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A ministra do Tribunal de Contas da União, Ana Arraes, terá de pagar uma multa à Câmara dos Deputados por ainda não ter desocupado um apartamento funcional da Casa na Asa Sul, em Brasília (DF). É o que garante o quarto-secretário da Câmara, Júlio Delgado (MG), correligionário de Ana. A ministra pretende deixar o imóvel apenas na segunda quinzena de março.

Mãe de Eduardo Campos, governador de Pernambuco, Ana Arraes foi eleita para o TCU pelos colegas e renunciou ao cargo de deputada no dia 20 de outubro de 2011. Ela teria 30 dias para deixar o apartamento da Câmara, mas não o fez. No dia 30 de novembro, Delgado enviou ofício à ministra pedindo que deixasse o apartamento "com urgência". Em ofício encaminhado ao presidente da Câmara, Marco Maia, no mesmo dia, Ana Arraes pediu mais 30 dias de prazo.

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O pedido de mais tempo para desocupar o imóvel ainda não foi decidido pela Mesa Diretora, mas o quarto-secretário avisa que será cobrada a multa de R$ 100,00 por dia em que for excedido o prazo previsto nas regras da Câmara. "Não terá vantagem para ninguém. A Mesa vai decidir apenas se vamos cobrar a partir de 30 dias ou de 60 dias, mas multa vai ter de qualquer jeito", garante Delgado.

O quarto-secretário diz que o imóvel de Ana é um dos mais cobiçados pelos deputados que não moram em apartamentos funcionais. "Tem pelo menos 10 deputados na fila pelo apartamento dela".

A assessoria do TCU diz que a ministra não desocupou ainda o apartamento da Câmara por estar fazendo uma reforma na sua futura moradia. Ana Arraes vai se mudar para um apartamento do Senado Federal que só foi desocupado na semana passada. Os dois órgãos fizeram um acordo para permuta de imóveis para atender ao desejo da ministra.

Como só pretende desocupar o apartamento no mês que vem, a ministra poderá ter de pagar mais de R$ 7 mil de multa à Câmara. Delgado diz não haver qualquer intenção de abonar a dívida. Ele afirmou que assim que Ana Arraes deixar o apartamento será comunicada do valor a pagar.

A multa de R$ 100,00 por dia foi criada no ano passado justamente para evitar a demora na devolução de apartamentos. O valor foi estipulado com base no auxílio moradia que a Casa paga aos deputados, que é de R$ 3 mil mensais. A Câmara não tem apartamento para todos os parlamentares e negocia com a União a cessão de mais imóveis para poder acabar com o benefício. Como o auxílio moradia está congelado há alguns anos, o interesse dos parlamentares pelos apartamentos funcionais aumentou devido ao alto preço de aluguéis em Brasília.

Uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) apontou falhas graves no sistema nacional de políticas sobre drogas, conduzido pelo Ministério da Justiça. A Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad) tem levado 14 anos após as apreensões para leiloar bens retidos do tráfico. Um dos problemas é a falta de servidores para levar os processos adiante, aponta o TCU.

Mas o poder Judiciário também tem falhado nessa tarefa de levar os leilões adiante, afirma o TCU. Embora desde 2006 tenham competência para leiloar os bens antecipadamente, os juízes não têm usado esse recurso. Em pesquisa realizada com os magistrados, 95% responderam que determinam a alienação antecipada com frequência muito baixa.

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Embora o combate e a prevenção ao uso e tráfico de drogas sejam uma prioridade de governo, o Fundo Nacional Antidrogas (Funad), um importante fonte de recursos para essas ações, vem sofrendo contingenciamento de cerca de 22% entre 2008 e 2010, informa o TCU.

A auditoria também mostra deficiências no combate ao tráfico nas áreas de fronteira. Trata-se de uma faixa de 16 mil quilômetros, mas que é vigiada por apenas 1.439 policiais federais. Em 76% das delegacias, o tempo médio de permanência de um agente é de três anos. "A política de incentivos existente na Polícia Federal é insuficiente para garantir a permanência do efetivo", cita o relatório do TCU.

O TCU também alerta que prejudica o combate às drogas a dificuldade na capacitação da força policial. Somente 12% das vagas oferecidas em cursos de capacitação para o combate ao tráfico foram preenchidas nas delegacias de fronteira.

Menos de um mês depois de ser exonerado da direção da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf), o irmão do ministro da Integração Clementino Coelho foi multado em R$ 7 mil por irregularidades na estatal. A multa é consequência de uma auditoria feita pelo Tribunal de Contas da União (TCU) em trecho das obras de melhoria da hidrovia do São Francisco, incluídas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O tribunal considerou Clementino Coelho responsável pela prorrogação, sem justificativa técnica, de convênio da Codevasf com a Fundação de Estudos e Pesquisas Aquáticas (Fundespa).

Clementino Coelho ocupou interinamente a presidência da Codevasf por quase um ano. A estatal estava subordinada, na época, ao irmão e ministro da Integração, Fernando Bezerra Coelho. Clementino pediu exoneração depois que o ministro foi flagrado beneficiando seu Estado, Pernambuco, no repasse de verbas da União para prevenção de desastres naturais. Na época da auditoria, era diretor de Desenvolvimento. O convênio considerado irregular pelo TCU ganhou aditivos em 2007, quando Geddel Vieira Lima era ministro da Integração. A parceria previa a construção de um campo de provas em um trecho do São Francisco para avaliar as opções de engenharia usadas na revitalização do rio.

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O convênio tinha valor original fixado em R$ 11,6 milhões. Mas a Codevasf autorizou um pagamento adicional de R$ 36,6 milhões em 2008. O repasse de parte do dinheiro foi bloqueado pelo TCU porque a própria Codevasf havia verificado a paralisação das obras. Mas os problemas não se esgotavam aí. A auditoria não encontrou justificativa para a compra de equipamentos em desacordo com os planos de trabalho do convênio, por exemplo. No lugar de 1 notebook, a Fundespa comprou 18. Em vez de 2 microcomputadores, foram comprados 22. A entidade comprou, com o dinheiro do convênio oito impressoras, quando estava autorizada a comprar uma. Clementino Coelho foi um dos autores da proposta de prorrogar o convênio com a Fundespa em um ano, quase três meses além do limite legal, e sem a adequação do plano de trabalho do convênio. O TCU também recusou as justificativas apresentadas por Clementino Coelho sobre falhas na fiscalização do convênio, pelas quais foi considerado responsável, na condição de diretor de Desenvolvimento Integrado, que comandava o acompanhamento de projetos. O presidente da Codevasf à época, Orlando Cezar da Costa Castro, também foi multado pelo TCU. Ambos alegaram que a prorrogação ocorreu porque havia pagamentos atrasados. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Mediante suspeita de fraude, o Tribunal de Contas da União (TCU) suspendeu concorrência pública do Ministério do Esporte para fornecimento de equipamentos, implantação e manutenção dos sistemas de controle de acesso e monitoramento de imagens dos estádios brasileiros. A alteração da nota técnica fora do prazo e sem respeitar o direito de defesa desclassificou a proposta vencedora e deu o contrato à segunda colocada, com prejuízo de R$ 13 milhões ao erário público.

Os sistemas previstos na licitação fazem parte do Projeto Torcida Legal e serão utilizados nas Séries A e B do Campeonato Brasileiro, com o objetivo de aumentar a segurança e combater a violência de torcidas. O relator do processo, ministro Marcos Bemquerer Costa, acatou a representação do consórcio Torcida Segura, por entender que a alteração da nota técnica, após a publicação do resultado dessa fase, inverteu a colocação dos primeiros colocados de forma irregular.

Os responsáveis pelo certame terão que apresentar esclarecimentos sobre as alterações na concorrência, que pode ser anulada no julgamento de mérito. Conforme alegaram as empresas do consórcio prejudicado, houve ilegalidade clara, pois o Ministério promoveu alteração nas notas após a publicação da pontuação das propostas técnicas, "quando tal fase já estaria preclusa, além de não ter propiciado o contraditório e a ampla defesa".

Esse procedimento, entendeu o relator, alterou o resultado do julgamento da proposta técnica, com a sua classificação em 2.° lugar e a declaração do consórcio Johnson Controls/Dex como vencedor, com proposta de R$ 58,2 milhões, ou R$ 13 milhões acima do consórcio Torcida Segura (R$ 45,2 milhões). Ouvido, o secretário executivo do Ministério, Waldemar Manoel de Souza, levou esclarecimentos que, segundo o relator, "não lograram descaracterizar os indícios de irregularidade na concorrência".

O Tribunal de Contas da União (TCU) suspendeu o edital de licitação pública internacional para pré-qualificação de licitantes interessados e aptos a executar as obras de implantação do Trecho Norte Rodoanel Mario Covas, em São Paulo.

A medida mantém a cautelar concedida pelo ministro Raimundo Carreiro no período de recesso, em 12 de dezembro último, atendendo à representação feita pela Empresa Equipav S.A. Pavimentação, Engenharia e Comércio.

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A empresa aponta possíveis irregularidades no edital da Dersa - Desenvolvimento Rodoviário S.A.. Uma das suspeitas da Equipav é que o edital apresenta diversas previsões restritivas incompatíveis com a Lei de Licitações e com as regras do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que financia os recursos juntamente com os governos federal e estadual.

O TCU, por sua vez, identificou sete "critérios problemáticos" no edital, com caráter restritivo e em desacordo com a lei no que diz respeito às exigências de comprovação de capacidade financeira, situação financeira, experiência geral e específica em construção, histórico de contratos não cumpridos e formação de consórcios. Com extensão de 43,86 quilômetros, a obra foi dividida em seis lotes no valor de cerca de R$ 5 bilhões.

Responsável por administrar a quantidade de dinheiro em circulação no País, o Banco Central (BC) possui "deficiências" no controle dos próprios gastos, que atingiram em 2010 um nível recorde de quase R$ 2 bilhões. Os problemas foram apontados pela Controladoria Geral da União (CGU) e pelo Tribunal de Contas da União (TCU), em auditorias feitas em 2010 e divulgadas no ano passado.

A CGU apontou "deficiências" e ressaltou que o controle interno "não é plenamente efetivo" sobre os contratos e convênios firmados pelo BC, a maioria deles sem licitação ou concorrência pública. A autoridade monetária alega sigilo em grande parte dos casos e nem sequer abre aos órgãos de controle algumas informações. Questionado, o BC informou que CGU e TCU não têm restrição de acesso aos dados.

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"As eventuais controvérsias sobre sigilo são dirimidas por meio da interlocução entre a assessoria jurídica da CGU e a Procuradoria-Geral do Banco Central", afirmou em nota. "Na prática, não tem havido prejuízo para os trabalhos da CGU em virtude de alegação de sigilo pelo Banco Central."

As deficiências encontradas pela controladoria estão relacionadas "aos controles do banco quanto aos bens imóveis de uso especial, aos processos licitatórios, ao sistema de tecnologia da informação, aos convênios firmados". Também foram localizados problemas com o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro), administrado pelo BC, quanto à "elaboração de relatório circunstanciado e cálculo atuarial".

Resposta

Em relatório, o Banco Central informou à CGU que a metodologia necessária para solucionar os problemas do Proagro "ainda se encontra em desenvolvimento". As demais deficiências e falhas da instituição foram incluídas num documento conjunto entre CGU e BC para acompanhamento, chamado tecnicamente de Plano de Providências Permanente (PPP). O governo não divulga o conteúdo do documento.

Após a auditoria, o Banco Central firmou no ano passado contratos prevendo gastos 88,7% menores. Em 2010, foi contratado R$ 1,979 bilhão, o valor mais alto desde 2005, segundo análise feita pelo jornal "O Estado de S. Paulo". Em 2011, os contratos somaram R$ 223 milhões.

Como justificativa para o recorde de gastos em 2010, o BC informou que desembolsou cerca de R$ 700 milhões para o lançamento da nova família de cédulas do real em 2010, promoveu reformas de edifícios e iniciou a construção de novos prédios no Rio de Janeiro, em Porto Alegre e em Salvador. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Tribunal de Contas da União (TCU) condenou o espólio do ex-senador e ex-presidente da Empresa de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) Carlos Wilson, morto em abril de 2009, a devolver aos cofres públicos, juntamente com o ex-diretor comercial da estatal, Fernando Brendaglia de Almeida, R$ 19,5 milhões por gestão "temerária e ruinosa". O dano total, pelos cálculos do tribunal, foi de R$ 26,8 milhões, mas quando se trata de pessoa morta a lei prevê que o ressarcimento não ultrapasse o valor da herança.

Auditoria do TCU realizada em 2007 constatou que os dois favoreceram a empresa FS3 Comunicação e Sistemas, que explorava os serviços de mídia dos aeroportos brasileiros, em um contrato sem licitação nem justificativa técnica, que "não produziu os resultados esperados e causou danos ao patrimônio da estatal", segundo anotou o relator do processo, ministro Raimundo Carreiro. A Infraero alegou que pareceres técnico e jurídico recomendaram a assinatura do contrato. Agora vai aguardar a notificação do TCU para recorrer.

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O contrato entre a Infraero e a FS3, firmado em 2003, previa o fornecimento e instalação do software conhecido por Media Plus Advantage v.2, destinado a gerenciar e comercializar espaços publicitários nos 65 aeroportos brasileiros. Implantado em 2005, o sistema deveria produzir lucros, mas foi suspenso com menos de um ano, quando já acumulava prejuízos. Numa primeira inspeção, em 2007, o TCU já detectara vícios no contrato desde a origem, como ausência de licitação e prática de ato antieconômico.

Pelos termos do contrato, a empresa prometia alavancar os lucros da Infraero com a exploração dos espaços publicitários dos aeroportos. O Ministério Público considerou que havia vícios graves e vantagens excessivas à FS3, recomendando tomada de contas especial pelo TCU, que constatou a inexistência de estudos que justificassem a dispensa de licitação. A estatal, segundo o voto do relator, não pesquisou sequer a existência de similares do produto no mercado.

O TCU considerou que o contrato, além de nocivo economicamente, deixou a Infraero "refém da FS3, na condição de suposta fornecedora exclusiva". Para o tribunal, foi uma decisão temerária porque, em vez de firmar contrato com terceiros, a estatal deveria buscar o desenvolvimento de software por meios próprios, "visto que o sistema é de baixa complexidade" e a Infraero possui parceria com a CTIS para, entre outros objetivos, desenvolver e implantar sistemas desse tipo.

Ouvido em 2007, Carlos Wilson alegou ter assinado o contrato "respaldado em manifestações técnicas e jurídicas", uma vez que não detinha conhecimento da área da contratação. Brendaglia, por sua vez, negou favorecimento à empresa e vínculos pessoais com seus dirigentes. Alegou também que a aquisição recente de um software semelhante ao Advantage pela Infraero, "comprova o acerto da decisão" de contratar a FS3.

Hoje, o ex-diretor comercial não foi localizado para comentar a nova decisão do TCU, cujo acórdão foi publicado em 15 de dezembro passado. Além de ter de pagar solidariamente o valor da indenização, Brendaglia foi condenado a uma multa de R$ 195 mil. Ele ficará também inelegível por oito anos, período em que não poderá exercer qualquer cargo em comissão na administração pública. Os valores da condenação aos dois ainda estão sujeitos a atualização monetária.

Superfaturamento de preços, fiscalização omissa e atraso injustificável nas obras foram os principais problemas encontrados na última fiscalização feita pelo Tribunal de Contas da União (TCU) no eixo leste do projeto de transposição do Rio São Francisco. A auditoria foi realizada de junho de 2010 até maio de 2011 e os problemas relatados ao Ministério da Integração Nacional, que até agora não adotou as providências para ressarcimento dos prejuízos, estimados em R$ 8,6 milhões à época.

Principal vitrine do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), que turbinou a votação da presidente Dilma Rousseff no Nordeste, o projeto exibe sinais de abandono em vários trechos, com estruturas de concreto estouradas, rachaduras e vergalhões de aço retorcidos, conforme reportagem publicada hoje pelo jornal O Estado de S. Paulo. Esse é o quinto ano seguido que o TCU encontra graves problemas na obra, que já excedeu seu orçamento original em mais de 30% e na melhor das hipóteses será concluída com cinco anos de atraso.

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O relatório do tribunal, entregue há seis meses, também determinava que o Ministério obrigasse as empreiteiras do consórcio encarregado por cinco trechos (de 9 a 13) licitados no eixo leste a retomar imediatamente as obras. Como isso não foi feito, o desgaste dos trechos aumentou e o prejuízo ao erário público também. O Ministério informou que a conservação do que já foi feito é responsabilidade das empresas e que já as acionou para refazer o que está se deteriorando.

Problemas

O eixo leste, visitado pela reportagem do Estado, abrange uma população de 4,5 milhões de habitantes em 168 municípios dos estados de Pernambuco e da Paraíba. A integração do velho Chico às bacias dos rios temporários do semiárido nordestino será possível com a retirada de 26,4 metros cúbicos de água por segundo, ou 1,42% da vazão medida na barragem de Sobradinho. Desse total, 16,4 metros cúbicos vão para o eixo norte (que pega também os estados do Ceará e Rio Grande do Norte) e 10 metros cúbicos para o eixo leste.

Entre os problemas detectados, um britador foi instalado a 4 quilômetros da pedreira, encarecendo desnecessariamente o custo de transporte das pedras para processamento. Constatou-se também que um desvio de 30 metros no traçado original do canal encareceu o custo das desapropriações. Problemas na área de fiscalização geraram, além de perdas ao erário, baixa qualidade dos serviços, o que contribuiu para a rápida deterioração das estruturas.

Conforme o relatório, verificou-se superfaturamento em alguns itens devido a quantitativos inadequados e ausência de planejamento eficiente das obras para minimizar custos, como o do transporte de materiais. Essa etapa da obra, iniciada em 2008, está orçada em R$ 1,3 bilhão, dos quais R$ 609 milhões estão inseridos no orçamento de 2011. As obras vistoriadas apresentavam, em média, quase 57% de execução, quando deveriam apresentar 97%.

Apesar da gravidade dos achados, o TCU não determinou a paralisação das obras, permitindo que os trabalhos prossigam enquanto o Ministério adota as medidas corretivas, até agora não implementadas. O relator da decisão foi o ministro Augusto Sherman Cavalcanti. O primeiro achado diz respeito a atos antieconômicos, que teriam resultado em prejuízo ao erário de R$ 8,6 milhões.

Observou-se também a existência de atrasos significativos nas obras do eixo e paralisação de alguns lotes à revelia do governo, sem que fossem adotadas as medidas contratuais pelo Ministério. "Essas paralisações estão causando danos às estruturas já executadas, além de transtornos às comunidades locais, afetadas pelas interferências causadas pelas obras", anotou o relatório. "Trata-se de irregularidade grave, que vem ocorrendo desde o início do Projeto e já materializou vários danos na execução do contrato".

O valor do lance mínimo que os interessados em operar os aeroportos de Guarulhos, Viracopos e Brasília terão de oferecer para disputar os leilões, previstos para o início de 2012, vai aumentar. O Tribunal de Contas da União (TCU) já informou a integrantes do governo que elevará o preço a ser cobrado dos futuros concessionários em pelo menos R$ 1 bilhão, no conjunto.

Segundo apurou o Estado, o preço mínimo do aeroporto de Brasília é o que mais subirá, dos R$ 75 milhões propostos inicialmente pelo governo para cerca de R$ 500 milhões, valor quase sete vezes maior (566%) do que o inicialmente estimado. O preço mínimo estabelecido para o aeroporto de Viracopos quase dobrará, dos R$ 521 milhões propostos. Com o menor porcentual de aumento no primeiro lote de privatização, o lance mínimo do aeroporto de Guarulhos subirá dos R$ 2,3 bilhões propostos para cerca de R$ 3 bilhões.

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Os números estarão fechados até quarta-feira, dia em que um relatório sobre os estudos econômico-financeiros que baseiam a privatização dos três aeroportos será apresentado ao plenário do TCU. Os termos dos editais de privatização ainda terão de passar por consulta pública por mais 45 dias, antes dos leilões. O governo pretendia fazer a licitação este mês. Ainda não há uma nova data oficial para a licitação.

O aumento no valor das outorgas decorre de ajustes feitos por técnicos do tribunal em alguns parâmetros do negócio, como o cálculo dos investimentos a serem feitos pelos futuros concessionários. A estimativa de investimentos superiores a R$ 4 bilhões nesses aeroportos até a Copa do Mundo de 2014, porém, está mantida. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Tribunal de Contas da União (TCU) apontou 18 obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) com indícios de irregularidades graves entre as 26 que devem ser paralisadas por causa de projeto básico deficiente ou malfeito, de superfaturamento e sobrepreço. Quase metade dessas obras - 11 delas - são reincidentes e continua na relação porque as falhas e suspeitas de fraudes não foram corrigidas.

A Refinaria Abreu Lima, em Recife, entrou na lista deste ano e na do ano passado, quando as obras prosseguiram por determinação do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nessa obra do PAC, o tribunal constatou sobrepreço nos serviços, insumos e encargos. O TCU fiscalizou 230 obras, avaliadas em R$ 32 bilhões.

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O presidente do tribunal e o relator do processo de fiscalização, ministros Benjamin Zymler e Raimundo Carreiro, entregaram hoje ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), o relatório de fiscalização das obras, selecionadas conforme critérios definidos na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

Zymler informou que o trabalho preventivo do tribunal possibilitou uma economia de R$ 2,6 bilhões com o recuo e correção de projeto e mecanismos falhos. O relator Raimundo Carreiro informou que 52% dos recursos de R$ 32 bilhões foram aplicados pelo Ministério dos Transportes, que continua sendo o campeão no total de obras com indícios de irregularidades graves. O ministro disse que os números da Pasta apontam "melhorias" em relação a anos anteriores.

Entre os "achados mais recorrentes" na auditoria deste ano, o TCU encontrou 126 obras ou 55% delas com indícios de sobrepreço e superfaturamento; 124 (54%) com projeto básico deficiente ou desatualizado; 47 (20%) com vícios de licitação; 33 obras (14%) com edital ou contrato incompleto ou inadequado; 20 obras (9%), nas quais o orçamento não é acompanhado das composições dos custos; 19 (8%), com fiscalização deficiente ou omissa; 17 (7%) com ausência de cadastramento no sistema obrigatório de obras; 15 (7%), com inadequação ou inexistência dos critérios de aceitabilidade de preços unitários e global; 14 (6%), com ausência de termo aditivo formalizando alterações das condições inicialmente pactuadas e o mesmo total com liquidação irregular de despesa. A decisão de paralisar as obras ou de acatar qualquer outra recomendação do TCU cabe à Comissão Mista do Orçamento depois de analisar os problemas apontados pelo tribunal.

Exatos 35 dias depois de ser eleita ministra do Tribunal de Contas da União (TCU) com um discurso contrário à paralisação de obras públicas suspeitas de irregularidade, a mãe do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e ex-líder do PSB na Câmara, Ana Arraes, tomou posse hoje, condenando o controle que paralisa o governo.

A nova ministra assumiu o posto anunciando que tem "compromisso com a decência e a moral" e será "implacável e zelosa com o dinheiro da Nação". Mas defendeu a adoção de um "controle inteligente", lembrando sua pregação em favor da tese de que "o controle deve servir a aperfeiçoar a gestão dos governos e não a paralisá-la, quando não, inviabilizando-a, pois é fugaz o tempo de quem governa".

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A observação de Ana Arraes foi feita diante dos olhos atentos da presidente Dilma Rousseff, presente à mesa que dirigiu a solenidade de posse ao lado do presidente do Tribunal, Benjamin Zymler. Neste momento, ela arrancou aplausos da plateia que lotava o plenário do TCU, incluindo ministros de Estado, parlamentares e líderes de partidos governistas e de oposição.

Também compareceram à cerimônia os governadores Cid Gomes (CE), Renato Casagrande (ES), ambos do PSB da nova ministra; o petista Marcelo Deda (SE),o tucano Teotônio Vilela (AL) e o interino do DF e vice-governador Tadeu Filippelli (PMDB), além do pernambucano Eduardo Campos.

Entre as 17 obras que apresentaram problemas de fiscalização no ano passado, com recomendação do TCU para que fossem paralisadas, está a refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. Talvez por isto Ana Arraes tenha declarado que será "implacável no combate à improbidade e ao crime", com a ressalva de que o "controle moderno" tem que buscar o princípio da eficiência e "não pode ser dissociado do compromisso com o resultado das políticas públicas".

Em conversa reservada em meio à fila de cumprimentos, um dos ministros do TCU que prestigiaram a chegada da colega observou que "ninguém é a favor de paralisar uma obra" e disse que o Tribunal só manda parar "em último caso", quando as irregularidades são graves e o responsável não corrige. Ele avalia que Ana Arraes "se expôs de graça" no discurso de posse, porque todas as decisões do tribunal são coletivas e embasadas em parecer das unidades técnicas e do Ministério Público. "Para mudar o rumo do Tribunal ela terá que convencer os demais ministros, ou perderá de goleada em plenário", concluiu.

Outro ministro também estranhou o fato de a novata ter homenageado o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como "o operário de talento político e uma obra que mudou o Brasil", depois de Lula ter se empenhado em uma "verdadeira guerra contra o TCU', por conta da paralisação de obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Um dos parlamentares que participou da campanha dela, no entanto, diz que a menção foi um agradecimento ao trabalho de Lula, que conquistou muitos votos para Ana Arraes no Câmara.

Apesar de o leilão dos aeroportos de Guarulhos (SP), Viracopos (SP) e Brasília estar marcado para o dia 22 de dezembro, o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Benjamin Zymler, afirmou que o Tribunal "não tem condições" de garantir que a análise da documentação sobre o modelo econômico-financeiro de concessão, recebido hoje da Secretaria de Aviação Civil, estará concluída em tempo hábil.

"Depende de uma análise detalhada da documentação. O prazo de análise do TCU depende da consistência dos dados que foram entregues", disse Zymler após receber o material hoje. Ele ressaltou, no entanto, que por se tratar de um novo modelo de concessão de infraestrutura aeroportuária, precisará ser feito "um esforço suplementar" para apreciar o processo de concessão. O relator designado no TCU para avaliar o modelo é o ministro Aroldo Cedraz.

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O plenário do Senado aprovou, hoje, a indicação da deputada Ana Arraes (PSB-PE) para assumir a vaga de ministro do Tribunal de Contas da União (TCU). Os senadores ratificaram a decisão da Câmara dos Deputados com 48 votos favoráveis, 17 contrários à indicação e uma abstenção. O resultado reafirma a força política do governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, que liderou uma campanha ostensiva para eleger a mãe para a vaga deixada pelo ex-deputado Ubiratan Aguiar, que se aposentou em julho.

Além do voto contrário declarado do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) - ex-governador e adversário político de Eduardo Campos -, Ana Arraes perdeu votos com a divisão da bancada peemedebista. Embora o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), tenha orientado a bancada a votar favoravelmente na socialista, ela perdeu votos de peemedebistas solidários ao deputado Átila Lins (PMDB-AM), derrotado por ela na Câmara. O senador e ex-governador Eduardo Braga (PMDB-AM) era um dos principais articuladores da campanha de Lins ao TCU.

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Depois que Jarbas Vasconcelos inaugurou os discursos proclamando o voto contrário em sua conterrânea, senadores do PSB, PT e PTB revezaram-se na tribuna para enaltecer a candidata. O líder do PT, Humberto Costa, aliado político de Eduardo Campos, afirmou que Ana Arraes "não é simplesmente a mãe de um governador ou a filha de um ex-governador (Miguel Arraes)". Segundo ele, trata-se de uma "pessoa que tem uma militância política séria, que tem um comportamento e uma postura ética inquestionável ao longo de sua vida". O senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) defendeu que o voto em Ana Arraes significava o "voto da justiça, o voto do reconhecimento".

A candidata não compareceu ao plenário, mas desde o início da tarde trocava telefonemas com as principais lideranças da Casa para garantir o resultado favorável.

O Tribunal de Contas da União (TCU) tem um novo membro. Uma mulher, a propósito. E, mais que isso, uma pernambucana. A deputada Ana Arraes (PSB-PE) é mãe do governador de Pernambuco Eduardo Campo e filha do ex-governador, Miguel Arraes. Mas, apesar do parentesco, é importante destacar que Ana tem méritos próprios para assumir uma importante cadeira como ministra do TCU.

Estamos falando da primeira mulher a ocupar o cargo de ministra no órgão auxiliar de controle externo. A vaga foi deixada pela aposentadoria do ministro Ubiratan Aguiar. Depois de uma reunião com Eduardo Campos, os demais concorrentes Sérgio Brito (PSC-BA) e Vilson Covatti (PP-RS) desistiram da disputa. O segundo mais votado foi o deputado Aldo Rebelo (PC-doB-SP), que obteve 149 votos, enquanto a terceira colocação ficou com o deputado Átila Lins (PMDB-AM), com 47 votos.

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O nome de Ana Arraes para ministra do tribunal representa a força da mulher e da Pernambuco no alto escalão brasileiro. Esta semana, a presidente Dilma Rousseff, afilhada política do pernambucano e ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi a primeira mulher a discursar na abertura da Assembleia-Geral da ONU e recentemente outras mulheres têm conquistado cargos de relevância no cenário político do País.

 

A filha do ex-governador de Pernambuco tem um currículo inolvidável. Filiada ao PSB desde 1991, Ana é formada em direito, já tendo sido assistente do Instituto de Documentação da Fundação Joaquim Nabuco, secretária de conselheiro no Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE), técnica judiciária do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) e secretária parlamentar na Câmara dos Deputados. A primeira eleição para deputada federal aconteceu em 2007, e desde então permanece na Casa. Na última eleição, Ana Arraes foi votada para  continuar no cargo por mais de 380 mil pernambucanos. Até então, ela é titular da Comissão de Defesa do Consumidor e vice-líder do bloco PSB-PTB-PCdoB.

 

Durante os quatro anos e meio de cumprimento de seu dever como deputada, foi autora de pelo menos 158 projetos. Em seu discurso nesta nova conquista, Ana Arraes destacou a importância da mulher neste papel, lembrando da participação igualitária da figura feminina no processo de tomadas de decisões, fundamental para o fortalecimento da democracia e composição da sociedade refletida na função pública, nas políticas públicas e na legislação do País.

 

Agora, Ana sobe mais um importante degrau em sua carreira política, ao conquistar, por mérito e competência,  o direito a um cargo vitalício,   mas acima de tudo,  o dever de fiscalizar os  gastos públicos em nosso país.  Estamos certos e confiantes de que ela  trabalhará arduamente para que o tribunal seja rigoroso com os desmandos daqueles que não zelam pelo dinheiro público.  Sim, uma escolha justa e plausível.  A mãe do grande Governador  Eduardo Campos tem uma história de vida marcada por uma longa militância política, e certamente será lembrada na história pelas conquistas que ainda fará como membro da mais alta corte de contas do Brasil.

 

* Artigo de Opinião produzido por Janguiê Diniz, Doutor em Direito e fundador e acionista controlador do Grupo Ser Educacional. Texto originalmente publicado no Blog do Janguiê

Não foi a vaga de ministro do Tribunal de Contas de União que levou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a mergulhar na ofensiva política conduzida pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos, para eleger sua mãe e deputada Ana Arraes para o TCU. Com o PSDB do senador Aécio Neves (MG) fazendo a corte ao governador e presidente nacional do PSB, o que Lula queria era `amarrar' Campos ao PT.

Foi o próprio Lula quem revelou seu objetivo tático na operação TCU em conversa com um correligionário. Questionado sobre se a vitória não deixaria Campos "forte demais", na condição de comandante de uma articulação nacional e suprapartidária bem sucedida, o ex-presidente foi direto ao ponto: "Não. Isso vai prendê-lo ainda mais ao nosso lado".

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O secretário de governo de Pernambuco e deputado Maurício Rands (PT), que trabalhou votos até a última hora no plenário da Câmara para eleger Ana Arraes, diz não ter dúvida de que "o grande significado político da eleição foi reforçar a parceria progressista do PT com o PSB no âmbito da grande aliança que dá sustentação ao governo Dilma Rousseff". Ele entende que o fato é relevante porque dá mais equilíbrio interno à base governista e aproxima os dois partidos nas eleições municipais.

"PT e PSB saem muito mais próximos deste episódio", concorda o vice-presidente do PSB, Roberto Amaral, grato pela votação maciça dos petistas em Ana Arraes, a despeito da ala comandada pelo líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (SP), ter apoiado o adversário Aldo Rebelo (PC do B-SP). Nas contas dos socialistas, mais de dois terços da bancada do PT votou na candidata do partido.

O PSDB também ficou majoritariamente com Ana Arraes, mas a avaliação no tucanato é que nenhuma ala tem o que comemorar. De um lado, perderam os serristas que votaram em Aldo Rebelo. De outro, os aecistas que apostaram em parcerias futuras com o PSB de Campos tiveram de amargar derrota dupla.

O PMDB lançou candidato próprio ao TCU, mas a presença sorridente do ministro da Previdência Social e senador Garibaldi Alves no jantar da vitória de Ana Arraes foi a prova concreta da divisão do partido.

Um bom poder de articulação e uma grande influência do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), junto ao Congresso Nacional. Essa tem sido a interpretação mais difundida acerca do resultado das eleições no Tribunal de Contas da União (TCU) que consolidou a deputada e líder do PSB na Câmara dos deputados em Brasília, Ana Lúcia Arraes de Alencar, como a nova ministra do órgão, a primeira mulher a ocupar essa vaga. Segundo o cientista político Adriano Oliveira, o resultado só vem a reafirmar o bom momento político que Eduardo Campos, principal fiadora candidatura de Ana, vem passando. “A eleição da parlamentar para o cargo representa uma vitória para o governador, porque a votação dela mostra que ele tem uma grande empatia no Congresso. Projetando-o como um grande líder para as eleições de 2014”, analisou.

Para o companheiro de partido e também deputado federal, Fernando Filho (PSB), a expressiva votação da deputada representou a unificação que o partido vem alcançando. “Foi uma votação feliz, pois mostrou que o PSB tem unidade e capacidade de mobilização política”, comentou em tom comemorativo o parlamentar. Ainda de acordo com o socialista, embora Eduardo tenha sido um importante pleiteador de votos durante o processo, tal façanha não significa uma eventual candidatura do gestor estadual à presidência. “A eleição de Ana ao Tribunal de Contas não credencia o governador à Presidência da República, pois o País é muito mais do que o tribunal. O que possibilitará e fortalecerá a candidatura de Eduardo ao cargo nacional será o que ele vem fazendo e o que ele fará quanto governador. Até 2014, tem muito a ser feito”, complementou Fernando Filho, acrescentando que ainda está muito cedo para se pensar em eleições para presidente. 

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O senador petebista Armando Monteiro Filho (PTB), acredita que a vitória da parlamentar se deu pela sua história na política. “Esta vitória representa o amplo reconhecimento à trajetória da deputada Ana Arraes, a sua trajetória parlamentar, ao conceito que ela adquiriu, e a uma campanha que foi bem conduzida em relação a todo o processo de articulação, de diálogo com todas as correntes, todos os segmentos da Câmara dos Deputados”, destacou.

VALE-TUDO

Ex-governador de Pernambuco e adversário político histórico de Eduardo Campos, o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB), criticou a campanha pela eleição de Ana Arraes ao TCU. Na ótica do peemedebista, sempre que o TCU receber uma matéria relativa ao Governo Eduardo campos, a nova ministra estará sob suspeição. ""Um governador, seja ele quem for, deixa os seus afazeres, deixa de cuidar dos interesses do Estado para eleger a mãe para o Tribunal de Contas da União. É um absurdo, não é uma coisa natural, não é uma prática republicana. É um exemplo do vale-tudo na política", disparou, para complementar, "Isso não é modernidade. É nepotismo, é política do compadrio, do coronelismo. É atraso do pior tipo possível".

Em sua primeira entrevista depois de eleita ministra do Tribunal de Contas da União (TCU), a líder do PSB na Câmara, Ana Arraes (PE), disse que "é preciso rever essa questão da paralisação das obras" sob suspeita de irregularidades no Tribunal. Ela afirmou que é preciso ter zelo com o dinheiro público e também que é necessário que as obras públicas sejam muito bem feitas. Observou, no entanto, que o "julgamento precipitado macula".

A nova ministra disse que é preciso ouvir e buscar justiça sempre dentro da ética, com probidade, mas destacou que as paralisações às vezes saem mais caras. Ela entende que o ideal é que haja uma retificação e uma correção, sem paralisar as obras para evitar prejuízos graves à sociedade com os atrasos na entrega.

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Indagada se teria atropelado os seus concorrentes com a campanha ostensiva de padrinhos poderosos como o ex-presidente Lula e seu filho governador de Pernambuco, Eduardo Campos, Ana Arraes disse que "andou a pé com um grupo de pessoas que ajudaram". "Respeitei meus concorrentes. Fiz uma campanha limpa. Fiz uma campanha sem maltratar ninguém. Tive uma vitória limpa. Não foi de bandeja não. Trabalhei muito durante dois meses sem folgar nenhum sábado e nenhum domingo".

Enquanto os 493 deputados presentes à sessão votavam, o secretário de governo de Pernambuco, Maurício Rands, e o ex-presidente da Câmara, Severino Cavalcanti, pediam votos para Ana Arraes no plenário. No cafezinho do plenário, trabalhavam o governador do Ceará, Cid Gomes, e o senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), que já liderou a bancada na Câmara antes de ser eleito para o Senado. Ana reconhece que teve ajuda de muita gente, mas cobra respeito de quem a acusa de ter sido eleita pela máquina de Pernambuco. "Eu fiz campanha respeitando meus adversários. Agora espero que meus colegas respeitem a minha vitória". O ex-presidente Lula já ligou para parabenizá-la pela vitória.

 

A líder do PSB, deputada Ana Arraes (PE), foi eleita hoje na Câmara dos Deputadas como a nova ministra do Tribunal de Contas da União (TCU), com uma maioria folgada de 73 votos sobre o segundo colocado. A nova ministra ocupará a vaga deixada pelo ex-deputado tucano Ubiratan Aguiar, que se aposentou em julho.

Ana Arraes venceu com 222 votos, contra 149 do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), 47 de Átila Lins (PMDB-AM), 33 de Damião Feliciano (PDT-PB) e 30 de Milton Monti (PR-SP). O auditor independente Rosendo Severo, apadrinhado pelo PSOL e PPS, obteve apenas dez votos.

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A reta final da campanha para o cargo foi marcada pela movimentação ostensiva da cúpula do PSB e de integrantes do governo de Pernambuco, que abandonaram Recife e montaram uma espécie de quartel general em Brasília para trabalhar a candidatura da líder do PSB. Além do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PE), há dois meses em campanha aberta para eleger a mãe candidata, também estavam pedindo votos em Brasília ontem o vice-governador João Lyra, dois secretários de Estado e o presidente de uma empresa pública pernambucana.

A Câmara escolhe hoje, em votação secreta, o novo ministro do Tribunal de Contas da União (TCU). A reta final da campanha foi marcada pela movimentação ostensiva da cúpula do PSB e de integrantes do governo de Pernambuco, que abandonaram Recife e montaram uma espécie de QG (quartel general) em Brasília para trabalhar a candidatura da líder do PSB, deputada Ana Arraes (PE).

Além do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PE), há dois meses em campanha aberta para eleger a mãe candidata, também estavam pedindo votos em Brasília ontem o vice-governador João Lyra, dois secretários de Estado e o presidente de uma empresa pública pernambucana.

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Teve parlamentar pernambucano que recebeu telefonema até de empreiteiro que contribuiu para a campanha dele. Por solicitação do governador, o empresário pedia voto a Ana Arraes. Foi neste cenário que a Comissão de Finanças e Tributação aprovou ontem à tarde os nomes dos sete postulantes à vaga de ministro do TCU, que serão submetidos ao plenário esta manhã.

A despeito da fartura de candidatos para disputar o voto dos 513 deputados, líderes de partidos governistas e de oposição avaliam que a disputa está polarizada entre duas candidaturas: a da Ana Arraes e a do ex-presidente da Câmara Aldo Rebelo (PC do B-SP).

A sabatina dos candidatos na Comissão de Finanças serviu de palco para a exibição de força dos partidários de líder do PSB. Ana Arraes era a única candidata cujos seguidores ostentavam adesivos e botons com seu nome para o TCU. Para bancar as despesas da campanha - também foram produzidos banners que só serão expostos hoje - 34 deputados (32 da bancada do PSB e mais dois pernambucanos de outras siglas) doaram R$ 500 reais cada um.

No PMDB do candidato Átila Lins (AM), a pressão foi grande a ponto de tirar força política de uma opção vista até ontem como "muito competitiva" pelos próprios adversários. Ao final do dia, alguns peemedebistas ensaiaram uma operação no bastidor para negociar a renúncia de Lins para evitar o desgaste do próprio partido, já que boa parte da bancada estava dividida entre as candidaturas de Aldo e Ana. Não sem razão, amigos do governador pernambucano temem que ele tenha exagerado na dose da campanha.

A queixa da pressão desmedida, antes restrita aos concorrentes da socialista, espalhou-se ontem pelo plenário, despertando irritação em várias bancadas. A avaliação geral é de que Aldo Rebelo pode acabar se beneficiando da reação à "campanha agressiva" em favor de Ana Arraes. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A líder do PSB na Câmara, Ana Arraes (PE), chega à reta final da campanha pela vaga de ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) exibindo o favoritismo de quem já conseguiu tirar dois concorrentes do páreo, antes da votação marcada para quarta-feira. Sob pressão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de governadores como Eduardo Campos (PE), filho da candidata, o PTB do líder na Câmara, Jovair Arantes (GO) e o PSC do deputado Sérgio Brito abriram mão de suas candidaturas.

As renúncias não vão parar aí. "Começamos esta disputa com nove candidatos e podemos acabar com apenas três", prevê o concorrente do PP, deputado Vilson Covatti (RS), confessando estar fora da lista das três candidaturas competitivas: Ana Arraes, Aldo Rebelo (PC do B-SP) e Átila Lins (PMDB-AM). "Vou examinar o cenário com a bancada do PP, porque não sou candidato de mim mesmo", diz Covatti.

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Todos os candidatos se queixam da "pressão desmedida" em favor da líder socialista. Não sem razão. "A bancada abriu mão de disputar e praticamente fechou em favor de Ana Arraes. Ela vai ganhar esta eleição", previu o ex-líder petebista Nelson Marquezelli (SP) ainda na semana passada, logo depois da reunião de bancada em que Jovair decidiu abandonar a disputa para atender aos liderados.

É precisamente o apoio de Lula que constrange o líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN), a trabalhar o voto dos petistas em favor de Átila Lins (AM). Em conversas de bastidor, Alves deixou claro que agirá com todo o cuidado para "não confrontar" o ex-presidente.

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