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A 45 dias do fim do ano e ainda sem uma ferramenta para potencializar o ajuste nas despesas, uma ala do governo quer incluir parte dos gatilhos de contenção de gastos previstos na PEC emergencial num projeto de lei que trata da renegociação de dívidas de Estados e amplia a possibilidade de crédito com aval de Tesouro Nacional.

A ideia é que o projeto, já em tramitação na Câmara, inclua os gatilhos previstos na emenda constitucional do teto de gastos - mecanismo que limita o avanço das despesas à inflação - até hoje não acionados porque, no entendimento de técnicos, falta uma regulamentação adequada.

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Por ser um projeto de lei complementar, a proposta poderia ser aprovada com o apoio de 257 deputados e 41 senadores em um turno de votação, trâmite mais simples que o de uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC), que requer 308 deputados e 49 senadores em dois turnos de votação.

A proposta, porém, não é consenso dentro do próprio governo. Os defensores dessa alternativa argumentam que seria uma oportunidade de sinalizar compromisso com o ajuste diante da cobrança dos investidores do mercado financeiro e da piora de percepção de risco fiscal em relação ao País.

Quem é contra, por sua vez, teme que a manobra atrapalhe outros projetos e resulte num esvaziamento da urgência da PEC emergencial, que é mais ampla e mais potente, já que carrega consigo gatilhos que só uma mudança constitucional é capaz de implementar, como a redução de jornada e salário de servidores. Integrantes dessa ala contrária lembram o que aconteceu com a PEC que pretendia dar mais liberdade de uso de recursos parados em fundos públicos, que perdeu apelo após apresentação de um projeto de lei com conteúdo semelhante pelo deputado Mauro Benevides (PDT-CE).

Janelas

Alguns técnicos da área econômica tentam contornar essa resistência com o argumento de que a PEC emergencial não será abandonada, uma vez que a inclusão dos gatilhos representaria apenas "uma alternativa". A ideia seria abrir o máximo de janelas possíveis para que a política decida qual usar primeiro. Apenas uma parcela reconhece de fato que, por trás do movimento, está a leitura de que é pouco provável que a PEC emergencial avance em 2020.

A proposta enfrenta resistências do autor do projeto, o deputado Pedro Paulo (DEM-RJ). Na sua avaliação, misturar o tema dos gatilhos com o projeto dos Estados gera ruído desnecessário numa proposta que já está negociada com parlamentares, Ministério da Economia e governadores. O relator é o deputado Mauro Benevides - o mesmo autor da proposta dos fundos. "Nem eu e nem Mauro Benevides concordamos com isso", disse Pedro Paulo.

O democrata, porém, não descarta a apresentação de uma emenda pelas lideranças do governo na Câmara. Para o autor da proposta, os gatilhos exigem aprovação de mudança na Constituição. A maior parte deles diz respeito justamente a medidas que atingem os servidores públicos, como a redução de jornada e de salário. Ele inclusive pediu um parecer técnico sobre o assunto à consultoria legislativa, e o documento corrobora esse entendimento.

"A imposição de medidas de ajuste para contenção de despesas obrigatórias é matéria a ser tratada na própria Constituição, sendo passível de questionamentos sobre a constitucionalidade da imposição de limites à despesa obrigatória da União ou de outros entes federativos mediante lei ordinária ou complementar", diz o parecer obtido pelo Estadão/Broadcast.

"No mérito, eu sou contra, isso é um mecanismo para Constituição e não lei complementar", ressalta Pedro Paulo. Ele lembrou que foi decisão do governo apresentar os gatilhos em PECs do Senado. "Não me parece que é algo que está sendo conversado com o presidente Bolsonaro. Daqui a pouco, ele vai dar um puxão de orelha", disse.

O papa Francisco reconheceu em um documentário apresentado nesta quarta-feira (21) no Festival de Cinema de Roma que as pessoas homossexuais devem ser protegidas por leis civis para os casais do mesmo sexo.

"As pessoas homossexuais têm o direito de estar em uma família, são filhos de Deus, possuem direito a uma família. Não se pode expulsar ninguém de uma família, nem tornar sua vida impossível por isso. O que temos que fazer é uma lei de convivência civil, eles têm direito a estarem legalmente protegidos. Eu defendi isso", explica o papa no documentário dirigido pelo americano de origem russa Evgeny Afineevsky.

Com essas palavras, o papa argentino aborda novamente um tema que divide a Igreja e sobre o qual já se referiu em várias ocasiões com uma mentalidade mais aberta.

"Desde o início do pontificado, o papa fala de respeito aos homossexuais e que é contra sua discriminação. A novidade hoje é que defende como papa uma lei para as uniões civis", explicou à Rainews a vaticanista Vania de Luca.

Após sua eleição em 2013, o papa Francisco adotou um tom mais tolerante em relação aos homossexuais, lançando sua famosa frase "Quem sou eu para julgar?" e recebendo casais homossexuais em várias ocasiões no Vaticano.

O documentário, de duas horas de duração, percorre os sete anos de pontificado e suas viagens com depoimentos e entrevistas.

Entre os momentos mais emocionantes do filme, o papa faz uma ligação para um casal homossexual, com três filhos pequenos, em resposta a uma carta que recebeu deles na qual contam a vergonha que sentem por levar seus filhos à paróquia.

Francisco os convida a continuar comparecendo à igreja independentemente dos julgamentos dos demais.

Outro depoimento comovente é o do chileno Juan Carlos Cruz, vítima e ativista contra os abusos sexuais, que acompanhou nesta quarta-feira o diretor na exibição do filme em Roma.

"Quando conheci o papa Francisco, ele me disse que sentia muito pelo ocorrido. Juan, foi Deus quem te fez gay e em todo caso te ama. Deus te ama e o papa também te ama", conta Cruz no filme.

Afineevsky, que compareceu hoje à audiência geral do papa no Vaticano, ganhou com o documentário "Francesco" o prêmio Kineo da humanidade, destinado àqueles que promovem questões sociais e humanitárias.

O diretor foi indicado a um Oscar e um Emmy em 2016 por "Winter of Fire" e em 2018 recebeu três indicações ao Emmy por "Cries from Syria".

Após um jantar para levantar a bandeira branca na relação entre o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o ministro da Economia, Paulo Guedes, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), declarou, na noite dessa segunda-feira (5), que a reaproximação é fundamental para "virar a página" no relacionamento entre os dois.

Em prol da agenda de reformas, Alcolumbre se colocou como mediador do conflito travado entre Guedes e Maia durante a pandemia de Covid-19. "Tenho consciência da nossa responsabilidade e esse gesto hoje de reaproximação de uma agenda que é conciliatória foi fundamental para que possamos a partir de amanhã virar uma página nessa construção, que é coletiva", disse o presidente do Senado, após o jantar, na noite desta segunda.

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A reunião durou aproximadamente três horas e ocorreu na residência do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Bruno Dantas. Antes da despedida, os ministros e parlamentares fizeram uma declaração à imprensa e depois voltaram para o apartamento.

Guedes manifestou otimismo com a recuperação em "V" da economia e com a agenda de reformas no Congresso. Também fez questão de dizer que o novo marco do saneamento, aprovado no primeiro semestre, já começou a produzir investimentos.

Participaram do jantar, além de Guedes, Maia, Alcolumbre e o anfitrião, os ministros Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo), Fábio Faria (Comunicações); os senadores Eduardo Braga (MDB-AM), Kátia Abreu (PP-TO) e Renan Calheiros (MDB-AL); o deputado Baleia Rossi (MDB-SP); e os ministros do TCU Vital do Rêgo e José Múcio, presidente da corte de contas.

A proposta de extinção de todas as isenções fiscais para uma reavaliação num prazo de seis meses foi apresentada na reunião de conciliação entre o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o ministro da Economia, Paulo Guedes, na noite dessa segunda-feira (5). Maia foi além e defendeu cortes "no músculo" para o ajuste nas contas públicas.

A proposta foi apresentada pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL), que sugeriu que depois de seis meses sejam novamente instituídas as isenções que fizerem sentido. Calheiros foi um dos articuladores do jantar na casa do ministro do Tribunal de Contas (TCU), Bruno Dantas.

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O corte de isenções já vem sendo discutido há muito anos pela área econômica, mas esbarra justamente em dificuldades políticas para avançar. Agora, o tema volta ao debate nas discussões de ajuste fiscal para garantir o Renda Cidadã.

O fim de isenções fiscais não abre espaço no teto de gastos (a regra que impede o crescimento das despesas acima da inflação), mas permite compensação exigida pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) na criação de despesas permanentes.

Ao Estadão/Broadcast, a senadora Kátia Abreu (PP-TO) disse que a unanimidade do encontro foi a criação do Renda Cidadã sem fura-teto. "O teto é inegociável. As soluções não serão eleitoreiras", afirmou. Segundo ela, foi discutida a convergência de três pontos: reformas administrativa e tributária, Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do pacto federativo e o programa Renda Cidadã. Para a senadora, não serão aceitos "intocáveis" e "privilégios" nas medidas que serão aprovadas pelo Congresso.

No jantar de reconciliação, Maia buscou um tom amistoso e destacou pontos de convergência com Guedes. Assim como já tinha feito no café da manhã com o presidente Jair Bolsonaro, Maia também defendeu o teto de gastos e disse que não bastará "cortar só gordura" para conseguir tirar o Renda Cidadã do papel. Segundo relatos de uma pessoa presente, o presidente da Câmara defendeu que será preciso "cortar no músculo" e teve o apoio dos demais convidados.

Ainda durante o encontro, Maia pediu desculpas a Guedes, estendendo a bandeira branca após desavenças públicas e de ter afirmado que o ministro da Economia estava "desequilibrado". Neste momento, o presidente da Câmara foi aplaudido pelos presentes.

Além de Maia, também falaram durante o evento o próprio ministro da Economia, assim como o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e o senador Renan Calheiros (MDB-AL).

Segundo apurou o Estadão/Broadcast, foram fechados alguns temas específicos que serão discutidos ao longo da semana com lideranças partidárias na busca por um caminho para viabilizar o Renda Cidadã.

O site de relacionamento patrocinado Universo Sugar constatou que, desde o início da pandemia, cresceu exponencialmente o número de jovens que procuram pessoas dispostas a pagar para manter um relacionamento. Segundo a plataforma, o número de inscritos saltou de 15 mil para 25 mil nos últimos seis meses, sendo 83% jovens em busca de 'sugar daddies', que são homens mais velhos bancando pessoas mais novas.

O site aponta que o desemprego e a falta de oportunidades para os jovens são fatores que estão relacionados com o aumento da demanda da plataforma. Entre os dados divulgados está também o perfil médio dos usuários. O patrimônio dos daddies, por exemplo, gira em torno de R$ 8 milhões, com renda mensal média de R$ 80 mil. Já a média de idade dos homens é de 43 anos, enquanto que das jovens é de 23 anos, sendo maioria delas universitárias.

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Ainda conforme divulgado pela Universo Sugar, os estados que mais buscaram pelo serviço nos últimos seis meses foram São Paulo e Rio de Janeiro. Mato Grosso, Amazonas e Minas Gerais fecham o 'top 5'. 

Uma dona de casa do Rio de Janeiro acionou a Justiça contra o presidente Jair Bolsonaro, após ele ter dito em um discurso na ONU que o auxílio emergencial teria sido de US$ 1 mil no Brasil, o equivalente a R$ 5,4 mil. A mulher como tantos outros beneficiários do auxílio emergencial recebeu cerca de R$ 2,4 mil em quatro parcelas de R$ 600 e entrou com a ação para receber a diferença dos valores. As informações são do G1.

De acordo com a publicação, as advogadas da mulher que não teve sua identidade revelada, Leila Loureiro e Noemy Titan, colocaram na petição que o valor atual da cotação do dólar corresponde a R$5.540, valor que deveria ter sido recebido pela sua cliente e sustentam que o valor que foi recebido foi de "importantíssima relevância", mas insuficiente para cobrir os gastos com saúde, educação e moradia. Na ação, as advogadas ainda incluíram uma indenização por danos morais, totalizando a causa em R$ 9.420. 

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O valor informado por Bolsonaro durante o seu discurso na ONU não corresponde à verdade, tendo em vista que os trabalhadores receberam no máximo R$ 4,2 mil somando as parcelas, cerca de U$ 766.  

A União Federal foi intimada a prestar esclarecimentos pela juíza federal substituta Angelina de Siqueira Costa e tem até 10 dias para prestar as informações e até 30 dias para contestar caso não reconheça o pedido.

O distanciamento social imposto pela pandemia do novo coronavírus fez muita gente repensar a importância das relações humanas. O convívio com amigos, familiares e amores parece ter ganho nova luz sob a solidão física da quarentena e é sobre isso que o cantor e compositor Victor Camarote versa na música União. Nesta quinta (10), a canção ganha um videoclipe feito na quarentena e com a cara dela: cheio de gente reunida porém, à distância.

Os versos de União refletem tão bem os sentimentos e impressões causados por esses tempos pandêmicos que poderiam ter sido escritos durante eles. No entanto, a música é uma composição pré-pandemia, feita por Camarote em parceria com o amigo Tiné, num momento um tanto "Nostradamus", como brincaram alguns colegas após ouvirem a canção. 

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Em entrevista exclusiva ao LeiaJá, Victor conta que aproveitou o período de distanciamento social para se dedicar mais às produções musicais. União foi lançada no dia 6 de julho e a escolhida para ganhar o segundo clipe da carreira do músico. "Gosto muito dessa música e parece que fiz (ela) na quarentena mesmo, encaixou perfeitamente, fala de distância, da união da família e amigos, então não poderia ter sido melhor escolha para lançar nesse período tão difícil".

Victor e Pedroca Monteiro em uma das edições do Trocando Ideia, no Instagram do cantor.  Foto: Reprodução/Instagram

Longe dos palcos e do contato com o público, Camarote se abraçou com a internet e mergulhou no universo das lives. Além de tocar, ele também vem ancorando no Instagram uma série de bate papos com nomes dos mais diferentes segmentos artísticos, e foi daí que o clipe de União foi nascendo. "Inicialmente eu ia fazer o clipe sozinho, queria me reinventar, mas comecei a fazer as lives e tenho feito muitas amizades durante a quarentena. Achei tão simbólico colocar essas pessoas pra mostrar essa conexão, chamei todo mundo e ficou como eu imaginei". 

No clipe, participam 20 convidados, entre eles os atores Bruno Garcia, Hermíla Guedes, Pedroca Monteiro e o ex-deputado federal Jean Wyllys.Todos gravaram suas participações cada um de sua casa, e a direção, edição e montagem do vídeo foram feitas por Ibanez Saueressig. O resultado já pode ser visto no canal oficial do músico no YouTube.

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Agora, Victor pretende dar continuidade às lives semanais de entrevistas, intituladas de Trocando Ideia, e promover mais alguns lançamentos musicais enquanto a quarentena não termina de fato. Ele ainda deve protagonizar uma websérie, no Instagram e Youtube, dando vez e espaço à sua veia de ator. Já para o pós-pandemia, o compromisso é certo com todos os novos amigos feitos durante esse período: "Todas essas pessoas eu já marquei pra tomar uma cerveja. Tem muita cerveja marcada".

Após o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ter escancarado publicamente na semana passado o rompimento de relações com Paulo Guedes, o ministro da Economia agradeceu nesta quarta-feira a ajuda do parlamentar com as reformas e reclamou das conversas do deputado com Estados e municípios para a criação de um novo fundo bilionário - às custas da União - na reforma tributária.

"Faço questão de registrar o olhar amigo de Maia que sempre nos ajudou em todas as reformas. Tivemos um ou outro desalinhamento, mas isso é natural. Eu tenho que proteger a União e Maia ficou mais perto de Estados e municípios na reforma tributária", afirmou o ministro, em participação em evento organizado pelo Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP).

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Guedes alegou nesta quarta-feira que o governo federal descentralizou recursos para Estados e municípios, que foram carimbados para a Educação. Por isso, a União não teria capacidade de criar um novo fundo com repasses para os governos regionais.

Na semana passada, Maia disse que não teria mais interlocução com Guedes após o ministro supostamente proibir encontros de secretários da pasta com o presidente da Câmara. "Aparentemente Maia estaria conversando com os governos regionais sobre um fundo social de R$ 480 bilhões. Mas esse dinheiro não existe mais; disse a Maia que não posso mandar técnicos para bolar uma reforma desalinhada com os nossos objetivos", completou Guedes.

O ministro confirmou ainda que não deve procurar o presidente da Câmara para discutir os projetos em tramitação. "Preciso me recolher um pouco e seguir o rito natural do governo, via presidente da República e os líderes no Congresso. Meu recolhimento não é nada pessoal com Maia, tenho muita gratidão. Mas estou agora enquadrado em um regime de comunicação política regular, acabou meu voluntarismo. Acredito que haverá menos desgaste, eu, Maia, todo mundo", avaliou.

E concluiu: "Durmo tranquilo porque agora o governo tem eixo político. Governo agora tem lideranças e base, não preciso mais andar desesperado pelo Planalto."

O Ministério Público Federal (MPF) pediu à Justiça Federal o julgamento antecipado de ação civil pública que pede a condenação da União e da Funai por discurso de ódio contra povos indígenas e direito de reposta ao povo indígena Waimiri Atroari.

A ação civil pública foi apresentada em março deste ano, para que a Justiça Federal no Amazonas declare a omissão do Estado brasileiro na condução da política indigenista e a violação de direitos fundamentais dos povos indígenas, notadamente do povo Waimiri Atroari, em razão do fomento ao discurso de ódio e da defesa de um projeto integracionista em relação a este e aos demais povos indígenas brasileiros. Os pedidos da ação são: direito de resposta em sítios oficiais e no Twitter, orientação aos agentes públicos federais sobre o tema, elaboração de plano de combate ao discurso de ódio, pedido de desculpas público à etnia e elaboração de cartilha sobre a sua história.

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Em abril, a 3ª Vara Federal no Amazonas atendeu a pedidos do MPF e determinou, em caráter liminar, que o governo brasileiro publicasse uma carta dos indígenas Waimiri Atroari no site do Planalto. A decisão liminar determinou também que a União e Fundação Nacional do Índio (Funai) indicassem às autoridades públicas que não incitassem ou encorajassem discriminação racial, por meio de circular e manifestação pública dos ministérios e da Presidência da República, e que elaborassem um plano de combate ao discurso de ódio contra povos indígenas no âmbito do Estado e na sociedade brasileira.

O MPF chegou a apresentar à Justiça Federal a carta dos Waimiri Atroari a ser publicada no site do Planalto, mas decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) suspendeu os efeitos da liminar concedida pela Justiça Federal no Amazonas.

Discurso discriminatório continua – Após contestação feita pela União e pela Funai, o MPF apresentou à Justiça Federal réplica, reafirmando a legalidade da ação e a necessidade de intervenção judicial para evitar que o governo brasileiro siga incitando ódio contra os povos indígenas.

O MPF destaca que, mesmo após o ajuizamento da ação, as manifestações de caráter discriminatório contra povos indígenas não cessaram. Exemplo disso foi a fala do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) durante live, em 16 de julho, em que culpou “o indígena, o caboclo” por “parte considerável” do desmatamento.

Em abril, o então ministro da Educação, Abraham Weintraub se manifestou em relação aos povos indígenas, durante reunião ministerial, da seguinte maneira: “Odeio o termo povos indígenas, odeio esse termo. Odeio. Só tem um povo nesse país. Quer, quer. Não quer, sai de ré...”.

Para o MPF, a medida que se busca na Justiça com a ação civil pública visa justamente coibir a repetição destas práticas. O órgão destaca a continuidade escancarada do fomento ao ódio contra os povos indígenas e afirma que nenhuma norma do direito brasileiro legitima estas condutas, estando todo o sistema jurídico coordenado para coibir práticas como as citadas e promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade ou outras formas de discriminação.

Danos concretos aos Waimiri Atroari – Na manifestação apresentada à Justiça, o MPF explica que, no caso do povo Waimiri Atroari, o discurso discriminatório tem como pano de fundo principal a implantação de uma linha de transmissão que pretende cruzar o território indígena, além da disputa pela circulação na rodovia BR-174, criando cenário favorável a práticas de violência contra esse povo.

Uma das práticas decorrentes deste cenário ocorreu em 28 de fevereiro de 2020, quando um deputado se dirigiu à entrada do território e, com o uso de uma motosserra, cortou o tronco que sustentava as correntes que bloqueiam o acesso à BR-174. Na ocasião, o deputado gravou um vídeo e dedicou a ação ao presidente da República.

“Todo o cenário já descrito criou uma realidade de tensão e hierarquização entre interesses e bens jurídicos que acabou por gerar a premissa do deputado estadual de que estava autorizado a fazer justiça com as próprias mãos. O episódio mostra como o discurso parcial e contrário aos povos indígenas, associado à falta de preocupação com os ritos e procedimentos legais, favorecem um discurso de ódio e práticas violentas contra os grupos étnicos ou contra os seus territórios. No caso em exame, os relatos mencionam a manutenção em cárcere privado de alguns indígenas Waimiri Atroari durante a quebra das correntes e a filmagem pelo deputado, que tentou fazer justiça com as próprias mãos e apresentar o resultado ao presidente da República”, afirma trecho da manifestação do MPF.

O órgão reforça a importância do pedido de desculpas público, por parte do governo brasileiro, em relação ao povo indígena Waimiri Atroari e a necessidade de elaboração de cartilha, de autoria dos Waimiri Atroari e custeada pelo governo federal, sobre a história desse povo, que deverá ser divulgada em todos meios governamentais e nas redes sociais da Presidência, disponibilizada permanentemente nos sites do governo federal.

Da assessoria do MPF

O Senado aprovou um convite ao ministro da Economia, Paulo Guedes, para que ele dê explicações sobre declarações que fez após os senadores terem votado para derrubar o veto presidencial ao reajuste salarial de servidores públicos até 2021. Na última quarta-feira, 19, Guedes disse que o Senado deu "um péssimo sinal" e classificou a decisão como "um crime contra o País". O veto acabou sendo mantido na Câmara.

A cobrança por esclarecimentos foi negociada por senadores em uma reunião remota na quinta-feira passada, 20, uma espécie de sessão informal realizada antes das deliberações. A articulação foi costurada enquanto a Câmara votava para manter o veto.

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O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), apresentou um requerimento de autoria própria para chamar Guedes a dar explicações. Senadores também discutiram a possibilidade de uma nota de repúdio ao ministro, o que foi descartado.

O senador Esperidião Amin (PP-SC) chegou a propor um pedido de convocação do ministro, ao qual Guedes seria obrigado a comparecer no Senado. Essa investida, porém, só deve ser tomada se o ministro recusar o convite. Governistas afirmam que ele se prontificou a falar.

A disputa antecipada pela presidência do Senado contaminou o resultado da votação em que os senadores derrubaram o veto do presidente Jair Bolsonaro ao reajuste dos salários dos servidores públicos até 2021 e pode atrapalhar a votação das próximas medidas econômicas de ajuste fiscal.

Os senadores que votaram pela derrubada mandaram um recado claro a Bolsonaro: não adianta o governo se acertar com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e achar que está tudo resolvido. O placar de votos mostrou também que o ministro da Economia, Paulo Guedes, enfrentará dificuldade na Casa quando o assunto é mexer no funcionalismo. Muitas das medidas de corte de despesas, para acionar os chamados gatilhos do teto de gastos, justamente têm foco da folha de pessoal.

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O não do Senado ao congelamento dos salários foi dado até por parlamentares governistas e apoiadores da agenda econômica do governo. O resultado revelou nos bastidores uma briga pela sucessão de Alcolumbre, que trabalha para ter condições de se reeleger e quer se aproximar do Palácio do Planalto.

No mapa da votação, dizem as fontes, fica mais clara essa disputa, principalmente entre os senadores do MDB. O resultado mostra ao presidente que ele não sabe a força da sua base no Senado, onde a bancada dos partidos do Centrão é muito mais dividida no apoio ao governo.

Relator do projeto de socorro aos Estados e municípios, Alcolumbre não presidiu a sessão do veto. A "sumida" do presidente do Senado foi lida com um gesto de posicionamento para a disputa na eleição para não entrar nesse briga com futuros apoiadores da sua reeleição.

A postura do presidente do Senado desagradou Guedes e o Palácio do Planalto. O ministro enviou mensagens para os senadores para mostrar o seu descontentamento porque foi Alcolumbre que negociou diretamente com ele um texto substitutivo ao projeto que tinha sido aprovado pela Câmara.

Administrativa

A derrubada antecipou também um ambiente desfavorável ao Palácio do Planalto na negociação para aprovação da reforma administrativa, ainda não enviada pelo governo, mas que tem sido cobrada por lideranças. A percepção do governo é de que parlamentares querem desgastar Bolsonaro com a proposta.

Vice-líder do governo no Senado, Izalci Lucas (PSDB-DF) foi contra o veto, assim como outros senadores da base de Bolsonaro na Casa, como Jorginho Mello (PL-SC), Marcos do Val (Pode-ES) e Soraya Thronicke (PSL-MS). Se dois desses parlamentares tivessem votado com o governo, por exemplo, o veto seria mantido.

O veto foi rejeitado por um placar de 42 a 30. Para efeito de comparação, 25 senadores que votaram a favor da reforma da Previdência no ano passado se posicionaram para derrubar o veto nesta quarta-feira. Ou seja, apoiaram Guedes nas mudanças do sistema de aposentadoria, mas foram contra o congelamento salarial.

Além disso, o governo também foi pego de surpresa com os ausentes. Parlamentares próximos ao Palácio do Planalto deixaram de votar. Entre eles, o líder do MDB no Senado, Eduardo Braga (AM). No partido, que tem a maior bancada da Casa, quatro senadores votaram "não" ao veto.

Dentro do MDB, Simone Tebet (MDB-MS) também se colocou pela derrubada do veto.

Para garantir a manutenção do veto ao reajuste dos salários dos servidores na Câmara dos Deputados, lideranças governistas atrelaram a negociação a mais recursos do Orçamento deste ano para emendas parlamentares, à prorrogação do auxílio emergencial e até mesmo à possibilidade de Estados e municípios usarem recursos do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), principal fonte de financiamento da educação, para o pagamento de aposentados. Na fatura do Centrão entrou também um acordo para socorrer em R$ 4 bilhões os transportadores urbanos.

Com a derrota no Senado, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e deputados do Centrão se cacifaram a brigar por mais recursos, o que ampliou o desgaste político da Câmara com o Senado.

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O novo líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), afirmou que a derrubada do veto ao reajuste de salários de servidores durante a pandemia pode ter impacto na prorrogação do auxílio emergencial, pago a informais, desempregados e beneficiários do Bolsa Família. A estratégia foi colocar no Congresso o ônus de um breque em um programa assistencial em meio à pandemia porque poderia não haver a economia esperada com o congelamento dos contracheques do funcionalismo.

"Essa decisão é muito importante hoje, porque o presidente vai anunciar eventualmente uma prorrogação do auxílio emergencial e esse impacto pode, vai certamente, mudar a possibilidade dos valores e do prazo de prorrogação desse auxílio", avisou o líder do governo, que teve sua primeira vitória ontem. O auxílio emergencial deverá ser prorrogado até dezembro, como querem os congressistas e também o próprio presidente Jair Bolsonaro. Os parlamentares aliados defendem um adicional de quatro parcelas de R$ 300 (hoje, o benefício é de R$ 600), a serem pagas de setembro a dezembro.

Orçamento

Em reunião com as lideranças partidárias, Barros também se comprometeu com mais recursos do Orçamento ainda em 2020. O governo acertou enviar um projeto com a liberação de mais R$ 5 bilhões, sendo R$ 2 bilhões para emendas parlamentares (quando os congressistas podem decidir para onde destinar os recursos). Mas os parlamentares pediram mais.

Um dos líderes do Centrão, Arthur Lira (PP-AL), disse que a votação do veto era a favor do auxílio emergencial, mas já adiantou que no pacote também tinha uma ajuda para um setor específico. "Estamos aqui a favor do auxílio emergencial, pelo socorro aos transportadores urbanos, que aqui vamos votar mais R$ 4 bilhões. Estamos hoje aqui votando a favor de tantas outras matérias que seriam afetadas com essa despesa de hoje", admitiu Lira.

Várias negociações paralelas aconteceram ao longo do dia para garantir o placar com segurança. Uma derrota seria prejudicial, sobretudo ao ministro da Economia, Paulo Guedes, que apostou nessa bandeira do congelamento de salários para sustentar a sua narrativa de ajuste fiscal.

A bancada da bala, que ameaçou se rebelar, foi muito pressionada a acompanhar o governo. A frente da segurança, disse um líder, "não pode ter só o bônus, precisa ter o governo como um todo".

O presidente Jair Bolsonaro afirmou pela manhã, ser "impossível" governar o País se a Câmara mantivesse a decisão do Senado. "Ontem (quarta-feira), o Senado derrubou um veto que vai dar prejuízo de R$ 120 bilhões para o Brasil. Eu não posso governar um país se esse veto (não) for mantido na Câmara... É impossível governar o Brasil, impossível. É responsabilidade de todo mundo ajudar o Brasil a sair do buraco", disse a apoiadores.

Fundeb

O governo também costurou um acordo em troca da possibilidade de Estados e municípios usarem recursos do Fundeb para o pagamento de aposentadorias. A articulação envolveu uma engenharia complexa. No Senado, o PSD apresentou um destaque para votar uma emenda do senador Carlos Viana (PSD-MG) e permitir o pagamento de aposentadorias com recursos do fundo, possibilidade barrada pelo texto em tramitação. A ideia agrada governadores.

Se o veto ao reajuste fosse mantido, o governo prometeu empenho para aprovar a emenda de Carlos Viana na votação do Senado. Com isso, o Executivo buscou apoio dos governadores para pressionarem as bancadas na Câmara e manter o veto. Em troca, teriam a possibilidade de usar o dinheiro do Fundeb no pagamento de inativos.

Em reação ao ministro da Economia, Paulo Guedes, o Senado chamará o chefe da pasta para dar explicações sobre declarações dele após os senadores terem votado para derrubar o veto presidencial ao reajuste salarial de servidores públicos até 2021. Na quarta-feira (19), Guedes criticou a decisão do Senado de derrubar o veto do presidente Jair Bolsonaro. Ele disse que o Senado deu "um péssimo sinal" e classificou a decisão como "um crime contra o País". O veto acabou sendo mantido na Câmara.

A cobrança por esclarecimentos foi negociada por senadores em uma reunião remota nessa quinta-feira (20), uma espécie de sessão informal realizada antes das deliberações. A articulação foi costurada enquanto a Câmara votava para manter o veto.

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O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), apresentou um requerimento de autoria própria para chamar Guedes a dar explicações. Senadores também discutiram a possibilidade de uma nota de repúdio ao ministro, o que foi descartado. O requerimento deverá ser votado na próxima terça-feira (25).

"O Senado cometeu um crime, segundo ele. Qual é o crime? Foi uma linguagem retórica? Queremos fazer uma coisa civilizada. Em vez de trocar insulto, daremos a ele a oportunidade de se explicar", disse o senador Esperidião Amin (PP-SC), que apresentou um pedido de convocação do ministro.

Senadores fecharam um acordo para fazer um convite a Guedes, ao qual ele não é obrigado a aceitar. Se houver a recusa, será feita uma convocação, o que aumentaria a tensão entre o Senado e Guedes. De acordo com Amin, até senadores que votaram a favor do veto ao reajuste manifestaram indignação pela fala de Guedes. "O Senado votou tudo que o governo quis até agora. A explicação do ministro pode melhorar ou não. Tenho a expectativa que melhore", afirmou Amin.

Após forte investida, juntamente com os partidos do Centrão e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o governo conseguiu manter a proibição de reajuste de servidores públicos até 2021. O veto do presidente Jair Bolsonaro foi mantido por 316 votos a 165 votos.

A medida tinha sido derrubada pelo Senado no dia anterior e, para reverter a situação, foi costurado um acordo envolvendo a prorrogação do auxílio emergencial e liberação de recursos do Orçamento ainda este ano. Esses dois pontos já estavam em negociação, antes da derrubada do veto pelo Senado, mas deputados ganharam maior poder de influência depois da decisão dos senadores.

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"Nós não estamos votando aqui contra o funcionário público estamos votando pela estabilidade do Brasil, pela manutenção do teto de gastos, pela responsabilidade fiscal, pelo auxílio emergencial, pelo socorro aos transportadores urbanos, que vamos votar mais R$ 4 bilhões, por tantas matérias que seriam impactadas com essa despesa de hoje", disse o líder do PP, Arthur Lira (AL), ao orientar o voto pela manutenção do veto.

O Ministério da Economia calcula que se fosse derrubado o veto comprometeria uma economia fiscal entre R$ 121 bilhões e R$ 132 bilhões aos cofres da União, Estados e municípios. Esses números, no entanto, são contestados por parlamentares contra a manutenção do veto que consideram os cálculos exagerados e desonestos. Com a decisão, continuam congelados até o fim de 2021 os salários dos servidores federais, estaduais e municipais, inclusive das áreas de segurança, saúde e educação.

"Essa decisão impacta todos os orçamentos daqui para frente se não mantivermos o veto. Então, estamos tomando uma decisão que gerará espaço fiscal para mais investimentos em educação, saúde e infraestrutura e que permitirá, portanto, atender melhor a nossa população", disse o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PR). "O governo, o presidente Jair Bolsonaro, sabe que o auxílio emergencial precisa ser gradativamente reduzido até que se chegue a um valor de um programa Renda Brasil, que vai atender a todos os brasileiros."

A oposição foi contra a manutenção e a bancada da segurança pública chegou a pressionar pela derrubada do veto, mas não teve força para isso. "Temos diversos deputados que são oriundos da segurança pública. Ao mesmo tempo nós temos um cenário econômico absurdo em nosso País", disse o líder do PSL na Câmara, Felipe Francischini (PR).

Em uma rara participação do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), em uma sessão do Congresso, ele foi à tribuna orientar a bancada do seu partido a votar pela manutenção do veto. "Esse projeto é muito interessante porque começou com muita polêmica quando a Câmara dos Deputados decidiu enfrentar o apoio emergencial a Estados e municípios da qual fomos muito atacados pela própria equipe econômica e hoje a construção da solução está passando pela Câmara. Nada melhor que o tempo para mostrar que o que fizemos aqui e que foi tão criticado, estava no caminho certo", disse Maia.

Antes de trabalhar pela proibição do reajuste, Bolsonaro chegou a dar aval à medida, em maio, quando o projeto foi votado pela Câmara. O congelamento era a contrapartida que o ministro da Economia, Paulo Guedes, cobrou para repassar diretamente R$ 60 bilhões aos governadores e prefeitos durante a crise, suspender dívidas e manter garantias do Tesouro em empréstimos, num alívio financeiro total de R$ 125 bilhões.

A Câmara "salvou" várias categorias do congelamento e o Senado manteve as mudanças, com exceção dos policiais legislativos. As alterações reduziram para R$ 43 bilhões a economia que seria obtida nas contas de União, Estados e municípios.

A proposta inicial negociada com o relator do projeto de auxílio emergencial a Estados e municípios no Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), era de uma economia de R$ 130 bilhões em 18 meses. Depois da pressão do funcionalismo, principalmente da área militar, o Senado não quis repor o texto inicial.

Depois do texto aprovado pelo Congresso, Bolsonaro passou a se comprometer, em público, a vetar a possibilidade de reajuste, dizendo estar "100% alinhado a Guedes".

Mesmo assim, o presidente segurou para sancionar o socorro, com o veto, até o último dia, 27 de maio. Um dia antes, editou medida provisória concedendo reajustes de 8% a 25% aos policiais civis e militares do Distrito Federal ao custo de R$ 505 milhões ao ano. Os salários das polícias do DF são pagos com dinheiro da União por meio do Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF).

Outros governadores também deram reajustes para o funcionalismo, incluindo Mato Grosso e Paraíba.

Essas idas e vindas do governo deram força à argumentação da Oposição pela derrubada do veto. "O líder do governo foi aquele microfone dizer que o presidente estava de acordo em incluir mais categorias. Estamos aqui para tentar corrigir uma coisa feita pelo presidente, que concordou, depois vetou. E agora vem dizer que o que ele concordou vai quebrar o País", disse o líder da Minoria no Congresso, Carlos Zarattini (PT-SP).

"Ele (o veto) é absolutamente inconstitucional, a União não pode proibir Estados e municípios de dar gratificação para um servidores, por exemplo, para aqueles que enfrentam a covid-19", afirmou o líder do PSB, Alessandro Molon (RJ).

Sete de cada dez servidores dos Estados e municípios vão poder ter reajustes salariais até dezembro de 2021 caso a Câmara derrube o veto do presidente Jair Bolsonaro que congelou os salários do funcionalismo federal, estadual e municipal nos próximos 18 meses. Para a União, a proporção é um pouco menor: 60% dos servidores federais poderão receber reajustes se o veto cair. As informações são da equipe econômica do governo.

Na quarta-feira (19), os senadores derrubaram o veto do presidente à possibilidade de reajuste salarial para algumas categorias do funcionalismo público até o fim de 2021. A proposta foi aprovada pelo Congresso dentro do socorro financeiro a Estados e municípios, mas acabou barrada pelo Palácio do Planalto.

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Nesta quinta, o texto vai ser analisado pelos deputados. Bolsonaro acionou Maia e cobrou de líderes do Centrão a manutenção do congelamento. Segundo o presidente, se o veto cair, vai ser "impossível governar o Brasil".

O crescimento da folha de pessoal é hoje o principal fator a corroer o espaço do Orçamento da maioria dos Estados e municípios brasileiros. Os servidores das áreas de saúde, educação e segurança - que foram blindados pelo Congresso do congelamento - são os responsáveis pelo maior peso nas folhas de governadores e prefeitos.

Mais uma vez, as diversas categorias de servidores mostraram força de mobilização e pressão no Senado, mesmo com as críticas de diversos setores da sociedade civil, afetados pela crise com demissões e corte de salários, que cobraram medidas semelhantes dos servidores.

De acordo com dados oficiais, hoje já são quase 10 milhões de trabalhadores do setor privado que tiveram o salário reduzido ou o contrato suspenso por causa da crise provocada pela pandemia. Outros 66 milhões de pessoas já receberam o auxílio emergencial de R$ 600 pago pelo governo a desempregados e informais.

Os líderes do governo no Congresso, senador Eduardo Gomes (MDB-TO), e na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), organizam uma reunião por videoconferência com outras lideranças partidárias para tentar reverter na Câmara a derrubada do veto ao reajuste de salários de servidores durante a pandemia do novo coronavírus.

De acordo com auxiliares do governo, a estratégia é argumentar aos deputados que derrubar o veto, assim como fizeram os senadores na noite da quarta-feira (19) representaria uma falta de responsabilidade com o País em um cenário de pós-pandemia.

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O Ministério da Economia calcula que, se confirmada, a derrubada do veto presidencial comprometeria uma economia fiscal entre R$ 121 bilhões e R$ 132 bilhões.

Após serem acionados pelo presidente Jair Bolsonaro, líderes do Centrão também atuam para ajudar o governo para reverter o resultado do Senado, entre eles o líder do PP, Arthur Lira (AL), que afirmou estar "trabalhando para manter" o veto de Bolsonaro ao reajuste dos servidores.

O presidente Jair Bolsonaro afirmou ser "impossível" governar o País se a Câmara mantiver a decisão do Senado que permite o reajuste de salários de servidores durante a pandemia do novo coronavírus. O Ministério da Economia calcula que, se confirmada pelos deputados federais, a derrubada do veto presidencial ao reajuste compromete uma economia fiscal entre R$ 121 bilhões e R$ 132 bilhões.

"Ontem, o Senado derrubou um veto que vai dar prejuízo de R$ 120 bilhões para o Brasil. Eu não posso governar um país se esse veto (não) for mantido na Câmara... É impossível governar o Brasil, impossível. É responsabilidade de todo mundo ajudar o Brasil a sair do buraco", disse Bolsonaro a apoiadores, pela manhã, na saída do Palácio da Alvorada.

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Em uma derrota para o governo, os senadores derrubaram na quarta-feira (19) o veto do presidente à medida que permite reajuste salarial para algumas categorias do funcionalismo público até o fim de 2021. A proposta foi aprovada pelo Congresso dentro do socorro financeiro a Estados e municípios, mas acabou barrada pelo Palácio do Planalto.

O veto ainda passará por votação na Câmara dos Deputados nesta quinta-feira (20). Somente após essa votação é que a decisão vai ser definitiva no Congresso Nacional.

Na quarta, após a votação, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o Senado deu "um péssimo sinal" e classificou a decisão como "um crime contra o País". "Pegar dinheiro de saúde e permitir que se transforme em aumento de salário para o funcionalismo é um crime contra o País", disse.

"Colocamos muito recurso na crise da saúde, e o Senado deu um sinal muito ruim permitindo que justamente recursos que foram para a crise da saúde possam se transformar em aumento de salário. Isso é um péssimo sinal. Temos que torcer para a Câmara conseguir segurar a situação", afirmou Guedes.

Foi publicada no Diário Oficial da União desta segunda-feira (10) uma Portaria que declara o interesse do serviço público sobre dois imóveis do Recife para fins de regularização fundiária em favor de 192 famílias que vivem na Comunidade do Pilar, localizada na região central da capital pernambucana. 

Um dos imóveis, situado à Rua do Brum nº 46, tem no Bairro do Recife, tem  1.863,25m² e está situado em área de marinha. O outro está localizado na Rua Bernardo Vieira de Melo, Bairro do Recife, também em terreno de marinha, e ocupa uma área de 1.863,25m². 

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De acordo com a Portaria nº 18.133, a Superintendência do Patrimônio da União no Estado de Pernambuco dará conhecimento da decisão à Prefeitura Municipal do Recife acompanhado dos respectivos memoriais descritivos das áreas às quais ela se refere. A medida já está em vigor. 

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O Ministério Público Federal (MPF) em Pernambuco (PE) ajuizou ação civil pública contra a União, para que o Ministério da Defesa altere o nome do prédio que está em construção pelo Comando da 7ª Região Militar do Exército, Edifício Marechal Castelo Branco, no bairro da Tamarineira,Zona Norte do Recife. O MPF destaca que o ex-presidente está relacionado, no relatório final da Comissão Nacional da Verdade (CNV), entre os autores de graves violações de direitos humanos. 

A ação foi assinada pelas procuradoras da República Mona Lisa Duarte Aziz e Natália Lourenço Soares, que atua como substituta na Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão. 

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O MPF argumenta que o Comando do Exército desrespeita a Recomendação nº 28 da CNV, que busca a alteração da denominação de logradouros, vias de transporte, edifícios e instituições públicas de qualquer natureza, sejam federais, estaduais ou municipais, que se refiram a agentes públicos ou a particulares que notoriamente tenham tido comprometimento com a prática de graves violações de direitos humanos.

Também a Lei Estadual nº 16.669/2019, que proíbe a administração pública estadual de fazer qualquer tipo de homenagem ou exaltação ao golpe militar de 1964 e ao período ditatorial subsequente, incluindo na vedação a atribuição de nome a prédios, rodovias e repartições públicas de pessoa que conste no relatório final da CNV como responsável por violações de direitos humanos.

*Da assessoria

O Governo Federal aparece em penúltimo lugar no Ranking de Transparência no Combate à Covid-19, à frente apenas de Roraima. O levantamento, elaborado pela Transparência Internacional (TI) Brasil compara 54 entes federativos da União, entre Governo Federal, governos estaduais e prefeituras das capitais.

O estudo mede a transparência das compras públicas durante a pandemia da Covid-19, avaliando se as autoridades oferecem acesso fácil e completo aos dados sobre as contratações no período. Também avalia a existência de canais de comunicação para a população realizar denúncias e pedir informações.

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Esta é a primeira vez que o levantamento inclui o Governo Federal desde que foi criado, em maio. O governo recebeu 49,37 pontos, menor do que todas as capitais e quase todos os estados. O desempenho é classificado como regular. Apenas a Prefeitura de São Luís e o governo de Roraima recebem a mesma classificação.

Um dos principais problemas identificados pela TI Brasil é a ausência de um site que concentre as informações sobre as contratações emergenciais. As informações nacionais não apresentariam detalhamento suficiente, estando dispersas em vários portais. 

Por nota, o Ministério da Saúde rebateu o resultado. "Pelo contrário, além das informações de contratos e despesas estarem disponíveis no Portal da Transparência e publicações no Diário Oficial, o Ministério da Saúde ampliou informações sobre ações e cenários da pandemia por meio do site localizasus.saude.gov.br", afirmou.

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