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O plenário da Câmara rejeitou todos os destaques ao projeto de socorro aos Estados. A votação foi concluída e a medida vai agora à análise do Senado.

Deputados rejeitaram três destaques. Um deles queria permitir a contratação de operações de crédito para financiar o pagamento de precatórios pelos Estados e municípios. Outro pedia a suspensão da exigência da incidência do PIS/Pasep sobre a receita dos municípios e dos Regimes Próprios de Previdência Social até o fim do estado de calamidade e, por fim, havia uma proposta de criação do Fundo Nacional de Amparo a Estados e Municípios.

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Mais cedo, a Câmara aprovou por 431 votos a favor e 70 contra o texto-base do projeto que estabelece auxílio financeiro a Estados e municípios durante a pandemia de coronavírus. O deputado Pedro Paulo (DEM-RJ) propôs uma nova versão do texto nesta segunda-feira, 13, com a recomposição, por seis meses (de maio a outubro deste ano), de perdas das receitas com arrecadação de impostos.

A sessão da Câmara foi encerrada na sequência, e uma nova reunião foi convocada para esta terça-feira, 14, às 10h. Na pauta, a medida provisória do emprego verde e amarelo.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), reclamou sobre a forma como o parlamento foi tratado nas articulações do projeto de socorro aos Estados. "O desrespeito à Câmara foi muito grande. Nós ficamos tranquilos, equilibrados, mas agora essa é uma questão que nós entendemos que a sociedade cobra da gente responsabilidade", afirmou.

Há uma série de impasses entre o parlamento e o governo nesse socorro. Além do Executivo querer uma contrapartida de que governadores e prefeitos congelem o aumento de salários, há outros pontos divergentes como a suspensão de dívidas.

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"O governo disse que nossa proposta que incluía isso (suspensão das dívidas com a União) era uma pauta bomba. Como isso não me incomoda, porque todos sabem qual é a minha agenda desde que assumi a presidência da Câmara, mas se eles consideram que isso é um excesso, nós tiramos o excesso, tiramos os empréstimos e fizemos uma proposta enxuta", afirmou Maia. "Se o governo de fato agora entende que é importante uma lei para regulamentar a suspensão das dívidas, o presidente da República pode enviar esse projeto, será votado com toda urgência e brevidade no plenário da Câmara", disse.

Maia afirmou ainda que os líderes devem ter se reunido pela manhã e debatido com a equipe econômica sobre o projeto. "Eu não fui convidado, nem deveria", comentou.

A Câmara deu início no período da tarde à sessão para tentar votar o projeto. Maia quer avançar ainda na medida provisória 905 que trata sobre o Emprego Verde Amarelo.

O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, estima em até R$ 222 bilhões o impacto aos cofres públicos do projeto de ajuda a Estados e municípios que deve ser votado na semana que vem pela Câmara.

O cálculo foi divulgado neste sábado, 11, em nota técnica divulgada pelo Ministério da Economia. Mansueto e equipe afirmam que esse valor depende dos efeitos das medidas que estão sendo pensadas pelos deputados que vão além de ações para o combate à covid-19 e não inclui a eventual abertura de espaço para endividamento dos municípios.

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O projeto 149, que tem como relator o deputado Pedro Paulo (DEM-RJ), está sendo usado pela Câmara para incorporar propostas de ajuda financeira a Estados e municípios para mitigar a queda na arrecadação de impostos em razão da crise do coronavírus.

Ao contrário do Plano Mansueto, que é um texto mais amplo, com diversas medidas de ajuste fiscal exigidas de governantes, o projeto em elaboração é focado em compensações aos Estados pela perda na arrecadação e na possibilidade de ampliar o endividamento para governadores e prefeitos.

A equipe econômica e especialistas em finanças públicas classificaram o texto de "bomba fiscal" pelo impacto nos cofres públicos. De acordo com a nota técnica, o impacto do substitutivo é de pelo menos R$ 105 bilhões sobre as finanças do setor público em 2020.

O valor do apoio federal, no entanto, sobe para R$ 159 bilhões, quando se considera renegociação de garantias da União às dívidas de Estados, pagamentos que deveriam ser feitos a bancos públicos (Caixa e BNDES) e organismos multilaterais e transferências via fundos de participação de Estados e municípios (FPE e FPM).

"Esse conjunto extraordinário de recursos será todo financiado por meio do aumento do endividamento público, pois não há novas fontes de receitas em nenhuma esfera do setor público consolidado", diz a nota técnica.

Déficit público

O Tesouro Nacional lembra que o déficit do setor público previsto para este ano deve ser de R$ 500 bilhões (ou seja, as contas devem fechar com este rombo devido ao aumento de gastos como resposta à pandemia). Esse valor representa 7% do Produto Interno Bruto (PIB).

"É importante que qualquer novo impacto fiscal seja debatido de forma cuidadosa para evitar um crescimento excessivo do déficit primário e da dívida pública do setor público além do estritamente necessário para reduzir os impactos econômicos e sociais da crise do coronavírus e garantir os recursos necessários para o sistema de saúde de todos os entes da Federação", diz o texto.

As gigantes da tecnologia americanas Apple e Google anunciaram uma parceria para permitir o rastreamento digital de usuários que estiveram próximos de pessoas infectadas pelo coronavírus para limitar a propagação de COVID-19.

"Google e Apple anunciam um esforço conjunto que permitirá o uso da tecnologia Bluetooth para ajudar governos e agências de saúde a reduzirem a propagação do vírus, considerando a privacidade e a segurança do usuário", anunciaram nesta sexta-feira (10).

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Os smartphones com o sistemas IOS da Apple ou o Android do Google podem trocar informações via Bluetooth para rastrear contatos humanos ("rastreamento de contatos") e alertar outros usuários.

A partir de maio, será possível compartilhar conteúdos de aplicativos oficiais das autoridades de saúde pública, disponíveis para download nas lojas online dos dois grupos.

A Apple e o Google também planejam desenvolver "uma plataforma mais ampla de rastreamento de contatos que [...] permitirá que mais pessoas participem, se desejarem".

Os sistemas operacionais dos dois grupos concorrentes são os mais usados em smartphones em todo o planeta.

"Dada a urgência, o objetivo é implementar essa solução em duas etapas, mantendo medidas eficazes de proteção para garantir a privacidade do usuário", prometeram.

A Câmara adiou a votação do projeto de socorro aos Estados durante a pandemia do novo coronavírus. Sem consenso, a discussão foi prorrogada mais uma vez. A proposta estava na pauta de votação da Câmara desta quinta-feira (9), mas agora deverá entrar na pauta da segunda-feira, 13.

"Nós vamos tratar de projetos mais simples para que com calma a gente trate os projetos complexos", anunciou o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ao abrir a sessão desta quinta-feira.

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Além de suspender o pagamento de parcelas de dívidas com a União e bancos, o projeto permite aos governadores tomar crédito novo no limite de até 8% de suas receitas. Esse é um dos pontos mais polêmicos entre deputados e equipe econômica por causa do impacto fiscal.

Nesta quinta, a Câmara vai se debruçar sobre três propostas: auxílio para Santas Casas e hospitais filantrópicos, ampliação do auxílio emergencial de R$ 600 a trabalhadores informais e crédito para micro e pequenas empresas durante a pandemia da covid-19.

Com uma negociação complexa e muito difícil para a votação do Plano Mansueto de socorro a Estados e municípios, a alternativa na mesa de negociação é a votação de um projeto emergencial para lidar apenas com as ações de enfrentamento da covid-19.

Segundo apurou o jornal O Estado de S. Paulo, nesse projeto seria incluída a suspensão de dívidas, novos limites de empréstimos para 2020, adiamento do prazo para pagar precatórios (valores devidos a pessoas físicas ou empresas após sentença definitiva na Justiça), possibilidade de securitização (vender os direitos de cobrança de dívidas de tributos) e tudo que esteja vinculado à crise provocada pelo novo coronavírus.

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Essas ações, no entanto, não contaminariam o Plano Mansueto, projeto que traz soluções estruturais para as finanças dos governos regionais e altera as regras do Regime de Recuperação Fiscal (RRF) para que outros Estados possam aderir ao socorro do governo federal. Até agora, apenas o Rio de Janeiro está no regime.

Numa referência ao secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, o projeto está em regime de urgência, mas há uma articulação para a votação em separado desse projeto específico de resposta à covid-19 diante da pressão dos governadores para ampliar o espaço fiscal (no Orçamento) e, dessa forma, expandir os gastos.

Fontes qualificadas informaram que os Estados querem ampliar esse espaço para além R$ 30 bilhões. Técnicos explicam que não necessariamente o rombo nas contas previstas para Estados e municípios, de R$ 30 bilhões, iria aumentar na mesma proporção em 2020. Parte poderia ser transferida para 2021, o que a equipe econômica é contrária.

Segundo o jornal O Estado de S. Paulo apurou, o governo tinha acertando ampliar o espaço fiscal para a ação da calamidade, mas restrito a 2020.

Um fonte do governo informou que o problema para continuar com a votação do Plano Mansueto é que os governadores não querem que haja restrição do uso do espaço fiscal maior somente na ações voltadas para a covid-19.

Despesas

A preocupação da equipe econômica é que o espaço maior seja usado para outras despesas, além da covid-19, desidratando o ajuste esperado com o Plano Mansueto, que prevê medidas de contenção de gastos que precisam ser adotadas para ter direito de ingressar no programa. O governo só aceita a suspensão das dívidas com a União e bancos até dezembro, mas Estados querem ampliar para fevereiro de 2021.

"A minha opinião é que vai ser difícil construir um acordo no Plano Mansueto. O Plano Mansueto trata de temas estruturais e há uma convergência em todos os campos políticos que as soluções nas próximas semanas precisam ser soluções para o enfrentamento dessa crise em todos os campos, mas no curto prazo", disse ontem o Presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Ele explicou que a ideia é construir o texto em conjunto com a equipe econômica do governo a tempo de ser votado pela Câmara ainda nesta semana.

Ao contrário do Plano Mansueto, que é um texto mais amplo, com diversas medidas de ajuste fiscal, o projeto em elaboração deverá ser mais "enxuto", focado em tratar da questão do ICMS e de garantir linhas de créditos aos Estados para os próximos três meses.

Nos próximos três meses, Maia calcula que a queda na arrecadação de ICMS deverá ser da ordem de 30% a 40%, dependendo do Estado. "Da parte dos governadores, me parece que esse encaminhamento vai bem, atende a todos. O que gostaríamos é que a gente possa construir isso junto com a equipe econômica para que a gente tenha uma harmonia maior."

A sessão virtual da Câmara dos Deputados agendada para esta segunda-feira (6) pela manhã foi adiada para a terça-feira (7), às 10 horas. Na pauta está o projeto de socorro aos Estados, chamado de Plano Mansueto.

Na sexta-feira, o plenário aprovou a urgência do projeto por 440 votos a favor e 15 contra.

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A ideia da medida, relatada pelo deputado Pedro Paulo (DEM-RJ), é flexibilizar algumas exigências cobradas de Estados e municípios para a liberação de novos financiamentos, uma tentativa de criar uma espécie de "via rápida" (fast track) para que os governos regionais consigam acessar dinheiro novo em momento de forte crise.

Também está na pauta a Medida Provisória 905 de 2019 que trata do contrato verde e amarelo.

A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, popularmente conhecida como mórmon, paga uma taxa anual de R$ 805 à União para usar um apartamento de 273 metros quadrados na Península, região com torres de alto padrão na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio. Um imóvel de metragem similar no mesmo local pode ser encontrado a partir de R$ 1,9 milhão ou alugado por, no mínimo, R$ 6 mil mensais.

Perto dali, no Jardim Oceânico, a Primeira Igreja Batista da Barra da Tijuca paga aos cofres públicos uma taxa de R$ 1,4 mil por ano pelo uso de um apartamento em uma das áreas mais valorizadas do Rio. Próxima à praia, com amplo comércio e acesso ao metrô, uma unidade ali custa pelo menos R$ 1,5 milhão ou R$ 9 mil mensais.

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Em franca expansão de suas atividades, igrejas usam imóveis pertencentes à União para atuar no País. Um levantamento feito pelo jornal O Estado de S.Paulo, a partir de dados obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação e registros de cartórios, revela que 663 salas comerciais, apartamentos, terrenos, galpões e residências em condomínios de luxo estão ocupados por organizações religiosas.

As entidades têm a posse da maior parte dessas propriedades federais. Pelas regras, os ocupantes pagam apenas uma taxa anual que incide sobre o valor registrado do terreno e pode ser de 0,6% ou 2%. Parte desses imóveis é usada como moradia de dirigentes das igrejas.

O patrimônio da União é formado por terrenos e imóveis residenciais e comerciais construídos em terras devolutas, indígenas, áreas à beira-mar, margens de rios e também obtidos como pagamento de dívidas.

O governo do presidente Jair Bolsonaro já autorizou a ocupação de três imóveis por igrejas evangélicas: uma sala comercial para a Igreja Universal do Reino de Deus e uma sede para a Assembleia de Deus Ministério Bethel, ambos em Vitória, no Espírito Santo, além de uma casa para a Igreja Apostólica Restauração do Povo de Deus, em Tramandaí, litoral do Rio Grande do Sul. Todas a partir de 2019.

Há também casos em que a União permitiu, ao longo dos anos, que imobiliárias fizessem condomínios e loteamentos em suas áreas. Os ocupantes são beneficiados por adquirirem a posse de casas por valores abaixo dos cobrados normalmente pelo mercado ou por morarem em apartamentos pagando apenas uma taxa irrisória.

Condomínio

Foi o caso de Tamboré 2, um condomínio de luxo em Barueri, na Grande São Paulo. Ali, o apóstolo Valdemiro Santiago, fundador da Igreja Mundial do Poder de Deus, mora em uma casa de alto padrão, erguida em terreno da União. A Mundial paga R$ 5,8 mil por ano ao governo. Em 2012, a igreja comprou de um antigo ocupante o direito de usufruir da residência de 925 metros quadrados por R$ 1,3 milhão.

Em imobiliárias, casas no mesmo condomínio são anunciadas por valores entre R$ 6 milhões e R$ 35 milhões. O imóvel possui acabamento externo em mármore e jardim de palmeiras exóticas. O jornal O Estado de S.Paulo entrou em contato e encaminhou questionamentos por escrito à Igreja Mundial do Poder de Deus, mas não obteve resposta.

A Igreja Universal do Reino de Deus também usufrui de imóveis da União localizados em condomínios de alto padrão na Grande São Paulo, como o Alphaville 3 e o Tamboré 1, onde moram empresários, artistas e atletas famosos.

Nos últimos meses, a organização do bispo Edir Macedo colocou à venda por R$ 790 mil o direito de uso de um lote de 532 metros quadrados na Alameda Itanhaém, no Alphaville 3, um dos mais tradicionais da área. Há sete anos, a Igreja Universal recebeu o terreno plano e com poucas árvores como doação, estimada em R$ 100 mil, embora o valor venal fosse de R$ 162 mil. O Estado apurou com corretores da região que o valor de mercado, na verdade, seria superior a R$ 1 milhão.

Já no Tamboré 1, a igreja de Edir Macedo anunciou um terreno arborizado de 1,8 mil metros quadrados, na esquina das avenidas São Paulo e Limeira na Fazenda, por R$ 919 mil. O direito de uso desse imóvel foi comprado em 1997 pela simbólica quantia de R$ 0,07, embora o valor venal fosse, à época, de R$ 45 mil. Os terrenos estão abaixo do preço porque, segundo a imobiliária responsável pela venda, a Universal paga à vista ou com parcelas altas.

À reportagem a Universal disse que usa os imóveis citados para evangelização e como apoio ao trabalho da igreja. Atualmente, as maiores detentoras de imóveis pertencentes à União são a Igreja Cristã Maranata, com 40 propriedades ao todo, e a Irmandade da Santa Casa de Misericórdia do Recife, ligada à Igreja Católica, com 37 imóveis.

Nessa quinta-feira (27), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre Moraes, suspendeu por 180 dias o pagamento das parcelas da dívida de Pernambuco com a União. Ao todo, cinco estados já obtiveram a mesma medida liminar. A intenção é que os valores sejam revertidos para ações de prevenção e combate a covid-19.

O ministro aponta que as unidades federativas alegaram a impossibilidade de cumprir as obrigações com a União em virtude da pandemia.  "A pandemia do coronavírus é uma ameaça real e iminente, que irá extenuar a capacidade operacional do sistema público de saúde, com consequências desastrosas para a população, caso não sejam adotadas medidas de efeito imediato”, afirmou Moraes.

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A condição imposta pelo ministro é que as unidades federativas comprovem que os recursos estão sendo destinados integralmente às Secretarias estaduais de Saúde. Enquanto a medida estiver em vigor, "a União não poderá aplicar as penalidades, em caso de inadimplência, previstas no contrato e aditivos, como a retenção dos valores devidos nos recursos do Tesouro Estadual, vencimento antecipado da dívida e o bloqueio de recebimento de transferências financeiras da União", determinou.

Além de Pernambuco, os estados que tiveram as dívidas suspensas por seis meses foram: São Paulo, Bahia, Maranhão, Paraná, Paraíba e Santa Catarina.

O projeto com medidas para socorrer Estados e municípios com dificuldades fiscais, o chamado 'Plano Mansueto', pode ser votado pelo plenário da Câmara na quarta-feira (25). Nesta terça-feira (24) o relator da medida, deputado Pedro Paulo (DEM-RJ), e a equipe econômica tentam finalizar os últimos detalhes do texto que ganhou mais urgência com a crise provocada pelo avanço da covid-19 no Brasil.

Pedro Paulo estudava iniciativas adicionais de socorro aos Estados para eventualmente serem adotadas. Um dos pontos era suspensão do pagamento de dívidas pelos Estados, o que precisaria ser aprovado por lei complementar - justamente o formato do Plano Mansueto.

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A aprovação da medida tem sido uma das principais demandas dos governadores.

Também estava sendo avaliado se a suspensão de pagamento de dívidas seria uma alternativa melhor à transferência direta de dinheiro para os entes.

A sessão da Câmara de quarta-feira deve ser realizada apenas com as lideranças partidárias, ainda sem o aplicativo para a realização da reunião remota.

Além do Plano Mansueto, o plenário deve ainda aprovar outras medidas consideradas emergenciais para a crise.

A Prefeitura do Recife desistiu da ação contra a União após o Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5) barrar a requisição do Governo Federal de 200 ventiladores pulmonares que haviam sido adquiridos pela gestão municipal. "A Prefeitura do Recife (...) preferiu uma resolução pacífica para o litígio judicial", diz em nota.

De acordo com a prefeitura, houve um contato com o Ministério da Saúde, "no qual foi assegurado o acesso aos respiradores para o Recife". A nota diz que foi esclarecido que o objetivo da requisição do ministério era evitar que os equipamentos saíssem do Brasil e não restringir o acesso dos demais entes federativos aos respiradores. 

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Confira a nota completa da prefeitura:

A Prefeitura do Recife informa que, após contato do Ministério da Saúde (MS), no qual foi assegurado o acesso aos respiradores para o Recife, preferiu uma resolução pacífica para o litígio judicial, desistindo da ação. Também foi esclarecido à Prefeitura do Recife que o objetivo da requisição proposta pelo Ministério da Saúde era evitar que os equipamentos, essenciais para o tratamento de pacientes graves da Covid-19, saíssem do Brasil e não restringir o acesso dos demais entes federativos aos respiradores.

O modelo Rodrigo Malafaia, sobrinho-neto do pastor Silas Malafaia, está em contagem regressiva para selar união com o namorado, o cantor Leandro Buenno. No seu perfil do Instagram, o modelo publicou uma foto com ex-participante do The Voice Brasil avisando que o seu casamento está se aproximando.

"Segura essa ansiedade, faltam só 11 dias. Vocês têm noção de como a gente está?", escreveu ele. Internautas que acompanham o cotidiano do casal vibraram com a publicação. "Uau, imagino a ansiedade de vocês. Até eu estou. Vocês vão ficar mais lindos ainda", comentou uma seguidora na rede social.

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No último sábado (7), Leandro Buenno se derreteu em uma foto romântica com Rodrigo. Na legenda ele colocou um trecho da canção do cantor Marcelo Jeneci, o sucesso Felicidade. "Você vai rir sem perceber porquê, felicidade é só questão de ser", escreveu.

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O presidente americano, Donald Trump, declarou na noite desta terça-feira (4)que os Estados Unidos estão "mais fortes do que nunca" em seu discurso sobre o Estado da União. Ele afirmou que obteve nesses três últimos anos o "grande retorno dos EUA", assumindo o crédito pelo sucesso econômico do país de olho nas eleições de novembro, quando concorre à reeleição.

"Em apenas três anos, esmagamos a mentalidade de um declínio americano e rejeitamos a redução do destino da América. Estamos seguindo para um caminho que era inimaginável pouco tempo atrás e nunca vamos recuar", afirmou Trump, entre aplausos dos republicanos e os gritos de "mais quatro anos".

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"Se não tivéssemos revertido as políticas econômicas falidas do governo anterior, o mundo agora não estaria vendo este grande êxito econômico", disse o presidente, criticando o governo de seu antecessor, Barack Obama, e provocando vaias de alguns democratas.

O discurso perante ambas as Câmaras do Congresso foi feito após Trump tornar-se o terceiro presidente na história dos EUA a enfrentar um processo de impeachment. Apesar de o julgamento político ainda não ter sido concluído no Senado, controlado por seu Partido Republicano, e apesar da divisão no país, o presidente destacou que os EUA estão melhores agora do que quatro anos atrás. Ele usou a primeira parte de seu discurso para destacar o fortalecimento econômico dos EUA e a redução do desemprego. O crescimento econômico foi de 2,9% em 2019.

"Em oito anos do último governo, mais de 300 mil pessoas foram demitidas. Em apenas três anos do meu governo, 3,5 milhões de pessoas se juntaram à força de trabalho", declarou o presidente. "Desde o instante que assumi o cargo, agi rapidamente para reviver a economia dos EUA - acabando com um número recorde de regulamentações que afetam os emprego, promulgando um histórico corte de taxas e lutando por acordos comerciais justos e recíprocos", disse.

Trump também citou seus avanços para restringir a entrada de imigrantes ilegais e a ratificação, este mês, do tratado comercial T-MEC, renegociado com o México e o Canadá a partir do Tratado de Livre Comércio da América do Norte (TLCAN), em vigor desde 1994.

"Muitos políticos vieram e se foram, com a promessa de mudar ou substituir o TLCAN, mas no fim não fizeram absolutamente nada. Mas, ao contrário de muitos que vieram antes de mim, cumpro minhas promessas", declarou Trump. "Prometi que imporia taxas à China para confrontar o roubo do trabalho americano. Nossa estratégia funcionou", disse.

O presidente americano homenageou nesta terça o líder opositor venezuelano, Juan Guaidó, cujos esforços para tirar Nicolás Maduro do poder têm o respaldo dos EUA. "Conosco, nesta galeria, está o presidente legítimo da Venezuela, Juan Guaidó. Todos os americanos estão unidos com o povo venezuelano em sua luta justa pela liberdade", afirmou, dirigindo-se ao líder opositor, que assistiu ao discurso no Capitólio como convidado de Trump. O presidente também manifestou seu apoio "às esperanças" de cubanos, nicaraguenses e venezuelanos de "restaurar a democracia" em seus países. (Com agências internacionais).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um ranking publicado pelo Blog do Cassio Zirpoli analisou os 60 clubes que mais devem a União. O levantamento trouxe equipes da série A, B e C. Sport, Náutico e Santa estão no top-10 da pesquisa.

Com base nas informações do aplicativo lançado pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional a pesquisa constatou que a dívida de todos os clubes beira a casa de 900 milhões de reais.

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Segundo o Blog do Cassio Zirpoli, o Cruzeiro que vive atualmente uma grave crise financeira, tem uma dívida de R$ 261.651.485 e lidera o ranking com folga. O pódio´ é seguido de Guarani e Vasco.

O Náutico é o primeiro pernambucano e aparece na 4° colocação, com uma dívida de R$78.807.530. Em 5° o Sport com R$62.184.530 e na 6° colocação, fechando a presença do trio de ferro pernambucano no top-10, o Santa Cruz com 57.734.505.

O ranking que avalia dívidas com a União não levou em conta débitos já parcelados. O Blog ainda informou que a pesquisa foi feita com base no aplicativo Dívida Aberta, através dele pode ser realizado a consulta de todos contribuintes com dívidas ativas na União e pendencias no FGTS. O aplicativo foi lançado nesta segunda-feira (3) pode ser acessado por aparelhos que possuem sistema Android e IOS.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) deve reforçar o caixa da União com cerca de R$ 14 bilhões a R$ 15 bilhões de receitas de dividendos (pagamento que os acionistas de uma empresa recebem pelo lucro gerado).

Se concretizado, esse valor será recorde. Até novembro de 2019, o banco estatal "engordou" em R$ 9,5 bilhões os cofres da União - a regra aprovada pelo conselho de administração determina o repasse de 60% do lucro.

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A depender do resultado das vendas de ações que o banco detém em empresas, entre elas, a Petrobrás e a JBS, os dividendos podem até superar os R$ 15 bilhões. A expectativa é que o lucro do banco alcance R$ 20 bilhões neste ano.

O presidente do BNDES, Gustavo Montezano, deverá anunciar nos próximos dias detalhes da expectativa de reforço dos dividendos. O assunto vem sendo discutido com o ministro da Economia, Paulo Guedes.

O reforço dos dividendos no Orçamento está sendo finalizado pela equipe econômica. Segundo uma fonte da área, essa medida é importante para acomodar novas despesas, como os R$ 6 extras de aumento do salário mínimo a partir de fevereiro. Mas será preciso também abrir espaço nas despesas, por conta da restrição do teto de gastos (regra que impede o crescimento dos gastos acima da inflação).

A receita de dividendos do BNDES em 2019 "salvou" o governo num momento em que o Orçamento estava bloqueado e a Esplanada dos Ministérios operando em alguns órgãos numa situação de quase paralisação.

Houve uma antecipação do pagamento de dividendos que ajudou a equipe econômica num dos momentos mais críticos, quando a pressão contra o aperto fiscal chegou a levar uma ala do governo a pedir a flexibilização do teto de gastos, o que foi impedido pelo ministro.

Tesouro

Além do pagamento de dividendos, o banco também deve acelerar o pagamento da dívida que tem com o Tesouro. Em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, o integrante do conselho de administração do BNDES, Carlos Thadeu de Freitas, informou que o BNDES pode antecipar R$ 60 bilhões a mais do que os R$ 25 bilhões previstos para 2019.

"Não tem demanda. O banco hoje não é competitivo mais na área de crédito interno. Só é competitivo na área de infraestrutura. Não tem necessidade de ter uma carteira enorme. O banco empresta pouco e não tem inadimplência. Pode sobreviver hoje com uma carteira menor", disse. Segundo Freitas, o banco está emprestando na faixa de R$ 50 bilhões a R$ 60 bilhões anualmente.

Na sua avaliação, o ministro Paulo Guedes está no caminho certo em acelerar as devoluções, que permitem uma redução da dívida pública, indicador que é acompanhado mais atentamente pelas agências de classificação de risco. "Em 2019, o governo conseguiu reduzir a dívida pública devido ao BNDES. O fato mais importante do governo Bolsonaro foi mudar a trajetória da dívida que estava insustentável", avaliou Freitas.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) atendeu ao pedido de um seguidor no Facebook, que queria, junto à noiva, fazer uma foto com o chefe de Estado para o vídeo de casamento do casal. As fotos do encontro foram compartilhadas pelo próprio Bolsonaro no Twitter, nesta terça-feira (7).

Em um comenário na rede social, o noivo Auder dos Santos, informou que ele e a futura esposa residiam em Brasília e pediu uma oportunidade ao presidente para encontrá-lo. Bolsonaro prontamente respondeu o comentário aceitando fazer as fotos. “Apresente essa postagem e diga para te levar na minha sala”, escreveu o presidente. 

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As fotos foram registradas nessa segunda-feira (6). Auder também compartilhou o momento em sua conta no Facebook. 

"Sabe aquele discurso vitimista? Que o Bolsonaro não gosta de preto, pobre ? Pois é, Eu, um cidadão da Ceilândia sentei na mesa presidencial. Que Deus te abençoe Jair Messias Bolsonaro", comemorou o noivo. 

O ministro Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a União retire as inscrições dos Estados de Minas Gerais e do Rio Grande do Norte de três cadastros de inadimplência: do Cauc (Cadastro Único de Convênios), do Cadin (Cadastro Informativo de Créditos não Quitados do Setor Público Federal) e do Siafi (Sistema Integrado de Administração Financeira).

Ao proferir as decisões no âmbito das Ações Cíveis Originárias (ACOs) 3341 e 3342, Toffoli indicou que buscou evitar a possibilidade de os Estados perderem prazos para a celebração de contratos e convênios, o que colocaria em risco a continuidade de políticas públicas implementadas por meio do repasse de verbas federais.

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O ministro também registrou que a inclusão nos cadastros restritivos de créditos da União violava o princípio constitucional do devido processo legal. As informações foram divulgadas no site do Supremo.

As liminares foram concedidas no último dia 31, durante o plantão judiciário. Nesse período, cabe ao presidente do Supremo analisar casos urgentes. Após acolher os pedidos, Toffoli encaminhou as ações aos gabinetes dos relatores, ministro Roberto Barroso (ACO 3341 - Minas) e ministro Ricardo Lewandowski (ACO 3342 - Rio Grande do Norte).

A ação de Minas

Na ação apresentada ao Supremo, o Estado de Minas Gerais alegou que os supostos débitos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) que levaram sua inscrição no Cauc são questionados no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Além disso, o governo estadual indicou que suas dívidas estão sendo renegociadas, e argumentou que a ação da União atentava contra o pacto federativo e com os compromissos financeiros do estado, além de colocar em risco a autonomia deste.

A ação do Rio Grande do Norte

No caso do Rio Grande do Norte, a inclusão no Cauc/Siafi foi motivada pelo não envio à União do Relatório Resumido de Execução Orçamentária (RREO) referente à destinação de gastos com a educação. O Estado alega que não conseguiu enviar os dados por causa de falha do Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Educação (Siope).

O Estado argumenta, no entanto, que o Siope é mero meio eletrônico para coleta, processamento, disseminação e acesso público às informações pertinentes, mas não se mostra idôneo para o controle administrativo e de eventuais problemas na entrega dessas informações.

As decisões de Toffoli

Na avaliação de Toffoli, a inclusão dos Estados nos cadastros restritivos de créditos da União e o impacto nas políticas públicas que dependem das receitas decorrentes de transferências voluntárias e de convênios em curso trazem prejuízo aos Entes Federativos.

Ao analisar o caso de Minas Gerais, o ministro considerou que as notificações fiscais que teriam motivado a negativação ainda se encontram pendentes de apreciação no STJ.

Já com relação aos autos do Rio Grande do Norte, o presidente do STF destacou que não foram imputadas falhas graves do Estado capazes que justificassem que requisitos fiscais não foram cumpridos.

A Advocacia-Geral da União (AGU) evitou um impacto de R$ 6,3 bilhões aos cofres da União no ano de 2019 em ações que envolveram conflitos entre entes federativos, ou seja, processos judiciais entre a União e os estados, Distrito Federal e municípios.

Os resultados econômicos favoráveis à União foram alcançados por meio da atuação da recém-criada Coordenação-Geral de Assuntos Federativos (CGAF), unidade vinculada à Secretaria-Geral de Contencioso (órgão da AGU que atua no Supremo Tribunal Federal (STF), no julgamento de cinco ações cíveis originárias (ACOs) e em cinco mandados de segurança (MS).

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Grande parte dos processos foram ajuizados por estados pleiteando obtenção de linha de crédito diferenciada para o pagamento de precatórios. Os estados alegam que a União tem obrigação – com base nas alterações promovidas na Emenda Constitucional nº 99 de 2017, que fixou a data de 31 de dezembro de 2024 como período final para pagamento das dívidas judiciais – de regulamentar e disponibilizar linha de crédito especial para auxiliar a quitar os precatórios.

Mas a AGU vem demonstrando no STF que a linha de crédito é um mecanismo subsidiário e que os entes federativos devem primeiro comprovar que tentaram realizar os pagamentos com os seus próprios recursos. Com esse argumento, a Advocacia-Geral conseguiu evitar que a União fosse obrigada a fornecer R$ 2,4 bilhões ao estado de Goiás (no julgamento do MS 36036), de R$ 2,3 bilhões ao estado de Santa Catarina (MS 36581), R$ 1 bilhão à Bahia (na ACO 3240), R$ 260 milhões ao município de Novo Hamburgo no Rio Grande do Sul (no MS 36746) e R$ 30 milhões ao município de Imbé, no Rio Grande do Sul (MS 36796).

A Advocacia-Geral também comprovou no STF que a União não tem obrigação de ressarcir estados fronteiriços por despesas com presos condenados por crimes federais ou transnacionais. Os estados do Mato Grosso do Sul e do Acre ajuizaram ACOS (2992 e 3039) pleiteando a compensação com os gastos que tinham com presos condenados na Justiça Federal que cumpriam pena nos presídios estaduais.  Com os julgamentos da ACOs, a AGU evitou um impacto de pelo menos R$ 167 milhões aos cofres da União.

Outra decisão judicial favorável à União aconteceu no âmbito da ACO 3113, em que o STF entendeu que não compete à União os gastos integrais que o estado do Acre teve com imigrantes entre os anos de 2010 e 2016. O estado havia calculado em R$ 12 milhões as despesas.

A unidade

A CGAF foi criada em 2019 como forma de especializar a atuação da AGU em conflitos envolvendo entes da federação. “São vários os mecanismos que temos encontrado para atuar nessas causas. Trabalhamos com a antecipação de medidas judicias, ou seja, mesmo antes de sermos intimados para nos manifestarmos sobre determinado tema, detectamos ele e apresentamos manifestações preliminares contra deferimento de liminares”, detalha o coordenador da CGAF, Leandro Peixoto. “Há uma preocupação muito grande de apresentar ao Judiciário o impacto de cada processo e as consequências que eventuais decisões podem trazer, sobretudo na ótica econômica”, acrescentou.

Projeção

Em 2020, a unidade já está se preparando para atuar em mudanças legislativas que podem acabar enfrentando questionamentos no STF, como a Proposta de Emenda à Constituição do Pacto Federativo (PEC 188/2019) e as reformas tributária, administrativa e previdenciária.

*Da assessoria da AGU

 

O governo federal teria economizado R$ 32 bilhões com a folha de pagamento, nos últimos seis anos, se os reajustes dados aos funcionários públicos tivessem acompanhando os da iniciativa privada desde 2013.

O cálculo foi incluído em estudo da Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado que traz uma ampla radiografia da evolução dos gastos com pessoal. O trabalho, que será lançado nesta semana pelo órgão de acompanhamento das contas públicas, foi feito para subsidiar os parlamentares na discussão da reforma administrativa em 2020.

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A IFI alerta que o fato de já ter ocorrido uma reforma focada na redução das despesas de pessoal (aposentadorias e pensões dos servidores) não diminui a necessidade de se discutir uma reforma administrativa, que vá além do problema orçamentário e ataque também os problemas de produtividade e qualidade dos serviços públicos.

Pelos dados da IFI, o ano de maior diferença dos reajustes entre os trabalhadores do setor privado e os funcionários públicos foi em 2017. Naquele ano, os vencimentos e as vantagens fixas pagas aos servidores tiveram uma alta real de 7%, enquanto a variação da massa salarial dos rendimentos no setor privado foi de 1%. Se tivessem sido equivalentes, a despesa teria sido R$ 12 bilhões menor, aponta a IFI.

Entre 2013 e 2018, a massa salarial dos empregados no setor privado formal caiu 0,7% em termos reais, enquanto os vencimentos e vantagens fixas dos agentes públicos, que incluem, além dos servidores, os trabalhadores temporários, estagiários e médicos residentes, cresceram 12%.

Banho-maria

A reforma administrativa, lançada como uma das prioridades da agenda da equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, foi colocada em banho-maria pelo presidente Jair Bolsonaro por conta da pressão dos servidores.

"Este é um exercício para chamar a atenção para essa diferença e mostrar que é preciso estudar isso a fundo", diz Alessandro Casalecchi, autor do trabalho. "Resolvemos colocar em números para ficar mais concreto."

Os dados da IFI mostram que, entre 2008 e 2018, as despesas de pessoal (incluindo militares) cresceram R$ 64 bilhões, saltando de R$ 248 bilhões para R$ 312 bilhões. No período, o crescimento dos gastos foi maior para os servidores militares (29%) do que os civis (25%). O aumento dos gastos de pessoal dos servidores civis se deu principalmente em duas épocas: 2008 a 2010 e 2016 a 2017.

Os números apontam que, nos últimos 20 anos, a força de trabalho no serviço público (ativos) aumentou em 106 mil pessoas, saltando de 509 mil (1999) para 615 mil (2019). O maior crescimento (de 63%) foi de funcionários não estatutários, ou seja, celetistas, médicos residentes e trabalhadores temporários. Eles saltaram de 19 mil em 1999 para 87 mil em 2019. A parcela de servidores com estabilidade caiu de 96% para 88% nas últimas décadas.

A evolução das contratações seguiu os ciclos eleitorais. Houve aceleração das contratações em anos de eleições, destaca o documento.

O analista da IFI diz que houve uma preocupação do estudo também de esclarecer conceitos para qualificar o debate público sobre a reforma, entre eles o da estabilidade e do que integra as chamadas despesas de pessoal.

Para o diretor executivo da IFI, Felipe Salto, como a reforma da Previdência só terá efeitos maiores no médio prazo, é preciso avançar com as reformas estruturais que ajudem a conter a despesa obrigatória: "Quadro fiscal ainda é problemático. O peso das receitas atípicas, como a do petróleo, foi elevado em 2019. O ajuste, até agora, concentrou-se em investimentos."

Na avaliação de Salto, a PEC emergencial - que permite, entre outros pontos, o corte de 25% no salário e jornada dos servidores - é insuficiente para resolver a questão. Ele recomenda que o governo abra a caixa de ferramentas e comece a mexer nas engrenagens para realizar um ajuste mais duradouro, que dependa menos de receitas extraordinários, como a devolução dos pagamentos de empréstimos pelo BNDES à União.

Estudo mostra disparidades de ganho entre ministérios

Considerados prioritários em diferentes governos e com garantia constitucional de aplicação mínima de recursos, os ministérios da Saúde e da Educação receberam tratamentos diferentes na política de pessoal da União nos últimos dez anos. Enquanto o gasto com a folha na Educação avançou na esteira de aumentos salariais e contratações, a Saúde viu seu quadro de pessoal encolher e a média da remuneração estagnar no saldo de uma década.

Dados levantados pela Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado mostram que o Ministério da Educação foi responsável por 79,4% do crescimento dos gastos com pessoal ativo na União nos últimos dez anos. A despesa da pasta com folha de pagamento saltou de R$ 21 bilhões em 2008 para R$ 48 bilhões em 2018, na esteira da expansão das universidades públicas e dos institutos federais. No mesmo período, o gasto com remunerações na Saúde caiu de R$ 10,1 bilhões para R$ 9,9 bilhões. Os dados estão atualizados pela inflação.

Além de refletir a disparidade de tratamento entre os dois ministérios, o cenário revelado pelo estudo da IFI serve de alerta no debate da reforma administrativa que o governo pretende apresentar ao Congresso Nacional. A intenção da área econômica é reduzir os salários iniciais e aumentar os "degraus" na carreira para se chegar à remuneração mais elevada. Para a instituição, é preciso ser cauteloso para não incorrer em "generalizações e simplificações" ao discutir a reformulação das carreiras.

"O MEC é o que mais gasta e que mais tem gente", diz Alessandro Casalecchi, analista da IFI. Ele ressalta que é preciso considerar que a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), apesar de vinculada ao MEC, presta serviços para o Sistema Único de Saúde (SUS). "Em sentido contrário a Fundação Nacional de Saúde teve suas despesas de pessoal significativamente reduzidas", diz.

De acordo com o estudo, os funcionários do Ministério da Educação tinham remuneração média de R$ 7 mil em 2008 (valor já atualizado pela inflação). Essa cifra chegou a R$ 9,7 mil no ano passado.

Enquanto isso, no Ministério da Saúde os vencimentos e vantagens fixas eram de R$ 5,6 mil há dez anos em média, chegaram a R$ 7,5 mil em valores de hoje, mas sofreram desvalorização até chegar a R$ 5,9 mil em 2018.

O aumento real de 38,2% na média dos vencimentos e vantagens fixas no MEC não foi o único fator de pressão sobre as despesas com pessoal. Em 20 anos, o ministério dobrou o número de funcionários: eram 156 mil em 1999 e passaram a 300 mil neste ano. As contratações foram focadas no ensino federal, e a maior parte delas foi de servidores estatutários, que têm estabilidade e não podem ser demitidos a qualquer momento.

Já no Ministério da Saúde, a remuneração média subiu 6,9% em uma década. Em 20 anos, a pasta perdeu 12 mil funcionários. Mesmo assim, é o segundo maior empregador da Esplanada, com 102 mil agentes públicos - 62% deles com estabilidade e os demais com outros tipos de vínculo (o que inclui médicos residentes e os integrantes do programa Mais Médicos).

Na área de segurança, o Ministério da Justiça e Segurança Pública tem hoje 29 mil agentes públicos, 50% a mais do que em 1999. Nos últimos dez anos, o gasto com pessoal na pasta cresceu 9% acima da inflação, de R$ 6,3 bilhões para R$ 6,9 bilhões.

Estatais

As empresas estatais federais triplicaram suas despesas com funcionários ativos entre 2008 e 2018, passando de R$ 5,2 bilhões para R$ 13,7 bilhões, segundo os dados da IFI. O estudo inclui as estatais que dependem de recursos do Tesouro para pagar suas despesas de custeio e folha, como a Embrapa, a Conab e a Valec.

Hoje, 18 empresas são formalmente dependentes do Tesouro e, por isso, estão sujeitas ao teto remuneratório federal, de R$ 39,2 mil. No ano que vem, a Telebrás também passará a ser uma estatal dependente do Tesouro Federal - o que significa que terá de contar com recursos do orçamento para pagar sua folha e despesas de custeio.

Os dados da IFI mostram que, quando há participação do capital privado, o aumento de gastos com pessoal é mais comedido. A despesa com folha das sociedades de economia mista cresceu 75% em dez anos, passando de R$ 1,6 bilhão em 2008 para R$ 2,8 bilhões no ano passado.

No caso das empresas públicas, em que a União é a única acionista, a fatura triplicou. Passou de R$ 3,5 bilhões para R$ 10,9 bilhões no mesmo período. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Vinte três Estados e o Distrito Federal acionaram nesta semana o Supremo Tribunal Federal (STF) para fazer com que o Ministério da Justiça libere um recurso bilionário previsto para aplicação na área da segurança pública. Os governos estaduais dizem que o dinheiro da arrecadação da loteria que vai para o Fundo Nacional da Segurança Pública não está sendo repassado como previsto. Uma lei de 2018 proíbe contingenciamento.

O pedido foi feito pelo Colégio Nacional de Procuradores-gerais dos Estados (Conpeg), que seguiu orientação do Fórum de Governadores. Não assinam a ação os representantes de Alagoas, Sergipe e Roraima. Os procuradores sustentam na petição que é inconstitucional o contingenciamento que está sendo feito com a maior parte dos recursos do Fundo Nacional de Segurança Pública.

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O fundo foi remodelado por lei em dezembro de 2018 e passou a contar com parte da arrecadação das loterias da Caixa Econômica. A previsão orçamentária era de R$ 1,7 bilhão, do qual 50% tinha de obrigatoriamente ser repassado aos Estados.

O que os governadores reclamam é que o ministério contingenciou R$ 1,1 bilhão, o que, segundo eles, não poderia ser feito. "A lei é literal. Isso não pode ocorrer", disse ao jornal O Estado de S. Paulo o procurador-geral do Maranhão, Rodrigo Maia, presidente do Conpeg.

Na ação, os procuradores destacam que o Brasil vive uma "epidemia persistente de violência que reclama providências urgentes". Para combater essa realidade, a lei de 2018 "aumentou de forma impactante os recursos". A falta do repasse, sustentam os Estados, não ocorreu por frustração da receita, "já que as loterias faturaram". "Nesse sentido, não pode a União, na relação com os demais entes federativos, parafraseando o ministro Marco Aurélio Mello, 'dar com uma mão e tirar com a outra', surpreendendo e frustrando por completo a expectativa legítima dos Estados em tema tão sensível quanto segurança pública."

Crise fiscal

Para Maia, os recursos representariam um alívio diante do quadro de grave crise fiscal que atravessam muitos Estados. "É um dinheiro que realmente está fazendo muita falta, pois há uma demanda muito grande na área", disse. A verba pode ser aplicada em uma miríade de ações, da compra de arma, colete e viatura à estruturação de programas de combate a homicídios ou iniciativas de prevenção.

A reportagem questionou o Ministério da Justiça sobre o contingenciamento e relação com a previsão legal que proíbe tal medida, mas não houve resposta a essa pergunta. O ministério informou que está em andamento um repasse de R$ 247,8 milhões oriundos do fundo para os Estados; desse total, R$ 129 milhões já foram empenhados para 11 unidades da federação e pagos R$ 30 milhões para Ceará, Paraná e Sergipe.

"A expectativa é de enviar aos Estados e ao Distrito Federal todo o recurso existente para as transferências fundo a fundo ainda neste ano de 2019. Depois do repasse, os Estados têm até 24 meses para utilizar os recursos, de acordo com o plano de ação aprovado e termo de adesão firmado", declarou a pasta. A previsão orçamentária para 2020 é de R$ 1,2 bilhão, acrescentou o ministério. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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