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O futebol brasileiro passa, mais uma vez, por grandes críticas à arbitragem. Assim como em outros anos, 2022 vem sendo marcado por erros graves de árbitros e assistentes em várias partidas. Entre junho e julho, o tom das cobranças de jogadores, técnicos e dirigentes subiu e sete árbitros foram afastados pela CBF, que tenta contornar mais uma crise envolvendo o setor.

Bruno Arleu de Araújo (Fifa), Savio Pereira Sampaio (Fifa), Rafael Traci (Fifa), Emerson de Almeida Ferreira, Marcus Vinicius Gomes, Luiz Flávio de Oliveira (Fifa) e Wagner Reway receberam punições e foram temporariamente afastados. Não há padronização para o afastamento de profissionais, seja quanto ao tempo na "geladeira", seja entender quais erros são passíveis dessa punição.

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O primeiro árbitro a ser punido foi Bruno Arleu de Araújo (Fifa), ainda em junho, na décima rodada do Brasileirão, quando não marcou um pênalti em Yago Pikachu, na partida entre Fortaleza e Goiás. Ele voltou a apitar um mês depois, no duelo entre Coritiba e Juventude.

Já Savio Pereira Sampaio e Rafael Traci (VAR) foram criticados e punidos por suas atuações no jogo entre Internacional e Botafogo, no dia 19 de junho. Desde então, Sampaio ainda não voltou a apitar na Série A, enquanto Traci retornará neste domingo no duelo entre Athletico-PR e São Paulo, em Curitiba. Traci, inclusive, esteve como VAR no confronto entre Sport e Guarani pela Série B, na quinta-feira, e solicitou que o gol bugrino fosse revisado pelo árbitro André Luiz de Freitas Castro, que decidiu pela anulação por ver uma suposta falta. A decisão revoltou o Guarani em campo, que saiu derrotado da Ilha do Retiro.

Emerson de Almeida Ferreira e Marcus Vinicius Gomes foram afastados após a partida entre Palmeiras e São Paulo pelo jogo da volta das oitavas de final da Copa do Brasil no dia 14 de julho. Eles ainda não retornaram a apitar na competição ou no Brasileirão. Já Luiz Flávio de Oliveira e Wagner Reway foram punidos na última quinta-feira por uma sucessão de erros no duelo entre Flamengo e Athletico-PR pela Copa do Brasil.

A arbitragem do futebol brasileiro teve que lidar com correções de rota neste ano. Em abril, a Comissão de Arbitragem passou a ter um novo presidente. Wilson Seneme assumiu a vaga, após deixar a mesma função na Conmebol, onde esteve por seis anos. Seneme chegou à CBF para preencher oficialmente a lacuna deixada após a saída de Leonardo Gaciba, demitido do cargo em novembro do ano passado, após uma série de episódios polêmicos envolvendo árbitros na reta final do Brasileirão. Ainda em abril, foram oficializados os desligamentos de dez funcionários, que tinham cargos de comando na arbitragem brasileira.

"A gente gostaria que a arbitragem não fosse lembrada após os jogos. A gente gostaria que os outros segmentos do futebol lembrassem dos gols bonitos, das jogadas maravilhosas, e que se falasse pouco da arbitragem. O grande objetivo dos árbitros é influenciar os resultados dos jogos o mínimo possível. Essa é a nossa busca", declarou Seneme ao Estadão após ser empossado no novo cargo.

ARBITRAGEM TERÁ INTERTEMPORADA PARA TREINAMENTO

A ausência de um padrão de arbitragem confunde e incomoda jogadores, técnicos e dirigentes. O futebol brasileiro vive sempre em ebulição por conta das críticas e cobranças a um melhor desempenho dos árbitros. Na manhã de terça-feira, ao falar a dirigentes dos 40 clubes das Séries A e B do Campeonato Brasileiro, o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, admitiu que tem feito cobranças à Comissão de Arbitragem e afirmou que o próprio Wilson Seneme, às vezes fica "indignado" com marcações de campo.

Seneme anunciou que 95 árbitros de todo o Brasil passarão por uma "intertemporada" no Rio de Janeiro na próxima semana. Além disso, a partir de agosto haverá sessões de treinamento no Centro de Arbitragem da CBF todos os meses, com pequenos grupos. O dirigente também informou que foram criados 840 perfis em plataforma de vídeo e estatísticas para que os árbitros assistam aos lances dos jogos em que atuam, para análises de lances e orientações de instrutores. Além disso, está sendo criado um quadro com 128 árbitros VAR-CBF.

O treinamento será realizado entre 1º e 5 de agosto, em três sedes diferentes, e contará com trabalhos práticos em simuladores de VAR e em campo de jogo. A partir deste mês, a Comissão também realizará treinamentos práticos presenciais mensais com o quadro.

DOIS PESOS, DUAS MEDIDAS?

A árbitra Edina Alves (Fifa) apitou 17 jogos da Série A do Campeonato Brasileiro nos últimos dois anos, mas em 2022 ainda não atuou em nenhuma partida da competição após 14 rodadas. Em fevereiro, ela ficou marcada por dois erros no clássico entre Santos e São Paulo, pelo Paulistão.

À época, a Federação Paulista de Futebol admitiu que Edina deixou de assinalar dois pênaltis a favor do time da Vila Belmiro na partida que terminou com vitória da equipe tricolor por 3 a 0.

Internada em UTI particular lutando para vencer a forma grave da Covid-19 há quase duas semanas, a técnica de enfermagem concursada pelo estado de Pernambuco Francisca Nascimento* informou seus superiores sobre os primeiros sintomas da doença ainda no começo de outubro. Ouviu que não teria o direito de realizar o teste para constatar a contaminação. “Naquele momento, minha mãe só apresentava os sintomas leves e o estado só testa as pessoas quando elas estão debilitadas. Diante da negativa, ela bateu o pé e disse que não iria trabalhar nessa situação”, lembra Henrique Nascimento*, filho da trabalhadora. Moroso para conceder os testes e liberar os trabalhadores, o estado de Pernambuco vem permitindo que profissionais de saúde permaneçam em seus postos de trabalho acometidos pela covid-19.

“Só conseguimos o teste de minha mãe para Covid-19 quando fomos para um hospital particular, o que é impossível para muitos técnicos de enfermagem, que ganham entre R$ 600 e R$ 1,2 mil reais. Imagina pagar um plano de saúde de R$ 300? É um percentual muito grande do ganha pão dessas pessoas”, lembra Henrique. Segundo o filho da auxiliar, toda a renda familiar foi comprometida para enquadrar sua mãe em um plano privado. “O tempo de espera para internação é muito alto na rede pública, você só vai se precisa de intubação, então sabíamos que a situação poderia piorar”, frisa.

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Henrique teme que a mãe, que agora respira com a ajuda de aparelhos, sofra algum tipo de retaliação por ter deixado de ir ao trabalho diante da suspeita de infecção. “Todo dia ela relatava que colegas próximas estavam trabalhando infectadas. Ela tem 52 anos, predisposição para diabetes e sofre de pressão alta, mas sentia orgulho de seu trabalho. O sentimento que fica é de descaso e medo, de perder minha mãe”, lamenta.

“Contaminei família e colegas de trabalho”

Foi durante o expediente na UTI de um hospital na Região Metropolitana do Recife (RMR) que o auxiliar de enfermagem João Souza* apresentou os primeiros sintomas de Covid-19. “Não consegui o teste de maneira alguma na rede pública, mas 27 dias depois dos primeiros indícios de que estava doente, em uma unidade privada. Passei 28 dias com covid-19”, lamenta. É também à sua iniciativa de procurar um hospital privado que se deve o curto afastamento que conseguiu do trabalho. "Lá, recebi um atestado de sete dias, que não foi aceito por minha unidade de trabalho, pois exigiram que eu fosse atendido lá. Reduziram meu afastamento para cinco dias, sem notificar a covid-19, mas tratando meu caso como uma amigdalite. Voltei a trabalhar doente”, lembra.

Assim, por cerca de 23 dias, o auxiliar acredita ter contaminado uma série de colegas de trabalho. “Também passei o vírus para minha esposa, meu filho e minha sobrinha, que confirmaram o quadro com exames na rede particular. Durante esse período, sofri com diarreia, febre, falta de paladar e infecção ocular. Acredito que a subnotificação dos profissionais de saúde é grande”, acrescenta.

Procurado pelo LeiaJá, o Sindicato dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem de Pernambuco (Satenpe) confirma a existência de diversas denúncias a respeito de profissionais na linha de frente da Covid-19 trabalhando infectados pela doença. “Nós já acionamos a Justiça solicitando que, a cada 15 dias, a Prefeitura do Recife e o Estado de Pernambuco sejam obrigados a testar todos os profissionais de saúde na linha de frente da Covid-19. O risco de contaminação é grande, pois o técnico pode estar sendo um vetor de transmissão do novo coronavírus”, frisa Gilberto Flávio Melo, presidente do Satenpe.

Gilberto também acredita que os profissionais de saúde tenham se tornado vetores do novo coronavírus. “Os exames só são realizados em trabalhadores que apresentam sintomas clássicos da Covid-19, como dores no corpo, perda do olfato e paladar. Os demais não conseguem”, coloca.

Governo defende protocolo estabelecido

Questionada pela reportagem do LeiaJá, a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) se manifestou por meio de nota, alegando que orienta os profissionais a, “qualquer sinal de sintomas gripais, a se resguardar mantendo o isolamento social e dos familiares, assim como realizar a comunicação a sua chefia imediata para ser iniciado o período de afastamento”. Segundo o governo do Estado, os profissionais já aguardam o resultado do teste para detecção da covid-19 em situação de isolamento social. Leia a nota na íntegra:

“A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) informa que desde o início da pandemia do novo coronavírus orientou todas as unidades da rede estadual sobre o protocolo de prevenção e tratamento da doença. Tal protocolo foi discutido e repassado para os profissionais das unidades de saúde, principalmente para aqueles que vieram a atuar na linha de frente dos atendimentos. Os profissionais são orientados, a qualquer sinal de sintomas gripais, a se resguardar mantendo o isolamento social e dos familiares, assim como realizar a comunicação a sua chefia imediata para ser iniciado o período de afastamento.

É importante salientar que esses profissionais devem buscar a realização da testagem para detecção da Covid -19, e enquanto aguardam o seu resultado, devem ficar isolados. Se o profissional estiver no serviço de saúde quando do início dos sintomas, deve procurar fazer a testagem no local. Caso esteja em casa, a orientação é procurar os serviços para realização do exame.

Para realização desses exames, os profissionais podem buscar os centros de testagens localizados no o Centro de Formação dos Servidores e Empregados Públicos do Estado de Pernambuco (Cefospe), com agendamento pelo aplicativo Atende em Casa. Com atendimento por demanda espontânea, e também gerido pelo Estado, há o Centro de Abastecimento e Logística de Pernambuco (Ceasa), funcionamento de segunda a sexta, das 7h às 15h, e o Centro de Convenções de Pernambuco (Cecon-PE), em Olinda, com atendimentos também aos fins de semana, a partir das 8h.

A SES destaca também, que há outros serviços de testagem que podem ser acessados por esses profissionais. Por meio do Atende em Casa (aplicativo para smartphone com sistema android ou acesso pelo www.atendeemcasa.pe.gov.br), é possível agendar para local, data e horário já especificados. Ao todo, 146 municípios aderiram a esse tipo de marcação.

A SES-PE frisa que os exames para detecção da doença devem atender alguns critérios para maior efetividade do resultado. O do tipo RT-PCR é indicado para quem está com sintomas gripais até o sétimo dia do início do quadro, podendo, porém, ser estendido até o décimo dia, caso persistam os sintomas; e o teste rápido, para os casos em que o paciente esteja há mais de sete dias do início dos sintomas e também com mais de 72h desde o desaparecimento dos sintomas. Esses também são ofertados pelas redes municipais.

Por fim, a SES lembra ainda que para profissionais da educação, e seus contatos no ambiente de trabalho e domiciliar, há centro de testagem na sede da Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco (SEE), na Avenida Afonso Olindense, 1513, Várzea, no Recife. O centro funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 15h. O agendamento também é pelo Atende em Casa”.

*Nomes fictícios

O supervisor e dois carcereiros de um presídio em Oklahoma, nos Estados Unidos, foram acusados de crueldade e contravenção por usar o hit infantil 'Baby Shark' para torturar presos. De acordo com a denúncia, os detentos ficavam algemados enquanto a música era repetida em alto volume durante horas.

Os abusos ocorreram entre os dois últimos meses de 2019. Segundo o jornal The Oklahoman, pelo menos quatro reclusos foram vítimas do trio, que os separava em uma sala por duas horas ao som da canção da empresa Pinkfong. As câmeras de monitoramento ajudaram na investigação e apontaram os envolvidos.

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Os agentes foram identificados como Gregory Cornell Butler Jr. e Christian Charles Miles, ambos de 21 anos. Nessa segunda-feira (5), eles foram acusados de impor estresse emocional indevido aos presos, traduzida na medida controversa de disciplina, e deixaram o emprego no decorrer da apuração interna.

Já o supervisor da dupla trata-se de Christopher Raymond Hendershott, de 50, que se aposentou diante da repercussão do caso. Seu nome foi envolvido por não impedir a prática cruel.

Neste sábado (1º), o Pronto-Socorro Cardiológico de Pernambuco Prof. Luiz Tavares da Universidade de Pernambuco (Procape/UPE), situado no Recife, suspendeu as atividades da UTI e da enfermaria pediátrica. A medida ocorre em decorrência do afastamento de mais de 30% do corpo de enfermagem (enfermeiros e técnicos) por suspeitas da Covid-19 e por integrarem o grupo de risco da doença. Assim, por hora, falta pessoal para prosseguir com trabalho.

Por meio de nota, o Procape informou que realizou remanejamento de profissionais dentro do hospital, bem como seu direcionamento para atender os pacientes com o novo coronavírus. “A gestão ainda explica que a capacidade de atendimento dos dois setores foi reduzida. No entanto, durante a pandemia a taxa de ocupação do hospital caiu para menos de 50%. Além disso, todos os cuidados de prevenção de infecção foram mantidos de acordo com os protocolos de saúde”, informa o posicionamento.

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Desde 1 de julho de 2020, o hospital vem retomando os atendimentos ambulatoriais gradativamente, segundo preconizam as normas da vigilância sanitária. De acordo com sua assessoria de imprensa, o Procape informou que “a enfermaria pediátrica deve reabrir quando o quantitativo de pessoal for normalizado”.

Um vídeo que circula nas redes sociais desde o início da manhã desta quarta (26) mostra policiais militares com sinais de embriaguez em um bar do Distrito Federal.

As imagens mostram os dois PMs fardados e aparentemente desequilibrados, como se estivessem sob efeito de álcool, apesar de segurarem latas de refrigerante.

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Ao UOL, a polícia civil confirmou que o vídeo foi gravado no Hookar Aldeia, localizado em Itapoã, a 24km de Brasília. Já a PM declarou que os policiais - que estavam armados - foram presos cautelarmente e conduzidos para a Corregedoria Geral.

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Quando o ambiente de trabalho se torna um problema, a atenção deve ser redobrada. As variáveis em torno das condições que levam profissionais a desenvolver transtornos psicológicos são diversas. De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), profissões como médico e professor estão entre as mais desgastantes, gerando uma alta incidência de licenças por problemas como depressão e estresse.

Ana* é professora há 18 anos. A profissão, herdada da mãe, sempre foi motivo de orgulho para a família. Acreditando na educação como base de formação para qualquer indivíduo, a paixão deu lugar à frustração, quando os problemas desenvolvidos em sala de aula começaram a influenciar na rotina em casa.

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“Ser professor, além de tudo, é uma loucura. Você tem que trabalhar por amor à profissão. O dia a dia no trabalho me deixava doente e isso começou a afetar meus filhos”, explica, em entrevista ao LeiaJá. Lecionando em uma escola de bairro periférico, Ana* desenvolveu síndrome do pânico e nervosismo, de acordo com laudo médico. Segundo ela, as causas são relacionadas diretamente a um episódio traumático vivenciado em sala de aula, do qual prefere não recordar.

“Depois do que aconteceu, a nossa vida nunca mais foi a mesma”, conta o marido de Ana*. A morte de um aluno em sala de aula foi o que agravou a situação, já complicada, de sua esposa. “A área de trabalho não contribuía, mas a função do educador é estar onde precisam dele. Ana* não tinha a noção que aconteceria situações como essa. Foi o ápice para os problemas dela”, explica. Após o ocorrido, a professora ficou afastada e não conseguiu mais voltar às salas de aula. “Nunca mais quero dar aula. O amor deu lugar ao medo, me senti desamparada”, pontua a docente.

A história da professora do ensino fundamental reflete os dados da pesquisa realizada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que mostra o Brasil como o país com o maior índice de violência contra professores. O estudo foi realizado em 2013 com mais de 100 mil professores e diretores de escolas do segundo ciclo do ensino fundamental e do ensino médio (alunos de 11 a 16 anos). Os números preocupantes se materializam no dia a dia dos profissionais da educação.

A professora Maria* trabalha há 14 anos na área. “É uma triste realidade, mas é muito comum alunos levantarem o tom da voz e agirem de forma agressiva quando há algum problema, principalmente relacionado ao desempenho e a atividades relacionadas à avaliação”, lamenta. Ainda de acordo com a mesma pesquisa, 12,5% dos professores ouvidos no Brasil disseram ser vítimas de agressões verbais ou de intimidação de alunos pelo menos uma vez por semana.

Os problemas desenvolvidos em sala de aula podem trazer consequências adversas à saúde do profissional. “Não consigo mais dar aulas, esse espaço se tornou algo muito estressante para mim. De pouco em pouco as coisas se agravaram em sala, me colocando em um quadro de esgotamento mental absurdo”, explica Maria*. Um dos efeitos é o afastamento das atividades, solicitando licenças e benefícios ligados ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Os dados divulgados pela Secretaria de Planejamento e Gestão de São Paulo apontam o crescimento no número de professores de escolas estaduais afastados por desenvolver transtornos mentais ou comportamentais no Estado. Em 2015, o número foi de 25.849 afastamentos. No ano seguinte, quase dobrou, totalizando 50.046 afastamentos. Já em 2017, até setembro, houve 27.082 afastamentos.

A realidade por trás desses números revela uma situação preocupante, como avalia o Presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação, Heleno Araújo: "Os professores muitas vezes atuam em condições péssimas de trabalho, principalmente em escolas públicas, e falta segurança". Além dos baixos salários, que provocam desmotivação e exaustão, existem fatores ligados à falta de espaços para socialização, espaços de lazer e suporte social com centros de aconselhamento e diálogo. Segundo ele, tais pontos podem explicar as razões estruturais para o aumento dos números de licenças.

De acordo com pesquisa, 13% dos profissionais em educação em Pernambuco foram afastados por ansiedade ou nervosismo. Outros 9% tem problemas relacionados à voz e 7% ao estresse.  O estudo foi desenvolvido pelo Grupo de Estudos Sobre Política Educacional e Trabalho Docente da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

A realidade de cada indivíduo se relaciona com os problemas estruturais da realidade educacional no país, avalia a psicóloga Aline Sharon. “Conviver com as diferenças é um grande desafio, mas o principal problema perpassa na falta de reconhecimento da categoria. A classe escolar não visualiza o profissional com respeito. Essa configuração potencializa o desenvolvimento de transtornos”, explica. O mesmo grupo de estudos da UFMG apontou as principais causas para os afastamentos em todo o país: depressão, ansiedade, nervosismo e estresse.

O caminho para mudança dessa realidade pode parecer inalcançável. Maria*, após o afastamento das atividades em sala de aula, decidiu, com o apoio da família, não voltar a lecionar. Mantida com a ajuda financeira dos filhos, ela relembra que o processo de aconselhamento não existiu: “Não busquei ajuda, simplesmente deixei essa situação se instalar dentro de mim até um ponto que não aguentava mais e decidi parar. A partir desse momento, reconheci que precisava de ajuda e não conseguiria mais voltar ao trabalho sem as condições necessárias para realizá-lo”.

Outra pesquisa, denominada Trabalho Docente na Educação Básica do Brasil, realizada pelo mesmo grupo da UFMG, mostra que "grande parte dos trabalhadores que possuem enfermidades não incapacitantes continua cumprindo suas jornadas de trabalho, em prejuízo de sua saúde, como é notório no caso de problemas de voz e sintomas de sofrimento mental.”

Hoje, Ana*, mesmo afastada das salas de aulas, mantém contato com a escola, trabalhando no setor administrativo. “É uma situação muito difícil para mim continuar nesse espaço que me remete a momentos difíceis. Infelizmente não tenho condições de abandonar o trabalho, pois é minha única renda para mim e meus filhos”, lamenta. A psicóloga Aline Sharon diz que a permanência agrava os prejuízos mentais, irritando a cadeia emocional, o que pode acarretar problemas físicos que devem ser observado por profissionais de saúde.

A questão é sistemática e esbarra em problemas de educação social, falta de estrutura para realização de trabalho e valorização da carreira na educação. Ainda de acordo com Aline, a solução para reduzir esses problemas ligados à saúde é a abertura para o diálogo. Já o sindicalista Heleno defende que cabe às instituições o investimento em políticas de assistência a esses profissionais, com acompanhamento diário e preocupação com as demandas básicas para o exercício da profissão.

*Nomes fictícios para preservar a identidade

O São Paulo vai gastar cerca de R$ 900 mil em salários por mês com jogadores que estão fora dos planos. Além do meia Cícero, afastado na última quarta-feira por decisão da diretoria e da comissão técnica, outros três jogadores também apenas treinam, à espera de uma negociação: o zagueiro Lucão, o goleiro Denis e o meia Wesley. Os dois últimos continuam trabalhando com o time principal, mas não serão utilizados pelo técnico Dorival Junior.

O clube tem poucas perspectivas de resolver esse dilema financeiro. Como Cícero, Lucão e Wesley já fizeram mais de seis jogos no Campeonato Brasileiro, não poderiam atuar por outro time da Série A. Isso diminui a possibilidade de transferência para clubes da primeira divisão nacional. A saída, portanto, seria negociação com o exterior ou com alguma equipe da Série B. O Internacional demonstrou interesse em Cícero no mês passado, mas o negócio não evoluiu.

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Wesley e Cícero têm salários altos (cerca de R$ 350 mil). O primeiro chegou ao São Paulo em 2015, em uma contratação conduzida pelo então presidente Carlos Miguel Aidar, que vivia disputa com o antigo clube do jogador, o Palmeiras. Cícero veio do Fluminense, onde tinha seus vencimentos divididos entre o clube e a patrocinadora.

A situação de Lucão é a mais delicada. Ele foi afastado após o jogo contra o Atlético Mineiro no dia 18 de junho. Depois de ter cometido uma falha que resultou no segundo gol do time mineiro, afirmou: "Para alegria de muitos torcedores, já, já estou indo embora". Em seguida, recebeu sondagem do Atlético Paranaense, que não se concretizou. Seu empresário afirmou que havia interesse de um clube do exterior, mas até agora nada.

Cícero, que chegou ao São Paulo por indicação do ex-técnico Rogério Ceni, perdeu espaço antes da chegada de Dorival Junior. A diretoria reclamou de falta de comprometimento e problemas de relacionamento. O jogador rebateu, afirmando que os cartolas precisavam encontrar um culpado para a crise - o time está na zona de rebaixamento.

Jogador mais antigo do elenco, Denis também tem situação indefinida. No clube desde 2009, o goleiro passou boa parte das últimas temporadas como o reserva de Rogério Ceni. Em 2016, quando teve a oportunidade de virar titular após a aposentadoria do ídolo, não conseguiu se firmar e virou alvo de críticas. O salário do goleiro é considerado alto para um atleta que não é utilizado com frequência - entrou em campo em apenas nove oportunidades nesta temporada.

Juízes e árbitros oficiantes nos Jogos Olímpicos Rio-2016 foram excluídos após várias decisões controversas, anunciou nesta terça-feira a Associação Internacional de Boxe Amador (AIBA), que organiza as provas no Rio.

Dos 239 combates travados desde o início dos Jogos Olímpicos, "algumas decisões estiveram abaixo do nível esperado", indicou AIBA, cuja comissão reviu as disputas.

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"Por isso, foi decidido (...) que os árbitros e os juízes em causa não atuarão mais nos Jogos Olímpicos do Rio", indica em um comunicado. As lutas do boxe terminam no domingo com a final masculina da categoria superpesados (+91 kg).

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"Sob as regras da AIBA, os resultados de todas as lutas serão mantidos", anunciou o órgão.

Na terça-feira, o irlandês Michael Conlan, derrotado nas quartas de final na categoria até 56 kg pelo russo Vladimir Nikitin, havia contestado com veemência a decisão dos juízes.

"Eles roubaram meu sonho olímpico", assegurou o atual campeão mundial de sua categoria e medalha de bronze em Londres-2012.

"Eu lhes disse que eram bastardos corruptos", indicou. "Acho que são podres por dentro (...) Estes são os Jogos Olímpicos mais corruptos da história", acrescentou.

E na segunda-feira, a vitória do russo Evgeny Tishchenko sobre o cazaque Vassiliy Levit também causou controvérsia. Tishchenko foi vaiado pelo público depois de ganhar por decisão unânime dos juízes.

Mesmo com a boa forma, Pamela Anderson já é uma mamãe e tanto. Aos 48 anos, a loira tem dois filhos, Brandon, de 19 anos, e Dylan, de 17, e mesmo estando sempre nos holofotes, ela está tentando mante-los longe dessa vida de Hollywood. O motivo? A estrela contou em entrevista ao E! Online:

- Eles têm que fazer as suas próprias escolhas para o resto de suas vidas. E não seria a sua própria escolha se for arrastando-os para os tapetes vermelhos.

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A estrela também contou que a presença dos garotos no tapete vermelho durante a première que marcou a estreia de The Gunman, em Los Angeles, nos Estados Unidos, gerou muitos comentários e que ela sempre diz aos dois:

- Você é lindo, você é talentoso, agora vamos trabalhar na humildade e na educação.

A 23º rodada do Campeonato Brasileiro da Série A foi recheada de polêmicas. E em quase todas elas, árbitros ou bandeirinhas pernambucanos estavam envolvidos. Por isso, a Confederação Brasileira de Futebol afastou seis juízes, quatro deles de Pernambuco, nesta quinta-feira (3): Emerson Sobral, Elan Vieira, Marlon Rafael e Bruno Cézar. Eles passarão por uma reciclagem na Comissão de Arbitragem.

Confira abaixo a nota oficial da CBF:

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Após reunião realizada na manhã desta quinta-feira (3), a Comissão, a Ouvidoria e a Corregedoria de Arbitragem comunicam que os árbitros abaixo relacionados tiveram seus desempenhos analisados por Delegados Especiais e Assessores de Vídeo. Constatado desempenho abaixo do padrão estabelecido, ficam afastados das próximas rodadas para treinamentos teóricos e práticos junto à Escola Nacional de Arbitragem:

Srs. Elan Vieira e Marlon Rafael | Jogo: Atlético/MG x Atlético/PR;

Srs. Emerson Sobral e Bruno Cesar | Jogo: Ponte Preta/SP x Cruzeiro/MG;

Sr. Fábio Pereira | Jogo: Corinthians/SP x Fluminense/RJ;

Sr. Marcelo Barison | Jogo: Goiás/GO x Palmeiras/SP.

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