Tópicos | agroecologia

No próximo dia 15 de dezembro, a partir das 6h, o município de Bonito, no Agreste pernambucano, celebra os sete anos do Mercado da Vida que mantém, há sete anos, de maneira autogestionada por mais de vinte famílias agricultoras, a comercialização de produtos agroecológicos. Em virtude da data haverá uma mostra fotográfica inédita com cerca de 40 imagens, produzidas a partir das técnicas ancestrais de Antotipia e Fitotipia. A mostra é um dos desdobramentos do projeto “[EM] Transição - Pesquisa Cultural em Fotografia e Agroecologia”, que realizou no início do ano uma residência fotográfica com famílias agricultoras. Impressas em tecidos, elas ficarão expostas até o mês de fevereiro.

Durante a pesquisa, que foi realizada através de um edital do Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura-PE), foram catalogadas uma diversidade de vegetais possíveis de se produzir imagens fotográficas, além da realização de um mapeamento com seus usos medicinais e alimentícios enraizados na sabedoria popular. Para o pesquisador doutor em agroecologia, políticas públicas, agricultura familiar e desenvolvimento territorial Paulo Santana, que acompanhou todo o processo, foi através da observação do cotidiano dessas famílias agricultoras e de suas relações com a terra que o projeto conseguiu colher as tantas escritas imagéticas possíveis através da linguagem experimental. “Acreditamos na agroecologia como ciência da vida. Entendemos a transição agroecológica como filosofia, um processo coletivo contínuo, de mudança cultural nas atitudes cotidianas e nos hábitos alimentares, no cuidado com a natureza e na relação de respeito e construção de conhecimentos com as populações dos territórios”, pontua.

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A residência fotográfica visitou 12 sítios e comunidades agroecológicas durante os meses de março a junho. A agricultora Fábia Lima Moura, que reside na comunidade de Muricé desde janeiro de 2012 e comercializa sua produção no Mercado da Vida, ficou responsável por articular as visitas da equipe no município. Em seu sítio há uma variedade imensa de cultivo, sendo algumas delas de plantas medicinais como hortelã graúdo e miúdo, terramicina, capim santo, cidreira e arruda. “É uma arte que nos conecta à natureza. Através da observação e da experimentação temos que ter um olhar mais atencioso ao escolhermos a plantas para extrair a tintura e fazer o experimento. Esse mesmo olhar também é preciso ao escolhermos as folhas para fazer a Fitotipia”, conta. 

As fotografias foram produzidas de forma colaborativa, entre as famílias e os fotógrafos Roberta Guimarães e Danilo Galvão, e a variedade de cores reflete a riqueza encontrada na região. "A Antotipia e a Fitotipia são propostas de reencontro do indivíduo com a natureza. É uma reflexão sobre o tempo e a contemplação, haja visto que é necessário observar o processo da impressão, que tem suas variações de acordo com o vegetal escolhido para a emulsão, o índice ultravioleta do dia e a duração necessária para que a luz solar crie a impressão das imagens”, afirma Roberta, que orientou a pesquisa fotográfica dos processos alternativos. “A riqueza desse processo é unir botânica, fotografia e agroecologia, transformando, assim, nossa relação com o meio ambiente, nos lembrando que fazemos parte de um todo e que não somos os únicos habitantes do planeta terra", complementa.

Além da mostra, está previsto para o ano que vem o lançamento de uma cartilha informativa para uso popular, também a partir das trocas de saberes ocorridas durante a residência. “Um dos legados que o projeto deixa nas comunidades é este de aguçar os olhares das famílias para as formas como as memórias coletivas são construídas, sendo, neste caso, o diálogo entre a fotografia e a agroecologia a ferramenta de empoderamento social necessária para salvaguardar esses saberes, construindo e legitimando esses conhecimentos e maneira coletiva”, afirma o fotógrafo Danilo Galvão, idealizador e coordenador do projeto. “É uma crença no trabalho que eles desenvolvem coletivamente, uma forma de aumentar a visibilidade através dessas técnicas ancestrais. O projeto só conquista essa premissa por causa da rede já existente através da Associação Vida Agroecológica”, complementa.

Mercado da Vida - O mercado foi inaugurado em 16 de dezembro de 2016, graças aos esforços da ação coletiva das famílias de base agroecológica da região junto a movimentos populares e os apoios da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA) e do poder municipal, no âmbito de políticas públicas de agricultura familiar já implementadas no território. Ele faz parte da Secretaria de Meio Ambiente da Prefeitura de Bonito. 

Serviço

Mostra fotográfica do projeto “[EM] Transição - Pesquisa Cultural em Fotografia e Agroecologia”

Abertura: Sexta-feira (15), a partir das 6h

A mostra fica em cartaz até o mês de fevereiro

Mercado da Vida -  Avenida Alberto de Oliveira, centro de Bonito

Entrada gratuita

Da assessoria

Estudantes residentes de saúde coletiva e agroecologia da Universidade de Pernambuco (UPE), desenvolveram um texto-manifesto contrário ao marco temporal, assunto que vem colocando ruralistas e povos originários em lados opostos. Os discentes além de dizerem que o Projeto de Lei coloca em risco a vida de indígenas, também afirmam que a proposta impactará negativamente na preservação dos biomas brasileiros.

O marco temporal que é tão defendido por ruralistas, determina que a demarcação de uma terra indígena só pode acontecer se for comprovado que os indígenas estavam sobre o espaço requerido em 5 de outubro de 1988, quando a Constituição atual foi promulgada. Sendo assim, grande parte da população indígena de todo o território nacional perderia suas terras.

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''Historicamente os povos indígenas vem garantindo a preservação da natureza, em toda sua diversidade, e resistindo ao processo de destruição ambiental desde o início da colonização, que se fez pela morte, expulsão e exploração desses povos. Negar o território é negar culturas, conhecimentos, modos de vida e vivências de espiritualidade que se dão na relação com a terra. É, portanto, violentar esses guardiões e ameaçar local e globalmente tudo aquilo que sustenta a vida e a saúde'', escreveu os estudantes no documento que já obteve centenas de assinaturas de associações, movimentos sociais e laboratórios que também não concordam com a proposta.

No dia 30 de maio, a Câmara dos Deputados aprovou o marco temporal. Na votação, 283 parlamentares foram favoráveis ao PL, 155 contra e uma abstenção.

Assim como os estudantes da UPE que tentam impedir a evolução do projeto de lei, lideranças políticas contrárias e indígenas estão realizando protestos em todo o Brasil para com que a proposta seja barrada no Senado Federal.

''O PL foi aprovado em regime de urgência na Câmara dos Deputados (ou seja, sem passar por comissões e debates com a sociedade) e agora segue para votação no Senado Federal. Caso seja alterado, volta para a Câmara, e, se for aprovado, segue para sanção presidencial. Já a ‘tese do Marco Temporal’ (Parecer 001/2017 da AGU) vai ser votada pelo Supremo Tribunal Federal no dia7 de junho'', explica o texto-manifesto.

 

Na capital paulista, a iniciativa de uma Organização Não-Governamental (ONG) formou mais de 300 pessoas que vivem em situação de rua no curso de Agricultura Urbana Agroecológica.

O projeto de capacitação “Horta Social Urbana” da Arcah oferece qualificação para quem aceita abrigo nos Centros de Acolhida de São Paulo e outras instituições públicas que atendem aos sem-teto.

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Além de incentivar as pessoas a recuperarem condições para retornar ao mercado de trabalho, a iniciativa também aposta na aplicação de métodos socioemocionais para que os formandos retomem a vida social e deixem de viver em situação de rua.

No curso, que tem duração de quatro meses com atividades teóricas e práticas, os estudos são voltados para a efetivação do plantio e da jardinagem agroecológica em áreas ociosas da paisagem urbana. Durante as aulas, os estudantes são estimulados a conhecer os cuidados com a produção de alimentos orgânicos e a utilizar mecanismos sustentáveis no processo do cultivo.

De acordo com a Arcah, a entidade tem parceria com a iniciativa privada e encaminha os alunos para vagas de emprego nas redes supermercadistas, que adquirem a produção oriunda das hortas urbanas. Além de vender os produtos aos varejistas, os orgânicos também alimentam pessoas que vivem em abrigos públicos. Ainda segundo a ONG, o projeto emprega cerca de 30% dos formandos desde 2017.

O Centro de Formação Paulo Freire lançou um curso virtual de qualificação que aborda questão agrária e agroecologia, de forma gratuita, nos meses de julho e agosto. A capacitação é dividida em seis módulos tem o objetivo de preparar a sociedade civil sobre a importância das abordagens no pós pandemia. Interessados podem realizar inscrição através de formulário on-line

Com aula inaugural realizada na última segunda-feira (6), o curso é oferecido em parceria com o programa de pós-graduação em Agroecologia e Desenvolvimento Territorial, a Universidade Federal do Agreste de Pernambuco (UFAPE), a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), e a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). 

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Não há quantidade limite de vagas e após inscrição o candidato deverá aguardar confirmação no e-mail cadastrado. Demais informações serão repassadas via e-mail e número de contato. Os participantes receberão certificado. Os próximos encontros serão das 18h às 20h, sempre às terças-feiras. Confira, abaixo, o cronograma de aulas: 

Aula 2 - 14/07

Tema: Questão agrária no Nordeste e Pernambuco: o campesinato, composição das classes no campo no Nordeste

Aula 3 - 21/07 

Tema: Questão agrária no semiárido, lutas históricas e desafios atuais

Aula 4 - 28/07 

Tema: Reforma Agrária Popular e programa de emergência

Aula 5 - 04/08

Agroecologia no Nordeste

Aula 6 - 11/08

Tema: Luta Pela Terra no Nordeste.

A pesquisadora e engenheira agrônoma Ana Maria Primavesi morreu aos 99 anos neste domingo, 5, em São Paulo, em decorrências de problemas cardíacos. Nascida na Áustria e radicada no Brasil desde os anos 1940, trabalhou durante quase 80 com ciência, dedicando-se especialmente à agroecologia, área em que foi pioneira no País.

Ao longo de décadas, a cientista publicou livros sobre agricultura orgânica e sustentável, como o Manejo Ecológico do Solo e Manual do Solo Vivo. O enterro da pesquisadora estava marcado para as 16h30 deste domingo, no Cemitério de Congonhas, na capital.

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Em 2012, a reportagem do jornal O Estado de S. Paulo visitou o sítio da pesquisadora em Avaré, no interior paulista, que é descrito como um "laboratório vivo de agroecologia e manejo ecológico dos solos". O local foi comprado pela pesquisadora nos anos 80, quando estava degradado e infértil, cujas mata nativa e nascentes foram recuperadas nas décadas seguintes.

A trajetória da pesquisadora é contada na biografia Ana Maria Primavesi - Histórias de vida e Agroecologia, de Virgínia Knabben e publicada pela editora Expressão Popular. Parte do material foi publicado em 2019 em um site com o nome da pesquisadora.

Segundo a biografia da pesquisadora, Ana Maria nasceu em 3 de outubro de 1920 em um castelo no distrito de St. Georgen ob Judenburg, na Áustria. Filha de um barão, se formou na Universidade Agrícola de Viena em 1942, logo depois fez doutorado e, durante o período em que trabalhava na Polônia, ajudou na transferência de refugiados judeus durante a 2º Guerra Mundial.

Ainda de acordo com o livro, a pesquisadora se casou em 1946 com o fazendeiro e diplomata Artur Primavesi, com quem se mudou para o Brasil dois anos depois para lecionar na Universidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul. O casal chegou a viver também em Minas Gerais e São Paulo.

A morte da pesquisadora foi lamentada especialmente por organizações ambientais e cientistas. "Descansa uma mente notável, uma mulher de força incomum e um ser humano raro", diz nota da Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo (APQC).

Estão abertas as inscrições para o processo seletivo para graduados que tenham interesse em fazer Doutorado Profissional em Agroecologia e Desenvolvimento Territorial da Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), em uma associação com a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e Universidade do Estado da Bahia (UNEB). A seletiva recebe candidaturas até o dia 04 de julho através do site da pós graduação da UNIVASF. São 60 vagas, distribuídas entre as três instituições.

Podem se inscrever portadores de diploma de curso de graduação e de mestrado acadêmico ou profissional, realizado em instituições reconhecidas pelo Ministério da Educação (MEC). Haverá reserva de 30% das vagas para candidatos negros, indígenas e pessoas com deficiência, além de mais 5% destinadas aos servidores técnicos administrativos das instituições.

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A seleção se dará em etapas e começa com análise dos planos de trabalho, seguido de entrevista com defesa dos projetos e posteriormente a análise do currículo documentado. O resultado final está previsto para ser divulgado no dia 29 de julho e as aulas terão início em agosto.

O objetivo da formação é desenvolver projetos e profissionais em cinco linhas de pesquisa:Identidade, Cultura e Territorialidades; Sociedade, Economia e Construção do Conhecimento; Transições Socioecológicas e Sistemas Produtivos Biodiversos; Convivência com o Semiárido, Inovações Sociotécnicas e Desenvolvimento e Ambiente, Saúde e Sistemas Agroalimentares.

Dúvidas em relação ao programa de Doutorado podem ser solucionadas pelos e-mails UNIVASF - ppgadt@univasf.edu.br; UFRPE - coordenacao.ppgadt@ufrpe.br e  UNEB ppgadtdtcs3@uneb.br e também pelo telefone 81 3320 6587.

Veja o edital 

 

A Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) divulgou, nesta semana, a lista dos aprovados no processo seletivo para o curso de agroecologia. Os selecionados devem realizar a matrícula nos dias 3 e 4 de junho, das 9h às 16h, no prédio do Centro de Ensino de Graduação (CEGOE), no Campus Dois Irmãos da UFRPE.

Em nota, a Universidade informou que “caso haja necessidade, a UFRPE fará outras chamadas a fim de preencher as vagas ofertadas pelo processo seletivo”. As aulas têm início previsto para o dia 12 de agosto de 2019. 

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A lista geral dos matriculados será disponibilizada em 28 de junho, no site institucional a UFRPE. O Campus Dois Irmãos fica na Rua Dom Manuel de Medeiros, sem número, no bairro de Dois Irmãos, no Recife.

O curso de bacharelado em agroecologia da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Campus Recife, está com inscrições abertas para seleção. No total, 40 oportunidades são ofertadas.

Os candidatos serão selecionados por meio de notas obtidas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), edições de 2014 a 2018. As aulas deverão ser iniciadas no dia 12 de agosto.

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Segundo a UFRPE, metade das vagas será reservada para participantes que tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas. “Em observância ao Projeto Pedagógico do curso, também serão reservadas 30 vagas do processo seletivo para os inscritos ligados diretamente ao espaço socioterritorial do campo (ver ítem 4.2 do edital). As demais 10 vagas serão destinadas à ampla concorrência”, informou a instituição de ensino.

As inscrições devem ser realizadas até 10 de maio pela internet, sem taxa de participação. Já a lista geral de matriculas está prevista para 28 de junho. Outros detalhes informativos devem ser vistos no edital da seleção.

O Ministério Público do Estado do Pará deu início, nesta terça-feira (13), à "Semana Nacional de Mobilização de Combate aos Impactos Causados pelos Agrotóxicos", com o apoio do fórum estadual. Até a próxima sexta-feira (16) profissionais da área da saúde, pesquisadores, estudantes, professores universitários e interessados sobre o assunto participarão do encontro na sede do Ministério. As informações são da Agência Pará de Notícias.

A semana terá como tema central o não uso de agrotóxicos. Haverá mesas de debates referentes às políticas públicas voltadas para o controle, fiscalização, atuação na defesa do consumidor, além da apresentação do Manual de Vigilância em Saúde das Populações Expostas ao Agrotóxico. Durante o evento também será realizado o lançamento do “Dossiê Abrasco”, que tem como intuito auxiliar a população e informar sobre os males causados pela utilização de agrotóxicos.

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Alguns dados do Ministério da Saúde mostram o aumento do consumo de agrotóxicos entre os anos de 2005 a 2011 de cinco para onze quilos de hectare. O Fórum Estadual de Combate aos Impactos Causados pelos Agrotóxicos foi instituído em 2014 com o objetivo de gerar discussões a respeito do uso de agrotóxicos  e desenvolver ações concretas e de proteção à saúde da sociedade e do meio ambiente. No Brasil, cerca de 20% a 25% das intoxicações por agrotóxicos notificadas são relacionadas a crianças e jovens gerando um alerta para a saúde.

Recentemente, Belém do Pará sediou o IX Congresso Brasileiro de Agroecologia no Hangar, trazendo grandes discussões, manifestações e apresentações de projetos a respeito do não uso de agrotóxicos, assim como outros temas direcionados ao meio ambiente.

Povos indígenas estão marcando presença no Campus Recife da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), no bairro de Dois Irmãos, durante o evento Diálogos de Conhecimentos sobre Agroecologia. Iniciada nessa terça (22) e com programação até esta quinta-feira (24), a atividade é uma das principais ações do Núcleo de Agroecologia e Campesinato da Rural, com o objetivo de fortalecer as lutas e revindicações por terra, território e soberania alimentar no Estado.

Segundo a UFRPE, cerca de 800 pessoas se inscreveram para o evento, que ocorre no campo de futebol da instituição de ensino. Ontem, durante a abertura do encontro, diversos povos cantaram e dançaram na Rural. Um dos intuitos das apresentações foi mostrar ao público as lutas sociais que fazem parte da agroecologia. . “Os conhecimentos dos povos são válidos e importantes para a construção da agroecologia, assim como o conhecimento acadêmico”, destaca um dos organizadores do evento, Marcos Figueiredo, conforme informações da UFRPE.

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Entre as atividades desta quarta-feira estão ações pedagógicas, mesas redondas e apresentações culturais. Mais informações podem ser conseguidas no site do evento.

Do dia 12 a 14 deste mês, o Campus Barreiros do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco (IFPE) promoverá a I Jornada de Agroecologia e Agricultura Familiar. O objetivo do encontro é debater o desenvolvimento sustentável da região, envolvendo a comunidade acadêmica e agricultores.

A ação, aberta ao público e gratuita, terá mesas redondas e debates. Alguns dos temas que serão abordados são “Tecnologias sociais para o desenvolvimento da Mata Sul pernambucana”, “Repensando a cultura canavieira para a agricultura familiar” e “sistemas agroflorestais e outras estratégias de diversificação da produção agrícola na região”.

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Outras informações sobre o evento podem ser conseguidas pelos telefones (81) 2125-1728 ou 3675-1117, ramal 2449. O Campus fica na Fazenda Sapé, na Zona Rural de Barreiros.

 

 

A ex-ministra Marina Silva publicou há pouco em seu blog, e também no Twitter um crítica à presidente Dilma Rousseff que, segundo Marina, teria desengavetado o Plano Agroecologia, anunciando nesta quinta-feira, apenas em função da agenda sustentável que surgiu recentemente no cenário político.

Em um comentário intitulado "Não é mera coincidência", Marina afirma que a iniciativa, que prevê a destinação de R$ 8,8 bilhões para esse forma de produção de alimentos, o que deve favorecer cerca de 75 mil famílias, "merece todo apoio dada a relevância para a agricultura familiar". Mas em seguida a ex-Senadora pondera que o Plano foi criado em 2012 e, desde 2003, ainda no governo Lula, o país já contava com lei sobre a produção orgânica.

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Maria diz ainda que o Plano "surge com metas tímidas", citando o porcentual de 5% de compras obrigatórias para o Programa da Aquisição de Alimentos (PAA), o equivalente a R$ 138 milhões, e para o Programa Nacional Alimentação Escolar (PNAE), de R$ 150 milhões.

"Não é por mera coincidência que, um ano antes da eleição, a mesma Dilma que promulgou as mudanças no Código Florestal que favorecem o desmatamento tenha incorporado o desenvolvimento sustentável ao seu discurso", diz Marina Silva, em seu blog.

Eventos como esse, diz Marina, "revelam o quanto ideias fortemente alicerçadas em representatividade e legitimidade social podem fazer com que agendas político-eleitorais até então distantes dessas linhas programáticas se esforcem para incorporá-las ao seu repertório. Se isso vier a se transformar em ações e resultados, ganharemos todos, ganhará o Brasil."

A Jornada de Luta por Reforma Agrária no Recife, começa nesta segunda-feira (15), com três dias de exibições de filmes e debates no cinema São Luiz e Teatro Arraial. O evento é uma parceria entre MST e Fundarpe/Secult e conta com a participação de cineastas e de João Pedro Stédile (direção nacional do MST), debatendo agroecologia e luta pela terra.

O mês de Abril para o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) é um mês de manifestações. No dia 17 de Abril de 1996 ocorreu um dos mais cruéis massacres ao movimento, dezenove sem-terra foram assassinados, no município de Eldorado dos Carajás, decorrente da ação da polícia do estado do Pará. A data se tormou o Dia Internacional de Luta pela Reforma Agrária e o mês, Abril vermelho.

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A programação envolve filmes que tratam as questões de conflito na luta pela terra, do agronegócio e agrotóxicos, bem como os que trazem discussões mais filosóficas sobre a temática. Na segunda (15) às 19h, é exibido no Cinema São Luiz, o longa-metragem de ficção Eles Voltam, filme do diretor Marcelo Lordello, possui uma cena filmada no assentamento Chico Mendes. Sobre esse mesmo tema será o debate com João Pedro Stédile no Teatro Arraial, após a exibição do filme O Veneno está na Mesa, do cineasta Silvio Tendler, às 19h.

O evento também conta com uma feira de produtos orgânicos de assentamentos da região metropolitana e apresentações musicais de repentistas e música nordestina em geral, na quarta (17), às 11h, na Casa da Cultura.

Confira a programação da Jornada de Luta por Reforma Agrária:

Segunda (15) | 19h - Cinema São Luiz

Eles Voltam, com apresentação do diretor Marcelo Lordello

Terça (16) | 19h - Teatro Arraial


O Veneno está na Mesa Debate com João Pedro Stédile 

Quarta(17) | das 11h às 14h - Casa da Cultura

Feira de Produtos Orgânicos da Reforma Agrária

 

Apresentações musicais:

Talis Ribeiro

Edilson Ferreira e Antônio Lisboa

Adriana e Nelson

Quarta(17) | 19h - Teatro Arraial

Raiz ForteVidas Cheias

O Serviço de Tecnologia Alternativa (Serta) está com inscrições abertas para o processo seletivo dos candidatos ao curso técnico de nível médio em agroecologia, que permeia ações tecnológicas de recursos naturais. As inscrições podem ser realizadas até o dia 22 do próximo mês, no endereço eletrônico do Serta, e podem participar da seleção os estudantes que estão finalizando o terceiro ano do ensino médio ou que já o terminaram. A Secretaria Estadual de Educação de Pernambuco (SE) também está apoiando a realização do processo seletivo. De acordo com a SE, estão disponíveis 200 vagas.

Os candidatos do Agreste Setentrional e Central, Zona da Mata e Região Metropolitana participarão da seleção na cidade de Glória do Goitá, no dia 27 de agosto. Os participantes do Sertão e do Agreste Meridional de Pernambuco terão triagens realizadas no campus de Ibimirim, no dia 31, também de agosto. A seleção terá redação e entrevista com os candidatos.

A divulgação do resultado será feita no dia 4 de setembro, na página virtual do Setra. Segundo a SE, a matrícula para os estudantes do campus Ibimirim será realizada do dia 9 a 14 de setembro, dentro da primeira semana de aula. Para os estudantes de Glória do Goitá, a matrícula ocorrerá do dia 16 a 20 também de setembro.  

No momento da matrícula, os aprovados deverão apresentar certidão de conclusão ou histórico escolar, cópia do CPF com apresentação do original, cópia do RG com apresentação do original, cópia de certidão de nascimento ou casamento, cópia de título de eleitor, comprovante de residência e duas fotos 3x4. A SE alerta que os estudantes selecionados que desempenham atividades profissionais deverão apresentar uma declaração de autorização para a sua participação nas atividades presenciais do curso em regime de imersão, devendo corresponder a uma semana por mês durante 18 meses, de setembro de 2012 a fevereiro de 2014.

A qualificação

De acordo com a secretaria, o curso tem o objetivo de profissionalizar o estudante para se tornar empreendedor em ações agrícolas, agropecuárias, ambientais, de agregação de valor, logística, comercialização de produto, gestão de negócios, confecção de tecnologias de baixo custo para o manejo integrado da propriedade, com conhecimento da legislação e das políticas públicas para a agricultura familiar, assistência técnica e extensão rural.

A carga horária do curso será de 1,4 mil horas por aula. Dessas, 792 horas presenciais, 408 no tempo comunidade, correspondendo a 18 meses de aula e 200 horas de estágio curricular sob supervisão.     

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A modéstia permeia as declarações da engenheira agrônoma Ana Primavesi quando ela se refere ao One World Award - o principal prêmio da agricultura orgânica mundial, conferido pela International Federation of Organic Agriculture Movements (Ifoam). Neste ano, foi ela a escolhida para receber a homenagem, na Alemanha.

"Eles distribuem o prêmio entre os vários continentes. Agora, foi a vez da América do Sul", comenta uma das precursoras do movimento orgânico no Brasil. "Estão me premiando por toda parte... Não sei para que isso", acrescenta, quase encabulada.

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E ouve, em seguida, que a homenagem que receberá no dia 14 de setembro, com a participação de mais de mil pessoas, entre elas a vencedora do prêmio Nobel Alternativo da Paz, a indiana Vandana Shiva, é mais do que merecida, pelo trabalho que vem fazendo, há 65 anos, pela agricultura ecológica, auxiliando lavradores a tornarem suas terras produtivas e limpas, em harmonia com o ambiente, eliminando o uso de agrotóxicos e adubos químicos.

"Pois é... Pelo jeito...", sorri Ana Primavesi, que arremata: "Dizem que eu inventei a agricultura orgânica. Conscientemente, não. A gente sempre trabalhou dessa forma".

Impactos positivos

Instituído em 2008, o One World Award é conferido a cada dois anos a ativistas da agricultura orgânica no mundo. São pessoas cujo trabalho impacte positivamente a vida dos produtores rurais.

Em 2008, quem ganhou o prêmio foi o veterinário e professor alemão Engelhard Boehncke, por suas práticas e estudos em relação à criação orgânica de animais. Há dois anos, foi a vez do indiano pioneiro em agricultura orgânica Bhaskar Salvar, que, logo no início da década de 1950, contrapôs-se à

Revolução Verde - que inaugurou o uso de adubos sintéticos e agrotóxicos nas lavouras -, ensinando agroecologia aos produtores, com o uso de fertilizantes orgânicos, a manutenção da vida no solo e o fortalecimento das plantas por meio de um ambiente equilibrado.

Neste ano, Ana Primavesi será a agraciada. Aos 92 anos, austríaca naturalizada brasileira, formada pela Universidade Rural de Viena, é Ph.D. em Ciências Agronômicas e especializada em vida dos solos. Publicou vários artigos científicos e livros sobre o assunto, mas um deles, Manejo Ecológico do Solo (Editora Nobel, 552 páginas, reeditado mais de 20 vezes), é uma das bíblias da produção orgânica e leitura obrigatória nas faculdades de Agronomia do País.

A obra é citada no livro Plantas Doentes pelo Uso de Agrotóxicos, de Francis Chaboussou, no qual prova que pragas e doenças não atacam plantas cujos sistemas estejam equilibrados. E que são os adubos químicos e os agrotóxicos que atraem os parasitas, gerando um ciclo de dependência, com nefastas consequências para o planeta.

Preservação

Desde 1947, quando iniciou sua vida profissional, e por meio de aulas na Universidade Federal de Santa Maria (RS), Ana Primavesi vem batendo na tecla da preservação da vida no solo. Em aulas, palestras, conferências, debates, assistências técnicas diretas aos produtores rurais e a suas associações, a engenheira agrônoma repete frases que se tornaram mantras.

E quem as coloca em prática vê os resultados na produção, na preservação e na saúde de quem planta e de quem consome os alimentos agroecológicos: "O segredo da vida é o solo, porque do solo dependem as plantas, a água, o clima e nossa vida. Tudo está interligado. Não existe ser humano sadio se o solo não for sadio e as plantas, nutridas."

Observação

Tanto que a primeira coisa que ensina aos agricultores que a procuram é olhar para a terra. "Se o solo tem uma boa estrutura, o agricultor tem grande chance de modificá-lo e convertê-lo para a agricultura orgânica", diz. "Terra com boa estrutura forma grumos, que nada mais são que o entrelaçamento de microrganismos que conferem vida ao solo e saúde às plantas, além de permitirem a infiltração da água. Em solos compactados e sem vida, água vira enxurrada e provoca erosão."

Ana Primavesi lembra que uma planta precisa de no mínimo 45 nutrientes para se desenvolver e produzir de forma saudável. "A agricultura convencional dá, no máximo, 15 desses nutrientes para as plantas. E nem sempre esses 15 nutrientes são integralmente ministrados às lavouras convencionais", diz.

O resultado são plantas deficientes nutricionalmente e frágeis aos ataques de pragas e doenças, dependentes, portanto, do uso de agrotóxicos.

É justamente a maneira de devolver esses nutrientes ao solo que Ana Primavesi ensina aos agricultores. Ela lembra de agricultores na cidade de Diamantina, em Minas Gerais, que há cerca de 15 anos a procuraram porque já não conseguiam produzir com o pacote convencional.

"Eles estavam a desanimados, quase falindo, porque a cada ano a terra respondia menos às adubações", conta. "Começamos a melhorar o solo e a qualidade dos nutrientes, passando a aplicar adubações orgânicas", continua. "Demorou uns quatro a cinco anos, mas agora eles produzem com fartura. Há uns anos voltei lá e vi como estavam felizes com a produção orgânica", conta Ana, ressaltando que a recompensa sempre vem. "O problema é que ela não é rápida, e muitos desistem."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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