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A liderança da chinesa Huawei na tecnologia 5G pôs o presidente Jair Bolsonaro em uma saia justa política. Pressionados pelos Estados Unidos, que acusam a companhia de atuar como um instrumento de espionagem do governo chinês, vários países do mundo decidiram proibi-la de fornecer equipamentos para as futuras linhas da telefonia de quinta geração.

Entre os governos que tomaram a medida estão Canadá, Austrália, Nova Zelândia, Índia e Japão. O Reino Unido havia imposto um teto de até 35% na participação da Huawei em suas redes, mas há expectativa de que as restrições evoluam para banimento. Alemanha, França e Espanha, por sua vez, optaram por não restringir a atuação da companhia até agora.

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No Brasil, essa decisão será de Bolsonaro, a quem caberá a edição de um decreto sobre o tema. Como toda política pública, cabe aos ministérios envolvidos opinar sobre o assunto, pois a decisão, qualquer que seja, terá que ter respaldo técnico, legal e jurídico. Pasta mais diretamente relacionada ao assunto, o recém-criado Ministério das Comunicações tem um posicionamento lacônico.

"A eventual imposição de limitações a um fornecedor de equipamentos de telecomunicações perpassa diversos órgãos de governo para além do Ministério das Comunicações, como o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), o Ministério da Economia e o Ministério das Relações Exteriores, cabendo a decisão final ao presidente", informou a pasta.

O Estadão/Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, procurou sete ministérios na última semana para perguntar a opinião deles sobre o tema. O GSI e os ministérios da Economia, da Agricultura e de Ciência, Tecnologia e Inovações preferiram não comentar, assim como a Casa Civil, a quem cabe reunir a posição dos diferentes ministérios. O Ministério de Relações Exteriores não respondeu.

Guerra de bastidores

Se publicamente os ministérios não se pronunciam sobre o tema, nos bastidores há uma guerra sobre o tema. O ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, ligado à ala ideológica, tem deixado clara sua posição a favor de um alinhamento aos Estados Unidos e contrário à China em suas redes sociais. Sobre a pandemia do novo coronavírus, chamado por ele de "comunavírus", ele considera haver um plano para implantar o comunismo em organismos internacionais.

Já o vice-presidente Hamilton Mourão, por exemplo, já deixou claro ser contra qualquer restrição à Huawei. No ano passado, ele viajou à China, onde se encontrou com o vice-presidente da companhia e reiterou haver um clima de confiança com o país asiático. O tema também preocupa a ministra da Agricultura, Teresa Cristina, já que a China é o principal destino das exportações de soja. Qualquer barreira à Huawei pode ter consequências diretas sobre o agronegócio brasileiro.

Liberal, o ministro da Economia, Paulo Guedes, tem dito que quer as três fornecedoras - além da chinesa Huawei, a sueca Nokia e a finlandesa Ericsson - competindo para oferecer o melhor serviço ao País.

Nórdicas

Curiosamente, os EUA não têm mais um grande fabricante e contam principalmente com os serviços das duas empresas nórdicas. A Lucent foi comprada pela francesa Alcatel e, depois, pela Nokia; a Motorola saiu do mercado de equipamentos centrais; e a Standard Electric, que inclusive tinha fábrica e escritório no Rio, descontinuou o negócio de telecomunicações. As americanas Cisco e a Qualcomm permanecem no setor, mas não fazem equipamentos centrais.

Sobre a acusação de espionagem, Juarez Quadros, ex-presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e ex-ministro das Comunicações, tem uma visão realista. "Todos poderiam espionar. A verdade é que temos de proteger as redes de telecomunicações a evitar situações de conflito. Então teríamos que impor salvaguardas que protejam o Brasil desse risco", afirmou.

Quadros avalia que o ideal seria o governo elaborar uma política pública que estabeleça protocolos de segurança de modo a evitar conflitos geopolíticos. "Se é para restringir, que se façam os atos necessários, porque estão ausentes leis, decretos e portarias nesse sentido. E é preciso ter embasamento legal e jurídico para uma decisão como essa."

O presidente da consultoria Teleco, Eduardo Tude, afirma que a pressão norte-americana vai contra a cadeia de suprimento global do setor e, se for bem-sucedida, certamente levará a aumento de preços. Ele destaca que a americana Apple, por exemplo, produz o iPhone na China. "Voltar a uma fase pré-globalização, em que cada país produz seu equipamento, reduz os ganhos de escala. Isso vai se refletir em preços mais altos. Será pior para todos", diz o analista.

Na avaliação dele, o Brasil tem muito a perder caso se curve à pressão dos Estados Unidos. "Não vejo por que não devamos resistir. A política externa brasileira deve buscar uma posição de neutralidade. Numa briga de gigantes, não devemos nos posicionar de um lado ou de outro", afirma.

Regra de segurança do Brasil não reprime nem privilegia empresas

Mesmo com a pressão norte-americana e a liderança chinesa no 5G, até agora o governo não editou nenhuma norma que restrinja a atuação da Huawei no Brasil. Em março, o GSI editou uma Instrução Normativa (IN) sobre segurança cibernética, com requisitos mínimos para o 5G. Entre as diretrizes está a garantia da integridade, confidencialidade e privacidade.

A norma do GSI também orienta as operadoras a contratar, dentro de uma mesma área geográfica, equipamentos de, no mínimo, dois fornecedores distintos. A prática, no entanto, já é adotada pelas principais teles brasileiras para 2G, 3G e 4G, por estratégia comercial. Essa Instrução Normativa está em análise na Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

Também está na Anatel a análise do edital do leilão do 5G, pelo direito de explorar frequências para transmitir o sinal. A disputa é restrita às teles - como Claro, Vivo, TIM, Oi e Algar, além de prestadores de pequeno porte - e não diz respeito a equipamentos usados.

Apesar das promessas de que a disputa ficaria para 2020, internamente, a agência sempre trabalhou com o prazo de 2021, corroborado pelo ministro das Comunicações, Fábio Faria.

Nos bastidores, as teles são contra a restrição de atuação da Huawei no Brasil, onde a empresa chinesa já está há 20 anos. A estimativa é que a chinesa esteja presente em algo entre 40% e 50% das redes do País. Além disso, boa parte da estrutura atual pode ser reaproveitada no 5G.

Câmara teme retaliação ao agronegócio

A Câmara dos Deputados deve entrar no debate sobre a Huawei e a segurança das redes 5G. Presidente da Comissão de Agricultura e das Frentes Parlamentares Brasil-China e dos Brics, o deputado Fausto Pinato (PP-SP) afirma que essa decisão deve ser tomada em conjunto entre Executivo e Legislativo. "Vou sugerir ao presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ) que crie uma comissão para darmos transparência total a esse processo de 5G no nosso país. Temos que visar o que realmente seja o melhor pro Brasil", disse.

Pinato afirma que o Brasil deve tomar a melhor decisão em termos econômicos e tecnológicos no que diz respeito ao 5G, "independente de ideologias". "Se não há consenso sobre o que fazer, vamos fazer um debate franco", afirmou. Para Pinato, a ala ideológica está levando o governo "para o buraco". "O vice-presidente e a ministra Teresa Cristina não vão aceitar isso", acrescentou.

O deputado defende um debate técnico e transparente sobre o tema e afirma que o Brasil não deve ceder a pressões ou paixões. "A China não é nenhuma santa, mas os EUA têm interesse nessa causa. Não podemos fazer algo só porque o Trump (presidente dos EUA, Donald Trump) disse. O mesmo Trump que briga com a China comprou respiradores de lá e depois faltou pra todo mundo. Não é briga nossa", afirmou. "Vamos entrar nessa briga para não ganhar nada e ainda por cima prejudicar o agro?", questionou.

Estados Unidos apertam teles contra Huawei

Os Estados Unidos têm intensificado movimentos contrários à chinesa Huawei e pressionado operadoras em todo o mundo. Declarações públicas do secretário de Estado norte-americano, Michael R. Pompeo, foram distribuídas pela Embaixada dos EUA no Brasil com esse teor. A Huawei se defende das acusações e afirma nunca ter tido incidentes relacionados à segurança em 30 anos de operação em mais de 170 países.

Em nota oficial, Pompeo defende a adoção de "fornecedores confiáveis" para o 5G. "A maré está se voltando contra a Huawei à medida que cidadãos de todo o mundo estão acordando para o perigo do estado de vigilância do Partido Comunista Chinês", afirma.

O secretário cita medidas anunciadas pela República Checa, Polônia, Suécia, Estônia, Romênia, Dinamarca, Letônia e Grécia. Ele menciona ainda iniciativas adotadas por teles na França, Índia, Austrália, Coreia do Sul, Japão, Reino Unido e Canadá. A nota destaca ainda que a Telefônica, dona da Vivo, também teria se comprometido a não usar equipamentos de fornecedores "não-confiáveis".

A Huawei afirma ser uma empresa privada, com muitos empregados como investidores, além de investidores privados. Por ter capital fechado, ela não tem, porém, o mesmo grau de transparência das nórdicas Ericsson e Nokia, listadas em bolsa e com balanço auditado por empresas independentes.

A empresa atua há 22 anos no País. "A segurança cibernética e privacidade do usuário são o principal foco de atenção da Huawei", reitera. A companhia fornece equipamentos para mais de 500 operadoras em todo o mundo e afirma ter 91 contratos confirmados no 5G até o primeiro trimestre deste ano.

Pesa contra a Huawei a Lei de Inteligência Nacional, de 2017, segundo a qual toda organização deve apoiar e cooperar com a inteligência do Estado. Para os críticos, essa legislação obrigaria as empresas que atuam no país a repassar informações ao comando do Partido Comunista, dentro e fora da China.

Sobre a suspeita, a Huawei afirma que suas soluções "estão de acordo com as leis de cada país em que atua" e que não trabalha "com qualquer governo ou instituição no sentido de criar 'backdoor' para produtos ou serviços". A Huawei informa que tem trabalhado para achar formas de "gerenciar" as restrições propostas pelos EUA.

A aguardada tecnologia de internet móvel de quinta geração (5G) já tem data e local para estrear no Brasil. Ela será ativada na próxima terça-feira (14) em São Paulo e no Rio de Janeiro, com a cobertura restrita a alguns bairros. Esta será a primeira rede 5G da América Latina.

Por enquanto, a novidade será uma exclusividade da Claro. A operadora decidiu tomar um "atalho" para ofertar a nova geração de internet antes das suas concorrentes. A operadora vai empregar uma tecnologia desenvolvida pela Ericsson que permitirá à tele ligar o 5G nas frequências (espécies de "rodovias" por onde trafegam os sinais) já usadas para 4G, 3G e 2G. A mesma estratégia foi adotada recentemente por operadoras que quiseram antecipar a cobertura em países como EUA, Alemanha e Suíça, por exemplo.

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A rede, no entanto, não vai desfrutar de outras vantagens do 5G, como a baixa latência (espécie de tempo de reação entre um pacote de dados ser enviado para a rede e retornar ao dispositivo). É um dos fatores mais importantes para a tecnologia, que pode garantir, por exemplo, a segurança de carros sem motorista nas ruas.

Leilão

A expansão do 5G em larga escala e pleno potencial no Brasil ainda depende do leilão das faixas de frequências que será promovido pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). O certame estava previsto para 2020, mas ficou para 2021, ainda sem data definida. Ali serão leiloadas as faixas específicas por onde o sinal do 5G vai alcançar todo o País, sendo que a principal delas será a de 3.500 Mhz. O leilão está atrasado porque a Anatel ainda estuda como evitar que o 5G "trombe" com o sinal de parabólicas, que também usam a mesma frequência.

"Algumas coisas ainda dificultam a expansão do 5G no Brasil. Daí a importância de evoluir a partir das redes já disponíveis", explica Paulo César Teixeira, presidente da unidade de consumo e empresas da Claro. Nessa operação, a Claro vai usar, inclusive, frequências que pertenciam à Nextel, operadora que foi adquirida no início deste ano. Segundo Teixeira, isso não significa que a empresa não vai participar do leilão.

Bairros

No Rio de Janeiro, a cobertura do 5G começará por Ipanema. Até o fim de setembro, chegará também a Leblon e Lagoa, se expandindo por toda a orla, do Leme até a Barra da Tijuca. Em São Paulo, a cobertura parte da região da Avenida Paulista e Jardins.

A Claro promete que o 5G terá conexões 12 vezes mais velozes que o 4G convencional. Segundo Teixeira, nos testes já foram registrados picos de até 400 megabytes por segundo, valor bem maior que a velocidade média da banda larga no País, na casa dos 50 megabytes por segundo.

Na estreia do 5G, os brasileiros ainda terão que lidar com a pequena disponibilidade de dispositivos compatíveis. Para contornar o problema, a Claro fechou parceria com a Motorola, que lançou na semana passada o Motorola Edge, compatível com a rede. Ele tem tecnologia da Qualcomm e é vendido por aqui a R$ 5,5 mil.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O primeiro-ministro Boris Johnson deve anunciar este mês sua decisão de retirar progressivamente os equipamentos do fabricante chinês Huawei da rede 5G britânica - informa o jornal "Financial Times" nesta segunda-feira (6), citando fontes do governo.

Já o ministro Oliver Dowden, responsável pelo setor Digital, Cultura, Mídia e Esportes, reafirmou hoje, em entrevista à Sky News, que o Executivo busca "diversificar seus equipamentos para reduzir a participação de fornecedores de alto risco, dos quais a Huawei é o principal".

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Segundo o FT, Johnson tem a intenção de excluir a Huawei, principalmente, porque as sanções americanas anunciadas em maio colocariam - conforme um relatório britânico de Segurança Nacional - dúvidas "muito, muito graves" sobre a capacidade de a Huawei continuar fornecendo material para a rede britânica 5G.

Dowden confirmou ter recebido um informe do Centro Nacional de Cibersegurança sobre o impacto das sanções dos Estados Unidos na Huawei e afirmou que podem impor "obstáculos".

Estas sanções estão desenhadas, entre outros pontos, para impedir o acesso da Huawei aos semicondutores feitos com componentes americanos.

Nesse contexto, o governo britânico se preocupa com que os chineses recorram a equipamentos de substituição que possam oferecer novos riscos de segurança, completa o jornal.

O governo de Donald Trump acusa a Huawei de espionar para Pequim e está pressionando, no mundo todo, para que seja excluído das redes de Internet móvel de última geração.

A Huawei sempre negou as acusações de espionagem e diz que se trata, na verdade, de uma guerra comercial.

Em janeiro passado, Londres havia dado sinal verde para a participação da Huawei em infraestruturas não estratégicas de sua rede 5G, limitando sua participação a 35%.

Em maio, porém, a imprensa britânica informou que Johnson estava reexaminando os vínculos do governo chinês com a Huawei e considerava a possibilidade de excluir o grupo de seu 5G até 2023.

Mais de 30 empresas de tecnologia e telecomunicações revelaram nesta terça-feira (5) uma aliança para pressionar por sistemas de banda larga sem fio 5G "abertos e interoperáveis" ao invés de um com provedor único.

A iniciativa ocorre em meio a um debate global mais amplo sobre o lançamento politicamente sensível de redes ultrarrápidas de quinta geração em um mercado liderado pela Huawei, com sede na China, juntamente com Nokia e Ericsson, sediadas na Europa.

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A nova associação, denominada Open RAN Policy Coalition, informou que um sistema de padrões abertos com ofertas competitivas para vários componentes em uma "rede de acesso via rádio" (RAN em inglês) evitaria depender de um um único provedor de tecnologia.

A aliança de 31 empresas está "informando os provedores (de redes sem fio) que há opções" para além de "um único provedor com um sistema proprietário fechado", disse Diane Rinaldo, diretora-executiva da coalizão.

O grupo inclui grandes empresas de tecnologia, como Microsoft, Google, IBM e Cisco; operadores de telecomunicações como AT&T e Verizon nos Estados Unidos e outros globais como Vodafone, Rakuten e Telefónica; e as empresas de hardware e fabricação de chips Qualcomm, Intel e Samsung.

Rinaldo disse à AFP que "a coalizão não foi formada para abordar as preocupações sobre uma companhia em particular, mas para discutir a necessidade de ter uma rede de abastecimento sólida e evitar que uma companhia domine".

No entanto, surge no momento em que Washington exclui a Huawei das redes americanas com argumentos de segurança nacional e incentiva seus aliados a fazerem o mesmo.

"Como demonstra a pandemia global atual, a escolha do provedor e a flexibilidade das implementações de rede da próxima geração são necessárias do ponto de vista de segurança e de rendimento", disse Rinaldo.

"Ao promover políticas que padronizem e desenvolvam interfaces abertas, podemos garantir a interoperabilidade e a segurança entre os diferentes atores e potencialmente reduzir a barreira de entrada para os novos inovadores", prosseguiu.

A aliança destaca que a maioria das redes móveis geralmente foram implementadas usando sistemas totalmente integrados, em que a rádio, o hardware e o software são proporcionados por um único fabricante.

Mas um sistema aberto pode funcionar, destacou o grupo, sempre que os padrões sejam consistentes.

Já há exemplos de implementações móveis bem sucedidas de redes 4G ou 5G que utilizam padrões abertos em Japão, Índia e outras partes do mundo, acrescentou.

"Este conceito já está por aí", disse Rinaldo. "Nossa coalizão está ajudando a espalhar a mensagem sobre isso".

As operadoras de telefonia móvel EE, o2, Three e Vodafone, do Reino Unido, emitiram no último domingo (5) uma declaração conjunta em suas mídias sociais pedindo para que as pessoas parem de queimar as torres de transmissão 5G. 

Os ataques às torres aconteceram nas últimas semanas, após a propagação de um boato nas redes sociais, uma espécie de teoria da conspiração que alega que a tecnologia de internet 5G estaria, na verdade, causando a Covid-19.   

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O Departamento de Cultura, Mídia e Esporte do Reino Unido classificou o boato como “infundado” e cobrou as empresas responsáveis pelas redes sociais a tomar medidas para impedir que notícias falsas como essa se espalhem, causando prejuízos.  

De acordo com as operadoras, quatro torres de telefonia celular foram incendiadas em um período de 24 horas, na última sexta-feira (3). Uma delas não fornecia o serviço de internet 5G mas foi queimada mesmo assim.  Em sua declaração conjunta, as empresas apelaram ao público para que ajude a combater a disseminação de notícias falsas pela internet. 

 

O secretário da Defesa dos Estados Unidos alertou neste sábado (15) que a Huawei é uma ameaça à OTAN e pediu aos europeus que não permitam que a gigante de telecomunicações chinesa participe de suas novas redes 5G.

"Se não entendermos a ameaça e não fizermos algo, no final, poderia comprometer o que é a aliança militar de maior sucesso na história, a OTAN", disse Mark Esper, na conferência de segurança em Munique, Alemanha.

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Por sua vez, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, denunciou o "Cavalo de Troia" que constitui a empresa chinesa, cuja participação nas redes 5G ocidentais levará à transferência para o "Partido Comunista Chinês e aos serviços secretos chineses" os dados de todos os usuários.

A Huawei é acusada pelo governo de Donald Trump de espionagem em favor do governo chinês. Washington pede, portanto, que muitos países não usem o equipamento da gigante chinesa para a implantação da nova rede telefônica 5G.

A França afirmou nesta quinta-feira (13) que a empresa chinesa de telecomunicações Huawei não será excluída do mercado 5G na França, mas pode sofrer "restrições" para proteger os "interesses soberanos" franceses.

"Huawei não será excluída do 5G na França", afirmou o ministro da Economia e Finanças, Bruno Le Maire, ao canal BFM TV, mas acrescentou que "o Estado francês tomará precauções para proteger seus interesses soberanos", especialmente perto das instalações nucleares e militares.

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"É perfeitamente compreensível que em um momento ou outro demos prioridade a uma operadora europeia, como Nokia ou Ericsson, mas se a Huawei apresentar uma oferta melhor do ponto de vista técnico, do ponto de vista dos preços, poderá ter acesso ao 5G na França", disse o ministro.

O governo dos Estados Unidos pressiona seus aliados para que excluam a empresa chinesa do desenvolvimento do 5G, acusando a Huawei de espionar para Pequim.

A Huawei, número dois no mercado de smartphones, lidera o desenvolvimento da internet móvel ultrarrápida, à frente de rivais como a sueca Ericsson, a finlandesa Nokia e a sul-coreana Samsung.

O 5G, uma nova etapa da comunicação móvel, permitirá conectar tudo o que atualmente não está conectado, principalmente objetos, em indústrias, cidades ou no âmbito da saúde.

Luz, câmera, Samsung. Essa poderia ser a nova frase promocional da empresa para sua nova linha Galaxy S20, lançada na última terça-feira (11), em São Francisco. O motivo é que um dos grandes destaques dos smartphones da companhia está, justamente, nas câmeras. Elas combinam Inteligência Artificial com um sensor de imagem que surpreende na hora de dar aquela conferida nos detalhes da foto. Ao todo, foram três modelos anunciados pela empresa o Galaxy S20, Galaxy S20+ e Galaxy S20 Ultra.

Cada mergulho é um flash

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Já não é novidade que a gigante sul-coreana vem investindo em entregar cada vez mais qualidade das fotos tiradas por seus clientes. Dessa vez, ela deu um passo acima na experiência proporcionada por aparelhos top de linha, lançados durante o Galaxy Unpacked. Com um sensor de imagem maior, a resolução da câmera apresenta imagens mais detalhadas, com flexibilidade adicional para edição, corte e zoom. 

Os modelos S20 e S20 + vêm  com uma câmera de 64MP. Já o S20 Ultra oferece 108MP na câmera principal. Os sensores maiores, presentes nos três dispositivos, absorvem mais luz, para gerar fotos mais nítidas mesmo em situações de pouca luz. Para o modelo S20 Ultra o sistema do aparelho consegue alternar o modo de 108MP de alta resolução e um modo de 12MP, graças à tecnologia nona-binning que combina nove pixels em um no nível do sensor.

Mas nada chamou mais atenção do que a capacidade do zoom. Com uma tecnologia chamada Space Zoom, que usa uma combinação de zooms Óptico Híbrido e de Super Resolução, os aparelhos incluem a utilização de inteligência artificial para aproximar mais as imagens. Eles permitem aproximar até 30 vezes mais no Galaxy S20 e S20 + ou usando diferentes lentes para o processamento de múltiplas imagens (alimentadas por AI), o que reduz a perda de qualidade em altos níveis de zoom. Dá para aumentar em até 100 vezes o detalhe da imagem, de forma mais nítida que na linha Galaxy S10.

O 5G vem aí

Todos os três modelos lançados pela Samsung vem com opções compatíveis com o 5G. A empresa promete que a série Galaxy S20 será capaz de fornecer recursos de 5G autônomos (SA) e não autônomos (NSA). O preço dos aparelhos varia entre US$ 999 e US$ 1.399 nos Estados Unidos, aproximadamente R$ 4.342 e R$ 6.080, na moeda atual. 

Configurações

Galaxy S20:

Tela de 6,2 polegadas de Dynamic AMOLED

Câmera frontal de 10MP, câmera traseira tripla com duas lentes de 12 MP e a teleobjetiva de 64MP

Processador Octa-Core

Compatibilidade 5G

Memória: 12GB de RAM e 128 de armazenamento interno (5G)

8GB de RAM e 128 de armazenamento interno (LTE)

ambos os modelos expansíveis até 1TB.

Bateria de 4000 mAh, com carregamento rápido e sem fio.

Sistema Operacional: Android 10

Galaxy S20+

Tela de 6,7 polegadas de Dynamic AMOLED

Câmera frontal de 10MP, câmera traseira quádrupla com duas lentes de 12 MP, a teleobjetiva de 64MP e um sensor de profundidade

Processador Octa-Core

Compatibilidade 5G

Memória: 12GB de RAM e 512 de armazenamento interno (5G)

12GB de RAM e 256 de armazenamento interno (5G)

8GB de RAM e 128 de armazenamento interno (LTE)

ambos os modelos expansíveis até 1TB.

Bateria de 4500 mAh, com carregamento rápido e sem fio.

Sistema Operacional: Android 10

Galaxy S20 Ultra

Tela de 6,9 polegadas de Dynamic AMOLED

Câmera frontal de 40MP, câmera traseira quádrupla com uma lente 12 MP, uma grande-angular de 108 MP, a teleobjetiva de 64MP e um sensor de profundidade

Processador Octa-Core

Compatibilidade 5G

Mémoria: 16GB de RAM e 512 de armazenamento interno (5G/LTE)

12GB de RAM e 256 de armazenamento interno (5G/LTE)

12GB de RAM e 128 de armazenamento interno (5G/LTE)

todos os modelos expansíveis até 1TB.

Bateria de 5000 mAh, com carregamento rápido e sem fio.

Sistema Operacional: Android 10

A Comissão Europeia publicou nesta quarta-feira (29) uma série de recomendações estritas para o desenvolvimento da rede móvel 5G na União Europeia (UE) para prevenir qualquer risco de segurança, sem excluir a chinesa Huawei, acusada de espionagem por Washington.

Elaboradas pelos países do bloco e pelo Executivo comunitário, as recomendações estipulam a aplicação de "restrições pertinentes para os provedores considerados de alto risco", sem nomear explicitamente nenhuma empresa.

A publicação do guia de medidas não vinculantes para os diferentes governos nacionais acontece um dia depois da autorização parcial do governo britânico à participação da Huawei em sua rede 5G.

O governo dos Estados Unidos, que pressiona os aliados a excluírem a empresa chinesa do desenvolvimento da nova geração de parâmetros da rede móvel ao acusá-la de espionar para Pequim, considerou a decisão decepcionante.

Para "mitigar os riscos de segurança", a UE recomenda realizar as "exclusões necessárias (...) para os ativos críticos e sensíveis, como as funções de gestão e de orquestração da rede", explica a Comissão.

Os países da UE estão convocados a vigiar que cada uma de suas operadoras "disponha de vários provedores para evitar a dependência de empresas consideradas de alto risco".

Austrália e Japão seguiram o exemplo dos Estados Unidos e proibiram o uso da Huawei, enquanto a maioria dos grandes mercados emergentes, liderados por Brasil e Índia, abrem os braços para a empresa chinesa.

O 5G, uma nova etapa da comunicação móvel, permitirá conectar tudo o que atualmente não está conectado, principalmente objetos, em indústrias, cidades ou na área da saúde.

Após a declaração do Reino Unido, nesta terça-feira (28), informando que irá permitir que a companhia chinesa Huawei opere na sua rede rede 5G - com algumas restrições, a empresa de tecnologia soltou um comunicado otimista no Twitter. Em nota, Victor Zhang, vice-presidente da Huawei, afirmou estar tranquilo com a decisão e afirmou que vai “continuar trabalhando com nossos clientes para manter a implementação do 5G no caminho certo”.

 A decisão do governo londrino vai contra a pressão norte-americana para excluir a companhia, sob as acusações de que  a gigante chinesa estaria espionando em nome de Pequim. Algo que os executivos da Huawei negam. Porém, o primeiro-ministro Boris Johnson, anunciou que atores de "alto risco" serão "excluídos de partes sensíveis do coração da rede 5G", além de estarem sujeitos a um limite de 35% em sua participação em partes não estratégicas - mas isso não quer dizer que seriam 100% excluídos, como queria o governo dos Estados Unidos.

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 Confira o comunicado da Huawei, após a decisão:

"A Huawei está tranquilizada pela confirmação do governo do Reino Unido de que podemos continuar trabalhando com nossos clientes para manter a implementação do 5G no caminho certo. Esta decisão baseada em evidências resultará em uma infra-estrutura de telecomunicações mais avançada, mais segura e com melhor relação custo-benefício, adequada para o futuro. Ela fornece ao Reino Unido acesso à tecnologia líder mundial e garante um mercado competitivo.

Nós fornecemos tecnologia de ponta aos operadores de telecomunicações no Reino Unido há mais de 15 anos, desenvolvemos esse sólido histórico, apoiando nossos clientes à medida que investem em suas redes 5G, impulsionando o crescimento econômico e ajudando o Reino Unido a continuar competindo globalmente. Concordamos que um mercado diversificado de fornecedores e uma concorrência justa são essenciais para a confiabilidade da rede e inovação, além de garantir que os consumidores tenham acesso à melhor tecnologia possível ", finaliza.

O governo britânico decidiu nesta terça-feira (28) conceder acesso limitado à sua rede 5G aos fabricantes de equipamentos de telecomunicações "de alto risco", a saber, o grupo chinês Huawei, que imediatamente disse estar "tranquilizado".

Londres estava sob forte pressão americana para excluir a Huawei, uma vez que Washington acusa a gigante chinesa de espionar em nome de Pequim. O governo britânico acabou decidindo, como havia sugerido nos últimos dias, que limitará o acesso de fabricantes de "alto risco" às suas redes 5G, mas não as excluiria.

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Em uma declaração que não menciona claramente a Huawei emitida após uma reunião do Conselho de Segurança Nacional presidida pelo primeiro-ministro Boris Johnson, o Ministério da Cultura, Mídia e Digital anunciou que atores de "alto risco" serão "excluídos de partes sensíveis do coração da rede 5G" e estarão sujeitos a um limite de 35% em sua participação em partes não estratégicas.

"Os ministros concordaram que as operadoras britânicas devem estabelecer salvaguardas adicionais e excluir provedores de alto risco de certas partes de suas redes de telecomunicações que são críticas para sua segurança", afirma o comunicado.

Portanto, esses fabricantes de equipamentos serão "excluídos de toda a infraestrutura crucial para a segurança nacional, de funcionalidades centrais e sensíveis da rede, de áreas geográficas sensíveis, em especial perto de locais nucleares e bases militares, e com uma participação" limitada a 35% na rede periférica.

Em um comunicado em separado, a Huawei disse estar "tranquilizada pela confirmação do governo britânico de que podemos continuar trabalhando com nossos clientes para continuar a implantação do 5G".

A gigante chinesa de telecomunicações está presente nas redes britânicas há 15 anos, principalmente nas infraestruturas 4G da Vodafone e da BT.

As operadoras de telecomunicações disseram que excluir a Huawei seria caro e atrasaria a migração para o 5G.

- Pressão dos EUA -

Os Estados Unidos têm exigido que muitos países europeus, em particular o Reino Unido, excluam a Huawei de suas redes, acusando o grupo de manter laços estreitos com o governo chinês e alertando para o risco de espionagem. A Huawei sempre rebateu essas acusações.

Ao autorizar sua participação, mesmo que limitada, Johnson corre o risco de irritar Washington em um momento em que o Reino Unido espera fortalecer seus laços bilaterais, tendo em vista as negociações para um ambicioso acordo comercial após o Brexit.

As autoridades americanas não pouparam esforços para tentar fazer com que Londres cumprisse suas exigências, entre reuniões a portas fechadas e avisos do secretário de Estado Mike Pompeo, que chamou a iminente decisão britânica de "fundamental".

O próprio Johnson falou ao telefone na sexta-feira com o presidente Donald Trump.

Este mês, o primeiro-ministro já havia avisado que existem poucas alternativas à Huawei, dada a sua vantagem tecnológica sobre suas concorrentes.

Além disso, se o grupo chinês fosse excluído, seria necessário eliminar suas estações base da infraestrutura 4G existente, o que seria oneroso e impactaria as contas dos clientes, além de atrasar a migração para o 5G.

Os serviços de segurança britânicos garantiram que é possível trabalhar com a fabricante chinesa sem comprometer a segurança.

Ainda assim, a abertura para a Huawei preocupa alguns no Parlamento de Westminster e dentro do governo.

Enquanto o ministro das Finanças, Sajid Javid, posicionou-se a favor, outros pesos pesados, como o ministro do Interior, Priti Patel, e o ministro da Defesa, Ben Wallace, foram contrários.

Austrália e Japão seguiram o exemplo dos Estados Unidos proibindo a Huawei, mas os países europeus parecem divididos.

Já a maioria dos grandes mercados emergentes, liderados pelo Brasil e pela Índia, está abrindo os braços para a fabricante chinesa.

O governo japonês elaborará uma estratégia abrangente sobre as futuras redes de comunicação sem fio ultrarrápidas 6G e montou um painel para discutir o assunto, declarou ministra japonesa do Interior e Comunicações.

O anúncio foi feito nesta terça-feira (21) pela ministra do Interior e Comunicações do Japão, Sanae Takaichi, que informou que as autoridades japonesas discutirão no final deste mês o desenvolvimento tecnológico, métodos potenciais de utilização do 6G e respectivas políticas.

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"A introdução suave de padrões para redes de comunicação sem fio de próxima geração é indispensável para impulsionar a competitividade internacional do Japão", declarou Takaichi, citada pelo The Japan Times.

As autoridades japonesas esperam lançar redes 6G até 2030, ou antes. A nova tecnologia surgirá após 5G, que estará disponível no Japão já em meados deste ano.

Altas velocidades

O objetivo do Japão é alcançar velocidades até 10 vezes mais rápidas do que a quinta geração oferece. Utilizando ondas de rádio de alta frequência, o 6G japonês será capaz de carregar e transferir enormes quantidades de dados instantaneamente.

Em comparação com as redes 5G, as redes 6G terão uma taxa de dados muito maior, consumirão menos energia dos dispositivos, estarão mais seguras contra hackers e estarão disponíveis em mais dispositivos em rede simultaneamente.

Da Sputnik Brasil

Preocupada em convencer os países europeus antes do lançamento das primeiras redes de internet móvel 5G, a gigante chinesa de telecomunicações Huawei planeja abrir uma fábrica na Europa e está comprometida em rejeitar qualquer acusação de espionagem envolvendo Pequim, declarou à AFP seu presidente, Liang Hua.

Após as sanções aplicadas por Washington, a Huawei adaptou seus sistemas de fornecimento de chips e deixou de ser "dependente" das fabricantes americanas, afirmou Liang esta semana, em Paris, em uma entrevista exclusiva, realizada em chinês com ajuda de um intérprete.

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No entanto, ele está confiante de que não há risco de construir um "muro de Berlim" tecnológico entre a China e os Estados Unidos.

AFP: Os Estados Unidos desconfiam da Huawei. Que garantias oferece para convencê-los de que vocês não apresentam nenhum risco à segurança?

Liang Hua: A primeira coisa que devemos fazer é respeitar escrupulosamente os regulamentos de cada país. É o caso do GDPR [Regulamento Geral sobre Proteção de Dados, um texto europeu] que cumprimos regidamente. O segundo aspecto (...) é garantir total transparência, manter comunicação com os países onde trabalhamos, tentar tornar todos os nossos dados transparentes. (...) A segurança e a confiabilidade da rede é a coisa mais importante: é a razão pela qual fazemos da cibersegurança a prioridade absoluta.

AFP: Vocês podem garantir inequivocamente que os serviços de informações chineses não poderão usar os equipamentos da Huawei para espionar o tráfego da Internet de outros países?

Liang Hua: Nos últimos trinta anos, nunca recebemos esse tipo de demanda. Mesmo que isso acontecesse no futuro, nós rejeitaríamos. O primeiro-ministro chinês Li Keqiang disse que a China não possui uma lei que exija que as empresas forneçam informações. Essa realidade continuará no futuro. Nosso princípio supremo é cumprir rigorosamente a lei dos países em que trabalhamos.

AFP: China e Estados Unidos chegaram a uma trégua em sua guerra comercial. É um bom presságio para a Huawei?

Liang Hua: Essa guerra comercial, na verdade, tem um impacto limitado em nossas atividades, uma vez que não éramos muito ativos no mercado americano. Mais do que a guerra comercial, o que realmente nos afeta é a proibição [de Washington] às empresas americanas de nos venderem chips e softwares. É por isso que tentamos garantir a sobrevivência de nossa empresa nesse contexto, além do mercado americano.

AFP: Como vocês corrigem o bloqueio de Washington para fornecer chips dos Estados Unidos para o seu equipamento 5G? Fazem transferências de tecnologia para outras empresas?

Liang Hua: A tecnologia 5G da Huawei sempre se baseou em uma cadeia de suprimentos globalizada. Após a proibição nos Estados Unidos, repensamos nossa cadeia para garantir a continuidade dos suprimentos e continuar atendendo às necessidades de nossos clientes. Atualmente, no campo das tecnologias 5G, não somos mais dependentes do fornecimento de fabricantes americanos de chips e outros componentes (...). Também reforçamos nossa colaboração com fornecedores europeus, japoneses e sul-coreanos. Pretendemos fabricar nossos próprios componentes [para equipamentos 5G] na Europa, tendo aqui uma base de produção. Estamos realizando um estudo de viabilidade para abrir uma fábrica na Europa. Em qual país? Isso faz parte do estudo de viabilidade. (...) Quanto ao calendário, [a decisão] pode ocorrer muito rapidamente.

AFP: Após as sanções dos Estados Unidos, a China estaria avaliando uma proibição do uso de computadores e programas de computador estrangeiros. Não existe o risco de dois mundos digitais surgirem, uma espécie de "muro de Berlim tecnológico"?

Liang Hua: Eu não acho que exista um mundo dividido em duas partes. Mesmo na China, as pessoas continuarão usando produtos da Apple e outras marcas de tecnologia. Não vamos esquecer que existem 1,4 bilhão de usuários na China! Mesmo nos Estados Unidos, tenho certeza de que os consumidores continuarão a usar outros sistemas [além dos americanos]. Estou certo de que o mundo digital do futuro será um mundo globalizado. Se, ao contrário, formos forçados a recuar, perderemos a competitividade.

AFP: A Huawei lançou recentemente seu smartphone Mate 30 Pro sem o sistema operacional Android da Google americana ou de sua loja de aplicativos, devido a um bloqueio nos Estados Unidos. É possível permanecer competitivo sem eles na Europa? Os serviços da Huawei e seu próprio sistema operacional podem assumir o controle?

Liang Hua: Há um futuro para nossos dispositivos. Esperamos um volume de envios entre 245 e 250 milhões de unidades este ano [no mundo todo]. No mercado de exportação, somos proibidos de usar o Google Mobile Services [um conjunto de aplicativos pré-instalados em dispositivos Android] e serviços associados, por isso tentamos desenvolver alguns Serviços Móveis na Huawei. Confiamos que esses serviços (HMS) e o ecossistema de aplicativos continuarão a se desenvolver.

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) vai retomar na próxima semana as discussões do leilão do 5G com alterações significativas em relação à proposta original. O 'Estadão/Broadcast', plataforma de notícias em tempo real do Grupo Estado, apurou que a nova proposta para o formato do leilão, que será apresentada na próxima quinta-feira (12), privilegia as grandes teles que já atuam no setor e pode inviabilizar a participação das pequenas operadoras, prevista na primeira versão do edital.

A disputa, uma das mais aguardadas pelo setor, deve movimentar R$ 20 bilhões em arrecadação e investimentos. O 5G pode revolucionar a indústria e as relações entre consumidores e máquinas com maior velocidade para a internet sem interrupções no sinal, permitindo o avanço de tecnologias como cirurgias à distância e carros autônomos. Diversos países já realizaram leilões de 5G, assunto que é alvo de guerra tecnológica entre Estados Unidos e China.

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Em outubro, a discussão foi paralisada na Anatel porque um dos conselheiros pediu vista. Dividida, a diretoria da agência ainda pode solicitar um novo adiamento, o que empurraria o leilão, previsto para o fim de 2020, para o início de 2021. Após a Anatel definir uma proposta de edital, ele deve ficar aberto para consulta pública por 45 dias, para só então ser definitivamente aprovado. Depois, o edital precisa ainda do aval do Tribunal de Contas da União (TCU).

Mudança

Na nova proposta, segundo apurou o Estadão/Broadcast, o conselheiro Emmanoel Campelo deve dividir a frequência do 3,5 GHz em três blocos nacionais, o que favoreceria as grandes teles. A principal polêmica da primeira versão do edital, sugerida pelo conselheiro Vicente Aquino, era justamente a reserva de um bloco de 50 MHz, dividido em 14 regiões, exclusivamente para pequenas operadoras e novos entrantes. Pela primeira vez, a Anatel propunha privilegiar esse grupo, que poderia fazer suas ofertas antes das grandes teles, invertendo a ordem tradicional dos leilões.

O parecer de Campelo sugere a retomada da prática usual. Questionado sobre o possível favorecimento das grandes teles, o conselheiro afirmou em nota que a informação é "inverídica e especulativa", reforçando que o conteúdo do seu voto só estará público na quinta-feira.

Em defesa da proposta original, Aquino afirma que os provedores regionais já detém, em conjunto, a maior parcela do mercado, com mais de 30% das conexões de banda larga no Brasil. "Eles têm sido o motor de crescimento da banda larga no País os últimos. São esses heróis da conectividade que estão levando a fibra ótica para o interior do País", disse.

Na proposta de Aquino, se houver sobras no bloco reservado às pequenas, elas serão licitadas na etapa seguinte do leilão, juntamente com a parte que será ofertada às grandes teles - seriam três áreas nacionais, que totalizam 250 MHz. Os blocos seriam divididos em 10 MHz, e cada tele poderia fazer lances de no mínimo 5 e no máximo 12 blocos, com múltiplas rodadas e preços ascendentes. Para essas empresas, será exigida a cobertura nas rodovias e a instalação de fibra ótica nas cidades que não possuem essa estrutura.

O presidente da Associação Brasileira das Prestadoras de Serviços de Telecomunicações Competitivas (Telcomp), João Moura, diz que a proposta de Aquino possibilita o aumento de participação das pequenas operadoras e garante, no futuro, a entrada de outras companhias. Para ele, o compartilhamento das redes deve ter regras claras e definidas já no edital. "Temos que considerar as mudanças profundas a longo prazo. Não podemos pensar no leilão olhando pelo retrovisor, com elementos do passado."

A companhia telefônica T-Mobile anunciou nesta segunda-feira (2) ter se tornado a pioneira no lançamento de serviços 5G wireless nos Estados Unidos, embora sejam mais lentos do que alguns esperavam para a nova geração de conectividade.

"O lançamento de hoje catapulta imediatamente a T-Mobile à posição de liderança como a maior rede 5G do país", expressou a companhia em um comunicado.

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A T-Mobile, terceira operadora dos Estados Unidos, informou que sua rede 5G atende 200 milhões de pessoas e "atravessa paredes", superando o lançamento limitado do 5G das concorrentes maiores, Verizon e AT&T, no começo deste ano.

A empresa acrescentou que vai melhorar e ampliar sua rede 5G se concluir uma fusão planejada com a rival Sprint, um acordo aprovado por reguladores americanos, mas que enfrenta um desafio judicial de vários estados do país.

O sistema T-Mobile opera em uma banda baixa que oferece velocidades mais rápidas do que as atuais redes 4G, mas abaixo do máximo prometido para o 5G, embora a empresa o tenha denominado de "5G real, baseado em padrões".

"Construímos uma [rede] 5G que funciona para mais pessoas em mais lugares e este é apenas o começo", destacou Neville Ray, presidente de tecnologia da companhia.

No âmbito da luta pelo uso da tecnologia 5G, as autoridades americanas proibiram o uso de equipamentos da Huawei, principal fabricante de infraestruturas de comunicações com sede na China, devido à preocupação de que sua rede possa apresentar riscos de segurança nacional, o que a companhia nega.

O presidente Jair Bolsonaro disse, nesta terça-feira (26), que o encontro com o CEO da Ericsson, Börje Ekholm, ocorrido nesta segunda-feira (25), tratou de investimentos da empresa e tecnologia 5G.

"Estão investindo no Brasil há muito tempo, então você tem que dar uma certa prioridade para eles. Mas nós vamos decidir a questão do 5G levando-se em conta questão técnica e econômica", afirmou Bolsonaro, emendando que a palavra final é do ministro de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes.

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Por ora, a previsão é de que o governo realize o leilão do 5G no segundo semestre de 2020.

A empresa italiana Pirelli se tornou a primeira do mundo a desenvolver pneus inteligentes que conseguem transmitir ao condutor, através da rede 5G, informações sobre as condições da pista.

De acordo com a Pirelli, os pneus, quando conectados ao 5G, identificam possíveis situações de aquaplanagem e transmitem ao motorista o perigo que o veículo poderá enfrentar na sequência.

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O conceito foi apresentado em Turim, na Itália, durante o evento "O papel do 5G na comunicação V2X". A tecnologia, por sua vez, é denominada "Primeiro Sistema ADG 5G Avançado".

O Pirelli Cyber Tyre, equipado com um sensor interno, no futuro fornecerá informações relativas ao modelo do pneu, quilômetros percorridos, carga dinâmica e, pela primeira vez, situações de perigo potencial na superfície das estradas, como presença de água e baixa aderência.

Além de informar o próprio condutor, os dados podem ser fornecidos para outros carros, podendo aumentar a segurança em rodovias.

Da Ansa

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira que a empresa Huawei quer operar a faixa 5G no Brasil. Bolsonaro encontrou-se com o presidente da empresa, Yao Wei, na manhã desta segunda. "Apenas ouvi", resumiu Bolsonaro. O presidente afirmou que, durante a reunião, a empresa chinesa deixou claro seu interesse em participar da faixa 5G, mas que não foi abordado diretamente o tema leilão.

"Não ouvi a palavra leilão. Se falou, estava desatento", disse. O presidente afirmou haver ainda uma outra empresa sul-coreana de operar 5G. "A gente vai levar para o lado da oferta e conectividade."

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Bolsonaro afirmou ainda que numa reunião terça-feira cedo a proposta de reforma administrativa será novamente debatida. A expectativa é de que uma versão do texto seja apresentada para a discussão. A ideia, de acordo com o presidente, é fazer uma proposta "mais suave possível."

Questionado sobre a cotação do dólar, que bateu R$ 4,21 nesta segunda, e se alguma medida seria adotada, o presidente sugeriu ligar para o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. "Quer o telefone do Roberto Campos?"

As operadoras de telecomunicações Oi, Vivo e Tim manifestaram na quinta-feira seu desejo de que o leilão da internet de quinta geração (5G) ocorra só mais adiante. O certame, que será realizado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), estava originalmente previsto para março de 2020, mas a data exata ainda não foi definida pelo órgão regulador, e as empresas já contam com um atraso. Sob a ótica da Oi, uma eventual postergação ajudaria as empresas a tomarem fôlego após os investimentos feitos nas redes de 4G. Já Vivo e Tim disseram que é preferível que o leilão demore um pouco mais se isso resultar em regras mais favoráveis para o setor.

"Existe a expectativa do leilão acontecer na segunda metade de 2020, é possível. Mas nada impediria que ele acontecesse em 2021", declarou Rodrigo Abreu, presidente executivo da Oi, durante feira do setor. "É óbvio que se for para frente, melhor. De fato, o País ainda está no suspiro do investimento feito nas redes de 4G e 4.5G", justificou.

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No dia anterior, o presidente da Telefônica Brasil, Christian Gebara disse preferir que o leilão de 5G ocorra mais tarde, porém com as regras corretas, em vez de sair no curto prazo e com regras desfavoráveis.

A Anatel deve publicar nas próximas semanas a consulta pública para o edital do leilão. O secretário executivo do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Julio Semeghini (PSDB-SP), reiterou que a intenção do governo é realizar o certame o mais rápido possível, em 2020, mas não se comprometeu com datas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A utilização da tecnologia 5G no Brasil está mais perto de se tornar uma realidade do que imaginávamos. Operadoras de telefonia como VIVO e TIM já estão na corrida para disponibilizar soluções práticas e implementar a rede tão logo aconteça o leilão da Anatel, previsto para acontecer em algum momento de 2020. Porém, um dos grandes desafios a ser enfrentado pelas companhias é a reverberação desse sinais de internet dentro dos centros urbanos. 

Engana-se quem acredita que toda essa conexão - que pode chegar até 1GB de velocidade - ficará restrita apenas aos smartphones. A aposta das companhias é que, com a chegada da rede, a utilização da Internet das Coisas (IoT) fique cada vez mais comum . Dessa forma carros autônomos, transmissões de vídeo em tempo real, carregamento de arquivos quase que instantaneamente e o uso da realidade aumentada poderiam fazer parte da nossa rotina mais organicamente.

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Para o Head de Inovação da TIM, Janilson Bezerra, a solução dessa utilização massiva estaria nos biosites. Os postes camuflados, que funcionam como grandes repetidores de sinais de internet, seriam a chave para fazer com que o sinal 5G chegasse não apenas à casa das pessoas e seus smartphones. “A gente tem vencido aquele esteriótipo da antena tradicional, grande e metálica. Já agora com o 4G a gente começa a ir para um modelo em que a antena já se camufla dentro das cidades, que são os conceitos de biosite. Ele vai ser um poste de iluminação, mas vai ter as antenas de 4G, de 5G embarcadas lá dentro”, explica Janilson. 

Ele sugere que o que pode impulsionar esse processo é o entendimento do poder público em flexibilizar a instalação da tecnologia 5G em seus centros urbanos. “Esse desafio [da instalação do 5G] acaba sendo materializado na necessidade de ter mais antenas, vai ter antena mais próxima da aplicação. Mas esse é um desafio dos países. A gente tem interagido com as cidades para promover essa reflexão de que é necessário flexibilizar a legislação [para a instalação das antenas]”, afirma. 

Em Pernambuco, a operadora - que na última quinta-feira (17) inaugurou o primeiro centro de pesquisas 5G do Nordeste - tem 36 biosites funcionando em cidades como Bezerros, Caruaru, Olinda, Ipojuca, Jaboatão dos Guararapes e na capital pernambucana. Ao todo, 10 municípios estão sendo beneficiados pela tecnologia, que poderá ser uma opção viável no futuro.

O leilão do 5G ainda não tem data para acontecer. A expectativa é que em 2020, a Anatel conclua o processo para que, enfim, o Brasil possa receber a tecnologia tanto para uso mobile quanto para aumentar ainda mais a conexão entre dispositivos inteligentes.

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