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A taxa média de ocupação dos leitos de UTI para Covid-19 é de 84% nos hospitais privados, segundo o Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (SindHosp). Para especialistas, o aumento de internações é reflexo da piora da pandemia.

Segundo levantamento divulgado ontem, houve crescimento nas internações pela doença em 79% dos hospitais na rede particular. Os dados são de uma pesquisa com 20% dos hospitais privados (76 unidades), dos 17 Departamentos Regionais de Saúde. "Percebe-se que houve aumento de ocupação, tanto nos leitos de internação normais quanto nos de UTI", diz Francisco Balestrin, presidens dias 23 e 26te do SindHosp. A amostra do levantamento, segundo ele, é representativa e reúne 20% dos 383 hospitais do Estado. Segundo Balestrin, os 76 hospitais que participaram do levantamento têm, juntos, 7.760 leitos, dos quais 1.777 são de UTI. "Desses, 40% são os leitos que os hospitais colocam à disposição da covid-19. É nesse grupo que encontramos 84% de ocupação."

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Os dados foram coletados entre 23 e 26 de novembro e, de acordo com a entidade, o aumento de unidades que relataram incremento nas internações foi em relação ao período de 16 a 19 de novembro, quando 44,5% dos hospitais registraram crescimento. Segundo a pesquisa, 65% dos hospitais estão mantendo procedimentos eletivos, incluindo cirurgias. O objetivo é evitar o agravamento de doenças crônicas, como câncer e doenças cardiovasculares. No dia 19, o governo estadual recomendou o cancelamento de cirurgias eletivas, para evitar a sobrecarga do sistema.

Espaço para outros

O levantamento mostrou ainda que 67% dos hospitais consultados afirmaram que têm capacidade de aumentar o número de leitos para o novo coronavírus, caso seja necessário. "Mas, na realidade, a gente precisa de espaço para atender os outros pacientes."

O presidente do SindHosp diz que a população e os governos municipais e estadual precisam trabalhar para evitar que mais pessoas sejam infectadas. "Os casos não podem aumentar alucinadamente. Houve afrouxamento, que não deveria ter acontecido, com baladas clandestinas, pancadões, restaurantes lotados, festas de aniversário e de casamento."

Na rede pública, menos da metade das vagas está disponível; na capital, a ocupação em UTI nos hospitais municipais é de 50%. "A situação em internações e casos equivale à de setembro e outubro, quando começamos a ter estabilização, mas com números mais altos", admitiu a secretária Patrícia Ellen.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Dez capitais brasileiras apresentam taxa de ocupação de UTIs acima de 70%, de acordo com o boletim do Observatório Fiocruz Covid-19 divulgado nessa sexta-feira (27). O aumento súbito no registro de novos casos e mortes nas últimas duas semanas, depois de um longo período de redução dos números, é o principal motivo da alta ocupação dos leitos.

A situação é especialmente crítica em Macapá (com taxa de ocupação de 92,2%), Vitória (91,5%), Curitiba (90%), Porto Alegre (88,7%), Rio (87%), Manaus (86%) e Florianópolis (83%). Além dessas capitais, também aparecem como taxas preocupantes Fortaleza (78,7%), Belém (78,3%) e Campo Grande (76,1%). Em São Paulo, a ocupação é de 58%. Para os pesquisadores responsáveis pelo boletim, a flexibilização das medidas de isolamento e o aumento de situações de aglomeração são os causadores do novo ciclo de avanço da doença.

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As maiores taxas de crescimento diário no número de casos foram em Paraná (8%), São Paulo (7,8%), Amapá (6,5%), Rio (6,3%) e Santa Catarina (5,5%). Esses números indicam recrudescimento da epidemia. Já as maiores médias diárias de crescimento no número de mortes pela doença estão em Rio (10,1%), Roraima (7,9%), São Paulo (7,7%), Goiás (7,5%), Minas (6,6%) e Rio Grande do Sul (5,2%). "A tendência de aumento do número de casos e óbitos é muito clara em todo o Brasil", afirmou o pesquisador Christovam Barcellos, do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (ICICT), da Fiocruz. "Geralmente é uma sequência. Constatamos um aumento no número de casos, depois de internações e, finalmente, de óbitos. Mas não precisamos necessariamente chegar a isso. Entre uma coisa e outra, há muito que pode ser feito, como retomar políticas de isolamento e reforçar o sistema de saúde." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governador João Doria (PSDB) anunciou na segunda-feira (27), mudanças no Plano São Paulo, programa de reabertura econômica e flexibilização da quarentena. A principal alteração permite que regiões com taxa de ocupação abaixo dos 75% dos leitos de UTI para Covid-19 entrem na fase 4, verde - o índice anterior era de até 60%. A regra passa a valer na sexta (31).

Nas demais fases, a taxa de ocupação deverá ser de até 80% nas amarelas e laranja, enquanto a média acima dos 80% mantém a região na fase vermelha. A alteração facilita que os municípios façam o remanejamento dos leitos exclusivos de Covid-19 para outros pacientes, sem mudarem de fase no plano.

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A mudança é especialmente defendida pela Prefeitura paulistana, que pretende destinar parte desses leitos para uso nas cirurgias eletivas. Na prática, a mudança não coloca nenhum município na fase verde, que ainda considera outros critérios epidemiológicos.

"Agora, a necessidade é de voltarmos a marcar as cirurgias eletivas. Na capital, precisamos de um número de leitos um pouco maior para fazer a retomada desses processos", disse o secretário municipal da Saúde, Edson Aparecido, em coletiva no Palácio dos Bandeirantes.

"O Município de São Paulo não estaria verde neste momento (embora tenha taxa de ocupação de 66,2%). Lembrando que a calibragem é para garantir estabilidade. A capital não atenderia aqueles indicadores absolutos", destacou a secretária de Desenvolvimento Econômico, Patricia Ellen. Ela ressaltou que os municípios somente podem fazer a transição para a fase verde quando somam ao menos quatro semanas na fase amarela, e registram taxa inferior a 40 internações e 5 óbitos para cada 100 mil habitantes. "Nós mais que dobramos a quantidade de leitos disponíveis, o que nos dá hoje essa flexibilidade", enfatizou.

Doria chamou as mudanças de "calibragem técnica" e negou que se trate de um "afrouxamento". O objetivo foi "aprimorar" o sistema. As medidas, acrescentou, "foram profundamente estudadas pela área da saúde." Na definição de João Gabbardo, que coordena o Centro de Contingência da Covid-19, o que se busca é "dar estabilidade" na transição das fases. "É muito ruim quando a região altera de uma fase para a outra e na semana seguinte tem de retornar", justificou. "Quando ocorrer uma transição do amarelo para o verde, teremos uma segurança um pouco maior." Paulo Menezes, também do Centro de Contingência, disse que o Estado faz uma "progressão lenta e segura de uma fase a outra, sem colocar em risco a saúde da população". E ressaltou que os coeficientes e indicadores epidemiológicos, como número de óbitos e internações, continuam exatamente os mesmos.

A fase amarela, em que está a cidade de São Paulo, permite o funcionamento de bares, restaurantes e salões de beleza em horário parcial, além de ampliar a taxa de ocupação de espaços liberados pela fase laranja, como shoppings.

Prós e contras

Ex-presidente da Anvisa, Gonzalo Vecina Neto considera "razoável" a decisão se ela resultar na retomada gradual das cirurgias eletivas. Mas ressalta que os impactos da mudança precisam ser acompanhados de perto. "Precisamos começar a atender o que está parado", diz o sanitarista, que também é colunista do Estadão e professor da USP e da FGVSaúde. "O grande problema é se aumentar o número de casos por causa desse clima de liberou geral. Precisa ter muito cuidado e, por enquanto, dar uma olhada como vai ficar e, dependendo, mantém ou deixa mais duro. São muitas variáveis."

Também colunista do Estadão e infectologista do Hospital Emílio Ribas, Sergio Cimerman ressalta que esse movimento de remanejar vagas reservadas para pacientes da covid-19 já está ocorrendo na rede privada. "São meses de pandemia, quantas cirurgias não estão esperando?"

Na direção oposta, Domingos Alves, professor da Faculdade de Medicina da USP Ribeirão Preto, considera que a situação epidemiológica do Estado ainda não permite flexibilizações, pelo número alto de casos e óbitos diariamente. A seu ver, "todo o Plano São Paulo está equivocado".

Aprovadas

As mudanças no Plano São Paulo devem acelerar a reabertura das atividades econômicas, na avaliação de vários prefeitos do interior paulista. "Pelos critérios que observamos, Campinas terá condições, de maneira gradual, de seguir adiante com a economia", disse o prefeito Jonas Donizetti (PSB), que achou a medida "positiva".

Em São José dos Campos, Felício Ramuth (PSDB) se antecipou ao anúncio do governador reabrindo bares, restaurantes, salões de beleza e academias a partir de hoje. "O Estado corrigiu o erro cometido em relação ao Vale do Paraíba", afirmou. Em Ribeirão Preto, o prefeito Duarte Nogueira (PSDB) disse que as novas regras vão garantir mais estabilidade nos ajustes e uma recuperação mais rápida. . "A medida vai permitir que se liberem leitos para outras especialidades médicas." 

A prefeitura do Rio de Janeiro decidiu manter a proibição de banhistas na areia das praias pelo fato de não ser possível usar a máscara de proteção durante o banho de sol ou nos mergulhos no mar. Segundo o prefeito Marcelo Crivella, a partir deste fim de semana, quem estiver na areia da praia, será multado em R$ 127 e poderá responder por crime de desobediência.

Após uma reunião na manhã desta quinta (9) com o conselho científico que assessora a prefeitura, Crivella afirmou que a areia da praia só será liberada quando houver uma vacina contra a Covid-19 ou quando o risco de contaminação pelo novo coronavírus estiver próximo de zero.

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“Em locais onde não se pode usar a máscara, como na praia, a tendência é só retornar quando tivermos vacina, que está sendo testada e poderá ser produzida aqui na cidade, na Fiocruz [Fundação Oswaldo Cruz]. Não é uma coisa distante no horizonte. Do Leme ao Pontal, milhares de pessoas sem máscara, depois voltando no ônibus ou no carro para casa, podem comprometer os leitos de UTI [unidade de terapia intensiva] e de enfermaria que estão sobrando no Rio”, afirmou.

Atualmente, está liberada apenas a prática de exercícios nos calçadões e de esportes como surf e natação. Vendedores ambulantes estão proibidos de circular nas praias.

A prefeitura também manteve a proibição de público nos estádios para acompanhar as partidas de futebol.

Os shopping centers terão horário estendido de funcionamento a partir de amanhã (10) e, em vez fechar às 20h, funcionarão das 12h às 22h. As casas lotéricas poderão funcionar entre 8h e 18h. As feiras de arte e artesanato também estão permitidas a partir desta sexta-feira.

O Paraná vai restringir a venda de bebidas alcoólicas e limitar o horário de funcionamento do comércio na tentativa de frear a onda de contágio pelo novo coronavírus. As medidas valem a partir da próxima segunda-feira (22), e devem durar pelo menos duas semanas.

O número de pacientes diagnosticados com Covid-19 no Paraná aumentou 415% em um mês - passou de 2.480, em 19 de maio, para 12.785 até a sexta-feira (19). De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, 419 pessoas morreram por causa da complicações da doença.

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Em resposta ao avanço da pandemia, o governo do Paraná baixou dois decretos que afetam diretamente bares, shoppings e outros serviços não essenciais. As orientações são válidas por 14 dias e podem ser prorrogadas pelo mesmo período.

Um dos decretos abrange todo o Estado e proíbe a venda de bebidas alcoólicas das 22h às 6h. Além disso, neste intervalo de horário, o consumo de bebidas em vias públicas não será mais permitido.

Em coletiva de imprensa nesta sexta-feira, o governador Ratinho Junior (PSD) defendeu as restrições como forma de preservar o sistema público de saúde. "A pessoa vai no bar, acaba bebendo demais, bate o carro, e fica usando o leito de UTI que estaria à disposição", alegou.

O outro decreto é exclusivo para a Grande Curitiba. A fim de evitar aglomerações durante a pandemia, sobretudo no transporte público, os municípios da região metropolitana deverão adotar os mesmos horários de funcionamento estabelecidos pela capital.

O comércio em geral deverá abrir as portas às 10h e fechar às 16h. Os shoppings poderão funcionar de segunda a sexta, das 12h às 20h, e ficam proibidos de abrir aos sábados e domingos.

Desta forma, o governo espera aliviar a pressão sobre os ônibus nos horários de pico da manhã (6h às 8h) e da tarde (17h às 19h). "As medidas vêm no sentido de tentar escalonar os horários no transporte coletivo", resumiu o secretário da Saúde, Beto Preto.

Os documentos têm caráter orientativo. Por isso, caberá aos 399 municípios do Estado normatizar as regras, estipular as punições cabíveis e fiscalizar. Apesar de serem orientações, o governo do Paraná afirma que há um acordo para que as prefeituras sigam os decretos à risca.

A decisão anula parcialmente a flexibilização das medidas de restrição impostas por uma norma orientativa publicada no dia 22 de maio. O documento permitiu a reabertura dos shoppings, por exemplo, que estavam fechados desde 19 de março.

O governador Ratinho Junior fez um apelo para que a população acate as proibições. Segundo ele, medidas de restrição definidas pelo Poder Executivo não bastam para combater a pandemia. "O que vai vencer o coronavírus é o bom senso e a consciência de cada cidadão", afirmou.

Escalada preocupa

O aumento repentino dos casos confirmados de coronavírus colocou todo o Paraná em alerta. O Estado é a apenas o 20º do Brasil em números absolutos de diagnósticos, mas a crescente taxa de ocupação dos leitos de UTI preocupa as autoridades locais.

A maior taxa de incidência vem de Cascavel, na região oeste, que registra 305 casos para 100 mil habitantes. Sem leitos de UTI em número suficiente para tratar pacientes com covid-19, o município tem transferido doentes graves para Foz do Iguaçu, na região da tríplice fronteira.

Curitiba é a cidade com maior número de casos no Estado - são 2.663 diagnósticos, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde. Na capital, um em cada quatro pacientes com coronavírus necessita de internamento.

A taxa de ocupação dos leitos de UTI exclusivos para pacientes com covid-19 na rede SUS alcançou o pico de 86% na última terça-feira, 16. Curitiba encerrou a semana com 75% das vagas ocupadas.

Em todo o Estado, a estrutura paralela para atender pacientes infectados pelo novo coronavírus ganhou quase 780 leitos em três meses.

"Estamos entrando em uma fase diferente", anunciou o secretário Beto Preto, ponderando que os dados ainda não indicam uma situação crítica como vista em outros Estados. "Porém, não há zona de conforto. É uma zona de trabalho para evitar que esses números piorem", finalizou.

Foi adiada para quinta-feira (21) a votação do Projeto de Lei (PL) 2.324/2020, que obriga a rede privada de saúde a ceder leitos não ocupados para pacientes do SUS com Síndrome Aguda Respiratória Grave e suspeita ou diagnóstico de Covid-19. O uso será indenizado pelo setor público. A sessão deliberativa remota está marcada para as 16h.

Após a leitura do relatório pelo senador Humberto Costa (PT-PE), o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, afirmou que, pelo adiantado da hora, muitos parlamentares poderiam perder a oportunidade de se manifestar em uma matéria importante. Além do texto principal, há cinco destaques que tentam alterar o texto e que precisam ser votados.

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"Para tentar compatibilizar, achei por bem transferir a discussão para amanhã, no começo da sessão, já que é uma matéria muito importante. O senador Humberto fez um belo trabalho, ouvindo todos os atores envolvidos, senadores, líderes, parlamentares, para construir o substitutivo", explicou.

O projeto, do senador Rogério Carvalho (PT-SE), faz parte da lista de proposições prioritárias para enfrentar a pandemia provocada pelo coronavírus. De acordo com o senador, cerca de três quartos da população brasileira depende exclusivamente do Sistema Único de Saúde (SUS), que tem menos da metade dos leitos de UTI do país. Para ele, é preciso agir diante da sobrecarga provocada pela pandemia.

Regras

O texto altera a lei que instituiu o estado de calamidade pública para possibilitar o uso compulsório de leitos privados — inclusive os que não atendem o SUS de forma complementar — para a internação de pacientes da rede pública. Pelo projeto, todos os hospitais, tanto públicos quanto privados, ficam obrigados a informar diariamente o total de leitos disponíveis e ocupados, na enfermaria, nos apartamentos e na UTI.

Também deve ser informado o total de pacientes aguardando vaga de UTI. No relatório, o gestor hospitalar deverá diferenciar os leitos e equipamentos já destinados ao tratamento de pacientes com Síndrome Respiratória Aguda Grave ou com suspeita ou diagnóstico de infecção pelo novo coronavírus.

A distribuição dos pacientes será administrada pelos gestores estaduais, na Comissão Intergestores Bipartite (CIB), com base nas demandas dos entes federativos, a distribuição dos leitos públicos e a utilização dos leitos privados. A União destinará recursos para o financiamento do serviço, com a transferência obrigatória de recursos do Fundo Nacional de Saúde aos fundos estaduais ou municipais, além de verbas federais previstas na lei que trata dos valores mínimos que devem ser aplicados em saúde. .

Alterações no texto

O relator é o senador Humberto Costa (PT-PE), ex-ministro da Saúde. A principal mudança do relatório é a previsão de que só serão acionados os hospitais da rede privada que tenham taxa de ocupação inferior a 85% em leitos de UTI designados para Síndrome Respiratória Aguda Grave ou com suspeita ou diagnóstico de covid-19.

Humberto Costa também incluiu no texto a necessidade de tentativa de negociação entre os gestores do SUS e as entidades privadas para a contratação emergencial dos leitos antes do uso compulsório. O relator retirou do projeto a obrigatoriedade dos hospitais de informar a quantidade de ventiladores pulmonares disponíveis, prevista no texto original do PL. “Entendemos que esta possa ser imprecisa considerando a dinâmica própria do uso dos aparelhos”, alegou.

O relator ainda acatou a algumas emendas de senadores de forma integral. Uma delas, da senadora Rose de Freitas (Podemos-ES), estipula que os relatórios dos hospitais com os leitos disponíveis devem ter “publicidade ampla e diária”.

Da Agência Senado

O governo do Tocantins confiscou 70% dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTIs) em oito hospitais particulares localizados na capital e nas duas maiores cidades do Estado, Araguaína, ao norte, e em Gurupi, ao sul de Palmas. As três cidades são consideradas estratégicas pela gestão estadual no enfrentamento do novo coronavírus e concentram os 46 leitos de UTIs da rede pública exclusivos para pacientes adultos infectados com a Covid-19.

Segundo o secretário estadual da Saúde, Luis Edgar Tollini, a decisão foi tomada após empresas particulares da capital transportarem em táxi aéreo 17 pacientes do Pará para internação em UTIs da capital tocantinense. O secretário disse temer que esse movimento cause um colapso do Tocantins e afirma que 93% dos tocantinenses usam o SUS.

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O governo estadual não confirmou a quantidade de leitos atingidos pela requisição administrativa. O confisco desagradou ao Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Saúde do Tocantins. Em nota, o sindicato repudiou o ato e o classificou como "ditatorial".

A portaria que requisitou os leitos prevê o prazo de dez dias para a abertura de processo administrativo que vai apurar o valor da indenização a ser paga aos hospitais. O Estado tem 1.646 infectados e 38 mortes. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

São Paulo tem 4.315 mortos pelo novo coronavírus e um a cada cinco pacientes com internação em UTI vem a óbito. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (14) pela Secretaria Estadual da Saúde. A taxa de ocupação de leitos de UTI na Grande São Paulo é de 85,5%. No Estado, esse índice está em 69%. Em todo o Estado, estão internadas em UTI com coronavírus ou com suspeita da doença 3.884 pessoas.

"A taxa de letalidade é de 20% nesses casos. Isso significa que, de cada cinco pacientes que vão para a UTI, um não volta para casa", afirmou Luiz Carlos Pereira Júnior, diretor técnico do Instituto Emílio Ribas. "Além disso, 40% dos pacientes que vão para a UTI acabam precisando fazer terapia renal", disse.

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A taxa de letalidade da doença no Estado é de 7,9%, de acordo com Paulo Menezes, da Coordenadoria do Controle de Doenças do Estado. "Não foi por falta de leito de UTI que as pessoas morreram. É porque, a cada dia que passa, nós entendemos que o vírus é mais agressivo do que parecia no início da pandemia", afirmou. Além disso, o Estado, que é o que concentra os maiores números do País, tem 54.286 casos confirmados da doença, 3.189 confirmados em 24 horas.

Mais hospitais

No dia 20 de maio, São Paulo deve ganhar um novo hospital de campanha, em Heliópolis. Será o quarto na capital paulista e terá 200 leitos, 24 deles de UTI. Já funcionam em São Paulo hospitais de campanha no Estádio do Pacaembu, no Anhembi e no complexo do Ibirapuera. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Com 1.930 casos do novo coronavírus confirmados e 90 mortes, o Rio Grande do Norte está com ocupação máxima dos leitos públicos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para pacientes graves com Covid-19 nas duas principais cidades, Natal e Mossoró . A informação foi confirmada nesta segunda-feira (11) pelo secretário adjunto da Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap), Petrônio Spinelli.

Segundo ele, dez pacientes estão em estado grave da doença, mas não conseguem vagas em leito de UTI ou semi-intensivo. Destes, dois foram considerados com quadro de saúde "muito grave". "Esses dez casos precisavam estar em hospitais, em UTIs ou leito semicrítico", disse. Hoje, esses pacientes estão em leitos de estabilização (com respirador mecânico) em unidades municipais. Por isso, o secretário adjunto justificou que o Rio Grande do Norte não está em colapso, mas em um estado de "superlotação".

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"A diferença é que o colapso representa o momento a partir do qual os pacientes vão chegar em pronto-socorro e hospitais e não vai haver respiradores para atendê-los", afirmou Spinelli. Em Natal, todos os leitos com respiradores mecânicos de hospitais estaduais estão ocupados. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governo de Pernambuco comunicou nesta quinta (7) que registrou 943 novos casos de Covid-19 no Estado. Também foram confirmados laboratorialmente 42 óbitos, o que elevada o número de mortes para 845.

Entre os novos confirmados, 329 se enquadram como Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) e 614 são casos leves. Agora, Pernambuco totaliza 10.824 casos já confirmados, sendo 6.302 graves e 4.522 leves.

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Com a rede estadual de Saúde já saturada, o Rio já tem 285 infectados pelo coronavírus aguardando vaga em leitos de UTI. Enquanto os oito hospitais de campanha anunciados pelo governo ainda demoram a ser abertos, a única unidade destinada a vítimas da Covid-19 que ainda possui camas de UTI disponíveis observou um crescimento significativo na ocupação de leitos ao longo do último fim de semana.

Na sexta-feira (24), 51% da UTI do Hospital Regional Zilda Arns, em Volta Redonda, estavam ocupados; nesta segunda-feira (27) segundo a Secretaria Estadual de Saúde, o porcentual é de 75% na unidade da cidade do sul fluminense.

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O governo do Estado abriu, no último sábado (25), as primeiras 30 vagas de um dos oito hospitais de campanha que estão sendo construídos, sendo apenas dez de UTI. A unidade fica no Leblon, na zona sul da capital, e foi a única cujas obras foram entregues dentro do prazo estipulado pelo Palácio Guanabara (30 de abril). E o fez de modo reduzido.

As demais unidades, incluindo a principal delas, no Maracanã, zona norte, só vão ser abertas em maio. Construído no estádio de atletismo Célio de Barros, que pertence ao complexo esportivo em que fica o palco mais famoso do futebol brasileiro, o maior hospital de campanha do Estado terá 400 leitos, divididos igualmente entre UTI e enfermaria.

Sobre a falta de vagas de UTI na rede estadual, a secretaria de Saúde diz que "há rotativa de vagas ocasionadas por altas, óbitos, além de reservas técnicas de leitos para pacientes já internados que possam agravar o quadro clínico."

Desde meados da semana passada, não há mais vagas nas UTIs dos hospitais estaduais da capital fluminense. Atualmente, 919 pessoas estão internadas com a covid-19 na cidade, sendo 315 em UTI - ou seja, o número de pessoas na fila já é quase igual ao de internados.

"A Secretaria Estadual de Saúde informa que, até o momento, 521 novos leitos exclusivos para tratamento de pacientes suspeitos ou confirmados da Covid foram abertos em todo o Estado do Rio de Janeiro. Desse total, 256 são UTIs e 265 enfermarias. Além dessas unidades destinadas, há ainda 137 leitos para o tratamento da covid-10 em áreas isoladas de outras unidades estaduais", aponta o governo.

No balanço total da rede estadual, a ocupação dos leitos de UTI está em 81%; de enfermaria, 70%. O Rio de Janeiro tinha até a manhã desta segunda 7.111 casos confirmados da doença, com 645 mortes.

A deputada estadual Priscila Krause (DEM) usou as redes sociais para cobrar do Governo de Pernambuco um detalhamento sobre a ocupação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no Estado. Segundo a gestão divulgou nessa terça-feira (21), 99% das vagas já estão ocupadas.

De acordo com a parlamentar, que disse já ter requerido a informação por meio de ofício e através de uma videoconferência com o governador Paulo Câmara (PSB), é preciso especificar os dados por município, hospital e condição dos pacientes. 

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“No sentido de cumprir o dever constitucional a mim confiado, buscando melhorar o serviço público diante de doença tão grave, nosso mandato já solicitou o detalhamento em outras duas oportunidades e agora, diante da informação dando conta da ocupação de 99% das 320 vagas reservadas para o tratamento desses pacientes, esse detalhamento se impõe”, argumenta a democrata.

“Oficialmente, testaram como positivos e estão na UTI 76. Os outros 244 são todos suspeitos? Já foram feitos os testes? Muitos podem testar falso negativo? Em que pé está a avaliação desses diagnósticos?”, indaga a parlamentar.

A deputada ainda lista dados divulgados pelas gestão estadual e do Recife sobre a abertura de novos leitos e pontua: “É importante que, diante dos novos leitos anunciados, a gestão pública também deixe claro quantos de fato estão aptos ao funcionamento imediato, já que temos conhecimento da enorme dificuldade encontrada não só aqui, mas em muitas cidades, estados e países, para aquisição de respiradores”.

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O governo de São Paulo estima que as unidades de terapia intensiva (UTIs) do Estado para pacientes de Covid-19 estarão lotadas até maio com o avanço da pandemia. Já os leitos emergenciais, instalados para evitar o colapso do sistema, devem ficar cheios até julho, diz a gestão João Doria (PSDB). Diante da pressão crescente nos hospitais, a Polícia Militar, em parceria com a Vigilância Sanitária, começou a atuar no fechamento de estabelecimentos comerciais que desrespeitem a quarentena. Os agentes também estão orientados a circular pelos bairros pedindo à população para ficar em casa.

Cerca de 50% de todos os leitos de UTI do Estado já são ocupados por pacientes de Covid. "Temos de entender que, se mantivermos esse grau de isolamento social (o índice de paulistas em casa tem ficado em cerca de 50%, quando a meta é 70%) podemos inferir que provavelmente teremos lotação dos leitos de UTI a partir de maio e, após os leitos que ainda temos para colocar, seria para julho", disse o secretário estadual da Saúde, José Henrique Germann.

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O Estado tem 3,5 mil leitos de UTI na rede pública, somando vagas em unidades estaduais, municipais e filantrópicas. Até esta quarta-feira, havia 2.508 internados com sintomas de Covid - 1.132 com diagnóstico confirmado. Até junho, o sistema deve receber 1.524 novos leitos especializados. A rede fez adaptações para atender à demanda, como o Hospital das Clínicas (HC), que liberou 900 leitos - 200 de UTI - para pacientes de Covid.

Um dos casos mais graves é o do Instituto Emílio Ribas, onde todos os 30 leitos de UTI estavam ocupados ontem. "Temos um sistema de regulação que permite ocupar o leito no momento em que é desocupado. O planejamento é chegar a 50 leitos nas próximas semanas, com equipamentos e recursos humanos suficientes", disse Luiz Carlos Pereira Junior, diretor da unidade de referência. No HC, que fica ao lado, a taxa é de 83%, a mesma do Sancta Maggiore Higienópolis, particular.

Longe do centro, o quadro é semelhante. O Hospital Geral de Pedreira, entre a zona sul e Diadema, tem 87% dos leitos ocupados. No Hospital da Vila Nova Cachoeirinha, zona norte, a taxa é de 86%. No Hospital Municipal do Tatuapé, zona leste, o índice é de 77% e funcionários relatam falta de espaço e estrutura (leia mais nesta pág.).

"Não é só o leito de UTI. É o que compõe o atendimento ao doente grave, que pode começar na enfermaria e pode terminar até após a UTI", afirmou o infectologista David Uip, chefe do centro de contingência contra o coronavírus do Estado. Ele alerta também para as dificuldades de ter profissionais e equipamentos suficientes.

PM nas ruas

Doria disse que o Estado só deve divulgar eventual aumento nas restrições à circulação de pessoas a partir do dia 22, quando vence a quarentena. Mas as ações para conter o funcionamento irregular do comércio e aglomerações já ganham força.

Anteontem, no 1.º dia de operação da PM com a Vigilância, foram visitados 14 estabelecimentos denunciados em Santana, zona norte, por desrespeitarem a quarentena. Quatro estavam abertos e foram fechados. Na Lapa, zona oeste, 15 locais denunciados foram vistoriados - três fechados. Ontem, houve ação no Largo 13, em Santo Amaro, zona sul, e no Tatuapé. Lojas de chocolate e de lingerie estavam entre os alvos.

"A tendência é aumentar (o número de operações diárias), porque recebemos quantidade muito grande de reclamações pelo (telefone) 190", disse o tenente-coronel Emerson Massera, porta-voz da PM. Nos últimos dez dias, cerca de 16 mil denúncias foram recebidas.

Esse tipo de ação deve se expandir para outras regiões. Segundo Cristina Megid, diretora do Centro de Vigilância Sanitária Estadual, agentes das maiores cidades do interior estão recebendo equipamentos, como máscaras, para ir a campo.

A PM afirma que a ideia agora não é prender, mas conscientizar. Mas há relatos de atuações mais incisivas. Emelly Thays Gimenez, de 22 anos, foi abordada ontem por dois PMs quando ia para o trabalho em Ferraz de Vasconcelos, Grande São Paulo. Ela foi contratada para ajudar na área administrativa de uma clínica de vacinação. "Tentei explicar, mas disseram que poderia fazer home office. Falei que era nova na função e não dava para desobedecer. Disseram que a partir de agora, dependendo da situação, podem dar ordem de prisão."

Há ainda patrulhas em áreas de aglomerações, como praças. "Percorremos os bairros, especialmente os residenciais, com viaturas anunciando em alto-falante medidas de segurança, pedindo para as pessoas ficarem em casa", disse Massera.

'Começar a rezar'

"Se os pacientes continuarem a chegar nesse ritmo, a gente vai começar apenas a rezar." Essa é a declaração de uma enfermeira do Hospital Municipal do Tatuapé, na zona leste de São Paulo. A principal Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital está lotada. Ali, são 32 leitos, 10 dedicados aos pacientes de covid-19 e outros 22 para demais ocorrências.

Se um novo paciente grave chegar, os profissionais de saúde podem instalá-lo na unidade semi-intensiva. São mais sete acomodações, com respiradores e monitores. O problema é a falta de espaço. Pacientes e funcionários ficam muito próximos, quase uns sobre os outros. Uma terceira opção seria a sala de observação, espaço adaptado para ser uma semi. O problema ali é outro: não há respiradores para todo mundo.

Os pacientes são recebidos pelos hospitais, mas os locais de atendimento começam a ser improvisados. A vendedora Aline Oliveira teve de levar o marido, de 43 anos, ao Tatuapé, por falta de ar. "A enfermeira foi com ele para a porta da UTI e o médico fala 'aqui não dá'. Foi a mesma coisa no semi-intensivo. Aí mandaram ele aguardar um pouco. Minutos depois, surgiu uma vaga e ele entrou. Mas está lotado", diz Aline. O Hospital do Tatuapé tem 77% de uso da capacidade de leitos de terapia intensiva para a Covid-19.

O hospital municipal Alípio Corrêa Neto, que oferece 270 leitos para os moradores de Ermelino Matarazzo e Ponte Rasa, na zona leste, atende cerca de 16 mil pessoas por mês. Com a lotação dos 16 leitos de UTI com Covid-19, os espaços que eram do pronto-socorro infantil e também a observação masculina foram destinados para casos de coronavírus. Os funcionários não sabem precisar o número de novas vagas.

"Estamos no momento que precede, em algumas semanas, o crescimento de casos que aconteceu na Europa e nos Estados Unidos. A concentração dos casos no Hospital das Clínicas é importante, mas não é suficiente. Os hospitais de campanha limitam casos graves. O problema maior é que temos de dar uma resposta para este momento, mas também para a perda de profissionais dos últimos anos", explica Gerson Oliveira, presidente do Sindicato dos Médicos de São Paulo. "Não bastam equipamentos. É preciso saber trabalhar", completa.

Os problemas ocasionados pelos altos índices de ocupação são relatados pelos profissionais de saúde às entidades de classe. O Sindicato dos Médicos do Estado de São Paulo (Simesp) registra 168 denúncias sobre problemas no ambiente de trabalho. Desse total, 32 foram de "fluxo inadequado de atendimento". Outras oito foram por "saturação no sistema de saúde". A maioria ainda é por falta de equipamento de proteção individual (91).

A Secretaria Municipal de Saúde informa que está empenhada na ampliação da rede de saúde, buscando novas formas de prestar o melhor atendimento. Em relação à demanda por respiradores, a intenção do poder municipal é dobrar o número de equipamentos nas próximas semanas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Enquanto os hospitais de campanha anunciados pelo governo não são inaugurados, o Rio de Janeiro começa a ligar o alerta para possível colapso no sistema de Saúde. Atualmente, segundo a Secretaria Estadual de Saúde, 72% dos leitos de UTI estão ocupados por pacientes diagnosticados com a covid-19. Há dez dias, o porcentual era de 63%.

A previsão é de que os 2 mil leitos - incluindo UTI e enfermaria - dos hospitais de campanha sejam inaugurados até o dia 30 de abril. No entanto, um estudo da professora brasileira Marcia Castro, da Universidade de Harvard, prevê o colapso da rede até o dia 27 deste mês, no cenário mais otimista. No cenário mais pessimista, os leitos de UTI poderiam ser insuficientes já a partir desta sexta-feira, 17.

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A pesquisa sugere, portanto, que as unidades deveriam ser inauguradas com mais agilidade. Feito a pedido da Rede Globo, o estudo foi citado em ofício enviado nesta quarta-feira, 15, ao governador Wilson Witzel pelo deputado estadual Renan Ferreirinha (PSB).

De acordo com a secretaria, 548 novos leitos já foram abertos no Estado para atender as vítimas. Ao todo, diz a pasta, "a SES vai disponibilizar na capital, Região Metropolitana e interior 3.414 leitos", incluindo os 2 mil dos hospitais de campanha.

O caso dos leitos de enfermaria também preocupa. Há dez dias, a ocupação era de 41%; hoje, o número chegou a 62%. Além da abertura de leitos, a secretaria destaca que, para evitar o colapso, a população deve "ficar em casa e seguir as recomendações de isolamento, proteção e de higiene para controle da doença."

Na noite desta quarta-feira, o próprio secretário de Saúde, Edmar Santos, confirmou que testou positivo para a covid-19, assim como o governador Witzel. Edmar, contudo, está sem sintomas. Ambos afirmaram que continuarão trabalhando de casa no combate à pandemia.

Diante dos protestos de profissionais de saúde, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu reabrir as discussões em torno de uma resolução publicada em junho que reduz as exigências para funcionamento de UTIs em hospitais públicos.

A regra, que entra em vigor em fevereiro, prevê que unidades trabalhem, no máximo, com uma relação de um enfermeiro para cada dez pacientes. A norma anterior, que também entraria em vigor em fevereiro, prevê uma relação de oito pacientes para cada profissional.

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"Profissionais afirmam haver maior risco para doentes internados. Vamos analisar o que eles dizem", afirmou o presidente da Anvisa, Dirceu Barbano. Atualmente não há regra para relação entre enfermeiros e pacientes internados em UTI. De acordo com Barbano, a exigência era feita por meio de portarias do Ministério da Saúde.

"Pacientes internados em unidades intensivas precisam de cuidados constantes, um monitoramento que, em muitos casos, tem de ser feito a cada 30 minutos", afirma a presidente da Associação Brasileira de Enfermagem, Ivone Cabral.

Um número alto de doentes sob responsabilidade de enfermeiro, completa, aumentaria o risco do paciente. "Não é uma questão corporativa. É algo lógico. Não há como cuidar bem de tantos pacientes de uma só vez."

A resolução que definia a relação de oito doentes para um enfermeiro foi publicada em janeiro do ano passado, depois de vários meses de discussão e de consulta pública. "Nossa meta inicial era uma relação de cinco doentes por enfermeiro, o que é recomendado pela agência de acreditação americana", contou Ivone. O número acordado, oito para um, é aceito pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Dificuldade

Barbano afirma que a mudança foi feita a pedido do Ministério da Saúde. "A pasta expôs a dificuldade de se colocar em prática a exigência em regiões do Norte e Nordeste do País ", afirmou. Essa dificuldade, completou, poderia levar hospitais a reduzirem o número de leitos em funcionamento. "Diante do risco da redução do número de leitos, preferimos repensar."

Outro motivo que teria levado à alteração seria a edição das regras do Rede Cegonha, com relação entre profissionais de enfermagem e pacientes internados na UTI neonatal. A portaria prevê níveis diferentes de risco para as unidades. Pacientes mais graves ficariam em unidades de maior risco, onde trabalham mais profissionais. Os bebês em melhores condições ficariam em unidades onde a relação exigida é a de dez pacientes para um enfermeiro.

Numa reunião realizada na quarta-feira (12) no Conselho Nacional de Saúde, representantes de usuários e profissionais de saúde protestaram contra a mudança. "Para cada paciente adicional por enfermeira há um aumento de 7% na mortalidade, durante período de 30 dias", afirmou Ivone. Ela conta que vários hospitais no País já vinham se preparando para se adaptar à regra de um paciente para cada oito enfermeiros. O Ministério da Saúde e o Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde não se manifestaram. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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