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O PL anunciou apoio a Rodrigo Pacheco (DEM-MG) na eleição para a presidência do Senado. O partido, uma das siglas do Centrão no Congresso, tem três senadores. Os partidos em torno de Pacheco até o momento (DEM, PSD, PT, PROS, Republicanos e PL) somam 30 senadores na data da disputa, em fevereiro.

"A importância disso é que o PL vai unido com todas as suas forças participar da próxima gestão do Senado com a presidência do nosso senador Rodrigo Pacheco", afirmou o líder do PL na Casa, Carlos Portinho (RJ), em vídeo distribuído pela assessoria de imprensa.

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O PL filiou Carlos Portinho, que estava no PSD, em dezembro.

O senador assumiu o mandato após a morte de Arolde Oliveira (PSD-RJ), vítima da covid-19.

Na esteira das negociações para a sucessão, o PL recuperou o direito a ter um gabinete de liderança, com acesso a cargos e verbas, após a filiação.

O gabinete é garantido apenas a legendas com três ou mais senadores, o que aumentou o cacife da bancada na negociação.

Candidatos à presidência da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL) e Baleia Rossi (MDB-SP) têm percorrido o País para fazer campanha usando jatinhos particulares, com despesas pagas por seus partidos. As siglas não revelam quanto gastaram pelos deslocamentos até agora e dizem que os valores serão declarados nas prestações de contas à Justiça Eleitoral, o que só são obrigados a fazer em junho do ano que vem. No caso do MDB, a legenda afirmou que usará recursos próprios, provenientes de doações privadas, e não do Fundo Partidário, composto por dinheiro público.

Apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro, Lira é o que mais viajou até agora. Já passou por dez capitais nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do País em reuniões com governadores e políticos locais. A aeronave usada por ele - um jato Cessna Citation Excel com capacidade para oito passageiros e o sugestivo prefixo "PP-MDB" - pertence a dois empresários investigados na Lava Jato. Lira é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) na mesma operação. O Estadão flagrou o deputado embarcando nesta segunda-feira, 11, jatinho em Brasília com destino a Palmas (TO).

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Os irmãos Átila e Metin Yurtseve, donos da Rico Táxi Aéreo, foram alvo de busca e apreensão da Polícia Federal em novembro de 2019 sob suspeita de terem lavado dinheiro para a campanha de Eduardo Braga (MDB-AM). Segundo delação premiada de Ricardo Saud, ex-diretor da JBS, eles usaram notas fiscais falsas para ocultar propina de R$ 6 milhões ao emedebista em 2014, quando Braga tentou se eleger governador do Amazonas. O senador nega as acusações.

Na mesma campanha, a empresa dos irmãos Yurtseve doou R$ 200 mil a Lira, que na época concorreu ao cargo de deputado federal por Alagoas. O repasse foi declarado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

A Rico Táxi Aéreo também é investigada em outra operação da Polícia Federal contra desvio de recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) no Amazonas e, nesta investigação, teve um avião apreendido em 2019. Procurada pela reportagem, a empresa não se manifestou.

Articulação

Com a campanha oficializada na semana passada, Baleia viajou apenas duas vezes até agora. Esteve em Teresina, capital do Piauí, na sexta-feira, 8, e nesta segunda foi a Florianópolis, em Santa Catarina. Nas duas vezes, utilizou uma aeronave da Icon Táxi Aéreo.

O MDB afirmou que contratou o serviço para esses primeiros voos após fazer cotações com três empresas e escolheu a mais barata. O valor não foi informado porque, segundo o partido, a intenção é negociá-lo ao fim da campanha dependendo do número de viagens. A sigla, por meio da assessoria, disse que tudo estará na prestação de contas e não usará qualquer recurso do Fundo Partidário.

Ao todo, MDB arrecadou R$ 35,2 milhões em 2020. Deste valor, menos de 1% (R$ 246,3 mil) foram de doações de pessoas físicas. O principal doador foi o senador Fernando Bezerra (MDB-PE), líder do governo no Senado, com R$ 18,5 mil. O segundo na lista é o próprio Baleia, que repassou R$ 16,4 mil à sigla que preside. A prestação de contas do ano passado ainda não foi concluída.

O Progressistas ainda não prestou informação ao TSE sobre as contas do ano passado - o prazo vence em junho. Ao todo, a sigla recebeu R$ 48 milhões do Fundo Partidário. "Todas as ações da campanha são feitas cumprindo rigorosamente a legislação e as contas serão divulgadas de forma transparente", disse o partido de Lira.

A legislação não veda que as legendas banquem estes gastos. A única exigência é de que a despesa seja para atividade partidária. "Ilegalidade não há. Ainda que se pretenda invocar o princípio da economicidade, a despesa se revela lícita", afirma Fabrício Medeiros, advogado eleitoral. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O vice-presidente do PSL, deputado Junior Bozzella (SP), disse que a Executiva Nacional do partido acatou por unanimidade abrir processos contra 20 parlamentares, que podem ser expulsos da legenda. A decisão foi tomada nesta terça-feira, 12, em reunião em Brasília.

Essa não é a primeira vez que o PSL abre processo de expulsão. No ano passado, o partido já tentou expulsar dissidentes, mas desistiu e apenas suspendeu 17 parlamentares. Desta vez, a acusação contra os parlamentares foi reforçada pela adesão à candidatura de Arthur Lira (PP-AL) na eleição para a presidência da Câmara. Oficialmente, a legenda apoia Baleia Rossi (MDB-SP) na disputa.

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"Não há cabimento dar atestado de boa conduta para infratores, contra fatos não há argumento. Esses deputados são reincidentes, porque eles feriram o estatuto do partido", diz Bozzella.

O grupo de parlamentares já havia sido notificado por ter apoiado candidatos adversários nas eleições municipais. A adesão à campanha de Lira, na avaliação da cúpula do partido, foi a "gota d'água".

O novo embate ocorreu após Vitor Hugo, ex-líder do presidente Jair Bolsonaro na Câmara, divulgar uma lista assinada por 32 dos 52 deputados do PSL em favor de Lira. O deputado disse que os parlamentares não aceitam participar do bloco de Baleia Rossi, que inclui partidos de esquerda.

Agora, depois da decisão da Executiva, o Conselho de Ética do PSL deve emitir um parecer e notificar os deputados acusados de infidelidade partidária. Eles terão um prazo de cinco dias para apresentar a defesa. Caso sejam expulsos, os parlamentares não perdem seus mandatos e nem o direito a votar na eleição da Câmara, mas ficam sem recursos como os do fundo eleitoral e partidário e sem vaga em comissões da Casa.

Partido que deu abrigo a Bolsonaro nas eleições de 2018, o PSL enfrenta uma sucessão de brigas internas desde que o presidente deixou suas fileiras, há pouco mais de um ano. Por causa da disputa entre Bolsonaro e Luciano Bivar - presidente nacional da sigla -, 17 dos parlamentares que agora podem ser expulsos já estavam suspensos. Além de Eduardo Bolsonaro (SP), a lista inclui Major Vitor Hugo (GO), Bia Kicis (DF) e Carla Zambelli (SP).

O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou nesta terça-feira (12) que a pauta econômica prioritária no Congresso Nacional deve ser um processo conduzido pelo Executivo. Mourão foi questionado sobre declarações do deputado Arthur Lira (PP-AL), que disputa a presidência da Câmara e tem o apoio do Planalto. Em coletiva ontem, Lira disse que a prioridade neste ano deveria ser a PEC Emergencial e a reforma administrativa, antes da tributária.

"Isso aí é uma declaração ainda do deputado Arthur Lira, acho que esse processo tem que ser conduzido a partir do Executivo", disse Mourão a jornalistas na chegada à vice-presidência. Ele afirmou que o ministro Paulo Guedes, da Economia, junto ao presidente Jair Bolsonaro são os quem traçam as prioridades e buscam o entendimento com o Congresso.

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O vice-presidente também comentou o anúncio de apoio do PT ao candidato Rodrigo Pacheco (DEM-MG), no Senado. Para ele, é "meio disfuncional" o apoio da sigla ao candidato que tem o aval do Planalto, enquanto na Câmara a legenda apoia o rival de Lira, o deputado Baleia Rossi (MDB-SP). "Na minha visão, o PT na Câmara apoia um candidato e no Senado apoia outro, é um troço meio disfuncional, só isso que eu vejo", declarou o vice.

O MDB deve anunciar nesta terça-feira (12) seu candidato para a presidência do Senado. Maior bancada na Casa, o partido tem quatro nomes na disputa - os líderes do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (PE), e no Congresso, Eduardo Gomes (TO), e os senadores Eduardo Braga (AM) e Simone Tebet (MS).

O escolhido vai disputar o comando do Senado com Rodrigo Pacheco (DEM-MG), que é o preferido de Jair Bolsonaro na disputa e tem o apoio do atua presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), do PSD, Republicanos, PROS e PT, além do DEM. O bloco conta agora com 27 senadores.

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O MDB tem hoje 13 senadores, mas sua bancada vai aumentar. Também nesta terça-feira, Rose de Freitas (Podemos) e Veneziano (PSB) vão se filiar oficialmente ao partido. A reunião da legenda está marcada para 15 horas.

O PT decidiu apoiar a candidatura de Rodrigo Pacheco (DEM-MG) à Presidência do Senado. A decisão da bancada petista chama a atenção, uma vez que Pacheco, líder do DEM, é o concorrente avalizado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, para o Senado. Na Câmara, o PT aderiu à campanha do deputado Baleia Rossi (MDB-SP) ao comando da Casa justamente sob o argumento de que não poderia estar ao mesmo lado do "candidato de Bolsonaro", que ali é Arthur Lira (Progressistas-AL).

O anúncio do PT dá musculatura à candidatura de Pacheco, nome lançado pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). Com o respaldo dos petistas, Pacheco contabiliza a adesão de 27 senadores, incluindo nesse bloco parlamentares do PSD, do Republicanos e do PROS.

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Se o líder do DEM vencer a disputa, o PT poderá ganhar o comando de duas comissões, além de cargo na Mesa Diretora do Senado.

Na semana passada, o líder do MDB, Eduardo Braga (AM) tinha a expectativa de obter apoio do PT à sua candidatura. Por isso, ele havia pedido ao partido que adiasse o anúncio até a definição de quem será o postulante do MDB. Além de Braga, os senadores Fernando Bezerra Coelho (PE), Eduardo Gomes (TO) e Simone Tebet (MS) tentam a indicação do partido.

A nota assinada pelo líder do PT no Senado, Rogério Carvalho (SE), e pelo vice-líder, Jaques Wagner (BA), não apenas sepulta a possibilidade de união com Braga como enfraquece a candidatura dele.

No comunicado, a bancada afirma que a decisão considerou "a grave situação econômica, social e política do País" e a "necessidade de reforçar a institucionalidade e a legalidade democráticas no âmbito do Estado brasileiro".

O PT observa ainda, que o apoio tem o objetivo de "enfrentar a agenda de retrocessos pautada pelo governo de extrema-direita no campo dos direitos humanos e dos direitos constitucionais" e "contribuir com a superação da gravíssima crise que o Brasil atravessa".

Mesmo assim, os senadores do partido argumentam que continuarão a defender suas bandeiras no Senado, independentemente do apoio a Pacheco. "O PT tem bastante claro que a aliança com partidos dos quais divergimos politicamente, ideologicamente e ao longo do processo histórico se dá exclusivamente em torno da eleição da Mesa Diretora do Senado Federal, não se estendendo a qualquer outro tipo de entendimento, muito menos às eleições presidenciais", diz a nota.

Embora Pacheco tenha o aval do Planalto, o PT faz questão de destacar que os ataques ao governo Bolsonaro continuarão. "(...) Serão utilizados todos os instrumentos do Poder Legislativo, como a instalação de CPIs, a convocação de autoridades, a edição de decretos legislativos, o exame e resposta institucional a todos os crimes praticados por autoridades do executivo, inclusive o presidente da República", afirma trecho da nota.

O PT também diz que o quadro geral de enfraquecimento das democracias e dos sistemas de representação "está sendo agravado desde o golpe de 2016, pela guerra judicial e midiática contra o ex-presidente Lula e pelo governo Bolsonaro, que tem índole claramente autoritária e antidemocrática".

No texto, os petistas dizem que o Senado "deve ser um espaço de contenção da escalada autoritária e de promoção da democracia e das instituições".

Candidato à Presidência da Câmara, o deputado Baleia Rossi (MDB-SP) afirmou, nesta segunda-feira (11), que uma das prioridades atualmente tem de ser o fortalecimento do Bolsa Família ou a extensão do auxílio emergencial enquanto a população não estiver vacinada contra a covid-19. Ele ressaltou que qualquer solução na área social tem de se enquadrar dentro do teto de gastos.

"É uma questão de reorganizar despesas. Governar é eleger prioridades", disse o aliado do atual presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

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Autor da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 45/2019, uma das proposições que trata da reforma tributária, Baleia defendeu que a reorganização do sistema de impostos no País é uma das reformas "mais vitais" para gerar emprego e renda.

Apoiado por uma coalizão de 11 partidos, o presidente do MDB e líder da sigla na Câmara disse que acredita na fidelidade dos parlamentares das legendas que embarcaram na sua candidatura. Seu principal adversário na disputa, Arthur Lira (Progressistas-AL), conta com defecções nas fileiras de Baleia para ampliar seu placar de votação em 1º de fevereiro.

"Vamos conversar com todos os parlamentares dos 11 partidos que estão nos apoiando nesta caminhada e de todos os demais partidos, porque eu acredito que o Parlamento pode contribuir muito se ele for uma união da voz de cada um dos parlamentares", disse Baleia.

O candidato à presidência da Câmara Arthur Lira (PP-AL), líder do "Centrão" e do Progressistas na Casa, pregou calma para se encontrar uma solução sobre o fim do auxílio emergencial, sem ferir o teto de gastos. "Não sou mágico, não tem como propor uma solução no curto prazo, sem abalar o que todo mundo preza", disse ele sobre o risco de extrapolar o orçamento da União e arranhar a credibilidade do País frente a investidores, estourando o teto de gastos.

"Estamos no recesso, sem Orçamento, sem previsão de PLN (projetos de crédito orçamentário)", afirmou em conversa com jornalistas na manhã desta segunda-feira, 11, em Brasília. Ele disse que ao longo de 2020 defendeu que se discutisse a criação de um novo programa social, enquanto a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) do "orçamento de guerra" estava valendo.

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"Não dá pra falar vamos votar o auxílio agora sem falar de onde tirar recurso", afirmou. "Com clama e muita firmeza, o único caminho é votar rapidamente o orçamento com a CMO (Comissão Mista do Orçamento) e ainda, na primeira quinzena, o governo possa fazer algum aceno com o orçamento de modo que não se crie problemas".

Segundo ele, a CMO deve ser instalada na primeira semana de fevereiro e o orçamento deve ser aprovado até a primeira quinzena do próximo mês.

Lira colocou a PEC Emergencial como prioridade número um para a retomada da economia e "capaz de abrir condições orçamentárias". Segundo ele, se eleito, a PEC Emergencial será prioridade, seguido das reformas administrativa e tributária. A emergencial, no entanto, tramita hoje no Senado.

O encontro desta segunda-feira contou com a presença do deputado Marcelo Ramos (PL-AM), da chapa de Lira, de Luis Miranda (DEM-DF) e de Celso Sabino (PSDB-PA), cujo partido apoia o candidato adversário Baleia Rossi (MDB-SP).

O ex-presidente Michel Temer (MDB), três vezes presidente da Câmara dos Deputados, disse defender o diálogo entre os Poderes e criticou a formatação da disputa para as Mesas Diretoras da Câmara e do Senado entre um candidato pró-governo e outro não. "O presidente da Câmara não pode ser de situação ou de oposição. Ele tem que cumprir os deveres que a Constituição dá aos deputados", disse Temer em entrevista à rádio Bandeirantes.

Segundo o ex-presidente, esta espécie de enquadramento da disputa entre um candidato de situação e outro de oposição "aflige" os cidadãos. Temer defendeu que a discussão seja feita "da porta para dentro do Congresso". "Diferentemente do que se alardeia muito hoje - de que, se um (candidato) for eleito, será inteiramente a favor do governo e o outro, se eleito, vai ser contra -, isso não pode acontecer", avaliou.

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O ex-presidente disse também ver como um "fenômeno democrático" o apoio do PT ao candidato do MDB à presidência da Câmara, o deputado Baleia Rossi (SP). O apoio foi alvo de discussão dentro do Partido dos Trabalhadores por conta do apoio de Rossi ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.

Vacinação

Temer disse também estar percebendo "uma certa mudança de atitude" sobre a aplicação de vacinas contra a covid-19. Segundo o ex-presidente, há a sensação de que é impossível continuar "naquilo que vinha no ano passado" e a recusa de parte da população em receber a vacina deve arrefecer nos próximos dias.

O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou nesta segunda-feira, 11, que o governo precisa "trabalhar forte" neste ano para avançar com as pautas no Congresso, além de manter uma "boa conexão" com os parlamentares eleitos para as mesas do Congresso em fevereiro. Na Câmara, o vice-presidente destacou que os principais candidatos, Baleia Rossi (MDB-SP) e Arthur Lira (PP-AL), votaram alinhados com o governo na maioria dos casos.

"Eu acho que, em qualquer hipótese (de eleição), o governo tem que ter uma boa conexão, ligação com Câmara e com o Senado no sentido da gente conseguir aprovar aí aquilo que é necessário para o País poder avançar", afirmou para jornalista nesta manhã. Ele citou que o governo ainda precisa avançar na agenda de reformas e de propostas de emenda à constituição (PEC) que estão paradas, como a Emergencial.

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"Nós temos não só aquelas PECs que estão ali desde o começo do ano passado, mas a questão das reformas. Então, nós precisamos trabalhar forte este ano", ressaltou. Na Câmara, Mourão comentou que a disputa será "apertada" e sugeriu aguardar o desfecho.

O Planalto apoia a eleição do líder do Centrão, Arthur Lira, que rivaliza com Baleia Rossi, candidato do grupo do atual presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ). "Na minha visão, os dois que estão candidatos ali, se você for analisar, mais de 90% dos casos votaram com o governo, os dois", disse.

Mourão retornou hoje ao expediente normal de trabalho após um período de isolamento depois de testar positivo para a covid-19 no dia 27 de dezembro. Além da aprovação de pautas do governo que estão pendentes no Congresso, Mourão também afirmou que espera um trabalho "mais efetivo" do Conselho Nacional da Amazônia, presidido por ele.

A atuação do colegiado esteve em evidência ao longo de boa parte do ano passado, após os registros recordes de desmatamento e queimadas na região amazônica, em especial no final de 2020. "Espero que a gente consiga ser mais efetivo no nosso trabalho", declarou Mourão.

O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, deputado Alceu Moreira (MDB-RS), declarou apoio ao deputado Baleia Rossi (MDB-SP) à presidência da Câmara. Baleia é candidato do atual presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), com quem o líder da bancada ruralista teve atritos durante a gestão.

"Baleia é extremamente qualificado para o diálogo com qualquer partido, o que é imprescindível para levar à frente as pautas que o País precisa. E isso em nada tem a ver com apoio a pautas da esquerda como muitos dizem", escreveu Moreira no Twitter. Partidos de oposição, inclusive o PT, anunciaram apoio a Baleia, mas exigem a análise de um processo de impeachment contra o presidente da República, Jair Bolsonaro.

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Ao Broadcast Político (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), o deputado afirmou que o apoio a Baleia não é feito em nome da bancada, mas que a frente vai exigir do candidato o compromisso com pautas nas quais não houve abertura com Rodrigo Maia. "É ruim uma disputa para a Câmara ficar na questão rasa se é a favor do Rodrigo Maia ou a favor do Bolsonaro. Não tenho compromisso com Maia, eu quero as pautas."

A prioridade da bancada, afirmou Alceu Moreira, é a reforma tributária. Uma das propostas em discussão no Congresso foi apresentada por Baleia Rossi. Além disso, a frente dos ruralistas vai cobrar a votação de projetos do setor, entre eles a regularização fundiária. O projeto da regularização fundiária foi um dos temas de atrito entre Maia e o líder da bancada ruralista.

No ano passado, Moreira criticou o projeto de lei que autoriza o registro de até seis módulos fiscais, bancado pelo presidente da Casa. A proposta está parada no Congresso. A bancada defendia uma medida mais flexível, com limitação maior. Para Alceu Moreira, Maia exerceu uma "ditadura da minoria" no comando da Câmara.

A FPA tem 241 deputados. Entre os integrantes, estão aliados de Arthur Lira (PP-AL), que também disputa o comando Câmara, e Baleia - os dois, inclusive, fazem parte da bancada. Por isso, a frente não deve oficializar apoio a nenhum dos candidatos, apesar de reivindicar pautas ao próximo presidente da Câmara.

Polêmica sobre impeachment

Neste domingo, 10, a presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), fez críticas a Baleia por "fechar a possibilidade" de impeachment do presidente Jair Bolsonaro em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo. "Perderá votos no PT", publicou a parlamentar.

O candidato do MDB logo agiu para amenizar a tensão afirmando que cumprirá compromissos com a oposição, mas que não é possível "antecipar juízos".

Próximo ao presidente Jair Bolsonaro, o líder da bancada ruralista reforçou que o bloco em torno de Baleia Rossi não pode assumir um compromisso a favor do impeachment. "O PT tem direito a se expressar, mas isso não quer dizer eleger um presidente da Câmara para cassar o Bolsonaro. Jamais teria isso."

Um dia após o PSL rachar e parte da bancada aderir à candidatura de Arthur Lira (Progressistas-AL) na eleição para o comando da Câmara, o presidente da sigla, deputado Luciano Bivar (PE), anunciou uma reunião no próximo dia 12 para discutir o processo de expulsão dos dissidentes. Oficialmente, o partido apoia Baleia Rossi (MDB-SP) na disputa.

Estão na mira os 20 parlamentares que assinaram a lista de apoio ao líder do Centrão, entre eles Eduardo Bolsonaro (SP), filho do presidente Jair Bolsonaro. Lira tem o apoio do Planalto.

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Partido que deu abrigo a Bolsonaro nas eleições de 2018, o PSL enfrenta uma sucessão de brigas internas desde que o presidente se desfiliou, há pouco mais de um ano. Por causa da disputa entre Bolsonaro e Bivar, 17 dos parlamentares que agora podem ser expulsos já estavam suspensos. Além de Eduardo, a lista inclui Major Vitor Hugo (GO), Bia Kicis (DF) e Carla Zambelli (SP).

O grupo já havia sido notificado por ter apoiado candidatos adversários nas eleições municipais. A adesão à campanha de Lira, na avaliação da cúpula do partido, foi a "gota d'água".

O novo embate ocorreu após Vitor Hugo, ex-líder do governo na Câmara, divulgar nesta quinta-feira, 7, uma lista assinada por 32 dos 52 deputados do PSL em favor de Lira. O deputado disse que os parlamentares não aceitam participar do bloco de Baleia, que inclui partidos de esquerda. "Era um absurdo que o PSL traísse seus eleitores e se ligasse a um bloco que congrega partidos como PT, PCdoB, PSB, PDT e outros que defendem tudo contra o qual lutamos", afirmou.

Há divergências, no entanto, sobre a validade da assinatura dos parlamentares suspensos. Uma decisão da Mesa Diretora da Câmara do ano passado deixa claro que eles não podem representar o PSL. Já um parecer do procurador da Câmara, deputado Luís Tibé (Avante-MG), apoiador de Lira, afirma que as assinaturas são válidas. Vitor Hugo pediu a convocação de uma reunião da Mesa Diretora para decidir o imbróglio.

A definição de qual lado o PSL ficará é importante porque a formação dos blocos serve como parâmetro para a distribuição dos cargos na Mesa Diretora da Câmara - composta, além da presidência, pela primeira e segunda- vice-presidências, quatro secretarias e quatro suplências.

Essas funções são distribuídas aos partidos seguindo a representação proporcional, que leva em conta o tamanho de cada bloco formado no dia da eleição e o número de deputados eleitos de cada partido, além de acordos firmados pelas siglas.

A aproximação do presidente Jair Bolsonaro com o senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), candidato de Davi Alcolumbre (DEM-AP) à presidência do Senado, levou o MDB a cobrar apoio do Palácio do Planalto na disputa. Pacheco terá como principal adversário um candidato emedebista, que deve ser definido até o dia 15.

O Republicanos, partido do senador Flávio Bolsonaro (RJ), filho do presidente, declarou nessa sexta (8), a adesão à campanha de Pacheco. O anúncio expôs a aproximação do governo com o nome escolhido por Alcolumbre para a sua sucessão e fez o MDB se queixar com o Planalto. A eleição que vai renovar o comando da Câmara e do Senado está marcada para fevereiro.

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O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), se reuniu ontem à tarde com Bolsonaro. Pré-candidato à presidência da Casa, Bezerra Coelho está em campanha e tem pedido voto aos colegas.

Bolsonaro, no entanto, mantém a disposição de apoiar Pacheco, líder do DEM, mesmo contrariando o MDB. Para não criar mais melindres, o presidente não deve fazer uma declaração pública.

"O Republicanos acredita que o senador Rodrigo Pacheco tem o preparo necessário para conduzir os trabalhos da Casa, com coerência e determinação e que, de forma conciliadora, saberá lidar com as demais instituições sempre com respeito à Constituição Federal", diz a nota assinada pelo líder do Republicanos no Senado, Mecias de Jesus (RR).

Embora tenha apenas dois senadores, a bancada do Republicanos indica para onde vai o governo nessa disputa, já que abriga Flávio Bolsonaro. Pacheco atraiu, ainda, o apoio do PSD e do PROS. As bancadas que fecharam com ele somam 21 votos. O PT, com seis senadores, também está prestes a compor essa aliança.

O aval dos petistas ao deputado Baleia Rossi (MDB-SP) na disputa pela presidência da Câmara empurra o partido a avalizar Pacheco para o comando do Senado. O motivo alegado é evitar que o MDB volte a ter o comando das duas Casas do Legislativo.

Além de Bezerra Coelho, o MDB tem outros três pré-candidatos. Estão no páreo Eduardo Braga (AM), Simone Tebet (MS) e Eduardo Gomes (TO), que é líder do governo no Congresso. De todos esses nomes, apenas Tebet não tem qualquer aproximação com o Planalto. Apesar de Baleia Rossi na Câmara se apresentar como uma chapa que prega independência do Executivo, no Senado o MDB é governista.

Para tentar barrar uma aliança do DEM com o PT, Braga -- que lidera a bancada do MDB -- fez ontem uma reunião virtual ontem com senadores petistas. Apelou para que o PT adie o anúncio de apoio que se prepara para fazer na próxima segunda-feira, mas o partido está praticamente fechado com Pacheco. Se vencer, o líder do DEM prometeu ao PT a Comissão de Assuntos Sociais (CAS), que hoje está com o Podemos.

O avanço do candidato de Alcolumbre poderá fazer Eduardo Gomes e Bezerra Coelho desistirem da disputa. Integrantes do PSDB, por exemplo, negociam uma aliança, mas rejeitam os dois nomes por serem líderes do governo no Congresso e no Senado, respectivamente.

"Eles vão precisar decidir o que fazer. O importante é que seja uma pessoa mais independente, que o Senado fique à altura. Não dá para ficar submisso ao Executivo ou apenas carimbando medida provisória", disse o líder em exercício do PSDB no Senado, Izalci Lucas (PSDB-DF).

O PSDB avalia a possibilidade de montar um bloco com Cidadania, Podemos e PSL para derrotar Alcolumbre, podendo inclusive apoiar o MDB. Juntos, esses partidos reúnem até 22 votos, mas não há consenso dentro das bancadas para apoiar um nome único. A falta de acordo pode levar o grupo a lançar vários candidatos.

Acordos

Outras bancadas também se movimentam para definir, na próxima semana, se apoiarão Pacheco ou o candidato do MDB. O Progressistas, presidido pelo senador Ciro Nogueira (PI), mantém conversas com os concorrentes em articulação paralela com a Câmara. O partido tenta favorecer Arthur Lira (AL), chefe do Centrão e seu candidato na Câmara, tirando votos do DEM de Rodrigo Maia (RJ), que está aliado a Baleia.

Em conversas reservadas, integrantes do Centrão dizem que as traições na Câmara podem levar o Progressistas a apoiar o DEM no Senado. Para que um candidato seja eleito presidente da Casa precisa ter o apoio de 41 dos 81 senadores.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Republicanos, partido de Flávio Bolsonaro (RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro, declarou apoio a Rodrigo Pacheco (DEM-MG) na disputa pela presidência do Senado. Pacheco é o candidato do atual presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP), à sucessão.

O apoio do Republicanos sinaliza uma aproximação do Palácio do Planalto com o candidato de Alcolumbre. Em dezembro, na véspera do Natal, o presidente do Senado levou Pacheco para um almoço com Jair Bolsonaro no Palácio da Alvorada. O encontro serviu para demonstrar que o candidato terá uma ponte amigável com o governo.

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"O Republicanos acredita que o senador Rodrigo Pacheco tem o preparo necessário para conduzir os trabalhos da Casa, com coerência e determinação e que, de forma conciliadora, saberá lidar com as demais instituições sempre com respeito a Constituição Federal", diz a nota assinada pelo líder do Republicanos no Senado, Mecias de Jesus (RR).

Atualmente, o Republicanos tem três senadores, mas na eleição. em fevereiro, terá apenas dois: Flávio Bolsonaro e Mecias de Jesus. Ney Suassuna (Republicanos-PB) é suplente do senador Veneziano Vital do Rêgo (PB), que estava no PSB e vai se filiar ao MDB na próxima semana.

Alianças

Candidato de Alcolumbre, o líder do DEM também tenta fechar uma aliança com a oposição, em especial com PT e PDT. Os partidos oposicionistas, porém, só devem anunciar uma decisão na semana que vem. Essas legendas também são cortejadas pelo MDB, a maior bancada da Casa, que ainda não definiu quem será o candidato.

Conforme o Estadão/Broadcast antecipou, o apoio do PT ao deputado Baleia Rossi (MDB-SP) na disputa pela presidência da Câmara empurra o partido a fechar uma aliança com Pacheco para o comando do Senado. O motivo alegado por integrantes da sigla é evitar que o MDB volte a ter o comando das duas Casas do Legislativo, como ocorreu no fim do governo de Dilma Rousseff, quando houve o impeachment.

Para tentar barrar uma aliança do DEM com o PT, o líder do MDB no Senado, Eduardo Braga (AM), se reúne com senadores petistas nesta sexta-feira, 8.

O candidato do governo à presidência da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), publicou no Twitter que, diante da crise econômica, os programas de renda mínima devem ser reorganizados visando as populações carentes. Na publicação, Lira diz que "precisamos cuidar dos mais pobres reorganizando os programas de renda mínima, mas sem abrir mão da austeridade fiscal e do teto de gastos. A demagogia fiscal sempre custa caro para o País e em especial para os mais pobres", escreveu.

O discurso do deputado, no entanto, vai de encontro com a desistência do governo de Jair Bolsonaro de criar o Renda Cidadã, programa de renda básica em substituição ao Bolsa Família. O projeto tinha como objetivo a proteção da parcela mais vulnerável da população, logo após o fim do auxílio emergencial, mas sem que a medida colocasse em risco o teto de gastos.

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Sem acordo, governo e líderes do Congresso descartaram, em dezembro, a criação de um novo programa de distribuição de renda e o governo afirmou também que não haveria a prorrogação do auxílio emergencial. Em compensação, houve o anúncio de uma eventual ampliação do Bolsa Família.

Como o Estadão/Broadcast antecipou, o governo prepara uma medida provisória para reestruturar o Bolsa Família dentro do orçamento de R$ 34,8 bilhões já reservado para 2021. A ideia é unificar benefícios já existentes no programa, reajustar os valores e criar novas bolsas: por mérito escolar, esportivo e científico. Nesse desenho, 14,5 milhões de famílias seriam contempladas, pouco mais de 200 mil acima do número atual (14,3 milhões). O texto, porém, ainda está sendo trabalhado pelos ministérios e precisa ser validado pelo presidente Bolsonaro.

O apoio do PT ao deputado Baleia Rossi (MDB-SP) na disputa pela presidência da Câmara deve levar o partido a fechar uma aliança com Rodrigo Pacheco (DEM-MG), candidato ao comando do Senado. O motivo alegado por integrantes da sigla é evitar que o MDB volte a ter o comando das duas casas do Legislativo, como ocorreu no governo de Dilma Rousseff, abreviado pelo impeachment.

"Já que o PT apoiou o MDB na Câmara dos Deputados, não faz muito sentido apoiar o mesmo partido no Senado. A tendência maior é trabalhar para o nome do Rodrigo Pacheco, mas não fechamos ainda formalmente", disse o senador Humberto Costa (PT-PE). O partido tem uma reunião agendada para a próxima segunda-feira.

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Pacheco lidera a bancada do DEM e é candidato do atual presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP). Anteontem à noite, o PSD - a segunda maior bancada no Senado e majoritariamente próxima do governo do presidente Jair Bolsonaro - anunciou que apoiará Pacheco.

Na Câmara, o PT optou por apoiar Baleia para derrotar o deputado Arthur Lira (PP-AL), líder do Centrão e candidato do Palácio do Planalto. O partido tem 52 deputados federais e seis senadores. No Senado, Pacheco também se aproximou de Bolsonaro, mas prometeu garantir espaços para a oposição. O líder do PT na Casa, senador Rogério Carvalho (SE), é próximo a Alcolumbre e chegou a sinalizar apoio para a reeleição do atual presidente do Senado, mas a possibilidade de recondução foi barrada por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).

Pacheco deve ter como principal adversário na disputa um nome do MDB, a maior bancada da Casa, com 13 senadores. O nome do partido para a disputa ainda não foi definido.

Antes da decisão que barrou a reeleição, Alcolumbre se aproximou de um acordo com a oposição. Além do PT, ele tinha apoio do líder do PDT no Senado, Weverton Rocha (MA), para tentar a recondução no cargo. Agora, Pacheco procurou senadores de oposição ao governo na Casa em busca do "espólio" de Alcolumbre e prometeu garantir espaço na Mesa Diretora e nas comissões. A oposição não deve lançar candidato no Senado.

Discussão

Além do PT, o bloco que reúne PDT, Rede, PSB e Cidadania, com nove senadores, também discutirá nos próximos dias que rumo tomará na sucessão. "A decisão ainda passará pela direção do PDT e pelo bloco, mas eu defendo que tenhamos um conjunto de exigências, que a Mesa Diretora seja independente e tenha uma agenda que privilegie o Senado, e não fique a reboque do Executivo", afirmou o senador Cid Gomes (PDT-CE).

Dentro desses partidos, há quem apoie o candidato de Alcolumbre, mas também há dissidentes em prol de um apoio que derrote Pacheco, entre eles integrantes do "Muda, Senado", grupo composto por parlamentares de várias legendas. Adversário do atual presidente do Senado, o grupo avalia lançar um bloco independente para tentar derrotar o candidato indicado por ele.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), admitiu nesta quarta-feira (6) que a eleição para a escolha de seu sucessor, marcada para fevereiro, pode ocorrer de forma virtual, ao menos para parte dos deputados. Embora o formato ainda não esteja definido, Maia avalia permitir que deputados em grupo de risco da Covid-19 votem de forma remota. "Estamos fazendo um levantamento sobre os que têm comorbidades e os mais idosos", disse. "Mas ainda não tem nada definido."

Dos 513 deputados, 150 têm mais de 60 anos. A Câmara também tenta levantar quantos parlamentares já tiveram Covid-19 até o momento. Como mostrou o Estadão, com o aumento de casos da doença em todo o País e hospitais superlotados, a cúpula da Câmara passou a avaliar a votação remota.

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Embora ainda não haja decisão sobre o assunto, o deputado Arthur Lira (Progressistas-AL), candidato apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro, criticou a ideia. "Nas eleições, 148 milhões de eleitores tiveram a obrigação de ir às urnas e votar em plena pandemia. Agora, o presidente da Câmara @rodrigomaia e seu candidato @baleiarossi querem votar remotamente na eleição p/ presidência da Câmara. Qual a verdadeira intenção por trás disso?", questionou.

Adversário de Lira na disputa e apoiado por Maia, o deputado Baleia Rossi (MDB-SP) descartou a possibilidade de fraudes. "Isso é um factoide, síndrome de Trump", disse ele, em referência às tentativas do presidente norte-americano Donald Trump, derrotado nas eleições do ano passado, de desacreditar o sistema eleitoral dos Estados Unidos, mesmo sem apresentar provas.

Em documento enviado a Maia no dia 22 de dezembro, o senador Ciro Nogueira (PI), presidente do Progressistas, observou que o regimento da Câmara prevê apenas votações presenciais. "Como garantir que o processo de escolha daquele que ocupará a 3ª posição constitucional na linha sucessória da Presidência da República não seja contaminado por ataques de hackers, que têm quebrado sistemas de segurança de órgãos, entidades e empresas mundiais?", perguntou.

Se a Câmara optar pela votação remota, porém, esta não será a primeira vez que os parlamentares escolherão nomes da Mesa Diretora neste modelo. Em julho, a Casa elegeu os deputados Expedito Netto (PSD-RO) e Paulão (PT-AL) para os cargos, respectivamente, de 3º secretário e 4º suplente usando o sistema virtual.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O deputado Baleia Rossi (MDB-SP), candidato a presidente da Câmara, defendeu nesta quarta-feira que o Legislativo volte a debater a prorrogação do auxílio emergencial neste ano. O benefício foi dado ao longo de 2020 para a população mais vulnerável, como forma de ajudar no enfrentamento dos efeitos econômicos da pandemia do novo coronavírus, mas teve fim em 31 de dezembro do ano passado.

O governo Jair Bolsonaro ainda não decidiu de que forma os "invisíveis" até então fora do alcance de programas sociais serão assistidos pelo governo neste ano.

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"Ano passado parecia que íamos virar o ano e a pandemia ia acabar. Essa não é a realidade. Hoje temos milhões de brasileiros que vão deixar de receber o auxílio e voltar a ter dificuldade do mais básico, que é ter alimento na sua mesa", disse Baleia no lançamento oficial de sua candidatura.

Ao tratar do tema, o deputado justificou que a pandemia ainda não acabou. "Por que não voltar a debater o auxílio emergencial?" questionou. "Temos de buscar uma solução: ou aumentar o Bolsa Família ou o auxílio emergencial."

No ano passado, o auxílio emergencial foi pago a 67,8 milhões de pessoas e custou R$ 322 bilhões. O benefício foi dado porque o governo pediu e a Câmara aprovou o estado de calamidade, que permitiu o orçamento de guerra fosse autorizado em 2020. O governo inicialmente queria pagar R$ 200, mas a Câmara elevou o valor a R$ 500. Depois de um acordo, o governo aceitou elevar o benefício a R$ 600. Nos últimos meses do ano, o auxílio emergencial foi prorrogado e reduzido a R$ 300.

"Depois de um amplo diálogo, nós de todos os partidos da Câmara, não tinha situação, não tinha oposição, não tinha independente, conseguimos aumentar para R$ 500 e, depois, no próprio entendimento do governo, R$ 600 para dar o mínimo de dignidade para milhões de brasileiros passarem esse momento difícil", disse.

Sem um substituto para o auxílio emergencial, o governo prepara Medida Provisória para reestruturar o Bolsa Família dentro do Orçamento de R$ 34,8 bilhões já reservado para 2021.

Segundo apurou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), a ideia é unificar benefícios já existentes no programa, reajustar os valores e criar novas bolsas: por mérito escolar, esportivo e científico. Nesse desenho, 14,5 milhões de famílias seriam contempladas, pouco mais de 200 mil acima do número atual (14,3 milhões).

Os deputados Arthur Lira (Progressistas-AL) e Baleia Rossi (MDB-SP) estão hoje em campos opostos na disputa pela presidência da Câmara, mas o histórico de votações mostra que eles costumam ficar do mesmo lado no plenário. Em dez das principais votações dos últimos dois anos, ambos votaram a favor de projetos do governo Jair Bolsonaro em oito oportunidades, como a reforma da Previdência e a medida provisória da liberdade econômica, segundo levantamento feito pelo Estadão.

Embora seja o candidato avalizado pelo atual presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e tenha chancela da oposição, Baleia tem índice de apoio ao governo federal maior que Lira. Segundo estudo da consultoria de análise política Arko Advice, o parlamentar paulista votou com o governo em 90,24% das proposições de 2019 e em 77,82% das pautas do ano passado. Lira acompanhou o governo em 86,29% das votações em plenário ocorridas há dois anos e em 70,59% das pautas do governo em 2020.

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"Se você olhar as matérias mais relevantes, os dois votaram de modo muito parecido", disse Cristiano Noronha, vice-presidente da Arko Advice. "Não vejo grande diferença entre os dois na pauta econômica e regulatória". Assim como a maioria dos deputados, Baleia e Lira votaram a favor da Reforma da Previdência, que mudou regras da aposentadoria e cuja aprovação, em parte, é creditada ao esforço de Maia; da ajuda de R$ 60 bilhões para Estados e municípios; e do novo marco do saneamento básico, que facilita a participação de empresas privadas na exploração do serviço de água e esgoto.

"Nós dois somos base. Ser oposição na hora de fazer manifesto é uma coisa, na prática, é outra", disse Lira ao Estadão. "Perdemos muito nos últimos dois anos com falta de previsibilidade e a falta de cumprimento dos acordos." Procurado pela reportagem, Baleia não se manifestou até a conclusão desta edição.

Economia

Uma das responsabilidades do próximo presidente da Câmara dos Deputados será dar continuidade à agenda de reformas e à pauta econômica, pressionada pela pandemia. Existe a expectativa entre parlamentares de que as reformas tributária e administrativa sejam discutidas até 2022.

Para Adriano Laureno, economista sênior da Prospectiva Consultoria, os dois candidatos são menos fiéis à agenda liberal do que Maia e mais propensos à concessão de benefícios setoriais, como isenções de impostos que atingem apenas uma área da economia. "A grande diferença entre eles é na reforma tributária", afirmou.

Baleia é o autor da proposta de emenda à Constituição (PEC) 45, que prevê a extinção de cinco tributos que incidem sobre o consumo: IPI, PIS, Cofins, ICMS e ISS. Eles seriam substituídos pelo Imposto sobre Operações com Bens e Serviços (IBS). O relator da proposta é o deputado Aguinaldo Ribeiro (Progressistas-PB), do mesmo partido de Lira.

Preocupado com o discurso das reformas, o deputado alagoano já se encontrou com o ministro da Economia, Paulo Guedes, algumas vezes. Rompido com Maia, Guedes vê Lira mais "alinhado" à agenda econômica, dizem interlocutores.

Costumes

Segundo analistas, o apoio do Planalto a Lira indica que o candidato pode ter mais chances de colocar em votação a chamada pauta de costumes. Cabe ao presidente da Câmara escolher o que será votado. Nos últimos anos, Maia evitou pautar propostas como Escola Sem Partido, criminalização da "ideologia de gênero" e a flexibilização da educação domiciliar.

Os parlamentares tiveram a oportunidade de votar projetos ligados à área de segurança e armamentos. Tanto Lira quanto Baleia foram a favor do pacote anticrime, apresentado inicialmente pelo ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro. Ambos concordaram com a criação do juiz de garantias, um magistrado que não acompanharia a fase de produção de provas e só faria a instrução e julgamento.

Os dois candidatos foram a favor, também, da regulamentação de posse e porte de armas para colecionadores, atiradores e caçadores - Lira chegou a apresentar uma emenda. A oposição, que hoje apoia Baleia, foi contra a proposta. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A cúpula da Câmara dos Deputados avalia a possibilidade de promover votação virtual na eleição que vai escolher o sucessor do presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), em 1° de fevereiro. Embora ainda não haja decisão sobre o assunto, o deputado Arthur Lira (Progressistas-AL), candidato apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro, já se articula para barrar eventual mudança no sistema de votação e seus aliados falam até em risco de ataques hackers.

A mobilização de 513 deputados para eleger quem comandará a Câmara no biênio 2021-2022 impõe um desafio logístico ao Legislativo por causa da pandemia do novo coronavírus. O candidato de Maia é o deputado Baleia Rossi (MDB-SP), que será lançado oficialmente hoje, em ato na Câmara. Após atrair o apoio do PT e de outros partidos de oposição, Baleia formou um bloco com maior número de deputados do que o de Lira, líder do Centrão.

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Nos bastidores, adeptos da campanha de Lira dizem agora que ele tem mais chances de vencer a disputa se a eleição for presencial, porque pode virar votos no corpo a corpo, e há até mesmo quem aponte o receio de fraude durante a votação. Em documento enviado a Maia no dia 22 de dezembro, o senador Ciro Nogueira (PI), presidente do Progressistas, observou que o regimento da Câmara dos Deputados prevê apenas votações presenciais.

"Como garantir que o processo de escolha daquele que ocupará a 3ª posição constitucional na linha sucessória da Presidência da República não seja contaminado por ataques de hackers, que têm quebrado sistemas de segurança de órgãos, entidades e empresas mundiais?", perguntou Ciro a Maia. "Qual a garantia de que o sigilo do voto de cada parlamentar será preservado, bem assim a integridade de sua escolha, já que o processo de votação será realizado pela 'internet', abrindo-se a possibilidade de ataques e manipulações externas?"

Diante da polêmica, a Mesa Diretora da Câmara também estuda um modelo misto, no qual apenas os idosos, grupo de risco para o novo coronavírus, votariam de forma remota. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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