Tópicos | Varig

Embora tenham celebrado a união religiosa em março de 2013, foi no dia 28 de novembro de 2007 que o então deputado federal Jair Bolsonaro (sem partido) e sua assessora parlamentar, Michelle Paula Firmo Ferreira, assinaram os papéis confirmando o casamento no âmbito civil. No dia seguinte, o casal viajou para Foz do Iguaçu (PR), em um voo da Gol, com escala em Curitiba, capital paranaense.

As passagens aéreas, no entanto, podem ter sido pagas com verba pública, segundo a investigação que resultou no livro “Nas asas da mamata: A história secreta da farra das passagens aéreas no Congresso Nacional”, dos autores e jornalistas Eduardo Militão, Eumano Silva, Lúcio Lambranho e Edson Sardinha.

##RECOMENDA##

Conforme noticiou a coluna da jornalista Juliana Dal Piva, no UOL, esse não é o único registro de envolvimento dos Bolsonaro no suposto esquema criminoso, que na ocasião da lua de mel teria custado aos cofres públicos R$ 1.729,24.

Segundo Dal Piva, Bolsonaro teria informado à Câmara sobre sua ausência por sete dias, bem como justificou internamente para não sofrer descontos salariais. Quem o liberou foi o presidente da Câmara dos Deputados, naquela época, Arlindo Chinaglia (PT-SP).

Atual primeira-dama e as 17 viagens pagas pelo erário

Conforme Juliana Dal Piva escreveu em sua coluna no UOL após ter acesso ao primeiro capítulo do livro, a atual primeira-dama pode ter viajado às custas do erário antes mesmo do casamento, em agosto de 2007. Segundo a publicação, a cota parlamentar de Bolsonaro financiou voos que, em sua maioria, tinham origem em Brasília (DF) com destino ao Rio de Janeiro (RJ), onde o presidente eleito em 2018 tinha residência fixa.

As companhias aéreas TAM, Varig e Gol enviaram ao Judiciário registros de, pelo menos, 17 viagens de Michelle pagas pela Câmara. Entre agosto de 2007 e fevereiro de 2009, ela se movimentou acompanhada de Bolsonaro, uma das filhas ou parentes. A investigação presente no livro aponta para gastos públicos de aproximadamente R$ 18 mil, em valores da época.

Implicações legais

Mais de 558 parlamentares e ex-parlamentares foram investigados por denúncias de uso irregular da verba parlamentar. Os gastos incluem passagens aéreas para destinos turísticos nacionais e internacionais, em nome próprio ou para terceiros.

O livro “Nas asas da mamata: A história secreta da farra das passagens aéreas no Congresso Nacional”, que será lançado ainda em agosto, cataloga também gastos feitos pelos filhos de Jair Bolsonaro e outros parentes do atual presidente.

Ao UOL, os autores contaram que, mesmo com as investigações do Ministério Público Federal, a maioria dos processos acabou arquivada, incluindo o que existia contra o atual mandatário da República.

Por cinco votos a dois, o Supremo Tribunal Federal (STF) definiu nesta quarta-feira (12) que a União é obrigada a arcar com a indenização para a Varig em decorrência de perdas financeiras por causa da política de congelamento de preços das passagens aéreas durante o governo José Sarney. A Corte rejeitou o recurso da União, que, pelas contas da Advocacia Geral da União no ano passado, poderá ter de arcar com uma conta estimada em R$ 3 bilhões.

A decisão do Supremo favorável à empresa, que fechou as portas em 2006, beneficia trabalhadores da ativa quando a Varig entrou em recuperação judicial, além de aposentados e pensionistas do fundo de pensão Aerus. O caso chegou ao Supremo em 2007, mas se arrastava na Justiça havia 21 anos. A decisão não vai ser imediatamente cumprida, uma vez que ainda cabem alguns recursos judiciais.

##RECOMENDA##

A maioria dos ministros seguiu o voto apresentado em maio do ano passado pela relatora do caso, ministra Cármen Lúcia. Na tarde desta quarta, acompanharam o voto de Cármen: Luís Roberto Barroso, Rosa Weber, Celso de Mello e Ricardo Lewandowski. Foram contrários ao pedido de indenização o presidente da Corte, Joaquim Barbosa, e o ministro Gilmar Mendes.

O placar do julgamento foi baixo. Dos 11 ministros, apenas sete votaram no processo. Os ministros Teori Zavascki e Dias Toffoli declararam-se impedidos. O primeiro, por ter apreciado o caso no Superior Tribunal de Justiça, e o segundo, porque atuou na causa como advogado-geral da União. Além disso, o ministro Marco Aurélio Mello estava em viagem.

No voto que formou a maioria, o ministro Celso de Mello, o mais antigo em atividade no tribunal e indicado para o Supremo por José Sarney, argumentou que a política de congelamento de preços, na época do Plano Cruzado, gerou uma "insuficiência tarifária" que acarretou prejuízo à companhia aérea. "A empresa ora recorrida, autora da ação, não poderia se esquivar das diretivas dos órgãos, notadamente do Ministério da Fazenda", destacou.

O presidente da Corte, que ficou vencido no julgamento, considerou ser "altamente improvável" que o congelamento de tarifas aéreas causasse o prejuízo para a extinta companhia aérea. Segundo ele, o congelamento não afetou exclusivamente a companhia aérea. Segundo ele, as consequências do ajuste foram sentidas em vários setores da economia, bem como de todos os cidadãos economicamente ativos do país.

O Tribunal de Justiça do Rio arrecadou R$ 28 milhões com o leilão de bens das empresas Varig, Rio Sul e Nordeste Linhas Aéreas. Foram oferecidos 52 imóveis, sete veículos, equipamentos de escritório e de aviação, além de lotes de obras de arte, estimados, no total, em R$ 40 milhões. De acordo com o TJ, a média de deságio no leilão foi de 50%.

Os principais ativos do leilão foram imóveis em Brasília, São Paulo e Fortaleza, além de obras de arte. Alguns itens leiloados com valores muito abaixo do estipulado pelos leiloeiros deverão ser aprovados pelo juiz Luiz Roberto Ayoub, responsável pelo processo de falência da empresa. Segundo o Tribunal de Justiça, os itens e ofertas também precisarão receber um parecer do Ministério Público antes de ter a venda confirmada.

##RECOMENDA##

Entre os itens estão dois imóveis na Rua da Consolação, em São Paulo, avaliados em mais de R$ 5,5 milhões. O lance vencedor foi de R$ 2,2 milhões. Outro lote contava com quatro imóveis onde funcionavam lojas da empresa na Av. São Luiz, no bairro da República, em São Paulo. Os imóveis foram avaliados em R$ 1,869 milhão, mas receberam lances de apenas R$ 750 mil.

O leilão foi determinado pela 1ª Vara Empresarial da Capital, onde tramita o processo de falência da empresa. O valor arrecadado será juntado a outros R$ 37 milhões arrecadados em outros leilões e já depositados na conta da Varig sob administração do juiz Luiz Roberto Ayoub. O montante será utilizado para o pagamento de dívidas e indenizações trabalhistas estimados, à época da falência, decretada em 2010, em R$ 7 bilhões.

Pelo modelo do leilão, os lotes que não despertaram interesse de compradores tiveram seus lances iniciais, estabelecidos a partir de análises técnicas, reduzidos entre 70% e 50%. Apesar da redução, alguns itens não foram arrematados, como um treinador de voo para jatos, estimado em R$ 80 mil, e equipamentos de escritório.

Segundo o Tribunal de Justiça, ainda estão previstos mais dois leilões de bens pertencentes à Varig, que deverão acontecer em 2014. A empresa pediu recuperação judicial em 2005. Foi a primeira empresa a se beneficiar da nova Lei de Falências, promulgada quatro meses antes do pedido de recuperação.

Um grupo de 30 ex-funcionários da Varig e da Transbrasil está, desde terça-feira, 06, acampado no Salão Verde da Câmara dos Deputados. Os aposentados reivindicam um encontro com a presidente Dilma Rousseff para que o interventor do fundo de pensão Aerus libere os valores que foram investidos por 10 mil aposentados. Segundo os ex-funcionários, eles conseguiram audiência com o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que garantiram que a presidente Dilma deve recebê-los nos próximos dias. Eles explicaram que escolheram acampar na Câmara porque não conseguiram entrar no Palácio do Planalto e reclamam que os policiais legislativos retiraram os colchonetes deles.

A Oitava Turma do Tribunal Superior do Trabalho (TST) decidiu que a VRG Linhas Aéreas S.A., arrematante judicial das unidades produtivas da Varig S.A., não pode ser considerada responsável solidária pelas obrigações devidas pela empresa adquirida.

A decisão reformulou o entendimento do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (SP), que entendeu ter havido sucessão trabalhista e, portanto, condenou a VRG, de forma solidária, ao pagamento das verbas rescisórias devidas a ex-empregados da Varig.

##RECOMENDA##

A relatora do recurso da VRG, ministra Dora Maria da Costa, decidiu pela reforma da decisão após constatar a ausência de sucessão trabalhista. Para a ministra, a VRG não poderia ser parte ativa no processo na condição de responsável solidária. A ministra destacou que a jurisprudência do TST entende que o objeto de venda ocorrido em uma recuperação judicial, como no caso julgado, estará livre de qualquer ônus. A Turma seguiu o voto da relatora e decidiu, por unanimidade, excluir a VRG do polo passivo da ação, permanecendo apenas a Massa Falida da Varig S.A, arrematada em sede de alienação judicial.

Caso Varig

Em 2006, durante leilão judicial, as unidade produtivas da Varig (UPV), à época em recuperação judicial, foram arrecadadas pela Aéreo Transportes Aéreos S.A., empresa que tinha como acionistas a Varig Logística S.A. (Variglog) e a Volo do Brasil. No dia seguinte ao leilão, a Aéreo alterou a denominação para VRG Linhas Aéreas. Em 2007, o conglomerado formado pela Variglog, Volo e VRG foi comprado pela GTI S.A., subsidiária do grupo Gol Linhas Aéreas Inteligentes.

O recurso julgado pela 8ª Turma do TST teve origem em reclamação trabalhista ajuizada contra a Varig e a VRG por uma comissária de bordo demitida em 2006. Ela pedia o pagamento das verbas rescisórias devidas e não pagas pela empresa aérea quando da rescisão de seu contrato de trabalho.

A VRG, em sua defesa, argumentou que havia adquirido a UPV da Varig em 2006, em leilão de recuperação judicial. No seu entendimento, essa parte da empresa leiloada estaria livre de qualquer ônus, justamente por ser arrematada em leilão judicial, e não se poderia falar em sucessão do arrematante nas obrigações do devedor.

Aposentados do Aerus (Instituto de Seguridade Social dos Areoviários) se reuniram na tarde desta quarta-feira, no Aeroporto Internacional dos Guararapes, para protestar o cumprimento do pagamento de suas aposentadorias, determinado em julho pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão manda a União complementar os benefícios do Aerus, que há seis anos e meio só paga cerca de 8% do valor total aos seus aposentados. Com apitos e faixas, eles distribuíram panfletos informativos sobre a situação.

O movimento foi nacional e aconteceu em cinco aeroportos do país, em cidades como Porto Alegre (RS), São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba (PR). Desde julho, quando saiu a sentença da 14ª Vara, os aposentados da Varig e Transbrasil estão na expectativa de que o governo cumpra a sentença, mas até o momento nenhum valor foi depositado pela União.

##RECOMENDA##

O Aerus, que é um serviço de previdência complementar dos servidores aeroviários, está sobre a administração do governo federal há seis anos e meio, tempo em que os aposentados recebem apenas uma pequena porcentagem do valor de suas aposentadorias. 

“Todos nós contribuímos durante anos, todo mês a empresa descontava na folha de pagamente mais de 8% e o dinheiro não era repassado para a Aerus. Quando a instituição quebrou o governo passou a tomar conta, mas ficamos sem receber nossa aposentadoria. Tem pessoas que eram para estar recebendo mais de R$ 5 mil por mês e hoje recebe cerca de um salário mínimo”, informou o aposentado da Aerus, José Carlos de Oliveira.

Além da folha de pagamento do Aerus, estimada em R$ 22 milhões mensais, a União deve aos autores da ação uma multa que já ultrapassa R$ 2,5 milhões pelo não cumprimento da sentença. Foi ordenado primeiramente o pagamento de R$ 60 mil por dia, caso não fosse cumprida a decisão de pagamento das pensões. “A união não cumpriu e esse valor foi aumentado para R$ 220 mil o dia. No dia 23 de outubro, o juiz Jamil R. J. Oliveira elevou a multa para R$ 440 mil. Eles fizeram o pagamento de R$ 2 milhões da multa mas sequer começaram a nos pagar”, reclama o aposentado Avanildo Maranhão.

Semana passada o governo encaminhou ao Congresso Nacional um projeto de lei visando a liberação de R$ 44 milhões para o pagamento dos aposentados dos meses de outubro e novembro. Segundo os aposentados, não há previsão, no entanto, de recursos para o pagamento dos outros meses (de julho até agora) ou da multa, nem para o pagamento dos meses seguintes e do 13º salário. O desembargador Moreira Alves, do STF, suspendeu a liminar no dia 29 de outubro que liberaria os pagamentos.

Acontece hoje, em Brasília, uma audiência na Justiça Federal, que irá determinar a situação dos aposentados. “Estamos na expectativa para o que vai ser decidido hoje, mas mesmo assim nos antecipamos com o manifesto caso a decisão não seja favorável”, completou Avanildo.

Os aposentados e pensionistas da Varig e da Transbrasil realizam manifestações, nesta quarta-feira (31), no Recife e em outros quatro aeroportos do Brasil. Eles reivindicam para que o governo cumpra a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), determinando que a União complemente os benefícios do Aerus.

Os protestos serão realizados nas ruas e dentro dos aeroportos de Congonhas (São Paulo), Santos Dumont (Rio), Salgado Filho (Porto Alegre), Afonso Pena (Curitiba) e Aeroporto Internacional de Recife. Na ocasião, os aposentados prometem queimar um boneco de judas caracterizado como o ministro-chefe da Advocacia Geral da União, Luís Inácio Adams.

##RECOMENDA##

Os manifestantes pretendem sensibilizar a população para a situação vivida por mais de dez mil famílias que dependem dos recursos do Aerus. A expecatativa de que o governo cumpra a sentençaa começou em julho, quando saiu a determinação da 14ª vara. Mas até agora, segundo eles, nenhum valor foi depositado pela União.

 

 

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando