A Conab destaca o crescimento no plantio da soja no cerrado piauiense (mais 101,8 mil hectares ou 22,9%) e tocantinense (mais 20,4% ou 92 mil hectares). Em termos absolutos, o maior incremento ocorreu no Mato Grosso, onde houve avanço de 837,7 mil hectares (mais 12%), seguido pelo Rio Grande do Sul, com 421 mil hectares (mais 10%) e pelo Paraná, com 250 mil hectares (mais 5,6%).

A Conab estima que as exportações brasileiras de soja neste ano ultrapassem as estimativas preliminares de 37,78 milhões de toneladas, "a depender, apenas, de logística, sobretudo dos portos e dos preços dos fretes, já que a demanda internacional, principalmente para a China, continua bastante aquecida". O consumo interno é estimado pela Conab em 42,4 milhões de toneladas. O estoque de passagem da safra 2012/13 está projetado em 4,73 milhões de toneladas, "ou seja, o equivalente a pouco mais de um mês de consumo interno".

Mais de 11 mil pessoas foram ao Chevrolet Hall nesta sexta-feira (19) para prestigiar e celebrar o reggae. Um público misturado ocupou os espaços da casa de show para assistir a duas grandes bandas: Planta e Raiz, grande nome do reggae brasileiro e Soja, um dos grupos mais relevantes do cenário do gênero no mundo.

A casa ainda não estava cheia quando o grupo brasileiro subiu ao palco, mas o público que compareceu foi contagiado pelo espírito da banda. Em clima de total celebração, a plateia acompanhou cada canção interpretada por Planta e Raiz e vibrou com as versões de O telefone tocou novamente, de Jorge Ben Jor e A praeira, da banda pernambucana Nação Zumbi. “Salve Chico”, gritou o vocalista Zeider referindo-se à Science, grande ídolo de recifenses e olindenses. Após um show curto, com menos de uma hora de duração, a banda abriu espaço para a atração internacional “Valeu Pernambuco, valeu galera, a paz de Deus e muito obrigado”, se despediu o vocalista “Muito obrigado por cada eu e eu que está aqui hoje”. 

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Os americanos da Soja entraram no palco por volta da meia noite e meia e foram recebidos por um público ansioso. As expectativas foram atendidas e a banda trouxe ao Recife um repertório recheado de sucessos do novo álbum, Strength To Survive (2012), e de discos anteriores. A homônima Strength To Survive esteve no repertório além de outros sucessos da banda como I Don’t Wanna Wait e You and Me (do disco Born To Babylon) e Rasta Courage (do Peace in a Time Of War) em versão acústica. 

Congregando sonoridades tradicionais do reggae com referências mais ousadas, como o rock’n roll, a banda levou os recifenses ao delírio pelo dinamismo em palco. O grupo surpreendeu o público ao apresentar uma sequência percussiva típica dos ritmos brasileiros: agogô e até um apito foram usados pelos rapazes, que ousaram tocar samba no Recife, arrancando gritos e muitos aplausos da plateia. Numa noite de muita música, o vocalista Jacob, arriscou um "muito obrigado" em português e chamou 'Recife' algumas vezes. Em inglês, agradeceu ao público pela noite "Este é um grande show, muito obrigada".

Entre o público, o clima foi de satisfação e celebração. O sargento Alexandre Farias não deixa de ir ao show da Soja e garante que não sobra espaço para arrependimentos “Toda vez que eu vejo, eles se superam. Todo ano eu assisto o show deles e não perco por nada, porque sei que vai valer a pena”, explica. Já a produtora Mel Maia não se identifica como fã da banda e assistiu pela primeira vez a uma apresentação dos americanos, mas ficou feliz com a apresentação “O carisma foi o que mais me chamou a atenção. Eles são contagiantes, a gente não consegue ficar parado. Gostei muito”, revela.

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A produtora de carne de frango norte-americana Zacky Farms entrou com pedido de concordata na segunda-feira, apontando como justificativa o aumento dos preços do milho e da soja provocado pela pior estiagem em décadas nos Estados Unidos.

A empresa informou que teve problemas de liquidez e gastos de US$ 1,8 milhão por semana para alimentar 1,9 milhão de perus e 600 mil frangos por causa do aumento dos preços do milho e da soja, de acordo com os documentos enviados ao Tribunal de Falências de Sacramento.

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Com letras que apelam para a preservação da natureza, a banda americana Soja (Soldier of Jah Army) traz ao Recife, no próximo dia 19, o show da turnê de seu último disco, Strenght to Survive, inspirado no álbum Survival, de Bob Marley. O quarto disco da carreira da banda aposta na mistura do reggae tradicional e rock jamaicano.

True Love, You Don’t Know Me e You and Me são alguns dos grandes sucessos do grupo que não ficam de fora do repertório da noite. Mentality, Not Done Yet e a homônima Strenght to Survive, do mais recente trabalho da banda, também estão entre as canções que serão interpretadas na turnê brasileira.

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A Soja não se apresenta no Recife desde novembro do último ano. Antes de tocar na capital pernambucana, a banda passa ainda por outras cidades brasileiras como Florianópolis, Rio de Janeiro e São Paulo.

Serviço
Soja
Sexta-feira (19), 21h
Ingressos: Pista R$ 70 (Inteira)  R$ 35 (Meia-entrada) | Frontstage R$ 120 (Inteira) R$ 60 (Meia-entrada) | R$ 500 (Camarote)
Chevrolet Hall (Complexo de Salgadinho)
Informações: (81) 3427-7500

Os alimentos continuaram tendo o maior impacto no Índice de Preços ao Produtor (IPP) em agosto. O aumento de 2,04% nos preços dos alimentos puxou a alta de 0,53% do índice no mês passado, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O setor teve uma contribuição de 0,41 ponto porcentual na taxa do indicador verificada no período.

Quatro produtos foram responsáveis por 0,92 ponto porcentual do resultado. A principal pressão altista continua vindo, sobretudo, da quebra na safra da soja nos Estados Unidos e por elevações de preços do produto no mercado internacional. Em agosto, ficaram mais caros as tortas, bagaços, farelos e outros resíduos da extração do óleo de soja, óleo de soja refinado e também o arroz.

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"Além dos derivados da soja, em agosto o arroz aparece pela primeira vez no ano influenciando o índice. Isso mostra a importância dos problemas climáticos que reduziram a safra do Rio Grande do Sul, já que o arroz não tem um peso grande no IPP", diz Alexandre Brandão, gerente do IPP do IBGE.

O suco de laranja contrabalançou as altas de soja e arroz, impedindo um aumento maior dos preços de alimentos. "Já começa a haver uma alta nos preços internacionais do item, mas ela ainda não chegou ao IPP", destaca Brandão. O setor de metalurgia foi um dos destaques do mês por causa de uma reversão na curva de preços: após uma variação negativa de -1,20% em julho registrou avanço de 0,82% em agosto.

Segundo Brandão, o que puxou a taxa foi um aumento no preço do lingote de aço. "Depois de um período ruim para a metalurgia, o setor começa a tentar recompor as margens de lucro perdidas ao longo do último ano", explica. O setor de refino de petróleo continuou tendo influência importante na alta do IPP, em especial em função do encarecimento do óleo diesel e do querosene de aviação.

Entretanto, a cotação da nafta, que faz parte desse grupo, caiu pelo segundo mês consecutivo em função da menor demanda de países como a China. O recuo da nafta no mercado externo barateou derivados como o etileno e impactou o setor de outros produtos químicos. Assim, o setor registrou queda de -1,50% no mês e figurou como a principal influência negativa do índice em agosto.

Com esse resultado, contrabalançaram as elevações em alimentos, refino e metalurgia e manteve o IPP de agosto próximo ao de julho (0,53% ante 0,50%). O pico do índice foi verificado no mês de maio, quando houve alta de 1,69% na margem. Além dos choques externos, Brandão aponta que a variação no IPP tem tido impacto da variação cambial, que influencia principalmente o IPP acumulado no ano (5,59%) e produtos para exportação como fumo e celulose.

A China poderá importar até 80 milhões de toneladas de soja e até 20 milhões de toneladas de milho em 2015, projetou nesta sexta-feira o executivo-chefe da trading Olam International, Sunny Verghese. Segundo ele, o aumento da renda na segunda maior economia mundial impulsiona a procura por alimentos ricos em proteína.

De acordo com dados do relatório mensal de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) de agosto, a China deve importar 59,50 milhões de toneladas de soja e 2 milhões de toneladas de milho só no ano comercial 2012/13.

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Em evento na Faculdade de Administração de Cingapura, o executivo destacou que, em 1980, o consumo per capita de carne na China era de aproximadamente 15 quilos. Atualmente, esse número já chega a 55 a 60 quilos por pessoa, o que exige importações maiores de grãos.

Para o executivo, outro fator que continuará contribuindo para a dependência da China de importações é a área limitada disponível para plantio no país. Ele estimou que o território cultivado na China seja de 121 milhões de hectares no momento e que a área plantada pode crescer para até 160 milhões de hectares até 2015.

Mas, conforme o executivo, esse aumento é insignificante perto do gigantesco consumo doméstico chinês. Segundo Verghese, outros 33 milhões de hectares seriam necessários apenas para o plantio de soja se o país quisesse se tornar autossuficiente na produção da oleaginosa. As informações são da Dow Jones.

O custo do milho nos mercados nacional e internacional, com a forte alta provocada pela quebra de safra nas principais regiões produtoras do grão que sofreram com a seca este ano, como os Estados Unidos e o Sul do Brasil, tem pressionado fortemente o mercado de carnes. Ao lado da soja (farelo de soja) o produto é a principal matéria-prima para a produção de carne bovina, suína e de aves nos Estados Unidos e de aves e suínos no Brasil.

O preço da saca de milho chegou a quase R$ 35 e o da soja a R$ 85, em média. O preço mínimo, usado como referência de mercado para garantia de aquisição pelo governo federal, foi R$ 13,02 para a saca de 60 quilos de milho e R$ 22,87 para a saca de soja.

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No Brasil, onde a produção de aves e suínos é mais sensível ao problema, o governo tem usado o estoque regulador para amenizar os impactos. De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, 1,2 milhão de toneladas de milho estão disponíveis para regulação. Parte desse estoque tem sido disponibilizada no mercado a preços subsidiados em relação aos atuais.

As regiões Nordeste e Sul do país, que mais sofreram com a estiagem e que têm sentido mais fortemente os impactos dos preços de grãos na produção de carne, são prioridade.

Com a modalidade denominada Venda Balcão, voltada para pequenos produtores, o governo se compromete com a entrega das sacas comercializadas. “Mas estamos com problemas [nessa modalidade] porque a Conab [Companhia Nacional de Abastecimento] tem feito leilões de frete. Com o superaquecimento do mercado de frete, a Conab não está conseguindo contratar caminhões”, explicou Edilson Guimarães, diretor do Departamento de Comercialização e de Abastecimento Agrícola e Pecuário do Mapa.

Guimarães acrescentou que pela modalidade de Venda de Estoques Públicos [VEP], os produtores compram e levam o produto a preços mais baixos. “Na última quinta-feira (30), das 30 mil toneladas de milho que disponibilizamos, vendemos 18 mil para o Nordeste e Norte do país. Na próxima quinta-feira (6), vamos ofertar mais 30 mil toneladas e aí poderão entrar os produtores de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul”, disse.

As operações serão realizadas até o fim de dezembro, de acordo com a portaria que viabilizou as medidas. Para os produtores nordestinos, estão reservadas 400 mil toneladas de milho, e para os produtores do Sul, 200 mil toneladas. Guimarães explicou que esse volume ainda pode aumentar e que o governo vai manter as medidas de regulação depois do período previsto pela portaria.

Ainda assim, o próprio governo admite que o apoio não é suficiente para regularizar o mercado como um todo. O volume estocado e disponibilizado a baixo custo é residual ante a histórica quebra da safra norte-americana, estimada em mais de 130 milhões de toneladas de soja e milho.

“Não há como suprir o mercado todo. O preço de carnes ainda vai se manter e é o mercado que vai ajustar esse preço. Não temos condições de abastecer todo o mercado brasileiro com preço mais baixo e não é questão de ter ou não estoque”, explicou Guimarães.

Ainda que as medidas sejam voltadas prioritariamente para os produtores nordestinos e sulistas, agricultores do Centro-Oeste também têm conseguido adquirir milho e soja a preços mais baixos do que os cobrados no mercado.

Na unidade da Conab do Distrito Federal, a saca de milho tem sido comercializada a R$ 22. Do ponto de vista de produtores que têm conseguido se beneficiar das medidas de regulação, como Arnaldo Figueiredo, a atual crise de desabastecimento pode ser uma oportunidade estratégica para outros segmentos da cadeia.

“Sendo uma crise global, torna-se uma oportunidade para nós, que praticamos bovinocultura de leite e corte com menos dependências desses insumos. É uma oportunidade de retomar mercados perdidos”, avaliou.

Figueiredo ainda destacou que os frigoríficos tendem a adotar uma estratégia com prioridade às exportações, “em detrimento do próprio mercado interno”. A principal explicação é a queda do mercado bovino norte-americano, maior dependente de insumos como milho e soja e, por isso, com custo de produção mais onerado.

O presidente da Associação dos Produtores de Biodiesel do Brasil (Aprobio), Erasmo Battistella, informou, nesta quinta-feira, que o atual preço elevado da soja não deve impactar a oferta de biodiesel nos próximos meses. Segundo ele, a retração na oferta da soja é pontual e fruto de estiagem prolongada registrada no Brasil e nos Estados Unidos, que prejudicou as lavouras.

O executivo acrescentou que muitas empresas produtoras de biodiesel formaram estoques com o produto, que deve ser suficiente até a entrada da safra brasileira do grão, a partir de janeiro de 2013. "Não teremos problema para entregar o biodiesel já vendido em leilões", garantiu Battistella.

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Atualmente, a soja é a principal matéria-prima utilizada na produção de biodiesel, representando 80% de participação. A segunda matéria-prima mais utilizada é o sebo bovino, com 16%. O restante da oferta vem de oleaginosas alternativas produzidas pela agricultura familiar.

A alta de 1,34% do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) de julho foi impulsionada por reajustes de commodities e combustível e, segundo o coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros, tem caráter pontual. De acordo com ele, no curto prazo o IGP-M deve desacelerar gradativamente, ainda com participação de itens como o diesel, que só teve parte do reajuste repassada. "A disparada ocorrida neste mês foi pontual", garantiu.

Soja e derivados foram responsáveis por 1,09 ponto porcentual da alta de 1,81% em julho do Índice de Preços ao Produtor Amplo - Mercado (IPA), que é um dos índices que compõem o IGP-M. Apenas as commodities em grãos representaram 0,81 ponto porcentual do IPA. "Se considerarmos que o IPA representa 60% do IGP-M, a soja respondeu por quase 1/3 do aumento do IGP-M de julho", afirmou o economista, em entrevista coletiva em São Paulo. Até julho, a soja em grão acumula alta de 62,63% no ano, maior nível para o período desde o lançamento do Plano Real, em 1994. O aumento de 14,89% da soja em julho foi a maior variação mensal desde outubro de 2002.

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Para Quadros, as recentes informações sobre a seca nos Estados Unidos provocaram novos repasses de preços da soja no mercado internacional. O mesmo ocorreu com o milho, que também sofre com problemas climáticos e apresentou alta de 6,74% no IPA em julho ante queda de 3,95% em junho.

O economista disse que a quebra de safra desses produtos provocou reflexos em outras commodities, utilizadas em substituição aos grãos afetados. É o caso, por exemplo, do trigo, que até o sétimo mês deste ano acumula alta de 8,96%. "O pão francês já começou a subir", citou Quadros, como exemplo de reflexo das commodities internacionais para o consumidor. O pão francês acelerou de 0,42% em junho para 1,95% em julho.

O IPA de julho sofreu também com a alta dos combustíveis, que desta vez não pôde ser compensada pela isenção na Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide). O diesel respondeu por 0,16 ponto porcentual no IPA de julho e a gasolina, por 0,12 ponto porcentual. Salomão explicou que uma pressão de alta decorrente do aumento no preço do diesel ainda deve aparecer em agosto - o reajuste de 6% teve apenas 1/3 repassado em julho. "O diesel terá um efeito indireto sobre os produtos que chegam ao consumidor, mas nada que vá desgovernar o índice", afirmou.

Com o resultado de julho, o IGP-M voltou a acelerar no acumulado de 12 meses, atingindo 6,67%, ante 5,14% registrados em junho. No entanto, Quadros afirma ser pouco provável que o IGP-M em 12 meses volte para a casa dos 11% verificados ao final de 2010 e início de 2011 porque as influências positivas agora são sazonais e também porque há um impacto menor do câmbio. "A tendência do IGP-M é desacelerar já em agosto", afirmou Quadros.

Eraí Maggi Scheffer, conhecido como "o rei da soja", está empolgado com a próxima safra. Vai plantar em Mato Grosso 220 mil hectares do grão, o equivalente a mais de 200 mil campos de futebol. A cultura vai tomar espaço do algodão e das pastagens e a área plantada vai crescer quase 24% em relação à safra anterior. "É uma alta expressiva. Todos os agricultores estão animados."

Em meio a uma das mais graves crises da economia global, os agricultores brasileiros se preparam para plantar a maior safra de todos os tempos, que pode levar o Brasil a superar os Estados Unidos e se tornar o maior produtor de soja do mundo. O motivo é o preço do grão, que nunca esteve tão alto. A soja voltou a ser o principal produto da pauta de exportação e está salvando a balança comercial do País.

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Na sexta-feira, o preço da soja bateu US$ 17,57 por bushel (27,2155 kg) na bolsa de Chicago, uma valorização de 15% desde o início do mês, quando uma forte seca atingiu as lavouras nos EUA. Antes desse rally, o recorde era de US$ 16,50 por bushel, marcado antes da quebra do Lehman Brothers em 2008. No porto de Paranaguá (PR), a saca (60 kg) de soja chegou a impressionantes R$ 85. Em Sorriso (MT), apesar de todas as deficiências logísticas, os produtores recebiam R$ 73,5 por saca.

"Como não importamos praticamente nada, a soja é superávit na veia", afirma Amaryllis Romano, analista da Tendências Consultoria. No primeiro semestre, as exportações de grão, farelo e óleo atingiram US$ 15,9 bilhões, mais de duas vezes o superávit do País, que vem minguando por causa da queda dos preços do minério de ferro e da menor demanda por produtos manufaturados. A participação da soja nas exportações atingiu 13,6%, ultrapassando o minério, com 12,7%.

O rally da soja é consequência de uma das piores secas da história dos Estados Unidos. Segundo Luiz Fernando Gutierrez, analista da Safras & Mercado, a soja está na fase de floração e formação do grão nos EUA, um momento crítico para a falta de chuva. Por enquanto, 4 milhões de toneladas já foram perdidas. "Se não chover no próximo mês, as perdas serão mais severas."

Os estoques mundiais do grão já vinham baixos desde o ano passado, quando Brasil e Argentina também tiveram prejuízos por causa do clima. Até agora, os três maiores produtores de soja perderam juntos 21 milhões de toneladas, quase 10% da produção mundial. "É uma quebra importante. A China continua com uma fome danada e, apesar da crise, a Europa também não deixou de comer", diz Fábio Trigueirinho, secretário executivo da Associação Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais (Abiove).

Como faltou produto, o preço disparou. "O pessoal está rindo sozinho", admite Aroldo Gallasini, diretor-presidente da Coamo Agroindustrial Cooperativa, de Campo Mourão, no Centro-Oeste do Paraná. "Em 20 dias, mudou todo o cenário para a agricultura brasileira."

Supersafra

É nesse clima de otimismo que os agricultores começam a plantar a safra 2012/13 a partir de setembro. Para a Agroconsult, a área plantada de soja vai aumentar 10%, para 27,9 milhões de hectares. Se o clima não atrapalhar, a colheita pode chegar 83 milhões de toneladas, alta de 25% sobre a temporada 2011/12 e volume superior aos 80 milhões de toneladas previstos pela consultoria para os EUA.

A Safras & Mercado estima a safra 2012/2013 em 82,3 milhões de toneladas, quase igual aos 83 milhões dos americanos. "Se o clima continuar ruim nos EUA, o Brasil pode ultrapassar e ocupar o posto de maior produtor do mundo", diz Gutierrez. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) prevê uma safra de 83 milhões de toneladas para os EUA e 78 milhões de toneladas para o Brasil.

Segundo Marcos Rubin, analista da Agroconsult, o forte crescimento da produção de soja na safra 2012/13 será uma consequência da perspectiva de rentabilidade do agricultor, que hoje é excelente. Além das cotações internacionais recordes, o setor também é favorecido pela desvalorização do câmbio, que elevou os preços recebidos em reais.

"É um bom momento, não há como negar. Os custos também subiram e boa parte da safra atual já estava vendida. Mas, sem dúvida, teremos um ritmo de crescimento chinês na próxima safra", diz Carlos Fávaro, presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja).

A comercialização da nova safra está acelerada. Os agricultores brasileiros já venderam, em média, 35% da produção que não foi sequer plantada, porcentual superior a média de 10% desta época. Segundo Cleber Noronha, analista do Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola (Imea), esse porcentual já chega a 65% em Mato Grosso.

Nos próximos anos, EUA e Brasil devem disputar a liderança global de produção de soja no mundo, mas a tendência é que os brasileiros se consolidem no topo porque, mesmo sem aumentar o desmatamento, o País ainda pode elevar significativamente sua área plantada. O Brasil ainda deve produzir outros "reis da soja" como Eraí Maggi Scheffer. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A soja foi a principal responsável pela aceleração da inflação registrada na primeira prévia do IGP-M de julho. O chamado complexo soja - que inclui a soja em grão, farelo de soja e óleo bruto e refinado - respondeu por 56% da alta de 1,25% registrada pelo Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-M) no período.

"A soja foi de longe a maior responsável pela mudança de patamar da inflação. Ela vinha desacelerando, mas os preços voltaram a subir com a seca nos Estados Unidos", afirmou o coordenador de análises Econômicas da FGV, Salomão Quadros.

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Na primeira prévia de julho, a soja subiu 9%, bem acima dos 2,35% registrados em igual período de junho. O preço do chamado complexo soja vem subindo desde o início do ano, quando houve uma quebra de safra no Brasil e na Argentina.

Segundo Salomão, ainda é difícil prever até quando o impacto da soja irá pressionar os IGPs. Mas, pondera, a expectativa é de que a inflação alcance seu pico no IGP-M de julho e depois comece a desacelerar em agosto.

A FGV divulgou ainda que os combustíveis responderam por 18% da inflação registrada pelo Índice de Preços ao Produto Amplo (IPA) na primeira prévia do IGP-M de julho. O índice pulou de 0,64% na primeira prévia de junho para 1,25% na primeira prévia de julho. "Como não se espera um novo aumento da gasolina, esse impacto tende a sumir em agosto", previu Quadros. Ele lembra que os itens gasolina e óleo diesel estavam zerados, mas subiram após o reajuste de preços anunciado pela Petrobras no final de junho.

Os dados da FGV mostram que a gasolina subiu 7,83% na primeira prévia de julho ante igual período do mês anterior, enquanto o óleo diesel teve alta de 3,94% na mesma base de comparação. Quadros ressaltou ainda outros fatores que ajudaram a pressionar a inflação, como alimentos in natura e automóveis.

No caso dos combustíveis, o coordenador lembra que as montadoras reduziram preços em junho. Agora, sem esse desconto, o item, que registrou deflação de 2,59% na primeira prévia do mês passado, fechou zerado. "Acabou esse efeito que ajudava a jogar para baixo a inflação", lembrou.

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que terá alcance nacional o resultado da ação coletiva que dois sindicatos rurais do Rio Grande do Sul movem contra a cobrança de royalties pela utilização da semente transgênica de soja Round-up Ready, a "soja RR" da multinacional Monsanto. Segundo o tribunal, os valores envolvidos chegariam a R$ 15 bilhões.

Na ação coletiva, os sindicatos argumentaram que a questão deveria ser analisada pela ótica da Lei de Cultivares, e não pela Lei de Patentes, o que permitiria aos produtores, independentemente do pagamento de qualquer taxa à Monsanto, reservar sementes para plantio próprio e venda de produtos como alimento. No caso dos pequenos produtores, seria possível a multiplicação de sementes para doação e troca.

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O julgamento na Terceira Turma do STJ começou em dezembro do ano passado, quando a relatora, ministra Nancy Andrighi, votou reconhecendo a legitimidade das entidades de classe para propor a ação na Justiça gaúcha. Na ocasião, ela afirmou que é importante que a eficácia das decisões se produza de maneira ampla, atingindo produtores de soja em todo o território nacional. À época, essa posição foi seguida pelo presidente da Terceira Turma, ministro Massami Uyeda.

Em sua decisão, a relatora concordou com a interpretação dada pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) quanto ao tipo de direito de que trata a ação. Para Nancy Andrighi, "são direitos coletivos aqueles transindividuais, de natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica de base".

Em relação ao pedido das entidades de "repetição de indébito" (ressarcimento), a ministra Nancy ratificou a posição do TJRS, de que caberá a cada agricultor pleitear a cobrança do montante que teria pago a mais, na hipótese de procedência do pedido da ação coletiva. A ministra observou que, "se a cobrança de royalties feita por uma empresa a um universo de agricultores que trabalham no cultivo da soja transgênica for considerada realmente indevida, o significativo impacto no preço final do produto, para consumo, já seria motivo suficiente para justificar a tutela coletiva desses direitos".

Ela rechaçou a argumentação da Monsanto de que os sindicatos não teriam legitimidade para atuar no processo. De acordo com a ministra, "a legitimidade dos sindicatos para atuar em processos coletivos deve ser considerada de maneira ampla, sob pena de violar a Constituição Federal, a qual assegura a essas entidades a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria". Segundo os autos, 354 sindicatos representantes de produtores rurais já se encontram habilitados nessa ação coletiva.

O clima deu uma "mãozinha" para os preços dos grãos neste início de colheita. Em 30 dias, as cotações em dólar da soja e do milho subiram 10% na Bolsa de Chicago e o trigo teve alta de 17%. A seca que castigou o milho e a soja no Sul, na Argentina e em outros países do Cone Sul e o frio no leste europeu reverteram um quadro fragilizado que se desenhava para os preços por causa do desaquecimento da economia global e da maior oferta de grãos.

"O cenário mudou da água para vinho, quando se consolidaram as perdas com a seca", diz Daniel Latorraca, gestor do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), lembrando que em dezembro os preços estavam deprimidos, em razão da grande produção.

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Além das intempéries, Flávio Roberto de França Júnior, diretor da consultoria Safras & Mercados, ressalta que a melhora no ambiente da economia mundial fez com que os investidores aumentassem a sua exposição ao risco e voltassem a apostar nas commodities, o que impulsionou os preços.

Com a soja cotada a US$12 por bushel e o milho a US$ 6 no mercado internacional, os preços desses grãos estão hoje num dos maiores níveis dos últimos anos e acima das médias históricas, avalia Aedson Pereira, analista de grãos da consultoria Informa Economics FNP. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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