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O presidente em exercício, Hamilton Mourão, chamou de "página virada" o episódio envolvendo a gravação de ligação telefônica por parte do governador do Rio, Wilson Witzel (PSC). Questionado por jornalistas nesta segunda-feira, 27, se o governador teria se desculpado pelo episódio, Mourão negou. "Não ligou, não. Deixa para lá esse caso. É página virada", disse.

No domingo, 26, Witzel divulgou em sua conta oficial no Twitter um vídeo no qual telefona ao presidente em exercício, com o viva-voz ligado, e pede apoio do governo federal para conter estragos causados pela chuva. Para Mourão, o ex-juiz federal "esqueceu" da ética e da moral ao gravar a conversa sem o avisar. O episódio não agradou ao presidente Jair Bolsonaro, que conversou com Mourão e concordou sobre a falta de ética da atitude, segundo informou Mourão nesta segunda-feira.

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O vice-presidente disse ainda que amanhã deverá se encontrar com Bolsonaro, que deve chegar em Brasília por volta das 8h.

Após a repercussão negativa da gravação da conversa que teve com o vice-presidente Hamilton Mourão, o governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), alegou que o vídeo "não tem qualquer outra conotação que não demonstrar união num momento de necessidade do povo." Witzel não comentou, porém, o fato de a gravação ter sido feita sem o consentimento de Mourão.

"O vídeo divulgado nas redes sociais do governador Wilson Witzel tem somente a intenção de tranquilizar os moradores de cidades do noroeste do Estado, fortemente atingidas pelas chuvas e, em função disso, sem item básico neste momento que é água para consumo", diz a nota enviada pelo governo.

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Mourão afirmou, na manhã desta segunda-feira, que Witzel "esqueceu" a moral e a ética ao divulgar o vídeo da conversa que tiveram por telefone. "Em relação ao governador Witzel, ele diz que foi fuzileiro naval. Eu acredito que ele se esqueceu da ética e da moral que caracterizam as Forças Armadas quando saiu do corpo de fuzileiros navais", disse o presidente em exercício.

No vídeo, o governador estava no carro a caminho de regiões afetadas pela chuva no norte do Estado. Ele liga, via WhatsApp, para Mourão, a fim de buscar um apoio do governo federal para a situação daquela região.

A publicação do vídeo foi vista como uma forma de provocação ao presidente Jair Bolsonaro, ex-aliado e hoje adversário político do governador. Witzel chama Mourão de "presidente" durante a ligação - ele está na função por causa da viagem de Bolsonaro à Índia.

Veja abaixo a nota divulgada por Wilson Witzel:

"O vídeo divulgado nas redes sociais do governador Wilson Witzel tem somente a intenção de tranquilizar os moradores de cidades do noroeste do estado, fortemente atingidas pelas chuvas e, em função disso, sem item básico neste momento que é água para consumo. A informação de que os governos estadual e federal estarão juntos para atender demandas básicas da população da região não tem qualquer outra conotação que não demonstrar união num momento de necessidade do povo. Por isso é importante e de interesse público.

A disposição de auxiliar a região demonstrada pelo presidente em exercício, Hamilton Mourão, é prova do compromisso com as vítimas dessa calamidade que trouxe grandes prejuízos a várias cidades fluminenses. Ressalte-se que o telefonema caracteriza uma conversa de trabalho, buscando uma solução para um problema específico. E a sensibilidade demonstrada pelo presidente em exercício evitará o sofrimento de milhares de pessoas."

O governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), pretende retomar as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), marca do ex-governador Sérgio Cabral (2007-2014) na área da segurança pública.

Trata-se de mais um movimento de inflexão política do governador fluminense, que foi eleito com o discurso de confronto. Chegou a defender, em entrevista ao Estado, que policiais dessem tiros "na cabecinha" de criminosos armados. Também chamou traficantes de narcoterroristas e celebrou, como quem comemora um gol, o abate, por atirador de elite, de um homem que havia sequestrado um ônibus na Ponte Rio-Niterói. Era um padeiro sem antecedentes criminais.

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Nos últimos meses, contudo, Witzel tem moderado a retórica, tentando se contrapor ao ex-aliado Jair Bolsonaro, possível concorrente na eleição de 2022.

O governo diz que as novas UPPs e a reestruturação das que ainda existem - todas em comunidades carentes - devem focar ações sociais, além do policiamento ostensivo que lhe é característico. Lançadas às vésperas de 2009, quando o Rio era anunciado como sede da Olimpíada e o Cristo Redentor "decolava" na capa da revista The Economist, as UPPs foram a medida mais marcante e midiática de Cabral. Hoje, ele está preso, condenado a 267 anos de prisão por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa, principalmente.

As UPPs entraram em crise em 2013, depois que o pedreiro Amarildo de Souza desapareceu após ser preso por policiais da unidade da Rocinha, em São Conrado, zona sul. "Cadê o Amarildo" virou palavra de ordem das manifestações de rua no Rio, naquele ano. Desde então, o projeto minguou, e criminosos voltaram a circular ostensivamente armados em comunidades, como no Complexo do Alemão. Com o tempo, algumas UPPs foram fechadas, por inviabilidade e inutilidade.

No governo Witzel, as três primeiras novas unidades serão implantadas em Angra dos Reis, talvez ainda em janeiro. Conhecida por belas praias e ilhas, a cidade tem índices preocupantes de violência e tornou-se objeto de disputa entre quadrilhas.

Além de novas unidades, estão previstas reestruturações em locais como a Rocinha, maior favela do País com cerca de 70 mil moradores. As novidades passam por instalar câmeras nos uniformes dos agentes, de modo que as imagens sejam transmitidas para uma sala de comando da polícia. Outras UPPs estratégicas, como a da Cidade de Deus, em Jacarepaguá, na zona oeste, também podem receber investimentos.

A proposta de voltar a investir nas UPPs surge em ano de eleições municipais. Eleito na onda conservadora de 2018, com um discurso assumidamente de direita, Witzel tem como desafio criar capilaridade para o seu partido, o PSC, que não elegeu nenhum prefeito no Estado do Rio em 2016.

O projeto para este ano é lançar o máximo possível de candidaturas próprias nos municípios - não só para tentar conquistar essas prefeituras, como também para eleger vereadores em um contexto em que as coligações estão proibidas para o cargo proporcional. Há, atualmente, uma ideia de fundir a legenda ao PSL, ex-partido de Bolsonaro. A legenda detém a maior fatia do Fundo Partidário e daria uma estrutura inédita para Witzel e suas ambições.

Prefeitura

Na disputa pela prefeitura do Rio, ainda não se sabe qual será a postura do governador. Publicamente, ele costuma afirmar que defende candidatura própria do PSC, mas não cita nomes, e se esquiva quando é perguntado sobre um já ventilado apoio ao ex-prefeito Eduardo Paes (DEM).

"Tenho que respeitar a decisão do meu partido", disse, em um encontro com a imprensa em dezembro do ano passado. Hoje na base do governo, o DEM tem como figura de maior relevância no âmbito nacional o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, cuja interlocução com o governador é boa.

'Carioquismo' de paulista

Paulista de Jundiaí, o governador do Rio, Wilson Witzel, tem tentado incorporar um "jeito carioca de ser". A cerca de um mês do carnaval, por exemplo, Witzel abraçou - simbólica e financeiramente - as escolas de samba, em movimento contrário aos do prefeito Marcelo Crivella e do presidente Jair Bolsonaro. Rivais do governador, o prefeito e o presidente são avessos à folia. Eleito na esteira da onda conservadora e bolsonarista, Witzel busca, agora, se desvencilhar de Bolsonaro.

A aparência sisuda de ex-juiz e de quem já defendeu o "abatimento" de criminosos vai de encontro a esse aceno ao "carioquismo". Em relação ao carnaval, o governador articulou para o Estado assumir o controle da festa na Sapucaí - até então vinculada à prefeitura - e anunciou a novidade, com euforia, antes mesmo da confirmação oficial.

Witzel tem dado ideias para o formato dos desfiles, como a "distribuição" da festa em mais de um fim de semana. Aproveitando a abertura, escolas de samba o procuram para buscar recursos.

A situação financeira para este ano é considerada crítica pelas agremiações. Sob Crivella, os desfiles agonizavam, já que são mais dependentes de dinheiro público do que o carnaval de rua, majoritariamente "gerenciado" por empresas privadas.

Além do carnaval, o governador tenta, desde o início do mandato, associar sua imagem ao futebol - em especial ao Flamengo, que vive uma boa fase e é o time mais popular do País.

Durante a campanha eleitoral de 2018, Witzel se declarou corintiano e disse que tinha como ídolo o ex-jogador Sócrates, que marcou o grupo conhecido como Democracia Corintiana no início da década de 1980.

Agora, além de já ter aparecido no gramado do Maracanã e de usar com frequência o camarote do governo no estádio - inclusive levando vários convidados políticos -, Witzel protagonizou episódios curiosos, como a atitude de se ajoelhar diante de Gabigol, ídolo da conquista da Libertadores pelo clube, após o título. O artilheiro ignorou o governador, e a cena viralizou.

No dia seguinte à conquista, quando o elenco rubro-negro desfilou pela Avenida Presidente Vargas, no centro do Rio, em meio a uma multidão de torcedores, Witzel voltou a aparecer. Em diversos momentos, fez questão de ir para a frente do trio elétrico, onde estavam apenas jogadores e comissão técnica. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Operação Calvário, que mira em um suposto esquema de corrupção na Paraíba, abriu novas frentes de investigação na política do Rio de Janeiro e de São Paulo. Homologado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), um acordo de delação cita caixa dois à campanha do governador Wilson Witzel (PSC), e propinas aos ex-deputados Cândido Vaccarezza (Avante) e Leonardo Picciani (MDB), que envolveram o lobista Jorge Luz, delator da Operação Lava Jato.

A Calvário atingiu o seu ápice em dezembro passado, quando foi decretada a prisão do ex-governador Ricardo Coutinho (PSB). O ex-chefe do executivo do Estado chegou a ser preso no dia 20 de dezembro na operação, que mira em desvios de até R$ 134,2 milhões da Saúde em sua gestão. Por ordem do ministro Napoleão Maia, do Superior Tribunal de Justiça, Coutinho foi solto no dia seguinte.

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Um dos pilares da fase mais recente da Calvário, que também resultou em buscas contra o governador João Azevedo (Sem partido), é a delação de Daniel Gomes da Silva, empresário que detinha contratos na área da Saúde do Estado, mas também atua em outras regiões, como no Rio de Janeiro. Ele foi preso na operação em dezembro de 2018.

A delação de Daniel traz conversas de WhatsApp, áudios de reuniões com o ex-governador Ricardo Coutinho, a quem atribui o papel de líder da organização criminosa instalada na administração do Estado. Ele também diz que chegou a fazer doações de R$ 1 milhão para a campanha de João Azevedo, e que o atual governador manteve a "espinha dorsal" dos esquemas, ao nomear os secretários de Coutinho.

O acordo foi homologado pelo Superior Tribunal de Justiça em razão das citações dos governadores Wilson Witzel (PSC) e João Azevedo, e também de conselheiros do Tribunal de Contas do Estado, autoridades com foro perante à Corte.

Caixa dois a Witzel

Um dos anexos se refere a suposto caixa dois de R$ 115 mil à campanha do governador Wilson Witzel. Segundo ele, Robson dos Santos França, o Robinho, então assessor do senador Arolde de Oliveira - que já foi secretário de Transportes do Rio - se apresentou como intermediário e arrecadador da candidatura. "Me recordo que naquele ano, Robson me ajudou a receber de maneira mais célere créditos junto àquela Secretaria", afirmou.

O empresário diz ter estabelecido uma "relação de confiança" com Robson, e teria tratado "em diversos períodos eleitorais sobre ajuda financeira". "Assim aconteceu à época em que ele trabalhou nas campanhas do Arolde de Oliveira à deputado federal e, ainda, quando ele trabalhou na campanha do Antônio Pedro Índio da Costa à Prefeitura do Rio de Janeiro no ano de 2016, logo após assessorá-lo na Secretaria Municipal de Urbanismo, Infraestrutura e Habitação da Prefeitura no governo de Marcelo Crivella".

"Robson e eu mantínhamos uma boa e confiável relação desde o nosso primeiro contato, motivo pelo qual eu sempre o ajudei nas campanhas, apostando nas vitórias dos candidatos que ele apoiava e visando facilidades na obtenção de eventuais contratos com o poder público no futuro", narra o delator.

Em outubro de 2018, já no segundo turno, o delator diz ter sido procurado por Robson, que pediu recursos à campanha de Witzel. As tratativas foram, em parte, feitas pelo WhatsApp, e as mensagens foram entregues pelo empresário à Procuradoria-Geral da República.

"Ouvi Robinho pedir a Daniel uma ajudar maior para a campanha de Wilson Witzel (ou seja, mais dinheiro), que ele seria muito grato, pois estava na reta final da campanha e precisando muito de recursos", narra.

Vaccarezza e Picciani

Outro anexo da delação de Daniel Gomes trata de propinas para a contratação do Instituto Sócrates Guanaes para a gestão de hospitais estaduais de Niterói e Araruama, no Rio. O relato tem como protagonistas personagens que estão no centro da Lava Jato naquele Estado.

Um dos intermediários da propina seria o lobista Jorge Luz, que é delator e confessou ser operador de propinas de emedebistas. O empresário diz que Luz é sogro de um filho do ex-senador Ney Suassuna - também delatado por ele -, e que o teria conhecido na casa do parlamentar, em meados de 2013. Nessa época, eles discutiram a possibilidade de fazer "negócios juntos". Luz teria o convidado a prestar serviços para a Petrobras, mas Daniel diz ter recusado.

"Pouco tempo depois, Jorge Luz me procurou novamente e me contou que tinha um bom relacionamento no governo do Estado do Rio de Janeiro, em virtude da sua amizade com o então deputado federal Cândido Vaccarezza, que, por sua vez, estava fazendo negócios com o então governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral e com o deputado federal Leonardo Picciani", relata.

O delator diz ter contado a Luz sobre "desentendimentos que tive com Secretário de Saúde Sérgio Cortes em razão de contratos entre a Toesa e o Rio de Janeiro" o que inviabilizaria a ele "assumir qualquer hospital no Estado no Rio de Janeiro pela CVB (Cruz Vermelha), uma vez que a instituição tinha a imagem muito associada" a Daniel.

"Ainda na mesma ocasião, sugeri o Instituto Pedro Ludovico - IPL, com sede no estado de Goiás, administrado por Rodrigo Teixeira de Aquino, que conheci à época em que Toesa tinha contratos privados no estado de Goiás, entre os anos de 2008 e 2009", afirmou.

O delator narra. "Para conduzir as tratativas, Jorge Luz me apresentou como seu representante um funcionário dele chamado Eduardo Coutinho, e, através de Cândido Vaccarezza, acionou Leonardo Picciani, que conseguiu marcar uma reunião com o então Secretário de Saúde Sérgio Cortes, para que, finalmente, Eduardo Coutinho apresentasse o IPL".

No entanto, a equipe de Cortes viria a dizer que o Instituto não teria experiência exigida para gerir as unidades de saúde. "Por essa razão, Sérgio Cortes pediu a Eduardo Coutinho que apresentasse outra OSS com a documentação adequada para que ele apontasse as licitações disponíveis e fizesse o direcionamento".

"Assim, em nova reunião, Jorge Luz me contou que o seu amigo ex-deputado federal Sérgio Tourinho Dantas era responsável pelo jurídico do Instituto Sócrates Guanaes - ISG, com sede no estado da Bahia e representado por André Guanaes (irmão do Publicitário Nizan Guanaes). Naquela reunião, Jorge me explicou que o ISG já estava qualificado como OSS na SES/RJ, mas nunca havia ganhado licitações no estado por falta de interlocução política. Eu verifiquei que os documentos do ISG atenderiam as exigências da SES/RJ e JORGE marcou reunião para me apresentar os responsáveis pelo instituto", explica.

O delator afirma que Jorge Luz "voltou a procurar o então Deputado Federal Cândido Vaccarezza, tendo este novamente indicado que a interlocução entre o ISG e o Governo do Estado seria realizada pelo então Deputado Federal Leonardo Picciani".

"Também foi acionado novamente Eduardo Coutinho para fazer a interlocução com Leonardo Picciani, em diversas reuniões ocorrida no Rio de Janeiro e em Brasília, informando sobre as demandas de interesse do ISG, bem como nos atualizar dos trâmites e movimentos de Sergio Cortes na SES/RJ. Ou seja, a negociação foi perfectibilizada pelos mesmos personagens que anteriormente trataram da contratação IPL", relata.

A contratação, segundo o delator se efetivou, e se deu graças à interlocução do deputado emedebista. Após a assinatura do contrato para a unidade de Araruama, ele narra ter "definido com Jorge Luz e André Guanaes as empresas que seriam contratadas efetivar os desvios necessários para formar o caixa da propina, assim como as pessoas que iriam trabalhar no Hospital Roberto Chabo".

"Nesse sentido, a partir do início da gestão daquele hospital, fazíamos periodicamente uma reunião para distribuir o valor arrecadado entre nós (planilhas em anexo) e, posteriormente, repassávamos o valor previamente definido (planilhas em anexo) à Leonardo Picciani via Eduardo Coutinho e Candido Vacareza, via Jorge Luz", afirma o delator, que entregou áudios de reuniões e planilhas de pagamentos. Os repasses, segundo os registros do empresário, chegaram a R$ 167 mil.

Entre as gravações entregues à Justiça, o delator entrega conversas em que discute a possibilidade de colaboração de Jorge Luz com outros investigados e chega a questionar o interesse do lobista em delatar Picciani.

Jorge Luz teve sua delação homologada pelo Supremo Tribunal Federal. Ele cita repasses milionários a Renan Calheiros (MDB), Anibal Gomes (MDB) e Jader Barbalho (MDB), por exemplo.

O ex-deputado Cândido Vaccarezza, que chegou a ser preso pela Lava Jato na Operação Abate, deflagrada em agosto de 2017, tem seu nome presente em planilhas de Jorge Luz, com o codinome "parceiro". Ele foi denunciado e responde a ação penal por supostas propinas de contratos da Petrobras.

Já Leonardo Picciani faz parte do clã investigado pela Operação Lava Jato no Rio. Ele não foi eleito em 2018, ao cargo de deputado federal, e chegou a ser ministro dos Esportes do governo Michel Temer.

Seu pai, Jorge, e seu irmão, Rafael, chegaram a ser presos na Operação Cadeia Velha. Jorge está condenado a 21 anos pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região em razão de supostos esquemas de propinas envolvendo a Fetranspor, na gestão Sérgio Cabral (MDB).

Defesas

O Núcleo de Imprensa do Governo do Estado do Rio se manifestou sobre a citação a Witzel: "Robson dos Santos França, assessor do senador Arolde de Oliveira citado na referida delação, não trabalhou na campanha do governador Wilson Witzel; todas as informações sobre a campanha foram prestadas à Justiça Eleitoral e as contas foram aprovadas pelo Tribunal Regional Eleitoral; a campanha de Wilson Witzel não teve caixa dois e o governador condena tais práticas".

A reportagem busca contato com as defesas de Cândido Vaccarezza e Leonardo Picciani. O espaço está aberto para manifestações. Também entrou em contato com o Instituto Sócrates Guanaes e aguarda resposta. O espaço está aberto para manifestações de defesa.

Potenciais adversários do presidente Jair Bolsonaro em 2022, os governadores de São Paulo, João Doria (PSDB), e do Rio, Wilson Witzel (PSC), terminaram 2019 descolados da bandeira bolsonarista que os levou à vitória na eleição e dispostos a trilhar estratégias que os tornem competitivos nacionalmente. Mas ambos enfrentam arranhões, justamente na área que os aproxima do presidente: a segurança pública. Ex-juiz, Witzel viu seu governo bater o recorde de mortes provocadas pela polícia e Doria fechou o ano obrigado a afastar policiais após o registro de nove mortes em um baile funk.

Ancorados na onda conservadora que marcou a disputa de 2018, ambos fizeram campanha endurecendo o discurso contra a criminalidade, mas, neste ano, apesar de reafirmarem suas políticas na área, tentaram moderar suas posturas na tentativa de se contrapor ao governo federal.

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Se têm estratégias em comum, os comandantes dos principais governos estaduais diferem nas prioridades de gestão e nas posições que ocupam dentro de seus partidos. Em seu segundo cargo executivo, Doria, que foi prefeito da capital paulista, governa com mais folga financeira e, por isso, pode projetar obras e ações de fôlego. Além disso, exerce influência dentro do PSDB, sigla que tem maior alcance nacionalmente, se comparada ao PSC. Nesse contexto, a situação melhoraria para Witzel se o projeto que ele tem encampado, de fusão entre PSL e PSC, saísse do papel, já que o antigo partido de Bolsonaro tem a maior fatia do fundo partidário e de tempo de TV.

"Doria tem não só São Paulo, mas bases em outros Estados. Ele está à frente nessa luta", aponta o cientista político Paulo Baía, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Outro fator favorece o tucano, segundo o também analista Rodrigo Prando, do Mackenzie. "Ele montou um secretariado ministerial."

Entre os projetos que o tucano planeja desenvolver neste ano estão obras prometidas por seu partido há anos, como a Linha 6-Laranja do Metrô e o trecho Norte do Rodoanel. Ambas estão paralisadas. Doria também deve iniciar um processo de privatização da Sabesp, a companhia de água e saneamento do Estado, e de revisão de contratos de concessão de rodovias estaduais, que devem render bilhões extras ao governo.

Situação diferente vive o Rio, que tenta sair de uma séria crise fiscal. Em 2020, com déficit orçamentário de R$ 10,7 bilhões, Witzel buscará a prorrogação do Regime de Recuperação Fiscal (RRF), que termina em setembro. O plano é prorrogá-lo por mais três anos. Já na área da segurança, a meta é, sem abandonar a política de enfrentamento, apostar em ações sociais nas favelas, com a retomada do projeto de Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs).

Antagonismo

No discurso político, além de tentar se contrapor a ideais que regem o governo Bolsonaro, Witzel alicerça seu antagonismo no método de governar. Chamou o presidente de "despreparado" e tem declarado que o Planalto não sabe dialogar com os governadores. "A pauta dele é muito mais ideológica do que concreta", disse em um café com a imprensa.

"Witzel tem uma estratégia dupla. Ele mantém o discurso que lhe deu a vitória para determinados grupos, uma base que o elegeu e que ele disputa com o Bolsonaro: a da segurança", diz Baía.

Enquanto Bolsonaro não tem um modelo de articulação definido com o Congresso, tanto o governador fluminense como o paulista souberam jogar com a política tradicional nas respectivas Assembleias, e alcançaram maioria. O balanço do ano, no entanto, dá a Witzel uma marca indigesta até mesmo para quem disse, na campanha, que a polícia tinha que "mirar na cabecinha": em sua gestão, as mortes por intervenção policial bateram recorde no Estado. Foram 1.686 até 30 de novembro, último número disponível no Instituto de Segurança Pública (ISP). Àquela altura, o número já havia sido o maior desde 1998, o início da série histórica.

Já Doria, que comemora queda nos índices de homicídio e latrocínio (mas não de estupro) em 2019, teve de lidar, no último mês do ano, com uma crise que o projetou nacionalmente, mas de forma negativa. Durante ação policial em Paraisópolis, a segunda maior favela da capital, nove jovens que participavam de um baile funk morreram asfixiados em vielas fugindo da polícia. A divulgação de imagens mostrando violência por parte dos agentes complicou mais a situação do tucano, que se viu obrigado a recuar de uma postura inicial de aprovação à conduta policial para ordenar o afastamento de 38 Pms.

Mas, no geral, segundo Prando, Doria teve mais pontos positivos que negativos. Entre eles, o analista destaca as movimentações no campo da economia e das relações internacionais. "É mais um recado que ele manda a Bolsonaro e ao governo federal."

Leite e Dino correm por fora

Dois governadores que atuam fora do eixo Rio-São Paulo, e em campos políticos opostos, também vêm surgindo como possíveis atores nas próximas eleições presidenciais. No fim do ano passado, o gaúcho Eduardo Leite (PSDB) se juntou à lista de governadores com pretensões de disputar o Planalto em 2022. Já o maranhense Flávio Dino (PCdoB) tem chamado a atenção de seu partido e, na semana passada, ainda recebeu uma sinalização de que pode compor a chapa presidencial petista, como eventual candidato a vice.

Principal nome da juventude tucana, Leite, de 34 anos, tem se dedicado a pautas reformistas para recuperar o caixa do Estado, e conseguiu aprovar a reforma da previdência estadual, o que, nos cálculos do governo, pode ajudar a alçar o governador a um posto de maior destaque na política. Leite, no entanto, tem um desafio extra para chegar ao posto de candidato à Presidência: terá de desbancar João Doria, hoje mais bem posicionado para ter o aval do PSDB para a disputa.

Principal nome da esquerda entre os governadores, Flávio Dino pode estrear na corrida presidencial como candidato ou vice. Na semana passada, o vice-presidente do PT, deputado Paulo Teixeira (SP), disse que ele será vice na chapa petista - Dino não respondeu.

No PT, no entanto, o nome de Rui Costa, governador da Bahia, não é descartado. Em discursos após deixar a prisão, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva já citou mais de uma vez o nome de Costa como opção petista para a disputa de 2022. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governador do Rio, Wilson Witzel, afirmou no início da tarde desta quinta-feira, 26, que repudia o ataque à sede do Porta dos Fundos e "toda forma de violência ou intolerância". Em agenda no Palácio Guanabara, o mandatário fluminense disse que o caminho correto para buscar a reparação de eventuais danos causados por um conteúdo é o Poder Judiciário, não a violência.

Witzel também esclareceu que o secretário de Polícia Civil, Marcus Vinícius Braga, se reuniu de manhã com a equipe do canal para obter mais informações sobre o ocorrido. "Já temos informações mais precisas da câmera que filmou as imagens para que possamos fazer a investigação", disse o governador. "Queremos, no prazo mais rápido possível, encontrar quem são os autores dessa espécie de atentado e dar imediatamente à sociedade as respostas necessárias. Nosso governo é contra qualquer manifestação de violência contra quem quer que seja."

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O vereador do Rio Carlos Bolsonaro (PSC), um dos filhos do presidente Jair Bolsonaro, compartilhou em sua conta no Twitter, na noite de sexta-feira, 13, um vídeo que acusa o governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), de usar a Polícia Civil para envolver a família Bolsonaro no caso do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista, Anderson Gomes, mortos em atentado ocorrido em março de 2018.

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No vídeo compartilhado por Carlos, publicado originalmente no YouTube no canal "Folha do Brasil", o deputado federal Otoni de Paula (PSC-RJ), apoiador da família Bolsonaro, faz um discurso de cerca de 20 minutos com acusações. "O governo do Wilson Witzel está colocando, isso a gente já sabe e estou denunciando isso há muito tempo, a máquina do Estado para forjar provas que envolvam a família do presidente no caso Marielle", diz o deputado num trecho do vídeo.

Otoni de Paula diz no vídeo que as provas "forjadas" seriam conversas entre milicianos do Rio - a participação de grupos de milícia no assassinato de Marielle está entre as linhas de investigação. O deputado federal aparece no vídeo dizendo que as conversas são "armadas" para "incriminar a família do presidente" e "o próprio presidente da República".

"Só que, na verdade, não tem conversa nenhuma. A conversa é totalmente montada", diz Otoni de Paula no vídeo. Ele ainda afirma que recebeu a informação de uma "fonte muito séria", mas não menciona nomes. Conforme Otoni de Paula, "pode ser que eles estejam preparando uma matéria, igual àquela do porteiro, para o 'Jornal Nacional' ou para o 'Fantástico'", que seria veiculada neste fim de semana.

A "matéria do porteiro", veiculada no Jornal Nacional, da TV Globo, no fim de outubro, revelou o depoimento de um porteiro do condomínio de casas onde o presidente Bolsonaro mantém residência e morava antes de assumir o cargo, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio.

Segundo o depoimento, um dos envolvidos no assassinato de Marielle teria dado o nome do presidente ao entrar no condomínio no mesmo dia do crime. Preso sob acusação de matar a vereadora e seu motorista, o ex-agente da Polícia Militar (PM) do Rio Ronnie Lessa morava no mesmo condomínio.

Após a revelação do depoimento do porteiro, o presidente Bolsonaro acusou Witzel de participação no vazamento da informação. O governador refutou a acusação na ocasião. Procurado neste sábado, 14, para comentar as novas acusações do vídeo compartilhado pelo vereador Carlos Bolsonaro, o governo do Estado do Rio ainda não se manifestou.

Ainda no vídeo, Otoni de Paula afirma que a mesma fonte passou a informação sobre as supostas conversas entre milicianos para a família Bolsonaro. Na manhã de sexta-feira, 13, o presidente Bolsonaro voltou a tratar de investigações sobre o assassinato da vereadora Marielle, sem ser questionado sobre o assunto.

"No caso Marielle, outras acusações virão. Armações, vocês sabem de quem", disse Bolsonaro, sem especificar quem seria o autor das armações. "Mas a gente tem um compromisso: mudar o destino do Brasil", completou o presidente, que fez as declarações a apoiadores, em frente ao Palácio da Alvorada.

O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), se manifeste sobre a ação ajuizada pelo PSB na Corte questionando a política de segurança pública do Estado. Segundo a legenda, as medidas sobre segurança pública no Rio, em vez de protegerem e promoverem o direito à vida das pessoas, estimulam a "letalidade da atuação das forças de segurança, por meio, da utilização de helicópteros como plataformas de tiro e da extinção da gratificação que servia como incentivo à diminuição de mortes cometidas por policiais".

Fachin determinou ainda que a Procuradoria-Geral de Justiça do Rio seja ouvida e pediu manifestação posterior do advogado-geral da União André Mendonça e do procurador-geral da República Augusto Aras.

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Ao determinar as manifestações, em despacho na Segunda-feira passada, dia 2, o ministro registrou que o Plenário do Supremo recentemente indicou que "nenhuma pessoa pode ser arbitrariamente privada de sua vida" e destacou ainda uma fala do Relator Especial da Organização das Nações Unidas sobre Execuções Extrajudiciais, Sumárias ou Arbitrárias, Philip Alston.

"As execuções extrajudiciais (no Brasil) são generalizadas. Quase nenhuma medida foi tomada para resolver o grave problema de confrontos no exercício da atividade policias, ou para reduzir o alto número dos chamados autos de resistência. Boa parte dos homicídios ainda nunca são investigados de maneira significativa."

Também por ordem de Fachin, a ação ajuizada pelo PSB foi apensada a uma outra na qual o PSOL pedia que o Supremo deferisse medida cautelar para que o Rio "se abstivesse de adotar a política pública de segurança que estimule o abatimento e/ou neutralização de pessoas".

A petição do PSB, assim como a do PSOL, invoca diferentes preceitos fundamentais: a dignidade da pessoa humana, o direito à segurança e à inviolabilidade do domicílio, o direito à igualdade e a prioridade na garantia de direitos fundamentais a crianças e adolescentes como dever do Estado.

A legenda pediu ao Supremo que faça onze determinações ao governo do Rio, incluindo a formulação de plano de redução da letalidade policial e de controle de violações de direitos humanos, a vedação ao uso de helicópteros como "plataformas de tiro ou instrumentos de terror" e a determinação para que haja ambulâncias e equipes de saúde nas operações policiais.

É solicitada publicização de todos os protocolos de atuação policial, a instalação de equipamentos de GPS e de sistemas de gravação de áudio e vídeo nas viaturas policiais, o aprimoramento das investigações de possíveis crimes cometidos por policiais e também a vedação a órgãos e agentes públicos do Rio de Janeiro de manifestações e expressões que incentivem a letalidade policial.

Esse último ponto também foi levantado pelo PSOL, que argumentou que Witzel "tem emanado ordens verbais e praticado condutas comissivas de estímulo à violência sistemática e generalizada contra a população civil, autorizando execuções e mortes".

Na ação que apresentou ao STF, o PSOL cita a declaração do governador ao jornal O Estado de S. Paulo em entrevista após sua eleição. "O correto é matar o bandido que está de fuzil. A polícia vai fazer o correto: vai mirar na cabecinha e… fogo! Para não ter erro", afirmou o governador, na ocasião.

Tal processo também foi distribuído para a relatoria de Fachin que, assim como na ação do PSB, determinou que o governador se manifestasse.

Resposta

Em resposta, Witzel declarou que ao assumir o governo do Estado deu continuidade ao trabalho de segurança pública que vinha sendo empreendido pelo Exército e adotou política "de tolerância zero com meliantes que ameaçam o direito de ir e vir da população com armas de grosso calibre".

"Isso não é violar, com o respeito devido, preceito fundamental da Constituição Federal de 1988. Ao contrário, é cumprir o papel do Estado na repressão ao crime organizado; ao tráfico de drogas, ao roubo de cargas e, em última análise, um regime de terrorismo urbano que os criminosos vinham impondo à população fluminense, sobretudo os mais humildes que residem em comunidades carentes", escreveu o governador a Fachin.

No texto, Witzel diz ainda que a alegação de que seu discurso sobre segurança pública tem servido de estímulo à violência contra a população civil é improcedente. Ele diz que como governador tem a competência de liderar os agentes públicos e por isso teria "legitimidade constitucional para proferir discursos oficiais (políticos ou não) em nome do Estado". Segundo Witzel, proibir tal atuação seria censura.

Ao fim da manifestação o governador registra ainda: "além de a política de segurança estadual estar se mostrando eficiente no combate à criminalidade, os índices de homicídios dolosos - nos quais se incluem os alegados 'abatimentos' supostamente incentivados (expressão pejorativa que se repele) - têm tido redução, de modo que não se identifica prejuízo aos preceitos fundamentais alegadamente violados em se aguardar o julgamento final da arguição".

A reportagem entrou em contato, por e-mail, com a Assessoria de Imprensa do Governo do Rio. O espaço está aberto para manifestações.

A saída do presidente Jair Bolsonaro do PSL reaproximou o partido de um dos mais recentes desafetos da família: o governador do Rio, Wilson Witzel (PSC). Nesta semana, ele recebe a cúpula da legenda, liderada pelo seu presidente nacional, o deputado Luciano Bivar (PE), para consolidar o apoio da sigla ao Palácio Guanabara e discutir uma parceria nas eleições municipais do próximo ano.

O movimento vem sendo costurado desde setembro, mês em que o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) anunciou que o partido romperia, de forma unilateral, com o governo do Rio. O filho do presidente não gostou da atitude de Witzel, que deixou claro o seu interesse em concorrer à Presidência da República nas eleições de 2022 (mais informações nesta página). Flávio afirmou que o governador era um "ingrato" e que o seu comportamento beirava a "traição".

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Se oficialmente o PSL saiu da base de Witzel há dois meses, na prática nunca deixou de estar no governo. O partido manteve duas secretarias na máquina do Estado, além de uma dezena de postos-chave em autarquias e empresas públicas. Nem mesmo a "ordem" de Flávio fez com que deputados abrissem mão de seus cargos e indicados.

Agora, a manifestação de Bolsonaro em favor da criação de um novo partido, a Aliança pelo Brasil, abriu a possibilidade de uma reconciliação pública. Witzel ainda não definiu seu candidato à Prefeitura do Rio em 2020, mas analisa, de acordo com interlocutores, os nomes dos secretários Pedro Fernandes (Educação) e Cleiton Rodrigues (Governo). Uma outra opção seria trazer um representante da magistratura, como ele, para a disputa - uma juíza ligada à área da infância e juventude.

Nenhum dos três integra o PSL, mas Bivar não impôs resistência aos nomes sugeridos pelo governador. Para manter a ponte com Witzel, escalou o deputado Sargento Gurgel (PSL-RJ). Policial militar da reserva, Gurgel foi um dos parlamentares que ficaram ao lado do dirigente do PSL na crise envolvendo a disputa pelo comando do partido. Em troca, ele deve ganhar a direção estadual da legenda, que era comandada por Flávio, destituído do cargo na semana passada.

"O governador tem feito um excelente trabalho no Rio de Janeiro. Se quando nos aproximarmos das eleições for de interesse de ambas as partes, será um prazer caminharmos juntos", afirmou o parlamentar.

Gurgel, no entanto, não será a única baixa do bolsonarismo fluminense, que nasceu nos quartéis militares da zona oeste da capital e ganhou corpo com a onda conservadora das eleições de 2018. Dos 13 deputados federais do PSL eleitos pelo Rio, seis são ligados ao setor da Segurança Pública - oficiais policiais e delegados. Cinco devem romper com o presidente e apoiar Witzel nas eleições do ano que vem.

Crivella

 

Para compensar as perdas, a família Bolsonaro tenta se articular com os evangélicos e consolidar o eleitorado conservador. O atual prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) busca uma aproximação com o Planalto. O aceno ficou explícito na semana passada, quando Crivella colocou à disposição do presidente os templos da Igreja Universal - comandada por seu tio, o bispo Edir Macedo - para a coleta de assinaturas necessárias à criação do novo partido.

Crivella, segundo interlocutores, já teria mandado recados a Bolsonaro sobre seu desejo de ter como vice, em sua chapa à reeleição, alguém indicado pelo presidente. O nome cotado é o do deputado federal Hélio Lopes (PSL-RJ). A aproximação de Crivella e Bolsonaro começa a aparecer na gestão do prefeito. Um grupo de deputados ligados ao presidente negocia com Crivella a implantação do modelo de escolas militares na rede municipal, uma das bandeiras de Bolsonaro descartadas pelo governador.

Ao mesmo tempo em que o PSL se aproxima de Witzel, deputados da legenda não descartam uma aliança com o DEM para a disputa municipal. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), escolheu o ex-prefeito Eduardo Paes para ser o nome do partido na disputa pela prefeitura do Rio. Mas o apoio do PSL à candidatura de Paes dependeria de um acerto nacional entre os dois partidos, especialmente em São Paulo. O PSL quer que o DEM se comprometa com a candidatura da deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) para a Prefeitura da capital paulista.

"Sem Bolsonaro (no PSL), o partido vai sair da inércia política nos Estados. No Rio e em São Paulo, ficamos praticamente com toda a discussão política engessada nas mãos dos dois filhos. Durante todo esse tempo, não se tinha clara uma articulação de candidatura. O PSL tem aspiração de comandar as principais cidades do País. Temos um partido habilitado com fundo (partidário) e com tempo (de TV nas eleições). Vamos acelerar esse processo e definir nossos nomes", afirmou o deputado federal Júnior Bozzella (SP), um dos principais aliados de Bivar no partido. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro (PSL), chamou de "traidor" e "mentiroso" o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC). Os xingamentos do senador foram feitos pelo Twitter, em uma resposta ao governador, que disse ser atribuição do governo federal impedir a entrada de armas e de drogas no Brasil.

"Além de traidor, não seja também um mentiroso contumaz. Em 2019 a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal bateram recorde na apreensão de drogas. Não jogue nos ombros alheios a responsabilidade por sua incompetência. Tenha ao menos honestidade intelectual", tuitou Flávio Bolsonaro.

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Antes, também pelo Twitter, Witzel havia dito que há "falta de combatividade, em nível federal, do tráfico de drogas e armas", o que "acaba alimentando essa guerra insana que existe nos estados". "É preciso que o Governo Federal tenha uma visão estratégica e não continue sucateando a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal. Isso sem falar da imediata necessidade de mudança do conceito de Segurança Nacional e do uso das Forças Armadas nas fronteiras", escreveu Witzel.

O governador estava se referindo à morte da menina Ketellen Umbelino de Olivera Gomes, de 5 anos, baleada na tarde de ontem, 12, quando ia para a escola em Realengo, na zona oeste do Rio de Janeiro.

Por ordem do governador Wilson Witzel (PSC), a Polícia Civil do Rio abriu inquérito para investigar a origem de um vídeo que está se disseminando pelas redes sociais e que usa uma montagem para atacá-lo. O trabalho recorre a imagens de um filme norte-americano do ator Vin Diesel, com os diálogos alterados, para dizer que o governador se uniu à Rede Globo. O objetivo seria "destruir a imagem do presidente da República", Jair Bolsonaro.

Não há evidências de autoria do material. O vídeo diz que a Globo "está quebrando", porque o presidente "não está mais liberando dinheiro" para a emissora. Apresenta ainda uma gravação da voz de um homem não identificado que diz ter recusado oferta financeira para viralizar conteúdos "denegrindo a imagem" de Bolsonaro. E afirma que agora Witzel vai "liberar dinheiro" para a empresa.

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A informação sobre a abertura da investigação foi divulgada pela Folha de S.Paulo e confirmada pelo jornal O Estado de S. Paulo. A assessoria do governador, porém, não quis comentar o conteúdo do material. A investigação será feita pela Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática.

O vídeo circulou após a divulgação, pelo Jornal Nacional, de reportagem afirmando que, no dia do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, o ex-PM Elcio Queiroz foi de carro até o Condomínio Vivendas da Barra para buscar outro ex-PM, Ronnie Lessa. Ambos sairiam dali para cometer o duplo homicídio, horas mais tarde.

Na portaria, segundo registrado em livro, Elcio pediu ao porteiro para ir à casa 58, que é de Bolsonaro. "Seu Jair", segundo o funcionário, liberou a entrada. Elcio foi para a casa 65/66, onde morava Ronnie. O porteiro, que teria visto pelo circuito interno que o visitante ia para lugar diferente do que dissera, teria feito nova consulta com a casa 58. Lá "Seu Jair", pelo comunicador, teria dito saber para onde o visitante ia. Bolsonaro, na época deputado federal, estava am Brasília e nega ter falado com Elcio.

O empregado confirmou, em dois depoimentos do Ministério Público do Rio, o incidente que anotara. Com base em perícia apenas nas gravações das comunicações da casa 65/66, o MP declarou que quem liberou a entrada foi Ronnie e declarou que o porteiro, cujo nome é mantido em sigilo, mentiu.

Eleito após associar sua imagem à família Bolsonaro - em especial ao do então candidato, depois eleito senador, Flávio Bolsonaro (PSL) -, Witzel está em conflito com o presidente da República. Os dois querem concorrer à Presidência em 2022 e disputam o eleitorado de direita. A relação estremeceu de vez quando Jair Bolsonaro acusou Witzel de vazar a investigação do caso Marielle Franco para supostamente atingi-lo.

A reportagem procurou a Rede Globo, que ainda não havia se pronunciado sobre o vídeo até a publicação desta matéria.

O presidente Jair Bolsonaro acusou neste sábado, 2, o governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), de manipular as investigações sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes para implicá-lo no crime. O presidente já havia acusado Witzel de vazar as informações do processo para atingi-lo e, ao mesmo tempo, se credenciar para uma eventual disputa à Presidência da República em 2022.

Neste sábado, Bolsonaro afirmou ter convicção de que foi o governador fluminense quem colocou seu nome no centro da investigação. "(Witzel) Não podia ter acesso a um processo em segredo de Justiça. Mais do que isso, né? A minha convicção é de que ele agiu no processo para botar meu nome lá dentro", afirmou o presidente, que foi a uma concessionária da Honda buscar uma moto que adquiriu.

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Bolsonaro também acusou o delegado da Polícia Civil responsável pelo Caso Marielle de ser "amiguinho" do governador. Bolsonaro disse ainda que o ministro da Justiça, Sérgio Moro, foi acionado e entrou em contato com o procurador-geral da República, Augusto Aras, para tratar do caso. "Eu não trato isso com o Aras. Não tem cabimento, o tratamento com Aras foi via ministro da Justiça", afirmou.

"Está requisitado, está tudo deferido. É a Polícia Federal com o assessoramento do MP Federal lá da seção do Rio de Janeiro. Vamos ouvir o porteiro, vamos ouvir aí o delegado também. O delegado que é muito amiguinho do governador, e logicamente que gostaria que o governador também participasse, né?", disse o presidente.

Bolsonaro se disse vítima de perseguição e reiterou que não estava em sua casa no condomínio Vivendas da Barra no dia 14 de março de 2018, quando um dos suspeitos de assassinar Marielle e Anderson acessou o local dizendo que iria para a residência do então deputado federal.

"Eu estava aqui (em Brasília), não estava lá. E outra, nós pegamos antes que fosse adulterado, pegamos lá toda a memória da secretária eletrônica, que é guardada há mais de anos, a voz não é minha. Não é o seu Jair. Agora, o que eu desconfio, que o porteiro leu sem assinar ou induziram ele a assinar aquilo. Induziram entre aspas, né? Induziram a assinar aquilo", afirmou Bolsonaro.

O presidente disse que Witzel "só se elegeu graças" ao hoje senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), seu filho, e depois "começou a usar a máquina do Estado" para perseguir ele e outro de seus filhos, o vereador do Rio Carlos Bolsonaro (PSC-RJ).

"Tudo quanto é amigo meu tão sendo investigados (sic) agora lá no Rio de Janeiro. Por que isso? Porque ele está com sonho e obsessão de ser presidente, e eu sou um obstáculo que tem que ser vencido. Perdeu, Witzel, até porque no dia 9 de outubro você teve acesso ao processo em segredo de Justiça. Não deveria ter acesso a esse documento", disse Bolsonaro.

Questionado pelos jornalistas sobre o que Witzel teria feito, o presidente respondeu: "manipula o processo". "(Manipula) O próprio processo em si, do porteiro", afirmou.

Bolsonaro confirmou que ficou sabendo que o governador do Rio havia tido acesso ao processo durante um jantar em comemoração ao aniversário ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Augusto Nardes, em 9 de outubro.

"Ele falou o seguinte: mandei teu processo para o Supremo. E eu: que processo meu? Ah, o da Marielle. O que é que eu tenho a ver com a Marielle? O porteiro falou que foi lá na tua casa naquele 14 de março. Ah, foi na minha casa? No momento eu não sabia onde eu estava no 14 de março, poderia estar em outro lugar, poderia até estar em casa, né? Mais numa quarta-feira por volta de umas 17 horas. E depois eu vi que depois e já desconfiava dele há algum tempo, que ele estava perseguindo a mim e à minha família no Rio de Janeiro com esse propósito", narrou Bolsonaro.

Ele disse não ter acreditado à época no que foi dito por Witzel. "Espero agora que não queiram jogar para cima do colo do porteiro. Pode até ser que ele seja responsável, mas não podemos deixar de analisar a participação do governador", afirmou.

'Compromisso'

Na sexta-feira (dia 1º), Witzel refutou a tese de Bolsonaro de que esteja por trás da citação do nome do presidente nas investigações. O governador também parabenizou a Advocacia Geral da União (AGU) por ter aberto um procedimento para investigar o vazamento da informação ao Jornal Nacional sobre o depoimento de um porteiro à Polícia Civil no qual relata que um dos acusados da morte da ex-parlamentar se dirigiria à casa de Bolsonaro no condomínio Vivendas da Barra, no Rio.

"Seja ele de farda, de distintivo, político, filho de poderoso. Não tenho compromisso com a bandidagem. Assumi o Estado sem qualquer compromisso com traficante, com miliciano. Todos aqueles que se colocarem na reta da Justiça serão presos, serão investigados", afirmou Witzel na ocasião.

O governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), voltou a rebater o presidente Jair Bolsonaro na manhã desta sexta-feira, 1º. Em transmissão ao vivo feita na quinta-feira, 31, Bolsonaro insistiu na tese de que o governador teria vazado informações sobre a investigação da morte da vereadora Marielle Franco para tentar prejudicá-lo.

Witzel negou novamente a alegação e disse que "não tem bandido de estimação". "Seja ele de farda, de distintivo, político, filho de poderoso. Não tenho compromisso com a bandidagem. Assumi o Estado sem qualquer compromisso com traficante, com miliciano. Todos aqueles que se colocarem na reta da Justiça serão presos, serão investigados."

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O filho "01" do presidente, senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), é alvo de investigação do Ministério Público do Rio que apura a suposta prática dos crimes de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa em seu antigo gabinete na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). O caso ficou conhecido como "Caso Queiroz", em referência ao ex-assessor de Flávio, Fabrício Queiroz.

Flávio foi o pivô do início da crise entre o clã e o governador. Partiu dele, que comanda o PSL no Rio, a ordem para que o partido desembarcasse da base do governo estadual - o que, na prática, não ocorreu. Witzel está brigado com Bolsonaro desde que manifestou o desejo de concorrer à Presidência em 2022.

Ao falar com a imprensa nesta manhã, o governador também parabenizou a Advocacia Geral da União (AGU) por ter aberto um procedimento para investigar o vazamento. "Se não tivesse instaurado lá, eu instauraria aqui, para investigar quem foi o vazador. Que se descubra."

Na noite de terça-feira, 29, o Jornal Nacional, da TV Globo, publicou reportagem que revelava um depoimento que ligava Bolsonaro a um dos acusados pela morte de Marielle, Elcio de Queiroz. Além de acusar o governador de vazar as informações, o presidente disse que Witzel quer "o poder pelo poder" e "se acha gostosão".

Nesta manhã, o governador garantiu que nunca teve acesso aos autos do processo sobre a morte de Marielle. "O Rio, depois que eu assumi o governo, tem uma polícia independente, como deve ser numa democracia."

O governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), negou nesta quarta-feira, 30, ter vazado qualquer informação das investigações sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes. Acusado do vazamento pelo presidente Jair Bolsonaro, Witzel afirmou que nem mesmo teve acesso a documentos do caso, que corre em segredo de Justiça.

Ele lamentou que o presidente, "num momento talvez de descontrole emocional", tenha feito acusações a ele. Disse esperar um pedido de desculpas como o que foi dirigido pelo presidente ao Supremo Tribunal Federal (STF) pela publicação de vídeo em que é comparado a um leão atacado por hienas. Uma delas é a Corte Suprema.

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"Eu jamais vazei qualquer tipo de documento. (Nem) Sequer tive acesso a documentos que constem dessa investigação. Se esse documento vazou, como foi apresentado ontem por uma emissora de televisão, que a Polícia Federal investigue", afirmou o governador. "Se está no Supremo Tribunal Federal pode ter vazado ali dentro, em qualquer outro órgão. Tem que ser investigado. A investigação pode ser da PF, até porque há interesse da União, e eu estou à disposição", disse durante a inauguração do programa Segurança Presente, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.

Ao rebater as declarações de Bolsonaro, Witzel disse que recebeu "com muita tristeza" o que classificou de "levianas acusações". Ele mencionou por diversas vezes sua carreira na magistratura e chegou a dizer que em 17 anos nunca vazou nada, "muito menos interceptação telefônica". Era uma referência indireta ao suposto vazamento de ligações pelo atual ministro Sergio Moro enquanto juiz da Lava Jato. O governador do Rio destacou que respeita as instituições. Disse esperar que Bolsonaro reflita e peça desculpas ao povo do Rio de Janeiro.

"Não manipulo o Ministério Público, não manipulo a Polícia Civil. Isso é absolutamente inadequado, contrário às instituições democráticas. A Polícia Civil no meu governo tem independência, o Ministério Público tem e sempre terá independência e, infelizmente, eu recebi com muita tristeza essas levianas acusações", disse.

De acordo com reportagem exibida no Jornal Nacional, da TV Globo, um porteiro do condomínio de Bolsonaro, no Rio, afirmou à Polícia Civil que, às 17h10 de 14 de março de 2018 (horas antes do crime), um homem chamado Elcio (que seria Elcio Queiroz, um dos acusados pelo duplo homicídio) entrou no condomínio Vivendas da Barra dirigindo um Renault Logan prata. Ele afirmou que iria à casa 58, que pertence a Bolsonaro e onde morava o hoje presidente, na época deputado federal. Ronnie Lessa, outro acusado pelo crime, era vizinho do presidente, na casa 65. Teria sido à casa dele que Elcio teria se dirigido.

Conforme registros da Câmara, entretanto, o então deputado estava em Brasília. Em uma transmissão em vídeo nas redes sociais na noite de ontem, Bolsonaro, que está no exterior, criticou fortemente a reportagem. Também atribuiu o vazamento de informações do inquérito a Witzel, seu adversário político e aspirante a candidato à Presidência em 2022.

O clima entre Bolsonaro e Witzel azedou recentemente, depois que o governador manifestou, em mais de uma ocasião, que quer disputar a eleição presidencial. Em evento no Rio, em outubro, Bolsonaro citou "inimigos internos", mirando o governador. Na transmissão ao vivo realizada na noite de ontem, de um hotel na Arábia Saudita, o presidente citou Witzel diversas vezes. Disse que ele só se elegeu por ter ficado, na campanha eleitoral, "colado" a seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (PSL).

O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), negou na madrugada desta quarta-feira (30) que tenha interferido nas investigações sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) ou vazado detalhes do inquérito à imprensa. Em comunicado publicado no Twitter, em resposta ao presidente Jair Bolsonaro, Witzel afirmou que em seu governo, "as instituições funcionam plenamente e o respeito à lei rege todas as nossas ações". Witzel disse que a manifestação de Bolsonaro, em live, mais cedo, foi "intempestiva".

No vídeo, o presidente acusa o governador do Rio de querer "destruir" a sua família para "chegar à Presidência da República". "Por que essa sede pelo poder, senhor governador Witzel?", questionou Bolsonaro. Segundo o presidente, Witzel estaria por trás do vazamento do inquérito ao Jornal Nacional, da TV Globo. Em reportagem veiculada na terça-feira, o JN afirmou que um suspeito da morte da vereadora visitou o condomínio onde ele mora no Rio no dia do crime.

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"Defenderei equilíbrio e bom senso nas relações pessoais e institucionais", declarou o governador.

Leia abaixo o comunicado na íntegra:

"Lamento profundamente a manifestação intempestiva do presidente Jair Bolsonaro. Ressalto que jamais houve qualquer tipo de interferência política nas investigações conduzidas pelo Ministério Público e a cargo da Polícia Civil. Em meu governo as instituições funcionam plenamente e o respeito à lei rege todas as nossas ações. Não transitamos no terreno da ilegalidade, não compactuo com vazamentos à imprensa. Não farei como fizeram comigo, prejulgar e condenar sem provas. Hoje, fui atacado injustamente. Ainda assim, defenderei, como fiz durante os anos em que exerci a Magistratura, o equilíbrio e o bom senso nas relações pessoais e institucionais. Fui eleito sob a bandeira da ética, da moralidade e do combate à corrupção. E deste caminho jamais me afastarei."

O presidente Jair Bolsonaro afirmou na noite desta terça-feira (29), em transmissão ao vivo pelo Facebook, que não deve nada a ninguém e que "não tinha motivo nenhum para matar quem quer que seja no Rio de Janeiro". Bolsonaro usou a live para responder à reportagem do Jornal Nacional, da Rede Globo, veiculada pouco antes, que afirmou que um suspeito da morte da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) visitou o condomínio onde ele mora no Rio no dia do crime. "Nós vamos resistir, a verdade está ao meu lado", afirmou o presidente.

Ainda na live, realizada em Riad, na Arábia Saudita, onde está em viagem oficial, Bolsonaro atacou o governador do Rio, Wilson Witzel (PSC). O presidente acusou o antigo aliado de ter vazado o inquérito sobre Marielle, que "está em segredo de Justiça". Bolsonaro acusou o governador do Rio de querer "destruir" a sua família para "chegar à Presidência da República". "Por que essa sede pelo poder, senhor governador Witzel?", questionou.

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Durante toda a transmissão, realizada durante a madrugada saudita, Bolsonaro mostrou-se bastante irritado, falou em tom exaltado e conteve o choro ao menos uma vez. Ele disse estar à disposição para falar com a polícia na investigação sobre a morte de Marielle. "Eu gostaria muito de falar neste processo, conversar com esse delegado", disse. Bolsonaro afirmou que, "pelo que tudo indica", o processo sobre a morte de Marielle está "bichado" e pediu ao Conselho Nacional do Ministério Público que "supervisione o processo".

Bolsonaro disse que estava na Câmara no dia em que o suspeito foi ao condomínio, informação também divulgada pela reportagem do Jornal Nacional.

O presidente também relatou que seus filhos estão sofrendo por causa de investigações. "Vocês não têm como me pegar e ficam inventando patifaria", reagiu, enfático. "Eu seguro a onda, tenho uma tremenda responsabilidade", disse. Bolsonaro declarou que trabalha para o bem do País: "Se o Brasil der errado, todo mundo vai para o espaço".

Na live, o presidente disse também que quer saber quem mandou matá-lo, em referência à facada da qual foi vítima durante a campanha presidencial, em Juiz de Fora (MG). O autor do atentado, Adélio Bispo, foi declarado inimputável pela Justiça.

PSL

Ao citar a crise no PSL, Bolsonaro pediu ao partido "transparência". "Porque vai dar problema nas contas do partido e, se eu não tivesse tomado providência, eu ia pagar o pato", declarou, sobre o pedido de auditoria que fez.

Globo

Durante a transmissão, Bolsonaro afirmou que não irá "perseguir" a Rede Globo no processo de renovação da concessão da TV, em 2022. No entanto, disse que o processo tem de "estar limpo". "Se não estiver limpo, legal, não tem renovação da concessão de vocês (Globo) e de TV nenhuma", disse.

Um pouco depois do fim da transmissão, Bolsonaro reiterou as declarações em entrevista ao Jornal da Record, da RecordTV.

Três bombeiros morreram quando combatiam um incêndio na uisqueria Quatro por Quatro, no centro do Rio na tarde desta sexta-feira, 18. Outros três integrantes da corporação precisaram de socorro médico e foram levados para o Hospital Souza Aguiar - pelo menos um deles, em estado grave.

O Corpo de Bombeiros confirmou as mortes dos três militares, mas não divulgou seus nomes. O incêndio envolveu a região em fumaça, que chegou à Igreja da Candelária. O tráfego do VLT chegou a ser parcialmente interrompido.

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O comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Roberto Robadey, disse no fim da tarde que os bombeiros mortos e feridos inalaram muita fumaça. Os militares, segundo ele, teriam sido surpreendidos por uma rápida mudança em um incêndio simples, que parecia sob controle, mas subitamente recrudesceu. Os bombeiros teriam sido sufocados porque o imóvel, antigo, tinha muitas divisórias, o que dificultou a saída rápida. Em nota, a corporação informou que será aberta uma sindicância para apurar o que ocorreu.

Extraoficialmente, em grupos de bombeiros em redes sociais, circulou a versão de que o fogo já estava controlado, na fase de rescaldo e, por isso, os soldados circulavam no prédio sem equipamento de proteção. Segundo essa versão, teria havido uma explosão por gás, o que o Corpo de Bombeiros não mencionou. Nas proximidades, não foi ouvido barulho de detonação ao longo do dia. Outra versão destacava que a queima de material de isolamento acústico teria gerado gases tóxicos.

O fogo começou por volta das 11h30. O antigo casarão onde funcionava a Quatro por Quatro - que se apresentava como "spa para homens" e tinha muitas funcionárias mulheres -, estava vazio, e o fogo foi rapidamente controlado num primeiro momento. A Rua Buenos Aires, no trecho entre a Avenida Rio Branco e a Rua da Quitanda, foi interditada pelos bombeiros, e os prédios ao lado, evacuados. A fumaça tomou a Avenida Rio Branco, e ruas próximas.

Bombeiros receberam apoio ainda da Polícia Militar e de guardas do programa de segurança pública Centro Presente.

Trabalhadores das empresas que funcionavam nas imediações permaneceram no local para acompanhar o trabalho dos agentes contras as chamas. Quatro caminhões e outros três veículos dos Bombeiros foram mobilizados para apagar o incêndio. Depois do incidente que resultou nas mortes, a fumaça negra aumentou, indicando que o fogo aumentara.

O nome das vítimas não havia sido divulgado pelos bombeiros até as 19h30 desta sexta-feira, porque as famílias ainda estavam sendo avisadas, segundo a corporação. O Corpo de Bombeiros informou que a boate tinha alvará de funcionamento e estava com a documentação em dia.

O governador do Rio, Wilson Witzel, decretou luto de três dias no Estado. "Quero manifestar meu pesar. Foram heróis que perderam suas vidas cumprindo o seu dever. Ordenei rigorosa apuração de todos os fatos que ocorreram durante o combate ao incêndio e que resultaram nesta tragédia. Presto solidariedade às famílias das vítimas. Que Deus os receba e abençoe", disse o governador em nota oficial.

O governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), defendeu nesta quarta-feira, 16, que o desfile das escolas de samba passe a ocorrer ao longo de dois finais de semana, a partir de 2021. Atualmente eles ocorrem nas noites de domingo e segunda-feira, durante o feriado do carnaval.

"O carnaval pode ter o mesmo modelo que o Rock in Rio, dois finais de semana, que aí você consegue manter o público a semana inteira. (Hoje) são sete desfiles por noite, a gente faz uma coisa que seja mais cômoda para todo mundo assistir. Podemos mudar o formato dos desfiles, fazer o turista ficar mais tempo, ao longo de toda a semana", afirmou Witzel. O governador deu entrevista na abertura do Apresenta Rio Summit, evento que discute inovações e dificuldades do setor de entretenimento, em um hotel de Copacabana.

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Segundo a proposta do governador, o Sambódromo teria atrações ao longo de três fins de semana seguidos, já que no sábado seguinte ao carnaval há o desfile das campeãs, que reúne as seis escolas mais bem colocadas.

"Talvez também um terceiro final de semana, para o Desfile das Campeãs. Nada para 2020, mas para 2021 precisamos repensar a atual estrutura. E também faremos uma reforma no Sambódromo, mudando toda a estrutura de iluminação", afirmou o governador.

A divisão dos desfiles em dois finais de semana não estava em debate na Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), entidade que organiza o evento. Mas a Liesa precisa de novas fontes de recursos, porque a prefeitura do Rio parou de subvencionar as escolas e os enredos patrocinados têm sido raros.

Também nesta quarta, o governador anunciou que o Estado vai investir R$ 30 milhões no carnaval de 2020. Ele não detalhou a aplicação dessa verba, mas, se ao menos parte desse dinheiro for para as escolas, a Liesa pode aderir à proposta do novo calendário.

A reforma da iluminação, citada pelo governador, também atende à Liesa. Há muitos anos as escolas reclamam que o Sambódromo carece de iluminação semelhante à dos teatros, que permita valorizar o desfile.

O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, atribuiu exclusivamente a traficantes de armas e drogas os homicídios ocorridos no Estado, inclusive da menina Ágatha Felix, de 8 anos, baleada nas costas no dia 20 deste mês dentro no Complexo do Alemão, na zona norte da cidade. Em resposta a casos como esse, Witzel disse que recorrerá nesta semana à Comissão de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). Ele vai pedir à entidade internacional que feche as fronteiras e puna a Bolívia, Colômbia e Paraguai, de onde, segundo o governador, partem as armas traficadas para o Rio.

Witzel disse ter convidado o ministro da Justiça, Sérgio Moro, a recorrer com ele à ONU contra os três países, mas, sem resposta até agora, poderá sozinho buscar a ajuda. "Tentei que o ministro (Sérgio) Moro viesse comigo. Estou aguardando. Mas se não vier, vamos sozinhos, porque o Estado do Rio de Janeiro vai fazer o seu trabalho", afirmou, em entrevista durante o festival de música Rock in Rio. "O próprio Conselho de Segurança da ONU pode tomar essa decisão, de retaliar o Paraguai, a Bolívia e a Colômbia no que diz respeito às armas", acrescentou.

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Uma das hipóteses investigadas no caso do assassinato de Ágatha é que o tiro partiu de um fuzil da Polícia Militar. Mas, segundo Witzel, essa suposição é, na verdade, uma tentativa de partidos da oposição de utilizar a morte de uma criança como palanque eleitoral. Ele, então, insinuou que opositores trabalhem para facções criminosas ligadas ao tráfico de drogas no Rio. "Se só rivalizam com a milícia, tenho sérias dúvidas do envolvimento de representantes de partidos com o narcoterrorismo. Mas isso estamos investigando também", disse.

Para o governador, a morte da estudante de 8 anos aconteceu porque os traficantes da comunidade da Fazendinha, dentro do Complexo do Alemão, estão "sofrendo severas baixas" e por isso estão mais violentos. Para evitar mais mortes, uma das estratégias do Estado será impedir que os traficantes saiam do Complexo do Alemão e cometam outros crimes em outras regiões do Estado.

Witzel disse ainda que não interfere nas investigações do assassinato de Ágatha e atribuiu à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal a responsabilidade por conter a violência no Rio. "Quem investiga o tráfico de armas e de drogas é a Polícia Federal e o Ministério Público Federal. Eles estão neste momento em débito com a sociedade. É preciso explicar, mostrar os números, os promotores federais têm que vir a público para dizer o que estão fazendo para impedir que essa quantidade de armas chegue ao Rio de Janeiro", argumentou.

”Não vou pedir progressão. Estou ciente do papel que estou cumprindo aqui e da canalhice que fizeram comigo. Quero sair daqui inocente, 100%, como eu entrei. Eu durmo tranquilo, eles não. Estou aqui por responsabilidade deles e não minha”, disse o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em entrevista concedida a Luiz Gonzaga Belluzzo e Eduardo Moreira do Jornal GGN, quando questionado sobre a possibilidade de progressão de sua pena. “Se alguém tem que pedir perdão é o tal do Moro e o tal do Dallagnol.”

O pedido de progressão ao regime semiaberto foi feito pela Força Tarefa da Operação Lava Jato à juíza da Vara de Execuções Penais de Curitiba, Carolina Lebbos. O ex-presidente disse que conversou com seus advogados e definiu que só sairá da "prisão política que o colocaram" quando a justiça for finalmente feita.

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“Eu desafio todos os dias o Ministério Público, o Sérgio Moro e outros que me julgaram a provarem um real ilícito na minha vida ou uma conduta ilícita. Eu tenho certeza que durmo mais tranquilo do que eles […] Eu quero sair daqui inocente, 100% como eu entrei.”

Desigualdade e representação popular

Lula fez questão de falar da desigualdade no Brasil, principalmente, em um momento que o atual governo não faz nada para que ela possa ser reduzida. “Desigualdade não é vista no governo como uma questão política, uma questão prioritária. O pobre é um número estatístico que você utiliza de vez em quando.”

Ele contou que, quando eleito, levou seus ministros para conhecerem o país de verdade, pois sempre acreditou que a representação popular deveria ser a tônica do seu governo. “Eu fui eleito para governar para todos, eu governei esse país como um coração de uma mãe.”

“A minha grande preocupação quando eu cheguei à Presidência da República, e é o maior orgulho que tenho hoje, era o de convencer a sociedade de que eles que tinham chegado no poder, eu queria que eles sentissem que pela primeira vez eles colocaram um operário metalúrgico na Presidência para governar prioritariamente para eles.”

Outro assunto abordado durante a entrevista foi a educação, um dos pontos mais fortes dos governos de Lula e onde Bolsonaro tem promovido um verdadeiro desmonte com cortes que ultrapassam os R$ 6 bilhões. O ex-presidente declarou que não havia gastos quando se tratava do assunto. “É investimento”, o mesmo sobre a saúde. Para ele, um trabalhador com saúde e educação produz muito mais.

Política e Economia

Lula também falou sobre economia política e política econômica, os dois lados da moeda, e que, segundo ele, devem nortear o país.

O ex-presidente explicou que, durante seus dois governos, fez o que nenhum outro presidente se propôs: proporcionou políticas públicas para os mais pobres, mas sem deixar de olhar para o empresariado.

Para melhorar a economia do país, Lula declarou que “não se fala em reforma da Previdência em tempos de crise”.

Violência

Lula também aproveitou uma parte da entrevista para prestar solidariedade à família de Ágatha, criança de oito anos assassinada a tiros no Rio de Janeiro, e criticou o atual governo do estado.

“Queria, primeiro, pedir licença a vocês para me solidarizar aqui com a família da menina Ágatha, sobretudo com o avô dela. Porque, quando eu vi na televisão ele gritando, eu lembrei muito da morte do meu neto e eu acho que é injustificável a tentativa do governo de justificar a insanidade mental que tomou conta do governo do Rio de Janeiro. Por isso, a minha solidariedade à família da menina. Já são cinco [crianças] que morreram este ano”.

Da Redação  da Agência PT de Notícias

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